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Nos 5 sinais da inflamação, a primeira resposta a atuar no organismo é a Resposta Imune Inata, que está presente o tempo todo e é mais rápida, ativada algumas horas depois do ocorrido. Já a Resposta Imune Adaptativa é a mais lenta, só é ativada dias depois. Se os sinais da inflamação persistirem por mais de 1 semana, já é a Resposta Imune Adaptativa. A Resposta Imune é dividida em Inata e Adaptativa. Se a Resposta Imune Adaptativa é uma Resposta Imune Primária (primeira vez que o organismo está em contato com o antígeno), pode demorar de 5 a 7 dias para ser ativado. Quando já é uma Resposta Imune Secundária (segunda vez em contato com o antígeno), em torno de 3 dias essa resposta já vai estar atuando. Giovanna Lopes A pele é importante como uma barreira porque em casos de queimadura, por exemplo, ocorre uma abertura se tornando uma porta de entrada para bactérias entrarem no organismo. A mucosa íntegra também impede a entrada de patógenos. Quando se fala em HIV e é observada a taxa de transmissão entre casal homossexual e heterossexual, observamos que que a taxa entre homem que se relaciona com homem é muito maior, porque a mucosa anal tende a se lesionar com mais facilidade do que a vaginal, expondo o indivíduo ao HIV. Então, é importante que a mucosa sempre esteja íntegra. Os fagócitos (células que realizam a fagocitose), principalmente a célula dendrítica que apresenta o antígeno ao linfócito no linfonodo para iniciar a resposta imune. Também há outras células que fazem degranulação (eosinófilos, basófilos, mastócitos...) e que induzem apoptose (NK, NKT...) A proteína do Sistema Complemento atua com a Imunidade Humoral. Na maioria das vezes, mesmo com baixo potencial a Resposta Imune Inata consegue resolver a ameaça, sem precisar ativar a Resposta Imune Adaptativa. A Inata sabe o que são bactérias, vírus, helmintos, mas tem dificuldade em distinguir um do outro. Mesmo encontrando o mesmo vírus várias vezes, a intensidade da Inata vai ser a mesma, combatendo o patógeno inicialmente da mesma forma. Segmentando a Resposta Imune Inata, precisam ocorrer 4 eventos principais para que ela seja desencadeada: Indutores, Sensores, Mediadores e Efetores. O Indutor é percebido por um sensor (molécula que vai sentir a presença do indutor). O sensor vai liberar os mediadores (moléculas solúveis – citocinas, quimiocinas) que vão atuar em células e órgãos que são os efetores. Indutores exógenos = vem de fora = microrganismos (vírus, bactérias, fungos, helmintos) e alérgenos também (alergia – resposta imune TH2) - Fumaça de cigarro, sílica, mercúrio poluentes... = alérgenos (podem fazer mal e não são microrganismos). Tudo é fator exógeno e se respirar muito pode ter uma inflamação decorrente desses fatores. Então existem substâncias que não são patógenos e vem de fora que podem causar uma inflamação no pulmão, na pele, ou em outros locais. Indutores endógenos = já estão com a gente. Por exemplo, uma célula íntegra é lesada a partir de um espinho que furou seu dedo. Quando você lesiona essa célula você joga pra fora da célula o que estava dentro do citoplasma e do núcleo. Isso então vai ser percebido pelos sensores do organismo e é iniciado uma resposta imune. Células sob estresse colocam sobre a membrana algumas proteínas, que pode ser de forma exagerada ou elas podem diminuir esse padrão de proteínas, o que também vai ser percebido pelos sensores do organismo. Então, conseguimos identificar que aquela célula está sob estresse a partir do perfil de proteínas que ela expressa na sua superfície. A necrose é quando a célula morre por morte matada, produzindo resposta inflamatória. A apoptose é a morte natural da célula que não induz inflamação. Os indutores se dividem em PAMP e DAMP. PAMP = as bactérias podem mutar igual aos vírus, mas tem algumas moléculas que precisam ser