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ESTÁGIO SUPERVISIONADO III FARMÁCIA DIGITAL UNIDADE III 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _______________________________________________________________________ Silva, Jeoada Karollyne. Estágio Supervisionado III - Farmácia Digital: Unidade 3 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2023. _______________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 SUMÁRIO PARA INÍCIO DE CONVERSA ...................................................................................... 4 ATUAÇÃO NA FARMÁCIA HOSPITALAR E FARMÁCIA MAGISTRAL .................. 5 FARMÁCIA HOSPITALAR ................................................................................................................... 5 Estrutura física e organizacional ..................................................................................................... 6 Padronização de Medicamentos ..................................................................................................... 10 Otimização da Terapia Medicamentosa ......................................................................................... 11 Dispensação na Farmácia Hospitalar ............................................................................................. 12 FARMÁCIA MAGISTRAL ............................................................................................. 16 Documentação .................................................................................................................................... 16 Estrutura física .................................................................................................................................... 17 Atribuições do farmacêutico ............................................................................................................ 18 Dispensação ........................................................................................................................................ 19 4 ESTÁGIO SUPERVISIONADO III - FARMÁCIA DIGITAL UNIDADE 3 PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá, futuro(a) farmacêutico(a)! No nosso encontro anterior, no Guia de Estudos da Unidade II, apresentamos a você a rotina do(a) profissional farmacêutico(a). Falamos sobre a diversidade de atividades que compõem o dia a dia de quem trabalha em drogaria e como se dá a assistência farmacêutica. Agora, neste Guia de Estudos da Unidade III, você vai mergulhar um pouco mais no ambiente profissional da farmácia hospitalar e magistral. Dessa maneira, nesta unidade trataremos de outros temas importantes. Você perceberá que conhecer um pouco mais sobre cada um deles fará muita diferença no seu período de prática de estágio. Está pronto(a)? Então vamos lá! ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Caro(a) aluno(a), nossa disciplina tem por objetivo fornecer subsídios para que você possa vivenciar, da melhor forma possível, esse período de prática profissional. Aqui você terá um suporte teórico do que encontrará no seu dia a dia de estagiário(a), podendo, dessa forma, associar a teoria e a prática em um só momento. Pensando nisto, neste Guia de Estudos da Unidade III, abordaremos temas a respeito de farmácia hospitalar e farmácia magistral. Dessa maneira, serão apresentadas noções de estrutura da farmácia hospitalar e suas formas de dispensação, associadas às atividades que estão ligadas diretamente ao seu bom funcionamento. Estudaremos também a estrutura, as atribuições farmacêuticas e a dispensação em farmácia magistral. Durante o seu estudo com o nosso material, não se esqueça de explorar os textos, sites, vídeos e todo material de apoio. Ao final desta unidade, você estará apto(a) para aplicar os conhecimentos adquiridos em suas atividades como estagiário(a). Vamos em frente! 5 ??? PALAVRAS DO PROFESSOR Olá, estudante. É tão bom ter você aqui novamente! Chegou a hora de ampliar seu conhecimento a respeito do trabalho nas farmácias, especialmente a hospitalar e a magistral, e conhecer, de fato, quais são as maiores demandas de cada segmento. Pensando nisso, vamos dar continuidade ao seu aprendizado, só que de maneira mais específica. Assim, a partir de agora você conhecerá não só um pouco mais do dia a dia de um(a) profissional farmacêutico(a) em unidades hospitalares, mas também a essência da farmácia magistral. Além disso, trataremos um pouco mais sobre a dispensação, pois essa atividade é a base da assistência farmacêutica e, certamente, umas das principais funções desempenhadas pelos profissionais