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Maria Karolina Velame 2023.1 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS resfriado comum Infecção viral que acomete a mucosa nasal, seios paranasais e nasofaringe. Também podendo ser chamado de Rinossinusite viral aguda, Rinite viral aguda... Nos primeiros 5 anos de vida, conseguimos identificar uma média de 6-8x/ano episódios de resfriados, nas escolares mais ainda. ETIOLOGIA Principal agente etiológico: Rinovírus. Período de incubação de 1-3 dias. A cada infecção adquirimos imunidade contra aquele vírus. Outros possíveis agentes: corona vírus, influenza, parainfluenza, VSR (vírus sincicial respiratório – responsável pela bronquiolite viral aguda). clínica Como estamos falando de uma inflamação que acomete vias aéreas superiores, esse processo inflamatório naturalmente vai causar obstrução nasal, coriza..., espirros, roncos (ruídos que indicam grande quantidade de secreção livre em VAS) · Dor de garganta, hiperemia de mucosas · Tosse (predominantemente noturna), geralmente acompanhada de gotejamento pós nasal. · Febre (se tiver muito alta não indica complicação microbiana) tratamento Tempo, tempo, tempo, tempo... além disso, apenas sintomáticos: · Antipiréticos: dipirona, paracetamol... · Desobstrução nasal: solução fisiológica. · NÃO USAR medicamentos desnecessários! AAS: PROIBIDO em infecções por influenza ou varicela! Aumenta o risco de síndrome de Reye encefalopatia + disfunção hepática! Como evitar a doença? Lavando as mãos otite média aguda CONCEITO: Infecção bacteriana com inflamação da orelha média! A otite média aguda geralmente ocorre como consequência IVAS, e tem como principal agente o pneumococo. Alguns fatores de risco predispõem à sua recorrência, tais como: · Desmame precoce · Utilização de mamadeiras e chupetas · Entrada precoce na creche · Aglomerações frequentes · Tabagismo domiciliar · Infecção pelo vírus influenza FISIOPATOLOGIA Tudo começa com uma disfunção tubaria que inflama a orelha média levando a um acúmulo de secreção que deixa o ambiente propício para proliferação bacteriana. Sempre que temos um resfriado comum, temos também uma inflamação da mucosa tubária que é contínua com a nasofaringe, isso é uma disfunção tubaria que a longo prazo pode causar a otite. Etiologia · Streptoccocus pneumoniae (pneumoco) · Hemophilus Influenzae (não tipavel) · Moraxella catarrhalis menos frequente. clínica Ocorre principalmente nas crianças menores de 2 anos pois possuem a tuba mais horizontalizada. · Irritabilidade, choro (principalmente nas crianças menores de 2 anos que possuem a tuba mais horizontalizada) · Otalgia · Otorreia (secreção se exteriorizando pelo conduto auditivo externo, não é patognomônico de OMA) · Febre Diagnóstico: Otoscopia NORMAL ALTERADA Transparente Opaca Brilhante Hiperemiada Côncava Abaulada (dado mais específico) Móvel tratamento · Analgésico · Avaliar antibioticoterapia INDICAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERAPIA <6 meses = sempre prescrever antibiótico 6 – 2 anos: doença grave* / otorreia / doença bilateral (ambas membranas afetadas) *temperatura ≥ 39ºC / Dor moderada-intensa / >48 h de doença Caso não tenha esses critérios, mandamos para casa com analgésico e solicitamos reavaliação em 48-72 horas. ≥2 anos: graves / otorreia Caso, ATBterapia... Amoxicilina: 40-50 mg/kg/dia (10 dias***) Hemofilo e moraxela: produzem beta-lactamase, ou seja, podem ser resistentes a amoxicilina. Para isso precisamos associar inibidor da beta lactamase Acido clavulânico! Pneumococo: menor afinidade a proteína ligadora a penicilina. Pode ser tratado com uma penicilina, apenas dobrando a dose. devemos usar a dose dobrada. · < 2 anos · Creche · Uso de ATB Amoxicilina + Clavulanato: 40-50 mg/kg/dia (10 dias***) · Falha terapêutica após 72 horas · OMA + conjuntivite (quem causa isso é o hemófilo! EYEmófilo) · Uso recente de antibiótico (< 30 dias) complicação Cerca de 80% das crianças apresentam evolução favorável durante um episódio de otite média, com resolução espontânea. Porém, eventualmente pode haver complicações. A complicação intracraniana mais comum é a meningite, devendo-se suspeitar desse diagnóstico quando diante de um paciente com história de otite média de repetição que apresente alterações neurológicas. O primeiro exame a ser solicitado é a TC de crânio, seguida da coleta de líquor. OTITE MÉDIA SEROSA · Efusão sem inflamação · Observação por 3 meses · Após: avaliar tubo de timpanostomia MASTOIDITE AGUDA (principal complicação) As células aeradas do osso mastoide também é revestido pelo mesmo tecido. Os agentes são os mesmos da otite já que é uma complicação. · Inflamação do periósteo · Sinais de inflamação retroauricular · Deslocamento do pavilhão SINUSITE BACTERIANA AGUDA O resfriado comum implica no mecanismo de drenagem dos seios paranasais. Mesmos agentes etiológicos da Otite Média Aguda. · <5 anos: ocorre mais nos seios etimoidais e maxilares (os outros ainda não estão formados) · Adulto: ocorre mais no seio frontal. CLÍNICa DIAGNÓSTICO É CLÍNICO!!!! · Resfriado arrastado (≥10 dias) · Coriza abundante · Tosse intensa, diurna e noturna · Quadro grave ≥ 3 dias · Febre alta · Coriza mucopurulenta · Quadro que piora (bifásico) · Paciente está melhorando e do nada piora, isso indica uma provável infecção bacteriana em curso durante a infecção viral do resfriado. