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Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Biológicas Faculdade de Biomedicina INGRID RAQUEL SILVA SANTOS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA Belém-Pa 2023 2 1. INTRODUÇÃO Na área da imunologia, a imunofluorescência indireta caracteriza-se como a técnica laboratorial que utiliza da fluorescência para detectar antígenos celulares. Estes podem estar presentes na superfície ou no interior celular. Desse modo, eles são usados como marcadores na identificação dos diferentes tipos celulares em suspensões ou tecidos (ABBAS et al, 2008). A técnica de imunofluorescência indireta utiliza anticorpos ligados a moléculas denominadas fluorocromos, as quais são capazes de absorver radiação, excitar-se e emitir luz visível. Tal associação entre fluorocromo e anticorpo deve ser simples e capaz de produzir um conjugado fluorescente que proporcione a detecção dos autoanticorpos ligados aos antígenos celulares, o que torna possível a identificação de imunocomplexos que se dirigem contra diferentes componentes celulares e formam distintos padrões de fluorescência associados a doenças (AOKI et al, 2010). A metodologia para a detecção de autoanticorpos é realizada em placas com antígenos fixados aos poços, os quais se ligam aos anticorpos autorreativos presentes nas amostras dos pacientes, essa ligação serve como ponte para a união do antígeno associado ao fluorocromo - sendo um dos mais utilizados o isotiocianato de fluoresceína (FITC), de cor verde. Ao microscópio, é possível notar luz visível que proporciona um resultado qualitativo referente a presença ou ausência de anticorpos na amostra do paciente. Nesse contexto, por ser um teste presente em muitas rotinas laboratoriais que possibilitam o diagnóstico de diversas doenças autoimunes, as atividades práticas referentes a técnica de imunofluorescência indireta utilizaram-se de amostras suspeitas de infecção por HIV para a detecção de autoanticorpos nucleares. Portanto, objetivou-se a realização prática de tal teste, com o intuito de demostrar seus possíveis resultados em relação as amostras advindas de pacientes possivelmente HIV soro positivo. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização da técnica de imunofluorescência indireta utilizou o kit antinuclear antibody / HEP-2 IFA da Virgo, então, com a solução tampão PBS diluiu-se as oito amostras de soro humano em uma proporção 1:4. Essa etapa foi realizada em tubos, cada um recebeu 780 µl de tampão PBS e 40 µl de amostra de soro. Na lâmina com poços do próprio kit, depositou-se uma gota (aproximadamente 10 µl) de amostra controle negativo no primeiro poço e no terceiro poço uma gota de controle positivo. Os demais poços receberam 10 µl das amostras diluídas na etapa anterior (foto 1). Em seguida, a lâmina foi colocada dentro de uma câmara 3 úmida - uma placa de petri forrada com papel absorvente molhado - para que incubasse durante 30 minutos a 23 ºC (foto 2). Foto 1- Materiais utilizados na primeira etapa do teste: PBS (no Erlenmeyer), tubos com as diluições, amostras (no rack preto) e controles. Fonte: arquivo pessoal. Foto 2 – Câmara úmida. Fonte: arquivo pessoal. Após o período de incubação, com o auxílio de uma pipeta pasteur, enxaguou-se a lâmina com um leve jato de tampão PBS. Em seguida, a lâmina foi colocada em uma cubeta contendo tampão PBS e mantida por 7 minutos, em gentil agitação. Ao final desse passo, retirou-se a lâmina do recipiente e descartou-se a solução de PBS utilizada, trocando-a por uma nova. Logo depois, realizou-se a segunda lavagem, em que se seguiu os mesmos passos da primeira lavagem, mas por um período de 8 minutos. Após a segunda lavagem, com um papel 4 absorvente, secou-se a lâmina cuidadosamente evitando o contato do papel com os poços. Seguidamente, depositou-se uma gota do conjugado FITC nos poços contendo as amostras e novamente levou-se a lâmina para a câmara úmida para incubar por 30 minutos a 23 ºC. Por se tratar de uma substância fotossensível, a etapa de deposição das gotas do conjugado foi realizada com as luzes apagadas. Além disso, transferiu-se a câmara úmida para um recipiente metálico protegido da luminosidade. Posteriormente aos 30 minutos de incubação, retirou-se a lâmina da câmara e com a pipeta pasteur enxaguou-a com um leve jato de tampão PBS, novamente realizou-se as duas etapas de lavagem de 7 e 8 minutos. Ao final das lavagens secou- se a lâmina cuidadosamente com um papel absorvente, evitando o contato com os poços. Em seguida, adicionou-se uma gota de glicerol em todos os poços da placa e cobriu-a com uma lamínula. Logo depois, a lâmina foi levada ao microscópio para ser visualizada (foto 3). Foto 3 – visualização da lâmina ao microscópio: a) controle positivo; b) controle negativo. a) b) Fonte: arquivo pessoal. 3. CONCLUSÃO Durante as atividades de aula prática os discentes tiveram a oportunidade de aprender sobre a técnica de imunofluorescência indireta, a qual foi exemplificada de forma prática. Os alunos puderam observar o teste e avaliar os diferentes resultados obtidos a partir de cada amostra avaliada. Para as amostras controles positivo e negativo notou-se resultados esperados, a presença e ausência de fluorescência, respectivamente. Nas amostras dos pacientes avaliados foi possível observar diferentes padrões de fluorescência, os quais foram enviados ao especialista para confirmação do resultado como sendo negativo ou positivo. Desse modo, esclareceu-se a técnica, proporcionando fixação das etapas metodológicas da sua realização laboratorial. 5 REFERÊNCIAS ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular: 9. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2008. Aoki, V., Sousa Jr, J. X., Fukumori, L. M., Périgo, A. M., Freitas, E. L., & Oliveira, Z. N.Imunofluorescência direta e indireta. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 85, p. 490-500, 2010.
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