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CONTRATOS - Direito Civil UN - 1

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Evolução Histórica 
 
CONTRATOS E ATIVIDADE ECONÔMICA 
 O desenvolvimento do direito contratual está 
intimamente ligado às relações econômicas 
 O contrato: 
 Constitui força motriz das estruturas 
socioeconômicas de uma sociedade 
 É o mecanismo primordial para circulação 
de riquezas, ao ofertar estabilidade e 
segurança para as relações jurídicas por 
ele entabuladas. 
 Atividade econômica 
 Realiza-se através da disposição das coisas 
e do aproveitamento de serviços 
 
ORIGEM 
 Obrigação de ato ilícito 
 A noção de obrigação (não contratual) 
surgiu com os atos ilícitos 
o Estado de estar obrigado, em vez de 
obrigação 
o Lei de Talião 
 O devedor respondia com a vida/corpo 
pelas obrigações assumidas 
 Obrigações de atos voluntários 
 A obrigação “contratual” nasceu muito 
depois da obrigação decorrente de ato 
ilícito 
 A noção de contrato surgiu no período do 
Jus Gentium (direito romano) 
 O devedor também respondia com a 
vida/corpo pelas obrigações 
o Direito romano: nexum (empréstimo) 
o Podia, inclusive, ser reduzido à 
condição de escravo 
o Mercador de Veneza 
 
DIREITO ROMANO 
1. Classificação Bipartida 
 
 Gaio, século II d.C, em sua obra Institutas. 
 Contrato: 
o Todo ato voluntário gerador de 
obrigação. 
o Seja bilateral ou mesmo unilateral 
 Delito: 
o Ato ilícito, gerador de obrigação de 
indeniza 
 Categoria das fontes: 
 Período primitivo e período clássico. 
 O acordo de vontade não gerava, por si 
só, obrigação. 
 Era necessário um elemento material, uma 
exteriorização da forma. 
o Palavras sacramentais (contrato 
verbis). 
o Inscrição em livro contábil do credor - 
códex (contrato litteris). 
o Entrega efetiva do objeto (contrato re). 
Contratos reais. 
 Vigia a tipicidade dos contratos. 
 Havia poucos contratos típicos. 
 O paradigma do contrato era o pater 
familias romano. 
2. Classificação Quadripartida 
 
 Conceitos 
 Contrato: 
o Contrato como ajustes formais entre as 
partes, com action. 
o Pacto (pactum) como ajuste não 
formais, sem action. 
o Convenção (conventio) como gênero. 
 Quase contrato: 
o Atos lícitos unilaterais equiparados a 
contrato. 
o Ex.: gestão de negócios. 
 Delito: 
o Ato ilícito, dolosamente cometido, 
causador de dano 
 Quase delito: 
o Ato ilícito não intencional (praticado 
culposamente) ou que seja 
responsabilizado por ato de outrem. 
 Categoria das fontes 
 Período de Justiniano (justinianeu). 
 Houve atribuição de ação a quatro pactos 
muito utilizados no dia a dia (venda, 
locação, mandato e sociedade), surgindo 
a categoria dos contratos solo consensus, 
isto é, que se constitui apenas pelo acordo 
das vontades. 
 Justiniano (livro III das Instituições), pinçou-
se o acordo entre as partes (mútuo 
consenso) como característica essencial 
do contrato, antecipando o que a 
doutrina e a legislação moderna viriam a 
consolidar. 
 Nascia o princípio do consensualismo, com 
o afastamento de exigência exagerada 
da forma e com uma maior atenção à 
manifestação da vontade das partes. 
3. Influência do direto romano 
 Na Idade Média (Alta), houve o encontro 
do direito romano com o direito 
germânico: 
o Formação de novos tipos contratuais e 
princípios. 
o Eficácia real passou a ser atribuída a 
certos contratos. 
 O Código francês (1804) repercutiu a 
classificação quadripartida romana: 
o O Título III do Livro III (dos modos de 
aquisição de propriedade) referia-se 
aos contratos ou obrigações 
convencionais em geral 
o O Título IV do Livro III destinava-se às 
obrigações que se originam sem 
convenção, quais sejam, quase 
contrato, delitos e quase delitos 
 
CONCEITO MODERNO – LIBERAL 
 Características 
 Advento do iluminismo 
 Liberalismo individualista 
o O indivíduo com vontade própria, 
distinta do grupo a que pertencia 
 Apuramento do princípio do 
consensualismo. 
o Contractus qui solo consensu perficitur 
o O contrato origina-se, desenvolve-se e 
extingue-se apenas o consenso puro 
dos contratantes 
 Contrato é instrumento de vontades 
convergentes, para composição de 
interesses particulares distintos 
o Concepção voluntarista do contrato 
 Paradigma: indivíduo proprietário 
 Igualdade formal 
 Limites e intervenção 
 Direito negociado prevalecia sobre 
legislado 
 Poucos limites: ordem pública e bons 
costumes 
 Pacta sunt servanda 
 Mínima intervenção judicial 
 CC/1916 
 
CONTRATO NO ESTADO SOCIAL 
 Características 
 Estado como agente regulador da 
economia e de promoção social 
o Prestação de serviços públicos 
o Surgimento dos direitos sociais e direitos 
econômicos 
 O contrato é ajuste de vontades 
convergentes, para composição de 
interesses particulares, que atenda 
também aos interesses sociais 
 Não apenas efeitos patrimoniais, como 
também existenciais (a partir da afirmação 
do princípio da dignidade da pessoa 
humana) 
 Igualdade material das partes 
 Limites e intervenção 
 O Estado, ao intervir nas relações 
econômicas, cria normas de ordem 
pública que diminui o âmbito de 
aplicação da autonomia da vontade na 
formatação das fontes negociais da 
obrigação 
 Prevalência do direito legislado sobre o 
negociado 
 Permanecem os limites liberais: ordem 
pública e bons costumes 
 Novo limite: função social (solidariedade) 
 Intervenção judicial necessária 
 CC/1916 sob as luzes da CF/1988 
 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO 
DIREITO CIVIL 
1. INTRODUÇÃO 
 Com a CF/1988, busca-se fundamento 
numa perspectiva constitucional para o 
direito privado 
 Antes, o direito civil era: 
o Locus normativo privilegiado do 
indivíduo 
o Considerado a constituição do homem 
comum, era o mais distante do Direito 
Constitucional (a constituição do 
homem político) 
o O fundamento de validade das 
normas de direito civil eram os 
princípios gerais de direito 
2. NÃO É CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO D.C. 
 Colocação da Constituição no centro do 
direito privado 
 Reinterpretação das normas ordinárias a 
partir da Constituição 
 Exercício do controle constitucional e 
interpretação conforme 
3. TIPOS 
 
 Constitucionalização por jurisdicização 
 Jurisdicização das normas constitucionais 
 Parte da Constituição era considerada 
matéria pragmática, destituída de 
eficácia jurídica plena 
 E foi lentamente juridicizada, com suas 
normas produzindo plenamente seus 
efeitos 
 Constitucionalização por irradiação 
 Irradiação das normas constitucionais nos 
demais ramos do direito, como o direito 
civil 
 A irradiação é feita com base em uma 
ordem objetiva de valores, formada 
basicamente pelos direitos fundamentais 
 A irradiação é feita pelos tribunais 
constitucionais através da interpretação, 
interpretação conforme, mutação 
constitucional e da efetivação dos direitos 
fundamentais 
 Constitucionalização por elevação 
 Cuida-se de um deslizamento para cima 
(da legislação para a constituição) das 
normas fundamentais de direito civil 
Ex: a função social da propriedade, que já 
existia no Estatuto da Terra. 
► Constitucionalização do direito dos 
contratos: 
 Fundamentos constitucionais dos 
contratos para a CF 
o Art. 1º, IIII (macroprincípio da 
dignidade da pessoa humana) 
o Art. 1º, IV (valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa) 
o Art. 3º, I (solidariedade social) 
o Art. 5º, XXXII (defesa do 
consumidor) 
o Art. 5º, XXXVI (garantia do ato 
jurídico perfeito) 
o Art. 170 (valores: trabalho humano, 
livre iniciativa, justiça social) 
o Art. 170 (princípios: liberdade 
econômica, propriedade privada, 
função social da propriedade, livre 
concorrência, defesa do 
consumidor) 
 Normas de responsabilidade civil na CF 
o Art. 5º, V (danos materiais, morais e 
à imagem), X (danos a direitos da 
personalidade) e LXXV (reparação 
de erro judiciário) 
o Art. 21, XXIII, “d” (danos nucleares) 
o Art. 24, VII (danos a interesses 
difusos) 
o Art. 37, § 6º; 141 (responsabilidade 
do Estado e de concessionárias) 
oArt. 173, § 1º, V e § 5º 
(responsabilidade de 
administradores de empresas) 
o Art. 225, §§ 2º e 3º (futuras 
gerações) 
o Art. 236, § 1º; 245 (responsabilidade 
civil de autor de crime doloso 
 Bases do direito das obrigações na CF 
o Segurança jurídica 
o Função social, solidariedade social 
o Igualdade material, equivalência 
das prestações 
o Tutela preventiva: para evitar o 
ilícito 
o Tutela específica para 
cumprimento das obrigações. 
Ex.: direito de resposta, 
proporcional ao agravo. 
 Constitucionalização por reforma legislativa 
 Alteração legislativa realizada para 
adaptar as leis anteriores aos novos 
comandos constitucionais 
Ex: A CF/1988 estabeleceu a igualdade 
entre filhos adulterinos e filho legítimos 
 O art. 359 do CC/1916 proibia o 
reconhecimento dos filhos 
adulterinos 
 Assim a Lei 7.841/1989 revogou o 
art. 359 
 CC/2002 
 Sociedade plural, solidária, base 
econômica capitalista 
 Unificação das obrigações civis e 
comerciais 
 Livros das Obrigações/Contratos antes do 
livro de Direito das Coisas 
 Função social dos contratos (art. 421) 
 Paradigma: a pessoa humana 
4. CARACTERÍSTICAS 
 
