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Instrumentos e Técnicas do Serviço Social Desafios Cotidianos para uma instrumentalidade mediada.

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SINTESE
Livro: Instrumentos e Técnicas do Serviço Social – Desafios Cotidianos para uma instrumentalidade
mediada.
Organizadoras: Danielle Coelho Alves, Erlenia Sobral do Vale e Renata Albuquerque Camelo (2021).
Tópico: O uso da Entrevista no Atendimento ao Usuário do Serviço Social: Indicações
Contextualizadas de Forma e Conteúdo.
Páginas: 359 – 380
Acadêmicas: Natalia Costa, Maria Fernanda, Denise Vieira e Esther Almeida.
Professor: Diego Silva Tabosa
Disciplina: Supervisão de Estágio III.
Introdução:
O presente resumo, tem como
objetivo socializar as apreensões
realizadas pelas autoras após a leitura do
Tópico: Uso da Entrevista no
Atendimento ao usuário do Serviço
Social: Indicações Contextualizadas de
Forma e Conteúdo, abordado no livro
Instrumentos e Técnicas do Serviço
Social (2021), interligando com as suas
experiências em campo de estágio,
experiência de outros profissionais de
Serviço Social, e os debates que ocorrem
na Subturma de Estágio III, tendo como
docente responsável o Assistente Social,
Diego Silva Tabosa.
Diante disso é importante destacar
segundo as autoras que o profissional
Assistente Social atua em uma realidade
multifacetada, onde há a manifestação de
diversas expressões da Questão Social, a
autora sinaliza a necessidade de uma
racionalidade, onde o profissional poderá
compreender as demandas postas, na
perspectiva de identificar a totalidade de
uma determinada realidade, superando a
aparência, e ações imediatistas. A
entrevista pode ser um instrumento
mediador do conhecimento, permitindo
assim ao profissional uma leitura crítica
da realidade, a entrevista é um
instrumento usado no cotidiano do
trabalho do assistente social, adotado em
diversos espaços sócio-ocupacionais.
Com o processo de renovação do
Serviço Social Brasileiro, na década de
1970, a profissão rompe com a
perspectiva conservadora no campo
ideopolítico, buscando uma práxis
profissional emancipatória. Assim, o uso
da entrevista ganha um novo sentido, a
afirmação direitos sociais, neste sentido,
as autoras reforçam que no Serviço
Social crítico e entrevista consiste “[...]
como um processo de diálogo entre o
assistente social e os seus usuários, com o
objetivo de intervir na realidade social”
(LAVORATTI apud CRAVEIRO, 2018,
P.116).Para Sarmento (2012, p. 116):
“[...] a entrevista é o estabelecimento de
um diálogo que vai se realizando à
medida que vamos desvelando o real, o
concreto, e ampliando a consciência
crítica ou reduzindo a alienação dos
entrevistados e do próprio assistente
social”.
Dessa forma, a entrevista é um
instrumento que permite realizar uma
escuta qualificada, por meio do processo
de diálogo, visando estabelecer uma
relação com o usuário, com objetivo de
conhecer, intervir e descortinar a sua
realidade social, econômica, cultural e
política. Pode ser individual ou grupal.
A entrevista é o estabelecimento
de um diálogo, que vai sendo desvelado o
real, o concreto, e ampliando a
consciência crítica ou reduzindo a
alienação dos entrevistados, bem como
do próprio profissional Assistente Social.
É importante enfatizar alguns princípios
na entrevista, como o diálogo, a ética, o
respeito, a empatia, a escuta sensível e
uma postura atenta e compreensiva,
compreendendo-o como um sujeito de
direitos.
Conforme as autoras podemos
afirmar que a entrevista possui dois
objetivos principais: promover o
conhecimento da realidade dos usuários e
realizar os encaminhamentos e
orientações necessários para a garantia de
direitos. No texto a autora traz que a
entrevista tem esses dois objetivos e
podem ser usados simultaneamente
durante a entrevista. Os objetivos, estão
voltados para potencializar as
intencionalidades teórico-práticas para a
efetivação da ação.
Por exemplo, a autora traz que a
entrevista usada na instituição hospitalar
pelo Assistente Social, em um hospital de
urgência e emergência, que recebe
vítimas de vários tipos de violência, tem
o primeiro objetivo, a intenção é
conhecer, aprofundar e criticamente, uma
determinada realidade. Para isso, realiza a
entrevista, com apoio de outro
instrumento, denominado prontuário
social, em que registra informações dos
usuários atendidos, visando à construção
do perfil socioeconômico e da dinâmica
familiar destes.
O segundo objetivo a ser
alcançado, está focado no atendimento
aos usuários, fornecendo orientações
sobre direitos sociais e encaminhamentos
para a rede socioassistencial e
sociojurídica.
O que é necessário para realizar uma
boa entrevista?
Considerando a realidade
multifacetada sobre a qual o assistente
social vai atuar, em que se manifestam
diversas expressões da questão social, a
autora aponta a necessidade de uma
racionalidade, pautada pela razão
dialética, no trabalho do Serviço Social.
