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Testes de sensibilidade aos antimicrobianos “in vitro”. (TSA) Profa. Patrícia Laguna Miorin Testes de suscetibilidade antimicrobiana • É realizado em bactérias isoladas de amostras clínicas de um processo infeccioso, no qual a sensibilidade aos an+microbianos não é previsível. • Quando o micro-organismo possa pertencer a uma espécie capaz de apresentar resistência aos agentes an+microbianos normalmente usados. As orientações sobre os an?bió?cos mais adequados para cada grupo de micro-organismo e informações sobre os métodos de sensibilidade estão no BrCAST. BrCAST Versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing: BrCAST”. Consenso entre: European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EuCAST) e Clinicas and Laboratory Standart Institute (CLSI). CLSI e EUCAST BrCAST BrCAST O Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 64 de 11/12/2018: “Determina aos laboratórios de rede pública e rede privada, de todas as Unidades Federadas, a uGlização das normas de interpretação para os testes de sensibilidade aos anGmicrobianos (TSA), tendo como base os documentos da versão brasileira do European CommiQee on AnGmicrobial SuscepGbility TesGng, o BrCAST”. http://brcast.org.br Métodos para a avaliação da resistência aos an4microbianos Teste de susce4bilidade an4microbiana TSA • Método Qualitativo: • Disco em difusão ou antibiograma. • Métodos Quantitativos (concentração inibitória mínima: CIM). • E-test • Microdiluição em caldo Disco em difusão (antibiograma) Capacidade de difusão do antibiótico através de um meio de cultura sólido. Disco em difusão: ágar Muller-Hinton • Melhor meio para as provas de suscetibilidade devido fornecer um crescimento satisfatório para a maioria dos patógenos não exigentes: • pH adequado (7,3 ± 0,2): (valores abaixo: halos de inibição diminuídos para aminoglicosídeos (gentamicina), clindamicina e macrolídeos e diâmetro de halo aumentado para tetraciclina) Valores acima: efeito inverso. • Concentração de timina no meio adequado (↑ [ ] falsa R sulfonamidas) • Espessura adequada (4 - 4.5 mm) • Controle de qualidade: • Controle de esterilidade: uma placa incubada a 35 ± 2oC/24h. • Controle de crescimento: E.coli ATCC 25922. • As placas devem ser refrigeradas (4-8ºC). Agar Muller-Hinton Espessura das placas de 4 a 4,5 mm Disco em difusão: preparo do inóculo • Padronização do inoculo pelo método direto: • Inocular uma colônia do patógeno em 3 ml de solução salina estéril a 0,90%. • Comparar a turbidez com a escala de McFarland 0.5 (cloreto de bário + ácido sulfúrico): equivalente a 1 -2 x 108 UFC/ml: visualmente, turbidímetro ou espectrofotômetro 625nm. • Realizar a semeadura para antibiograma do inóculo padronizado com um swab no meio de cultura dentro de 15 minutos. Escala de McFarland Fotômetro calibrado para a escala 0.5 de MacFarland Inoculação na placa de meio de cultura: swab semeadura para antibiograma Regra dos 15: Semear o inóculo dentro de 15 minutos, aguardar 15 min para absorção do inóculo e incubar após aplicação dos discos dentro de 15 min. Disco em difusão aplicação dos discos • Após semear o inoculo, deixar a placa secar por 5-15 minutos para absorção do mesmo antes de aplicar os discos. • Os discos de papel-filtro são impregnados com antibióticos em concentrações padronizadas. • Colocar os discos sobre a superfície do ágar previamente semeado. • Após aplicação dos discos pressionar levemente com o auxílio de uma pinça a superfície de cada disco. A droga difunde-se no meio de cultura (placa de 150mm até 12 discos). • Os discos de antibióticos a serem utilizados estão descritos nas tabelas de pontos de corte e controle de qualidade em EUCAST (versão em português BrCAST). Incubação Inverter a placa e incubar em até 15 minutos após a aplicação dos discos. Incubação: 35±1oC, 16-20h, atmosfera normal. • Exceção 1 –Glicopeptídeos (vancomicina) para Enterococcus sp. – realizar leitura em 24h completas (colônias resistentes não são visíveis antes). • Exceção 3: Streptococcus spp, Haemophilus spp, Neisseria spp, outros fastidiosos em CO2 (4-6%). Leitura dos halos Disco difusão Halômetro Paquímetro Identificação de contaminantes E Heteroresistência Clones resistentes Leitura dos halos • Superfície escura com luz posicionada diretamente sob a placa. • Auxílio de uma régua sobre o fundo da placa. • Meios com sangue – placa aberta – crescimento, não hemólise. • Caso a droga seja eficaz contra a bactéria, forma-se um halo de inibição de crescimento no ponto de encontro da droga com a bactéria. • Diâmetro do halo: • Sensível (formação do halo) • Intermediário (sensível, aumentando exposição) • Resistente Redefinição S, I e R 2019 - www.eucast.org • S – Sensível (dose padrão) : Um micro-organismo é categorizado como Sensível, quando há uma alta probabilidade de sucesso terapêu:co u:lizando o regime de dosagem padrão do agente. • I – Intermediário: (nova terminologia mas ainda com abreviatura I) – Sensível, aumentando exposição. • R - Resistente: um micro-organismo é categorizado como Resistente quando há alta probabilidade de falha terapêu:ca mesmo quando há aumento da exposição. Tabela pontos de corte Tabela de Pontos de Corte Clínicos do BrCAST - EUCAST, válida a partir de 15- 03-2021 http://brcast.org.br/documentos/ Ignorar véu de Proteus sp. Deslizamento do disco Identificação de contaminantes e Heteroresistência An#biograma(disco-difusão) (Kirby e Bauer) • Método mais utilizado. • Vantagens: • Facilidade de execução • Baixo custo (reduzida utilização de materiais e reagentes) • Identificação de contaminantes • Desvantagem: não estipula CIM. Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) Microdiluição em caldo E-test Indicações da CIM • Pacientes graves que não houve boa resposta clínica, apesar do disco- difusão mostrar sensibilidade. • Casos de sepse, endocardite, meningite. Para o=mizar o uso de drogas tóxicas, reduzindo efeitos colaterais. • Vigilância de resistência de patógenos mais prevalentes na comunidade para avaliar o desempenho das drogas u=lizadas. E test teste de gradiente • An#microbiano com um gradiente exponencial de concentração distribuído ao longo da fita. (0,002-32 μg/mL ou 0,016 -256 μg/mL). • Padronização do inóculo a 0.5 de MacFarland e semeadura para an#biograma. • Formação de elipse após incubação. • Vantagens: fácil realização, resultado quan#ta#ve, iden#ficação de contaminantes ou clones resistentes. • Desvantagens: poucos an#bió#cos para uma cepa. Etest Fita de plástico com gradiente exponencial de concentração de antibiótico em µg/ml Formação de elipse após incubação. Clones resistentes ou eventual contaminação? Microdiluição em caldo • Diluições sequenciais múltiplas de 2 do antibiótico: 0; 1; 2; 4; 8; 16; 32; 64 μg/ml (50μL de cada diluição de antibiótico em cada orifício). • Padronização do inóculo: 0.5 MacFarland (diluir 1:100 em salina e pipetar 50μl nos orifícios (final de 5x105UFC/mL). • Resultado da CIM em μg/mL: a menor concentração do antibiótico onde não houve crescimento bacteriano. • Vantagens: testar vários ATBs simultaneamente; resultado quantitative; as placas prontas podem ser armazenadas a -70oC até 1 ano. • Desvantagens: trabalhoso e não permite identificação de contaminantes. Microdiluição- leitura 64 μg/ml 32 16 8 4 2 oxacilina cefoxi5na amoxacilina clindamicina eritromicina Controle negativo (somente meio) h"ps://youtu.be/QwHk6VM1leo https://youtu.be/QwHk6VM1leo Controle de qualidade de rotina dos antibióticos • Frequência do teste de controle de qualidade dos an1bió1cos: • A cada novo lote de meio de cultura • A cada novo lote de an1bió1cos recebidos no laboratório • U1lização de cepas ATCC (American Type Culture Collec1on) • Cepa comprada liofilizada.Principais classes de antibióticos • Agrupados de acordo com a estrutura molecular principal e seu mecanismo de ação. • Classes de antibióticos betalactâmicos (inibem síntese da PC (ligam-se nas PBPs): • Penicilinas: penicilina, oxacilina, meticilina, ampicilina, amoxicilina. • Cefens: celalotina (1a), cefoxitina (2a), ceftazidima (3a). • Monobactamicos: aztreonam • Carbapenêmicos: imipenem, meropenem, ertapenem. • Aminoglicosídeos (inibe a síntese proteica ribossomal (30S) ): amicacina, gentamicina. • Quinolonas e fluoroquinolonas (inibição da DNA-girase (replicação DNA): ciprofloxacina. • Macrolídeos (eritromicina, azitromicina) e Lincosamidas (clindamicina): inibe a síntese proteica ribossomal (50S). • Glicopentídeos (inibição da síntese da PC (ligam-se a componentes químicos do peptideoglicano): vancomicina. • Tetraciclina (inibe síntese proteica ribossomal (30S). Anel β-lactâmico da oxacilina. PBPs (penicillin Binding Proteins): proteínas presentes na face externa da membrana plasmática. Participam da síntese do peptídeoglicano da parede celular da bactéria em multiplicação. Métodos automatizados • Vitek®, Vitek-2®, Walk-Away® e BD Phoenix® : • iden:ficação de bactérias Gram-posi:vas e Gram-nega:vas aeróbios e microaeróbios, fungos e TSA (resultado qualita:vo e CIM). • Provas bioquímicas e concentrações dos an:bió:cos em micro poços dos painéis. Paneis par Gram posi:vas e Gram nega:vas. • Realizar o Gram e padronizar a bactéria na escala 0.5 MacFarland e colocar nos painéis. Colocar os paneis no Phoenix para incubação a 35oC/ 16h. • Maldi-tof: • técnica que usa ionização para diagnos:car as proteínas de uma bactéria (espectrometria de massa). • Iden:ficação de micro-organismos aeróbios, anaeróbios, microbactérias, leveduras e fungos filamentosos. • Não é necessário Gram. Inocular 1 colônia + 1 uL de ácido fórmico a 70% para a extração proteica e colocar na placa do Maldi. • Iden:ficação de um conjunto de proteínas ribossomais que são específicos para cada espécie bacterina (banco de dados do equipamento). • Resultados em minutos e não faz TSA. BD Maldi-tof
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