Buscar

TCC Redução da Mioridade Penal e sua Inconstitucionalidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E SUA INCONSTITUCIONALIDADE 
DORNELLES, Dulcineia Dias[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do Curso de Direito. dulcy1305@gmail.com. Orientadora: Andreia Cadore Tolfo, docente do Curso de Direito da Universidade da Região da Campanha-Urcamp, andcadore@gmail.com. 
] 
RESUMO
A redução da maioridade penal é um assunto de extrema importância que exige reflexões sociológicas, antropológicas, psicológicas, jurídicas dentre outros. Mas no presente trabalho estudam-se os aspectos jurídicos apenas, visando à constitucionalidade e a inconstitucionalidade da redução da maioridade Penal, tendo como objetivo a inconstitucionalidade da redução. Tenta-se demonstrar nesse trabalho acadêmico as vertentes das controvérsias doutrinarias entre a constitucionalidade e a inconstitucionalidade. É um tema bastante controverso e polêmico, tendo em vista que trata-se de um problema social, jurídico, político e econômico. Em primeiro momento fez-se necessário apresentar a evolução histórica da imputação penal na legislação brasileira desde os direitos adquiridos internacionalmente e os direitos adquiridos nos dias de hoje com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Defenderemos nesse trabalho a visão doutrinaria de que a redução fere os princípios fundamentais, que estão protegidos pela imunidade das cláusulas pétreas. Constata-se que a polêmica na seara constitucional reside na possibilidade ou não da redução da idade penal, por tratar-se de cláusula pétrea, mas mostrar-se-á os dois lados a favor e contra da redução. No entanto, o que se verifica é a incompetência do Estado em realizar políticas públicas necessárias para se cumprir o que está previsto na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A redução da maioridade penal não irá reduzir o problema da criminalidade infantil, além de ser tratado como direito fundamental, não podendo ser objeto de Emenda Constitucional. A legislação do menor vigente no país é muito efetiva, desde que cumprida pelo Poder Público, possuindo princípios próprios, assegurando integral proteção do menor.
PALAVRAS-CHAVE: Redução da maioridade penal, história do direito do menor, inconstitucionalidade, cláusula pétrea.
ABSTRACT
The reduction of the criminal majority is a subject of extreme importance that demands sociological, anthropological, psychological, legal reflections, among others. But in the present work we study the juridical aspects only, aiming at the constitutionality and unconstitutionality of the reduction of the criminal majority, aiming at the unconstitutionality of the reduction. It tries to demonstrate in this academic work the slopes of the doctrinal controversies between the constitutionality and the unconstitutionality. It is a very controversial and controversial subject, considering that it is a social, legal, political and economic problem. At first, it was necessary to present the historical evolution of the criminal imputation in the Brazilian legislation from the rights acquired internationally and the rights acquired today with the Statute of the Child and the Adolescent. We will defend in this work the doctrinal view that reduction reduces fundamental principles, which are protected by the immunity of the stony clauses. It is noted that the controversy in the Constitutional Court lies in the possibility or not of reducing the penal age, because it is a stony clause, but both sides will be in favor of and against the reduction. However, what is verified is the incompetence of the State to carry out the public policies necessary to fulfill what is foreseen in the Federal Constitution and in the Statute of the Child and the Adolescent. The reduction of the age of criminality will not reduce the problem of child crime, besides being treated as a fundamental right, and can not be object of Constitutional Amendment. The legislation of the minor in force in the country is very effective, provided that it is complied with by the Government, having its own principles, ensuring full protection of the child.
KEYWORDS: Reduction of the criminal majority, history of the right of the minor, unconstitutionality, stony clause.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como intuito, demonstrar como o menor adquiriu direito no decorrer dos tempos e a defesa da inconstitucionalidade da redução. Nas últimas décadas tem-se observado um crescente número de delitos praticados por jovens adolescentes e recentemente até por crianças, demonstrando a precoce inserção destes no mundo do crime. Diariamente em conversas com a sociedade, os debates se dão sobre o fato da falta de entendimento sobre as consequências dos atos infracionais, e a falta de compreensão sobre o ECA. 
Diante de tal indagação propõe-se analisar a origem das primeiras legislações relativas aos jovens e os direitos adquiridos pela criança e ao adolescente nos dias atuais, analisando em âmbito internacional a Convenção sobre os direitos das crianças. No campo constitucional, destaca-se o artigo 227, que afirma ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Em relação à legislação infraconstitucional, aponta-se o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que dispõe de maneira esmiuçada sobre a proteção integral da criança e do adolescente., com essa promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA em 1990, o reconhecimento dos mesmos como sujeitos de direitos e deveres já se observava um novo futuro para a infância do Brasil.
