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MOD1 - UA2 - Direito da Criança e do Adolescente

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U N I D A D E 2
E L E T I V A E S T A T U T O
D A C R I A N Ç A E D O
A D O L E S C E N T E
A C O N S T R U Ç Ã O M E N O R I S T A N A V I S Ã O D O C Ó D I G O
A L Y R I O C A V A L L I E R I – 1 9 7 9
LUCIANA MENEZES REIS
AUTORA
APRESENTAÇÃO
Abordar o segundo momento da etapa tutelar, no Brasil, com o advento do
Código de Menores de 1979 (Lei 6.697/79);
Compreender a alteração paradigmática da situação menorista no Brasil até a
promulgação da Constituição da República em 1988.
As condições relacionadas aos Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil
respondem, dentre outros determinantes, ao conceito de infância que foram
construídos ao longo do tempo, determinados pelas condições sócio-históricas e
pelas práticas discursivas que perpassam as épocas históricas. 
Sendo assim, esta aula tem como objetivos:
01
CONHEÇA O 
CONTEUDISTA
Meu nome é Luciana Menezes Reis. Sou advogada graduada, pós-graduada,
Mestre e Doutora em Direito, e já atuo na docência há mais de 15 anos. Faço
parte do IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito das Famílias –, sendo autora de
diversos artigos e da obra “Alienação Parental”. Atualmente sou docente e
Coordenadora do Curso de Direito da Universidade Santa Úrsula/RJ. 
 
Deixo meu contato para quaisquer dúvidas ou sugestões: luciana.reis@usu.edu.br
Será um prazer orientá-los nesta caminhada que se inicia hoje.
LUCIANA MENEZES REIS
02
mailto:luciana.reis@usu.edu.br
UNIDADE 2
A CONSTRUÇÃO MENORISTA NA VISÃO DO CÓDIGO ALYRIO CAVALLIERI –
1979
Introdução
O Código de Menores de 1927 foi a primeira lei brasileira que, de forma oficial,
tratou a respeito de crianças e do adolescentes, ficando marcado pela
arbitrariedade do juiz de menores, que expôs sua praxe intervencionista, criando
a chamada doutrina da Situação Irregular. 
Essa mudança de entendimento quanto à culpa, à responsabilidade e à
capacidade de entendimento das crianças e dos adolescentes modificou o
entendimento do termo “menor”, não de forma expressiva, mas que passou a ser
utilizado para designar crianças e adolescentes em situação de carência moral e
material e os infratores. (OLIVEIRA: 2013 p. 346).
O Código Mello Mattos veio com o intuito de representar as ideias que vigoravam
na Europa naquela época, no sentido de que a solução para o problema da
ociosidade, da delinquência e do abandono seria o recolhimento em instituições
psicopedagógicas em detrimento à valorização do fortalecimento dos laços
familiares. Em suma, nesse período, verifica-se a incapacidade do Estado em
promover uma política de assistência mínima, ficando somente na seara
repressiva, controladora e vigilante em relação aos referidos, além de estimular a
inserção dos infantes nas atividades trabalhistas.
Até 1935, os menores abandonados e infratores eram, indistintamente,
apreendidos nas ruas e levados a abrigos de triagem. Em 1940, edita-se o atual
Código Penal Brasileiro, no qual a idade para a imputabilidade penal se define aos
18 anos. 
03
[...] o modelo jurídico do Direito do Menor, que na verdade foi reduzido ao direito de
ação estatal contra o menor, subsistiu às diversas transformações do Estado brasileiro
praticamente inalterado, convivendo com pequenas experiências democráticas como
nas Constituições de 1934 e de 1946, e também com modelos autoritários como do
Estado Novo em 1937. No entanto, não se pode desconsiderar que por detrás das
concepções menoristas estão as ideias fundamentais do pensamento autoritário.
Contudo, a transposição desse modelo centrado no controle jurisdicional sobre a
menoridade para o controle repressivo assistencial aconteceria a partir do golpe
militar em 1964, com o estabelecimento da Política Nacional do Bem-Estar do Menor e
a correspondente criação da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor. CUSTÓDIO:
2009, p. 14-15).
Em 1942, foi criado o SAM (Serviço de Assistência ao Menor), órgão do Ministério
da Justiça, de orientação correcional-repressiva, que era materializado sob a
forma de reformatórios e casas de correção destinadas à adolescentes infratores
ou patronatos agrícolas e escolas de aprendizagem de ofícios urbanos para
menores carentes ou abandonados. 
A estruturação do SAM ficou conhecida como a primeira forma de política pública
estruturada para a infância e adolescência no Brasil. O SAM – Serviço de
Assistência ao menor – estava vinculado ao Ministério da Justiça e funcionava
como o equivalente a um sistema penitenciário direcionado para os menores de
idade. Sua estrutura era meramente correcional-repressiva. Apesar disso, esse
sistema apresentava diferenciação entre o adolescente que teria praticado um
ato infracional e o menor carente e abandonado.
 
