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PBL- Caso 2- Pato e Fármaco 1) Termos desconhecidos: - Dispepsia: desconforto na área superior do abdômen descrito como sensação de queimação, pode ser uma dor recorrente, pode ser descrita como indigestão, gases, queimação saciedade precoce, corrosão interna ou queimação. - Intervenção coronária percutânea: tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão, com objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o coração, coloca-se um stent (implante de uma prótese endovascular), na intensão de romper a placa aterosclerótica e dilatar as artérias. - Displasia: é o crescimento anormal das células do corpo, podendo apresentar mudanças em suas formas. 2) Farmacocinetica e farmacodinâmica do omeprazol, domperidona, clopitogrel e suas interações. Fisiologia da secreção gástrica: os mecanismos neuronais para a liberação de HCl são o núcleo dorsal do vago, o hipotálamo e o núcleo do trato solitário. A gastrina vai ser o maior potente estimulador do HCl, a gastrina é produzida nas células G do antro produzida na parte afunilada do estômago vai ser estimulado na presença de proteínas. A gastrina vai estimular a formulação da bomba de de prótons para a formação de HCl. As glândulas oxinticas produzem HCl, fator intrínseco, pepsinogênio, muco e gastrina. As células oxinticas vão ter canaliculos intracelulares ramificados. Mecanismo da formação do HCl: Água dentro das células parietais, se dissocia em H+ e OH- catalisado pela enzima H+ K+ ATPase. O potássio que entra pela bomba de Na+ K+, foge para a face luminal, mas voltam para dentro da célula através da bomba de H+ K+ ATPase. O sódio como é expulso para fora da célula na bomba de Na+ K+, entra na face luminal. A bomba de H+ K+ ATPase expulsa o H+ para fora e fica com OH- dentro da célula e irá formar HCO3, a partir do CO2, essa reação é metabolizada pela anidrase carbônica. O HCO3- é transportado para fora do liquido extracelular, em troca entram os ions cloreto para dentro da célula. Formando HCl nos canalículos que é excretado para fora. E a água passa para os canaliculos por osmose e com isso a secreção final liberada para o lúmen celular tem água, HCl. A barreira gástrica vai ser a formação do muco, se a barreira gástrica não funciona corretamente, ocorre lesão da mucosa. ENTÃO TEMOS: H2O dentro da célula, H+K+ ATP causa dissociação da água, H+ sai para fora da célula vai para o lúmen, e OH- fica dentro da célula que reage com CO2 formando HCO3-, que vai escapar para fora da célula por um cotransporte e quando sair irá entrar o Cl-. A liberação do fator intrínseco é essencial para absorção de vitamina B12 no íleo (intestino grosso), por isso, poderá desenvolver anemia perniciosa porque a maturação das hemácias não ocorre na ausência de vitamina B12. Além disso, a vitamina B12 tem papel essencial no sistema nervoso central no sentido da memória. A gastrina é secretada a partir das células G, que ficam na glândula pilórica no estômago distal. Quando as proteínas encontram a porção distal do estômago, vão ter efeito estimulador das células da gastrina nas glândulas piloricas, a gastrina vai estimular a liberação de histamina que vai ativar a bomba de H+ K+ ATPase a produzir HCl. OMEPRAZOL Inibidores da bomba de prótons: o omeprazol inibe a bomba de H+ K+ ATPase, ou seja, não irá ter a dissociação da H2O em H+ e OH- e por isso, não ocorrera a formação do HCl. O omeprazol é o representante de IBP mais acessível que tem comercializado. O omeprazol é uma mistura racemica com o isômero R e o isômero S, o isômero S é eliminado mais rapidamente que o isômero R, por isso o isômero R tem maior tempo de meia-vida. Esse fármaco sofre ativação em meio ácido, por isso é indicado tomar 30 min antes das refeições. O omeprazol é um pro fármaco, e no meio acido vai sofrer ativação se ligando com um grupo covalente formando um acido sulfenico, após essa mudança vai se ligar na enzima H+ K+ ATPase. No intestino delgado sofre grande absorção, ligam-se as proteínas do citocromo CYP podendo explicar a maior eficiência e toxicidade pessoas que apresentam mais as proteínas CYP2C19, que é mais presente em indivíduo asiáticos. Alteração histológica gástrica: o risco de câncer gástrico esta associado ao uso do omeprazol associado a presença de bactérias do tipo H.pylori. Interação do omeprazol com com o clopidogrel: é um antiagregante plaquetário, convertido no fígado pelas enzimas do complexo citocromo p450. Alguns estudos relatam que os IBP podem inibir as enzimas do complexo P450, diminuindo a eficácia do medicamento. Eles vão diminuir a ativação do complexo citocromo por competição, já que o omeprazol vai sofrer metabolização no fígado, pelo complexo P450 e especificamente pela enzima CYP2C19 que está presente em maior quantidade em indivíduos