Como tema a análise da (In)Constitucionalidade dos projetos de emenda da redução da maioridade penal que de maneira geral pretendem efetivar a redução de 18 anos para 16 anos, o trabalho irá se ater na questão jurídica do tema, que é também de amplitude polêmica. Devemos analisar que vários erros vêm sendo tomados na tentativa de reduzir a violência, muitas políticas de combate tentando serem implementadas e poucas políticas de prevenção sendo adotadas. Tal debate encontra-se envolvido em grandes assuntos políticos, jurisdicionais, doutrinais e a sociedade se divergindo sobre a possibilidade da redução, e também sobre os resultados que seriam alcançados, analisando os prós e contras da discussão do presente assunto.
No decorrer do trabalho, mais precisamente no segundo capítulo o estudo demonstra a evolução histórica da imputabilidade penal no Brasil, bem como os avanços e mudanças no decorrer da história até os nossos dias com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Já no terceiro capítulo, relatamos os aspectos constitucionais, penais e o Estatuto da Criança e do Adolescente, mostrando que estas legislações têm a proteção da infância, atendendo a toda a infância e adolescência passando a ser compreendida pelas suas peculiaridades e reconhecida como detentoras de direitos fundamentais. As crianças deverão ser respeitadas pelas suas condições de pessoa em desenvolvimento, analisando o interesse social para a construção de uma sociedade justa, livre e eficácia, estimulando as crianças a terem respeitos aos direitos humanos os observando como valores mais importantes para a convivência humana.
No quarto capítulo apresentam-se os argumentos contra da redução da maioridade penal, baseando no posicionamento da inconstitucionalidade, tendo como fundamento o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a nossa Carta Magna. Esse posicionamento de alguns membros do Poder Legislativo tentando reduzir a maioridade penal observando pelo lado dos anseios do clamor público é sem a análise de que este caminho não solucionaria o problema da criminalidade juvenil. Dissertaremos mais precisamente nesse capítulo sobre a inconstitucionalidade expressando os pontos doutrinários sobre os direitos fundamentaisadentrando nas cláusulas pétreas. 
Este trabalho será realizado por pesquisa bibliográfica baseada em estudo sistematizado em material publicado em livros, revistas especializadas, artigos. 
A intenção do presente trabalho é descrever de uma forma branda em que o leitor entenda sobre as referentes questões jurídicas da problemática de reduzir a maioridade penal no Brasil.
1 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA COM RELAÇÃO À MAIORIDADE PENAL
A maioridade penal corresponde à idade em que o indivíduo passa a responder integralmente pelos seus atos criminosos perante a lei penal, sendo esta fixada no Brasil atualmente aos 18 (dezoito) anos. Porém, esta idade fixada para a maioridade penal nem sempre foi à mesma na legislação brasileira. Após a proclamação da independência, em 1830, surge o primeiro Código Penal Brasileiro, o qual foi denominado de Código Criminal do Império. Nesse código foi adotado o critério psicológico, baseado no discernimento, segundo o qual a idade penal iniciava-se aos 14(quatorze) anos, conforme disposto em seu Art.10°, ressalvada a hipótese do Art.13, que determinava o encaminhamento do agente infrator as casas de correção nos casos em que o menor tivesse consciência do ato praticado (VOLPI 2011,p.42). 
O código penal do Império foi o primeiro código criado no país, nele ficou estabelecido o sistema de discernimento com a maioridade começando aos 14 anos, nesse sistema era necessário que tivesse o discernimento para entender o seu ato. O código penal Republicano de 1890 estabeleceu a maioridade com 9 (nove) anos também usando o discernimento para entender o ato praticado. Em 1926 passou a vigorar o Código de menores com a maioridade em 18 anos. O Código Penal Brasileiro de 1940, optou-se por seguir o código de menores e manteve os 18 anos como maioridade penal, reservando aos menores a aplicação de uma legislação especial (PIERANGELI, 2001).
Carvalho (1977, p.312) bem menciona como o Código Criminal de 1830 distinguia em classes a responsabilidade dos menores:
O nosso Código Criminal de 1830 distinguia os menores quatro classes, quanto a responsabilidade criminal: a) os menores de 14 anos seriam presumidamente irresponsáveis, salvo se provassem terem agido com discernimento; b) os menores de 14 anos que tivessem agido com discernimento seriam recolhidos as casas de correção pelo tempo que o Juiz parecesse, contando que o recolhimento não excedesse a idade de 17 anos; c) os maiores de 14 anos e menores de 17 anos estariam sujeitos as penas de cumplicidade (isto é, caberiam dois terço da que caberia ao adulto) e se ao Juiz parecesse justo; d) o maior de 17 anos e menor de 21 anos gozaria da atenuante da menoridade.
