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MONOGRAFIA Renata L Reis Cunha

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NOVA FACULDADE 
RENATA LUDIMILA REIS CUNHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA FACULDADE PRIVADA DE 
MINAS GERAIS QUANTO AOS TRANSTORNOS MENTAIS E SEUS 
RECURSOS TERAPÊUTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAGEM 
2018 
 
2 
 
NOVA FACULDADE 
RENATA LUDIMILA REIS CUNHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA FACULDADE PRIVADA DE MINAS 
GERAIS QUANTO AOS TRANSTORNOS MENTAIS E SEUS RECURSOS 
TERAPÊUTICOS 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Nova Faculdade como 
requisito para conclusão do curso de Graduação em 
Enfermagem. 
Orientadora: Professora Mestre Gabriela Rossi. 
Co-orientadora: Professora Mestre Cláudia Barbosa 
Assunção 
 
 
 
CONTAGEM 
2018 
 
3 
 
NOVA FACULDADE 
 
Monografia intitulada “PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA FACULDADE 
PRIVADA DE MINAS GERAIS QUANTO AOS TRANSTORNOS MENTAIS E SEUS 
RECURSOS TERAPÊUTICOS”, defendida por Renata Ludimila Reis Cunha, em de 
junho de 2018, e aprovada pela banca examinadora composta pelos seguintes 
professores: 
 
 
 
 
 
______________________________________________________________ 
Prof.ª Mestre Gabriela Rossi (Nova Faculdade) 
Orientadora 
 
 
______________________________________________________________ 
Prof.ª Mestre Cláudia Barbosa Assunção (Instituto de Ensino e Pesquisa Santa 
Casa-BH) 
Co-orientadora 
 
 
______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contagem, 02 de Julho de 2018 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico toda essa trajetória ao meu porto seguro: minha família. 
Ao meu marido Kempter e nosso filho Níkola. 
Vocês são o meu tudo. 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a DEUS pela bênção da vida, por ter saúde, por todas as oportunidades e 
experiências alcançadas nessa trajetória. 
 
À minha avó Conceição e aos meus tios, por terem cuidado de mim com tanto carinho. 
 
Aos meus pais, por terem me dado discernimento e motivação para nunca desistir. 
 
À Profª Mestre Gabriela Rossi pela atenção, dedicação, paciência e carinho que 
sempre nos proporcionou no decorrer de todo esse curso. 
 
A todos os professores que me acompanharam, me conduziram e acreditaram em 
mim, em especial à Anamaria Silva, que sempre me transmitiu conforto, apoio e 
esperança; à Profª Michelle Mendes pelo incentivo e palavras de tranquilidade; e aos 
Professores Laydson Adrian e Marina Cruz por terem me proporcionado 
conhecimento, não somente para a profissão, mas para a vida. 
 
Ao Comitê de Ética em Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte por ter permitido 
a concretização deste estudo. 
 
À Nova Faculdade, por disponibilizar o campo para a pesquisa e aos alunos 
participantes. 
 
Às alunas Eduarda Luiza, Larissa Morão e Rafaela Lacerda que disponibilizaram um 
pouco do seu tempo para colaborar com este estudo, sem vocês não sairia como 
planejado. 
 
Aos meus amigos de turma, em especial à Bárbara, por ter me aturado e rido de todas 
as minhas “reflexões” no decorrer desse curso; obrigada pela companhia por todos 
esses anos, que possamos continuar essa parceria no campo de trabalho por longa 
data. 
A todos que estiveram por perto e contribuíram pelo o que sou hoje. 
Obrigada! 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não se curem além da conta. 
Gente curada demais é gente chata. 
Todo mundo tem um pouco de loucura. 
Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, 
Pois ela é a nossa realidade mais profunda.” 
Nise da Silveira 
 
7 
 
RESUMO 
Devido ao contexto histórico e sociocultural a que estão inseridos, as pessoas com 
transtornos mentais fazem parte de um grupo discriminado e marginalizado 
socialmente. No Brasil, antes da Reforma Psiquiátrica, o paciente em sofrimento 
mental era segregado em asilos sem previsão de alta, não com o objetivo de 
tratamento de sua condição de saúde, mas para não permitir que o mesmo vivesse 
em sociedade, visto que era considerado agressivo, violento e ameaça para o público, 
sendo igualado a um criminoso. Este estudo teve por objetivo revelar a percepção dos 
alunos de uma faculdade sobre os transtornos mentais e suas formas de tratamento, 
como forma de identificar se o olhar que as pessoas têm sobre o indivíduo em 
sofrimento mental é o mesmo de anos atrás. Trata-se de pesquisa descritiva, de 
caráter qualitativo, realizada por meio de questionário semiestruturado, aprovada no 
comitê de ética em pesquisa sob o número do parecer substanciado 5138.06/2018. A 
aplicação do questionário foi realizada na Nova Faculdade de Contagem-MG com 50 
acadêmicos que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. Foi apurado que a grande maioria dos alunos não demonstra visão 
estigmatizada dos transtornos mentais, porém uma parcela significativa se absteve de 
demonstrar opinião no que diz respeito ao outro com transtorno mental, apontando 
um conhecimento deficiente sobre o assunto, no que se refere aos transtornos e 
recursos terapêuticos. 
PALAVRAS-CHAVE: Saúde Mental; Transtorno Mental; Estigma; Reforma 
Psiquiátrica 
 
 
ABSTRACT 
Due to the historical and socio-cultural context to which they are inserted, those with 
mental disorders are part of a socially marginalized and discriminated group. In Brazil, 
before the Psychiatric Reform, the mentally ill patient was segregated in nursing homes 
without discharge, not for the purpose of treating their health condition, but not to allow 
them to live in society, since it was considered aggressive, violent and threatening to 
the public, being equated with a criminal. The purpose of this study was to reveal 
students' perceptions about mental disorders and their treatment modalities, as a way 
of identifying if the people's gaze on the patient is the same as that of years ago. This 
is a descriptive research, of a qualitative nature, carried out through a semi-structured 
questionnaire, approved by the research ethics committee under the number of 
published opinion 5138.06 / 2018. The questionnaire was applied at the Nova 
Faculdade de Contagem-MG with 50 academics who agreed to sign the Free and 
Informed Consent Term. It was found that the vast majority of students did not 
demonstrate a stigmatized view of mental disorders, but a significant portion abstained 
from showing opinions regarding the other with mental disorder, pointing out a deficient 
knowledge on the subject, regarding the disorders and therapeutic resources. 
KEYWORDS: Mental Health; Mental Disorder; Stigma; Psychiatric Reform 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES 
 
Gráfico 1 - 
 
 
Conhecimento sobre tipos de tratamento para transtornos 
mentais 
30 
Gráfico 2 - 
 
Necessidade de tratamento para transtornos mentais 31 
Gráfico 3 - 
 
Atendimento por profissional do círculo de convivência 32 
Gráfico 4 - 
 
O mercado de trabalho para a pessoa com TM 34 
Gráfico 5 - 
 
O doente mental é agressivo? 35 
Gráfico 6 - 
 
 
‘Eu não aprovo que pessoas com transtornos mentais trabalhem 
com crianças, mesmo se clinicamente estáveis.’ 
36 
Gráfico 7 - 
 
Associação da depressão e fatores religiosos e financeiros 37 
Gráfico 8 - 
 
Esforço do paciente com depressão 37 
Gráfico 9 - 
 
 
O dependente químico não busca tratamento porque prefere 
viver dessa forma 
38 
Gráfico 10 - 
 
 
É responsabilidade dos profissionais da saúde transmitir 
esperança ao paciente com transtorno mental 
39 
Gráfico 11 - 
 
 
Prestadores de cuidados de saúde não precisam ser defensores 
das pessoas com transtornos mentais 
40 
Gráfico 12 - 
 
 
Terapia medicamentosa como melhor tratamento 40 
 
9 
 
LISTAS DE TABELAS 
 
Tabela 1 - 
 
Categorias e subcategorias da entrevista 16 
Tabela 2 - Características sociodemográficas dos entrevistados 2910 
 
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
APA - American Psychiatric Association 
 
BVS - Biblioteca Virtual em Saúde 
 
DSM - V - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual de 
Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais 5.ª edição) 
 
ECT - Eletroconvulsoterapia 
 
GABA - Ácido Gama-aminobutírico 
 
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
 
MTSM – Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental 
 
OMS - Organização Mundial da Saúde 
 
PNSM - Política Nacional de Saúde Mental 
 
SCIELO - Scientific Electronic Library Online 
 
TAG - Transtorno de Ansiedade Generalizada 
 
TAS – Transtorno de Ansiedade Social 
 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 
 