Dessa forma, é a partir dessa
realidade, considerando as dimensões do
trabalho do assistente social, que
define-se nossas ações profissionais,
tendo em mente que isso envolve
escolhas/posicionamentos (dimensão
ético-política) para determinar o que se
quer e onde se quer chegar
(fins/finalidade). Também temos clareza
de que é necessário decifrar a realidade
para além do aparente (dimensão
teórico-metodológica), a partir dos
fundamentos que orientam nossa
profissão, e utilizar os meios adequados
(dimensão técnico-operativa) para
alcançar os fins propostos. Portanto, para
a realização de uma boa entrevista, o
profissional necessita constituir
conhecimentos teórico-metodológicos,
ético-políticos e técnico-operativos que
viabilizem o bom desenvolvimento do
instrumental e o alcance das finalidades
predefinidas.
A partir do texto, é possível
identificar etapas que constituem uma
entrevista, e que são fundamentais para o
seu desenvolvimento.
Planejamento.
O Planejamento, a primeira das
etapas, é o momento em que precisamos
ter claro que informações serão
necessárias coletar e para quê. (sugestão:
ter um roteiro de entrevista) Durante o
planejamento, o profissional dará clareza
à própria ação.
O Planejamento é o
momento em que começam a se
entrelaçar as dimensões que qualificam o
trabalho do assistente social, colocando
na arena interventiva os conhecimentos
teóricos, éticos e técnicos adquiridos
durante a formação. Também, é válido
ressaltar que nessa etapa, Aqui, criam-se
estratégias para facilitar a condução da
entrevista (tópicos, perguntas, abordagens
etc.),
Definir os objetivos de uma pesquisa
Segundo Rodrigues (2014), numa
perspectiva crítica, não se deve pensar em
modelos de entrevista ou em perguntas
prontas para serem feitas em cada caso
específico, mas é preciso ter objetivos
predefinidos e com sustentação teórica,
tendo em mente as possíveis mediações
que esse instrumento pode proporcionar
como meio de passagem de informações
que oscilam entre o imediato e o mediato.
Coleta das Informações/Execução
Na entrevista iras condições de
vida do usuário, suas experiências, modos
de pensar e agir na sociedade, portanto
precisa ser conduzida com muito respeito
às singularidades desses sujeitos. Segue a
seguir alguns tópicos:
● É importante proporcionar ao
usuário um ambiente acolhedor, de modo
que o mesmo se sinta à vontade para
dialogar com o profissional.
● O usuário não deve ser exposto a
constrangimentos; (Sendo necessário
utilizar estratégias para a realização da
entrevista, tendo comprometimento com
a privacidade; sabendo o momento ideal
de fazer determinadas perguntas)
● Receptividade do usuário. (Deixar
claro o nosso compromisso ético com as
informações repassadas; esclarecer os
objetivos da entrevista; apresentar a
instituição, chamá-lo pelo nome; manter
uma postura de acolhimento e respeito
sempre, até mesmo em caso de negação
do usuário)
● Utilizar uma linguagem acessível,
e tentando compreender também a
linguagem do usuário;
● Escuta qualificada; (capaz de
capturar o que consegue ser verbalizado e
aquilo que não é dito)
● Condução da entrevista sempre de
forma ética e focada em suas finalidades;
(perguntar somente o necessário para
atingir seus objetivos, principalmente
quando se trata de assuntos delicados, e
não formular perguntaspor mera
curiosidade, registrar apenas o essencial,
evitar interrupções, ouvir de modo atento,
evitar o caráter interrogativo, no qual
limita o usuário apenas responder o que o
Assistente Social pergunta.)
● Apreender as necessidades do
usuário, identificando prioridades,
orientando e encaminhando os usuários
para acesso a seus direitos sociais.
Registro das Informações colhidas
Implica a construção de sínteses
provisórias sobre a totalidade das
situações apresentadas. [...] Trata-se do
momento em que os objetivos da
entrevista são retomados e
ressignificados e no qual são apontadas
as mediações construídas, avaliadas e
acordadas em conjunto com os usuários
no intuito de responder às suas
necessidades sociais. (FAERMANN,
2014, p. 322)
● O momento do registro das
informações colhidas – evolução do
atendimento pode acontecer durante e/ou
após a conclusão da entrevista. (tomar
cuidado)
● O registro deve respeitar as
normas cultas da língua portuguesa e ser
sintético e profundo, com linguagem
clara, evitando avaliações morais;
● Os registros são utilizados para
garantir a melhor interpretação e análise
dos fatos apresentados, bem como para
possibilitar a continuidade do
atendimento.
● Os registros podem ser utilizados
por um único profissional ou por vários
assistentes sociais que venham a
acompanhar o caso.
Análise/avaliação.
● A avaliação e análises das
entrevistas é fundamental, pois mostrará
os pontos que estão bons e os que devem
ser melhorados, qualificando, cada vez
mais, a aplicação do instrumental e o
alcance de objetivos;
Exemplos de Entrevistas em Campos
Diversos:
- Uso da Entrevista pelo Assistente
Social na Saúde:
A atuação do assistente social na
saúde é um desafio, diante do
sucateamento que o campo vivência onde
as políticas liberais tendem a precarizar o
sistema público e se fortalecer através da
ideia que o público é ruim e o privado a
melhor solução. Além disso os dilemas
de hierarquização institucional, em que
muitos profissionais apresentam
dificuldade para o diálogo e mantêm-se
no mesmo objetivo de emancipação dos
sujeitos.