Ainda durante a vigência da codificação de 1927, foi sancionada em 1959 a
Declaração de Direitos da Criança, trazendo ineditismo no tocante aos direitos do
cidadão desde a infância. Mesmo não produzindo efeitos imediatos, o texto
marcaria uma forte influência na evolução dos direitos infanto-juvenis no
ordenamento jurídico brasileiro. 
O Código Alyrio Cavallieri
 
Na década de 60, a atuação do SAM passou a ser considerado como repressivo e
desumanizante, afirmando que este não mais cumpria o seu papel e que tinha se
distanciado de sua proposta inicial. Assim, ocorreram diversas denúncias como
desvio de verbas, superlotação, ensino precário, dentre outras.
04
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Assim, a partir da década de 60, em especial após o Golpe Militar de 1964, a
questão da delinquência infanto-juvenil passou a exigir severas medidas por
parte do Estado, o que culminou na criação da denominada Fundação Nacional
do Bem Estar do Menor (FUNABEM) em 1964, o que apenas garantiria ainda mais
a permanência do sistema de eugenia e limpeza social (SILVA, 1999). A Funabem
foi criada a partir das lutas de organismos não governamentais contra a ineficácia
do SAM e conforme as diretrizes oriundas da Declaração da ONU dos Direitos da
Criança. 
 
A Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) surge com o fim de
tentar solucionar o problema do menor, mudando a ideia de que as crianças e os
adolescentes abandonados, afetiva e economicamente, eram uma ameaça social,
todavia, mantendo a lógica do cárcere e da tutela estatal. (LEMOS; MAGALHÃES;
SILVA: 2011, p. 23). Tinha como prerrogativa a possibilidade de maneira
autônoma de elaborar e introduzir uma Política Nacional do Bem-Estar do Menor
(PNBEM). Assim, a infância passa a ser vista como um problema social; esta recai
sobre o crivo da segurança nacional, sendo então o PNBEM estruturado pela
Escola Superior de Guerra (OLIVEIRA: 2013, p. 348).
 
O segundo Código de Menores, conhecido como Código Alyrio Cavallieri, foi
promulgado em 1979, continuou adotando a Doutrina da Situação Irregular,
ampliando ainda mais o poder do sistema de justiça no tocante à aplicação de
medidas de intervenção estatal. O Código não mencionava direitos, mas apenas
medidas de proteção, dentre elas as medidas de segurança detentivas, seguindo
a linha do modelo de limpeza social. 
Pela legislação, que vigorou de 1927 a 1990 – (código de Menores), todas essas
crianças e jovens eram passíveis, num momento ou outro, de serem sentenciados
como “irregulares” e enviados às instituições de recolhimento, triagem, ressocialização
ou guarda, a fim de que cessasse a situação de irregularidade. A lógica era
aparentemente simples: se a família não pode ou falha no cuidado e proteção ao
menor, o Estado toma para si esta função (RIZZINI; PILOTTI, 1995, p.211). 
O Código de Menores de 1979 entrou em vigor nos últimos anos da ditadura
militar e pretendia ser mais um exemplo do rigor autoritário dos ditadores
militares. O texto adotou a denominada doutrina da “situação irregular”, que
dispunha “sobre a assistência, proteção e vigilância” a menores “de até dezoito
anos de idade”, que se encontrassem “em situação irregular”.
Ressalta-se que o Código de Menores de 1979 não recebeu somente a inspiração
da teoria da situação irregular, mas também do regime totalitarista e militaristavigente no país, apesar de ter sido elaborado sob a influência da Declaração dos
Direitos da Criança de 1959.
05
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6697impressao.htm
Suas medidas criadas para cuidar de "patologias jurídico-sociais" definidas na lei
amparava-se em conceitos e princípios simplistas e falaciosos, que resultavam, na
prática, em um controle social da pobreza (RANGEL, 2019, p.07) Durante seu
período de validade, foi constatado um aumento significativo nas internações na
antiga Fundação do Bem Estar do Menor através das FEBEMS. Em termos de
internações, não havia distinção entre menor abandonado ou infrator e todos
ficavam no mesmo ambiente. Destaca-se, portanto, uma verdadeira
criminalização da pobreza, ficando a criança pobre num status de “futuro
marginal”. 
 