TEPT - Transtorno do Estresse Pós Traumático 
 
 
11 
 
TM - Transtorno Mental 
 
TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo 
 
TP - Transtorno do Pânico 
 
 
12 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 13 
1.1 Objetivos 15 
1.1.1 Objetivo Geral 15 
1.1.2 Objetivos Específicos 15 
2 DESENVOLVIMENTO 16 
2.1 Metodologia 16 
2.2 Referencial Teórico 17 
2.2.1 História da Doença Mental 17 
2.2.2 Definição e Classificação dos Transtornos Mentais 19 
2.2.2.1 Psicoses 19 
2.2.2.2 Neuroses 21 
2.2.3 Transtornos da Ansiedade 22 
2.2.4 Depressão 24 
2.2.5 Papel do Enfermeiro na Desconstrução de Paradigmas Relacionados 
à Doença Mental 
27 
2.3 Resultados e Discussão 28 
2.3.1 Categoria 1 - Percepção em relação ao transtorno mental 30 
2.3.1.1 Subcategoria 1A - Conhecimento sobre os Transtornos Mentais 
(TMs) e Formas de Tratamento 
30 
2.3.1.2 Subcategoria 1B - Vivência do TM no Próprio Ambiente 31 
2.3.2 Categoria 2 - Percepção dos Entrevistados em Relação à pessoa com 
TM 
31 
2.3.2.1 Subcategoria 2A - TM Auto-Referido 31 
2.3.2.2 Subcategoria 2B- A visão Do outro com TM 33 
2.3.2.3 Subcategoria 2C - Profissionais de Saúde Envolvidos na 
Assistência à pessoa com TMs 
39 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42 
REFERÊNCIAS 43 
ANEXO 47 
ANEXO 1 – Parecer Substanciado CEPSCBH 47 
ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 48 
ANEXO 3 – Questionário Semiestruturado 51 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Entende-se por transtorno, no âmbito da saúde, algo que provoque desajuste 
no organismo e desordem psicológica, resultando respectivamente em disfunção dos 
sistemas, alterações emocionais ou do comportamento (MICHAELIS, 2015). O 
transtorno mental é uma condição peculiar na saúde do indivíduo acometido, pois não 
se diagnostica conforme protocolos clínicos, como as doenças de origem orgânica, 
mas por meio de acompanhamento e identificação das síndromes apresentadas pelo 
paciente, e também pelo seu contexto histórico, social e biológico (TOLEDO, 2013). 
Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) citado por Toledo (2013, 
p. 21), ressalta que “a separação artificial dos fatores biológicos, psicológicos e sociais 
tem construído um grande obstáculo ao estudo e compreensão dos transtornos 
mentais e de comportamento” [...] e “esses transtornos são semelhantes a muitas 
doenças físicas, pelo fato de resultarem de uma complexa interação de todos aqueles 
fatores”. Novas formas terapêuticas estão em constante ascensão, como por exemplo, 
o surgimento de antipsicóticos de segunda geração para tratar esquizofrenia a partir 
da década de noventa, os quais se mostraram mais eficazes contra a psicopatologia, 
com a redução do número de recaídas e re-hospitalizações (DAVIS et al., 2003; 
LEUCHT et al., 2003 apud ELKIS; LOUZÂ, 2007). 
Considerando os métodos de tratamento, não só medicamentoso, o 
desenvolvimento das neurociências e a consolidação da revolução nas ciências 
cognitivas na última década, marcaram o ressurgimento das psicoterapias como forma 
de tratamento de várias psicopatologias, como a esquizofrenia e depressão (ROTH, 
1996; HOGARTY, 1991 apud SCHESTATSKY; FLECK, 1999). 
A incidência e prevalência dos transtornos mentais aumentam gradativamente. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há no mundo cerca de 322 
milhões de pessoas com depressão e esses números aumentaram entre os anos de 
2005 e 2015 (OMS, 2017). No que tange aos transtornos classificados como 
transtornos de humor Andreasen e Black (2009, p. 161) afirmam que “para pessoas 
entre 15 e 45 anos, a depressão responde por uma surpreendente fatia de 10,3% de 
todos os custos das doenças biomédicas no mundo.” No Brasil, os distúrbios de 
ansiedade afetam cerca de 9,3% da população e a depressão 5,8%, segundo a OMS 
(2017). 
14 
 
Peters et. al, (2012, p. 3), ressalta que “pessoas com transtornos mentais são 
discriminados e excluídos do meio social, acarretando situações de abandono, 
reclusão, injustiça e violência.” Os autores apontam ainda que, tais circunstâncias 
ocorrem devido à visão distorcida da sociedade quanto aos transtornos enquanto 
doenças tratáveis, impondo o estigma de que doentes mentais devem ser 
marginalizados por não se ajustarem aos ditos padrões sociais de normalidade. 
No Brasil, o preconceito social que acomete os indivíduos com transtornos 
mentais acabou em tragédia dizimando inúmeras vidas no passado. Por acreditarem 
que são generalizadamente agressivos, sendo impossível sua convivência em 
sociedade, os referidos ‘loucos’ eram aprisionados em manicômios em degradante 
condição humana, sob formas de tratamento arbitrárias, sendo em sua grande 
maioria, pessoas sem diagnóstico de doença mental: epiléticos, alcoolistas, 
homossexuais, prostitutas, pessoas que se rebelavam, pessoas que se tornaram 
incômodas para alguém com mais poder, entre outros (ARBEX, 2013). 
Arbex (2013) resgata o ocorrido no Hospital Psiquiátrico em Barbacena, sob a 
conivência do Estado, onde as pessoas que não se adequavam aos padrões de 
ajustamento social eram jogadas dentro de um trem a caminho de um manicômio e 
de lá não tinham perspectiva de tratamento digno, ressocialização ou até mesmo de 
saírem vivos. Em seu livro documentário “Holocausto Brasileiro” a autora relembra 
que somente após denúncia dessas condições e mudanças nas políticas públicas de 
saúde é que houve melhorias na assistência aos pacientes psiquiátricos dando fim a 
segregação dos mesmos. 
Por serem os transtornos mentais mais comuns, de ampla incidência e 
prevalência dentro da sociedade nos dias atuais; as neuroses, ansiedade e 
depressão, assim como suas definições e classificações, serão os contextos principais 
deste estudo, o qual irá enfatizar o olhar social frente a essas doenças, bem como o 
entendimento do indivíduo sobre suas formas de tratamento. 
Tomando essas reflexões como referência, pressupõe-se que é de suma 
importância analisar a percepção da qual a sociedade se apropriou conforme o passar 
do tempo, para a realização de novas táticas de promoção à saúde mental, visto que 
mesmo após a reforma psiquiátrica no Brasil, onde foram quebrados alguns estigmas 
quanto aos transtornos mentais, o paciente psiquiátrico ainda encontra o maior 
empecilho que contribui para a não adesão ou adesão irregular ao seu tratamento: o 
preconceito. 
15 
 
Diante desses fatores levanta-se o seguinte questionamento: Qual a percepção 
da sociedade pós reforma psiquiátrica em relação aos transtornos mentais e qual o 
seu entendimento sobre os recursos terapêuticos existentes nos dias atuais? 
 
1.1 Objetivos 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
Este estudo teve como objetivo investigar qual a percepção e entendimento da 
sociedade quanto aos transtornos mentais, bem como seus recursos terapêuticos. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
 Explorar a percepção e opinião dos acadêmicos de graduação de uma faculdade 
sobre os transtornos mentais, depressão e ansiedade. 
 Revelar qual é o entendimento dos indivíduos quanto às formas de tratamento, 
bem como se acreditam na reintegração e ressocialização do doente mental. 
 A partir dos dadoscoletados e analisados, utilizá-los para ampliar a pesquisa a 
respeito do assunto em pontos mais críticos. 
 Propor práticas educativas junto a grupos de interesse, visando um melhor 
entendimento coletivo a respeito do sofrimento mental. 
 
 
 
 
16 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 Metodologia 
 
Foi realizada pesquisa descritiva de caráter qualitativo por meio de questionário 
semiestruturado, aprovada no comitê de ética em pesquisa sob o número do parecer 
substanciado 5138.06/2018 (ANEXO 1) . O objetivo da entrevista foi investigar a 
percepção e entendimento dos alunos de graduação dos cursos de direito, 
contabilidade e administração, quanto aos transtornos mentais, bem como seus 
recursos terapêuticos. 
A aplicação do questionário foi realizada na Nova Faculdade de Contagem-MG 
com 50 acadêmicos que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE) (ANEXO 2). 
A aplicação do questionário (ANEXO 3) contemplou categorias e subcategorias 
relacionadas a percepção sobre a doença mental e seus recursos terapêuticos, como 
evidenciada na tabela 1. 
 
Tabela 1 - Categorias e Subcategorias da Entrevista 
Categoria Subcategorias 
Código 
Subcategoria 
1 
Percepção em relação ao 
transtorno mental 
Conhecimento sobre os transtornos mentais 
e formas de tratamento 
1A 
Vivência do TM no próprio ambiente 1B 
2 
 Percepção dos 
entrevistados em relação à 
pessoa com TM 
TM auto-referido 2A 
Visão do outro com TM 2B 
Profissionais de saúde envolvidos na 
assistência à pessoa com TM 
2C 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Também foram realizados levantamentos bibliográficos para compor o 
referencial teórico da pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific 
Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana do Caribe em 
Ciências e Saúde (LILACS), por meio dos descritores controlados: Estigma and 
Doença Mental; Enfermagem and Saúde Mental; Reforma Psiquiátrica; Depressão; 
Ansiedade; Psicose; e Neurose. 
17 
 
Foram utilizados como parâmetros de inclusão dos artigos: língua portuguesa, 
texto integral disponível gratuitamente, publicados dentro do período de 1980 a 2017 
e que abordassem a temática de interesse. Como fatores de exclusão ficaram 
definidos os artigos que não abordaram assuntos de interesse para esta pesquisa. 
Os dados foram tabulados em uma tabela dinâmica, utilizando o programa 
Microsoft Excel. As conclusões foram tomadas de forma subjetiva, a partir da 
frequência das respostas das questões. 
 