que hoje se encontram no mercado de trabalho. Dito isto, vamos começar! ATUAÇÃO NA FARMÁCIA HOSPITALAR E FARMÁCIA MAGISTRAL Olá, aluno(a)! Seja muito bem-vindo(a) a mais uma Unidade. A partir de agora abordaremos a atuação do(a) profissional farmacêutico(a) em outros 2 campos: a Farmácia Hospitalar e a Farmácia Magistral. Vamos juntos!? FARMÁCIA HOSPITALAR De acordo com a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh), a farmácia hospitalar é uma unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por um(a) profissional farmacêutico(a), ligada à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades de assistência ao paciente. VOCÊ SABIA? A Resolução que regulamenta o exercício profissional farmacêutico em unidades hospitalares é a RDC Nº 300 de 30 de janeiro de 1997. 6 É importante destacarmos que a farmácia hospitalar tem como principal função garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente através do uso seguro e racional de medicamentos e correlatos. Portanto, o foco das atividades desenvolvidas é o(a) paciente. Dessa maneira, o(a) farmacêutico(a) tem, importantes funções clínicas, administrativas e consultivas, e a assistência farmacêutica deve ser desenvolvida em um setor interligado intrinsecamente aos demais. Lembre-se que todas as suas atividades são norteadas e norteiam as atividades dos demais setores do Hospital. Pensando nisso, as atribuições essenciais de uma Farmácia Hospitalar envolvem: − gestão; − desenvolvimento de infraestrutura; − logística farmacêutica e preparo de medicamentos; − otimização da terapia medicamentosa; − farmacovigilância e segurança do paciente − informações sobre medicamentos e produtos para saúde; − ensino, educação permanente e pesquisa. ACESSE Para ficar por dentro de todas as atividades que são responsabilidade do(a) farmacêutico(a) na farmácia hospitalar, acesse a RDC 300/97 através do link: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/300.pdf Agora que você já conhece a definição e o principal objetivo da farmácia hospitalar, vamos conhecer um pouco da sua estrutura. Estrutura física e organizacional Apesar da Sbrafh recomendar uma estrutura básica, a estrutura real depende muito das atividades que a unidade desenvolve, no entanto, a Farmácia Hospitalar e os demais serviços de saúde devem ser localizados em uma área que facilite a provisão de serviços a pacientes e às unidades hospitalares, devendo contar com recursos de comunicação e transporte eficientes. https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/300.pdf 7 Para o funcionamento de uma unidade de Farmácia Hospitalar devem existir, no mínimo, os seguintes ambientes: área para administração; área para armazenamento; área de dispensação; área para atendimento farmacêutico. Para que você não tenha dúvidas, a partir de agora vamos detalhar um pouco do que acontece em cada um desses ambientes. • Área para administração: esse local é mais restritoao farmacêutico(a) e seus(uas) colaboradores(as) diretos(as), pois se trata de aquisição ou permuta de medicamentos e correlatos, avaliação de prescrição, armazenamento de documentação, entre outros. • Área para armazenamento: a Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) é responsável por receber, armazenar, fracionar e distribuir os medicamentos e materiais médicos em uma unidade de saúde. Ela tem um papel primordial, pois o sucesso da farmácia depende de uma boa atuação desse setor. • Área de dispensação: local no qual as prescrições são recebidas diariamente, sendo feita a separação de medicamentos e de material médico, além do encaminhamento aos devidos setores da unidade hospitalar. • Área para atendimento farmacêutico: local reservado para atendimento a pacientes, colaboradores e comunidade de um modo geral. Havendo outros tipos de atividades deverão existir ambientes específicos para cada uma destas atividades, atendendo a legislação pertinente, como por exemplo: manipulação magistral e oficinal; manipulação de desinfetantes; fracionamento; produção de kits; manipulação de antineoplásicos; nutrição parenteral e de outras misturas intravenosas; manipulação de radiofármacos; controle de qualidade; serviço de informação. 