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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Andréa Roberta de Barros R.A: 820149126 Diogo Donizete Zanesco R.A: 820142905 Lukas Ferreira Lima R.A: 420132998 DIREITO CIVIL I Atividade Avaliativa A1 São Paulo 2020 QUESTÕES DE DIREITO CIVIL - A1 1. Caso a violação dos direitos da jogadora Bernardete Leia tivessem ocorrido enquanto ela tinha 16 anos, poderia ela mesmo ter atuado na defesa de seus direitos? Explique abordando os elementos da capacidade civil. Segundo Washington de Barros Monteiro: “Capacidade civil é a aptidão para adquirir direitos e exercer por si, ou por outrem, os atos da vida civil.” Assim como a personalidade, as pessoas de direito sempre terão capacidade, pois assim que nascem vivos são capazes de adquirir direitos e contrair obrigações. No entanto, a capacidade civil se divide em capacidade de direito e capacidade de fato., conforme explica Cezar Peluso: “A capacidade, porém, aqui mencionada é a de direito ou gozo, que difere da capacidade de fato ou de exercício. Aquela é atribuída a todo ser humano, mas esta só a possuem os que têm a faculdade de exercer por si os atos da vida civil.” No caso em abstrato, Bernardete Leia seria relativamente incapaz por ter 16 anos de idade, conforme o artigo 4º do Código Civil: “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;” No entanto, Bernardete Leia trabalha como jogadora de volei no Clube Mooqueiros auferindo renda para seu sustento e de sua família. Desta forma, a jogadora se torna legalmente emancipada, conforme artigo 5º do Código Civil: “Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.” Renato Saraiva entende que: “Adquirida a capacidade de ser parte, é de suma importância averiguar se os sujeitos do processo podem perpetrar os atos processuais pessoalmente, sem o auxílio ou acompanhamento de outras pessoas, ou seja, verificar se possuem capacidade processual plena para se manterem na relação processual sem guarida (amparo) de qualquer espécie.” Sendo assim, concluímos que muitos são os efeitos jurídicos decorrentes da emancipação legal, entre eles, ao adquirir a capacidade plena adquire-se também a capacidade processual, conforme orienta o artigo 70 do Código de Processo Civil: “Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.” Referências https://jus.com.br/artigos/25741/a-incapacidade-no-novo-codigo-civil (Acesso em 06/04/20) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (Acesso em 12/04/20) MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 37ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2000. PELUZO, Cesar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência, p. 15-16. (Acesso em 12/04/20) SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4ª ed. São Paulo: Método, 2007 2. A jogadora tem algum direito contra a empresa que formulou o álbum de figurinhas, Ponini? Segundo a Constituição Federal de 1988, o direito à imagem é assegurado em caso de violação: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” Conforme a doutrina de Maria Helena Diniz: “O direito à imagem é o de ninguém ver seu retrato exposto em público ou mercantilizado sem seu consenso e o de não ter sua personalidade alterada material ou intelectualmente, causando dano à sua reputação. Abrange o direito: à própria imagem; ao uso ou a difusão da imagem; à imagem das coisas próprias e a imagem em coisas ou publicações; de obter imagem ou consentir em sua captação por qualquer meio tecnológico.” Nesse sentido Sérgio Cavaliere Filho define imagem como: “Um bem personalíssimo, emanação de uma pessoa, através da qual projeta-se, identifica-se e individualiza-se no meio social. É o sinal sensível da sua personalidade, destacável do corpo e suscetível de representação através de múltiplos processos, tais como pinturas, esculturas, desenhos, cartazes, fotografias, filmes.” O Código Civil de 2002 atribui responsabilidade civil a quem viola os direitos de outra pessoa, vejamos: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” No caso apresentado, embora a empresa Ponini tenha enaltecido a história da jogadora como sendo uma das melhores atletas da temporada, sua imagem foi utilizada para fins comerciais, sem autorização prévia, violando o artigo 20 do Código Civil, in verbis: “Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.” Como exemplo, vemos um caso semelhante na jurisprudência abaixo: “RESPONSABILIDADE CIVIL. DIREITO DE IMAGEM. ÁLBUM DE FIGURINHAS. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO DE JOGADOR DE FUTEBOL NO USO DE SUA IMAGEM. AÇÃO INDENIZATÓRIA PROCEDENTE. A exploração não autorizada da imagem de jogador de futebol em álbum de figurinhas, publicado com intuito comercial, constitui prática ilícita, que enseja reparação do dano. Impossível a fixação do valor do dano diretamente por esta Corte, à vista da ausência, na petição inicial e na contrariedade, nem, ainda, na sentença e no Acórdão, de valor ou critério precisos, de modo que inviável o uso da faculdade do art. 257 do RISTJ, remetendo-se, pois, a fixação do valor à liquidação por arbitramento. Recurso Especial provido. (REsp 1219197/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 17/10/2011)” Como vemos, a ausência de autorização em publicações para fins comerciais caracteriza ato ilícito e este é passivel de indenização. REFERÊNCIAS CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil, 9. ed., São Paulo: Editora Atlas, 2010, p. 108. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. v. 1, 21. ed., São Paulo: Saraiva, 2004. https://jus.com.br/artigos/47596/direito-a-imagem-e-seus-limites-juridicos (Acesso dia 05/04/2020) https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/97280/2012_schio_adriana_dano _moral.pdf?sequence=1&isAllowed=y (Acesso dia 05/04/2020) https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/97280/2012_schio_adriana_dano_moral.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/97280/2012_schio_adriana_dano_moral.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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