 Fundamento de validade 
 D.C: princípios gerais de direito 
 D.C.C: direitos fundamentais e a dignidade 
da pessoa humana 
 Centralidade 
 D.C: no Direito Civil infraconstitucional, já 
que a Constituição tinha poucas normas 
de direito civil 
 D.C.C: na Constituição, que passa a ter os 
fundamentos do Direito Civil 
 Fontes de opressão 
 D.C: Estado 
 D.C.C: pode vir dos demais atores privados 
– direitos fundamentais na horizontalidade 
 Dicotomia DPRIV x DPUB 
 D.C: existe 
 D.C.C: é mitigada 
 Patrimônio 
 D.C: direito patromonializado 
 D.C.C: direito despatrimonializado, 
socializado e repersonalizado 
 Foco 
 D.C: no patrimônio, sendo a pessoa 
coadjuvante 
 D.C.C: na pessoa, sendo o patrimônio 
coadjuvante 
 Realização existencial 
 D.C: da pessoa era através dos bens 
materiais e do patrimônio 
 D.C.C: é pela dignidade da pessoa 
humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATUREZA JURÍDICA E CONCEPÇÕES 
DO CONTRATO 
 
CONCEPÇÃO VOLUNTARISTA – LIBERAL 
 Países de tradição romana 
 Contrato é o ajuste de vontades dos 
celebrantes, com paradigma no indivíduo 
proprietário, para disciplinar interesses 
individuais particulares econômicos, com 
igualdade apenas forma entre as partes, 
prevalecendo o direito negociado sobre o 
legislado, possuindo como limites apenas a 
ordem pulica e os bons costumes 
CONTRATO COMO NEGÓCIO JURÍDICO 
 Na Alemanha, o conceito de contrato nasceu 
atrelada a uma categoria mais ampla, a de 
negócio jurídico 
 Noções de negócio jurídico pelos 
jusnaturalistas alemães 
 Para designar o ato jurídico em que a 
vontade tinha liberdade de escolha, 
podendo autorregrar-se 
 Inspiração ideológica do Estado Liberal 
 Negócio jurídico como ato de autonomia 
da vontade 
 No Brasil, o CC/1916 tratava de ato jurídico e 
de contratos, sem abordar a noção de 
negócio jurídico 
 Somente com o CC/2002, introduziu-se o 
negócio jurídico 
 
CONTRATO COMO NEGÓCIO JURÍDICO 
BILATERAL 
 Contrato é negócio jurídico bilateral 
 Os efeitos jurídicos são estruturados pelas 
partes, materializa-se a autonomia privada 
 A bilateralidade diz respeito aos efeitos 
(obrigações) 
 Necessária vontade de dois lados (formação 
do contrato) 
 Interesses distintos dos lados 
 Não é necessário que haja contraprestação 
dos dois lados 
 Contraprestação é o efeito do negócio 
jurídico ou contrato 
 Contrato unilateral: só há contraprestação 
de uma parte (Ex: doação) 
 Contrato bilateral: contraprestação das 
duas partes 
1. CONCEPÇÃO VOLUNTARISTA 
 TEORIA DA VONTADE 
 Vontade real (ou psicológica) 
 O negócio jurídico é a declaração da 
vontade pelo qual o agente pretende 
atingir determinados efeitos admitidos em 
lei 
 Prevalece a intenção 
 A manifestação da vontade destinada a 
produzir (criar, modificar, preservar ou 
extinguir) efeitos jurídicos 
 Art. 112, CC/2002. Nas declarações de 
vontade se atenderá mais a intenção 
nelas consubstanciadas do que o sentido 
literal da linguagem 
 TEORIA DA DECLARAÇÃO 
 Prevalece a vontade exteriorizada 
 Exteriorização: 
o Manifestação 
o Declaração 
 Não importa a intenção 
o Se não exteriorizou, não tem serventia 
para o direito 
 Dominante no Brasil: Orlando Gomes, 
Junqueira de Azevedo e etc. 
 CRÍTICAS 
 O voluntarismo é incompatível com o 
Estado Social, dado a necessidade d 
intervenção estatal nas relações privadas 
e econômicas 
 O contrato como ato de vontades dá 
enfoque para a valoração de cada um 
dos celebrantes, perdendo/desprezando: 
o A visão estrutural da bilateralidade da 
autodeterminação das partes 
o A participação comunicativa de um 
outro, que também é parte na relação 
jurídica 
o A dimensão relacional 
 Na concepção voluntarista, a justiça 
produzida no contrato é justiça 
procedimental, não substancial 
2. CONCEPÇÃO NORMATIVISTA, PRECEPTIVISTA 
OU OBJETIVISTA 
 Com o advento do Estado Social, o contrato 
começa a se configurar com incidência de 
normas jurídicas funcionais e promocionais 
 O contrato é um meio previsto no 
ordenamento para a produção de efeitos 
jurídicos 
 O contrato é ato normativo que regula 
situações entre os celebrantes 
 O âmago do contrato não está nos direitos 
e nas obrigações criadas, mas no 
regulamento de interesses instituídos pelo 
acordo, como normas jurídicas fossem 
 O contrato tem conteúdo normativo, é uma 
espécie de poder privado de autocriação de 
um ordenamento jurídico próprio 
 A vontade não é o negócio jurídico, é 
elemento fático do negócio jurídico 
3. CONCEPÇÃO ESTRUTURALISTA 
 Não se procura saber como o negócio surge 
(vontade), nem como ele atua (função), mas 
simplesmente " o que ele é". 
 Não se dá tanta relevância à vontade ou 
mesmo ao autorregramento e função. 
 O negócio jurídico é fato jurídico decorrente 
de declaração de vontade, que, em virtude 
das circunstâncias em que se produz, previsto 
na estrutura normativa, é visto socialmente 
como dirigido à produção de efeitos jurídicos. 
 "A perspectiva muda inteiramente, já que de 
psicológica passa a social. O negócio não é o 
que o agente quer, mas sim o que a 
sociedade vê como a declaração de 
vontade do agente " 
 Deixa de examinar o negócio através da ótica 
estreita do autor e, alargando-se 
extraordinariamente o campo da visão, passa-
se a fazer o exame pelo prisma social e mais 
propriamente jurídico 
 Num contrato, não há duas ou mais 
declarações de vontade; há nele mais de 
uma vontade que unificam-se em uma só 
declaração, que juridicamente será só um 
fato jurídico 
 A concepção estruturalista abre espaço para 
a discussão de questões fáticas, basicamente, 
o que é o contrato. Assim, o contrato se liberta 
de amarras da dogmática, dos textos legais e 
da tradição do direito, assumindo um 
necessário pragmatismo 
 
CONCEPÇÃO ECONOMICISTA DO 
CONTRATO 
 Essa concepção vai além da função 
(econômica) do contrato 
 Todo contrato tem uma função econômica, 
que é a sua causa 
 Considerada a variedade de funções 
econômicas que desempenham, classificam-
se os contratos: 
a) Para promover a circulação de riqueza 
b) De colaboração 
c) Para prevenção e riscos 
d) De conservação e acutelatórios 
e) Para prevenir ou dirimir uma controvérsia 
f) Para a concessão de crédito 
g) Constitutivos de direitos reais de gozo, ou 
de garantia 
 Contrato como instrumento de repartição de 
riscos econômicos 
 O contrato é um meio para formalizar 
transações econômicas, promovendo uma 
alocação eficiente dos riscos e criando 
incentivos para as partes agirem de maneira a 
se ter menor custo de transação 
 Naperspectiva da Law and Economics, o 
contrato não é um vínculo solitário entre 
pessoas na sociedade, mas sim uma 
transação de mercado na qual cada parte se 
comporta de acordo com os seus interesses, 
agindo de forma estratégica 
 Não se desconsideram os interesses 
coletivos, mas eles se identificam na 
estrutura do mercado subjacente ao 
contrato 
 Paradigma diverso da tradicional e 
majoritária abordagem da função social 
do contrato 
 A Lei de Liberdade Econômica acrescentou 
alguns artigos no CC/2002, incorporando essa 
concepção economicista: 
 Art. 49-A do CC: "Parágrafo único. A 
autonomia patrimonial das pessoas 
jurídicas é um instrumento lícito de 
alocação e segregação de riscos, 
estabelecido pela lei com a finalidade de 
estimular empreendimentos, para a 
geração de empregos, tributo, renda e 
inovação em benefício de todos ". 
 Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais 
presumem-se paritários e simétricos até a 
presença de elementos concretos que 
justifiquem o afastamento dessa 
presunção, ressalvados os regimes jurídicos 
previstos em leis especiais, garantido 
também que: (...) II - a alocação de riscos 
definida pelas partes deve ser respeitada e 
observada. 
 
DIMENSÕES FUNCIONAIS DO 
CONTRATO 
 O contrato numa dimensão interna e 
dinâmica: 
 é um fato jurídico que gera uma relação 
jurídica como processo, impondo deveres 
de cooperação entre os contratantes. 
 