8 ??? VOCÊ SABIA? Você sabe o que é o PEP? PEP significa Prontuário Eletrônico do(a) Paciente, um formato eletrônico para registrar todos os dados do(a) paciente em uma unidade hospitalar. É um prontuário digital, eliminando as antigas fichas e o papel impresso que as clínicas e os hospitais utilizavam anteriormente. Essa implantação do formato digital foi prevista pelo SUS em 2011, através da Portaria nº 2400/2011. Aprenda mais sobre o PEP visitando o seguinte link: http://sereduc.com/N6hHyC Vale ressaltar que as salas de manipulação de nutrição parenteral, medicamentos estéreis, medicamentos citotóxicos e radiofármacos, devem ser de uso exclusivo para o preparo desses medicamentos, sendo vedada a manipulação de outras substâncias, conforme legislação específica. Além disso, a presença do(a) farmacêutico(a) também é obrigatória durante todo o horário de funcionamento da unidade e o número de farmacêuticos(as) e de auxiliares dependerá das atividades desenvolvidas, da complexidade do cuidado, do número de leitos, do grau de informatização e mecanização da unidade, devendo, minimamente, atender às recomendações citadas na tabela abaixo, com dedicação exclusiva à atividade vinculada. http://sereduc.com/N6hHyC 9 10 Quadro 1 - Número de farmacêuticos e auxiliares por atividades desenvolvidas Fonte: Sbrafh (2017). Padronização de Medicamentos Uma das atividades fundamentais e características da Farmácia Hospitalar é a padronização de medicamentos. Padronizar é uniformizar, então, quando se trata de medicamento, compreende a elaboração de uma lista para utilizá-la como instrumento básico para a prescrição. A partir daí, a prescrição deve ser feita tomando essa lista como referência. Agora, você deve estar se perguntando quem elabora, certo? A resposta para a sua pergunta é: quem elabora a lista de medicamentos, atualiza e acompanha todo o processo é a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Ela possui característica multiprofissional e depende da disponibilidade dos recursos humanos existentes na instituição. Normalmente é composta por farmacêuticos(as), médicos(as), enfermeiros(as) e outros profissionais da saúde que utilizam como base a RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). É importante destacarmos que, antes de se estabelecer a lista de medicamentos padronizados, é feito um levantamento de dados e de informações necessárias e, em seguida, procede-se à seleção deles. DICA Recomenda-se que a cada dois anos seja feita uma revisão dessa relação de medicamentos padronizados. Como você pode ver, a padronização de medicamentos é um processo contínuo, interativo, multidisciplinar e participativo, que determina e assegura os níveis de acesso aos medicamentos necessários. Além disso, baseia-se em critérios científicos e econômicos, além de fornecer elementos necessários ao uso racional de medicamentos. 11 REFLITA É de extrema importância que o hospital também desenvolva um Guia Farmacoterapêutico. Ele irá complementar a relação de medicamentos selecionados por disponibilizar as informações básicas e fundamentais sobre eles. Dito isto, imagine a quantidade de medicamentos que existe hoje no mercado. São milhares, com nomes de marca dos laboratórios produtores (éticos), genéricos e similares. Cada um com uma dosagem, uma posologia recomendada pelos diversos fabricantes e apresentações farmacêuticas diversas. Assim, para um(a) profissional iniciante, ou até mesmo aqueles experientes, fica difícil ter acesso a todas essas informações na rotina diária e o Guia Farmacoterapêutico vai auxiliar bastante os(as) profissionais em suas consultas e dúvidas. Otimização da Terapia Medicamentosa O quem vem em sua mente quando você pensa em otimizar? Seria melhorar? Essa é basicamente a função essencial da farmácia: melhorar os resultados terapêuticos. Isso porque a otimização da terapia medicamentosa visa aumentar a efetividade da intervenção terapêutica, promovendo o uso racional de medicamentos, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhore a qualidade de vida do(a) paciente. Essa atividade consiste em: participar do planejamento e da avaliação do plano terapêutico; analisar a prescrição de medicamentos quanto aos parâmetros legais e técnicos; realizar a conciliação de medicamentos, ou reconciliação medicamentosa, avaliando as prescrições desde a admissão até a alta do(a) paciente e quando o(a) mesmo(a) transitar por diferentes níveis de atenção; realizar uma intervenção farmacêutica, conforme identificação dos possíveis problemas relacionados a medicamentos no processo de utilização, por meio de comunicação institucional formalizada, registrando as mesmas e as decisões tomadas; investigar, acompanhar e intervir nos resultados negativos relacionados aos medicamentos e nos casos de inefetividade terapêutica; selecionar os(as) pacientes que necessitam de monitoramento permanente e implementá-los, em especial para crianças, idosos e pacientes com baixa adesão ao tratamento, em uso de medicamentos com maior potencial de produzir efeitos adversos, de alta vigilância, de alto custo e utilizações off-label; realizar o acompanhamento farmacoterapêutico do(a) paciente quanto a efetividade e segurança do tratamento, com base no levantamento da história medicamentosa e dos dados objetivos e subjetivos, relevantes, constantes no prontuário; executar a avaliação contínua da resposta terapêutica. 