asiáticos, que por esse motivo vão ter eficácia do medicamento maior, mas também maiores chances de intoxicação. Logo, o paciente ingeriu clopidogrel e pode ser que nem tenha tido efeito. Outras associações: - Pneumonia adquirida na comunidade: a diminuição de HCl altera a flora intestinal, que ficam na porção proximal do intestino, e quando há volta de conteúdo gástrico por refluxo, essas novas bactérias que colonizaram a flora intestinal podem ser aspiradas (microaspiradas) e dessa forma, colonizar a região pulmonar. Outra hipótese, baseia-se no fato de existirem duas bombas de H+ e K+, tanto no trato respiratório inferior, e sua inibição por meio do omeprazol, alteraria o pH pulmonar, permitindo a colonização de determinadas bactérias patogênicas. - Redução da absorção de cálcio: os osteoclastos possuem bombas de prótons para produzir H+, para produzir um meio ácido e consequentemente degradar a matriz óssea. O omeprazol ao inibir a bomba de prótons da mucosa gástrica, também inibe a dos osteoclastos interferindo no metabolismo ósseo, podendo promover fraturas, devido a ausência da degeneração e manutenção da matriz óssea. Ex: pessoas que fazem o uso de omeprazol por 1 ano tem 44% de chance de desenvolver fratura de bacia (ossos do quadril). - Redução da função dos leucócitos: estudos tem mostrado que a presença do omeprazol vai diminuir as moléculas de adesão, que são a resposta modulada para o recrutamento dos leucócitos. Nesse sentido, causa diminuição de moléculas de adesão intercelulares 1, e moléculas de adesão das células vasculares 1 e integrinas b2. - A utilização de omeprazol de uso crônico, vai promover, o aumento do pH, isso vai causar a hiperproducao de gastrina, que vai causar hiperplasia (aumento no número) das células enterocromoafim que são células da mucosa gástrica. Metabolização do omeprazol: é um pró-fármaco, através dos ácidos dos canaliculos das células das mucosa gástrica, vai entrar em contato com H+ e formar ácido sulfenico, que vai se ligar por ligação covalente com um grupo sulfidril de cisteinas, essa molécula vai ser capaz de inibir a bomba de H+ K+. DOMPERIDONA Vai ser metabolizada em um complexo de citocromo P450 através, CYP3A4, fármacos como os azolicos podem inibir essa enzima, por isso o uso de domperidona não pode se dar juntamente com azolicos (catoconazol e também inibidores da protease do HIV). Só vai ter biodisponibilidade de 15% devido ao grande efeito de primeira passagem pela parede do intestino e fígado. A domperidona é um medicamento ácido e por esse motivo deve ser absorvida antes das refeições. Sofre metabolismo hepático, vai sofrer hidroxilacao com a N- dealquilacao, e nesse processo estará envolvidas enzimas do complexo citocromal P450 com as enzimas CYP3A4. A domperidona é um antagonista periférico do receptor D2 da dopamina, reduz o refluxo pos prandial. A domperidona age inibindo a ligação da dopamina com os receptores D2, para sua ativação. E com isso sem dopamina vai aumentar o peristaltismo, aumenta a pressão do esfíncter gastroesofágico, diminuição das náuseas e aumento darapidez do esvaziamento esofágico. Dopamina produz efeitos inibitórios no TGI, inibe a motilidade, reduz a pressão dos esfíncter esofágico inferior. Suprime a liberação de acetilcolina, pelos neurônios motores mioentericos, mediados por receptores D2. CLOPIDOGREL Medicamento metabolizado no fígado, é uma pro-droga que sofre metabolização, vai sofrer ação do complexo citocromo P450, e tem meia vida de 8horas, inibe seletivamente a ligação do ADP ao seu receptor GPIIBIIIA, isso faz com que não se forma a agregação plaquetária, só vai ocorrer a adesão com o receptor GPIB. Ou seja, vai evitar a formação de êmbolos e trombos. 3)Explicar a hérnia de hiato e relacionar com o caso. A hérnia de hiato pode ocorrer devido ao afrouxamento da musculatura abdominal o esôfago vai se deslocar para a região que existe no diafragma que é um orifício o hiato, isso pode ocorrer principalmente pela idade do paciente como fator de risco, devido ao maior afrouxamento da musculatura abdominal. O esfíncter gastro esofágico vai se afrouxar, a causa da hérnia de hiato não é conhecida além do uso de cintas, obesidade, tabagismo e idade. Nesse sentido o esfíncter da cárdia vai se afrouxar. Vai ser o esfíncter gastroesofágico que vai estar mais afrouxado e permitir a subida do suco gástrico para o esôfago, essa condição vai causar estress nas células da mucosa esofágica que vão sofrer metaplasia a partir das células da camada basal, ou até mesmo pela presença de células tronco subepiteliais que vão promover uma mudança desse epitelio para que seja mais resistente ao estress do suco gástrico, nesse sentido, formara-se um epitélio colunar com células caliciforme, apresentando uma metaplasia que pode ser perigosa devido ao potencial