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O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária • “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (CF, 88, art. 196) Vigilância Sanitária •Legislação •Atributos 2 Vigilância é a observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular disseminação dessas informações a todos os que necessitam conhecê-la. (LANGMUR, 1963) Vigilância 3 4 Sobrevivência e saúde – um recorte histórico 1. A Luta Pela Sobrevivência: Saúde como valor fundamental. 2. Idade Média: Epidemias – o conceito de fé e a ausência de doenças. 3. Século XIX: Revolução Industrial. 4. A Partir De 1946 (OMS): A Saúde passa a ser tratada conceitualmente como um Estado de Bem Estar Físico, Mental e Social. (wellfare state). 5. Risco Sanitário: Conceito Introduzido a partir da 8ª Cns (1986). Vigilância Sanitária No Brasil a proposta de implantação de um sistema de vigilância sanitária surge na década de 70, como resposta do governo militar ao agravamento da questão sanitária e social . Atualmente a Vigilância Sanitária comporta um campo de articulações complexas entre o domínio econômico, jurídico e o médico- sanitário. 5 6 A ação da Vigilância Sanitária Econômico: regulação das relações produção-consumo de bens e serviços. Jurídico: fundamentada no Direito Administrativo – visa disciplinar e restringir direitos e liberdades em prol dos interesses públicos. Médico-sanitário: objetiva a qualidade em saúde, por meio da normatização, certificação de produtos e fiscalização. 7 O modelo institucional inicial da vigilância sanitária no Brasil calca-se no poder de polícia, delimitando as práticas sanitárias à fiscalização e/ou normatização. 8 Função da Visa – REGULAÇÃO É uma função mediadora entre os interesses da saúde e os interesses ECONÔMICOS; ou seja, a vigilância sanitária constitui uma instância social de mediação entre a produção de bens e serviços e a saúde da população. 9 Conformação Jurídica da Vig. Sanitária (70’s) • Legis década 1970 – sem previsão de sistema. • Atribuições a Estados e União. • Municípios não previstos e sem definição de atribuições. • Lei 6360/76 recomendação implícita de organização. Estados devem fiscalizar. • Ausência legal de fontes de recursos. • União preços públicos das petições. • Estados alvará de licenciamento. • Falta de recursos e de ação sistêmica. • Descompasso entre as ações de VS e o crescimento do parque produtivo nacional. • Capacidade fiscalizadora insuficiente. • Características cartoriais. 10 Conformação Jurídica da Vig. Sanitária (70’s) Lei nº. 6.360, de 1976 Art. 16. O registro de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, dadas as suas características sanitárias, medicamentosas ou profiláticas, curativas, paliativas, ou mesmo para fins de diagnóstico, fica sujeito, além do atendimento das exigências próprias, aos seguintes requisitos específicos: 11 Conformação Jurídica da Vig. Sanitária (80’s) • Novamente tem-se como diagnóstico a insuficiência operacional da VS. • Necessidade de ampliação e reestruturação 12 Complexidade e abrangência de atuação Vigilância Pós-Uso Medicamentos Alimentos Produtos para saúde ToxicologiaCosméticos Sangue, tecidos e órgãos Tabaco Propaganda Portos, aeroportos e fronteiras Laboratórios Internacional Coordenação SNVS Saneantes Serviços de saúde 13 Atribuições Federais http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://i6.photobucket.com/albums/y247/jusrespt/Copy20of20mundo20latinoamerica.jpg&imgrefurl=http://jusrespt.blogspot.com/2005_09_01_archive.html&usg=__u_oPYQ6H0hE1qksM_MnkqpIHIIY=&h=450&w=450&sz=31&hl=pt-BR&start=14&um=1&tbnid=HI_-Ox6YVz-qEM:&tbnh=127&tbnw=127&prev=/images?q=mundo&hl=pt-BR&um=1 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://i6.photobucket.com/albums/y247/jusrespt/Copy20of20mundo20latinoamerica.jpg&imgrefurl=http://jusrespt.blogspot.com/2005_09_01_archive.html&usg=__u_oPYQ6H0hE1qksM_MnkqpIHIIY=&h=450&w=450&sz=31&hl=pt-BR&start=14&um=1&tbnid=HI_-Ox6YVz-qEM:&tbnh=127&tbnw=127&prev=/images?q=mundo&hl=pt-BR&um=1 http://www.anvisa.gov.br/propaganda/RelatorioGestaoGPROP_2007.pdf http://www.anvisa.gov.br/propaganda/RelatorioGestaoGPROP_2007.pdf mas porque controlar produtos e serviços? 14 CONTEXTO • Globalização • Sociedade de risco • Desigualdade e redução das garantias sociais • Desenvolvimento científico e tecnológico • Desenvolvimento rápido de tecnologias de informação e comunicação • Empresas transnacionais 15 • “Resposta do Estado no caminho de uma Globalização socialmente responsável” • Articulação de Redes de proteção social: promoção de inclusão, solidariedade e equidade, • Proteção contra os riscos, • Processos de harmonização, • Reformas dos Estados - Fortalecimento do papel de regulador: qualidade, efetividade e segurança. 