A doutrina da situação irregular classificava crianças e adolescentes não como
pessoas sujeitos de Direito, mas sim como objetos de tutela e intervenção dos
adultos, o que deveria ocorrer em caso de se encontrar o menor de 18 anos na
mencionada “situação irregular”, definida pelo art. 2º do Código de Menores,
como a “privação de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução
obrigatória”; “submissão a maus tratos ou castigos imoderados”; exposição a
“perigo moral”; “privação de representação ou assistência legal”; e ainda incluindo
o desvio de conduta “em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária”,
bem como a prática de infração penal.
 
O princípio de destituição do pátrio poder baseado no estado de abandono
através da sentença de abandono possibilitou ao Estado recolher crianças e
jovens em situação irregular e condená-los ao internato até a maioridade.
 Pela simples análise, percebe-se que o Código de 1979 apenas deu continuidade
aos ditames trazidos pela legislação anterior, com poucas alterações relevantes
no tocante à proteção dos direitos infanto-juvenis. Muito pelo contrário:
estabeleceu prisão provisória para os menores, tratando os infantes como objeto
de medidas sociais. 
 
Assim, somente após a década de 80, com a abertura dos movimentos sociais e a
abertura do processo democrático, é que se inicia a instauração do discurso de
proteção aos direitos da infância e da juventude. 
No Brasil, a conjuntura gerou os movimentos “Criança e Constituinte” e “Criança
Prioridade Nacional”, que lograram inserir, na carta Política, normas afinadas com a
Doutrina das Nações Unidas para a proteção integral, resultando na ab-rogação do
Código de Menores e da Doutrina de Situação Irregular (SILVA, 1999, p.44, grifos do
autor).
06
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Até a promulgação da Constituição da República em 1988, prevaleceu no Brasil a
família patriarcal, herdada desde os tempos da Roma antiga, salvo os poucos
avanços sociais que refletiram no ordenamento jurídico brasileiro atual. A
concepção de pátrio poder foi se modificando face ao sensível abrandamento do
poder antes conferido ao pater, sendo visível a revisão de valores propostos pela
Constituição da República de 1988, em que o instituto passou a ter um caráter
eminentemente protetivo, exercido em igualdade de condições pelo pai e pela
mãe (BRASIL, 1988).
 
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro
de 1988, promoveu alterações substanciais no Direito de Família, culminando em
uma revisão dos valores sociais e do próprio modelo jurídico, uma vez que
promoveu a consagração de importantes princípios, como o da dignidade da
pessoa humana, o da pluralidade familiar e o da igualdade entre os cônjuges e os
filhos (ROBERTO, 2003). 
 
Importante inovação trazida pela Carta Constitucional foi a consagração da
igualdade entre homem e mulher, bem como a igualdade de direitos entre os
filhos. “Com efeito, especialmente a partir do princípio da dignidade humana, a
família passa a ser fundamentalmente um meio de promoção pessoal de seus
membros” (CARVALHO, 2009, p.07). 
 
A família foi considerada a base da sociedade, e as novas formas de convívio
consagradas produziram uma revolução nas estruturas sociais, empregando
juridicidade a relacionamentos não sacralizados pelo matrimônio por meio das
uniões estáveis e do vínculo monoparental, formado por qualquer dos pais e seus
descendentes. Ao estabelecer o princípio do pluralismo familiar, reviu, alterou e
ampliou o conceito de família (ROCHA, 2001).
 
Com a mudança paradigmática trazida pela Constituição de 1988, as questões de
políticas sociais emergem, alterando-se a Doutrina da Situação Irregular para a
Doutrina da Proteção Integral, culminando na promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente em 1990, o que trouxe à população infanto-juvenil a
condição de sujeitos de direitos. Com a Doutrina da Proteção Integral,
encampada pela Constituição, desaparece o Direito do Menor para surgir o
Direito da Criança e do Adolescente, agora dirigido a toda menoridade com a
efetivação de direitos fundamentais e sociais.
07
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A construção do menor: de objeto a sujeitos de direitos
A tutela estatal sobre a infância e a juventude baseou-se no modelo denominado
higienista, sendo necessária e urgente a promulgação de um texto legal que
firmasse os marcos jurídicos de controle do Estado intervencionista, momento
que coincidiu com a positivação do Direito Penal em 1941 e sua definição de
crime como uma forma de transgressão aos modelos socialmente tolerados. Essa
assimilação dos conceitos higienistas no Brasil deu-se por meio da construção da
Doutrina de Situação Irregular, doutrina esta que embasou os dois Códigos de
Menores, promulgados em 1927 e 1979, respectivamente.
Assim, somente após a década de 80, com a abertura dos movimentos sociais e a
abertura do processo democrático, é que se inicia a instauração do discurso de
proteção aos direitos da infância e da juventude. 
 