12 DICA Os pontos-chave que devem ser observados nas prescrições pelo(a) farmacêutico(a) envolvem: dose, frequência, horário, via de administração, posologia, tempo de tratamento, compatibilidade, interações medicamentosas potenciais, reações adversas, duplicidade, formas farmacêuticas adaptadas à condição clínica do paciente, entre outros aspectos relevantes. Dispensação na Farmácia Hospitalar A dispensação de medicamentos e materiais médico-hospitalares é mais uma das importantes atribuições da farmácia hospitalar. Já vimos na Unidade passada que ela é parte integrante do Ciclo da Assistência Farmacêutica e merece destaque no setor hospitalar. É importante destacarmos que a escolha da forma de dispensação a ser adotada deve levar em consideração as características de cada hospital e os recursos disponíveis para sua implantação. No ambiente hospitalar há basicamente dois tipos de dispensação de medicamentos: intra-hospitalar; extra-hospitalar. GUARDE ESSA IDEIA! Como o próprio nome já diz, a intra-hospitalar destina-se ao paciente internado(a) (hospitalizado[a]). Nesses casos, o medicamento não é entregue diretamente ao paciente, mas à equipe de enfermagem que é responsável pela administração ao paciente.Já a extra-hospitalar é destinada a pacientes que são atendidos(as) no ambulatório hospitalar. São àqueles(as) que vão ao hospital para uma consulta eletiva, por exemplo. Agora que você já conheceu os tipos de dispensação, vamos conhecer os métodos de dispensação. Ficou curioso (a)? Então, vamos lá! O método de dispensação é a forma como um medicamento é dispensado em uma unidade hospitalar. 13 Dependendo do método utilizado, podemos trabalhar com margem de segurança, garantindo que o(a) paciente receba os seus medicamentos dentro de critérios que possam assegurar a sua qualidade e segurança. Não esqueça que todas as ações desenvolvidas em qualquer unidade de saúde devem ser direcionadas para o uso racional de medicamentos, portanto, quanto mais eficaz o método de dispensação, mais segurança o(a) paciente terá. Os sistemas de dispensação de medicamentos podem ser classificados como: coletivo; individualizado; dose unitária; misto. Para que você amplie ainda mais seus conhecimentos, vamos detalhar cada um desses métodos. - Sistema de dispensação coletiva: é feito um balanço geral dos medicamentos que serão utilizados durante determinado período e a unidade de internação faz um pedido total que é entregue em nome do setor que está requisitando. Lembre-se que a farmácia não tem acesso à prescrição do(a) paciente, portanto a assistência fica prejudicada pela não participação do(a) farmacêutico(a) na revisão e na análise da prescrição médica. - Sistema de dispensação individualizada: os medicamentos administrados no(a) paciente são especialmente prescritos para um determinado problema e em um período pré-estabelecido, que normalmente é em torno de 12 a 24 horas. - Sistema de dispensação por dose unitária: os medicamentos são distribuídos de forma específica, já diluídos e preparados para a administração no(a) paciente, cabendo à enfermagem apenas o ato de administrar na via correta. Nesse sistema, o(a) farmacêutico(a) recebe a prescrição médica do(a) paciente ou sua cópia direta, elabora o registro farmacoterapêutico, analisa as informações da prescrição e, quando necessário, faz intervenções terapêuticas e dispensa os medicamentos em embalagens de dose unitária. - Sistema de dispensação misto: são implantados mais de um sistema, onde parte do sistema é coletivo e parte individualizado. Geralmente, as unidades de internação, de forma parcial ou integral, são atendidas pelo sistema individualizado e os serviços (radiologia, endoscopia, ambulatórios, serviços de urgências e outros) são atendidos pelo sistema coletivo. 