16 CONTEXTO SOCIEDADES DE RISCO • Riscos têm origem na superprodução industrial, é um produto global do progresso e são agudizados pelo desenvolvimento. • Riscos antigos - pobreza, da qualificação, da saúde (relacionados aos processos de racionalização, dos conflitos de garantias sociais) • Riscos “novos” - transcendem o seu lugar de surgimento, perigos das forças produtivas muito desenvolvidas, química e atomicamente por exemplo, que constituem ameaças civilizatórias e que as velhas instituições têm dificuldade de absorver. Ulrich Beck (1998) 17 Saúde: como bem jurídico prioritário Constituição Federal - 1988 Art. 1º, III: dignidade da pessoa humana. Art. 3º, I: sociedade justa e solidária. Art. 5º: direito à vida. Art. 6º: um dos direitos sociais. Art. 193: bem-estar como fundamento da ordem social. Art. 196 – 202: da saúde Art. 225: qualidade de vida – meio ambiente. 18 19 Constituição Federal de 1988: Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II – executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; (...) Competências do SUS Vigilância Sanitária - Sistema Único de Saúde 20 Lei 8.080/90: Saúde • Art. 2º - É um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste : formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Vigilância Sanitária - Sistema Único de Saúde 21 Lei 8.080/90: Saúde Art. 3º - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; Vigilância Sanitária - Sistema Único de Saúde 22 Lei 8.080/90: Saúde Art. 6º (...) § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúdee de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e das prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Vigilância Sanitária - Sistema Único de Saúde 23 • Lei 8.080/90: Saúde • Descentralização das ações de saúde • Diminuir a distância entre os centros decisórios e os cidadãos, • Redistribuição mais eficiente dos recursos: Maior eficiência dos serviços prestados, “o município conhece melhor seus problemas” Municipalização possibilita a construção e o fortalecimento da VISA como impacto direto da estruturação do SUS Municipalização das ações de VISA: Estado e União devem atuar em caráter complementar Vigilância Sanitária - Sistema Único de Saúde (Lei 8.080, de 19 de julho de 1990.) - LOS É a prática de defesa da saúde coletiva. É o exercício do poder público em prol a cidadania, a se garantir o consumo de produtos e serviços de qualidade. Premissa da Vigilância Sanitária: 24 25 “Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e prestação de serviços de interesse da saúde”. (lei 8.080, art. 6°, §1º) Conceito Legal de Vigilância Sanitária reforçando 26 “ Vigilância sanitária é uma organização, e neste sentido, faz parte do SUS – uma rede de pessoas, equipamentos, recursos, com autoridade legal para intervir sobre ambientes e sobre o setor produtivo, é também um conjunto de conhecimentos (uma parte da saúde coletiva) sobre a produção de saúde e de doenças, e um conjunto de regras (procedimentos técnicos) consideradas potentes para assegurar saúde às pessoas: um organização com poder legal e um campo de conhecimento especializado ao mesmo tempo”. (Campos, 2002.) Conceito de Vigilância Sanitária Conformação Jurídica da Vig. Sanitária (90’s) • Propostas e ideias de organização de um sistema nacional. • Convocação da Conferência Nacional (não houve). • Proposta de criação de uma autarquia federal para a Vig. Sanitária. • Reformulação da SVS/MS 95 – 99 • Criação da ANVISA – lei 9782 de 26/01/99 27 28 SNVS e ANVISA O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por instituições da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. De acordo com a LEI Nº 9.782, DE 26 DE JANEIRO DE 1999 que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, compete a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, do Ministério da Saúde o papel de coordenar, com o objetivo de regulamentar e executar as ações com abrangência nacional. 29 • A análise da legislação existente permite concluir a Vigilância Sanitária como um espaço de intervenção do Estado, com a propriedade de trabalhar no sentido de adequar o sistema produtivo de bens e serviços de interesse sanitário e os ambientes às demandas sociais de saúde, para indivíduos e para a coletividade, assim como às necessidades do sistema de saúde. 