Dentre os direitos adquiridos nos dias atuais, as crianças e os adolescentes foram lembrados em grandes declarações, convenções, pactos internacionais, no quais cita-se a seguir os principais:
a) Declaração Universal dos Direitos Humanos
Com o termino da II Guerra Mundial, a ONU viu-se compelida a pactuar com os Estados em um tratado de paz, liberdade, justiça, respeito aos direitos dos homens, dignidade e garantia da vida humana. Constituem também direitos da criança. Foi ratificada pelo Brasil em 10.12.1948 (LIBERATI 2012, p. 35).
 b) Declarações dos Direitos da Criança
 A antiga Liga das Nações, hoje Organização das Nações Unidas/ONU, firmou em Genebra, em 26.09.1924, a declaração dos direitos da Criança, adotada e proclamada, posteriormente, pela Assembleia-Geral em 20.11.1959, por meio da Resolução 1.386(XIV), da qual o Brasil é um dos Estados Signatários. A declaração tem 10 princípios, em especial a declaração firma o pressuposto da peculiar condição de pessoa em desenvolvimento da criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, necessitando de proteção e cuidados especiais inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento. Os direitos estabelecidos na Declaração são considerados como princípios programáticos ou de natureza mora, que não representam obrigações para os Estados, propondo, apenas, sugestões de que os Estados poderão se utilizar, ou não (AZAMBUJA, 2004, p. 45).
 A Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) a mais recente até ser decretada o ECA, foi adotada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas em 20 de novembro de 1989 e ratificada por Portugal. Composta por 54 artigos, divididos em três partes e precedida de um preâmbulo, define o conceito de criança e estabelece parâmetros de orientação e atuação política de seus Estados-partes para a consecução dos princípios nela estabelecidos, visando ao desenvolvimento individual e social saudável da infância, tendo em vista ser este período basilar da formação do caráter e da personalidade humana (DECRETO 99.710).
c) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
Reafirmando o conteúdo da Carta das Nações Unidas o Pacto não esqueceu de privilegiar a proteção à infância. Na sua primeira parte na sua subdivisão em três, situando-se no Art. 19 onde os signatários afirmam os direitos das crianças Toda criança terá direito as medidas de proteção que a sua condição de menor requer, por parte de sua família, da sociedade e do Estado” (LIBERATI 2012, p. 22).
d) Regras mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil/Regras Mínimas de Beijing
Esse documento enuncia os princípios básicos para a proteção aos direitos fundamentais de todo homem, inclusive do jovem infrator. Essas regras representam, pois, a consideração das condições mínimas para o tratamento dos jovens infratores em qualquer parte do mundo. Como signatários, os Estados devem respeitá-las e integrá-las em suas leis internas. Na primeira parte estão as recomendações dirigidas aos Estados-Membros com o fim de criar novos meios necessários para proteção e reinserção social eficazes dos jovens infratores; na segunda são enunciadas as regras de proteção de jovens diante das instâncias de julgamento, relacionando os princípios gerais que devem ser seguidos pela Justiça e a garantia asseguradas aos jovens infratores. Em especial, as Regras propõem novos meios de atendimento, em particular medidas substitutivas aquelas de privação de liberdade (LIBETATI, 2012, p.24).
O documento traz a seguintes definições: 
(a) Menor- toda criança ou jovem que, de acordo com um sistema jurídico dado, não pode responder por uma infração segundo as modalidades aplicadas no caso de infração cometida por um adulto.
(b) Delito- todo comportamento (ação ou omissão) passível de sansão legal, de acordo com o respectivo sistema jurídico.
(c) Delinquente juvenil: uma criança ou um jovem acusado ou declarado culpado de ter cometido um delito (Regras de Beijing, n.2.2)
Embora não traduzam força normativa no Brasil, as regaras foram à base de orientação na constituição do Estatuto da Criança e do Adolescente em matéria de política criminal juvenil, oferecendo subsídios e princípios modernos, que privilegiam o respeito aos direitos fundamentais e a proteção social de uma parcela da população que está em um momento peculiar de desenvolvimento de sua existência (LIBERATI, 2012, p.26).
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção de Jovens Privados de Liberdade: Surgiu pela necessidade de serem fixadas as normas referentes a internação de jovens em estabelecimentos apropriados para esse fim. Para que possa ser aplicado essas regras são consideradas as seguintes afirmações:
(a) Criança ou adolescente é qualquer pessoa que tenha menos de 18 nos. A idade-limite abaixo de qual não deve ser permitida privar uma criança de liberdade deve ser fixado em lei.