 
 O contrato na dimensão funcional visa: 
 a harmonização de interesses 
antagônicos, com vistas à pacificação 
social ou mesmo instrumento de 
cooperação das partes com intuito de 
realização de fins comuns. 
 Contrato como binômio 
autodeterminação e justiça contratual 
 Visa regulação das transações entre 
agentes econômicos, visando ao 
desenvolvimento nacional e das partes 
 Contrato como elemento da ordem 
econômica 
 
ASPECTOS CONTEMPORÂNEOS 
 Transformações do direito civil: 
 Incidência de normas públicas sobre a 
vontade. (estado social) 
 Dignidade da pessoa humana, direitos 
humanos, igualdade material. 
 Constitucionalização do Direito Civil 
 Descentralização normativa da legislação 
civil 
 Microssistemas jurídicas de proteção 
do vulnerável 
 Contratos não paritários x paritários 
 Contratos com proteção de 
contratantes vulneráveis 
o Inquilino, mutuário, segurado, autor 
etc. 
o CDC e os contratos de consumo 
 A paridade em contratos empresariais 
ocorre com mais frequência 
 Em contratos civis, normalmente, há uma 
legislação que tutela uma parte 
vulnerável, que torna o contrato não 
paritário. 
 Mas há ainda algumas possibilidades: 
 Validade da cláusula de eleição de 
foro em contrato de famoso jogador 
com empresa multinacional (STJ, REsp 
1518604) 
 Legalidade da tarifa de emissão de 
boleto bancário, excluído o setor 
bancário (STJ, REsp 1580446) 
 Legalidade da cláusula limitativa 
territorial de contrato de consultoria 
(STJ, REsp 1830304) 
 Legalidade da cláusula em 
instrumento de cessão de crédito que 
se ajusta a transferência de titularidade 
para a prática de atos, inclusive 
perante a Receita Federal (STJ, REsp 
1645719). 
 Massificação das relações contratuais 
 A massificação gera uma 
consequente despersonalização 
negocial 
 É incompatível com o consentimento 
fundado em vontades individuais 
 A vontade, embora continue sendo o 
elemento chave do negócio jurídico, 
perde conotação absoluta 
 Contrato de adesão (a condições 
gerais) é o instrumento por excelência 
utilizado na massificação negocial 
 Virtualização das transações e os contratos 
eletrônicos. 
 Desconsideração da vontade 
 Não apenas nos casos de massificação 
negocial: 
 Transportes coletivos 
 Compra e venda de produtos em lojas 
e supermercados 
 Serviços bancários 
 Transação em meio digital 
 Há também desconsideração da vontade 
em outras situações: 
 Compra feita por menor 
absolutamente incapaz 
o Cantina do colégio 
 Venda ou serviços ofertados por 
criança (absolutamente incapaz 
o Engraxates, lavadores de 
automóveis, vendas em vias 
públicas. 
 Contratos necessários ou obrigatórios 
o Energia, água, gás. 
 Compra e venda em máquinas 
eletrônicas 
o Não há ninguém vendendo, 
tampouco há contrato de adesão 
 Com a desconsideração da vontade, o que é 
o contrato? 
 Não é negócio jurídico: 
 É ato-fato. 
 É negócio jurídico: 
 Mas não é mais relevante a vontade, 
mas sim a CONDUTA NEGOCIAL TÍPICA 
(Paulo Lôbo) 
 O núcleo do suporte fático desses 
negócios jurídicos não é mais a 
vontade exteriorizada, mas as 
condutas, com abstração dos 
aspectos volitivos 
 Seria negócio jurídico avolitivo, 
enquanto para as demais situações 
com consideração da vontade seria 
negócio jurídico volitivo. 
 É negócio jurídico, a conduta negocial é a 
manifestação de vontade. 
 Comportamento, ações e silêncios, em 
vez de declaração. 
 Comportamento concludente 
(Tepedino) 
 
CONCEITO CONTEMPORÂNEO DO 
CONTRATO 
 É negócio jurídico bilateral em que as partes 
autodisciplinam, por meio de suas vontades ou 
por suas condutas negociais típicas, interesses 
patrimoniais e existenciais (limitados pela 
função social/solidariedade e boa-fé 
objetiva), gerando eficácia não só entre si, 
como perante terceiros, visando à realização 
da autonomia pessoal assim como à 
regulação dos processos sociais de 
cooperação e troca 
 Lembrando do conceito moderno liberal: 
Contrato é ajuste de vontades 
convergentes, para composição de 
interesses particulares distintos 
 Quanto ao âmbito de aplicação, os contratos 
não se limitam à relação obrigacional 
econômica 
 Os contratos são fontes não apenas de 
obrigações (direitos das obrigações), 
como de direitos reais, direitos familiares e 
direitos sucessórios 
O CONTRATO 
 Contrato é fato jurídico, negócio jurídico 
bilateral 
 Pacto é um negócio acessório ao negócio 
principal 
 Convenção é mais amplo: 
 Pode ser considerada o gênero 
 Pode ser patrimonial ou não 
 Instrumento contratual é a documentação do 
contrato 
 Preâmbulo 
o É a introdução do contrato, na qual os 
contratantes são qualificados, e onde 
se aponta o objeto do contrato. 
 Contexto 
o Onde estão previstas as cláusulas 
 Assinatura dos celebrantes 
 Testemunhas 
o Para ter força de título executivo 
extrajudicial. art. 784, III, CPC, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS 
 
PRINCÍPIOS CLÁSSICOS OU LIBERAIS 
 Foram construídos na época do Estado Liberal 
 Igualdade formal 
 Direito negociado prevalecia sobre 
legislado 
 Poucos limites: ordem pública e bons 
costumes 
 São eles: 
 Princípio da autonomia da vontade 
 Princípio da força obrigatória do contrato 
 Princípio da relatividade subjetiva dos 
efeitos do contrato 
 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA 
VONTADE 
 Princípio jurídico de forma econômica própria 
do capitalismo do século XVIII 
 Revolucionou ao substituir o formalismo no 
direito romano 
 O voluntarismo materializado no acordo entre 
as partes 
 Denominado por alguns de princípio do 
consensualismo 
 A rigor, o consensualismo é corolário 
(deriva) da autonomia da vontade 
 
 Exceção: 
 Contratos reais: a entrega do bem é 
requisito de existência 
 Ex: comodato, mútuo, depósito 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
PRIVADA (PC) 
 Construção ideológica (fins do séc. XIX), 
opondo-se ao excesso do liberalismo 
 A vontade estava preponderando mais 
que a própria pessoa 
 Com o personalismo ético de Kant 
 O homem é um fim em si mesmo, não 
como meio 
 Valor e dignidade à pessoa pela só 
existência 
 Autonomia do indivíduo liga-se à liberdade 
e à responsabilidade 
 A autonomia não é da vontade, mas sim da 
pessoa humana, dai o adjetivo de privada, ou 
seja, autonomia privada 
 Limites exteriores à autonomia: lei, moral e 
bons costumes 
 Positivação do limite à autonomia da vontade 
(boa-fé) Art. 187. Também comete ato ilícito o titular 
de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo 
seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes 
 Autonomia privada + solidariedade (função 
social = autonomia privada solidária 
 A função social atenua os princípios liberais 
 Preponderantemente o principio da 
relatividade subjetiva 
 Mas também o princípio da autonomia 
privada 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
PRIVADA SOLIDÁRIA (PC) 
 Estado social: solidariedade 
 Dignidade da pessoa humana e direitos 
humanos 
 Limites clássicos: ordem pública e bons 
costumes 
 Para além dos clássicos limites, surgem novos: 
 Limites contemporâneos: função social e 
boa-fé 
 Atuam para permitir que os poderes privados 
se equilibrem, e que promovam a dignidade 
da pessoa humane e a solidariedade pessoa 
AUTONOMIA E LIBERDADE 
 Na CF, há liberdade (em geral, art. 5°), 
liberdade de iniciativa (art. 1°, IV; art. 170) 
 Assim: 
 O princípio constitucional jurídico é o da 
liberdade ou livre iniciativa (princípio 
diretivo) 
 Enquanto a autonomia privada seria um 
(principio aberto), com caráter axiológico 
 O CC/2002 dispõe sobre a liberdade 
contratual, mas não expressamente sobre 
autonomia privada 
 Liberdade econômica 
 
LIBERDADES DA AUTONOMIA PRIVADA 
 Liberdade de contratar 
 Realizar ou não o contrato 
 Esta era a redação original do CC/2002, 
art. 421 
 Liberdade de contratar com quem 
 Realizar ou não o contrato com aquela 
pessoa 
 Liberdade contratual (atual) 
 Estabelecer o conteúdo do contrato 
 Utilizar contratos típicos ou criar outra 
modalidade (atípicos) 
 Redação atual do CC/2002, art. 421 
 Art.421. A liberdade contratual será 
exercida nos limites da função social 
do contrato. 
LIMITAÇÕES À AUTONOMIA PRIVADA 
 Quanto a contratar ou não (liberdade de 
contratar) 
 Por vezes, as partes são obrigadas a 
celebrar o contrato em virtude da vida em 
sociedade 
 Ex: energia elétrica, água; monopólios 
 
 Quanto a escolher a outra parte para contratar 
(liberdade de contratar com) 
 Às vezes, não há como escolher a outra 
parte do contrato 
 Ex: serviços públicos, monopólios 
 Quanto ao conteúdo (liberdade contratual) 
 Em muitas situações, as cláusulas não 
podem ser inteiramente estabelecidas por 
um dos contratantes 
 Incidem normas de ordem pública: ordem 
pública, bons costumes 
 
PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA 
DO CONTRATO (PC) 
 Pacta sunt servanda 
 O contrato é lei entre as partes 
 O ajustado e a justiça concreta entre as partes 
 Igualdade formal entre os contratantes 
 Personalismo ético kantiano 
 Só se submete às leis por ele avalizadas 
(com aval) 
 O princípio da força obrigatória vai sofrer 
algumas flexibilizações 
1. Cláusula rebus sic stantibus: 
 “Estando assim as coisas” 
 É cláusula implícita que impõe como 
necessária a permanência da 
situação de fato para que seja exigível 
a obrigação, em contratos de 
execução continuada ou diferida 
 Gênese no direito romano, reforçado 
no direito canônico medieval, mas sem 
aplicação no período liberal moderno, 
visto a prevalência do pacta sunt 
servanda 
 Ressurgiu após a primeira guerra 
mundial 
 Congresso de Viena, 1969 
 Artigo 62 
Mudança Fundamental de 
Circunstância 
1. Uma mudança fundamental de 
circunstâncias, ocorrida em 
relação às existentes no momento 
da conclusão de um tratado, e não 
prevista pelas partes, não pode ser 
invocada como causa para 
extinguir um tratado ou dele retirar-
se, salvo se: 
a) a existência dessas 
circunstâncias tiver constituído uma 
condição essencial do 
consentimento das partes em 
obrigarem-se pelo tratado; e 
b) essa mudança tiver por efeito a 
modificação radical do alcance 
das obrigações ainda pendentes 
de cumprimento em virtude do 
tratado. 
2. Teoria da imprevisão = rebus sic stantibus + 
imprevisibilidade 
3. Onerosidade excessiva 
 CC 
 CDC 
 São resultados do princípio social do 
equilíbrio contratual 
 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE 
SUBJETIVA DOS EFEITOS (PC) 
 Só gera efeitos entre as partes contratantes 
 Não atinge terceiros, nem para aproveitar 
nem para prejudicar 
 A oponibilidade não é erga omnes, mas sim 
inter partes (relativa) 
 A relatividade subjetiva (ou eficácia inter 
partes) é uma das características dos direitos 
pessoais (obrigações e contratos), que os 
diferenciam dos direitos reais 
 
 A mitigação do princípio da relatividade 
subjetiva dos efeitos pelos princípios sociais do 
contrato, especialmente a boa-fé objetiva 
com os seus deveres anexos e a função social 
do contrato com a tutela externa do crédito 
reduz a importância da dicotomia direito real 
e direito pessoal no que concerne a seus 
efeitos 
 O princípio não era absoluto (antes mesmo do 
advento dos princípios sociais) 
 Exemplo de exceção: 
1. Contratos não personalíssimos transmitem 
“causa mortis” a herdeiros 
2. Estipulação em favor de terceiro (art. 436, 
CC) 
 Art. 436. O (aquele) que estipula em 
favor de terceiro pode exigir o 
cumprimento da obrigação 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor 
de quem se estipulou a obrigação, 
também é permitido exigi-la, ficando, 
todavia, sujeito às condições e normas 
do contrato, se a ele anuir, e o 
estipulante não o inovar nos termos do 
art. 438. 
 Art. 438. O estipulante pode 
reservar-se o direito de substituir o 
terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua 
anuência e da do outro 
contratante. 
Parágrafo único. A substituição 
pode ser feita por ato entre vivos 
ou por disposição de última 
vontade 
 Um dos celebrantes se obriga a realizar 
a prestação em favor de terceiro, que 
não é parte no contrato (terceiro será 
o beneficiário) 
 O terceiro será o beneficiário, e pode 
exigir o cumprimento: 
 Ex1: seguro de vida, com 
beneficiário em caso de morte° 
 Ex2: contrato de previdência 
privada, com beneficiário em caso 
de morte do instituídos 
 Ex3: Plano de saúde coletivo 
(empresa operadora) 
 Exemplo jurisprudencial 
“Civil. Estipulação em favor de terceiro. 
Prova da autorização verbal do 
correntista para transferência de 
recursos da sua conta poupança para 
cobertura de indisponibilidade em 
conta corrente de terceiro. 
Irregularidade formal que não implica 
em afastar-se a regra da boa fé na 
formação e na execução do contrato. 
Inexistência ilícito que sujeite a 
instituição financeira a indenização. 
Apelo provido. (TRF5, Proc. 
200384000035420, Apelação, Des. Fed. 
Lazaro Guimarães, 4ª T, 25/10/2005, 
Publ. 18/11/2005). 
 
PRINCÍPIOS SOCIAIS 
 O Estado Social e os movimentos pela 
dignidade da pessoa humana e direitos 
humanos, provocam dois eventos: 
 A criação de novos princípios (princípios 
sociais) 
 Princípio da função social do contrato 
 Princípio da boa-fé objetiva 
 Princípio do equilíbrio contratual (ou 
equivalência material) 
 A mudança dos princípios clássicos 
(flexibilizando seus contornos) 
 Princípio da autonomia privada 
solidaria 
 Princípio da força obrigatória do 
contrato, com intervenção judicial 
 Princípio da relatividade subjetiva, com 
efeitos além das partes 
 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO 
CONTRATO 
 É a concretização do principio da socialidade 
ou solidariedade (art. 3° CF) nas relações 
negociais 
 Significa dar prevalência aos interesses sociais 
sobre os individuais 
 Contrapõe-se à função econômica d contrato 
(interesses individuais 
 A função social já estava prevista no Estatuto 
da Terra, para propriedade 
 Constitucionalização por elevação com a 
CF/1988 
 CF/1998: 
 A propriedade atenderá a função 
social, art. 5°, XXIII, direito individual 
 A função social da propriedade: 
princípio da ordem econômica, Art. 
170, III 
 A propriedade rural atenderá a função 
social. Art. 182, § 2°, arts. 184 a 186 
 Art. 421, CC. A liberdade contratual será 
exercida nos limites da função social do 
contrato. 
 Não atendimentoà função social 
 Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
(...) VI - tiver por objetivo fraudar lei 
imperativa 
 Art. 2.035. Parágrafo único. Nenhuma 
convenção prevalecerá se contrariar 
preceitos de ordem pública, tais como os 
estabelecidos por este Código para 
assegurar a função social da propriedade 
e dos contratos 
 Características: 
 Flexibiliza especialmente o princípio da 
relatividade subjetiva dos efeitos do 
contrato 
 Gera efeitos em relação a terceiros 
 Tutela externa do crédito 
 Dimensão Transobjetiva ou externa 
(com terceiros) 
 Tutela interna do crédito 
 Dimensão Intersubjetiva ou interna 
(entre as partes) 
 Flexibiliza também o princípio da 
autonomia privada 
 Autonomia privada solidária 
 Eficácia 
 Tem eficácia em todo tipo de contrato, 
mas em alguns contratos a incidência da 
função social é ainda maior: 
 Contratos não paritários 
 Contratos que instrumentalizam a 
propriedade de bens de produção 
 Interface direta com a função 
social da empresa/do contrato 
 Contratos tendo como objeto 
prestação essencial 
 Quanto mais essencial o bem para 
a vida, mais é cabível a 
intervenção estatal pela função 
social 
 Ex.: medicamentos, plano de 
saúde 
 Contratos comunitários 
 Seguros, consórcios, fornecimento 
de energia elétrica 
 Subjaz na própria racionalidade 
econômica a noção de 
comunidade 
 Tipos 
 Extrínseca 
 O contrato em face da coletividade] 
 Analisam-se os efeitos sociais e 
econômicos para todos 
 Em busca do desenvolvimento 
nacional 
 "Liberdade contratual como elemento 
da ordem econômica” 
 Deve respeitar os direitos humanos, 
meio ambiente 
 Intrínseca 
 A função social é limite externo da 
