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Universidade Federal do Rio de Janeiro Bases Morf. e Bioq. Aplicadas à Farmácia I - 2021.1 Instituto de Ciências Biomédicas Curso: Farmácia Discentes: Maria Eduarda de Oliveira Dias DRE:120068469 Matheus Sobrinho Belhassof Leão DRE: 120057612 Vitor Hugo de Peixoto Calderini DRE: 119176314 DISSERTAÇÃO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO Ao realizar qualquer exercício físico, é gerada uma situação de sobrecarga do sistema cardiorrespiratório, que realiza uma série de ajustes para manter sua atividade. No início da atividade física, o principal ajuste é o aumento da frequência cardíaca e na força de bombeamento do coração, que promovem alterações no fluxo sanguíneo proporcionais à intensidade do exercício. À medida que essa atividade é prolongada, há a liberação de informação simpática colinérgica e alterações nas condições metabólicas que causam a dilatação da vasculatura muscular ativa e constrições nos tecidos menos ativos, permitindo a redistribuição do sangue. Durante o esforço, o fluxo sanguíneo, o volume sistólico e o débito cardíaco aumentam. No entanto, a taxa de respiração está diretamente relacionada à ventilação pulmonar, isso é notado durante a atividade física, a ventilação pulmonar faz ajustes a fim de favorecer a concentração alveolar de O2 e CO2 para garantir oxigenação total através do sangue nos pulmões. Desta forma, a corrente de volume de ar aumenta durante o treinamento físico, ultrapassando o volume inspiratório de reserva, o volume de expiração é grande o suficiente para inspirar tanto quanto o indivíduo pode respirar quando a capacidade pulmonar está no máximo, o ar permanece nos pulmões, e esse ar residual então favorece a troca de gás de modo contínuo durante todas as fases do ciclo respiratório. Com isso, pode-se dizer que essas mudanças na parte respiratória garantem um maior input de oxigênio e maior eliminação de dióxido de carbono dos pulmões, podendo ser de 20 a 25 vezes maior do que em repouso, porém garantindo a homeostase do organismo. Nesse sentido, durante o exercício físico, ocorre a hipertrofia cardíaca, chamada de hipertrofia excêntrica, que pode ser facilmente observada em atletas e/ou pessoas que realizam exercícios aeróbicos. Isso se deve ao aumento do refluxo venoso durante o exercício produz o pico da pressão arterial diastólica, resultando em crescimento de células musculares; com a adição de novo sarcômero e o aumento do seu comprimento pelo aumento no número de miofibrilas, com o intuito de normalizar o estresse nas paredes do miocárdio e ocorre o aumento da cavidade do ventrículo esquerdo. Esta cavidade se expande, causando o pico de tensão de contração, estimulando ao adicionar novos sarcômeros para promover o crescimento das células musculares, aumentando a espessura da parede ventricular esquerda, mas mantendo a relação entre a parede ventricular e o raio do ventrículo esquerdo permanece inalterada. Com o aumento no tamanho do miocárdio, mais sangue pode ser bombeado, portanto, aumenta a oxigenação dos músculos esqueléticos que requerem atividade física e também por utilizarem gás oxigênio na queima de combustível, especialmente gordura, durante o exercício. A prática de exercício físico é uma boa forma de combater a ansiedade e a depressão, uma vez que a sua eficácia não está restrita apenas à saúde física, se estendendo também para a mental. Isso ocorre porque atividades físicas liberam substâncias no cérebro, as serotoninas e endorfinas, que são neuromediadores que possibilitam uma sensação de prazer e bem-estar. Por sua vez, distúrbios psiquiátricos ou neurológicos podem desencadear problemas relacionados ao aparelho cardiorrespiratório, uma vez que a ansiedade pode representar um perigo para o coração, já que esse transtorno pode diminuir os diâmetros dos vasos sanguíneos, acelerar os batimentos cardíacos e ocasionar o aparecimento da hipertensão arterial, que é a elevação da pressão arterial, em decorrência de fatores como aumento da frequência cardíaca ou