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Aposentadoria e Previdência Boas Práticas em Contratos de Serviços Terceirizados Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Alessandra Andrade Medeiros Carneiro de Albuquerque (Conteudista, 2022). Bruno Ribeiro Piana (Conteudista, 2022). Carlos Henrique Benedito Nitão Loureiro (Conteudista, 2022). Carlos José Macedo Maia (Conteudista, 2022). Célio Rodrigues da Cruz (Conteudista, 2022). Francisco Neves Siqueira (Conteudista, 2022). Gabriel Santana Mônaco (Conteudista, 2022). Kamila dos Santos Tabaquini (Conteudista, 2022). Paulo Antonio Costa de Almeida Penido (Conteudista, 2022). Pedro Augusto Martins Ribeiro (Conteudista, 2022). Phelippe Alves Cizilio (Conteudista, 2022). Vinicius Loureiro da Mota Silveira (Conteudista, 2022). Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Módulo 1 – Definição da terceirização e a responsabilidade subsidiária das entidades públicas Unidade 1 – Abertura e apresentação do curso ................................................... 7 1.1. Terceirização x responsabilidade da Administração............................................. 8 1.2. Terceirização na Administração e os principais impactos na legislação federal ............................................................................................................ 18 Módulo 2 – Fase pré-contratual Unidade 1 - Planejamento da contratação ......................................................... 33 1.1. Pesquisa de preços segundo a IN SEGES/ME nº 65/2021 ................................... 33 1.2. Planilha de custos .................................................................................................... 38 1.3. Requisitos de habilitação social, trabalhista, segundo a Lei nº 14.133/2021, e requisitos de habilitação, segundo o art. 4º da Lei nº 6.019/1974 ........................... 46 Unidade 2 - Gestão de Riscos ................................................................................ 60 2.1. Legislação e normas ....................................................................................... 60 2.2. Controle e resultados .............................................................................................. 64 Módulo 3 – Instrumentos de gestão do contrato Unidade 1 – Ferramentas de gestão do contrato ............................................... 66 1.1. Conta-depósito vinculada – bloqueada para movimentação ............................ 66 1.2. Pagamento direto .................................................................................................... 69 1.3. Empresas de terceirização e capital mínimo ....................................................... 72 1.4. Boas relações entre a contratada e a Administração ................................77 1.5. Responsabilidade do servidor quanto aos deveres éticos e legais ................... 81 Módulo 4 – Portaria Conjunta ICMBio/PFE nº 05/2022 Unidade 1 - Portaria Conjunta ICMBio/PFE ......................................................... 90 1.1. Manual de Aplicação de Sanções Administrativas ............................................. 90 1.2. Definição de fluxo para serem sanadas dúvidas dos fiscais .............................. 91 1.3. Treinamentos anuais .............................................................................................. 91 1.4. Divulgação de cursos e definição de espécies contratuais ................................ 92 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.5. Kit fiscal ..................................................................................................................... 93 1.6. Instrumentos de gestão .......................................................................................... 94 1.7. Comunicação dos pagamentos aos órgãos da administração tributária e acompanhamento dos cinco maiores contratos ........................................................ 95 1.8. Acesso a sistemas públicos de informação .......................................................... 96 1.9. Registro cadastral unificado ................................................................................... 97 1.10. Solicitação e consolidação de informações ....................................................... 98 1.11. Atuação em âmbito judicial .................................................................................. 99 1.12. Cartilha de orientação a prepostos e certidão explicativa ............................. 100 Módulo 5 – Atuação judicial Unidade 1 – Atuação proativa da Administração Pública ...............................103 1.1. Responsabilidade subsidiária da Administração pelos encargos trabalhistas ................................................................................................... 103 1.2. A conta vinculada e o pagamento direto ........................................................... 106 1.3. Depósito de valores em conta vinculada ........................................................... 108 1.4. Pagamento direto ................................................................................................. 111 1.5. Depósito judicial de valores em caso de inadimplência .................................. 112 1.6. Atuação proativa da Administração ................................................................... 113 Módulo 6 – Certidão Explicativa Unidade 1 - Certidão Explicativa ........................................................................ 116 1.1. Certidão Explicativa: destinação, definição e funções ...................................... 116 1.2. Preenchendo a Certidão Explicativa ................................................................... 120 Módulo 7 – Manual de Fiscalização e Sanções Unidade 1 - Aspectos gerais referentes ao procedimento de fiscalização contratual ............................................................................................................. 130 1.1. Fundamento legal do poder-dever de fiscalizar contratos administrativos . 130 1.2. Segregação de funções ......................................................................................... 131 1.3. Diferenciação entre gestão e fiscalização ......................................................... 133 1.4. Regras gerais para a designação de gestor e fiscal de contrato ..................... 134 1.5. Contratação de assistência à fiscalização ........................................................... 136 1.6. Recusa e impedimentos ....................................................................................... 137 1.7. Vedação a atos de ingerência na administração da contratada ..................... 138 1.8. Preposto ................................................................................................................ 140 1.9. Rotinas básicas de fiscalização ........................................................................... 142 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.10. Procedimento inicial ........................................................................................... 145 1.11. Fiscalização diária ............................................................................................... 148 Unidade 2 - Apuração e aplicação de sanções administrativas .....................149 2.1. Da obrigatoriedade de instauração de processo administrativo para aplicar sanção administrativa ............................................................................ 149 2.2. Procedimentos de tentativa de saneamento ..................................................... 152 2.3. Gestão documental ............................................................................................... 154 2.4. Notificações, modalidadese diligências necessárias para a validade ............ 155 2.5. Manifestação do contratado ................................................................................ 