conservadas nesses microrganismos, ou seja, que não podem sofrer mutação, não podem mudar muito. Essas moléculas conservadas é que são identificadas pelo Sistema Imune. Por exemplo, o vírus tem uma faixa de DNA ou RNA que só o vírus tem e mais ninguém. A bactéria vai ter a LPS, flagelina ou peptideoglicano, que nós não temos. Então essas são moléculas conservadas das bactérias que nós identificamos. A mesma coisa acontece nos fungos, que possuem as detectinas que são identificadas e só o fungo possui. Então, esses padrões conservados são chamados de PAMPs. Nem sempre uma inflamação vai ser associada a um microrganismo (inflamação infecciosa). Às vezes, pode estar ocorrendo uma inflamação estéril, causa pelos indutores endógenos. Por exemplo, furei meu dedo, mas não entrou bactéria, só tem mesmo a lesão ocasionada pelo espinho. O IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) que também pode haver necrose das células do miocárdio. Essa necrose pode induzir uma inflamação, sem bactérias no local também, sendo chamada de inflamação estéril. A gota ocorre quando há excesso de ácido úrico que provoca uma inflamação estéril (sem a presença de um patógeno) em alguns pontos das articulações, sendo muito relacionado à alimentação. Então, uma inflamação pode ser ocasionada por um patógeno ou por outro componente, podendo ser autoimune, um câncer ou um indutor endógeno. Os sensores são moléculas que estão na superfície e dentro das células que são capazes de perceber e se ligarem aos indutores. Identificam aquele padrão conservado em alguns patógenos. Exemplos de sensores: Toll (TLRs) foi identificado primeiro nas moscas (drosófilas – mosca das frutas), que identificaram que a mosca tinha um receptor que identificava as bactérias. Parece que Toll significa “que legal!” em alguma língua estranha aí (no idea). Como nós temos um receptor igual o da mosca, ficou “Toll like receptors” – Receptor Igual ao da Mosca, Receptor Semelhante ao Toll (tooop), porque foi identificado primeiro na mosca e depois nos humanos. Até hoje já existem mais de 15 tipos de Tolls. Existem Tolls que ficam na membrana extracelular (pro lado de fora) e ele identifica padrões conservados principalmente de bactérias. Existem Tolls que ficam em vesículas dentro da célula, que identifica tanto DNA quanto RNA, tanto de vírus quanto de bactérias. Também existe o receptor do tipo NOD (NOD like receptors), que também identificam bactérias. Existe um receptor do tipo RIG, que reconhece RNA viral. Há também um sensor de DNA citosólico, que reconhece DNA microbiano. Esses DNAs e RNAs citados são diferentes dos nossos, pois são padrões conservados de microrganismos. É necessário que saibamos quem é o indutor, se é exógeno ou endógeno, quem é o sensor e quem são os mediadores e os efetores. Sobre os 13 ou 15 tipos de Toll, cada um deles se ligam, como o Toll 4 (ou TLR 4) se liga ao LPS, o Toll 5 (ou TLR5) que se liga à flagelina bacteriana, o Toll 2 e Toll 6 (ou TLR 2 e TLR 6) que formam um heterodímero que se ligam aos lipopeptídeos bacterianos.... Geralmente, os Tolls que estão do lado de fora da membrana identificam bactérias, e os Tolls que estão do lado de dentro identificam DNA e RNA (fita simples ou dupla), tanto bacteriano quanto viral. Não são iguais aos anticorpos que são infinitos, mas temos bastantes sensores para identificar logo de cara esses componentes. Todos esses sensores citados são relacionados ao PAMP (P de patógeno) Quando furamos o dedo em um espinho ou em um instrumento, uma célula é rompida = injúria tissular Na injúria tissular é liberado conteúdo do citoplasma e do núcleo, então se os sensores identificam um DNA ou RNA nosso fora da célula, o corpo entra em alerta, porque essas moléculas deveriam estar dentro da célula = tem algo de errado O DNA e o RNA fora da célula vai ser reconhecido pelo Toll 3 e Toll 9. Um fragmento de um tecido (hialuronidase) e o sulfato de heparina são reconhecidos pelo Toll 4, e outras proteínas (HMGB – Toll 2 e 4, ATP, HSP – Toll 4) que deveriamestar dentro das células e são reconhecidas fora da célula pelos Tolls. Ácido úrico que causa a gota também é reconhecido pelo NALP 3. O mesmo Toll pode reconhecer tanto o PAMP (fatores externos) quanto o DUMP (fatores internos). Apoptose (morte programada da célula) = ocorre quando a célula sente que tem que morrer, então ela começa a produzir várias vesículas, mas sem liberar nada, todo seu conteúdo celular fica dentro das vesículas. Então vem uma célula (geralmente os macrófagos), fagocita essas vesículas e eliminam esses fragmentos encapsulados dessa célula. Neste caso não induz resposta inflamatória. Necrose = em caso de hipóxia, por exemplo, faz com que a célula se rompa, exploda, ela morre gritando. Quando a célula morre gritando, por necrose, ela libera os DUMPs. Esses DUMPs então são reconhecidos pelos receptores e então se inicia uma reação inflamatória. Então quando não está na hora da célula morrer e ainda assim ela morre, ela tem que avisar o corpo = a inflamação ajuda a identificar a célula necrótica que tá morrendo e vai investigar o que tá acontecendo. Os sensores do tipo Toll são os mais comuns e os mais estudados. Uma vez que o indutor se liga no sensor, ele vai ativar os mediadores. Agem em outras células e em outros órgãos e tecidos. O indutor é a flagelina (é aquele rabinho da bactéria que só tem nela – serve pra locomoção), classificado como um PAMP (indutor exógeno). Então, a flagelina é um PAMP. O sensor é o receptor Toll 5 (ou o TLR 5). A flagelina se liga no Toll 5 que induz citocinas e fatores de crescimento, que vão atuar no recrutamento de células imunes. O Toll 5 ativa uma cascata de coagulação, o NF-kB, que vai induzir os mediadores, que são as citocinas, fatores de crescimento, proteínas inflamatórias, que vão atuar nas células imunes, os efetores. Começando com uma célula necrótica que rompe a membrana e libera os conteúdos do citoplasma, os DUMPS, que são identificados pelos sensores, provavelmente do tipo Toll, e aí as células vão produzir os mediadores pró-inflamatórios (a favor da inflamação) que vão atuar na musculatura do vaso, ocorrendo a vasodilatação, e vai chamar outras células pra trabalhar no local (macrófago, neutrófilos, anticorpos...) Esse processo é o que ocorre na resposta imune basicamente. Existem vários tipos de mediadores, como os que fazem a inflamação, vasodilatação, que aumentam a permeabilidade vascular, que chama outros leucócitos (quimiotaxia – que vai na direção ou contra a um determinado estímulo químico) com o recrutamento, que causam febre, dor e lesão tecidual. A bactéria se liga em um heterodímero do Toll e logo abaixo haverá uma cascata de coagulação que vai liberar os mediadores (citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão e coestimuladores). Então, os mediadores são produtos que a célula vai produzir quando ocorre a ligação do indutor com o sensor, e que vai ser percebido no nosso organismo agindo em outras células e em outros órgãos. Em casos de dupla fita de RNA (apenas em vírus), é ativado a cascata que vai aumentar o número do intérfaro do tipo I (IFN-1) = citocina que atua como mediador e que combate melhor o vírus, que alerta as células a se esconderem da invasão dos vírus, e é usado pelos vírus para se replicar = induz o estado antiviral. Quem produz muita citocina são as células dendríticas plasmocitoides. A febre acontece para o nosso corpo sinalizar que tem alguma coisa de errado. Geralmente, acontece com mais frequência quando é relacionada a algum patógeno (bactérias, vírus), quando há uma inflamação infecciosa, um PUMP. Mas a febre também pode estar relacionada a uma inflamação estéril, como, por exemplo, um câncer, uma doença autoimune... O primeiro pensamento para febre é a invasão