Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ODONTOGÊNESE Odontologia morfofuncional DEFINIÇÃO → Corresponde ao período em que os elementos dentários são formados. → Tecidos que dão origem ao processo: ectoderma (epitélio primitivo, a função do epitélio é revestir cavidades) e ectomesênquima. → Constituído por alguns processos: a interação do epitélio oral com o ectomesênquima subjacente originará a banda epitelial primária que originará a lâmina dentária. → A odontogênese ocorre em estágios graduais em ambas as dentições e constitui um processo contínuo até que seja concluído. ESTÁGIO DE INICIAÇÃO → Revestindo a cavidade oral primitiva ou estomodeu tem o epitélio oral primitivo sustentado pelo ectomesênquima. → Durante o processo de embriogênese, existe vários dobramentos, entre eles tem a formação da crista neural formado de células ectodérmicas e essas células migram para a cavidade oral, quando elas migram elas passam ter função mesenquimal, ou seja, passam a funcionar como tecidos que originam estruturas conjuntivas, dando origem ao tecido ectomesênquimal. → A odontogênese começa quando ocorre o processo fisiológico de indução, uma interação ativa entre o ectoderma e ectomesênquima formando a banda epitelial (invaginação/proeminência). → A banda epitelial primária originará dois grupos celulares: a lâmina vestibular (origina o sulco vestibular – fundo de saco) e lâmina dentária (forma o germe dentário). → A lâmina vestibular se desenvolve de maneira acentuada, enquanto as células do centro se degeneram por parar seu desenvolvimento ao longo do tempo, com isso forma o sulco vestibular. FASES DA ODONTOGÊNESE → PROLIFERAÇÃO: momento que vai haver aumento do número de células, porém não tem função. Representada pelo botão e capuz. → MORFOGÊNESE E CITODIFERENCIAÇÃO: as células indiferenciadas começam a mudar de forma e adquirir funções (produzir esmalte, dentina, etc). Representada pela campânula, coroa e raiz. FASE DE BOTÃO → Início na 8ª semana de gestação; → Os botões tem formação em épocas diferentes; → Fase de elevada proliferação de células, do epitélio oral e do ectomesênquima. → Condensação de ectomesênquima ao redor do processo de botão; → Crescimento da lâmina dental que forma o broto e penetra no ectomesênquima em crescimento. → Células do botão: • Externamente: mais colunares/cuboidais. • Internamente: poligonais. FASE DE CAPUZ → Fase de elevada proliferação de células do epitélio oral e do ectomesênquima; → 9ª a 10ª semana de desenvolvimento fetal; → Fase de organização celular (células mesenquimais se concentram no centro do botão); Papila Órgão do esmalte → Por conta da resistência do ectomesênquima (células aglomeradas) em baixo do botão, ele cresce para os lados adquirindo forma de capuz; → Encontram-se estruturas que formam o germe dentário: • Órgão do esmalte – formado por tudo que veio do epitélio oral primitivo. É dividido em epitélio interno, externo e retículo estrelado. • Papila dentária – diferenciação em odontoblastos e polpa dentária. Dá origem a duas estruturas. A parte mais externa, que entra em contato com o epitélio interno, formando a dentina. A parte central originará a polpa dentária. • Folículo dentário – formado de células ectomesênquimais e ele envolve como espécie de saco protetor todas as estruturas do germe dentário. Futuramente originará o periodonto. → Desenvolvimento de estruturas • Retículo estrelado – auxilia na produção de matriz do esmalte; • Epitélio interno (diferenciação em ameloblastos, produz esmalte) e externo (barreira protetora para o órgão do esmalte); → Formação do germe dental à medida que o órgão do esmalte (derivado do ectoderma) toma forma de capuz e circunda a papila dental (derivada do ectomesênquima) interna com o folículo dental externo, ambos derivados do ectomesênquima. GERME DENTÁRIO FASE DE CAMPÂNULA OU SINO → Aspecto de sino de concavidade para baixo; → Entre 11ª e 12ª semana do desenvolvimento