A Constituição Federal marca a fase atual de desenvolvimento dos Direitos da
Criança e do Adolescente pela denominada “fase da proteção integral”, que
representa a superação da doutrina da situação irregular pela doutrina da
proteção integral. 
 
A chegada do novo texto constitucional representou um marco jurídico de
proteção integral à tutela da infância e da adolescência no Brasil, que passou a
contar também com a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar e a fiscalização do
Ministério Público. Crianças e adolescentes passaram a ser reconhecidos como
titulares de direitos e deveres.
A revisão dos valores sociais e da família na Constituição de 1988
Até a promulgação da Constituição da República em 1988, prevaleceu no Brasil a
família patriarcal, herdada desde os tempos da Roma antiga, salvo os poucos
avanços sociais que refletiram no ordenamento jurídico brasileiro atual. A
concepção de pátrio poder foi se modificando face ao sensível abrandamento do
poder antes conferido ao pater, sendo visível a revisão de valores propostos pela
Constituição da República de 1988, em que o instituto passou a ter um caráter
eminentemente protetivo, exercido em igualdade de condições pelo pai e pela
mãe (BRASIL, 1988).
A família foi considerada a base da sociedade, e as novas formas de convívio
consagradas produziram uma revolução nas estruturas sociais, empregando
juridicidade a relacionamentos não sacralizados pelo matrimônio, por meio das
uniões estáveis e ao vínculo monoparental, formado por qualquer dos pais e seus
descendentes. Ao estabelecer o princípio do pluralismo familiar, reviu-se, alterou-
se e ampliou-se o conceito de família.
08
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro
de 1988, promoveu alterações substanciais no Direito de Família, culminando em
uma revisão dos valores sociais e do próprio modelo jurídico, uma vez que
promoveu a consagração de importantes princípios, como o da dignidade da
pessoa humana, o da pluralidade familiar, e o da igualdade entre os cônjuges e
dos filhos (ROBERTO, 2003). 
Importanteinovação trazida pela Carta Constitucional foi a consagração da
igualdade entre homem e mulher, bem como a igualdade de direitos entre os
filhos. “Com efeito, especialmente a partir do princípio da dignidade humana, a
família passa a ser fundamentalmente um meio de promoção pessoal de seus
membros” (CARVALHO, 2009, p.07). 
 
Com a mudança paradigmática trazida pela Constituição de 1988, as questões de
políticas sociais emergem, alterando-se a Doutrina da Situação Irregular para a
Doutrina da Proteção Integral, culminando na promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente em 1990, o que trouxe à população infanto-juvenil a
condição de sujeitos de direitos. Com a Doutrina da Proteção Integral,
encampada pela Constituição, desaparece o Direito do Menor para surgir o
Direito da Criança e do Adolescente, agora dirigido a toda menoridade, com a
efetivação de direitos fundamentais e sociais (BRASIL, 1988).
 