por patógenos, depois é preciso verificar outros fatores, os DUMPs. Mecanismo da febre = mediadores são liberados, mas alguns desses mediadores (TNF, IL-1 e IL-6) vão agir direto no hipotálamo e este vai elevar a temperatura do nosso corpo. Quando isso ocorre até um determinado percentual, o corpo sai da temperatura ótima das bactérias e alguns vírus patogênicos (muda de 36ºC para 37,5ºC, por exemplo), fazendo com que eles diminuam as suas replicações. Por isso que quando crianças começam a ter um pouco de febre, não é bom entrar logo com um antitérmico, o ideal é fazer medidas não medicamentosas, como um banho gelado, um paninho molhado, compressa de água fria, porque a febre tem uma função benéfica ao nosso organismo até um certo ponto. Assim como na vacina que não é indicado tomar um antitérmico antes de tomar a vacina, pois é importante que tenha uma inflamação, que caso seja bloqueada irá diminuir o potencial da vacina. O ideal é que se medique pra febre a partir de 38ºC. Se a febre não baixar e continuar, aí já pode entrar com medicamentos, porque uma febre muito alta pode dar convulsão febril (se permanente acima de 39ºC). Isso é ainda mais sensível em crianças, que podem apresentar a convulsão febril a partir de 37,5ºC, onde já é necessário entrar com um antitérmico. O antitérmico, para abaixar a febre, ele aumenta a febre mais um pouco, e depois abaixa. Então, nesse aumento de temperatura causado pelo antitérmico, a criança pode vir a ter uma convulsão. Logo, o ideal é fazer uma medida não medicamentosa (banho), para só depois entrar com um antitérmico. IL-1 e IL-6 são citocinas que estão em todo canto e são mediadores, que vão atuar também no fígado, que vai começar a produzir as proteínas de complemento, proteínas da coagulação, proteínas inflamatórias... Isso tudo vai aumentar e vai gerar mais inflamação. A PCR (proteína C reativa) é produzida pelo fígado. E na medula óssea também temos os mediadores, o TNF, IL-1 e IL-6, ocorrendo a produção de algum leucócito, por exemplo, se está diante de uma bactéria se produz um neutrófilo, se está diante de um vírus se produz um monócito ou uma célula NK. Então, diante de um perfil de citocinas eu vou aumentar um perfil celular que está sendo necessário. Não ocorre o aumento de qualquer célula, e sim de células que são necessárias para combater aquele tipo de infecção. E no local de inflamação, por exemplo, um dedo furado, a primeira coisa que acontece é a vasodilatação (o vaso aumenta de calibre). Além disso, as células se descolam um pouco uma das outras, o que caracteriza o aumento da permeabilidade. Isso se deve ao fato de que é necessário se passar células, citocinas, proteínas... Quando essas proteínas passam, isso vai gerar o edema (passagem de líquido com um monte de células, um líquido bem carregado para o espaço extracelular), que ajuda a combater infecções no local lesionado. Os indutores endógenos podem ocorrer simplesmente por uma lesão na pele ou na mucosa. Cada célula diferente possui Tolls em suas superfícies. Quando as células identificam os indutores através dos sensores, elas passam a produzir os mediadores. Os mediadores são citocinas que atuam no cérebro, no fígado, na medula óssea, no vaso (aumento da permeabilidade, vasodilatação; quimiocinas, que atraem células leucocitárias pro local; os derivados do ácido aracdônico, como os eicosanoides, prostaglandinas, histamina (derivada do mastócito, faz vasodilatação). Esse caminho todinho é pra gerar uma INFLAMAÇÃO. Na inflamação, existem os sinais cardinais da inflamação (fluogísticos). 