autonomia de vontade 
 Liberdade contratual como binômio 
autodeterminação – justiça contratual 
 O contrato visto como relação jurídica 
entre as partes negociais, impondo-se 
o respeito à lealdade e à cooperação 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA 
 É um princípio de substrato ético que ganhou 
contornos jurídicos 
 É norma jurídica, não é estado de fato 
(intenções) 
 Não se confunde com boa-fé subjetiva 
 Estado de ânimo ou de espírito do agente 
que realiza o ato 
 É desconhecer o vício 
 Estado de fato, está no plano das 
intenções 
 Ex: art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o 
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo 
que impede a aquisição da coisa 
 Origem romana 
 Não se avalia a intenção do agente, mas 
apenas verifica-se se a conduta praticada 
está dentro ou não dos padrões esperados 
 Não está no plano das intenções, analisa-se a 
conduta realizada 
 Como princípio jurídico, é norma de 
comportamento de fundo ético 
 Origem germânica 
 Comportamento esperado, um padrão 
jurídico standard, do homem médio 
 As partes devem guardar entre si a lealdade e 
o respeito que se espera do homem comum 
 Fundamentos: 
 Dignidade da pessoa humana 
 Sociedade livre, justa e solidária – objetivo 
da república (art. 3º, I) 
 Princípio da liberdade 
 Princípio da solidariedade social 
 Art. 422, CC: os contratantes são obrigados 
a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé. 
 Funções: 
 Interpretativa 
 A boa-fé dá as diretrizes hermenêuticas 
da eticidade e da socialidade. 
 Art. 5º, LINDB: na aplicação na lei, 
deve-se atender ao bem comum e fins 
sociais. 
 CC. Art. 113. Os negócios jurídicos 
devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
§ 1º. A interpretação do negócio 
jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
(incluído pela lei nº 13.874, de 2019). 
III - corresponder à boa-fé; 
 Integrativa 
 Fundamento dos deveres anexos ou 
deveres laterais 
 os deveres anexos geram efeitos que 
antecedem e ultrapassam a vigência 
do negócio jurídico: 
 Pré-eficácia das obrigações: nas 
tratativas. Entende-se que, pelo 
princípio da boa-fé objetiva, 
alcança também os 
comportamentos durante as 
tratativas (in contrahendo). 
 Eficácia (“normal”) das obrigações: na 
celebração e execução 
 Pós-eficácia das obrigações: após 
extinção 
 Deveres anexos ou colaterais 
 Informação 
 Adequada (relação entre o meio de 
informação e conteúdo) 
 Suficiente (completude) 
 Verdadeira (reais características) 
 Ex: vender um carro usado, omitindo 
que foi batido e recuperado 
 Cooperação 
 Lealdade, probidade, confiança, 
assistência. 
 Ex: após vender um carro, o 
comprador constata um problema 
novo que surgiu no motor, e indaga 
sobre as revisões, manutenções etc 
 Proteção 
 Cuidado, confidencialidade e segredo 
 Evitar danos aos contratantes e a 
terceiros 
 Ex: vende o carro sem saber que o 
preço de mercado tinha aumentado, 
e resolve danificar o carro de propósito 
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO 
CONTRATUAL 
 Busca realizar e preservar o equilíbrio real de 
direitos e deveres no contrato, antes, durante 
e após sua execução, para harmonização dos 
interesses 
 A igualdade formal cede espaço para a 
igualdade material 
 Este equilíbrio não se limita ao aspecto 
puramente econômico, vai além, é um 
equilíbrio entre a totalidade de deveres e 
direitos da distribuição adequada de ônus e 
riscos 
 A equivalência das prestações é um dos 
conceitos fundamentais do direito das 
obrigações/contrato 
 Fundamentos: 
 Busca concretizar os objetivos sociais da 
CF/1988: uma sociedade livre, justa e 
solidária 
 Princípio da solidariedade (art. 3º, I) 
 Princípio da justiça social (art. 170, caput) 
 Princípio-objetivo da redução das 
desigualdades (art. 3º, III) 
 Princípio da igualdade material (art. 5, art. 
3º, III, art. 170, VII) 
 Há quem entenda ser um subprincípio do 
princípio da função social do contrato e 
da boa-fé objetiva 
 Concretização do PEC 
 Vício redibitório 
 “art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, 
redibindo o contrato (art. 441), pode o 
adquirente reclamar abatimento no 
preço”. [ação quanti minoris] 
 Lesão 
 Art. 157. Ocorre a lesão quando uma 
pessoa, sob premente necessidade, ou 
por inexperiência, se obriga a 
prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação 
oposta 
§ 2 o não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito 
 Contrato de adesão, art. 424: 
 É nula cláusula com renúncia 
antecipada a direitos 
 Art. 478. Onerosidade excessiva. 
Resolução do contrato 
 Teoria da imprevisão: rebus sic stantibus 
+ imprevisibilidade 
 Art. 479. Modificação equitativa das 
condições do contrato, para evitar a 
resolução do contrato 
 CDC, art. 6º, v: 
 Art. 6º são direitos básicos do 
consumidor: 
V - A modificação das cláusulas 
contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua 
revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas 
 Não necessita ser imprevisível 
 Aspectos: 
 Subjetivo 
 Identificar o poder dominante das 
partes e a vulnerabilidade de outra 
 A lei presume juridicamente 
vulneráveis: trabalhador, inquilino, 
consumidor, aderente de contrato de 
adesão 
 Presunção absoluta: 
 Não pode ser afastada no caso 
concreto 
 Independe da situação e 
condições reais e específicas de 
cada pessoa 
 Vulnerabilidade estrutural 
 Objetivo 
 Identificar o real desequilíbrio de 
direitos e deveres contratuais no 
contrato 
 O desequilíbrio pode estar presente na 
celebração do contrato ou na 
execução em virtude de 
circunstâncias supervenientes que 
levem à onerosidade excessiva para 
uma das partes 
 Depende de circunstâncias 
particulares dos celebrantes, ainda 
que presumivelmente paritário o 
contrato 
 Vulnerabilidade circunstancial 
 Como obter o reequilíbrio do contrato? 
 Nulidade parcial do contrato 
 Conservação do contrato 
 Conversão do contrato nulo. Art. 170, CC 
 Redução de cláusula ou encargos 
desproporcionais 
 Interpretação do contrato em 
conformidadecom os princípios 
fundamentais 
 Dever de renegociação do contrato 
 Revisão do contrato 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO 
MÍNIMA 
 O princípio do equilíbrio contratual se 
materializa também por alguns instrumentos 
da intervenção estatal. 
 Princípio da intervenção é princípio do cdc 
 Não é princípio do cc, embora a revisão 
judicial seja ampla 
 Lei de liberdade econômica (lei 13.874/2019) 
 Art. 421, CC. Parágrafo único. Nas relações 
contratuais privadas, prevalecerão o 
princípio da intervenção mínima e a 
excepcionalidade da revisão contratual 
 Pouco impacto: 
 O princípio da função social tem base 
constitucional (Lobo) 
 A revisão judicial, antes da LLE, já era 
excepcional (Tartuce) 
 A inserção do princípio da intervenção mínima 
nas relações contratuais comerciais é 
importante, porque resolve um problema 
atual, consistente na aplicação indiscriminada 
dos princípios consumeristas nas causas 
envolvendo empresários, que tem lógica e 
racionalidade própria, e não há 
vulnerabilidade das partes; o que torna 
urgente resgatar a dignidade do contrato 
empresarial 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
PLANOS DOS CONTRATOS 
 