160 2.6. Análise do recurso administrativo e recurso de reconsideração .................... 162 2.7. Prazos ...................................................................................................................... 164 2.8. Execução da decisão de aplicação de sanção .................................................... 165 Módulo 8 – Medidas para cobrança de seguro-garantia às seguradoras Unidade 1 – Seguro-Garantia .............................................................................. 167 1.1. Normas e legislação .............................................................................................. 167 1.2. Formas de Cobrança ............................................................................................. 176 1.3. Fluxos ...................................................................................................................... 178 Módulo 9 – Medidas para inscrição em dívida ativa das sanções Unidade 1 – Apuração e aplicação de sanções pecuniárias: Lei de Licitações e Contratos Administrativo .................................................. 180 1.1. Introdução .............................................................................................................. 180 1.2. Necessidade de processo administrativo para aplicar multa .......................... 181 1.3. Direito de defesa e recurso no processo administrativo de aplicação de multa ........................................................................................................ 184 Referências .................................................................................................................... 187 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Olá! Desejamos boas-vindas ao curso Boas Práticas em Contratos de serviços terceirizados. Este curso tem o objetivo capacitar o público-alvo em fiscalizar e gerir contratos e atividades correlatas. Antes de alcançar o objetivo geral, habilidades anteriores precisam ser adquiridas gradativamente. Por esse motivo, os objetivos específicos descritos abaixo também devem ser atingidos ao longo do curso! Ao final deste curso, espera-se que você seja capaz de: • Entender as definições e conceitos de terceirização na Administração Pública, de outras espécies contratuais, e os posicionamentos dos Tribunais Superiores acerca da matéria e a relação entre a terceirização na Administração Pública e os principais impactos da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) no direito e no processo do trabalho, com breves incursões pelo Decreto nº 9.507/2018 e pela Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017; • Compreender os aspectos práticos de tópicos relevantes de procedimentos da fase pré-contratual que impactam diretamente a execução de contratos com dedicação exclusiva de mão de obra; • Compreender a operacionalização da Conta-Depósito Vinculada – bloqueada para movimentação e o pagamento direto das obrigações aos empregados da contratada, e os aspectos práticos na execução de instrumentos de gestão de contratos com serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra; • Conhecer as boas práticas registradas na Portaria Conjunta ICMBio nº 05, de 02 de agosto de 2022, que dispõe sobre a consolidação das boas práticas relacionadas ao tema da terceirização de serviços contínuos com dedicação exclusiva de mão de obra, no âmbito do ICMBio; • Compreender a atuação judicial na Justiça do Trabalho; • Conhecer a Certidão Explicativa e sua importância para a defesa dos órgãos públicos nas reclamações trabalhistas, aprendendo como preenchê-la corretamente; • Conhecer os papeis do gestor e do fiscal de contrato e conhecer e aplicar as rotinas de fiscalização de contratos; • Apreender o fluxo de cobrança do seguro-garantia; • Compreender os conceitos e requisitos básicos para apuração de infrações e aplicação de multas motivadas pela inexecução total ou parcial de contratos administrativos, e entender a importância dos princípios e regras norteadores do processo administrativo sancionador, nos termos da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021) e da Lei nº 9.784/1999, que estabelece normas gerais sobre processo administrativo no âmbito da Administração Pública federal. Desejamos um excelente estudo! 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Definição da terceirização e a responsabilidade subsidiária das entidades públicas 1 Unidade 1 – Abertura e apresentação do curso Ao final desta unidade, você será capaz de entender as definições e os conceitos de terceirização na Administração Pública, de outras espécies contratuais, e os posicionamentos dos Tribunais Superiores acerca da matéria. Ainda será capaz de entender a relação entre a terceirização na Administração Pública e os principais impactos da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) no direito e no processo do trabalho, com breves incursões pelo Decreto nº 9.507/2018 e pela Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017. Vídeo 1 – Terceirização x responsabilidade da Administração - Parte 1 https://youtu.be/ZQFYM2CpauA https://youtu.be/ZQFYM2CpauA 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.1. Terceirização x responsabilidade da Administração 1.1.1. Introdução Os contratos de terceirização das entidades públicas (vigilância e limpeza/conservação, por exemplo), na tese de responsabilidade subsidiária da Administração Pública, são os de maior predominância em relação aos processos nos quais as autarquias e fundações federais são demandadas na Justiça do Trabalho. Em relação à responsabilidade subsidiária em contratos administrativos, abaixo segue o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cristalizado na Súmula 331: V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 1.1.2. Conceito legal de terceirização A Lei nº 6.019/1974 assim dispõe: Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. § 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quanto à previsão geral da responsabilidade subsidiária do contratante na terceirização, assim prescreve a citada Lei: Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. [...] § 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Por sua vez, a responsabilidade da Administração Pública pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato encontra amparo no art. 71 da Lei nº 8.666/1993: Art. 71. O contratado é responsávelpelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. Já na nova Lei de Licitações, Lei nº 14.133/2021, a responsabilidade da Administração Pública pelas verbas encontra-se assim disposta no § 2º do art. 121: § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Como se verifica, houve um deslocamento do enfoque da prova: A Súmula do TST nº 331 foca na prova da conduta culposa (“caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora”). A Lei nº 14.133/2021, por sua vez, focaliza a comprovação da falha na fiscalização (“a Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado”). O que são serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra na nova Lei de Licitações? A Lei nº 14.133/2021, art. 6º, inciso XVI, assim dispõe: XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige, entre outros requisitos, que: a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a prestação dos serviços; b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de outros contratos; c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus contratos; 1.1.3. Espécies contratuais excluídas da aplicação do § 2º do art. 121 da Lei nº 14.133/2021 Vídeo 2 – Terceirização x responsabilidade da Administração – Parte 2 Nos termos do art. 121, § 2º, da Lei nº 14.133/2021, a Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas, se e quando comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado, e exclusivamente nas contratações de serviços contínuos, com regime de dedicação exclusiva de mão de