1- CALOR 2- RUBOR (fica vermelhinho) 3- EDEMA (fica inchado) 4- DOR 5- PERDA DE FUNÇÃO Às vezes não se chega até a perda de função, para nos 4 sinais, mas em outros casos pode-se evoluir até isso. No local de um corte ocorre a vasodilatação do local e mais na frente o vaso se encontra normal, causando um concentrado de hemácias nesse local. As hemácias são vermelhas e quentes. Então, essa concentração de hemácias pela vasodilatação já vai causar o calor e o rubor. Em situações de nervosismo, por exemplo, ocorre uma vasoconstriçãoperiférica e uma taquicardia que irriga cérebro e órgãos – instinto de fuga, deixando o rosto vermelho (com rubor) em razão da adrenalina correndo pelo corpo. Com o aumento do aporte sanguíneo, a pessoa sente o rosto esquentar e a ficar vermelho. Quando se tem uma lesão, além da vasodilatação, ocorre o aumento da permeabilidade vascular. Então, as células do endotélio vão dar um espacinho entre uma e outra para aumentar a passagem de líquidos que é rico em células, proteínas, anticorpos... Esse líquido bem carregado de componentes vai para o espaço extravascular, causando o edema. A dor pode ser desencadeada pelos mediadores de dor (bradicinina, prostaglandinas). As células possuem uma sensibilidade para dor, então os mediadores de dor diminuem essa sensibilidade para sentirmos mais dor e sinalizar para o corpo que tem algo de errado. Outro fator é quando o edema acaba comprimindo um nervo, e a compressão daquele nervo causa a dor, e conforme vai diminuindo o edema, a dor vai melhorando também. A perda de função é quando a célula que foi lesionada não consegue ser substituída por uma célula nova, tendo que ser substituída por uma fibrose (tecido conjuntivo em formação durante um processo de cicatrização). A fibrose faz a função estrutural, mas não cumpre o papel funcional. Ela substitui o tecido, mas não faz a função daquele tecido. É o que aconteceu com o COVID, que fazia uma infecção pulmonar e o corpo respondia matando algumas células do pulmão, que não são capazes de se regenerar, ocorrendo então a fibrose (depois do COVID o tecido pulmonar se encontrava fibrosado). Sinais da imagem: calor, rubor, dor, edema Ocorre a injúria (lesão do tecido), fica com rubor e edema no local e fica dolorido. A cicatriz que resulta dessa lesão é chamada de perda de função (fibrose), pois não foi substituído um tecido epitelial normal. No queloide também é uma perda de função exagerada, é uma cicatrização com hipertrofia. Chega a ser uma disfunção, com pessoas mais propensas a desenvolverem isso. A pele mais pigmentada também tem essa tendência. Normalmente, o espaço extravascular tem pouquíssimas células. Em um tecido inflamado, ocorre a vasodilatação e o aumento de fluxo de líquido rico em células para o espaço extravascular. Transudato = é quando é um líquido transparente, sem muitos componentes. Exsudato = líquido inflamatório cheio de proteínas e células e causa o edema (extravasamento de proteínas plasmáticas e migração de células. Muitas vezes a Resposta Imune Inata consegue lutar contra o patógeno sozinha, mas em outras ela precisa da Resposta Imune Adaptativa = chama o reforço = linfócitos B e T. As células apresentadoras de antígenos (células dendríticas) fazem a ligação entre a Resposta Imune Inata e a Adaptativa. O linfócito TCD4 não reconhece o antígeno sozinho, obrigatoriamente a célula dendrítica precisa apresentar esse antígeno pra ele. Se o linfócito T é colocado na frente do antígeno, nada acontece, não produz resposta. O linfócito T não lida diretamente com os antígenos, ele precisa de um intermediário (APC). Então, pra funcionar é preciso do linfócito T + antígeno + célula apresentadora de antígeno (que também vai fagocitar). A APC fagocita um pedacinho do antígeno e apresenta ao linfócito T para então iniciar uma resposta. Isso só é necessário para o linfócito TCD4 e TCD8. O linfócito B consegue reconhecer o antígeno diretamente. Uma vez que a célula apresenta um antígeno, é iniciada uma resposta. Só que não existem respostas iguais, e sim uma resposta específica para cada patógeno. Respostas possíveis = Th1, Th2, Th17 (resposta inflamatória) e Treg (tenta conter a resposta inflamatória). Sobre