 
 
 
 
PLANO DE EXISTÊNCIA – FORMAÇÃO DO 
CONTRATO 
 Verifica-se se ocorreu a incidência da 
norma, com a geração do fato jurídico 
 Se o contrato foi formado 
 Se estão presentes os elementos 
constitutivos 
 Elementos constitutivos 
 Agente 
 Objeto 
 Forma 
 Vontades (consentimento) 
 Tradição ou entrega do bem nos contratos 
reais 
Contrato consensual: é aquele que se 
considera perfeito a partir do momento em 
que os contratantes manifestam sua 
vontade, isto é, entram em consenso. Ex: 
compra e venda, prestação de serviço 
Contrato real: é aquele que somente se 
considera perfeito a partir do momento em 
que uma parte entrega uma coisa para 
outra, isto é, um bem material. Ex: o 
comodato e o contrato de depósito 
PLANO DA VALIDADE 
 Verifica-se se há algum vício ou defeito na 
manifestação das vontades (em sentido 
amplo), criando o consentimento (junção 
das vontades) 
 Se quem emitiu a vontade é pessoa capaz, 
se manifestou uma vontade libre e sem 
vícios, se por uma forma adequada e se 
para tratar de um objeto 
lícito/possível/determinável 
 Requisitos de validade 
 Art. 104. A validade do negócio jurídico 
requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
PLANO DA EFICÁCIA 
 Verifica-se se há algum óbice para produzir 
o efeito do fato jurídico 
 Condição, prazo, termo 
FORMAÇÃO DO CONSENTIMENTO 
DO CONTRATO 
a) negócio jurídico unilateral (proposto) + 
negócio jurídico unilateral (aceitação) = 
negócio jurídico bilateral (contrato) 
b) vontade na proposta + vontade na aceitação 
= consentimento contratual 
MANEIRA INSTANTÂNEA 
 Há imediata convergência de oferta e 
aceitação 
 Consentimento contratual clássico 
 Contratos paritários, regidos pelo CC 
 Ex: contratos consensuais entre presentes 
FORMAÇÃO PROGRESSIVA 
 Há segmentação ou fragmentação do 
processo de formação dos contratos 
 O consentimento (proposta e aceitação) 
das vontades segue várias fases 
 FORMAÇÃO PROGRESSIVA CLÁSSICA 
 Contratos consensuais entre ausentes 
 Já havia certa fragmentação no 
processo de formação do contrato, 
notadamente no consentimento 
 Contratos paritários (1), regidos pelo 
CC 
Existência: agente; objeto; vontade; forma 
Validade: capacidade; licitude, possibilidade e 
determinabilidade; liberdade; adequação 
Eficácia: condição; termo; consequências do 
inadimplemento; outros elementos 
 Contratos reais 
 Contratos paritários (1), regidos pelo 
CC 
 FORMAÇÃO PROGRESSIVA CONTEMPORÂNEA 
 Contratos de adesão (2) 
 Contratos de consumo (3) 
 Contratos eletrônicos (4) 
 Contratos internacionais (5) 
1. CONTRATOS PARITÁRIOS 
 Com base na concepção da obrigação 
como processo, o contrato se desenvolve 
progressivamente em três fases: 
 Pré-contratual 
 Ate a formação do contrato: plano da 
existência 
 Contratual 
 Execução normal até extinção 
 Pós-contratual 
 Após extinção 
 Iter ou processo de formação do contrato 
 Negociação ou tratativas (fase de 
puntação) 
 As tratativas não são negócios 
jurídicos, ou seja, não obrigam a 
celebrar o contrato 
 Não há, nessa fase, proposta ainda 
que vincule as partes (art. 427) 
 Nas tratativas, pode-se, contudo, 
celebrar acordos provisórios, mas eles 
não criam obrigação para celebração 
de contrato definitivo 
 Há, porém, responsabilidade pré-
contratual, face a pré-eficácia das 
obrigações, decorrente dos deveres 
anexos da boa-fé objetiva 
Ex: desistência injustificada de firmar 
contrato 
 Proposta definitiva (fase de policitação ou 
oferta) 
 Proposta é negócio jurídico unilateral 
 A proposta pode ser: 
 Escrita 
 Oral 
 Tácita 
 Exteriorizada por atos 
inequívocos 
 Ex: exposição de objetos em 
estantes para venda 
 Principio da vinculação ou 
obrigatoriedade da proposta 
 A proposta de contrato obriga o 
proponente, se o contrario não 
resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das 
circunstâncias do caso (art. 427) 
 A proposta não será obrigatória (art. 
427) 
 Pelos próprios termos da proposta 
 Colocou-se na proposta que 
poderá se arrepender 
 Obs: no direito do consumidor, 
não é cabível se arrepender da 
proposta 
 Pela natureza do negócio 
 Ex: oferta pública ate findar o 
estoque 
 Ex: contrato de seguro (porque 
depende das informações do 
segurado) 
 Pelas circunstâncias do caso 
 Art. 428. Deixa de ser 
obrigatória a proposta: 
I - se, feita sem prazo a pessoa 
presente, não foi 
imediatamente aceita. 
Considera-se também presente 
a pessoa que contrata por 
telefone ou por meio de 
comunicação semelhante; 
II - se, feita sem prazo a pessoa 
ausente, tiver decorrido tempo 
suficiente para chegar a 
resposta ao conhecimento do 
proponente; 
III - se, feita a pessoa ausente, 
não tiver sido expedida a 
resposta dentro do prazo dado; 
IV - se, antes dela, ou 
simultaneamente, chegar ao 
conhecimento da outra parte a 
retratação do proponente. 
 Aceitação 
 Aceitação é a aquiescência da 
proposta pela aceitante ou oblato 
 Se a aceitação for com restrições, fora 
do prazo ou modificações, servirá 
como contraproposta (art. 431) 
 Pode ser de três maneiras: 
 Expressa 
 Pessoalmente 
 À distância 
 Tácita 
 Reputar-se-á concluído o 
contrato, não chegando a 
tempo a recusa, se o costume 
para esse contrato não exigir 
aceitação expressa (Art. 432) 
 Declaração tácita 
 Contrato de transporte 
público 
 Saques em conta corrente 
por máquinas 
 Aquisições pela web 
 Comportamento concludente 
 Não há linguagem, afere-se 
das circunstâncias. 
Elemento objetivo da 
declaração tácita. 
 Atos materiais. 
 Ex: a remessa de uma 
mercadoria solicitada pelo 
proponente representa um 
ato de cumprimento pelo 
oblato (recebe a proposta) 
e, assim, aperfeiçoamento 
do contrato 
 Silêncio circunstanciado (ou 
qualificada) 
 O silêncio puro não tem valor 
declarativo, só o silêncio 
circunstanciado 
 Art. 111. O silêncio importa 
anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for 
necessária a declaração 
de vontade expressa. 
 Ex1: circunstâncias: "A" contrata 
regularmente com "B", sempre 
adotando o silêncio como 
aceitação, “assim continuará 
sendo caso nenhuma das 
partes declare algo em sentido 
contrário. No caso de eventual 
litígio envolvendo a formação 
de um contrato, o silêncio será 
aceitação, justamente, dadas 
as circunstâncias”. 
 Ex2: usos: são práticas habituais 
no setor da atividade 
econômica. 
 Formação do consentimento 
 Momento da formação (entre 
presentes) 
 Os contratos se formam 
imediatamente ao tempo da 
aceitação (Art. 428, I) 
 Entre PRESENTES = comunicação 
instantânea (não só fisicamente) 
 Art. 428,I, CC: Considera-se 
também presente a pessoa que 
contrata por telefone ou por meio 
de comunicação semelhante 
Ex.: comércio por chat, canal 
online, webcam etc 
 Momento da formação (entre 
ausentes) 
 Teoria da declaração (ou agnição) 
da aceitação 
 Na expedição da aceitação 
 CC/2002 – Art. 434. Os contratos 
entre ausentes tornam-se 
perfeitos desde que a 
aceitação é expedida, exceto: 
(....). 
 Teoria da informação ou cognição 
 Quando o proponente é 
informado da aceitação 
 Não adotado pelo CC/2002 
 Teoria da recepção da aceitação 
 Com a recepção da 
aceitação, em seu endereço, 
independentemente de ter 
ciência ou não do conteúdo 
 Há quem sustente ser a 
adotada pelo CC/2002, dadas 
as várias exceções à 
expedição da aceitação, 
constantes do art. 434 
Art. 434. Os contratos entre 
ausentes tornam-se perfeitos 
desde que a aceitação é 
expedida [teoria da 
declaração ou expedição da 
aceitação], EXCETO: 
I - no caso do artigo 
antecedente: “Art. 433. 
Considera-se inexistente a 
aceitação, se antes dela ou 
com ela chegar ao proponente 
a retratação do aceitante ”; 
II - se o proponente se houver 
comprometido a esperar 
resposta; 
III - se ela não chegar no prazo 
convencionado 
 Lugar de formação do consentimento 
(entre ausentes) 
 No lugar em que foi proposto (ou 
expedida a proposta) 
 Art. 435. Reputar-se-á 
celebrado o contrato no lugar 
em que foi proposto 
 "O legislador valoriza o local em 
que se deu o sopro criador da 
contratação " (Rosenvald, v. 4, 
2017, p. 102). 
 Irrelevante o local da aceitação 
(ou melhor, na expedição da 
aceitação) 
 Aceitação é relevante para 
o momento do contrato 
 Entre presentes, a 
aceitação é no lugar e no 
momento da proposta 
 Entre ausentes, o lugar (na 
proposta) e momento (na 
expedição aceitação) não 
são síncronos 
 O lugar da oferta ou proposta 
pode ser diferente do local da 
residência do proponente: 
 Residência é para contratos 
internacionais (LINDB). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. CONTRATO DE ADESÃO 
 Contrato de adesão é o que, ao ser concluído, 
adere a condições gerais, produzindo efeitos, 
independentemente de aceitação específica 
da outra parte 
 Atributos do contrato de adesão: 
 Pré-disposição das cláusulas 
 Unilateralidade 
 Rigidez 
 Contrato de adesão é a forma (instrumento, 
continente). Condições gerais são a 
substância (matéria, conteúdo) 
 Formação do contrato 
 Formas de contratação (proposta + 
aceitação): 
1) Proposta: para pessoa determinada 
 Vincula o proponente 
 Equivale a proposta, se contiver os 
elementos essenciais 
2) Oferta: para público em geral 
 Ex: oferta efetuada por um 
empreendedor imobiliário para 
aqueles comerciantes que 
desejam adquirir lojas em um novo 
shopping center. 
3) Convite público à oferta: 
 A contrário senso do art. 429 do CC 
 Quando não contiver os elementos 
essenciais do contrato 
 Não é oferta nem proposta 
 Condições gerais 
 Não são normas jurídicas gerais, nem são 
atos ou fatos jurídicos 
 Ficam no meio termo entre a norma geral 
e a norma individual (negócio jurídico) 
 Onde ficam as condições gerais: 
 No próprio contrato de adesão 
 Em documento separado, publicizado 
de uma forma geral (ex: referência ao 
site depositado) 
 Desenvolvimento do direito das condições 
gerais 
 Leva em conta o homem médio, que se 
encontra em vulnerabilidade 
 Vulnerabilidade contratual 
 Liga-se à realização da justiça social 
 É subprincípio do princípio da 
equivalência material 
 Aplica-se às negociações não 
paritárias 
 A intervenção estatal é justamente 
para compensar a vulnerabilidade de 
um dos contratantes: direito do 
trabalho, direito do consumidor. 
 Condições gerais e os planos do contrato 
 No plano da EXISTÊNCIA (formação do 
contrato de adesão): 
 Se houve informação adequada, 
no momento da aceitação geral 
(não específica) 
 A integração das condições gerais 
ao contrato depende do efetivo 
cumprimento do dever de informar 
 No plano da VALIDADE: 
 Se há cláusulas abusivas (em vez 
de avaliar se há vício no 
consentimento) 
 Art. 424. Nos contratos de adesão, 
são nulas as cláusulas que 
estipulem a renúncia antecipada 
CONTRATOS MASSIFICADOS 
 Massificação contratual 
 Causa da crise da autonomia privada 
 A vontade individual tem sido 
superada pelos efeitos 
contratualiformes do tráfico jurídico 
 Conduta negocial típica 
 Tipos: 
a) Contrato de adesão (CC) 
b) Contratos de consumo (CDC) 
do aderente a direito resultante da 
natureza do negócio 
 No plano da EFICÁCIA: 