(b) Privação de liberdade significa qualquer forma de detenção, de prisão ou a colocação de uma pessoa, por decisão de qualquer autoridade judicial, administrativa ou outra autoridade pública, num estabelecimento público ou privado do qual essa pessoa não pode sair, por sua própria vontade (LIBERATI 2012, p. 23-25).
e) Convenção sobre os Direitos da Criança
O Brasil adotou o texto em sua totalidade pelo decreto 99.710, de 21.9.1990, após ser ratificado pelo CongressoNacional, através do Decreto Legislativo 28, de 14.9.1990. Com isso, o texto convencional tornou-se norma cogente. Esse instrumento jurídico internacional foi fruto de 10 anos de trabalho de representantes de 43 Estados-Membros da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, e seu término coincidiu com celebração dos 30 anos de Declaração dos Direitos da Criança, de 1959.
O princípio fundamental da Convenção é aquele que dispõe que o “melhor interesse da criança será sempre o de maior consideração, concluindo que sua opinião será devidamente considerada”.
 A documentação da Convenção deu início a um movimento popular no País, mobilizando a sociedade de Norte a Sul, com o fim de introduzir na nova Constituição Federal as discussões sobre o melhor interesse da criança e do adolescente. Subsequentemente, com a implantação da Assembléia Nacional Constituinte, as emendas populares que idealizaram o surgimento da Doutrina da Proteção Integral foram incorporadas ao texto constitucional, nos Arts. 204 e 227 e posteriormente na promulgação da Lei 8.069/19990- Estatuto da Criança e do Adolescente (PIOVESAN, 2000, p. 197). 
 f) Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento das Crianças nos Anos 90
 O encontro Mundial pela criança foi realizado em 30.9.1990 na Sede da ONU, em Nova York. Firmou-se a Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento das Crianças nos Anosa 90 e a adoção do plano de Ação para a sua implementação (Metas da Cúpula Mundial pela infância). Foram também estabelecidas metas setoriais, tais como a saúde e a formação da mulher, a nutrição das gestantes e das crianças, a saúde infantil, sobre a água e saneamento, sobre a educação básica e especialmente sobre crianças em circunstancias difíceis (AZAMBUJA 2004, p. 46).
2 O CUMPRIMENTO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E OS ASPECTOS PENAIS
A Lei de n° 8069/90 aprovada em 13 de julho de 1990 cria o Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA teve sua semente lançada no texto da Carta Magna de 1988, veio como um instrumento jurídico para dar um resultado e um conquista a este grande direito em prol do direito da infância. O ECA representou e representa conquistas a várias áreas sociais, culturais, educacionais, trazendo de forma extensiva a proteção aos direitos fundamentais do menor. Foi criado e estruturado baseando-se no Art. 227 da Constituição Federal que garante os direitos e a corresponsabilidade a família, Estado e Sociedade, cuidando e sendo responsáveis quando os direitos dos menores forem ameaçados, (DONIZETE, 2012, p.57) veja-se o que diz o art. 227 da CF: 
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
A atual legislação referente ao direito da criança e do adolescente, somente foi possível com a Carta Magna de 1988, garantindo a proteção integral com absoluta prioridade aos menores, ratificando acordos internacionais, conforme artigo 5º parágrafo 2º da Constituição Federal. O Estatuto da Criança e do Adolescente englobou em um único dispositivo a prática de crime ou de contravenção penal, praticado por criança ou adolescente:
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Parágrafo único: Para os efeitos dessa Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato (Estatuto da Criança e do Adolescente, p. 36)
O ECA abrevia em seu texto constitucional em seu artigo 3º, afirmando que “a legislação brasileira consagra a teoria dos direitos humanos fundamental da população infanto-juvenil”. As medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, que estão previstas no art. 101 da Lei n˚ 8.069/90, podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, bem como ser trocadas a qualquer tempo (art. 99 do ECA). Portanto, é visível que o Estatuto da Criança e do Adolescente seguiu a linha de proteção projetada na Constituição de 1988 (TAVARES, 2001. p.37).
Para Volpi (2001) é importante mencionar que o ECA se distinguiu das leis anteriores e buscou diferenciar a responsabilidade dos menores infratores. A partir do art. 112 do ECA analisa-se as medidas socioeducativas:
São medidas socioeducativas previstas no ECA:
I- advertência;
II- obrigação de reparar o dano;
III- prestação de serviços à comunidade;
IV- liberdade assistida;
V- inserção em regime de semi-liberdade;
VI- Internação em estabelecimento educacional.
Em âmbito internacional, a regulamentação da matéria tem modos diferentes, existindo Regras Mínimas, de maneira com que a privação de liberdade de um adolescente deve ser uma medida de último recurso, devendo ser limitada a casos excepcionais (COLPANI, 2003, p.10).
Existem vários autores que afirmam que a alteração da legislação para reduzir a maioridade penal não resolverá o problema da criminalidade no Brasil, segundo o promotor José Heitor dos Santos (MPRS,2017):
A questão, portanto, não é reduzir a maioridade penal, que na prática já foi reduzida, mas discutir o processo de execução das medidas aplicadas aos menores, que é completamente falho, corrigi-lo, pô-lo em funcionamento e, além disso, aperfeiçoá-lo, buscando assim a recuperação de jovens que se envolvem em crimes, evitando-se, de outro lado, com esse atual processo de execução, semelhante ao adotado para o maior, que é reconhecidamente falido, corrompê-los ainda mais. 