A Constituição Federal de 1988 direcionou um capítulo especialmente para
família, crianças, adolescentes e idosos. No artigo 227, a Lei Maior estabelece que
é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar, com prioridade absoluta,
os direitos das crianças e dos adolescentes, a exemplo do direito à vida, à saúde,
à alimentação e à educação. De acordo com a Constituição, os menores também
têm direito ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Os direitos e garantias previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente
É cediço que, a partir da Constituição de 1988, crianças e adolescentes passaram
a ser reconhecidos como sujeitos de direitos. Adotou-se, a partir de então, a
Doutrina da Proteção Integral, que inicialmente foi desenvolvida na esfera
internacional, destacando-se a Convenção das Organizações das Nações Unidas
sobre os Direitos das Crianças no ano de 1989, ratificada pelo Brasil por meio do
Decreto n. 99.710, de 21 de novembro de 1990, que representou, dentro do
panorama legal internacional, importante marco na legislação garantista de
proteção à infância e à juventude (MEIRA, 2008, p.282-283).
09
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi aprovado em meio a intensos debates
sobre liberdade, democracia e Direitos Humanos e revolucionou percepções e
práticas relativas às crianças e aos adolescentes, marcando uma importante
mudança de paradigma, vindo a refutar antigas concepções de infância e
adolescência associadas à passividade e à subjugação.
Desta forma, pelos ensinamentos de Pereira (2006, p.132):
Justifica-se a Doutrina da Proteção Integral, principalmente, na razão de se acharem
em peculiar condição de pessoa humana em desenvolvimento, isto é, encontram-se em
situação especial de maior fragilidade e vulnerabilidade, que autoriza atribuir-lhes um
regime especial de proteção, para que consigam se estruturar enquanto pessoa
humana e se autogovernar.
A Constituição da República alterou, também de forma significativa, as relações
entre pais e filhos, bem como todo o ordenamento jurídico pertinente ao tema,
até então fundado na autoridade marital e patriarcal. Assim, deslegitimou a
denominada situação irregular, e reconheceu crianças e adolescentes como
sujeitos de plenos direitos, gozando de todos os direitos fundamentais e sociais,
inclusive com prioridade absoluta, decorrentes da peculiar situação de pessoas
em desenvolvimento (BRASIL, 1988).
A Constituição e o ECA acolheram a doutrina da proteção integral. Modo expresso,
crianças e adolescentes foram colocados a salvo de toda forma de negligência.
Transformaram-se em sujeitos de direitos e foram contemplados com enorme número
de garantias e prerrogativas. Mas direitos de uns, significam obrigações de outros. Por
isso, a Constituição enumera quem são os responsáveis a dar efetividade a esse leque
de garantias: a família, a sociedade e o Estado (DIAS, 2010, p. 448).
Baseada na doutrina da proteção integral, o Estatuto tratou especificamente dos
direitos e garantias das crianças e adolescentes. Desta forma, iniciou-se a
inserção dos direitos fundamentais específicos do menor, sob a ótica de
dignidade espelhada na Constituição.
 
Consoante aos ensinamentos de Teixeira (2006, p.108): 
Os direitos fundamentais, portanto, são o substrato axiológico e material do Direito
contemporâneo, constituindo-se, por isso, em parâmetros hermenêuticos. Eles são
parte indelével das diretrizes personalistas colocadas na Constituição, notadamente a
cidadania e a dignidade humana.
10
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente garantiu a efetividade
dos preceitos constitucionais de proteção. Os direitos fundamentais foram
explicitados já no contexto do artigo 3º do Estatuto, que assim dispõe:
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade (BRASIL, 1990, art. 3º).
Não restam dúvidas de que os artigos 3º, 4º, 5º, e 6º do Estatuto da Criança e do
Adolescente também traduzem normas de direitos fundamentais. Isto porque os
direitos fundamentais não se esgotam no catálogo constitucional, bem como em
dispositivos esparsos, por força da norma aberta, esculpida no artigo 5º,
parágrafo 2º da Carta Magna (TEIXEIRA, 2009).
 
Teixeira (2009) desenvolve a importância dos direitos fundamentais de crianças e
adolescentes sem ignorar a concepção de deveres fundamentais, sendo isto
proposto por José Carlos Vieira de Andrade. 
Tais deveres não são, necessariamente, conexos com os direitos fundamentais,
podendo formar, por isso, uma categoria autônoma dos deveres fundamentais.
Entretanto, também podem estar associados a direitos fundamentais, atingindo a
natureza dos direitos, que devem ser configurados como direitos-deveres ou poderes-
deveres com dupla natureza (VIEIRA DE ANDRADE, 2001 apud TEIXEIRA, 2009, p.164-
165).
Tomando como exemplo o múnus conferido à autoridade parental, a criação,
educação e assistência estariam incluídas nos deveres dos pais para com os
filhos, no interesse destes últimos.
 