30 • A plena estruturação da Vigilância Sanitária é requisito fundamental para a construção do SUS especialmente por seu caráter normatizador e fiscalizador de produtos e serviços consumidos pela população. LEI 9782/99 – SISTEMA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA 31 32 ESTRUTURA DA VISA NO BRASIL • A VISA está organizada por meio do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), definido pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e que pode ser entendido como um instrumento privilegiado que o SUS dispõe para realizar seu objetivo de prevenção e promoção da saúde. 33 O Sistema engloba unidades nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. No nível federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), vinculado administrativamente à Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e tecnicamente à ANVISA; No nível estadual, estão o órgão de VISA e o Laboratório Central (Lacen) de cada uma das 27 Unidades da Federação (26 estados e o Distrito Federal). No nível municipal, estão os serviços de vigilância sanitária de cada um dos 5570 municípios brasileiros ou, pelo menos, daqueles que já organizaram seus serviços de vigilância sanitária. 34 • A respeito da Vigilância Sanitária, cada esfera de Governo tem uma competência e cabe aos municípios a execução de todas as ações, desde que assegurados nas leis federais e estaduais. • Esse é o processo chamado de municipalização das ações de VISA, onde está previsto que o Estado e a União devem atuar em caráter complementar quando o risco epidemiológico, a necessidade profissional e a necessidade tecnológica assim exigirem. 35 • COMPETE À UNIÃO: • definir a Política Nacional de Vigilância Sanitária e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; • normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde; • exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; • acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais de vigilância sanitária; • prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; • atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde; e • manter sistema de informações em vigilância sanitária, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. LEI 9782/99 – SISTEMA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA LEI 9782/99 – SISTEMA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA • COMPETENCIA DA UNIÃO: • I – pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acompanhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; • II – pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVS, em conformidade com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e • III – pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cujas áreas de atuação se relacionem com o sistema. 36 37 • FDA – Food and Drug Administration – USA • Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica. ANMAT – Argentina • MHRA – Medicine and Healthcare Products Regulatory Agency – Reino Unido • Direction Générale des Produits de Santé et des Aliments – França • INVIMA – Colômbia • COFEPRIS – México MODELOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO MUNDO 38 Críticas à Vigilância Sanitária – motivos e razões • Como prática de saúde coletiva, a VISA é um instrumento de defesa do cidadão. • Para prevenir ou eliminar riscos muitas vezes a VISA interfere no modo de produção econômico e social. Isso significa que a VISA tem uma forte ‘dimensão política’, relacionada ao seu propósito de transformar os processos produtivos em benefício da população. • As dificuldades que a VISA encontra para realizar seu trabalho dependem de vários fatores, dentre eles: Do grau de desenvolvimento tecnológico do setor regulado e de sua consciência sanitária ou mercantilista, Da concreta atuação e consciência dos consumidores e cidadãos. 39 VISA HOJE • Normas sanitárias foram criadas, serviços de vigilância foram implantados e, hoje, o desafio é construir um Sistema Nacional de Vigilância Sanitária ágil, que articule órgãos públicos, setores externos à saúde, atividades sujeitas à vigilância sanitária e a população. • A VISA deve atuar como voz promotora da cidadania e da melhoriada qualidade de vida da população, a qual nem sempre tem as informações que necessita no momento de fazer escolhas que preservem sua saúde. • Quando a VISA não atua ou atua mal a sociedade “paga” um preço alto na maioria das vezes de valor intangível, vejamos alguns exemplos que não podem ser esquecidos: 40 41 1987 – Césio - Go 1996 – Hemodiálise - Pe 1997/1998 – Androcur – SP 1998 – Microvlar – São Paulo 2002 - Infecção Hospitalar - Ce 2003 – Celobar - RJ 2004 – Rofecoxib (Vioxx) 2007 – Lumiracoxibe (Prexige) 2007 - Fraude no Leite - MG 2008 - Banco de Olhos - RS Sumário 42 43 MUNICÍPIOS ESTADOS UNIÃO • Constituição Federal • Lei Federal nº 8080/90 - LOS • Lei Federal nº 8078/90 – CDC • Lei Federal n° 9.782/1999 • Códigos Sanitários Estaduais : • Códigos Sanitários Municipais Marco Legal: 44 45 Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Responsabilidades dos Entes Federados Municípios: Planejar, organizar, controlar e avaliar ações; •Executar serviços de vigilância sanitária; •Normatizar complementarmente no seu âmbito de atuação. ESTADOS: • Promover a descentralização para os municípios; • Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios; • Coordenar e em caráter complementar e ou suplementar, executar ações de Vigilância Sanitária; • Normatizar; • Capacitar. ANVISA : • Participar na formulação e na implementação das políticas de ações em Vigilância Sanitária; • Participar da definição de normas e mecanismos de controle; • Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, DF e municípios; • Capacitação de recursos humanos 46 Delegação de intervenção: • Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. • Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Constituição Federal, 1988. Responsabilidades dos Entes Federados 48 Atributos: • ação normativa e fiscalizatória sobre os serviços prestados, produtos e insumos terapêuticos de interesse para a saúde; • permanente avaliação da necessidade de prevenção do risco; • possibilidade de interação constante com a sociedade, em termos de promoção da saúde, da ética e dos direitos de cidadania. 49 Lei 6360/76 LEI No 6.360, DE 23 DE SETEMBRO DE 1976 Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências. TÍTULO I - Disposições Preliminares Art. 1º - Ficam sujeitos às normas de vigilância sanitária instituídas por esta Lei os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, definidos na Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, bem como os produtos de higiene, os cosméticos, perfumes, saneantes domissanitários, produtos destinados à correção estética e outros adiante definidos. 50 Art. 2º - Somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expedir os produtos de que trata o Art. 1º as empresas para tal fim autorizadas pelo Ministério da Saúde e cujos estabelecimentos hajam sido licenciados pelo órgão sanitário das Unidades Federativas em que se localizem. 51 Art. 6º - A comprovação de que determinado produto, até então considerado útil, é nocivo à saúde ou não preenche requisitos estabelecidos em lei implica na sua imediata retirada do comércio e na exigência da modificação da fórmula de sua composição e nos dizeres dos rótulos, das bulas e embalagens, sob pena de cancelamento do registro e da apreensão do produto, em todo o território nacional. Parágrafo único. É atribuição exclusiva do Ministério da Saúde o registro e a permissão do uso dos medicamentos, bem como a aprovação ou exigência de modificação dos seus componentes. Art. 7º - Como medida de segurança sanitária e a vista de razões fundamentadas do órgão competente, poderá o Ministério da Saúde, a qualquer momento, suspender a fabricação e venda de qualquer dos produtos de que trata esta Lei, que, embora registrado, se torne suspeito de ter efeitos nocivos à saúde humana. 52 TÍTULO II - Do Registro Art. 12 - Nenhum dos produtos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde. § 1º - O registro a que se refere este artigo terá validade por 5 (cinco) anos e poderá ser revalidado por períodos iguais e sucessivos, mantido o número do registro inicial. § 1o A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA - definirá por ato próprio o prazo para renovação do registro dos produtos de que trata esta Lei, não superior a 10 (dez) anos, considerando a natureza do produto e o risco sanitário envolvido na sua utilização - Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015 53 TÍTULO IV - Do Registro de Correlatos TÍTULO V - Do Registro de Cosméticos, Produtos de Higiene, Perfumes e outros TÍTULO VI - Do Registro dos Saneantes Domissanitários TÍTULO VII - Do Registro dos Produtos Dietéticos TÍTULO VIII - Da Autorização das Empresas e do Licenciamento dos Estabelecimentos TÍTULO IX - Da Responsabilidade Técnica TÍTULO X – Da rotulagem e Publicidade TÍTULO XI – Das Embalagens TÍTULO XII – Dos Meios de Transporte TÍTULO XIII – Das infrações e Penalidades TÍTULO XIV – Da fiscalização TÍTULO XV - Do Controle de Qualidade dos Medicamentos TÍTULO XVI – Dos Órgãos de Vigilância Sanitária 54 Decreto nº 8.077, de 14 de Agosto de 2013 Regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, e dá outras providências. Art. 1º Este Decreto regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. 