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL... parece sinusite mas é unilateral: pode ser um corpo estranho! Antibioticoterapia: Amoxicilina. Manter por mais 7 dias após melhora clínica. faringite aguda Queixa principal: dor de garganta! Principal causa: infecções virais, que são benignas e alto limitadas. FARINGITE BACTERIANA Principal agente etiológico: Streptococcus B hemolítico do grupo A (S. pyogenes) Para garantir a prevenção da febre reumática o antibiótico pode ser introduzido até o 9º dia. CLÍNICA Ocorre mais frequentemente entre 5 e 15 anos. · Febre e manifestações inespecíficas · Dor de garganta · Exsudato amigdaliano · Petéquias no palato · Adenopatia cervical NÃO TEM TOSSE! Não tem catarro... se tiver é mais provável que seja viral! Diante da criança que pareça ter uma faringite estreptocócica, podemos lancar mao de alguns exames, como...: · Testes rápidos: alta especificidade! · Cultura de orofaringe: mais sensível 1. Teste rápido + = ATB 2. Teste rápido - = CULTURA, se + = ATB TRATAMENTO · Analgésico e antipirético ATBterapia: previne febre reumática! Não previne glomerulonefrite pós estreptocócica. · Penicilina benzatina (Dose única) · Amoxicilina (10 dias) COMPLICAÇÕES ABCESSO PERIAMIGDALIANO Abcessos internos geralmente a flora é multibacteriana. · Amigdalite · Disfagia/Sialorreia · Trismo (não consegue abrir a boca) · Desvio da úvula ATB oral: geralmente clindamicina, 30 mg/kg/dia. ABCESSO RETROFARÍNGEO <5 anos: o espaço retro faríngeo é composto por vários gânglios, então durante uma infecção a secreção pode ser drenada para esse local. · Criança com IVAS recente · Febre alta e odinofagia · Disfagia e sialorreia · Dor a mobilização do pescoço (diagnostico diferencial de torcicolo na infância) FARINGITE virais FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL: · Causada pelo adenovírus · Faringite + conjuntivite + adenomegalia pré auricular HERPANGINA · Coxsackie A · Vesículas e ulceras na nasofaringe MONONUCLEOSE INFECCIOSA · Epstein Barr · Causa uma faringite idêntica a streptoccocica: odinofagia, astenia, mal estar geral · Linfadenopatia generalizada · Esplenomegalia Deve ser investigada em caso de falha no tratamento antimicrobiano. Solicitando hemograma (pode ser encontrado leucocitose e linfocitose), transaminases (elevadas). Anti VCA e anticorpo heterofilo são testes sorológicos específicos. Caso a gente se confunda e prescreva ATB, o paciente pode cursar com exantema! ePiglotite aguda Estridor: ruido inspiratório que indica obstrução na laringe. A epiglote edemaciada não abre para que o ar passe causando estridor e podendo levar a quadro de hipoxia. ETIOLOGIA: Haemophilus influenzae tipo B (geralmente falam nas questões que a criançanão foi vacinada!) CLÍNICA · Início agudo, evolução rápida · Febre alta, toxemia · Dor de garganta, disfagia, sialorreia · Dificuldade respiratória, estridor · Posição do tripé: uma tentativa de facilitar a entrada do ar. CONDUTA IMEDIATA Estabelecimento de vias aéreas: · Deixe a criança em paz, não ficar mexendo querendo examinar pra não estressar ela e piorar · Ofereça oxigênio · Não tente visualizar a orofaringe · Não solicite exames Após: suporte + ATB LARINGOTRAQUEÍTE VIRAL AGUDA Causada pelo vírus parainfluenza. CLÍNICA · Pródomos catarrais · Tosse metálica · Afonia e rouquidão · Estridor Juntos compõe o Grupe. O diagnostico é clínico... radiografia cervical visualiza o sinal da torre. TRATAMENTO COM ESTRIDOR EM REPOUSO: · Nebulização com adrenalina (0,5 ml/kg, máximo de 5 mL) · Corticoide (VO ou IM) dexametasona · Manter em observação por 2h após nebulização SEM ESTRIDOR EM REPOUSO: · Apenas o corticóide · Libera sem remédio, apenas o da emergência serve. TRAQUEÍTE BACTERIANA Diagnóstico de traqueíte bacteriana é feito na presença de todos os seguintes critérios: · ≥ 2 dos seguintes sinais ou sintomas: febre, tosse, produção nova ou aumentada de escarro, roncos e/ou sibilos. Em <1 ano de idade: desconforto respiratório, apneia e/ou bradicardia. · Ausência de evidência clínica e radiográfica de pneumonia · cultura positiva de aspirado traqueal profundo ou broncoscopia EXAMES COMPLEMENTARES: · radiografia de tórax · hemograma · coloração de gram · cultura do aspirado traqueal e pesquisas virais Devemos iniciar terapia empírica com amoxicilina-clavulanato, quinolonas (ciprofloxacino ou levofloxacino) ou clindamicina ou com base em gram/culturas anteriores até resultados. Reavaliar o paciente dentro de 48 a 72 horas, podendo descontinuar o antibiótico se culturas negativas/contaminadas/ sugestivas de colonização ou quadro sugestivo de etiologia viral. Se traqueíte bacteriana, ajustar o antibiótico conforme cultura e perfil de sensibilidade.
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