No próprio texto, o promotor José Heitor também salienta que quem está em situação irregular não é a criança e sim o Estado, pois com o não cumprimento das suas políticas sociais básicas, já sobrecarrega a família sem estrutura que acaba a abandonar a criança, os próprios pais que as vezes descumprem os deveres e a sociedade que não cobra do Poder Público na efetiva aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. (MPRS,2017)
O Estado, Poder Público, Família e Sociedade, que têm por obrigação garantir os direitos fundamentais da criança e do adolescente (menores), não podem, para cobrir suas falhas e faltas, que são gritantes e vergonhosas, exigir que a maioridade penal seja reduzida. Analisa-se, portanto, que os menores são possuidores de todos os direitos que têm os adultos, desde que sejam aplicáveis à sua idade de “pessoa em condição peculiar de desenvolvimento” (COSTA,2010, p.59).
É comum ouvir-se falar que os menores que cometem os atos infracionais não são punidos ou responsabilizados, esse fato não é verdade. O legislador ao aplicar a punição da medida socioeducativa ao menor com o ECA observa-se que ele quis de uma maneira educar o indivíduo para que possa ser reintegrado novamente a sociedade. O ECA como diz FRASSETO, 2002 “reconheceu o caráter coercitivo, sancionatório, da medida socioeducativa”.
Analisa-se que a internação em estabelecimento educacional, a inserção em regime de semiliberdade, a liberdade assistida e a prestação de serviços à comunidade, algumas das medidas previstas no Estatuto são iguais ou muito semelhantes àquelas previstas no Código Penal para os adultos, como por exemplo, a prisão, igual à internação do menor o regime semi-aberto, semelhante ao regime de inserção do menor em regime de semiliberdade; a prisão albergue domiciliar, semelhante à liberdade assistida aplicada ao menor; e a prestação de serviços à comunidade, que é exatamente igual para menores e adultos (GALVÃO, 2002, p. 171-173). 
Suponha-se que um menor que cometa um ato infracional, um roubo à mão armada, por exemplo, ficar-se-á sujeito a internação de até três anos posteriormente se necessário, e mais três anos de semiliberdade, e por fim mais três anos de liberdade assistida se assim for preciso, podendo ficar sobre a tutela da Justiça por nove anos ininterruptos. Considerando os mesmos fatos com umadulto e analisando os requisitos do código penal, a pena será de quatro a cinco anos de reclusão, no entanto o indivíduo irá cumprir apenas parte desse tempo, mais precisamente por dois anos. Nesse breve relato consegue-se analisar a diferença e verifica-se que os fatos provam por meio de Lei que existe sim punição para menores e seus atos infracionais, às vezes mais punitivas que o próprio código penal (CURY, 1998, p. 73).
Ressalta-se que a principal proposta trazida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente é dar um tratamento diferenciado a sua condição de pessoa em desenvolvimento e o fato de querer reeducar e socializar o menor infrator (CURY, 2006. p. 15).
3 A REDUÇÃO E A (IN)CONSTITUCIONALIDADE
Existem inúmeros argumentos e posicionamentos a favor e contra a redução da maioridade penal. A cerca da constitucionalidade da PEC, Pedro Lenza (2012, p. 1228), por exemplo, entende que a emenda seria perfeitamente possível, já que a diminuição da maioridade penal, de 18 para 16 anos, por exemplo, não revogaria o direito fundamental dos adolescentes, e sim consertaria a legislação à realidade social, já que a própria Constituição, ao garantir o direito de voto a partir dos 16 anos, entendeu-se que nesta idade o menor já atingiria a maturidade suficiente para a tomada de importantes de decisões que refletirão não só em sua vida, mas na vida de toda a população brasileira.
Segundo o autor Moreira Filho os jovens, em muitos casos, têm mais conhecimento sobre a vida que os próprios pais, sendo inconcebível tratá-los como “uma criança crescida, incapaz de entender o que se passa à sua volta e de ser responsabilizado por seus atos” (MOREIRA FILHO, 2012, p. 130).
Guilherme de Souza Nucci (2012, p. 296) entende que a emenda é possível, pois o legislador constitucional inseriu esta previsão não por acaso no capítulo “Da família, da criança, do adolescente e do idoso”, pois entendia não ser um direito fundamental, deixando, claro sua intenção.
Nesse sentido, Macedo (2008, p.198) diz que,
Não se discute que o jovem nesta faixa etária possui o discernimento
necessário de entender e de querer, mas não se pode desprezar aquele
elemento relevante da imputabilidade que é a vontade capaz. É necessário
que o adolescente além de reconhecer o bem e o mal de suas ações,
compreenda os limites da reprovação social que pesa sobre seu ato.