55 56 O Poder de Polícia: PODER DE POLÍCIA: Conjunto de atribuições concedidas a administração para disciplinar e restringir, em favor do interesse publico, adequando direitos e liberdades individuais, tendo como principal característica a coercitividade e admitindo até o emprego da força para o seu cumprimento. PODER DE POLÍCIA SANITÁRIO: Caracteriza-se pela natureza do objetivo pretendido, que é o de evitar o fato danoso à saúde da população é precedido de ações educativas, de informações amplas sobre as restrições que a lei sanitária impõe às atividades pública e privada, e da notificação no sentido de alertar para a irregularidade constatada. O PODER DE POLÍCIA SANITÁRIO É UM INSTRUMENTO DE DEFESA COLETIVO • Inspeção de Rotina • Inspeção Programada • Inspeção de Emergência • Inspeção Especial – demandas externas 57 • Surtos Infecções Hospitalares • Intoxicações • Apreensões de Produtos Atividades Emergenciais: 58 • Denúncias e Reclamações: • Ministério Público • Juizados • Delegacias • Conselhos de Classe • Controle Social : Conselhos Locais, Distritais e Municipal de Saúde Demanda Externas: 59 60 Lei 6437/ 77 Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Art . 1º - As infrações à legislação sanitária federal, ressalvadas as previstas expressamente em normas especiais, são as configuradas napresente Lei. 61 Art . 2º - Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com as penalidades de: I - advertência; II - multa; III - apreensão de produto; IV - inutilização de produto; V - interdição de produto; VI - suspensão de vendas e/ou fabricação de produto; VII - cancelamento de registro de produto; VIII - interdição parcial ou total do estabelecimento; IX - proibição de propaganda X - cancelamento de autorização para funcionamento da empresa XI - cancelamento do alvará de licenciamento de estabelecimento XI-A - intervenção no estabelecimento que receba recursos públicos de qualquer esfera XII - imposição de mensagem retificadora XIII - suspensão de propaganda e § 1º A pena de multa consiste no pagamento das seguintes quantias: I - nas infrações leves, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) II - nas infrações graves, de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais); III - nas infrações gravíssimas, de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) § 2o As multas previstas neste artigo serão aplicadas em dobro em caso de reincidência. § 3o Sem prejuízo do disposto nos arts. 4o e 6o desta Lei, na aplicação da penalidade de multa a autoridade sanitária competente levará em consideração a capacidade econômica do infrator. Lei 6437/ 77 62 Art . 3º - O resultado da infração sanitária é imputável a quem lhe deu causa ou para ela concorreu. § 1º - Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não teria ocorrido. § 2º - Exclui a imputação de infração a causa decorrente de força maior ou proveniente de eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis, que vier a determinar avaria, deterioração ou alteração de produtos ou bens do interesse da saúde pública. Art . 4º - As infrações sanitárias classificam-se em: I - leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância atenuante; II - graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante; III - gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais circunstâncias agravantes. Lei 6437/ 77 63 Art . 6º - Para a imposição da pena e a sua graduação, a autoridade sanitária levará em conta: I - as circunstâncias atenuantes e agravantes; II - a gravidade do fato, tendo em vista as suas consequências para a saúde pública; III - os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias. Art . 7º - São circunstâncias atenuantes: I - a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento; II - a errada compreensão da norma sanitária, admitida como escusável, quanto patente a incapacidade do agente para atender o caráter ilícito do fato; III - o infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou minorar as consequências do ato lesivo à saúde pública que lhe for imputado; IV - ter o infrator sofrido coação, a que podia resistir, para a prática do ato; V - ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve. Lei 6437/ 77 64 Art . 