 Se as condições gerais são 
compreensíveis ao aderente 
3. CONTRATOS DE CONSUMO 
 CDC não regulou substancialmente a 
formação do contrato consumerista 
 o CDC disciplinou bem, na fase précontratual, 
as seguintes matérias: 
 Oferta: arts. 30 a 35 
 Publicidade: arts. 36 a 38 
 Práticas abusivas: arts. 39 a 41 
 OFERTA 
 Direito à informação adequada e clara: 
Art. 6º, III, CDC 
 Art. 30. Toda informação ou publicidade, 
suficientemente precisa, veiculada por 
qualquer forma ou meio de comunicação 
com relação a produtos e serviços 
oferecidos ou apresentados, obriga o 
fornecedor que a fizer veicular ou dela se 
utilizar e integra o contrato que vier a ser 
celebrado 
 O fornecedor, com a oferta, se coloca em 
estado de sujeição, pela possível 
aceitação dos consumidores 
 Força obrigatória da 
oferta/informação/publicidade: o 
consumidor pode: 
 Exigir o cumprimento forçado da 
obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade (art. 35, 
I); OU 
 Aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente (inc. II) OU 
 "Rescindir " (RESOLVER) o contrato, com 
direito à restituição de quantia 
eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a 
perdas e danos (inc. III) 
 Os contratos de consumo não obrigarão os 
consumidores, se não lhes for dada a 
oportunidade de tomar conhecimento 
prévio de seu conteúdo, ou se os 
respectivos instrumentos forem redigidos 
de modo a dificultar a compreensão de 
seu sentido e alcance. 
 Art. 46 
 As declarações de vontade constantes de 
escritos particulares, recibos e pré-
contratos relativos às relações de consumo 
vinculam o fornecedor, ensejando 
inclusive execução específica 
 Art. 48 
 O consumidor, no prazo de 7 dias, pode 
desistir do contrato, celebrado fora do 
estabelecimento comercial 
 Art. 49 
 PUBLICIDADE 
 Direito à proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva: Art. 6º, IV, CDC7 
 A publicidade deve ser facilmente 
identificada como tal. Art. 36. 
 É proibida toda publicidade enganosa 
(art. 37): falsa, omissa, etc. 
 É proibida toda publicidade abusiva (art. 
37): discriminatória, superstição... 
 O ônus da prova da veracidade e 
correção da informação ou comunicação 
publicitária cabe a quem as patrocina. Art. 
38. 
 PRÁTICAS ABUSIVAS 
 Direito à proteção contra métodos 
comerciais coercitivos/desleais e 
práticas/cláusulas abusivas (art. 6º, IV, 
CDC) 
 Venda casada (Art. 39, I) 
 Enviar produto ao consumidor sem prévia 
solicitação (Inc. III) 
 Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância 
do consumidor (Inc. IV) 
 Executar serviços sem prévio orçamento 
(Inc. V) 
4. CONTRATOS ELETRÔNICOS 
 Contrato eletrônico é o que resulta da prática 
negocial de ofertar produtos e serviços pela 
internet, aplicativos ou redes sociais, em seus 
diversos modos 
1) Interativos (online): chat, webcam, zoom. 
 Mesma regra da formação de 
contrato entre presentes 
2) Estáticos: e-mail, chat não instantâneo – 
entre ausentes 
 “A formação dos contratos realizados 
entre pessoas ausentes por meio 
eletrônico completa-se com a 
recepção da aceitação pelo 
proponente” (Enunciado CJF 173) 
 O CDC, no aspecto do comércio eletrônico, 
recebeu regulamentação pelo Decreto 
7.962/2013 
 Os sítios devem ter informação sobre o nome 
empresarial, endereço físico, sobre o produto, 
despesas adicionais O fornecedor deve apresentar sumário do 
contrato, antes da contratação 
 Depois disponibilizar o contrato 
imediatamente após contratação 
 Mecanismos eficazes de segurança no 
pagamento 
 Garantir o direito ao arrependimento (nas 
mesmas condições da contratação) 
 CDC, prazo de 7 dias, para contratação fora 
do estabelecimento 
 Limites do exercício do direito ao 
arrependimento 
 Abuso do direito, visto caso a caso 
 Direito de arrependimento no comércio 
eletrônico está sendo revisitado 
 Para produtos que incorporam de 
imediato ao patrimônio do consumidor, 
como os softwares, que são baixados 
 Para produtos perecíveis 
 PL 3.514/2015 (comércio eletrônico na relação 
de consumo) 
 Inclui no CDC a “Seção VII Do Comércio 
Eletrônico”: arts. 45-A a 45-G 
 Basicamente os mesmos termos do 
Decreto 7.962/2013 
 Não disciplina expressamente o momento 
da formação do contrato 
 Art.45-E: recebimento da aceitação da 
oferta 
 O vendedor deve confirmar 
imediatamente ao consumidor o 
recebimento da aceitação da oferta. 
 PL 4.906/2001 (Senado) – comércio eletrônico 
em geral 
 Art. 11. Na celebração de um contrato, a 
oferta e sua aceitação podem ser 
expressas por mensagens eletrônicas. 
 Art. 12. Validade e eficácia de declaração 
de vontade por meio eletrônico. 
 Art. 20. A recepção, pelo remetente, do 
aviso de recebimento enviado pelo 
destinatário gera a presunção de que 
aquele tenha recebido a mensagem 
eletrônica pertinente. 
 Art. 17. Se o remetente não pactuar com o 
destinatário que este informe o 
recebimento de uma mensagem de uma 
forma ou por um método particular, 
poderá ser informado o seu recebimento 
mediante qualquer comunicação ou ato 
do destinatário que baste para esse 
propósito. 
5. CONTRATO INTERNACIONAL 
 Contrato internacional entre profissionais 
(empresarial): 
 Contratos entre partes que tenham seus 
estabelecimentos em Países distintos. 
 Contrato internacional de consumo: 
 “(...) quando o consumidor tem seu 
domicílio, no momento da celebração do 
contrato, em um Estado Parte diferente do 
domicílio ou sede do fornecedor 
profissional" (Acordo do Mercosul, 2017) 
 Duas situações: 
 Celebrado no domicílio do consumidor 
(Brasil) e fornecedor com domicílio em 
outro país do Mercosul 
 Celebrado em outro país, e o 
consumidor tendo domicílio no Brasil 
 Convenção das Nações Unidas sobre 
Contratos de Compra e Venda Internacional 
de Mercadorias – Uncitral, de 1980 
 Decreto 8.327/2014 
 Regula a Formação e Eficácia do contrato 
 Não regula a Validade 
 E exclui consumo 
 Art. 11. O contrato de compra e venda não 
requer instrumento escrito nem está sujeito a 
qualquer requisito de forma. Poderá ele ser 
provado por qualquer meio, inclusive por 
testemunhas. 
 Formação do Contrato 
1) Proposta 
 Art. 14. (1) Para que possa constituir 
uma proposta, a oferta de contrato 
feita a pessoa ou pessoas 
determinadas deve ser 
suficientemente precisa e indicar a 
intenção do proponente de obrigar-se 
em caso de aceitação. A oferta é 
considerada suficientemente precisa 
quando designa as mercadorias e, 
expressa ou implicitamente, fixa a 
quantidade e o preço, ou prevê meio 
para determiná-los. 
2) Oferta 
 Oferta a pessoas indeterminadas é 
considerada convite: 
 “A oferta dirigida a pessoas 
indeterminadas será considerada 
apenas um convite para 
apresentação de propostas, salvo 
se o autor da oferta houver 
indicado claramente o contrário” 
(UNCITRAL, art. 14, 2) 
 Diferente da oferta ao público no CC, 
que é vinculante, como regra: 
 CC. Art. 429. A oferta ao público 
equivale a proposta quando 
encerra os requisitos essenciais ao 
contrato, salvo se o contrário 
resultar das circunstâncias ou dos 
usos 
3) Lugar de formação 
 Lugar em que foi proposto (ou 
expedida a proposta): para contrato 
nacional 
 Residência do proponente (para 
contrato internacional) 
 LINDB. Art. 9º. Para qualificar e 
reger as obrigações, aplicar-se-á a 
lei do país em que se constituírem 
 § 2º. A obrigação resultante do 
contrato reputase constituída 
no lugar em que residir o 
proponente. 
 Domicílio do consumidor (Mercosul) 
4) Momento de formação 
 Recebimento da aceitação da 
proposta (UNCITRAL, art. 18, II, art. 23) 
 Autonomia da vontade: as partes 
podem mudar qualquer cláusula dessa 
regulamentação 
 Diferente do contrato paritário 
regulado pelo CC/2022: expedição da 
aceitação 
5) Lei Modelo Comércio Eletrônico - UNCITRAL 
 Atividade realizada com uso de 
mensagens de dados, no contexto 
comercial internacional 
 Considera expedida/recebida a 
mensagem: 
 Estabelecimento c/vínculo mais 
estreito com o contrato 
 Residência habitual (pessoa física) 
 Similar ao PL 4.906/2001 (comércio 
eletrônico em geral) – Art. 24 
 Lei aplicável ao contrato internacional 
 LINDB 
 Direito do país do local da constituição 
do contrato (entre presentes) 
 Art. 9, " caput" 
 Direito da residência do proponente 
(entre ausentes): 
 § 2 do art. 9 
 Proponente é o vendedor: direito 
estrangeiro então 
 PL 3.514/2015 (comércio 
eletrônico): 
 Domicílio do consumidor (CDC) 
 Escolha da lei aplicável pelas 
partes empresariais (LINDB) 
 MERCOSUL 
 Direito escolhido pelas partes 
 Norma mais favorável: a estrangeira ou 
a nacional 
ELEIÇÃO DO FORO 
 Cláusula de eleição de foro 
 Eleição de foro é a escolha pelas partes da 
competência territorial para eventual 
ação judicial 
 Súmula 335-STF: É válida a cláusula de 
eleição do foro para os processos oriundos 
do contrato 
 Válida, mas há ressalvas 
(1) A cláusula que estipula a eleição de 
foro em contrato de adesão é válida, 
salvo se demonstrada a 
hipossuficiência ou a inviabilização do 
acesso ao Poder Judiciário (STJ REsp 
1299422/MA) 
(2) A eleição de foro será nula nas 
relações de consumo, quando dificulta 
a defesa. 
 Juízo (territorial) competente se não houver 
eleição de foro 
 Onde a obrigação deva ser satisfeita (art. 
53, III, d, CPC) 
 Art. 53. É competente o foro: 
III - do lugar: 
 onde a obrigação deve ser satisfeita, 
para a ação em que se lhe exigir o 
cumprimento 
 Isso se indicado expressamente no 
contrato 
 Juízo (territorial) competente se não estiver 
indicado onde a obrigação será cumprida 
 O do domicílio do devedor 
 CC. Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento 
[adimplemento / cumprimento] no 
domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente (...). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
PLANO DA EXISTÊNCIA 
 Quanto aos elementos necessários para a 
formação do contrato: 
 Consensual 
 Considerado concluído o contrato, 
com a declaração de vontade 
 Real 
 Além do consentimento, necessária a 
entrega da coisa 
 Quanto à natureza do objeto: 
 Patrimoniais 
 Relativos a bens ou direitos de valor 
pecuniários 
 Extrapatrimoniais 
 Sem valor econômico 
QUANTO À IGUALDADE DE CONDIÇÕES 
NA CELEBRAÇÃO DOS CONTRATOS 
 Paritários 
 Igualdades de condições na estipulação 
das cláusulas do contrato 
 Há, em tese, equivalência das prestações 
(eficácia) 
 Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais 
presumem-se paritários e simétricos até a 
presença de elementos concretos que 
justifiquem o afastamento dessa 
presunção 
 Não paritários 
 Não há igualdades de condições na 
estipulação das cláusulas do contrato 
 Presume-se que não há equivalência das 
prestações 
 Ex: contrato de adesão 
 Contratos simétricos e assimétricos 
 Doutrina ainda não pacificou esse novo 
conceito, trazido pela LLE 
 Teoria econômica: assimetria de 
informação 
 Mesmo sentido de contratos paritários e 
não paritários, ou seja, paridade de armas 
na celebração, igualdade de condições 
 Diz respeito à equivalência das prestações 
durante a execução do contrato, não na 
celebração 
 