obra. https://youtu.be/l-mzXW0EL7M https://youtu.be/l-mzXW0EL7M 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ou seja, é importante a distinção entre os serviços contínuos, com regime de dedicação exclusiva de mão de obra (terceirização que pode resultar na responsabilidade da Administração Pública, nos termos da Lei nº 14.133/2021), e as demais espécies contratuais, que não geram responsabilidade. + 1) Terceirização (responsabilidade subsidiária da Administração Pública): Conceito legal: De acordo com o art. 4º-A da Lei nº 6.019/1974, com redação dada pela Lei nº 13.467/2017, consiste na transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. Por sua vez, nos termos do art. 121 da Lei nº 14.133/2021, são os serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra. + 2) Contrato de empreitada (dono de obra/serviços de engenharia): Contrato para realização de obras de engenharia civil. Figurando o ente público como dono da obra, não é possível sua responsabilização pelas obrigações de cunho trabalhista não adimplidas pela empresa contratada, uma vez que o objeto do negócio jurídico celebrado foi a realização da obra (Recurso de Revista repetitivo TST - SBDI-I, IRR – 190-53.2015.5.03.0090, Rel. Min. João Oreste Dalazen, j. 11.05.2017). Recentemente, assim decidiu o TST: “(...) ao contratar empreiteiro sem idoneidade econômico-financeira, responderá subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas, com esteio no já citado artigo e na figura da culpa in eligendo, a menos que seja ente da administração pública direta ou indireta (TST, E-ED-RR-106600-17.2007.5.17.0191, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 25/06/2021). Existem teses jurídicas fixadas pelo TST a respeito do tema: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONA DA OBRA - APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SbDI-1 LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se refere a Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST não se restringe à pessoa física ou micro e pequenas empresas, compreende 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública igualmente empresas de médio e grande porte e entes públicos (decidido por unanimidade); II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da Orientação Jurisprudencial 191, por aplicação analógica do artigo 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade); III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas ‘a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado’ (decidido por unanimidade); IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do artigo 455 da CLT e culpa in elegendo (decidido por maioria, vencido o Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro) (TST, SBDI-I, IRR – 190-53.2015.5.03.0090, Rel. Min. João Oreste Dalazen, j. 11.05.2017). (Grifamos). Assim sendo, figurando o ente público como dono da obra, não é possível sua responsabilização pelas obrigações de cunho trabalhista não adimplidas pela empresa contratada, uma vez que o objeto do negócio jurídico celebrado foi a realização da obra. + 3) Serviços não contínuos ou contratados por escopo (Lei nº 14.133/2021, art. 6º, XVII): XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de um serviço específico em período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto; + 4) Serviços técnicos especializados (Lei nº 14.133/2021, art. 6º, XVIII): XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos a: a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos; b) pareceres, perícias e avaliações em geral; c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias; d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas; 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campoe laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso; + 5) Contrato de facção (SÚMULA Nº 331, IV, DO TST. INAPLICABILIDADE): O contrato de facção é uma avença de natureza civil ou comercial em que o contratante pactua, com terceiro, o fornecimento de produtos prontos e acabados, sem interferir na produção. Como se pode notar, o contrato de facção não tem como objetivo a prestação de serviços propriamente, nem muito menos o fornecimento de mão de obra, mas sim a aquisição de um produto pronto e acabado (refeições prontas, por exemplo). Vejamos a posição do TST: “RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA. Considerando a possibilidade de a decisão recorrida contrariar entendimento consubstanciado na Súmula nº 331, IV, verifica-se a transcendência política, nos termos do artigo 896-A, § 1º, II, da CLT. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. EMPRESA PRIVADA. CONTRATO DE FACÇÃO. SÚMULA Nº 331, IV. INAPLICABILIDADE. PROVIMENTO. O entendimento pacífico no âmbito deste Tribunal Superior, por meio da Súmula nº 331, IV, é de que o tomador de serviços é responsável subsidiário pela satisfação das verbas trabalhistas devidas ao empregado, no caso de não pagamento pelo prestador de serviços, o empregador. Na hipótese, contudo, não houve a prestação de serviços do reclamante em favor da segunda reclamada, apta a caracterizar a indevida intermediação de mão-de-obra, mas sim a celebração de contrato de natureza nitidamente comercial (contrato de facção), por meio do qual a empresa contratada se comprometia a fornecer para a empresa contratante os produtos por ela fabricados, o que, a toda evidência, afasta a incidência da referida súmula. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento” (TST, 4ª Turma, RR-20509-71.2018.5.04.0781, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 05/03/2021). + 6) Contrato de economato (SÚMULA Nº 331, IV, DO TST. INAPLICABILIDADE): Contrato de economato é a cessão onerosa para uso de espaço público pela empresa contratada, empregadora do reclamante, para exercício de suas próprias atividades, nas dependências da entidade pública. Trata-se de concessão temporária do direito de uso de espaço físico para exploração econômica (cantina/restaurante, por exemplo), mediante pagamento de aluguel. Vejamos a posição do TST: 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública “RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE ECONOMATO. CESSÃO ONEROSA DE ESPAÇO FÍSICO. SÚMULA 126/TST. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 331/TST. O Tribunal Regional consignou que a segunda reclamada (SESC), por meio de contrato de cessão onerosa, disponibilizou espaço físico em suas dependências à primeira reclamada (Barra Café LTDA.), a fim de que explorasse atividades de restaurante e lanchonete. Por se tratar de contrato de cessão onerosa de espaço físico (e não contrato de prestação de serviços), o Tribunal a quo avaliou se existia efetiva subordinação entre as reclamadas, com o intuito de verificar se ocorreu terceirização de mão-de-obra nos moldes da Súmula 331/TST. A Corte de origem concluiu que era mínima a ingerência da segunda reclamada nas atividades desempenhadas pela primeira reclamada, de modo que a Súmula 331/TST seria inaplicável à controvérsia. Nesse sentido, há precedentes do TST. À luz da jurisprudência desta Corte Superior, e com base nos registros fáticos efetuados pelo TRT - insuscetíveis de revisão por esta instância extraordinária (Súmula 126/TST) -, deve ser mantida a conclusão de que inexistiu terceirização e, consequentemente, de que a Súmula 331/TST é inaplicável ao presente caso. Por fim, ressalta-se que não se identifica a existência de dissenso jurisprudencial, visto que os arestos apresentados são inespecíficos, nos termos da Súmula 296/TST. Recurso de revista não conhecido” (TST, 2ª Turma RR- 10265-38.2016.5.03.0084, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 18/08/2017). 