Além das próprias demandas de
saúde serem variadas, ou seja o Serviço
Social se depara com várias facetas da
expressão da questão social, no caso da
instituição de saúde retratada no texto,
trata-se de um hospital que atende
sujeitos vítimas de diversos tipos de
violências.
A autora afirma que é importante
esta debruçado nas dimensões ético
política, teórico metodológica e técnico
operativa, para definição das ações
profissionais.
Ao se tratar da utilização da
entrevista como uma ferramenta de
trabalho, é apresentado no texto, a análise
de (SANTOS, 2007) que o objetivo da
entrevista sempre deve ser para
potencializar as intencionalidades
teórico-práticas para a efetivação da ação.
Conforme já pontuado sobre as
etapas da entrevista, entende-se que o
profissional não pode se ater em sua
análise em apenas uma entrevista, no
hospital apresentado no texto, os registros
são arquivados em um prontuário,
visando o acompanhamento e memória
dos atendimentos, que podem servir
como base para os estudos,
planejamentos e ações.
- Uso da Entrevista pelo Assistente
Social na Previdência Social:
Sabe-se que a previdência social
compõe uma das três políticas de
seguridade social. O Serviço Social atua
nessa política através do INSS,
instituição que tem alcance de milhões de
brasileiros, que procuram esse serviço em
busca de benefícios previdenciários e/ ou
assistenciais.
O assistente social nessa instituição
busca mediar as demandas institucionais
e as necessidades da população. Um dos
instrumentos mais utilizados no cotidiano
profissional é a entrevista, como forma de
captura de informações e de
reconhecimento da realidade do usuário.
Entende-se que após o uso da
entrevista como instrumental, novamente
o profissional afirma a importância de
não se privar em uma única entrevista
para uma análise conclusiva, afirma que
esse instrumento serve como um
elemento balizador da ação profissional e
que pode assinalar, pontos bons e os que
podem ser melhorados, auxiliando para a
aplicação do instrumental e o alcance dos
seus objetivos.
- Uso da entrevista Socioeconômica:
A Assistente Social Cinthia
Francielly se disponibilizou em nos
apresentar sua realidade de atuação
profissional, onde atualmente a mesma
atua em uma Escola Filantrópica que
concede Bolsas de Estudos Integrais para
Crianças de Baixa Renda, o que exige a
realização de entrevistas
Socioeconômicas, baseadas na lei
complementar 187, dezembro de 2021,
que orienta o processo de concessão de
bolsas.
É utilizado como instrumental
um questionário que fornece informações
de composição familiar, despesas,
provimentos, acesso a benefícios
eventuais como o auxílio Brasil e
direitos como a Pensão Alimentícia. Essa
entrevista permite que o profissional
debruçado nas dimensões ético- política,
teórico metodológica e técnico operativo,
para definição das ações profissionais,
vão além do deferimento e indeferimento
de bolsas, através da perspectiva crítica,
os relatos das famílias podem apresentar
situações de violências, violações de
direitos, o não conhecimento de
benefícios entre outras facetas da
expressão da questão social que surgem
durante as considerações das famílias.
Entende-se que o profissional de
Serviço Social necessita está para além
da prática imediatista do processo de
concessão de bolsas, estando atentas às
demandas de todos os usuários que
participam independente se irão
permanecer como usuários da instituição
específica, sendo orientado ao acesso a
políticas públicas e direitos.
Conclusão:
Conforme já apresentado
entende-se que a entrevista é um
instrumento técnico que auxilia o
profissional de Serviço Social em seu
cotidiano proporcionando uma escuta
qualificada, por meio do processo de
diálogo, visando estabelecer uma relação
com o usuário, com objetivo de conhecer,
intervir e descortinar a sua realidade
social, econômica, cultural e política.
É importante que o profissional
siga alguns passos para execução de uma
entrevista de qualidade, sendo eles: O
planejamento, a definição dos objetivos
da pesquisa, a Coleta das
Informações/Execução, o Registro das
Informações colhidas e a
Análise/avaliação.
A entrevista pode ser utilizada em
campos diversos pelo profissional, desde
que o mesmo a execute com crítica e
ética, manuseando esse instrumento
conforme a realidade em que está
inserido.
Após a entrevista é possível
levantar os dados, existe a
potencialização das ações para o alcance
dos objetivos profissionais, análise dos
dados coletados, realização de
encaminhamentos e parecer,
acompanhamento dos usuários, e até
mesmo o aprimoramento da profissional
e instrumental.
Segundo o texto, a entrevista é um
importante instrumento não somente para
obter informações acerca da realidade dos
usuários - De desvelar o real -, mas na
condição de um processo de diálogo.
Constitui-se como oportunidade de
realizar um trabalho de base junto à
classe trabalhadora (usuários).

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