2.2 Referencial Teórico 
 
2.2.1 História da Doença Mental 
 
Desde os primórdios o conceito de doença mental vem sendo esclarecido de 
diferentes formas conforme o crescimento econômico, político e a organização das 
sociedades, sendo que, para cada ponto de vista referente ao processo de 
adoecimento, existiu uma forma de tratamento (SILVA; FONSECA, 2003). 
Conforme discorrido por Videbeck (2012,p.18) no que concerne às perspectivas 
históricas do tratamento das doenças mentais, “na Antiguidade, acreditava-se que 
qualquer doença indicava insatisfação dos deuses, sendo uma punição por pecados 
e má conduta.” Dessa forma, os doentes mentais eram concebidos como pessoas 
demoníacas, sofrendo sérias punições como a fogueira, ou eram consideradas 
divinas, sendo cultuadas, dependendo do seu comportamento. 
De acordo com Silva e Fonseca (2003), os primitivos acreditavam que o 
adoecimento mental era causa de fenômenos mágico-religiosos e a única forma de 
cura do indivíduo era a expulsão dos espíritos pelos índios xamãs, sendo essa 
modalidade ainda encontrada nas tribos indígenas. Prosseguindo com o estudo dos 
autores, na Idade Média, os que profanavam contra a igreja católica eram retratados 
como loucos, sendo queimados na fogueira da inquisição ou lançados à deriva de um 
navio chamado Nau dos Insensatos, ou Nau dos Loucos, o qual levava os doentes 
mentais para lugares remotos, longe da civilização (SILVA; FONSECA, 2003). 
O doente mental começou a ser tratado com um pouco de dignidade no período 
do Iluminismo, quando o médico Phillippe Pinel e o filantropo Willian Tukes 
reestruturaram o conceito de asilo em 1790, tornando-o um lugar mais seguro, com o 
objetivo de remover os pacientes das prisões que os “castigavam” somente por terem 
18 
 
doença mental. Todavia, esse período foi breve, pois essas instituições eram 
afastadas da civilização, tornando os doentes segregados, distantes de seus 
familiares, e os mesmos sofriam abuso por parte dos cuidadores, tornando o asilo 
provido de sentido negativo (GOLLAHER, 1995 apud VIDEBECK, 2012). 
No século XVII, conforme exposto por Amarante (1995, p. 491) o doente mental 
era referido como alienado, não dotado “de gozar da razão plena e, portanto, da 
liberdade de escolha”, sendo esta última o pré-requisito de cidadania, sendo portanto, 
enclausurados em asilos, nos quais recebiam todos aqueles considerados loucos e 
despossuídos da razão perante a sociedade. 
Em seu trabalho, Amarante (2007) cita o filósofo Michel Foucault e sua 
definição para os asilos como um novo ‘lugar social’ e “O Grande Enclausuramento” 
do louco. O autor salienta que na obra de Foucault “A História da Loucura”, é 
idealizada a distinção entre indivíduos com sofrimento mental dos indivíduos 
considerados à margem social, mencionando a antipsiquiatria como uma oposição à 
saúde mental hospitalocêntrica, alusiva somente à terapia medicamentosa, 
agregando visão ampla ao conceito da loucura, da qual não deve ser relacionada 
somente a causas orgânicas, mas também a condições de convivência social. 
Os transtornos mentais passaram a ser adequadamente diagnosticados e 
tratados com estudos efetivos em psiquiatria por Sigmund Freud, e o surgimento dos 
fármacos psicotrópicos em 1950, reduziram pela primeira vez os sintomas 
relacionados às doenças mentais, diminuindo o tempo de hospitalização dos 
pacientes (VIDEBECK, 2012). 
No que concerne as diferentes visões dos transtornos mentais, Peters et. al. 
(2012, p. 03) relatam que “o transtorno mental em sua história é essencial para 
possibilitar a desnaturalização das concepções existentes, acompanhando as 
transformações.” Os autores mencionam as mudanças realizadas em relação ao 
atendimento ao doente mental, mediadas por Franco Basaglia, o qual voltou suas 
medidas para a reinserção social, lutando contra a exclusão e violência nos 
manicômios, o que ganhou os movimentos estudantis e de sindicatos dos 
trabalhadores no ano de 1978, exigindo o fechamento dos manicômios. (AMARANTE, 
1995 apud PETERS et. al., 2012). 
Ainda discorrendo sobre os conceitos históricos da saúde mental: 
A psiquiatria no Brasil até 1947 se caracterizou por quatro períodos: 1º 
período (1500 a 1817), em que a loucura não era considerada uma doença e 
não havia uma preocupação com esta problemática; 2º período (1817 a 
19 
 
1852), quando a loucura passou a ser percebida e tratada como doença em 
função da organização urbana com a vinda da família real ao Brasil em 1808, 
e o 3º período (1852 a 1890) era conhecido como a era de ouro de asilos, a 
partir daí ocorreram mudanças nos tratamentos aos doentes mentais, estes 
passaram a ser recolhidos das ruas e não ficavam mais transitando, sendo 
restritos aos hospícios. (COSTA, 2005 apud PETERS et. al., 2012, p. 04) 
 
Um exemplo desse período de modelo asilar no Brasil foi à instituição do 
Hospital Colônia em Barbacena em 1903, que até então cumpria com seu dever de 
tratar adequadamente os doentes mentais até a década de trinta (VIDAL; BANDEIRA; 
GONTIJO, 2008 apud BOTTI; TORRÉZIO, 2014). A partir daí, houve uma demanda 
exacerbada de pacientes advindos de todos os Estados do país, resultando em 
incapacidade de atendimento, escassez de recursos materiais e humanos, tornando 
a assistência inadequada, com alto índice de mortalidade. (PEREIRA 2009 apud 
BOTTI; TORRÉZIO, 2014). 
As críticas a esse modelo assistencialcorroboraram com Movimento dos 
Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e encorajou jornalistas e intelectuais a lutar 
por melhores condições de tratamento e humanização dos doentes mentais, o que 
levou ao surgimento de novos serviços e estratégias, dando início à política de 
desinstitucionalização e reinserção social. (AMARANTE, 1995 apud BOTTI; 
TORRÉZIO, 2014). 
Esses acontecimentos, conforme exposto por Weber e Juruena (2017), deram 
origem à consolidação da Política Nacional de Saúde Mental (PNSM), a qual idealizou 
o fechamento de leitos em hospitais psiquiátricos e instaurou a criação de serviços 
que oferecessem assistência ambulatorial, a fim de suprir a necessidade de 
atendimento do doente mental de forma extra-hospitalar, contribuindo para sua 
reinserção social (BRASIL, 1992 apud WEBER; JURUENA 2017). 
 
2.2.2 Definição e Classificação dos Transtornos Mentais 
 
2.2.2.1 Psicoses 
 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), define os 
transtornos psicóticos, incluindo a esquizofrenia, como anormalidades em um ou mais 
dos cinco domínios a seguir: delírios, alucinações, pensamento (discurso) 
desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal 
20 
 
(sintomas positivos); e embotamento afetivo, catatonia, apatia, afeto hipomodulado, 
(sintomas negativos) entre outros (DSM-V, 2014). 
Conforme descrito por Andreasen e Black (2009,p.127), “a esquizofrenia faz 
com que o indivíduo tenha modificações profundas na capacidade de pensar com 
clareza e de sentir emoções”. Ocorre principalmente na adolescência e raramente na 
vida adulta, comprometendo diversos processos mentais, evoluindo em 70% dos 
casos (COSTA; VILELA, 2001). 
Segundo Costa e Vilela (2001, p.89), o fator herança genética é importante 
determinante da causa dessa doença, mas não de forma isolada [...] e “devemos 
admitir que a etiologia da esquizofrenia ainda não é amplamente conhecida e que 
entendemos sua fisiopatologia”. Porém, é necessário a presença de um fator 
ambiental para que funcione como elemento desencadeador, um agente estressor, 
contudo, quanto maior o grau de parentesco com um paciente esquizofrênico, maior 
é a probabilidade de desenvolvimento da doença (COSTA; VILELA, 2001). 
Segundo Costa e Vilela (2001), em relação aos aspectos biológicos das 
esquizofrenias, a teoria dopaminérgica continua em evidência, sendo que outros 
neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina, GABA, glutamato e 
neuróptides receberam atenção a partir de 1980. 
De acordo com Videbeck (2012), o tratamento primário para esquizofrenia é 
com medicamentos antipsicóticos ou neurolépticos, os quais não atuam na cura, mas 
na atenuação dos sintomas, funcionando como uma espécie de antagonista da ação 
dos neurotransmissores envolvidos. 
Os antipsicóticos de segunda geração ou antipsicóticos atípicos são 
considerados mais eficazes no tratamento, devido sua ampla atuação tanto em 
sintomas positivos, quanto em sintomas negativos, possuindo ação antidepressiva e 
com menos efeitos colaterais, ao passo que os antipsicóticos de primeira geração só 
atuavam sobre os sintomas positivos (VIDEBECK, 2012). 
Outra forma terapêutica para transtornos psicóticos graves é a 
eletroconvulsoterapia (ECT), a qual “consiste na indução de convulsões 
generalizadas, com duração de 20 a 150 segundos, pela passagem de uma corrente 
elétrica pelo cérebro” (FIGIEL, et. al., 1998, apud PERIZZOLO et. al., 2003, p. 327). 
A ECT, segundo Costa e Vilela (2001), é utilizada também em quadros 
catatônicos, depressivos e só deve ser recorrida em caso de ineficácia ou intolerância 
ao tratamento com psicofármacos, ou em associação com os mesmos. Embora seja 
21 
 