a Resposta Imune Adaptativa ser tardia, se for primária ela leva cerca de 5 a 8 dias para ser ativada, e se for secundária (segunda vez que encontro esse patógeno) ela demora de 3 a 4 dias. A célula dendrítica fagocita um pedaço do antígeno e vai lá pro linfonodo apresentar ele ao linfócito T, que o reconhece, faz a diversidade, se especifica pra ele, e depois vão ser ativados os linfócitos efetores. As principais células capazes de apresentar o antígeno para os linfócitos TCD4 e TCD8 são as células dendríticas, o macrófago e o linfócito B (tanto o inato quanto o adaptativo), mas existem várias = se ligam, endocitam e apresentam por outro receptor que não são anticorpos. Célula dendrítica apresenta a um linfócito específico que vai sofrer expansão clonal. Uma vez que eu tenho vários linfócitos específicos, aí começa a fase efetora, que são as ativações do linfócito. Então, o linfócito B vira um plasmócito, que vai liberar muitos anticorpos, e o linfócito T vai mandar as células fagocitarem e vai ativar outras células, vai sinalizar a medula óssea para produzir células. Já o linfócito TCD8 já consegue matar direto os microrganismos intracelulares = eliminação dos antígenos (por Resposta Imune Humoral – anticorpos, ou Resposta Imune Celular). Uma vez que o antígeno foi eliminado, as células efetoras que foram produzidas em excesso já não servem mais, então elas entram em apoptose, uma morte que não gera inflamação. Restam então apenas as células de memória. Essa contração pra indução de apoptose é chamada de homeostasia (volta ao nível que era normal), porque só precisamos desse monte de células efetoras quando há um patógeno presente. Em um hemograma, nós conseguimos visualizar o aumento das células, e quando a pessoa melhora ocorre a diminuição do número = homeostasia RESPOSTA TH = T HELPER = T AUXILIAR Perfil de resposta Th1 Responsáveis pelos patógenos intracelulares (obrigatoriamente os vírus e algumas bactérias intracelulares – tuberculose, hanseníase). Quando há uma célula infectada intracelularmente, os anticorpos serão ativados para quando esse vírus ou uma bactéria estiver do lado de fora da célula, irá ocorrer uma opsonização deles. Os macrófagos já infectados também serão ativados para ver se conseguem identificar e matar esses microrganismos que já estão dentro deles. Geralmente, o anticorpo mais presente nesse tipo de resposta é o IgG (excelente opsonizador e anticorpo de memória). Então, os componentes dessa resposta vão identificar e matar antígenos intracelulares. Então, o perfil da resposta Th1 é um perfil de macrófagos, células que matam células que estão infectadas (linfócito T citotóxico e célula NK) Geralmente, em um hemograma que demonstra uma infecção intracelular, os macrófagos e os linfócitos estão em níveis aumentados (células mononucleares) em resposta aos componentes infecciosos intracelulares. Nessa resposta, vou pensar sempre em helmintos e em alergias crônicas. Em casos de helmintos, a célula mais elevada é o eosinófilo. O eosinófilo mata o helminto se ligando ao IgE, o anticorpo presente nessa resposta. Essa resposta também provoca uma hipermotilidade do intestino. O paciente pode sentir cólicas. Isso acontece na tentativa do corpo de liberar mecanicamente esse verme e esse muco que se encontra no intestino. No caso das alergias crônicas, o padrão de resposta também é eosinofílico. A reação se inicia no mastócito e depois passa para o eosinófilo (rinite alérgica, asma, alguns tipos de dermatites). O linfócito Tfh (T folicular) serve pra induzir o linfócito B a produzir principalmente o IgE. Foi uma das últimas respostas a serem descritas. Essa resposta trata de patógenos extracelulares, principalmente bactérias e fungos. A diferença é que na resposta para bactérias, isso desencadeia um quadro agudo = o paciente não tinha nada e depois de 3 dias ele passou a ter alguma coisa. Já no