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A cidade ao nível dos olhos - Análise

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A cidade ao nível dos olhos
- Estratégia do Plinth
O plinth é o andar térreo do prédio, ponto importante para a cidade ao nível dos
olhos. Ele expressa a relação entre o indivíduo e a cidade, propõe experiências e
conecta o espaço público e privado.
Na esfera pública, espaço que inclui fachadas de prédios e tudo o que é visto ao
nível dos olhos, o plinth determina a vivência e atratividade da zona urbana.
Um edifício pouco atrativo mas com um plinth vibrante pode oferecer uma
experiência positiva, diferente de um prédio bonito com um térreo cego onde a
experiência tenderá a ser negativa.
Térreo atrativo Térreo cego
Os bons plinths são atemporais, possuem plantas multifuncionais e atenção
primária para o uso de pedestre, podendo atender a diferentes atividades e
funções.
Quando esse ambiente é planejado de forma eficiente, os comércios de varejo e
alimentação proporcionam os lucros mais altos, logo ocupam a maior parcela dos
plinths. Tal fator torna necessário a criação de espaços flexíveis, capazes de
acompanhar as mudanças econômicas e urbanas.
Os espaços de uso misto também são favoráveis para o bom uso do térreo,
mesclando as atividades comerciais e sociais com as habitacionais.
A rua da minha casa e do entorno do CEUB exemplificam o uso misto, onde o
térreo apresenta funções comerciais, de varejo e alimentação, que favorecem o uso
e a permanência de pessoas na área em que estão localizadas.
Rua da minha casa (mista) Rua do entorno do CEUB (mista)
As mudanças nos centros urbanos, no sistema viário e a arquitetura frustrada de
uma área, estabelecem aberturas para imóveis vagos, uso inadequado e uma
imagem não atrativa. Proporcionando a falta de circulação, permanência e
segurança na zona em questão. Esse impasse também pode ser observado em
prédios comerciais, onde o térreo é apenas uma uma entrada ou ponto de
segurança.
Tais problemáticas podem ser solucionadas com plinths de melhor qualidade,
apresentando uma estratégia que envolva uma variedade de funções, sejam elas
sociais ou habitacionais.
Para a criação de um bom plinth deve pensar em três níveis: prédio, rua e contexto.
A interação entre eles é fundamental, nenhum dos critérios funciona sozinho, em
contrapartida trabalha muito bem em conjunto.
O prédio deve apresentar variadas funções, com fachadas transparentes e bem
desenvolvidas, uma boa zona híbrida, sinalização e flexibilidade. A rua deve ser
atraente, com conforto físico, qualidade, cobertura e espaços com mobiliário. Por
último, o contexto deve possuir um público orientado ao plinth, programa urbano
adequado, conexões com o espaço público e desenho urbano coerente.
- A arte do caminho
O placemaking é a produção de lugares que transformam o espaço público,
visando a busca por interação humana, trocas econômicas e bem-estar.
Tem como partida as pessoas e a comunidade para a criação do lugar,
expressando a continuidade das fachadas e da rua para os espaços públicos e
privados.
As experiências emocionais desses locais vem primeiro que as visuais. O apego ao
lugar é fundamental para a concretização do placemaking, para a criação de vida
na rua e novos tipos de espaços públicos
De forma geral, o conceito incorpora soluções para a requalificação e ativação de
espaços, aspirando a interação e conexão, a fim de criar espaços agradáveis e
atrativos.
Os acessos e conexões, conforto e imagem, usos e atividades e a sociabilidade, são
qualidades que tornam um espaço público bem sucedido.
No Plano Piloto, a construção do Mané Mercado, teve como objetivo requalificar a
área em que está localizado. Proporcionando um espaço de lazer, alimentação e
turismo, além de garantir a permanência e circulação de pessoas em um espaço
que não possuía essa característica no dia-a-dia.
Os ambientes de happy hour também apresentam uma característica sentimental,
sendo espaços de convívio e descontração comumente frequentados após o fim de
expediente de trabalho. Onde as pessoas vão para socializar com os colegas e
amigos e acabam por criar um apego com o local.
Bar localizado no entorno de CEUB
No entorno do CEUB há o Gambar, ambiente que expressa o sentimentalismo
existente nos locais de happy hour. Comumente os alunos frequentam esse espaço
após o fim da aula para distrair e socializar.
- Os plinths da cidade calorosa
A cidade calorosa está na intersecção dos aspectos físicos e sociais da vida
urbana. A percepção do indivíduo que usa o espaço público é a base desse
conceito, juntamente com o conglomerado de experiências cognitivas, tácteis,
emocionais e visuais que geram uma vida urbana notável e pessoal.
É a junção dos plinths com o afeto e sentimentalismo expresso no placemaking.
Nesse sentido a paisagem urbana importa, as lojas e fachadas abertas contribuem
para a vida urbana, criam o contexto para a cidade calorosa, permite o movimento
entre público e privado, a observação e o contemplamento da ação que ocorre no
interior.
Expressa o teatro da vida urbana, cria interação, sentido histórias e narrativas,
oferecendo motivos para o espectador frequentar e permanecer na área.

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