um recurso terapêutico associado negativamente a métodos de tortura ou punição 
(em questões políticas), a ECT é utilizada em todo o mundo como tratamento de 
primeira linha para transtornos depressivos e psicoses graves. (COSTA; VILELA, 
2003) 
Videbeck (2012) salienta que além da psicofarmacoterapia, as terapias 
individuais e em grupo, terapia e educação familiar, e o treinamento de habilidades 
sociais também formam uma rede de apoio ao tratamento do paciente psicótico. 
Para Costa e Vilela (2003) a psicoterapia e psicofarmacoterapia funcionam de 
forma complementar no tratamento da esquizofrenia, contribuindo para que o paciente 
compreenda seu estado mental, dando enfoque à presença de fatores psicológicos, 
sociais e familiares na doença. 
Além da psicoterapia, a intervenção familiar também exerce importante papel 
no tratamento do doente, visto que a família tem fortes tendências a negar e 
negligenciar a doença, sendo assim primordial a informação e esclarecimento das 
dúvidas que geram medo e sofrimento, o treinamento de habilidades comunicativas, 
o estudo das condutas e intervenção em caso de surgimento de problemas. (COSTA; 
VILELA, 2003) 
 
2.2.2.2 Neuroses 
 
Segundo Cortesão (1980, p. 413) “as neuroses são perturbações psíquicas ou 
doenças mentais que afetam o funcionamento espontâneo da personalidade e a 
relação do Próprio com o mundo exterior.”, sendo que o termo “neurose”, foi formulado 
no século XVIII pelo médico escocês William Cullen. Suas causas não são 
específicas, porém seu desenvolvimento atribui-se a fatores psicossociais. 
O sujeito neurótico tende a ser mais suscetível às mudanças de humor, pois 
seus sentimentos e emoções são mais exacerbados por natureza. Sigmund Freud 
(1924) analisou que “[...] em uma neurose o ego, em sua dependência da realidade, 
suprime um fragmento do id (da vida instintual) [...]”. 
 
... na neurose - e não me refiro somente a histeria, mas ao “status nervosus” 
em geral - existe, primariamente, uma tendência a depressão de ânimo e a 
diminuição da consciência do próprio “eu,” tal como encontramos, a título de 
sintoma isolado e altamente desenvolvido, na melancolia. (FREUD,1892, 
apud RODRIGUES, 2000, p.169) 
 
22 
 
De acordo com Cortesão (1980, p. 414), “na teoria psicanalítica, as origens da 
neurose são significativamente conectadas com o desenvolvimento genético-evolutivo 
da personalidade e, particularmente com o desenvolvimento nos primeiros anos de 
vida”. 
Para Dalgalarrondo (2008), identificar um indivíduo neurótico, possibilita 
compreender os pacientes que apresentam sintomas de ansiedade, fobia, obsessão, 
histeria e hipocondria de forma oscilatória, frequente e constante. A neurose, segundo 
o autor, tem como ponto central a angústia e exerce no paciente, conflitos 
intrapsíquicos, como recalque, luta interna, impulsos inaceitáveis; e interpessoais 
relacionado a insatisfação constante com o que dá e recebe, mantendo o sofrimento, 
a frustração, a angústia, o empobrecimento e a inadequação tanto do Eu como das 
relações interpessoais. (DALGALARRONDO, 2008) 
Consoante à dissertação de Dalgalarrondo (2008, p. 319-320), a partir do 
manual diagnóstico DSM-IV, o termo Neurose foi substituído por Transtornos Mentais 
Menores, sendo classificado como “transtornos de ansiedade, sobretudo os 
transtornos de ansiedade generalizada, de pânico e de estresse pós-traumático, 
fóbicos, obsessivo-compulsivos, dissociativos, conversivos e de somatização. ” 
 
2.2.3 Transtornos da Ansiedade 
 
Segundo Costa e Vilela (2001), a ansiedade é um alerta normal, sentimento 
necessário de reação para alguma situação de perigo, sendo uma sensação 
desagradável de apreensão, acompanhada de mal-estar, dor no peito, suor excessivo, 
inquietação, entre outros sintomas. Já a ansiedade patológica, se refere a todo esse 
conjunto de sintomas em intensidade, duração e frequência fora do padrão de 
normalidade, sendo definida como um estado emocional repetitivo ou persistente 
(COSTA; VILELA, 2001) 
Os transtornos de ansiedade são uma das principais causas de sofrimento e 
comprometimento, caracterizados por medo ou preocupação excessivos ou 
irracionais (ANDREASEN; BLACK, 2009). São classificados,segundo Kapczinski, 
Quevedo e Izquierdo (2011) como agorafobia com ou sem transtorno de pânico, 
transtorno de pânico (TP), transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de 
estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de ansiedade social (TAS) e transtorno 
obsessivo-compulsivo (TOC). 
23 
 
Em relação a etiologia, as teorias genéticas como fatores desencadeantes, são 
descritas por Videbeck (2012), parentes de primeiro grau de pacientes com ansiedade 
aumentada, tendem a apresentar predisposição elevada para ansiedade, sendo TAG 
e TOC com predisposição acentuada e agorafobia, pânico, fobia social e específica, 
com predisposição moderada. 
Conforme correlacionado por Videbeck (2012) sobre as teorias neuroquímicas 
desencadeantes de ansiedade, “o ácido gama-aminobutírico (GABA), é o 
neurotransmissor considerado disfuncional nos transtornos de ansiedade”. 
Pesquisadores definem que na ansiedade patológica, ocorre perturbação entre 
a regulação do GABA e noradrenalina, visto que a ansiedade é reduzida pelo primeiro 
e aumentada pela segunda, respectivamente. A serotonina também tem papel 
importante neste transtorno, atuando no TOC, em TP e no TAG, assim como a 
noradrenalina em excesso, exerce papel também no TAG e no TEPT. (NEUMEISTER; 
BONNE; CHARNEY, 2005 apud VIDEBECK, 2012). 
Em conformidade com Dalgalarrondo (2008), no que compete à sintomatologia 
dos transtornos de ansiedade generalizada (TAG), o indivíduo possui ansiedade 
excessiva na maior parte dos dias, pelo menos durante seis meses, vive angustiado, 
tenso, preocupado, nervoso ou irritado, sendo frequentes episódios de insônia, 
angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade de concentração. 
Videbeck (2012, p. 247) menciona que o ansioso grave “não consegue mais 
prestar atenção nem assimilar informações”, [...] fazendo com que o mesmo tenha 
problemas no desempenho social ou profissional. 
Ainda mencionando Dalgalarrondo (2008), para diagnosticar os transtornos de 
ansiedade, deve-se pontuar as síndromes apresentadas, a duração e intensidade das 
mesmas e, principalmente considerar se esses sintomas ansiosos resultam em 
sofrimento significativo na vida social e ocupacional do indivíduo. 
Costa e Vilela (2001) enfatizam que o paciente com TAG, são sintomáticos em 
três principais áreas como tensão motora, caracterizados por tremores, incapacidade 
de relaxar, inquietação, fadiga, cefaleia tensional; hiperatividade autonômica, 
caracterizada por dispneia, taquicardia, sudorese, tonturas, epigastralgia, náuseas, 
diarreia; e hiperestimulação, englobando vigilância, irritabilidade, insônia inicial e 
intermitentes e resposta exagerada a sustos. 
Em referência às terapias medicamentosas para os transtornos de ansiedade, 
Cruz et. al. (2016), destacam os benzodiazepínicos como primeira escolha para tratar 
24 
 
os transtornos de curta duração, ponderando que os mesmos não podem ser 
utilizados por longo prazo, devido ao risco de dependência química, sendo os 
antidepressivos a opção de primeira linha para o tratamento efetivo da ansiedade. 
Videbeck (2012), ressalta que o tratamento abrange os medicamentos, mas 
também a terapia, sendo fundamental essa combinação para o alcance de bons 
resultados. 
Segundo Costa e Vilela (2001), os principais métodos psicoterápicos utilizados 
são a psicoterapia cognitiva-comportamental, a qual é composta por reestruturação 
cognitiva, psicoeducação, relaxamento, retreinamento da respiração, entre outros, e 
a psicoterapia de apoio, onde ocorre a tranquilização sobre a natureza da ansiedade, 
remoção ou alívio de estresse ambiental e apoio em situações ansiosas. 
Cheik et. al. (2003), enfatizam a importância da prática de atividades físicas 
como atenuantes dos sintomas da ansiedade e para melhoria da qualidade de vida do 
paciente. Os autores esclarecem que o indivíduo que pratica atividade regular, libera 
endorfinas e dopamina, provocando efeito anestésico e analgésico, resultando no 
relaxamento do corpo após o esforço físico, contribuindo para o restabelecimento do 
seu equilíbrio psicossocial frente aos estímulos externos (BROGAN, 1981; 
CARDOSO, 1992 apud CHEIK et. al. 2003). 
 