10 - São infrações sanitárias: I - construir, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, laboratórios de produção de medicamentos, drogas, insumos, cosméticos, produtos de higiene, dietéticos, correlatos, ou quaisquer outros estabelecimentos que fabriquem alimentos, aditivos para alimentos, bebidas, embalagens, saneantes e demais produtos que interessem à saúde pública, sem registro, licença e autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando as normas legais pertinentes: pena - advertência, interdição, cancelamento de autorização e de licença, e/ou multa. II - construir, instalar ou fazer funcionar hospitais, postos ou casas de saúde, clínicas em geral, casas de repouso, serviços ou unidades de saúde, estabelecimentos ou organizações afins, que se dediquem à promoção, proteção e recuperação da saúde, sem licença do órgão sanitário competente ou contrariando normas legais e regulamentares pertinentes: pena - advertência, interdição, cancelamento da licença e/ou multa. Lei 6437/ 77 65 Lei 6437/ 77 III - instalar ou manter em funcionamento consultórios médicos, odontológicos e de pesquisas clínicas, clínicas de hemodiálise, bancos de sangue, de leite humano, de olhos, e estabelecimentos de atividades afins, institutos de esteticismo, ginástica, fisioterapia e de recuperação, balneários, estâncias hidrominerais, termais, climatéricas, de repouso, e congêneres, gabinetes ou serviços que utilizem aparelhos e equipamentos geradores de raios X, substâncias radioativas, ou radiações ionizantes e outras, estabelecimentos, laboratórios, oficinas e serviços de ótica, de aparelhos ou materiais óticos, de prótese dentária, de aparelhos ou materiais para uso odontológico, ou explorar atividades comerciais, industriais, ou filantrópicas, com a participação de agentes que exerçam profissões ou ocupações técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde, sem licença do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto nas demais normas legais e regulamentares pertinentes. Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento da licença e/ou multa; 66 Lei 6437/ 77 IV - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar, fracionar, embalar ou reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir, transportar, comprar, vender, ceder ou usar alimentos, produtos alimentícios, medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene, cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios e aparelhos que interessem à saúde pública ou individual, sem registro, licença, ou autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na legislação sanitária pertinente: Pena - advertência, apreensão e inutilização, interdição, cancelamento do registro, e/ou multa 67 DO PROCESSO Art . 12 - As infrações sanitárias serão apuradas no processo administrativo próprio, iniciado com a lavratura de auto de infração, observados o rito e prazos estabelecidos nesta Lei. Art . 13 - O auto de infração será lavrado na sede da repartição competente ou no local em que for verificada a infração, pela autoridade sanitária que a houver constatado, devendo conter: I - nome do infrator, seu domicílio e residência, bem como os demais elementos necessários à sua qualificação e identificação civil; II - local, data e hora da lavratura onde a infração foi verificada; III - descrição da infração e menção do dispositivo legal ou regulamentar transgredido; IV - penalidade a que está sujeito o infrator e o respectivo preceito legal que autoriza a sua imposição; V - ciência, pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo administrativo; VI - assinatura do autuado ou, na sua ausência ou recusa, de duas testemunhas, e do autuante; VII - prazo para interposição de recurso, quando cabível. Parágrafo único - Havendo recusa do infrator em assinar o auto, será feita, neste, a menção do fato. 68 Art . 16 - Os servidores ficam responsáveis pelas declarações que fizerem nos autos de infração, sendo passíveis de punição, por falta grave, em casos de falsidade ou omissão dolosa. Art . 17 - O infrator será notificado para ciência do auto de infração: I - pessoalmente; II - pelo correio ou via postal; III - por edital, se estiver em lugar incerto ou não sabido. § 1º - Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar ciência, deverá essa circunstância ser mencionada expressamente pela autoridade que afetou a notificação. § 2º - O edital referido no inciso III deste artigo será publicado uma única vez, na imprensa oficial, considerando-se efetivada a notificação cinco dias após a publicação. “É o conjunto de procedimentos cuja finalidade é a apuração das irregularidades sanitárias para uma final decisão, que culmina com a aplicação ou não de penalidades.” Processo Administrativo Sanitário: 69 • Infração • Instauração• Instrução • Defesa • Julgamento • Penalidade Rito processual estabelecido em Lei Federal e nos Códigos Sanitários Estaduais e Municipais. 