pré- natal; → Fase de elevada diferenciação celular; → Surge nova estrutura: alça cervical (formada pelo epitélio interno do órgão do esmalte e pela junção com o epitélio externo do órgão do esmalte. É importante para a formação da raiz); → Forma do dente pré-estabelecida; → Processo de desenvolvimento e maturação de estruturas; → Diferenciação do órgão do esmalte em campânula com quatro tipos de células e da papila dental em dois tipos de células. → ÓRGÃO DO ESMALTE: • Retículo estrelado: fica mais frouxo com mais prolongamento celulares; • Epitélio interno: suas células ficam mais achatadas/pavimentosas. Presença de dobras epiteliais (origem das cúspides); • Epitélio externo: células alongadas/cilíndricas; • Aparecimento do estrato intermediário entre o epitélio interno e retículo estrelado. Auxilia na produção de matriz do esmalte. → ALÇA EPITELIAL: encontro do epitélio interno e externo. Forma o “colo” do futuro dente. → Nessa fase, ocorre o isolamento do germe dentário. O folículo começa a se desenvolver de forma intensa e rompe toda comunicação das outras estruturas com o epitélio oral, isolando o germe dentário. → Ocorre o dobramento do epitélio interno do órgão do esmalte, dando origem ao formato da futura coroa do dente. Isso acontece porque existem células que param seu processo de divisão e outras continuam. → Processo de diferenciação dos odontoblastos e ameloblastos. • Durante essa fase, as células do epitélio interno passam de formas cúbicas com núcleo localizado no centro para células mais colunares com o núcleo localizado no polo da célula. Com essa diferenciação, passam a ser chamadas de pré- ameloblastos. Essas mudanças no epitélio interno provocam mudanças na papila. • A presença desses ameloblastos induz as células da papila a se transformarem e diferenciarem nos odontoblastos. Esses odontoblastos são células maduras e conseguem produzir dentina (dentina do manto, a primeira a ser produzida). Esse processo induz o pré-ameloblasto a se tornarem ameloblasto maduros que irão secretar a primeira matriz de esmalte (não está completamente formado e contém muita parte orgânica na sua composição). FASE DE COROA → Também chamada de “fase avançada de campânula” e corresponde à deposição de dentina e esmalte da coroa do futuro dente; → Ocorrem a dentinogênese e a amelogênese; → Após a diferenciação, os ameloblastos começam a amelogênese, ou aposição da matriz do esmalte, depositando-a no lado voltado para a membrana basal em processo de desintegração. A matriz do esmalte é secretada pelo processo de tomes, uma parte afilada dos ameloblastos voltada para a membrana basal em desintegração, formada à medida que os ameloblastos se afastam da interface dentinária. Com a recém-formada matriz do esmalte em contato com a pré-dentina, ocorre a mineralização da membrana basal desintegrada, formando-se a junção amelodentinária (JAD), a união mais interna entre a dentina e o esmalte. A aposição continuada de ambos os tipos de matriz dental torna-se regular e rítmica à medida que os corpos celulares dos odontoblastos e dos ameloblastos se afastam da JAD, dando origem a seus futuros tecidos. À medida que se afastam da JAD, os odontoblastos, diferentemente dos ameloblastos, deixam extensões celulares inseridas ao longo da pré-dentina, os processos odontoblásticos. Cada processo está contido em um cilindro mineralizado denominado túbulo dentinário. → A mineralização ou maturação de cada tipo de matriz ocorre posteriormente e é um processo diferente para o esmalte e para a dentina. → A formação da dentina é centrípeta (responsável por provocar e manter a trajetória circular de um movimento.) enquanto a do esmalte é centrífuga (afastamento dos corpos do centro derotação); → Essa fase progride desde os locais correspondentes às cúspides para a região cervical; → Caracteriza-se pela deposição de dentina, de fora para dentro, e de esmalte, de dentro para fora. FASE DE RAIZ → A alça cervical começa