2.2.4 Depressão 
 
“Do ponto de vista psicopatológico, as síndromes depressivas têm como 
elementos mais salientes o humor triste e o desânimo” (DEL PINO, 2003 apud 
DALGALARRONDO 2008, p. 307). Segundo o DSM-V, “a característica comum dos 
transtornos depressivos é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado 
de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de 
funcionamento do indivíduo” (DSM-V, 2014, p. 155). 
Em concordância com Costa e Vilela (2001), naturalmente o ser humano possui 
ligação com o mundo através da afetividade, podendo oscilar entre alegria e tristeza, 
porém a duração, frequência e intensidade são os determinantes do transtorno de 
humor. Estar deprimido é comum, pelo óbito de um ente querido, por exemplo, 
contudo, a partir do momento que esse quadro se intensifica em longo prazo, tornando 
tudo desprazeroso, dando lugar aos distúrbios do sono, inapetência e falta de 
interesse, pode-se considerar um quadro de depressão patológica. 
25 
 
Conforme exposto por Costa e Vilela (2001, p.51), “a depressão tem o mesmo 
impacto social que produzem as doenças coronarianas, diabetes mellitus e artrites.” 
De acordo com os mesmos autores, sua frequência é maior em pessoas de 20 a 40 
anos, no sexo feminino, com antecedentes familiares de primeiro grau e pós-parto 
depois de seis meses. 
Os transtornos depressivos se classificam em: transtorno disruptivo da 
desregulação do humor, transtorno depressivo maior, transtorno depressivo 
persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo 
induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido à outra condição 
médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não 
especificado (DSM V, 2014) 
Além da classificação supracitada, Costa e Vilela (2001) mencionam os 
transtornos de bipolaridade, dos tipos I e II, a depressão psicótica e a ciclotimia 
também como transtornos afetivos. 
Costa e Vilela (2001) acentuam o quão grande é o estigma em relação aos 
transtornos depressivos, referindo que boa parte da população ainda não tem 
conhecimento da depressão como uma doença relacionada ao funcionamento 
cerebral. As pessoas costumam atribuir os sintomas da doença ao caráter, à 
educação inadequada, aos erros do passado ou pecados cometidos no decorrer de 
uma vida indigna, em detrimento dos seus aspectos genéticos, biológicos e 
psicossociais. 
Videbeck (2012), aponta os desequilíbrios químicos e biológicos como fatores 
desencadeantes dos transtornos de humor e pontua também que acontecimentos 
interpessoais e psicossociais são fortes agravantes que provocam instabilidade nos 
neurotransmissores envolvidos. A autora ressalta que estudos genéticos implicam a 
transmissão da depressão grave entre familiares de primeiro grau, que correm risco 
duas vezes maior de desenvolver depressão em comparação com a população em 
geral (APA, 2000 apud VIDEBECK, 2012). 
Quanto aos aspectos biológicos, Costa e Vilela (2001), revelam que há 
evidências significativas a favor da participação de neurotransmissores 
serotoninérgicos, dopaminérgicos, noradrenérgicos, acetilcolinérgicos, gabaérgicos e 
neuropetidérgicos no desenvolvimento da fisiopatologia dos transtornos da 
afetividade, apontando os distúrbios hormonais como possíveis resultantes. 
26 
 
 Em relação aos aspectos socioculturais como desencadeantes da depressão, 
Costa e Vilela (2001) relatam que algumas bibliografias atribuem a doença a um 
fenômeno social, e outras consideram somente os fatores biológicos. Os mesmos 
ressaltam a importância das reações de perda e tristeza persistentes como possíveis 
antecipadores da doença, ao passo que também é comum a ocorrênciade depressão 
após algum acontecimento que proporcione satisfação à pessoa, como promoção no 
trabalho e aumento de salário, por exemplo. Os autores ainda explanam que esses 
fatores não devem ser uma determinação diagnóstica, todavia os profissionais 
envolvidos não podem descartar a história de vida do paciente como fator favorável à 
evolução da doença (COSTA; VILELA, 2001). 
Segundo Costa e Vilela (2001), a pessoa deprimida tende a apresentar 
insensibilidade e desinteresse, sendo a anedonia o principal sintoma determinante 
para os transtornos depressivos, cujo termo implica o sentimento de desprazer. O 
indivíduo pode apresentar alterações de motricidade, podendo alcançar um estágio 
de completa imobilidade, como se não houvesse mais energia. O diálogo se torna 
monossilábico, há queda significativa da autoestima, sentimento de desesperança e 
abandono, contribuindo para a possível tentativa de autoextermínio. 
Wannmacher (2004) explicita que o indivíduo deprimido tende a adquirir 
alterações do apetite e consequentemente do peso, alterações do sono, como insônia 
ou hipersonia, dificuldade de concentração e perda no desempenho sexual, podendo 
surgir sintomas psicóticos como delírios e alucinações. 
Pelo menos cinco critérios diagnósticos para os transtornos depressivos, 
devem estar presentes por duas semanas: humor deprimido, desânimo, perda do 
interesse, alterações do apetite e sono, anedonia, fadiga, perda de energia, 
pessimismo, baixa autoestima, concentração prejudicada, pensamentos de morte ou 
suicídio e retardo ou agitação psicomotora, devendo ser realizada a junção de pelo 
menos cinco sintomas supracitados com duração de duas semanas, prejuízo no 
funcionamento psicossocial, sendo um dos sintomas o humor deprimido, ou perda de 
interesse ou desprazer. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002, apud 
DALGALARRONDO, 2008, p. 310). 
Costa e Vilela (2001), explicam que devido ao preconceito e estigma 
relacionado aos transtornos depressivos, ocorre a difícil adesão do paciente ao 
tratamento, impedindo-o de procurar ajuda médica, aumentando o seu sentimento de 
desesperança. 
27 
 
A psicoterapia, segundo Costa e Vilela (2001), é indicada como recurso 
complementar à farmacoterapia com antidepressivos, visto que não pode ser utilizada 
de forma isolada em pacientes graves com ideação suicida ou com outras doenças 
orgânicas associadas. Porém, os autores salientam que o tratamento de escolha é o 
medicamentoso, sendo três tipos de fármacos para cada tipo bioquímico de 
depressão: os antidepressivos serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos, 
cuja ação está relacionada respectivamente, à depressão com déficit de serotonina e 
catecolaminas. 
Ainda seguindo o pensamento de Costa e Vilela (2001), ao contrário do que 
muitas pessoas imaginam, os antidepressivos não possuem propriedades capazes de 
tornar uma pessoa deprimida eufórica, porque fazem pouco ou nenhum efeito sobre 
pessoas não diagnosticadas com transtornos depressivos. 
 