70 Processo Administrativo Sanitário: fases Auto de Infração Termos: • Intimação • Apreensão • Inutilização • Interdição / Desinterdição • Ciência 71 Processo Administrativo Sanitário: autos • Advertência • Multa • Apreensão Definitiva • Interdição • Cassação de Licença Sanitária 72 Processo Administrativo Sanitário: penalidades Quanto a espécie: Total Parcial Interdição: Quanto à finalidade: Máquinas Equipamentos Ambientes 73 74 ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Autarquia sob regime especial Estabilidade, autonomia financeira e independência administrativa Complexidade e abrangência de atuação Integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) 23 anos de existência (Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999) ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA 75 76 Diretoria colegiada composta por cinco integrantes Decisões em sistema de colegiado, por maioria simples Sabatina no Senado Federal Mandato estável de cinco anos, Diretor-presidente designado pelo presidente da República para cumprir mandato ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Finalidade Institucional Art. 6º A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras (Lei n.º 9.782/99). ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA 77 78 Missão “Promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada com os estados, os municípios e o Distrito Federal, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), para a melhoria da qualidade vida da população brasileira.” 79 Visão 80 Valores e princípios • Ética e responsabilidade como agente público. • Capacidade de articulação e integração. • Excelência na gestão. • Conhecimento como fonte para a ação. • Transparência. • Responsabilização. A d m in istração D ireta A d m in istração In d ireta ANVISA 81 Como regular? 82 83 • Abrange normas de proteção da saúde coletiva e individual; é imprescindível, devido à natureza interventora das ações e da necessidade de observância do princípio da legalidade na atuação do Estado. • A legislação estabelece as medidas preventivas e as repressivas, as regras para as atividades com os objetos sob controle e para a atuação da própria vigilância. Legislação Sanitária e Consultas públicas (criação de normas e resoluções) 84 • Regime Comum: rito completo e se aplica aos processos de regulamentação em geral. É composto pelas seguintes etapas: - Iniciativa de atuação regulatória - Instrução e elaboração da proposta - Consulta Pública e Participação Social - Instrução Complementar (quando o assunto requer Audiência Pública, visitas técnicas, grupos de trabalho ou outras atividades opcionais) - Deliberação Final O processo de regulamentação da Agência conta com dois regimes diferenciados de tramitação: 85 O processo de regulamentação da Agência conta com dois regimes diferenciados de tramitação: Regime Especial: rito simplificado, se aplica somente a situações específicas, cujas circunstâncias ou natureza do objeto justificam, por razões de interesse público ou economia processual, a supressão de determinadas etapas do processo de regulamentação. Compreende situações de urgência e menor complexidade, com baixo impacto para a sociedade. É composta pelas seguintes etapas: - Iniciativa e instrução simplificada; - Elaboração da proposta; e - Deliberação final. 86 –Promoção e proteção da saúde. –Segurança sanitária de produtos e serviços. –Acesso (qualificado e seguro). ANVISA - Foco de atuação 87 ANVISA - Singularidades de sua atuação Regulação Econômica do Mercado e Regulação Sanitária. Atua em todos os setores relacionados a produtos e serviços que envolvem a saúde da população brasileira. Coordena o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Atua na proteção e defesa do consumidor. 88 ANVISA - Singularidades de sua atuação • Falhas de mercado (concorrência imperfeita, assimetria de informação, externalidade negativa, relevância pública dos bens envolvidos); • Conflito de interesse entre a lógica de mercado e a garantia do direito à saúde; • Promoção do desenvolvimento econômico e social; • Necessidade de segurança e previsibilidade para os diversos atores da sociedade.
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