1.1.4. Poder-dever de gestão por parte da empresa contratada É da empresa contratada o poder-dever para a gestão, contratação e remuneração dos terceirizados, sendo vedada à entidade contratante as situações previstas no art. 48 da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021): Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituam área de competência legal do órgão ou da entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na contratação do serviço terceirizado: I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar direta ou indiretamente o objeto contratado; II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo a ser pago pelo contratado; III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado; 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso dos salários pagos; V - demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da contratação; VI - prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da Administração na gestão interna do contratado. Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade contratante ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação. 1.1.5. Posição do STF sobre responsabilidade subsidiária Vídeo 3 – Terceirização x responsabilidade da Administração – Parte 3 O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16, afirmou a constitucionalidade do art. 71 da Lei nº 8.666/1993 e assentou a impossibilidade de se responsabilizar a Administração Pública com fundamento no mero inadimplemento das obrigações trabalhistas devidas pela empresa contratada. Mais adiante, no julgamento do Recurso Extraordinário 760.931 (26/04/2017), o STF fixou a seguinte tese: “Tema 246 - Responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa prestadora de serviço. O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93.” https://youtu.be/XNdT-x_nNQE https://youtu.be/XNdT-x_nNQE 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.1.6. Atual posição do TST sobre responsabilidade subsidiária Em observância a tal julgamento de efeitos vinculantes e eficácia contra todos, o Eg. Tribunal Superior do Trabalho alterou a redação da Súmula nº 331: CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dosserviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. 1.1.7. Ônus da prova DE QUEM SERIA O ÔNUS DE COMPROVAÇÃO DA FALTA DE FISCALIZAÇÃO? Embora tenha sido objeto de intenso debate no julgamento do RE 760931 (Tema 246), o STF não fixou de quem seria o ônus da prova a respeito da comprovação da falta/falha de fiscalização do contrato. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Em face da ausência de fixação de tese acerca do ônus probatório, há oscilação da jurisprudência acerca do tema. TST TST – SBDI – ônus da prova do Poder Público: “(...) é do Poder Público, tomador dos serviços, o ônus de demonstrar que fiscalizou de forma adequada o contrato de prestação de serviços (...)” (E-RR-925-07.2016.5.05.0281, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 22/05/2020). 4ª Turma do TST - Ônus da prova – Reclamante “(...) Tanto a 1ª quanto a 2ª Turmas do STF têm reiteradamente cassado decisões do TST que reconhecem a responsabilidade subsidiária da administração pública por inversão do ônus da prova em favor do empregado quanto à fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa terceirizada. 2. Em que pesem tais decisões, que deixam claro o teor dos precedentes do STF sobre a matéria, emanados da ADC 16 e do RE 760.931, a SBDI- 1, em sua composição completa, reafirmou sua posição no sentido do ônus da prova da administração pública (E-RR-925-07.2016.5.05.0281, Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, de 12/12/19; E-ED-RR 62-40.2017.5.20.0009, Rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, de 10/09/20), em claro confronto com o decidido pelo Supremo Tribunal Federal. (....) 6. Assim, merece provimento os recursos de revista dos 2º e 3º Reclamados, na medida em que não cabe o reconhecimento da responsabilidade subsidiária de ente público com lastro apenas na inadimplência da prestadora de serviços ou na culpa presumida, com atribuição do onus probandi da fiscalização (ou da não culpa) à Administração Pública (...)” (RR-100579-28.2017.5.01.0059, 4ª Turma, Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho, DEJT 04/06/2021). STF Agravo regimental na reclamação. 2. Direito do Trabalho. 3. Terceirização. Responsabilidade subsidiária da Administração Pública. Art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. 4. Violação ao decidido na ADC 16 e ao teor da Súmula Vinculante 10. Configuração. Reclamação julgada procedente. 5. Impossibilidade de responsabilização automática da Administração Pública pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas. Necessidade de comprovação inequívoca do seu comportamento reiteradamente negligente. Ausência de fiscalização ou falta de documentos que a comprovem não são suficientes para caracterizar a responsabilização. 6. Inversão do ônus da prova em desfavor da Administração Pública. Impossibilidade. Precedentes de ambas as Turmas. 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 8. Agravo regimental não provido. (STF, 2ª Turma, AG. REG. NA RECLAMAÇÃO 40.505 SÃO PAULO, relator: Ministro GILMAR MENDES, data do julgamento: 17/11/2020, data da publicação: DJE nº 19, divulgado em 01/02/2021) O Plenário do STF reconheceu a repercussão geral do tema tratado no Recurso Extraordinário nº 1.298.647 (Tema 1118): Ônus da prova acerca de eventual conduta culposa na fiscalização das obrigações trabalhistas de prestadora de serviços, para fins de responsabilização subsidiária da Administração Pública, em virtude da tese firmada no RE 760.931 (Tema 246). Estará em julgamento se cabe ao empregado ou ao ente público contratante comprovar eventual falha na fiscalização das obrigações trabalhistas. 1.2. Terceirização na Administração e os principais impactos na legislação federal Vídeo 4 – Terceirização na Administração e os principais impactos na legislação federal – parte 1 1.2.1. Nova Lei de Licitações – Lei nº 14.133, de 1º/04/2021 Aspectos gerais: • em vigor desde 1º/04/2021; https://youtu.be/6AK4rWCJlQo https://youtu.be/6AK4rWCJlQo 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • o contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as regras previstas na legislação revogada (Lei nº 8.666/1993); • até 1º/04/2023, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com a nova Lei de Licitações ou de acordo com as Leis nº 8.666/1993 e nº 10.520/2002 e com os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462/2011; • a opção escolhida (nova Lei de Licitações ou leis anteriores) deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as anteriores; • CPC - Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Quanto aos seus principais dispositivos relacionados ao tema, o art. 50 prescreve o dever do contratado em apresentar documentos que comprovem o cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato, quando solicitado pela Administração: Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato, em especial quanto ao: I - registro de ponto; II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; III - comprovante de depósito do FGTS; IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo adicional; V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato; VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na forma prevista em norma coletiva. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O devido e regular acompanhamento periódico da execução contratual pode resultar na economia de milhões de reais, advinda do afastamento de condenações em nível de responsabilidade subsidiária das entidades públicas. O acompanhamento e a fiscalização da execução contratual consistem na verificação da conformidade da prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a asseguraro perfeito cumprimento do contrato, e deverão ser exercidos pelo gestor do contrato, que poderá ser auxiliado pelo fiscal técnico e pelo fiscal administrativo do contrato. Obrigatoriedade, por parte do fiscal do contrato, das anotações de todas as ocorrências durante a execução contratual. Por sua vez, os arts. 117 e 118, ambos da Lei nº 14.133/2021, dispõem acerca das normas direcionadas ao acompanhamento e à fiscalização da execução do contrato: Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição. § 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando o que for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos observados. § 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que demandar decisão ou providência que ultrapasse sua competência. § 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da Administração, que deverão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução contratual. § 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput deste artigo, deverão ser observadas as seguintes regras: I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de contrato; II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do terceiro contratado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no local da obra ou do serviço para representá-lo na execução do contrato. Quantos aos requisitos de habilitação, como informações e documentos para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, temos: I - jurídica; II - técnica; III - fiscal, social e trabalhista; e IV - econômico-financeira. Destacam-se as seguintes obrigações: + a) na fase de habilitação, a exigência de cláusula no edital que exija dos licitantes a declaração de que suas propostas econômicas compreendem a integralidade dos custos para atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento de conduta vigentes na data de entrega das propostas; + + b) as habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante a verificação, entre outros, dos seguintes requisitos: a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre o cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei, e a regularidade perante a Justiça do Trabalho. Vejamos: Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas as seguintes disposições: [...] § 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos licitantes, sob pena de desclassificação, declaração de que suas propostas econômicas compreendem a integralidade dos custos para atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento de conduta vigentes na data de entrega das propostas. [...] 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante a verificação dos seguintes requisitos: [...] IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei; V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho; Por sua vez, quanto às garantias, temos o seguinte: Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e fornecimentos. Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I - caução; II - seguro-garantia; III - fiança bancária. A nova Lei estabelece que a Administração Pública poderá exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia para a cobertura das verbas rescisórias não pagas pela contratada. Adiante, importante destacar que a norma do antigo artigo 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993 agora encontra assento no artigo 121, § 1º, da nova Lei, com a seguinte redação: Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo. § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública solidariamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado. § 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre outras medidas: I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas; II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato; III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada; IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado; V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador. Já quanto ao recebimento do objeto do contrato, dentre outras disposições, os serviços apenas poderão ser recebidos definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais: Art. 140. O objeto do contrato será recebido: I - em se tratando de obras e serviços: a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das exigências de caráter técnico; b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais; Nas hipóteses de extinção dos contratos, chama a atenção a possibilidade de sua extinção quando verificado o desatendimento das determinações regulares 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública emitidas pela autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução (fiscal do contrato): Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato: I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas contratuais,de especificações, de projetos ou de prazos; II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior; [...] § 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei deverão ser notificados pelo contratante quanto ao início de processo administrativo para apuração de descumprimento de cláusulas contratuais. Na parte das sanções a serem aplicadas, deve ser destacado que, aplicada a multa, e se as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de pagamento eventualmente devido pela Administração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente: Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - impedimento de licitar e contratar; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. [...] § 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de pagamento eventualmente devido pela Administração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2.2. Disposições do Decreto nº 9.507/2018 Vídeo 5 – Terceirização na Administração e os principais impactos na legislação federal – Parte 2 O Decreto nº 9.507/2018 dispõe sobre a execução indireta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Destacam-se as disposições que mencionam as cláusulas contratuais obrigatórias: Art. 8º Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que: I - exijam da contratada declaração de responsabilidade exclusiva sobre a quitação dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do contrato; II - exijam a indicação de preposto da contratada para representá-la na execução do contrato; III - estabeleçam que o pagamento mensal pela contratante ocorrerá após a comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS pela contratada relativas aos empregados que tenham participado da execução dos serviços contratados; IV - estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e escrito do contratante e a aplicação das penalidades cabíveis, na hipótese de não pagamento dos salários e das verbas trabalhistas, e pelo não recolhimento das contribuições sociais, previdenciárias e para com o FGTS; [...] VI - exijam a prestação de garantia, inclusive para pagamento de obrigações de natureza trabalhista, previdenciária e para com o FGTS, em valor correspondente a cinco por cento do valor do contrato, limitada ao equivalente a dois meses do custo da folha de pagamento dos empregados da contratada que venham a participar da execução dos serviços contratados, com prazo de validade de até noventa dias, contado da data de encerramento do contrato; e VII - prevejam a verificação pela contratante, do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS, em relação aos empregados da contratada que participarem da execução dos serviços https://youtu.be/FtMiDO8Jg7k https://youtu.be/FtMiDO8Jg7k 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública contratados, em especial, quanto: a) ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; b) à concessão de férias remuneradas e ao pagamento do respectivo adicional; c) à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando for devido; d) aos depósitos do FGTS; e e) ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados dispensados até a data da extinção do contrato. § 1º Na hipótese de não ser apresentada a documentação comprobatória do cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS de que trata o inciso VII do caput deste artigo, a contratante comunicará o fato à contratada e reterá o pagamento da fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que a situação esteja regularizada. § 2º Na hipótese prevista no § 1º e em não havendo quitação das obrigações por parte da contratada, no prazo de até quinze dias, a contratante poderá efetuar o pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que tenham participado da execução dos serviços contratados. § 3º O sindicato representante da categoria do trabalhador deve ser notificado pela contratante para acompanhar o pagamento das verbas referidas nos § 1º e § 2º. § 4º O pagamento das obrigações de que trata o § 2º, caso ocorra, não configura vínculo empregatício ou implica a assunção de responsabilidade por quaisquer obrigações dele decorrentes entre a contratante e os empregados da contratada. Importante ainda transcrever os seguintes dispositivos: Art. 9º Os contratos de prestação de serviços continuados que envolvam disponibilização de pessoal da contratada de forma prolongada ou contínua para consecução do objeto contratual exigirão: I - apresentação pela contratada do quantitativo de empregados vinculados à execução do objeto do contrato de prestação de serviços, a lista de identificação destes empregados e respectivos salários; II - o cumprimento das obrigações estabelecidas em acordo, convenção, dissídio coletivo de trabalho ou equivalentes das categorias abrangidas pelo contrato; e 27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública III - a relação de benefícios a serem concedidos pela contratada a seus empregados, que conterá, no mínimo, o auxílio-transporte e o auxílio- alimentação, quando esses forem concedidos pela contratante. [...] Art. 11. A gestão e a fiscalização de que trata o art. 10 competem ao gestor da execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário e, se necessário, poderá ter o auxílio de terceiro ou de empresa especializada, desde que justificada a necessidade de assistência especializada. 1.2.3. Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017 A Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017 dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. Especialmente quanto aos documentos que deverão ser entregues aos fiscais (kit fiscal), deve ser mencionado o art. 42, § 4º, da IN SEGES/MP nº 05/2017: § 4º Para o exercício da função, os fiscais deverão receber cópias dos documentos essenciais da contratação pelo setor de contratos, a exemplo dos Estudos Preliminares, do ato convocatório e seus anexos, do contrato, da proposta da contratada, da garantia, quando houver, e demais documentos indispensáveis à fiscalização. Para o exercício da função, os fiscais receberão do setor de contratos cópias dos documentos essenciais da contratação, tais como: 1) Estudos Preliminares; 2) ato convocatório e seus anexos; 3) contrato; 4) proposta da contratada; 5) garantia, quando houver; e 6) demais documentos indispensáveis à fiscalização. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Atenção: a diferença entre gestor e fiscal de contratos está prevista no art. 40 da IN SEGES/MP nº 05/2017: Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo anterior compete ao gestor da execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, conforme o caso, de acordo com as seguintes disposições: I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao encaminhamento da documentação pertinente ao setor de contratos para formalizaçãodos procedimentos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros; II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços estão compatíveis com os indicadores de níveis mínimos de desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito de pagamento conforme o resultado, podendo ser auxiliado pela fiscalização de que trata o inciso V deste artigo; III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento dos aspectos administrativos da execução dos serviços nos contratos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento; IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da execução do contrato nos aspectos técnicos ou administrativos quando a prestação dos serviços ocorrer concomitantemente em setores distintos ou em unidades desconcentradas de um mesmo órgão ou entidade; As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual devem ser realizadas de forma preventiva, rotineira e sistemática, podendo ser exercidas por servidores, por equipe de fiscalização ou por apenas um servidor. 29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O Anexo VIII contém normas direcionadas para a fiscalização técnica e administrativa. https://www.in.gov.br/materia/-/asset_ publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20239255/do1-2017-05-26- instrucao-normativa-n-5-de-26-de-maio-de-2017-20237783 Para o exercício da função, o gestor e os fiscais deverão ser cientificados, expressamente, da indicação e das respectivas atribuições antes da formalização do ato de designação. No art. 46, temos uma obrigação direcionada ao fiscal dos contratos, para registrar todas as ocorrências verificadas na execução contratual: Art. 46. As ocorrências acerca da execução contratual deverão ser registradas durante toda a vigência da prestação dos serviços, cabendo ao gestor e fiscais, observadas suas atribuições, a adoção das providências necessárias ao fiel cumprimento das cláusulas contratuais, conforme o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993. § 1º O registro das ocorrências, as comunicações entre as partes e demais documentos relacionados à execução do objeto poderão ser organizados em processo de fiscalização, instruído com os documentos de que trata o § 4º do art. 42. § 2º As situações que exigirem decisões e providências que ultrapassem a competência do fiscal deverão ser registradas e encaminhadas ao gestor do contrato que as enviará ao superior em tempo hábil para a adoção de medidas saneadoras. Quem pode ser fiscal do contrato? Vídeo 6 – Terceirização na Administração e os principais impactos na legislação federal – Parte 3 A indicação do fiscal do contrato deve recair sobre servidor público pertencente aos quadros da Administração Pública contratante (terceirizado não pode ser fiscal de contrato). O Tribunal de Contas da União assim já decidiu: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20239255/do1-2017-05-26-instrucao-normativa-n-5-de-26-de-maio-de-2017-20237783 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20239255/do1-2017-05-26-instrucao-normativa-n-5-de-26-de-maio-de-2017-20237783 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/20239255/do1-2017-05-26-instrucao-normativa-n-5-de-26-de-maio-de-2017-20237783 https://youtu.be/0dLJiiqgT2A https://youtu.be/0dLJiiqgT2A 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É irregular a nomeação de terceiro estranho à Administração para exercer a fiscalização de contratos, porquanto o art. 67 da Lei 8.666/1993 permite a contratação de terceiros para auxiliar o fiscal, mas não para atuar como tal. (TCU, Acórdão 124/2020-Plenário, Relator: WEDER DE OLIVEIRA) Sobre o tema, temos as seguintes disposições na Lei nº 8.666/1993: Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. Já na Lei nº 14.133/2021, temos o seguinte: Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos: I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da Administração Pública; II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil. § 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/ https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/ https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/ 31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. [...] Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição. O servidor pode recusar designações, a exemplo de ser fiscal do contrato ou participar de comissão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD)? Não, por não ser uma ordem ilegal. Vejamos o que diz a Lei nº 8.112/1990: Art. 116. São deveres do servidor [...] III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; Na Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017, temos a seguinte disposição: Art. 43. O encargo de gestor ou fiscal não pode ser recusado pelo servidor, por não se tratar de ordem ilegal, devendo expor ao superior hierárquico as deficiências e limitações técnicas que possam impedir o diligente cumprimento do exercício de suas atribuições, se for o caso. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública RECUSA À NOMEAÇÃO DE FISCAL – ENTENDIMENTO DO TCU: TCU – Acórdão nº 2.917/2010 – Plenário Relatório 5.7.7. O servidor designado para exercer o encargo de fiscal não pode oferecer recusa, porquanto não se trata de ordem ilegal. Entretanto, tem a opção de expor ao superior hierárquico as deficiências e limitações que possam impedi-lo de cumprir diligentemente suas obrigações. A opção que não se aceita é uma atuação a esmo (com imprudência, negligência, omissão, ausência de cautela e de zelo profissional), sob pena de configurar grave infração à norma legal (itens 31/3 do voto do Acórdão nº 468/2007-P). (Relator: Valmir Campelo; Data do Julgamento: 03/11/2010) 33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 - Planejamento da contratação 1.1. Pesquisa de preços segundo a IN SEGES/ME nº 65/2021 Compreender os aspectos práticos de tópicos relevantesde procedimentos da fase pré-contratual que impactam diretamente a execução de contratos com dedicação exclusiva de mão de obra. 1.1.1. Introdução Vídeo 7 – Pesquisa de Preços Um problema crítico a ser superado na condução dos certames licitatórios públicos é a pesquisa de preços, peça essencial que compõe o processo administrativo. A nova Lei de Licitações e contratos estabelece procedimentos de formalização e critérios para a pesquisa de preços, parâmetros e metodologia para determinação do preço estimado em processo licitatório: O artigo 23 da citada Lei define que o valor previamente estimado da contratação deverá ser compatível com os valores praticados pelo mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de execução do objeto. O § 1º do mesmo artigo diz: Módulo Fase pré-contratual2 https://youtu.be/fhtHg-2RAeI 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública § 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de serviços em geral, conforme regulamento, o valor estimado será definido com base no melhor preço aferido por meio da utilização dos seguintes parâmetros, adotados de forma combinada ou não: I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente no painel para consulta de preços ou no banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP); II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de preços, observado o índice de atualização de preços correspondente; III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso; IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, mediante solicitação formal de cotação, desde que seja apresentada justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital; V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de regulamento. Em 8 de julho de 2021, o Ministério da Economia publicou no Diário Oficial da União a Instrução Normativa SEGES nº 65, que regulamenta o procedimento administrativo para realização de pesquisa de preços para aquisição de bens e contratação de serviços em geral, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, com base na nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021). O disposto na IN SEGES/ME nº 65/2021 não se aplica às contratações de obras e serviços de engenharia. Os órgãos e entidades da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, quando executarem recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, deverão observar os procedimentos de que trata IN SEGES/ME nº 65/2021. A pesquisa de preços não pode ser vista como mera formalidade no processo de contratação, pois existem riscos muito grandes de sobrepreço, de proposta inexequível, de licitação deserta, de licitação fracassada e de não atendimento da demanda. Destaca-se o Acórdão 2.463/2008 TCU: “A ampla pesquisa de mercado não pode https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-seges-/me-n-65-de-7-de-julho-de-2021-330673635 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-seges-/me-n-65-de-7-de-julho-de-2021-330673635 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-seges-/me-n-65-de-7-de-julho-de-2021-330673635 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.133-de-1-de-abril-de-2021-311876884 35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública ser considerada mais um documento formal que comporá o processo, trata-se de procedimento que visa orientar o gestor na redução e otimização das despesas públicas, buscando a transparência e a efetividade na gerência da coisa pública”. 1.1.2. Funções da pesquisa de preços A pesquisa de preços consiste em procedimento prévio e indispensável para a verificação de existência de recursos suficientes para cobrir despesas decorrentes de contratação pública. Serve de base, também, para confronto e exame de propostas em licitação e estabelece o preço justo de referência que a Administração está disposta a contratar, devendo constar no edital o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global. (Manual de Orientação de Pesquisa de Preços – STJ. 2014). Destacam-se, ainda, outras funções, tais como: • informar o preço estimado e justo que a Administração está disposta a contratar; • definir a modalidade licitatória; • identificar jogo de planilhas; • conferir maior segurança na análise da exequibilidade da proposta ou de itens da proposta; • impedir a contratação acima do preço praticado no mercado; • servir de parâmetro objetivo para julgamento das ofertas apresentadas; • garantir a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração. Lacerda (2012), avaliou alguns pregões eletrônicos, realizados em 2011, com o objeto de aquisição de resmas de papel A4. O preço de referência, entre todos os certames avaliados, foi de aproximadamente R$ 46,00, e os valores finais homologados variaram entre R$ 6,80 e R$ 15,82, variação de 130% dos valores adjudicados, porcentagem que é ainda maior em comparação com o valor estimado. O que se pode concluir até agora é que: quanto maior o valor estimado, quanto menos refletir o valor de mercado, maior será o preço adjudicado; quanto menor for a variação de entre o valor estimado e o valor adjudicado, melhor refletido estárá o valor de mercado (considerando uma pesquisa de mercado bem realizada). 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.1.3. Elementos da pesquisa de preços A IN SEGES/ME nº 65/2021, no seu art. 3º, dispõe que a pesquisa de preços será materializada em documento que conterá, no mínimo: I - descrição do objeto a ser contratado; II - identificação do(s) agente(s) responsável(is) pela pesquisa ou, se for o caso, da equipe de planejamento; III - caracterização das fontes consultadas; IV - série de preços coletados; V - método estatístico aplicado para a definição do valor estimado; VI - justificativas para a metodologia utilizada, em especial para a desconsideração de valores inconsistentes, inexequíveis ou excessivamente elevados, se aplicável; VII - memória de cálculo do valor estimado e documentos que lhe dão suporte; e VIII - justificativa da escolha dos fornecedores, no caso da pesquisa direta de que dispõe o inciso IV do art. 5º. 1.1.4. Parâmetros da pesquisa de preços A IN SEGES/ME nº 65/2021, art. 5º, elenca cinco parâmetros, a serem empregados de forma combinada ou não: I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente nos sistemas oficiais de governo, como Painel de Preços ou banco de preços em saúde, observado o índice de atualização de preços correspondente; II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de preços, observado o índice de atualização de preços correspondente; III - dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que atualizados no momento da pesquisa e compreendidos no intervalo 37Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública de até 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital, contendo a data e a hora de acesso; IV - pesquisa direta com, no mínimo, 3 (três) fornecedores, mediante solicitação formal de cotação, por meio deofício ou e-mail, desde que seja apresentada justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital; V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, desde que a data das notas fiscais esteja compreendida no período de até 1 (um) ano anterior à data de divulgação do edital, conforme disposto no Caderno de Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. Aliás, é valido ressaltar o teor do art. 6º, § 6º, da IN SEGES/ME nº 65/2021, que determina que, quando o preço estimado for obtido com base única no inciso I do art. 5º, o valor não poderá ser superior à mediana do item nos sistemas consultados. 