Analisando-se a inconstitucionalidade, eis que as Cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras palavras, são dispositivos que não podem ter alteração, nem mesmo por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas. Existem matérias que não poderão ser objetos de Emendas Constitucionais (art. 60, §4º da Constituição Federal), para que mantenha a segurança jurídica do Estado Democrático de Direito. Estabelece o artigo 60, §4º da Carta Magna:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
A inimputabilidade dos menores de 18 anos se trata de um direito constitucional individual protegido a natureza jurídica de cláusula pétrea ou não do art. 228 da Constituição Federal de 1988, o que poderia impossibilitar tal alteração, em face ao disposto no art. 60, § 4º, IV da Carta Suprema.
Martha de Toledo Machado, em sua obra “A Proteção Constitucional de Crianças e adolescentes e os Direitos Humanos” menciona bem esse pensamento do artigo 60, §4º, inciso IV:
Com perdão a obviedade: se o caput do art. 5º da CF menciona a vida, a liberdade, a igualdade, para depois especificar os inúmeros desdobramentos (ou facetas) desses direitos nos seus incisos, e se o art. 227, caput, refere-se expressamente à mesma vida, liberdade, dignidade, para em seguida desdobrá-la, seja no próprio caput, seja no § 3º, seja no art, 228, evidente, que se trata de direitos da mesma natureza, ou seja, dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Além dos direitos da criança e do adolescente previstos no art. 227, a Constituição Federal de 1988 dispõe, em seu art. 228, que “são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial”. Então, aos menores de dezoito anos são totalmente aplicáveis as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente. Diversos países, como Alemanha, Áustria, Colômbia, Cuba, Equador, Finlândia, França, Holanda, Itália, México, Panamá, Peru, Portugal, Suécia, Uruguai e Venezuela, dentre outros, além de alguns estados da Austrália e dos Estados Unidos da América, que fixaram a idade de 18 anos como limite mínimo de imputabilidade penal e, segundo a UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância, 59% dos países membros da ONU – Organização das Nações utilizam esta idade como limite, tudo em consonância com o Direito Internacional editado pela referida organização internacional (TAVARES, 2001, p. 166-167).
Em atenção dada pela legislação brasileira, crianças de até 12 anos são inimputáveis, e de 12 a 17 anos o jovem infrator será levado a julgamento numa vara de Infância e Juventude, e poderá receber punições como advertências, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade ou internação em estabelecimento educacional. Portanto ele não poderia ser encaminhado ao sistema penitenciário, como aconteceria se caso obtivesse 18 anos ou mais (MIRABETE,2008, p.194).
A sociedade precisa estar consciente que qualquer proposta que esteja envolvendo a questão da reeducação da idade da responsabilidade penal devera, antes de tudo, estar em concordância com nossa Carta Magna. A questão inclui também uma sociedade tão leiga na área jurídica e com meios de comunicação tão exaltados em passar ideias e contextos sobre alguns aspectos, fazendo assim com que a sociedade tenha uma visão distorcida de como lidar com esses jovens infratores. Diante desse quadro, a sociedade quer atribuir-lhe uma imputabilidade penal, que entra em confronto com a nossa Constituição, e nos leva ao medo cada vez maior sobre a intolerância da sociedade sobre esses menores infratores. Também devemos observar que a criminalidade no Brasil tem crescido como um todo, e não apenas a criminalidade juvenil que tem alcançados índices elevados (RESENDE E DUARTE 2003, p. 24-25).
Assim as palavras de Túlio Kahn, doutor em ciência política pela USP e coordenador de pesquisa do Ilanud- Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e o Tratamento do Delinquente deixar claro a ideia defendida no presente artigo:
Rebaixar a idade penal para que os indivíduos com menos de 18 não sejam utilizados pelo crime organizado e que vale a jogar no mundo do crime jovens cada vez menores: adote-se o critério de 16 e os traficantes recrutaram os de 15, reduza-se para 11 e na manhã seguinte os de 10 serão aliciados como soldados do tráfico. 
Como já observado e debatido, o legislador adotou o critério biológico, justificando que o menor de 18 anos não tem a sua personalidade formada, pois ainda não alcançou a maturidade de caráter, acreditando assim, na sua incapacidade para compreender o seu comportamento e para receber a sanção penal como um adulto (CURY, 2006. p. 15-17).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o que foi constatado nessas argumentações elencadas em todo o trabalho desenvolvido com doutrinadores da matéria constitucional e penal, sobre a constitucionalidade e a inconstitucionalidade da redução da maioridade penal, buscando trazer informações sobre os dois lados do assunto e focando na inconstitucionalidade. A sociedade deve ser sabedora de que o menor já tem seus direitos devidamente e legalmente constituídos através de grandes passos históricos como as convenções e tratados citados no primeiro capítulo. A necessidade de uma proteção à criança e ao adolescente foram demonstradosdiante de uma perspectiva histórica.