carcinogênico. O hiato é alargado, uma vez que houve o afrouxamento da musculatura abdominal, permitindo que parte do estômago escape do orifício em direção ao tórax . Isso causa uma redução na eficácia do esfíncter esofágico inferior, levando ao refluxo do ácido clorídrico no esôfago, causando estress no órgão. As substâncias presentes no cigarro podem causar afrouxamento do esfíncter gastro esofágico, e por isso pode ocorrer a do suco gástrico. Aos hábitos de vida: Etilismo: o álcool vai promover a ativação das piroptoses, que vão por consequência ativar as caspases-1 que são enzimas que são capazes de realizar apoptose, mas além de causar apoptose vão recrutar os fatores da inflamação de forma mediada como a interleucina 1 e outras, mas essa morte programada bem controlada. Entretanto, a liberação de interleucinas podem recrutar fatores pro inflamatórios propiciando a morte celular no esôfago, essa morte celular pode ocorrer por apoptose no sentido da presença do álcool mas também pode ser por necrose, que fará com que essas células que sofrem um estress tenham uma transformação metaplasia. Tabagismo: CO2 vai ser inalado, e esse CO2 vai entrar em contato com o H+ das células oxinticas formando HCO3-, esse bicarbonato vai para fora da célula através de um cotransporte em que o carreador coloca HCO3- paras fora e coloca Cl- para dentro, isso faz com que aumente a ligação do H+ que está dentro da célula com o Cl- formando mais HCl deixando a mucosa estomacal mais ácida. 4) Explicar os resultados da biópsia Mucosa esofágica: epitelio pavimentoso estratificado não queratinizado, apresentam glândulas esofágicas da cárdia camada mucosa. Submucosa esofágica: apresenta glândulas na camada submucosa. Muscular esofágica: músculo liso, com fibras de músculo estriado esquelético, na região principalmente dos esfíncteres. No envoltório, vamos ter tecido conjuntivo. O esôfago de Barret vai se instalar quando houver, alteração do epitélio da mucosa, por um epitelio colunar metaplasico com possibilidades de formar câncer. A formação do esôfago de Barret se da pela inflamação crônica do tecido pelo pH acido do refluxo gastroesofágico que ocorre devido a hérnia de hiato. A metaplasia nesse sentido vai ocorrer devido a alteração celular, ou seja, um tipo de tecido se transforma em outro devido a um stress ocorrido, e no caso esse stress seria a presença do suco gástrico, do refluxo gastroesofágico devido a hérnia de hiato, que o esôfago estar em posição anatômica diferenciada e isso vai promover a abertura o esfíncter gastroesfogico. O novo epitélio novo que é instituído, ele vai ser mais resistente ao HCl. A identificação de esôfago de Barret ocorre através de uma EGA somada a um diagnóstico de análise histopatologica. Depois da mudança celular do tecido estratificado pavimentoso para tecido colunar, e depois tem a sua extensão e proliferação. Essa modificação do epitelio ocorre através de células tronco subepiteliais ou submucosa e podem sofrer mutações devido ao estress, mas pode ser também a partir das células basais do epitélio. Mas essa condição de metaplasia intestinal gera controvérsias sobre a malignidade, alguns entendem como maligna e outros não. Na análise histopatologica vamos ter a presença de células caliciforme. A metaplasia vai ser para um epitélio colunar com células caliciformes. A metaplasia intestinal vai ser a alteração do tecido epitelial do esôfago para um tecido mais próximo do tecido do intestinal que é mais colunar com células caliciforme. Displasia de baixo grau: proliferação epitelial aumentada, mitoses atípicas, cromatina agrupada irregularmente, núcleo maior que citoplasma, glândulas da camada submucosa anormais, com formatos irregulares e aglomeração de células. Esofagite crônica moderada: inflamação da mucosa intestinal, de forma moderada. O esôfago em condições normais libera mucina e bicarbonato. Esôfago de Barret: uma condição pré maligna, pode ser reconhecido como uma ou várias línguas ou manchas vermelhas de mucosa aveludada (aspecto cor de salmão). Necrose: a necrose vai ocorrer quando a células não tem capacidade de se adaptar ao estress, logo, elas vão sofrer necrose, ou seja, vai sofrer um estimulo para morrer, liberando pedaços do seu conteúdo na circulação sistêmica. 5) Explicar a alteração solicitada pelo médico do uso do omeprazol. A alteração do omeprazol solicitada pelo médico ocorreu pelo fato de existir uma interação entre os medicamentos que o paciente estava utilizando, entretanto, fica complicado fizer qual seria a alteração, porque todos os IBP vão sofrer a mesma competição e por esse motivo seria interessante alterar o clopitogrel por outro medicamento que não tenha metabolização no fígado com o complexo citocromo p450 e enzima CYP2C19.
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