2.2.5 Papel do enfermeiro na desconstrução de paradigmas relacionados à 
doença mental 
 
É sabido que a doença mental ainda carrega um sentido desdenhoso em 
comparação às doenças físicas. A sociedade até então, considera de forma geral que 
o doente mental oferece risco às pessoas, conceituando que o mesmo é agressivo, 
violento, incapaz e associa a doença à quebra de conduta, crenças e valores morais 
(WEBER, 2012 apud WEBER; JURUENA, 2017). 
Segundo Souza et. al. (2016, p. 527), “[...] a sociedade percebe o fenômeno da 
doença mental como relacionado à improdutividade, a algo negativo, suscetível de 
reclusão e, sobretudo, à periculosidade”. E de acordo com alguns estudos explorados, 
essa situação não envolve somente pessoas leigas, desprovidas de conhecimento do 
processo de saúde e doença relacionado à saúde mental e seu respectivo contexto 
histórico, mas também dos próprios profissionais e acadêmicos da saúde. 
Em um estudo com 480 estudantes de universidades públicas e privadas do 
Brasil, nas áreas de medicina, psicologia e enfermagem, Souza et. al. (2016), 
evidenciaram a existência de paradigmas biomédicos acerca da doença mental, ao 
afirmar que os alunos ainda percebem o doente com alusão ao medo e exclusão, 
utilizando palavras como ‘doido’ e ‘doença’, reforçando o quão ainda é estigmatizada 
a saúde mental, mesmo após a reforma psiquiátrica. 
28 
 
Elias, Tavares e Cortez (2013), realizaram um estudo baseado na observação 
de cuidados de enfermagem à pacientes psiquiátricos em uma unidade de emergência 
de um hospital geral no Rio de Janeiro e evidenciaram um estado de abandono dos 
pacientes doentes mentais por parte dos enfermeiros. Quando havia na unidade a 
presença de pacientes psiquiátricos, os profissionais enfermeiros se esquivavam dos 
seus cuidados, preferindo prestar assistência aos demais pacientes (não psiquiátricos, 
porém com mesma condição clínica), em uma forma de evitar o contato devido ao 
despreparo e/ou falta de conhecimento para abordagem adequada do doente mental. 
As autoras nos levam a refletir que “o preconceito da doença mental funciona 
como uma espécie de cegueira coletiva, que conduz ao não cuidado” e nos remete à 
importância de se considerar o sujeito e não focar em sua doença, contribuindo para 
a quebra desses paradigmas relacionados à doença mental, pois “as atitudes 
associadas ao estigma e preconceito impactam na prática de enfermagem de forma a 
descredenciar o ‘ser enfermeiro” (ELIAS; TAVARES; CORTEZ, 2013, p. 781). 
Elias, Tavares e Cortez (2013), mencionam que as novas políticas de saúde 
mental propiciam a convivência com o sujeito estigmatizado, no caso o doente mental, 
de forma que esse contato seja verdadeiro, empático e não imposto, ressaltando a 
importância de capacitar permanentemente profissionais, gestores e usuários. 
Elias (2012), destaca que o enfermeiro precisa conhecer melhor o paciente 
psiquiátrico, a fim de compreendê-lo e direcionar seu cuidado, abrindo mão de 
conceitos pejorativos sobre a doença mental, uma vez que esses conceitos pertencem 
ao senso comum e não às evidências científicas. A autora reflete que o que torna o 
sujeito diferente não são sua mudança de comportamento, seus delírios e 
alucinações, mas “a forma que os indivíduos que não possuem tais alterações 
percebem e enfrentam esse sujeito” (ELIAS, 2012, p. 104). 
Em relação à atuação da enfermagem na atenção primária, Lopes (2012, p. 14) 
afirma que “o enfermeiro precisa estar muito bem preparado para receber o paciente 
psiquiátrico, oferecendo suporte necessário à família com apoio e orientações [...]”, a 
fim de proporcionar qualidade de vida a todos. 
 
2.3 Resultados e Discussão 
 
O número de participantes que foram recrutados e integrados aos dados da 
pesquisa foi de 50 pessoas, sendo 18 do sexo feminino e 31 do masculino, com idade 
29 
 
entre 17 a 53 anos, conforme exposto na tabela 2. Um participante não atendeu aos 
critérios da pesquisa e foi desconsiderado. Foram contabilizados 77,5% de 
participantes solteiros; 16,3% casados e 6,2% divorciados. Em relação ao curso 
matriculado, 69,3% dos entrevistados são do curso de direito, 16,3% de 
administração, 12,2% de ciências contábeis e 2,2% não foi informado. 
 
Tabela 2- Características Sociodemográficas dos Entrevistados, Contagem (MG), 
2018. 
Variáveis n(49) % 
Gênero 
Masculino 31 63,3 
Feminino 18 36,7 
Idade 
<30 33 67,3 
30-53 15 30,7 
Não informado 1 2 
Estado civil 
Solteiro 38 77,5 
Casado 8 16,3 
Divorciado 3 6,2 
Curso 
Direito 34 69,3 
Ciências Contábeis 6 12,2 
Administração 8 16,3 
Não informado 1 2,2 
Fonte: Elaborado pela autora. 
30 
 
2.3.1 Categoria 1 - Percepção em relação ao transtorno mental 
 
2.3.1.1 Subcategoria 1A - Conhecimento sobre os Transtornos Mentais (TMs) e 
Formas de Tratamento 
 
Ao serem questionados sobre quais os transtornos mentais os acadêmicos já 
possuíamalgum conhecimento, foi encontrada a seguinte frequência: depressão 
95,9%, ansiedade 89,7%, anorexia 79,5%, fobias e transtorno bipolar 73,4% e 
esquizofrenia 65,3%. Acredita-se que por serem os TM de maior incidência e 
repercussão na atualidade, a depressão e a ansiedade lideraram a enquete. 
Quanto ao conhecimento sobre os tipos de tratamento, conforme evidenciado 
no gráfico 1, 89,7% dos alunos afirmam conhecer somente o acompanhamento com 
psiquiatra, 87,7% relataram a terapia com medicamentos, 55,1% apontaram a 
psicoterapia e 14,2% mencionaram a eletroconvulsoterapia (ECT) como tratamento 
de TM’s. Esses dados revelam a visão empobrecida, baseada no curativismo, ainda 
existente em relação aos TM’s e suas formas terapêuticas, a qual nos leva a 
subentender que o tratamento com médico psiquiatra e o uso de psicofármacos são 
recursos terapêuticos únicos e exclusivos no tratamento de TM’s, mesclando os 
recursos complementares e essenciais como a psicoterapia e terapia ocupacional. 
 
Gráfico 1 - Conhecimento sobre Tipos de Tratamento para TM 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
89,70% 87,70%
55,10%
14,20%
2%
Psiquiatra Medicamentos Psicoterapia ECT Outros
Conhecimento Sobre Tipos de Tratamento para Transtornos Mentais
31 
 
2.3.1.2 Subcategoria 1B - Vivência do TM no Próprio Ambiente 
 
Quando questionado sobre convívio com pessoas com transtornos mentais na 
família ou círculo de amizades, 69,3% dos alunos alegaram não conviver, 26,5% 
possuem vínculo ou conhecem alguma pessoa com TM e 4,2% não souberam 
informar. Dessas pessoas com TM mencionadas pelos entrevistados, 31,5% deles 
possuem depressão, 10,5% ansiedade, 5,2% têm transtorno bipolar, de personalidade 
e TDAH, enquanto 31,9% não souberam definir de forma adequada quais são esses 
transtornos. 
Em relação à necessidade de autotratamento para algum transtorno mental, 
4,1% admitiram ter passado por tratamento, 91,8% negaram e 4,1% dos entrevistados 
não informaram, segundo apresentado em gráfico 2. 
 
Gráfico 2 - Necessidade de Autotratamento para TM 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
2.3.2 Categoria 2 - Percepção dos Entrevistados em Relação à pessoa com TM 
 
2.3.2.1 Subcategoria 2A - TM Auto-Referido 
 
Referente ao compartilhamento de informações acerca do próprio estado de 
saúde mental, 20,4% dos entrevistados disseram que não divulgariam aos colegas de 
faculdade se estivessem em tratamento para algum TM; enquanto 46,9% falariam à 
respeito e 32,7% se abstiveram de opinar. 69,3% contaria aos amigos, enquanto 
Sim
4%
Não
92%
Não 
Informado
4%
32 
 
14,4% não revelaria sua situação de saúde. Porém, quando questionados se 
consultariam com algum profissional de saúde que mantivesse relações interpessoais 
com seu grupo de convívio (trabalho, faculdade ou vizinhança), 44,8% dos alunos 
disseram que não, enquanto 34,6% procuraria assim mesmo esse profissional e 
20,6% não expuseram seu ponto de vista, conforme exposto em gráfico 3. 
 
Gráfico 3 – Atendimento Por Profissional do Círculo de Convivência 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Quanto ao reconhecimento de ajuda para tratar um TM, 20,4% dos 
entrevistados responderam que se considerariam fracos se não conseguissem 
superar a doença sozinhos, 63,2% discordam dessa afirmativa e 16,4% não 
concordam nem discordam. 
Se porventura suspeitassem ter um TM, 3,9% dos entrevistados resistiriam a 
procurar ajuda, enquanto 92,4% estariam dispostos a buscar apoio profissional e 3,7% 
não manifestaram sua opinião. 
Observa-se uma divergência relacionada com o TM auto-referido, pois as 
condutas se diferem à medida que ocorre modificação dos atores. As pessoas não 
demonstraram possuir preconceito com pacientes com TM, no contexto dessa 
categoria. Ao serem instigadas a se colocarem no lugar do estigmatizado, percebem 
que também estarão passíveis de sofrer preconceito, visto que teriam certo receio 
pela divulgação do seu estado de saúde mental pelos profissionais de saúde 
envolvidos em seu tratamento. Segundo Volz et.al. (2015), o estigma retrata a 
Sim
34%
Não
45%
Não Concorda 
nem Discorda 
21%
33 
 
exclusão social e impede o fortalecimento e criação de identidade, ressaltando que 
além do preconceito social, há o preconceito da pessoa com sofrimento mental em 
relação a si mesmo. 
 