A função da autoridade parental, neste contexto constitucional de dignidade
humana da criança e do adolescente, é de instrumentalizar os direitos
fundamentais dos filhos (TEIXEIRA, 2009). O compartilhamento de direitos e
deveres entre os genitores deve ser priorizado, a fim de que não haja um
esvaziamento da relação parental. 
Nesse sentido, o direito à convivência é, dentre as demais prerrogativas
conferidas aos menores, como educação, alimentação e assistência, um direito
fundamental, se se observar que o núcleo familiar atualmente corresponde ao
ambiente de desenvolvimento da personalidade do indivíduo.
1 1
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Diferentemente de outros países, no Brasil, as disposições normativas nacionais
precederam a normativa internacional. Assim, disposições contidas na Declaração
de Genebra, de 1924, e a Declaração Universal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, de 1959, serviram de base para a proposta de mudanças,
constituindo argumentos de peso junto à Assembleia Constituinte e,
consequentemente, à aprovação do Estatuto.
Ao se referir aos fins sociais, o estatuto explicitou a opção pela exegese teleológica, ou
seja, da proteção integral, com prevalência do melhor interesse. Não mais um melhor
interesse subjetivamente estabelecido, o que poderia conduzir ao arbítrio, mas um
superior interesse baseado em normas objetivas, finalísticas, voltadas à proteção
integral. Os fins sociais do Estatuto, consubstanciados na promoção e defesa dos
direitos, constituem diretriz para que o superior interesse seja, mesmo, o da criança e
do adolescente, e não mais duvidoso e suposto melhor interesse, a critério subjetivo do
intérprete(SILVA, 1999, p.52).
A Doutrina Jurídica da Proteção Integral, por sua vez, teve como origem os
instrumentos de Direito Internacional oriundos principalmente das Nações
Unidas, dos quais se destaca a Convenção Internacional sobre os Direitos da
Criança, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), por unanimidade,
na sessão de 20 de novembro de 1989, e ratificada pelo Brasil através do Decreto
99.710, de 21.11.1990 (ISQUIERDO, 2002, p. 526).
 
A concepção de crianças e adolescentes enquanto sujeitos de direitos foi
definitivamente homologada no ordenamento jurídico brasileiro a partir da
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990. Após o
advento do Estatuto, houve a substituição da expressão menor, por criança e
adolescente, e definiu a família, a sociedade e o Estado como responsáveis pela
não estigmatização da população infanto-juvenil, trazendo mecanismos de
proteção, ressocialização e cuidados (BRASIL, 1990a).
O Estatuto superou a ideia de incluir crianças e adolescentes como problema
social, assumindo uma concepção protecionista a seres humanos em situação de
desenvolvimento.
[...] sujeitos das relações sociais desde seu nascimento e que devem ser considerados
não pela sua condição econômica ou por seu agir social, mas, insista-se, pelo fato de
que são pessoas e devem receber trato estatal, social e familiar, trato este, apto a
salvá-los das situações capazes de marginalizá-los (MACHADO; MACHADO, 2008, p
80). 
12
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Desta forma, o Estatuto trouxe disposições concernentes à proteção integral da
criança e do adolescente, definindo com precisão a responsabilidade de pais,
responsáveis, das instituições e do próprio Estado. Definiu também as
consequências das ações e omissões contra os infantes, servindo como
instrumento de controle sobre as ações do Estado. 
 
Desta forma, o Estatuto traz em seu bojo disposições sobre a proteção integral à
criança e ao adolescente, estabelecendo o que estes e seus pais, responsáveis, a
comunidade, instituições e o próprio estado podem ou não fazer. Também define
as consequências das ações/omissões destes para com o público infanto-juvenil. 
 Todavia, sua implementação esbarra em inúmeras dificuldades. Toda a política
para o setor é elaborada pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente e executada pelos Conselhos Tutelares da infância e da juventude,
duas instâncias diferentes quanto às suas atribuições e competências. Assim
como os conselhos dos outros setores de políticas sociais, esses também seguem
a ótica da municipalização, contam com a participação da sociedade civil e devem
servir de instrumento de controle sobre as ações do Estado.
 
A grande importância dada ao Estatuto cinge-se na questão de que crianças e
adolescentes deixam de ser objetos de direitos para se tornarem cidadãos, e,
como tais, sujeitos de direitos. 
 
Entretanto, mesmo diante da existência de uma lei protetiva, observa-se que
tanto a família quanto o próprio Estado muitas vezes ainda desrespeitam e
promovem a reprodução da violência e o descaso infanto-juvenil. Dentre os
inúmeros desafios para a efetiva implementação de direitos, destacam-se as
disparidades regionais e aquelas que se referem às piores condições de vida para
certos grupos de crianças, como as crianças que se encontram em famílias
atingidas por extrema pobreza, as crianças negras, indígenas e aquelas com
doenças graves, problemas de saúde mental e deficiências.
Conclusão
 
Conforme se observou até o momento, a legislação menorista anterior à
promulgação da Constituição Federal não demonstrava preocupação em
compreender e atender à criança e ao adolescente, não havendo diferenciação
entre o menor infrator e o menor em situação de abuso. Em outras palavras, os
dois Códigos de Menores objetivavam apenas a punição dos menores infratores.
Com a alteração paradigmática trazida pela Constituição Federal e a
democratização dos direitos infanto-juvenis, assegurou a implementação da
Doutrina da Proteção Integral, abarcando não só os direitos fundamentais
conferidos a todas as pessoas mas também àqueles que atentam às
especificidades da infância e da adolescência. 
13
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A norma constitucional da prioridade absoluta dos direitos e melhor interesse
assegura que, em qualquer situação, encontre-se a alternativa que garanta que
os interesses da criança e do adolescente estejam sempre em primeiro lugar.
 