QUANTO À FORMA 
 Solene 
 Forma específica para validade do 
contrato 
 Ex1: Compra e venda de imóvelacima de 
30 SM é solene (Art. 108, CC) 
 Ex2: Contratos constitutivos ou translativos 
de direitos reais sobre imóveis 
 Não solene 
 A regra, forma é livre 
PESSOAS NO CONTRATO 
 Contratos individuais 
 Os contratantes são considerados 
individualmente, são conhecidos 
 Podem ser vários contratantes, mas são 
individualizados 
 Contratos coletivos 
 Contrato normativo 
 Alcança grupos, pessoas não 
individualizadas, mas identificáveis 
 Transubjetivação do contrato 
 Ex: convenção coletiva, acordo coletivo 
QUANTO À IMPORTÂNCIA DA PESSOA 
DO CONTRATANTE 
 Pessoais ou personalíssimos 
 Realizados "intuitu personae", celebrado 
em função da pessoa 
 Obrigação deve ser cumprida pela pessoa 
própria contratada 
 Ex: Contrato de emprego, contrato de 
prestação de serviços 
 São intransmissíveis, não podem ser 
executados por outrem 
 Impessoais 
 Somente interessa o resultado 
 Tanto faz que realiza a prestação 
MOMENTO DO CUMPRIMENTO 
 Contratos instantâneos ou de execução 
imediata 
 Ex: Compra e venda à vista 
 Contratos de execução diferida (ou mediata) 
 Cumprimento previsto de uma vez só no 
futuro 
 Ex: compra e venda pactuada com 
pagamento por cheque pré ou pós-
datado 
 Contrato de execução continuada 
 Ex: compra e venda cujo pagamento e/ou 
entrega seja feito em parcelas, com 
periodicidade (qualquer forma sucessiva). 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
 Contratos principais (ou independentes): 
 Têm existência autônoma 
 Não pressupõe nenhum outro contrato 
 Ex: contrato de locação 
 Contratos que pressupõem um contrato 
principal 
 Contratos acessórios: 
 Depende de um contrato principal, 
mas não participa da natureza do 
direito do contrato principal 
 Existência pressupõe outro 
 Ex: Fiança, caução, penhor, hipoteca 
 Contratos derivados ou subcontratos 
 Depende de um contrato principal 
(contrato-base), e participa da 
natureza do direito do principal 
 Um dos contratantes transferem a 
terceiro, sem se desvincular, a utilidade 
correspondente a sua posição 
contratual 
 Ex: Subempreitada, sublocação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATO PRELIMINAR 
 É aquele em que as partes se comprometem 
a celebrar, posteriormente, um contrato 
definitivo (principal) 
 Novidade no cc/2002 
 Embora já tratado na doutrina 
 E em legislação esparsa: 
 Promessa de compra e venda de 
imóvel: decreto-lei 58/37 e da lei 
6.766/79 
 FUNÇÕES 
1. determinados contratos demandam 
profundos estudos técnicos e cálculos 
econômicos envolvendo relatórios, 
viagens e pesquisas, de maneira que é 
relevante conhecer melhor a situação 
antes da celebração do contrato 
definitivo 
2. para garantia do recebimento do preço, 
em vez de utilizar direitos reais de garantia 
da hipoteca, penhor e propriedade 
fiduciária, serve-se o vendedor da 
promessa de compra e venda, com 
imissão da posse pelo comprador, mas 
retendo o direito de propriedade até a 
satisfação integral de seu crédito 
 Designações 
 Contrato preliminar 
 Pré-contrato 
 Compromisso 
 Contrato preparatório 
 Promessa de contrato 
 O contrato preliminar não é uma categoria 
intermediária entre negociações preliminares 
e contrato principal 
 É categoria autônoma. 
 Não se confunde com as negociações 
preliminares, que não geram direito à 
celebração do contrato 
 Não se confunde com acordos provisórios. 
 São acordos parciais, mas não geram 
obrigação de celebrar o contrato 
 São minutas, esboços ou cartas de 
intenções 
 No contrato preliminar, os figurantes se 
obrigam a concluir o contrato principal 
 Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto 
à forma, deve conter todos os requisitos 
essenciais ao contrato a ser celebrado. 
 Requisitos: 
 Capacidade das partes 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 Quanto à regulação e/ou designação: 
típicos, nominados etc 
 Será visto no tema INTERPRETAÇÃO DE 
CONTRATOS. 
 Quanto à definitividade: preliminar e 
definitivo 
 Será visto no tema CONTRATO 
PRELIMINAR 
PLANO DA EFICÁCIA (será visto na aula de 
VÍCIO REDIBITÓRIO): 
 Quanto aos efeitos: 
 Unilateral ou bilateral 
 Quanto à correspondência das vantagens 
e sacrifícios: 
 Gratuito e oneroso. 
 Quanto à equivalência das obrigações: 
 Comutativo ou aleatório. 
 Objeto 
 Vontade (consenso) 
 Salvo a forma 
 Pode ser por instrumento particular, se 
exigir escritura pública, por exemplo 
 Por instrumento: particular ou público 
 O contrato preliminar terá eficácia 
obrigacional entre os celebrantes 
 Art. 463. Parágrafo único. O contrato preliminar 
deverá ser levado ao registro competente. 
 Para que serve o registro: 
 Para eficácia real (perante terceiros), 
realizar o registro do cartório 
 Enunciado cjf n. 30: a disposição do 
parágrafo único do art. 463 do novo 
código civil deve ser interpretada 
como fator de eficácia perante 
terceiros 
 Quanto à faculdade de exigir o cumprimento 
ser de uma ou das duas partes 
 Contrato preliminar com promessa 
unilateral 
 A faculdade de exigir o cumprimento é 
apenas de uma das partes 
 A outra parte contrai obrigação, que 
fica condicionada à vontade da 
primeira parte em exigir cumprimento 
 Art. 466. Se a promessa de contrato for 
unilateral, o credor, sob pena de ficar a 
mesma sem efeito, deverá manifestar-
se no prazo nela previsto, ou, inexistindo 
este, no que lhe for razoavelmente 
assinado pelo devedor 
 Ex: promessa de doação, opção de 
compra, venda a contento 
 Contrato preliminar com promessa 
bilateral 
 Cada parte pode exigir a celebração 
do contrato definitivo 
 Ex: promessa de compra e venda. 
 Pode ser com cláusula de 
arrependimento (retratável) ou sem 
cláusula de arrependimento 
(irretratável) 
CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO 
 Com clásula de arrependimento 
 Retratável 
 A cláusula de arrependimento é fator 
impeditivo à persecução da tutela 
específica judicial 
 Há limites: 
 Abuso de direi to 
 Boa-fé objetiva 
 Ex: a parte já iniciou a execução das 
prestações que lhe incumbiam no 
contrato preliminar. 
 Sem cláusula de arrependimento 
 Irretratável 
 Art. 463. Concluído o contrato preliminar, 
com observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não 
conste cláusula de arrependimento, 
qualquer das partes terá o direito de exigir 
a celebração do definitivo, assinando 
prazo à outra para que o efetive 
 A legislação veda cláusula de 
arrependimento (são, pois, irretratáveis): 
 Lote rural: decreto-lei 58/1937. Súmula sft 
166. 
 Lote urbano: lei 6.766/1979, art. 25. 
 Imóveis em incorporação: lei 4.591/1964, 
art. 32. 
 Para imóveis em lote rural ou urbano 
 Art. 26, art. 41, lei 6.766/1979. 
 Irretratável. 
 Não precisa celebrar o contrato 
definitivo 
 Pode levar a registro o compromisso, 
bastando provar a quitação 
 Contrato preliminar impróprio 
 Incorporação 
 Lei 4.591/1964. Art. 32. § 2º. Os contratos 
de compra e venda, promessa de 
venda, cessão ou promessa de cessão 
de unidades autônomas são 
irretratáveis e, uma vez registrados, 
conferem direito real oponível a 
terceiros, atribuindo direito a 
adjudicação compulsória perante o 
incorporador ou a quem o suceder, 
inclusive na hipótese de insolvência 
posterior ao término da obra.(redação 
dada pela lei nº 10.931, de 2004 
 Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com 
observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não conste 
cláusula de arrependimento, qualquer das 
partes terá o direito de exigir a celebração do 
definitivo, assinando prazo à outra para que o 
efetive 
 Cuida-se da tutela judicial específica 
 Fixa-se multa (astreintes) em juízo para 
cumprimento 
 Esgota o prazo sem que assine o contrato 
definitivo, o juiz, a pedido do interessado, 
suprirá a vontade da parte inadimplente, 
conferindo caráter definitivo ao contrato 
preliminar (Art. 464) 
 Se não for possívelsuprir, perdas e danos (Art. 
465) 
 
CONTRATOS PRELIMINARES DE 
IMÓVEIS NÃO LOTEADOS (REGIDOS 
PELO CC) 
 Pelo CC, necessária celebração do contrato 
definitivo para levar a registro 
 Nelson Rosenvald defende aplicar a 
sistemática dos contratos preliminares de 
imóveis loteados aos não loteados (regidos 
pelo CC): contratos preliminares de imóveis 
não loteados (regidos pelo CC) 
 “na essência não existe nenhuma 
distinção entre a promessa de compra e 
venda da qual não conste cláusula de 
direito de arrependimento e os contratos 
de compromisso de compra e venda de 
loteamentos. Ora, nada proíbe que de 
forma construtiva o aplicador do direito 
utilize a norma do art. 26, § 6, da lei n. 
6.766/79, pela via de ingresso da cláusula 
geral da boa-fé, para conferir efetividade 
a tais contratos. A nosso viso, a omissão do 
legislador culminou por ferir as três diretrizes 
do código civil: socialidade, eticidade e 
operabilidade”, (rosenvald, v. 2, p. 144)

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