2.3.2.2 Subcategoria 2B - A visão do outro com TM 
 
No que se refere à forma de abordagem da pessoa com sofrimento mental, 
22,4% dos entrevistados relataram sentir mais conforto em ajudar uma pessoa com 
doença física, do que com uma doença mental; 36,7% não concordaram e nem 
discordaram dessa assertiva, e, 59,1% negaram essa resistência de abordagem. 
Sobre o reconhecimento de sinais e sintomas dos TMs, 8,3% dos alunos 
atribuiriam sintomas físicos (dor de cabeça, náuseas, vômito, etc...) a alguém com TM; 
ao mesmo tempo em que 73,4% não atribuiriam; e 18,3% não expôs seu ponto de 
vista. 
Dos participantes da pesquisa, 91,8% afirmaram que continuariam a se 
relacionar normalmente com um colega de turma se descobrisse que o mesmo possui 
algum transtorno mental, 2,1% não estariam dispostos e 6,1% não opinaram a 
respeito. 
Percebe-se que mesmo em pequeno percentual, foi evidenciado que alguns 
entrevistados ainda possuem resistência para compreender e conviver com pessoas 
em sofrimento mental. “O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou 
inadequados, que levam a preconceitos, discriminação e distanciamento social da 
pessoa estigmatizada” (FERNANDES, 2006 apud VOLZ, 2015, p. 881). 
No que concerne às relações de confiança no mercado de trabalho, segundo 
apresentado em gráfico 4, 61,2% das pessoas entrevistadas concordam que o 
paciente com TM pode ser contratado por alguma empresa, se sua doença estiver 
controlada, 24,4% delas não concordam, nem discordam; enquanto 14,4% não está 
de acordo com a inserção da pessoa com TM no mercado de trabalho. 
“[...]Os portadores de transtornos mentais acabam sendo duplamente excluídos 
do mercado de trabalho: em primeiro lugar, pelo estigma da doença e, em segundo, 
pela falta de capacitação para o trabalho” (NASCIMENTO; MARTINS, 2009 apud 
VOLZ, 2015, p. 879). Desta forma, é estabelecido um paradigma no qual o indivíduo 
com TM que não consegue entrar para o mercado de trabalho por causa de sua 
34 
 
condição de saúde, jamais conseguirá capacitação e experiência para desempenhar 
determinada função, sendo excluído também por essa razão. 
 
Gráfico 4 – O mercado de trabalho para a pessoa com TM 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
A grande maioria dos entrevistados, 53%, alegou que continuariam a solicitar 
serviços médicos de um profissional, mesmo sabendo que o mesmo possui algum 
TM; 20,5% não concordariam; e 26,5% não concordariam nem discordariam de 
continuar se submetendo à assistência médica com esse profissional. Sobre a ideia 
de contato com a pessoa com TM, 6,1% dos alunos relataram reagir negativamente 
em relação ao doente mental, 81,6% negaram essas reações, e 24,5% não opinaram. 
No tocante a essas supostas situações, um percentual mesmo que ínfimo, 
demonstra aversão à ideia de se relacionar com pessoas com TM. De acordo com 
Crochík (1996), a pessoa preconceituosa estabelece relações pessoais através de 
categorias, classificando os indivíduos, de forma que essas relações não impedem a 
formação dos estereótipos, fazendo com que o preconceito independe do sujeito alvo 
para ser instalado. A estereotipagem do indivíduo com TM pelas pessoas por si só já 
é determinante de aversão, mesmo que essas nunca tenham consolidado algum tipo 
de relação com os doentes mentais, pois ainda segundo Crochík (1996), “As 
características de um povo que foram determinadas historicamente, mais devido às 
circunstâncias sociais do que a si mesmo, são consideradas inerentes a ele”. 
O Portador de 
TM deve 
Trabalhar
61%
O Portador de 
TM não deve 
Trabalhar
15%
Não concorda 
nem discorda24%
35 
 
Dos acadêmicos entrevistados 14,2% desconhecem como ajudar uma pessoa 
com TM, enquanto 36,9% saberiam como intervir na necessidade de saúde do doente 
e 48,9% não conhece e nem desconhece. Uma minoria dos entrevistados, 8,1%, 
acredita que pessoas com TM não se esforçam por melhorias do seu estado de saúde, 
47,1% discordaram dessa hipótese e 44,8% não opinaram a respeito. 
Quando afirmado que raramente o doente mental apresenta essa 
agressividade, como demonstrado no gráfico 5, 46,9% dos participantes não 
concordaram, nem discordaram, 28,5% ponderaram concordando com a afirmativa e 
24,6% discordaram, levando à subentender que o TM torna o indivíduo violento com 
outras pessoas. Conforme exposto por Ferreira et.al. (2015), as crenças disseminadas 
de que a pessoa com TM não consegue estabelecer relações interpessoais 
adequadas, sendo vistos, em sua grande maioria, como instáveis emocionalmente e 
agressivos, contribui para a permanência do estigma e distanciamento social. 
 
Gráfico 5 - O Doente Mental é agressivo? 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Dos alunos participantes, 38,7% não concordaram nem discordaram que 
pessoas com TM podem trabalhar com crianças se clinicamente estáveis, enquanto 
36,9% aprovam e 24,4% não aprovam essa relação do doente, mesmo estando em 
tratamento efetivo para seu transtorno mental, segundo apresentado no gráfico 6. 
 
O Doente Mental 
é Agressivo 
28%
O Doente Mental 
Não é Agressivo 
25%
Não concorda 
nem discorda
47%
36 
 
Gráfico 6 - “Eu não aprovo que pessoas com TM trabalhem com crianças, mesmo 
se clinicamente estáveis”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Ainda em associação às relações de convivência, 87,7% dos entrevistados não 
se importariam em ter um colega com TM em sua turma na faculdade, 4% se 
incomodaria, 6,1% não concordaria e nem discordaria dessa afirmativa e 2,2% 
deixaram essa questão em branco. 
Em relação aos supostos fatores percussores da depressão, sob a ótica da 
visão de mundo da sociedade, de acordo com o gráfico 7, 36,8% dos entrevistados 
não concordam que referências religiosas e aspectos financeiros têm influência direta 
como causalidade da doença, enquanto 32,6% possuem plena convicção quanto à 
isso e 30,6% não expuseram opinião. Conforme exposto por Crochík (1996), uma das 
características do preconceito é a atribuição de julgamentos e comportamentos 
relacionados a um dado objeto, quando na verdade não condiz com a realidade 
daquele objeto, constituindo uma visão distorcida dos fatos; e outro elemento, é a 
caracterização generalizada de um grupo a todas as pessoas que a ele pertencem. 
Observa-se que o percentual quase se distribuiu por partes iguais, reforçando que 
esse estigma de que o paciente depressivo necessita de referências religiosas e 
situação financeira estável, para obter equilíbrio consigo mesmo e sociedade, ainda 
se faz muito presente. 
 
Sim
37%
Não 
25%
Não Informado 
38%
37 
 
Gráfico 7 - “Pessoas em quadro de depressão e/ou ansiedade que cometem 
suicídio, o fazem por estar distante de uma referência religiosa, por situação 
financeira desordenada, entre outros”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Quanto à execução das atividades de vida diária pelas pessoas com TM, 
segundo exibido no gráfico 8, 8,1% dos alunos afirmam que o paciente depressivo 
não se esforça para organizar sua casa e não possui força de vontade para seu 
autocuidado; 34,6% não concordam nem discordam, e 57,3% discordam dessa 
afirmativa. 
 
Gráfico 8 - “Acredito que pessoas em estado depressivo não se esforçam para 
organizar sua casa e muito menos para seu autocuidado”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Concordam
33%
Não 
Concordam
37%
Não 
Informado
30%
Se Esforça
57%
Não se 
Esforça
8%
Não 
concorda 
nem 
discorda 
35%
38 
 
Para 14,2% dos participantes, o dependente químico não adere ao tratamento 
porque prefere viver dessa forma; 49,1% discordam desta assertiva e 36,7% se 
absteve de revelar opinião, de acordo com evidências do gráfico 9. 
 
Gráfico 9 - “A pessoa que possui vício em álcool e/ou outras drogas não procura 
tratamento porque, na verdade prefere viver dessa forma”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
É sabido que as classes mais fragilizadas e marginalizadas socialmente, como 
homossexuais, mulheres, negros, deficientes, pessoas com HIV e transtornos 
mentais, são objetos de preconceito. Seguindo esse raciocínio, Crochík (1996), reflete 
que o preconceituoso enxerga o seu objeto como algo que ele deve negar em sua 
própria existência, ou seja, a fragilidade social instaurada no objeto de preconceito é 
o que o indivíduo preconceituoso mais teme para si. 
Percebe-se que a grande maioria dos participantes se absteve de expressar 
seu ponto de vista em algumas questões associadas ao outro como com sofrimento 
mental, como convivência ou relações interpessoais. Neste contexto, parte-se do 
pressuposto de que as pessoas possuem certo receio em expor opinião e serem 
rotuladas como preconceituosas. 
 