14 Figura 2 - Sistemas de Dispensação Fonte: Liberato (2020). DICAS Caro(a) aluno(a), deu para notar que existem algumas diferenças significativas em cada sistema, não é? Fique atento(a), pois isso vai impactar diretamente na rotina da farmácia e dos demais setores, bem como no custo mensal e na segurança do(a) paciente. Perceba que o sistema de dispensação coletivo é um método ultrapassado, pois a farmácia se torna uma mera fornecedora de medicamentos, ocorrendo o armazenamento em estoques descentralizados e retirando sua atividade de dispensação. Dessa maneira, enquanto o sistema de dose unitária é totalmente direcionado ao paciente, é feita uma adequação da farmacoterapia e isso confere um excelente nível de segurança ao mesmo. Lembre-se que, antes da dispensação, as prescrições devem ser analisadas pelo(a) profissional farmacêutico(a) e, caso existam dúvidas, essas devem ser sanadas com o(a) prescritor(a) e as decisões tomadas devem ser registradas. Destacamos que, após a avaliação, a dispensação é autorizada e os auxiliares procedem à separação e embalagem secundária dos produtos. 15 DICA A avaliação das prescrições deve ser realizada tanto para dispensação intra-hospitalar, quanto para dispensação extra-hospitalar. Isso porque a avaliação das interações medicamentosas depende muito do conhecimento e da vivência do(a) profissional e nem sempre é fácil, mas, com o tempo, você adquire agilidade. Quando a prescrição for através de prontuário eletrônico, é importante seguir esse roteiro básico: 1. Comece a avaliação pelo(a) prescritor(a), busque a inscrição dele(a) no conselho de classe, além do setor de onde ele(a) prescreve (clínica médica, nutrição, especialidade, urgência, bloco cirúrgico etc.). 2. Em seguida, passe para o medicamento e para o material médico, verificando o nome do medicamento, a concentração, a dose, a via de administração, a posologia, as incompatibilidades e as interações medicamentosas. Lembre-se que, para medicamentos injetáveis, também devem ser observados o diluente e a velocidade de infusão. 3. Logo depois, você deverá verificar os materiais que estão associados, exemplo: se o(a) paciente vai fazer uso de algum medicamento injetável, serão necessárias seringa, agulha etc. Mas, fique tranquilo(a), pois, normalmente, já é feita uma associação automática do sistema de acordo com as características de cada medicamento, mas é importante ficar bastante atento(a) a esses detalhes. Por outro lado, quando a prescrição for através de receita impressa: 1. Você deve avaliar a integridade do documento, se o tipo de receita está adequado à classe de medicamentos (psicotrópicos, antimicrobianos etc.), se está com todos os campos preenchidos e se tem a assinatura e carimbo do(a) prescritor(a). 2. Após isso, seguimos as mesmas orientações da avaliação do prontuário eletrônico. ACESSE SUA BIBLIOTECA VIRTUAL Na Biblioteca Virtual você pode acessar o livro “Introdução à Farmácia Hospitalar”, da página 28 a 43, da autora Helaine Capucho para rever o conteúdo abordado nesse tópico. Aproveite esse momento para aprender mais sobre o tema e se preparar para sua vida profissional! 16 FARMÁCIA MAGISTRAL A Farmácia Magistral, ou Farmácia de Manipulação, como é popularmente conhecida, tem como objetivo principal a preparação de medicamentos manipulados que atendam às necessidades clínicas do(a) paciente, de acordo com sua individualidade. Dessa forma, é um segmento de extrema importância no ramo de medicamentos e do ponto de vista da saúde pública. Atualmente, existe uma forte tendência das farmácias magistrais na produção de cosméticos, os nutracêuticos, alimentos contendo ativos, entre outros produtos, tanto para humanos, quanto para animais (farmácias de manipulação pet) que é um segmento em expansão no mercado brasileiro. DEFINIÇÃO Segundo a Lei federal nº 13.021/2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, a farmácia com manipulação é um estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica. Portanto, você pode encontrar atividades de manipulação em uma farmácia hospitalar ou como comercial. Documentação Caro(a) aluno(a), é importante que você saiba que a documentação é parte integrante do processo magistral, pois tem uma dupla finalidade: a de orientar cada procedimento, bem como a de possibilitar a comprovação de todos os atos executados. Dessa forma, ela permite a rastreabilidade dos processos com o intuito de proporcionar um aprimoramento contínuo. São exemplos de documentos: − Manuais de Boas Práticas; − Procedimentos Operacionais Padrão (POP); − Registros de receitas; − Relatórios de autoinspeção; − Registros de reclamações de usuários. 