Desta forma, a adoção da doutrina da proteção integral em substituição à
doutrina da situação irregular trouxe, de imediato, uma profunda revisão dos
conceitos até então preconizados. Primeiramente, o ECA passou a englobar
indistintamente todas as crianças e adolescentes, abandonando a ideia da
situação irregular (ECA, art. 1.º); em segundo, as crianças e os adolescentes
abandonam a categoria de meros objetos de intervenção estatal, transformando-
se em sujeitos de direito, gozando de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana (direitos fundamentais genéricos), sem prejuízo da titularidade de
direitos fundamentais específicos, enunciados em consideração às suas
peculiaridades de ser humano em desenvolvimento (ECA, art. 3.º). E, por fim, a
legislação determinou solidariamente à família, à sociedade e ao poder público o
dever de zelar pelo bem-estar e pela concretização dos direitos fundamentais das
crianças e adolescentes, com absoluta prioridade (ECA, art. 4.º), garantindo
inclusive a promoção de políticas públicas capazes de promover a efetividade de
todos os direitos infanto-juvenis encampados pela novel legislação menorista
protetiva (ECA, art. 4.º, parágrafo único, c).
14
COMPLEMENTAÇÃO DE LEITURA:
Fogueira das vaidades: a retórica na assistência à criança e ao adolescente -
Claudia Rabello de Castro - Editora Appris, 2014.
A obra traz um estudo a respeito da assistência fornecida à criança e ao
adolescente a partir da implantação do ECA. Apresenta estratégias de agentes
educativos em sua prática cotidiana, principalmente no período de modificação
da legislação, quando os principais formatos de assistência foram modificados.
A leitura do livro certamente contribui para a compreensão das dificuldades de
efetivação das leis no Brasil.
SÍNTESE DA AULA:
Nesta aula, foi abordado um estudo histórico sobre a criança na vida social no
Brasil a partir do advento do segundo Código de Menores, conhecido como
Código Alyrio Cavallieri.
NA PRÓXIMA AULA: 
Abordaremos a evolução das normas infanto-juvenis brasileiras, especialmente
pelo advento da Constituição de 1988. 
ELETIVA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
1) A assimilação jurídica dos preceitos higienistas, realizou-se no Brasil através da
construção da Doutrina da Situação Irregular. Sobre o direito da criança e do
adolescente nesta época, é incorreto afirmar: 
A) Essa doutrina foi a prerrogativa legal utilizada para embasar os dois Códigos de
Menores que existiram no Brasil, sendo o primeiro promulgado em 1927 e o
segundo em 1979. 
B) A roda dos expostos tinha como pretensão a preservação da reputação das
famílias, após o nascimento de filhos bastardos ou ilegítimos. 
C) Uma das principais características do século XX, é o surgimento de um aparato
jurídico-institucional para a tutela dos menores, e consequentemente, a
intervenção sobre suas famílias. 
D) Pela simples análise, percebe-se que o Código de 1979 apenas deu
continuidade aos ditames trazidos pela legislação anterior, com poucas
alterações relevantes no tocante à proteção dos direitos infanto-juvenis. Muito
pelo contrário: estabeleceu prisão provisória para os menores, tratando os
infantes como objeto de medidas sociais.
E) A Doutrina da Situação Irregular possui uma essência protetiva, não sendo
necessário que as garantias elementares do Direito fossem anunciadas para essa
parcela da população. 
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SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
2) Sobre a Doutrina da Situação Irregular, é incorreto afirmar: 
A) o Estado passou a construirmecanismos de intervenção nos lares
considerados apropriados, e noutro lado, as crianças sem família passaram a
sofrer uma série de ações calcadas no ideal higienista.
B) A tutela estatal sobre a infância e a juventude baseou-se no modelo
denominado higienista.
C) os chamados menores de rua eram recolhidos em depósitos especializados,
denominados como abrigos ou reformatórios.
D) Os dois Códigos de Menores não mencionavam direitos, mas apenas medidas
de proteção, dentre elas, as medidas de segurança detentivas, seguindo a linha
do modelo de limpeza social. 
E) o Código de 1979 trouxe em seu bojo a Doutrina da Proteção Integral.
16
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
17
3) Em matéria de infância e juventude, pode-se afirmar que durante a vigência
Código de Mello Mattos, em 1927 vigorava o modelo, exceto. 
A) da proteção integral
B) de manutenção da ordem social. 
C) higienista
D) do controle social
E) intervencionista no núcleo familiar
SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
4) O Código de Menores de 1979 evidenciou a intervenção do Estado sobre a