Analisou-se que no Brasil é adotado o sistema Biopsicológico, ou seja, demonstrando que o indivíduo está em plena formação, e essa referida violência pode ser dar por diversos fatores que ajudaram na formação incompleta do menor.
Mostrou-se também que os mesmos sofrem sim medidas punitivas, que são as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, variando a pena entre advertência e internação, aplicando cada uma de acordo com o ato praticado, buscando que o menor volte a reincidir no crime. Ressalto que introduzir um menor no sistema carcerário brasileiro atual no que se encontra em uma situação alarmante e desonrante poderia assim, colocar em pratica tudo que aprenderão a mais nas “escolas” carcerárias.
A sociedade tende a ressaltar apenas os pontos negativos dos adolescentes, esquecendo que existem meios de prevenção e proteção que a própria sociedade poderia contribuir e disponibilizar através programas sociais voltados a essa idade. Essa mesma sociedade tem que estar consciente que qualquer proposta de mudança deverá estar de acordo com a nossa Carta Magna.
Os argumentos contrários a redução foram devidamente apresentados por doutrinadores renomados, no qual procuraram demonstrar que infringiria a proteção integral adotada na Constituição 1988. Essas propostas que visam alterar o artigo 228, não é possível, pois o artigo 5° é uma garantia fundamental sendo de fato clausula pétrea. Além disso, a legislação do menor é muito efetiva bastando apenas o cumprimento do poder público assegurando a proteção integral do menor.
Com o sistema penal arruinado os presídios viram depósitos de humanos, sem a mínima condição de sobrevivência, sendo um assunto de grande interesse social, mas a imprensa sensacionalista leva outra realidade para a população, sem explicar sobre a pobreza, a miséria, corrupção e o próprio mau uso do ECA. Cabe ressaltar que nos presídios, aonde esses jovens iriam se fosse aprovado o projeto de lei, estão operando em dobro com suas capacidades, a redução nos trás maior certeza de pensar na causa pelo lado do que é causado através da falta de investimento na educação, esporte, lazer e cultura para esses jovens, deveres esses, que deveriam ser garantidos pelo Estado, pois em lugares de baixa renda é de onde saem os maiores números de menores infratores. Sujeitar as crianças a lugares como o nosso sistema carcerário superlotado é não se preocupar com a ressocialização desses jovens. O Estado deve buscar as soluções e ser o garantidor da aplicabilidade das políticas púbicas e sociais, não deixando totalmente nas mãos do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Sabe-se que, para o desenvolvimento e prevenção da violência depende de como promovemos a formação física, social, mental, psíquico das crianças, levando sempre para dentro da circunstância familiar e comunitária. Trata-se assim, de uma ação envolvendo todos os segmentos sociais, com ajuda da família por mais que esteja corrompida, destruída é o alicerce básico para o desenvolvimento de um menor, e o Estado envolvendo-se em ingressar nos meios básicos e necessários para o mesmo, como escola, igreja, esportes.
Precisamos de Legislações que possam acompanhar as evoluções do homem, e as necessidades das novas gerações, mas diminuir a maioridade penal não representa um controle e a certeza que a violência vá diminuir. Vejamos que toda a lei que não é bem aplicada gera uma certeza de impunidade na sociedade, mas sobrecarrega o fato do não conhecimento das leis especificas para os menores. 
A sociedade tem um papel muito importante devendo tratar as crianças com dignidade, respeito, lhes dando todo resguardo, sendo tratados com visando o emotivo humano e levando também ao lado jurídico da causa. O presente trabalho não trás a solução para a questão da imputabilidade ou redução da maioridade penal, mas relaciona uma análise doutrinários sobre a visão geral do tema, respaldando-se na compreensão do lado contrário da redução para 16 (dezesseis) anos.
O combate à criminalidade infantil deve ser feito através de políticas sociais, pois o que deixa claro é a falta do cumprimento efetivo da Lei n° 8069/90. Contrariar a diminuição não é favorecer a impunidade, e sim, ter a visão da necessidade de investimentos nas entidades de medidas socioeducativas, e ter o efetivo cumprimento do ECA, concluindo-se assim, pela óptica legal e baseando-se em doutrinas pela inconstitucionalidade do tema. 
REFERÊNCIAS
AZAMBUJA, Maria Regina Fay de Azambuja; SILVEIRA, Maritana Viana; BRUNO, Denise Duarte. Infância em família: um compromisso de todos. Porto Alegre: Instituto Brasileiro de Direito de Família, 2004. 