17 ??? CURIOSIDADE Os Manuais de Boas Práticas são guias que determinam as políticas da farmácia relacionadas às questões éticas, técnicas e operacionais. O principal, e exigido pela legislação vigente, é o Manual de Boas Práticas de Manipulação em Farmácia (BPMF), que estabelece os cuidados com todas as operações da farmácia para a garantia da qualidade dos produtos e serviços. Ele detalha os parâmetros gerais de trabalho e da qualidade do estabelecimento.Além disso, sempre que a farmácia tiver autorização/ licença para realizar a prestação de serviços, essa deverá disponibilizar o BPMF. Lembre-se que as atribuições e as responsabilidades individuais devem estar descritas neste manual e, além disso, devem ser compreensíveis a todos os funcionários. VOCÊ SABIA? POPs, Procedimentos Operacionais Padrão, são documentos de responsabilidade do(a) farmacêutico(a) que contêm uma descrição detalhada das técnicas e das operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos(as) manipuladores(as). Estrutura física Para que a farmácia execute as preparações magistrais e oficinais, é necessário que tenha uma estrutura adequada em termos de áreas e revestimentos, conforme detalha a Resolução nº 67/2007, e sua atualização dada pela RDC nº 21, de 20 de maio de 2009: Devem existir, quando for o caso, sala(s) de manipulação para as preparações de sólidos, semissólidos e líquidos, cabines especiais para preparações de hormônios, antibióticos e citostáticos, produtos homeopáticos e outras classes definidas. As áreas devem ser compatíveis com as operações, com tamanho apropriado, e revestimento de teto, parede e pisos em material liso, lavável e resistente aos agentes sanitizantes. (BRASIL, 2007). 18 Atribuições do farmacêutico Inicialmente, você deve estar ciente de que o(a) farmacêutico(a) é responsável por definir, aplicar e supervisionar os procedimentos operacionais e farmacotécnicos estabelecidos no processo de manipulação magistral e, segundo a RDC nº 67/2007, em seu artigo 5º, dentre suas atribuições, destacamos: I. Orientar sobre os materiais, equipamentos e utensílios básicos, que o estabelecimento deve ter para a realização de suas atividades; II. Inspecionar os materiais, equipamentos e utensílios devendo estes serem instalados, utilizados e localizados de forma a facilitar a utilização e a manutenção dos mesmos. III. Submeter os equipamentos à manutenção preventiva ou corretiva, obedecendo a procedimentos operacionais escritos, com base nas especificações dos manuais dos fabricantes. IV. Definir e organizar as áreas e atividades técnicas da farmácia, de acordo com os procedimentos operacionais estabelecidos; V. Especificar e supervisionar a seleção, aquisição, inspeção e armazenagem das matérias-primas e materiais de embalagem necessários ao processo de manipulação; VI. Estabelecer critérios e supervisionar o processo de qualificação de fornecedores; VII. Notificar à autoridade sanitária quaisquer desvios de qualidade de insumos farmacêuticos, conforme legislação em vigor; VIII. Avaliar a prescrição quanto à concentração, compatibilidade físico-química, dose, via de administração e forma farmacêutica e decidir sobre o aviamento; IX. Assegurar as condições necessárias ao cumprimento dos procedimentos operacionais estabelecidos para manipulação, armazenamento, dispensação e transporte; X. Determinar o prazo de validade para os produtos manipulados de acordo com os critérios técnicos estabelecidos; XI. Assegurar que os rótulos das matérias primas fracionadas e dos produtos manipulados sejam elaborados de maneira clara e precisa, nos termos da legislação em vigor; XII. Responder pelo controle de qualidade e, ainda, em caso de terceirização de análises de controle de qualidade, firmar o contrato entre as partes; XIII. Participar de estudos de farmacovigilância; XIV. Manter atualizada a escrituração dos livros de receituário geral e específicos, podendo ser informatizada; XV. Desenvolver e atualizar regularmente os procedimentos operacionais; XVI. Fracionar e dispensar medicamentos. 19 ACESSE Para ter acesso a todas as atribuições do(a) farmacêutico(a) na farmácia magistral e conhecer outros requisitos técnicos, sugerimos que acesse a Resolução Nº 467 de 28 de Novembro de 2007, disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf Dispensação A farmácia magistral por si só é bastante interessante pelo aspecto multifuncional e por suas características próprias. Pensando nisso, a dispensação segue um pouco do que já falamos anteriormente, onde existe o procedimento de avaliação da prescrição e, após isso, é emitida a ordem de manipulação do medicamento ou produto. Só que aí existe um detalhe: nas farmácias magistrais a prescrição, “obrigatoriamente”, precisa ser autorizada por um(a) farmacêutico(a), pois, do contrário, torna-se ilegal. E isso é muito bom, pois exige a