família, abrindo espaço para o avanço da política de internação em prol do
controle social. Nesse diapasão, é incorreto afirmar: 
A) Código de Menores de 1979 perpetuou a Doutrina da Situação Irregular.
B) Durante a vigência do Código de Menores, não havia diferença de tratamento
entre os menores com os demais sujeitos infratores.
C) O Código de Menores de 1979 evidenciava o caráter discriminatório do antigo
Código, devido à clara associação entre pobreza e delinquência. 
D) O Código Alyrio Cavallieri de 1979 firmou o menor como objetos de direitos,
legitimando a intervenção estatal sobre crianças e adolescentes que estivessem
em situação irregular.
E) O Código de 1979 demonstrou em seu bojo interesse do legislador na
reinserção social do menor. 
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SEU GABARITO
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
19
5) O Princípio da Proteção Integral, previsto na Lei nº 8.069/90 (ECA), representa
uma importante mudança paradigmática frente às leis anteriores.
Diante disso, o ECA se aplica
a) ao menor em situação irregular, que necessite se tornar objeto da ação tutelar.
b) à criança e ao adolescente, como sujeitos de direito e pessoas em
desenvolvimento.
c) à criança infratora, que demande institucionalização punitiva diante de sua
conduta.
d) ao menor, vítima da criminosa negligência e da irresponsabilidade familiar,
decorrentes da pobreza.
e) ao menor, vítima de abuso sexual, que testemunhe criminalmente nas salas de
depoimento especial.
SEU GABARITO
ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Teóricos e Práticos. 4. ed. Editora Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2010.
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Menores. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1979.
Disponível em: 
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88). Brasília, DF: Senado, 2019.
CUSTÓDIO, André Viana. Direito da Criança e do Adolescente.Criciúma, SC: UNESC,
2009.
LEMOS; MAGALHÃES; SILVA. Atribuições do Conselho Tutelar: “Proteção Integral ou
Vestígios da Doutrina da Situação Irregular?”. Faculdades Integradas Antônio Eufrásio
de Toledo. Intertem as Social. ISSN 1983-4420. Vol. 6, No 6: 2011. Disponível em: 
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MARCÍLIO, Maria Luisa. A roda dos expostos e a criança abandonada na história do
Brasil 1726-1950. In: FREITAS, Marcos Cezar de. (Org). História social da infância no
Brasil. São Paulo: Ed. Cortez, 2001.
PAGANINI, Juliana (PAGANINI J). A criança e o adolescente no Brasil: uma história de
tragédia e sofrimento. Boletim Jurídico. 2011. Disponível em:
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abr. 2022.
21
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REFERÊNCIAS
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portuguesas da carreira da India: fator de abandono gradual da rota das especiarias.
Revista História. São Paulo: Editora Abril Cultural, vol, XXIV, n. 137, dez., 1997.
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Acesso em: 04 de abr. 2022.
RANGEL, Patrícia C; CRISTO, Keley K Vago. Breve histórico dos direitos da criança e do
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Disponível em: <http://www.pailegal.net/chicus.asp?rvTextoId=1099220789>. Acesso
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RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco. A arte de governar crianças: a História das Políticas
sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2. ed. rev. São Paulo:
Cortez, 2009.
22
http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18828/20891%3E
GABARITOS
1- Resposta: E – Muitas instituições estatais foram criadas com o objetivo de
afastar os menores das ruas, abrigando-os quando carentes, ou internando-os
em reformatórios quando infratores, colocando-os em ambas as situações como
verdadeiros objetos de direitos. 
2- Resposta: E – O Código de 1979 manteve as mesmas diretrizes da legislação de
1927. A internação foi adotada como medida de segregação de crianças e
adolescentes pobres e marginalizados, independentemente da prática de ato
infracional, perpetuando a Doutrina da Situação Irregular.
3- Resposta: A- A Doutrina da Proteção Integral só foi estabelecida quando do
advento da Constituição Federal (1988) e do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
4- Resposta: E – Crianças e adolescentes não eram considerados sujeitos de
direitos, mas objeto de atividades estatais, possibilitando ao Estado recolher
crianças e jovens em situação irregular. 
5- Resposta: B- o ECA passou a englobar indistintamente todas as crianças e
adolescentes, abandonando a ideia da situação irregular (ECA, art. 1.º);
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