1.1.5. Conclusão O Plenário do TCU, por meio do Acórdão 1108/2007, entendeu não ser admissível que a pesquisa de preços feita pela entidade seja destituída de juízo crítico acerca da consistência dos valores levantados. É indispensável que a Administração avalie, de forma crítica, a pesquisa de preços obtida junto ao mercado, em especial quando houver grande variação entre os valores apresentados. Quanto pior a descrição do que se pretende comprar, pior a coerência dos preços de referência (Santos, 2015). A descrição do produto ou serviço inconsistente e muito vaga compromete a realização de uma pesquisa bem-feita e está diretamente relacionada com a realização de uma pesquisa de preços ruim e imprecisa. Para adequada coleta de preços, é imprescindível a especificação adequada do objeto. Isso inclui a correta avaliação do mercado fornecedor, as opções disponíveis, marcas e modelos representativos, condições comuns de fornecimento, especialmente quando houver diversos fabricantes. O desempenho da pesquisa de preços é uma função direta da qualidade da especificação do objeto. 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2. Planilha de custos Vídeo 8 – Planilha de Custos e Formação de Preço 1.2.1. Introdução Para dar apoio ao administrador, a formação do preço a ser contratado deve ser balizada por meio de planilhas de composição de custos, conforme a Lei nº 8.666/1993 e a Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017 e, mais recentemente, a nova Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 14.133/2021, e a Instrução Normativa SEGES/ME nº 65/2021. A Lei nº 8.666/1993 dispõe que: Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: I - projeto básico; II - projeto executivo; III - execução das obras e serviços. [...] § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: [...] II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; A Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017, que dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, promoveu a inclusão do planejamento como fase obrigatória que antecede a licitação, consistindo nas etapas de elaboração dos Estudos Técnicos Preliminares (ETP), Gerenciamento de Riscos (GR) e Termo de Referência (TR). A definição trazida pela IN SEGES/MP nº 05/2017, no Anexo I, de planilha de custos e formação de preços é a seguinte: https://youtu.be/aOkRnkWvYsM 39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública XV - PLANILHA DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS: documento a ser utilizado para detalhar os componentes de custo que incidem na formação do preço dos serviços, podendo ser adequado pela Administração em função das peculiaridades dos serviços a que se destina, no caso de serviços continuados. A SEGES esclarece que a planilha de custos e formação de preços constante na IN SEGES/MP nº 05/2017 é um modelo referencial, construído com o intuito de auxiliar os gestores com informações sobre a composição do preço a ser contratado, bem como na análise regular dos preços ofertados pelos licitantes (preço global). A referida IN traz também as diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou Projeto Básico: 2.9 Estimativa de preços e preços referenciais: [...] b) No caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, o custo estimado da contratação deve contemplar o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços, definidos da seguinte forma: b.1. por meio do preenchimento da planilha de custos e formação de preços, observados os custos dos itens referentes ao serviço, podendo ser motivadamente dispensada naquelas contratações em que a natureza do seu objeto torne inviável ou desnecessário o detalhamento dos custos para aferição da exequibilidade dos preços praticados; (grifo nosso) Além das diretrizes gerais para elaboração do ato convocatório, a análise da exequibilidade da proposta de preços nos serviços continuados com dedicação exclusiva da mão de obra deverá ser realizada com o auxílio da planilha de custos e formação de preços, a ser preenchida pelo licitante em relação à sua proposta final. Observa-se que as planilhas de composição de custos e formação de preços são imprescindíveis para uma contratação pública. Na fase de planejamento, é por intermédio de cada planilha que a Administração estima quanto vai pagar. A Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017 adota o seguinte modelo (estrutura) de planilha de custo, previsto no Anexo VII-D, que pode ser adaptado às necessidades do órgão e da contratação: 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Módulo 1 - Composição da Remuneração • Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários • Módulo 3 - Provisão para Rescisão • Módulo 4 - Custo de Reposição do Profissional Ausente • Módulo 5 - Insumos Diversos • Módulo 6 - Custos Indiretos, Tributos e Lucro O modelo de planilha de custos e todas as previsões dizem respeito às condições mínimas necessárias à realização de um contrato para prestação de serviços terceirizados, com dedicação exclusiva de mão de obra, pelo período de um ano, Caso o contrato venha a ser prorrogado, todas as rubricas deverão ser novamente apreciadas, à luz da legislação trabalhista e previdenciária, bem como da ocorrência ou não dos indicadores previstos, para definir se serão considerados custos renováveis ou não renováveis. 1.2.2. Aspectos relevantes para o preenchimento da planilha de custos Para o correto preenchimento da planilha de custos e, consequentemente, a correta estimativa dos custos de uma licitação, é necessário ficar atento aos normativos legais, à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) vigente à época da elaboração do orçamento estimativo, ao valor da tarifa de transporte, à necessidade de realização de horas extraordinárias, à necessidade de intrajornada, às especificações e aos quantitativos dos insumos, aos tipos dos regimes tributários, entre outros aspectos. Logo, temos o seguinte cenário a ser considerado: Î Módulo 1 - Remuneração • Piso salarial: CCT, remuneração do mercado ou salário mínimo • Adicional de periculosidade: CLT (art. 193) • Adicional de insalubridade: CCT ou CLT (art. 192) • Adicional noturno: CCT ou CLT (art. 73) • Adicional noturno de hora reduzida: CCT 41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1 Composição da Remuneração Percentual (%) Valor (R$) A Salário-Base B Adicional de Periculosidade C Adicional de Insalubridade D Adicional Noturno E Adicional de Hora Noturna Reduzida F Outros (especificar) Total Figura 1: Composição da remuneração. Î Submódulo 2.1 – 13º Salário, Férias e Adicional de Férias • Décimo terceiro: provisionamento contábil • Férias: percentual conta vinculada ou provisionamento contábil • Adicional de férias: percentual conta vinculada ou provisionamento contábil 2.1 13º
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