presença constante do(a) profissional farmacêutico(a) no estabelecimento, garantindo qualidade e segurança ao paciente É preciso destacarmos que, ao receber a prescrição, o(a) farmacêutico(a) precisa conferir os seguintes pontos: nome do médico e o seu CRM; nome do(a) paciente/ ou comprador(a); composição (fórmula) discriminada do produto; posologia; diluições; adequação da quantidade de acordo com a prescrição e com as normas vigentes (medicamentos controlados para apenas dois meses, por exemplo); verificação e indicação da embalagem mais apropriada para o medicamento. Após essa avaliação, o medicamento segue para a ordem de manipulação e, quando elaborado, é novamente conferido com a prescrição para que seja autorizada a dispensação. Pensando nisso, a RDC nº 67/2007 trata de como deve ser essa conferência das preparações magistrais/oficinais pelo(a) farmacêutico(a) e a dispensação ao paciente: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/467.pdf 20 Além da inspeção visual, deve ser feita a conferência de todas as etapas do processo de manipulação, a clareza e a exatidão das informações do rótulo, as quantidades das embalagens, a integridade, o prazo de validade, a conformidade com a prescrição e a verificação dos dados dos prescritores habilitados, do paciente/ usuário e da farmácia, bem como as etiquetas orientativas apostas na embalagem. O farmacêutico deve dar orientação aos pacientes/clientes, objetivando o uso correto e racional dos produtos. Todas as receitas aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, com a identificação do estabelecimento, a data da dispensação e o número de registro da manipulação, de forma a comprovar o aviamento. Quando for o caso, a orientação deve ser registrada, de modo a favorecer o seguimento farmacoterapêutico, conforme critérios estabelecidos pela farmácia ou em norma específica. (BRASIL, 2007). PALAVRAS FINAIS Caro(a) aluno(a). Chegamos ao final de mais uma unidade. Ao longo do nosso material, você pôde perceber que a Farmácia Hospitalar possui diferentes atividades administrativas, clínicas e consultivas ligadas aos demais setores do hospital, cuja responsabilidade é do(a) farmacêutico(a). Neste material você também aprendeu que as atividades na Farmácia Magistral são guiadas pelo Manual de Boas Práticas Farmacêuticas e a dispensação só é autorizada após a conferência das etapas pelo(a) farmacêutico(a). Acredito que, ao longo do nosso Guia de Estudos, você notou como o(a) farmacêutico(a) precisa ser um(a) profissional versátil, não é mesmo? Pensando em ampliar seus conhecimentos, já adianto para você que, na próxima Unidade, veremos mais detalhes sobre sua atuação na saúde pública. Bons estudos e nos vemos em breve! 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGHIROLLI, Daikelly I. Introdução À Profissão: Farmácia. Porto Alegre: Sagah, 2017. BRASIL. Assistência farmacêutica na atenção básica: instruções técnicas para sua organização. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. - 2ª ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 100 p BRASIL. Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Brasília, 2007. BRASIL. Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensaçãoe da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. Brasília, 2009. DESTRUTI, Ana B.C.B; SANTOS, Gustavo A; MONTEIRO, Rejane B. Curso Didático de Farmácia. Vol. 1, 1ª ed., São Paulo: Yendis, 2016. FERRACINI, Fábio T; FILHO, Wladimir M. B. Prática Farmacêutica no Ambiente Hospitalar: do planejamento à realização. São Paulo: Atheneu, 2006. GONÇALVES, Carolina P. Assistência Farmacêutica. Porto Alegre: Sagah, 2018. JULIANI, Roberta G. M. Organização e Funcionamento de Farmácia Hospitalar. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2014. NETO, Júlio F. M. Farmácia Hospitalar e Suas Interfaces Com a Saúde. São Paulo: Rx Editora, 2005. 315p. SANTOS, Paulo C.J.L. Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica: Contexto Atual, Exames Laboratoriais e Acompanhamento Farmacoterapêutico. 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. p. 03-13. STORPITIS, Sílvia. Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. São Paulo: Guanabara Koogan, 2008. 528p. Para início de conversa ATUAÇÃO NA FARMÁCIA HOSPITALAR E FARMÁCIA MAGISTRAL FARMÁCIA HOSPITALAR Estrutura física e organizacional Padronização de Medicamentos Otimização da Terapia Medicamentosa Dispensação na Farmácia Hospitalar FARMÁCIA MAGISTRAL Documentação Estrutura física Atribuições do farmacêutico Dispensação
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