a crescer no sentido apical e proliferar suas células nesse sentido. Porém, o folículo dentário, envolvendo todas es estruturas, cria uma certa resistência para o crescimento apical da alça cervical, a qual sofrerá uma dobradura (diafragma epitelial). A partir desse momento, as células epiteliais continuam a proliferar, originando outra estrutura: a bainha epitelial radicular de Hertwig que vai induzir a diferenciação dos odontoblastos e formação da dentina radicular. → Após induzirem a diferenciação dos odontoblastos, a bainha para de se dividir e ao parar sua proliferação, a dentina radicular continua aumentando sua espessura, mas essas células da bainha não acompanham e formam os restos epiteliais de Malassez; → Ocorre enquanto o dente erupciona; → O periodonto de inserção é formado durante a fase de raiz; FORMAÇÃO DA DENTINA RADICULAR A dentina da raiz é formada quando as células externas da papila dental na região radicular sofrem indução e, em seguida, diferenciação e tornam-se odontoblastos. Essa indução, sob influência do EIE da BEH, é similar àquela que ocorre na região da coroa para produzir a dentina coronária. Com ausência das camadas intermediárias do retículo estrelado e do estrato intermediário, a BEH induz a diferenciação odontoblástica, mas o EIE não consegue diferenciar-se em ameloblastos formadores de esmalte. Isso explica a ausência usual de esmalte nas raízes. Após a diferenciação dos odontoblastos na região da raiz, essas células procedem à dentinogênese e começam a secretar pré-dentina. Como na região da coroa, existe uma membrana basal entre o EIE da BEH e os odontoblastos na região da raiz. Quando termina a formação da dentina radicular, essa parte da membrana basal também se desintegra, como acontece com toda a BEH. Após a desintegração dessa bainha, suas células tornam-se restos epiteliais de Malassez. Esses grupos de células epiteliais estão localizadas no ligamento periodontal maduro, mas podem tornar-se cistos responsáveis por problemas periodontais no futuro. FORMAÇÃO DO CEMENTO E DA POLPA A aposição do cemento, ou cementogênese, na região da raiz também acontece quando a BEH se desintegra. Essa desintegração da bainha permite o contato entre as células indiferenciadas do folículo dental e a superfície da dentina radicular recém-formada. Esse contato induz essas células a tornarem-se cementoblastos imaturos. Os cementoblastos se deslocam para recobrir a área da dentina radicular e promover a cementogênese, depositando matriz de cemento, ou cementoide. Ao contrário dos ameloblastos e odontoblastos, os quais não deixam corpos celulares por entre seus produtos secretados, muitos cementoblastos ficam aprisionados no cemento que produzem e tornam-se cementócitos maduros nos estágios posteriores de aposição. No momento em que o cementoide em torno dos cementócitos se torna mineralizado ou maduro, passa a ser denominado cemento. A junção cementodentinária (JCD) é formada em decorrência da aposição de cemento sobre a dentina na região onde se encontrava a membrana basal entre esses dois tecidos. Também nesse momento, as células centrais da papila dental estão se transformando em polpa, a qual mais tarde é envolvida pela dentina recém-formada. DESENVOLVIMENTO DO LIGAMENTO PERIODONTAL E DO OSSO ALVEOLAR No momento em que a coroa e a raiz se desenvolvem, também ocorre o desenvolvimento dos tecidos circunjacentes de suporte do dente a partir do folículo dental. O ectomesênquima do folículo começa a formar o ligamento periodontal (LP) adjacente ao cemento recém-formado. Esse processo envolve a síntese de fibras colágenas que são imediatamente arranjadas em feixes do LP. As extremidades dessas fibras inserem-se nas camadas mais externas do cemento e do osso alveolar circundante para sustentar o dente (fibras de Sharpey). O ectomesênquima do folículo dental também começa a mineralizar-se para formar os alvéolos dentais do osso alveolar em torno do LP.
Compartilhar