 
Sim
14%
Não
49%
Não Informado
37%
39 
 
2.3.2.3 Subcategoria 2C - Profissionais de Saúde Envolvidos na Assistência à 
pessoa com TM 
 
No que se refere ao conhecimento de deveres e responsabilidades dos 
profissionais da área de saúde mental, explicitado no gráfico 10; um percentual de 
40,8% dos alunos participantes da pesquisa alega que esses têm a responsabilidade 
de transmitir esperança às pessoas com TM; 40,8% se abstiveram, e 18,4% 
discordam dessa condição. 
 
Gráfico 10 - “É responsabilidade dos profissionais da saúde transmitir esperança ao 
paciente com TM”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
O gráfico 11 notabiliza o conhecimento dos participantes em relação às 
atribuições das equipes de saúde, e, 45% dos alunos, acreditam que os profissionais 
envolvidos têm o dever de defender o paciente com TM, enquanto 16,3% afirmam que 
os mesmos são desprovidos dessa obrigação e 38,7% não definiram opinião. 
 
 
Sim
41%
Não
18%
Não 
Informado
41%
40 
 
Gráfico 11 - “Prestadores de cuidados de saúde não precisam ser defensores das 
pessoas com TM”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Dos participantes da pesquisa, 8,1% referem à medicação como melhor 
tratamento para as doenças mentais, 43% não consideram a medicação como único 
recurso terapêutico e 48,9% não demonstraram seu ponto de vista, conforme o gráfico 
12. 
 
Gráfico 12 - “O melhor tratamento para o TM é a terapia medicamentosa”. 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 Pressupõe-se que as pessoas que se abstém de opinar, possuem 
conhecimento escasso no que diz respeito às formas terapêuticas atuais para os TM’s 
Concorda
45%
Discorda
16%
Não 
Concorda 
nem 
Discorda
39%
Sim 
8%
Não
43%
Nem 
Concorda 
nem Discorda 
49%
41 
 
e tampouco sabem sobre as atribuições das equipes de saúde envolvidas no processo 
de cuidados da a pessoa com TM. 
 A população ainda possui a concepção de que o paciente psiquiátrico é tratado 
à base de medicamentos sedativos como forma de contenção química, e métodos 
retrógrados como a camisa de força, utilizada em tempos remotos como contenção 
mecânica. A mídia televisiva, por exemplo, tem importante papel como formadora 
desse tipo de opinião, pois a desinformação quando se trata de assuntos que 
deveriam ser apontados com propriedade fidedigna é significativa. 
 A saúde mental e o processo de cuidar do paciente psiquiátrico são um tanto 
estereotipados quando os veículos de informação retratam a existência de 
manicômios isolados, pacientes vagando ociosamente pelos corredores e 
‘eletrochoque’ sem o mínimo de segurança e humanização ao paciente, sendo 
aplicado como forma de punição e tortura. 
 
 
42 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Foi observado neste estudo que a maior parte das pessoas entrevistadas, por 
terem bom nível de escolaridade e acessibilidade à informação, possui umaconcepção positiva, em relação aos transtornos mentais. Porém, são providas de 
pouco conhecimento no que diz respeito às formas de tratamento, atribuições dos 
profissionais de saúde envolvidos, e demais aspectos em relação ao processo de 
ressocialização do indivíduo em sofrimento mental. 
Conforme evidenciado na pesquisa, muitas pessoas não fornecem opinião, de 
forma que subentende-se que as mesmas têm receio de parecer preconceituosas, ou 
por mero desconhecimento do assunto. Ainda há muito que fazer para que as políticas 
de reinserção social sejam cumpridas, mas o primeiro passo é subsidiar recursos para 
que se mude o ponto de vista social sobre a saúde mental em geral, partindo da 
educação em saúde nas comunidades. Para isso o governo deve ser o norteador 
principal na quebra dos estigmas e estereótipos associados à saúde mental. 
O preconceito contra pessoas em sofrimento mental é denominado psicofobia. 
É previsto o Projeto de Lei do Senado nº 74, de 2014, a fim de tipificar como crime o 
preconceito, discriminação e violência contra as pessoas com deficiência ou 
transtorno mental. 
Este estudo contribuiu para esclarecer a percepção da população em relação 
à pessoa com doença mental, porém é necessário maior número de estudos que o 
complementem. 
 
43 
 
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2018. 
47 
 
ANEXO 
 
ANEXO 1 – Parecer Substanciado CEPSCBH 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
 
Título do Projeto Percepção dos alunos de uma universidade privada de Minas 
Gerais quanto aos transtornos mentais e seus recursos terapêuticos 
 
Prezado Senhor (a), 
 
Você está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa que estudará o olhar dos 
alunos da graduação frente aos transtornos mentais e a percepção dos recursos 
terapêuticos. Sua participação não é obrigatória. O objetivo do projeto é avaliar qual a 
visão dos participantes sobre os indivíduos acometidos por transtornos mentais e suas 
formas de tratamento. 
 
Procedimentos do Estudo 
 
Para participar deste estudo solicito a sua especial colaboração em autorizar a 
realização de uma entrevista baseada em um questionário semiestruturado. A partir 
dos dados coletados na entrevista, será possível ter uma visão mais ampla a respeito 
do assunto e propor melhorias que poderão trazer benefícios aos pacientes e aos 
participantes da pesquisa. 
 
Riscos e desconfortos 
 
A possibilidade de riscos envolvendo o projeto é mínima, tendo em vista que os dados 
serão mantidos em sigilo, e as perguntas formuladas não trazem elementos que 
possam trazer situações constrangedoras ou vexatórias. 
 
Benefícios 
 
Espera-se, como resultado deste estudo, que seja evidenciado o conhecimento das 
pessoas sobre transtornos mentais, a fim de possibilitar ações que possam quebrar 
paradigmas em relação aos mesmos. 
 
49 
 
Custos/Reembolso 
 
Você não terá nenhum custo com a sua participação no estudo e também não 
receberá pagamento pelo mesmo. Cabe ressaltar que em casos especiais, como o da 
ocorrência de algum prejuízo financeiro percebido, você será prontamente ressarcido. 
 
Caráter Confidencial dos Registros 
 
A sua identidade será mantida em sigilo e o projeto será mantido sob a guarda da 
pesquisadora por um período de 5 anos em arquivo. Os resultados do estudo serão 
sempre apresentados como o retrato de um grupo. Desta forma, o (a) aluno (a) não 
será identificado quando sua entrevista for avaliada, seja para propósitos de 
publicação científica ou educativa. 
 
Participação 
 
Sua participação neste estudo é muito importante e voluntária. Você tem o direito de 
não querer participar ou de sair deste estudo a qualquer momento, sem penalidades, 
perda de qualquer benefício que tenha direito nesta instituição. Você também pode 
ser desligado do estudo a qualquer momento sem o seu consentimento na seguinte 
situação: o estudo termine. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, favor notificar 
o pesquisador que esteja atendendo-o. O pesquisador responsável pelo estudo 
poderá fornecer qualquer esclarecimento sobre o estudo, assim como tirar dúvidas, 
bastando contato no seguinte endereço e/ou telefone: 
 
Nome da pesquisadora: 
1-Gabriela Rossi Ferreira 
2-Renata Ludimila Reis Cunha 
 
Telefone: 
1-(031)988002927 
2-(031)994507499 
 
50 
 
E-mail: 
1-gabirossi23@yahoo.com.br 
2-re.ludimila21@hotmail.com 
 
É importante citar que em caso de dúvidas sobre o projeto que você está participando, 
existe ainda a possibilidade de que você entre em contato com o Comitê de Ética em 
Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte, que é o setor responsável pela análise 
ética da pesquisa que está participando, pelo telefone 3238 8933, ou pelo e-mail: 
cep@santacasabh.org.br. 
 
10) Declaração de Consentimento 
 
Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar 
este termo de Consentimento livre esclarecido. Declaro que toda a linguagem técnica 
utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que 
recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma 
cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Compreendo que sou livre 
para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer 
outra penalidade. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para 
participar deste estudo. 
 
_________________________________________________ 
Nome do participante (em letra de forma) 
 
 __________________________________________ ______________ 
 Assinatura do participante Data 
 
Obrigado pela sua colaboração e por merecer sua confiança. 
 
_____________________________________________________ 
Assinatura do pesquisador - Data 
 
_____________________________________________________ 
Assinatura do pesquisador- Data 
51 
 
ANEXO 3 – Questionário Semiestruturado 
 
 
 
Sexo: ( ) F ( ) M Idade___________ 
Estado civil_________________________________ 
Curso matriculado: _______________ Período: _______ 
 
 
 
1-Tem algum familiar ou amigo próximo com doença mental? 
 
( ) Sim ( ) Não 
 
Qual? 
_________________________ 
 
2-Já necessitou de tratamento para alguma doença mental? 
 
( ) Sim ( ) Não ( ) Prefiro não responder 
 
Qual? 
_________________________ 
3-Sobre quais doenças mentais você possui algum conhecimento ou já ouviu falar: 
 
 
Instruções de resposta ao questionário: 
 
 
 Este questionário versa um conjunto de temáticas relativas ao modo como as 
pessoas compreendem as doenças mentais e suas respectivas formas

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