redução da capacidade de relaxamento das artérias. Ela ainda pode causar complicações respiratórias, como a falta de ar, em situações de gatilho, que podem iniciar uma hiperventilação, que é um acréscimo anormal da quantidade de ar que ventila os pulmões, seja pelo aumento da frequência respiratória ou da intensidade da respiração. Esta condição se estabelece quando a ventilação pulmonar é maior que a necessária para a eliminação de dióxido de carbono (CO2), e a consequência metabólica desta é a redução dos níveis de CO2 no sangue, o que pode causar tremores e dores no peito. A pressão arterial, força que faz o sangue passar nos vasos, é influenciada pelo débito cardíaco, que é o volume de sangue bombeado pelo coração para aorta a cada minuto. Assim, a pressão é mediada pela resistência que o sangue encontrará no vaso que se inicia na artéria aorta e se propaga para o resto do corpo. Quando essa resistência é alta, ou seja, na pressão alta, o coração precisa se esforçar mais para fazer o sangue circular no corpo todo. Esse quadro é muito agravante pois quanto mais força o coração tiver que fazer para vencer essa resistência, maior será o desgaste da sua parede muscular como por exemplo a do ventrículo esquerdo que bombeia o sangue para o corpo todo, podendo causar uma hipertrofia. Há a chance de ocorrer também, o rompimento das artérias. Se em algum momento o coração não conseguir mais dar conta do sangue todo, acontece uma insuficiência cardíaca. Essa situação leva a outras complicações como à redução da quantidade de sangue ejetado pela distensibilidade diastólica do ventrículo, podendo levar a um infarto agudo do miocárdio. Entretanto, a prática de exercício físico também é a solução para hipertensão, pois tem a capacidade de fazer a distensão do sistema vascular com a liberação de agentes vasodilatadores, como o óxido nítrico, que a partir do movimento, aumentam o vaso. Tal fato permite que o sangue aumente o seu fluxo sanguíneo, assim, aumentando a irrigação para os tecidos do corpo, em especial, para o músculo esquelético, que durante uma atividade física requer maior demanda de oxigênio (O2) do que quando está em repouso e também por utilizar gás oxigênio na queima de combustível, especialmente gordura, durante o exercício. O excesso de peso predisporia a essas doenças devido a anormalidades no metabolismo dos lipídios, glicose e pressão arterial. Portanto, a prevenção de todas essas doenças e complicações podem ser prevenidas com o controle de peso por uma dieta saudável e um aumento da atividade física Por conseguinte, pode-se dizer que o corpo humano é uma máquina perfeita que responde a diversos estímulos do seu funcionamento vital, dentre eles o exercício físico, pois provoca um aumento imediato no gasto energético da musculatura exercitada e, decorrente a isso, do organismo como um todo. Assim, para suprir a nova taxa metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes às funções cardiorrespiratórias durante o exercício físico. Porém, problemas ocorrem quando áreas do corpo são priorizadas em detrimento de outras. Um exemplo disso é quando não se dá destaque para a panturrilha, que é considerada como um segundo coração, visto que ela é a responsável por bombear o sangue venoso em direção ao principal órgão do sistema cardiovascular. Ou seja, a panturrilha auxilia no retorno de um sangue que já circulou pelo corpo, e esse é um dos fatores que favorecem o aparecimento da trombose. Sem a movimentação do músculo da panturrilha, a velocidade do fluxo diminui, propiciando a formação de coágulos sanguíneos, que podem interromper a passagem do sangue. Bibliografia: BERNE, R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. Scott K.;HOWLEY, Edward T.; Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 3a edição. São Paulo: Ed. Manole, 2000.p. 151-173. TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Princípios de Anatomia e Fisiologia. ga ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Disponível em:
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