BRASIL: Código de Menores de 1927. Brasília – DF: Senado (Arquivo), {1927}
_______: Código Penal Brasileiro.
_______: Constituição Federal. 
_______: Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Institui o Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília – DF: Senado, 1990
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral (arts. 1º a 120). 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
COLPANI, Carla Fornari. A responsabilização penal do adolescente infrator e a ilusão de impunidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 162, 15 dez. 2003.
CONSTITUIÇÃO Federal, art. 227, 228.
CURY, Munir. Reduzir a idade penal não é a solução. In Responsabilidade Penal do Menor. Rio de Janeiro: Manoel Rodrigues Editor, 1998.
 CURY, Munir. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado. Comentários Jurídicos e Sociais. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. 
COSTA, Antônio Carlos Gomes. In: Munir Cury (coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado: Comentários Jurídicos e Sociais. 11 ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
CARVALHO, Francisco Pereira de Bulhões. Direito do menor. Rio de Janeiro: Forense, 1977.
CLÁUSULA PÉTREA. Conanda vai ao STF para barrar redução da idade penal. O Estado de São Paulo 09 out 2007. Disponível em: http://www.interlegis.gov.br/cidadania/infancia-e-parlamento/conanda-vai-ao-stfpara-barrar-reducao-da-idade-penal/.
DECRETO N° 99.710, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1990.
 FRASSETO , 2002 FRASSETO, Flávio América. Ato infracional: medida socioeducativa e processo. A nova jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Disponível em:
GALVÃO, Maria Elci Moreira. Uma concepção do menor infrator sob a luz da inimputabilidade penal. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2002, p. 171-173
LIBERATI, Wilson Donizeti. Imputabilidade: Medida Socioeducativa de Internação – Prescrição – Questões do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
LIBERATI, Wilson Donizete. Adolescente e Ato infracional: Medida Socioeducativa é pena? 2º ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
LIBERATI, Wilson Donizeti, Apud SHECAIRA, Sérgio Salomão. Sistema de Garantias e o Direito Penal Juvenil. São Paulo: RT, 2008. 
LEI nº 8.069/90, art. 105: ao ato infracional praticado por criança corresponderão às medidas previstas no art. 101.
LEI nº 8069/90, art. 104, caput.
LEI nº 8.242, de 12 de outubro de 1991. Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e dá outras providências.
MACEDO. Renata Cheschin Melfi de Adolescente Infrator e a Imputabilidade Penal. 1.ed .Rio de Janeiro : Lumen Juris ,2008.
MARTHA de Toledo Machado, em sua obra “A Proteção Constitucional de Crianças e adolescentes e os Direitos Humanos”
MIRABETE JF. Manual de direito penal. v. 3. São Paulo: Ed. Atlas, 2008, pág 194.
MOREIRA FILHO, Guaracy. Código penal comentado. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2012.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 11. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o direito constitucional internacional. 4. ed. São Paulo: Max Limonad, 2000.
RESENDE, Cleonice Maria & DUARTE, Helena Rodríguez. Redução da idade penal.In idade da responsabilidade penal. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
TAVARES, José de Farias. Direito da Infância e da Juventude. Del Rey, 2001; pág. 166-167
VOLPI, Mario. O adolescente e o ato infracional. São Paulo: Cortez Editora. 2011, pág 42. (PIERANGELI, José Henrique. Códigos Penais do Brasil - Evolução Histórica, 2°.Edição.Revistas dos Tribunais)
VOLPI, Mário. Sem liberdades, sem direitos: a experiência de privação de liberdade na percepção dos adolescentes em conflito com a lei. São Paulo: Cortez, 2001.
RESK, Felipe. Argumentos contra e a favor da redução da maioridade penal. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,argumentos-contra-e-a-favor-da-reducao-da-maioridade-penal,1661582>. Acesso em: 21 de jun. 2017
PALÁCIO DO PLANALTO. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 17 jun. 2017.
SANTOS, José Heitor. Redução da Maioridade Penal. Disponível em: <https://www.mprs.mp.br/infancia/doutrina/id102.htm>. Acesso em: 20 de jun. 2017.
SILVA, Bruno Theodoro. O contexto maior na redução da maioridade penal. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/50797/o-contexto-maior-na-reducao-da-maioridade-penal>. Acesso em: 16 de jun. 2017.
ZONZINE, Cleber Costa. Redução da Maioridade Penal. Disponivel em: <https://jus.com.br/artigos/54371/reducao-da-maioridade-penal>. Acesso em: 16 de jun 2017. 
TAVARES, M. G. H. Idade penal na legislação brasileira desde a colonização até o código de 1969. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/5958/idade-penal-maioridade-na-legislacao-brasileira-desde-a-colonizacao-ate-o-codigo-de-1969>. Acesso em: 21 jun. 2017

Continue navegando