fungo, isso desencadeia um quadro crônico, em razão de demorar mais para se reproduzir. Ocorre a proliferação da resposta (células) Th17 e a célula que aumenta demais são os neutrófilos (predominância). Quando o neutrófilo morre ele vira pus, então as feridas com pusprovavelmente ativaram uma resposta Th17 e uma provável infecção bacteriana. Como se trata de uma resposta principalmente de mucosa e de pele, essa resposta fecha as barreiras epiteliais, aumentando o número de desmossomos pras células ficarem bem coladinhas, a fim de impedir o patógeno de entrar. Além disso, essa reposta aumenta a secreção de peptídeos antimicrobianos para combater esses patógenos. Os anticorpos presentes nesta resposta são o IgG e o IgA (anticorpo para mucosa). A resposta T reg serve pra controlar a resposta Th (T helper). Quando a resposta Th está se excedendo e prejudicando inclusive meu organismo, ela é parada pela resposta T reg. Na imagem, as células T regulatórias estão inibindo as células T efetoras. Isso é importante porque, às vezes, o dano causado no organismo não é nem pelo patógeno, e sim pelo excesso de resposta imune, que pode acabar com o pulmão, fígado, com órgãos vitais do corpo. Na inflamação, a função da célula T regulatória é inibir o excesso de resposta da célula T helper. Quando não há inflamação, o organismo está em homeostase, a função da célula T reg é impedir que o corpo reaja contra as bactérias e fungos comensais (do bem). As células T reg estão na mucosa liberando citocinas anti-inflamatórias pra que a gente não reaja a essas bactérias que nos ajudam. Possuem dupla função: tanto na inflamação quanto na hemostasia. O linfócito B só se ativa depois da ordem do linfócito T = é dependente Quando há um contato com o vírus da dengue, por exemplo, há uma resposta pra ele com uma demora de 5 a 7 dias para se ter a primeira resposta. Depois de 2 semanas, o vírus foi eliminado e a resposta diminui. Se eu encontrar o vírus da dengue de novo, em 3 dias ocorre um pico de resposta, mais produção de células B, anticorpos, células T do que na resposta primária. A resposta secundária em geral é melhor e mais rápida do que a resposta primária e deixa o paciente assintomático ou com sintomas mais leves. Se você encontra outro vírus, é preciso fazer uma outra resposta primária. As células que restam que são as de memórias são bem maiores na resposta secundária do que na primária. Quando alguém pega malária pela primeira vez, os sintomas são muito severos. Quando já a quarta vez ela tem uma sintomatologia mais leve, dificilmente não haverá sintomas. Quando eu não consigo eliminar esse patógeno ou indutor, e esses elementos persistem, ele sai da inflamação aguda e vira uma inflamação crônica. A inflamação crônica é a persistência de determinado antígeno no corpo. Na inflamação crônica ocorre muita ativação de células que acabam degradando o tecido e perdendo uma parte dele. No RX, essas áreas esbranquiçadas no pulmão sugerem uma fibrose e uma insuficiência cardíaca = fumante Vão ter hepatite crônica as pessoas que bebem muito ou que fazem uso de medicação muito agressivas. Essa doença pode evoluir pra uma cirrose, que pode evoluir para um câncer, o hepatocarcinoma = tudo porque não foi possível retirar o indutor A mão na imagem é de artrite reumatoide, doença que faz com que o Sistema Imune destrua o osso, e quando o osso é recomposto não é feito da maneira correta = a mão vai se deformando, a pessoa não consegue abrir a mão, não fazem movimentos finos (digitar, escrever, se maquiar) dependendo do grau de lesão. As principais características da Inflamação crônica é que eu mudo o perfil celular. Quase obrigatoriamente existem aqui células mononucleares = linfócito e macrófago Na tuberculose ocorre a formação de um granuloma = macrófagos no meio e linfócitos ao redor = é uma inflamação crônica = serve pra isolar um patógeno que eu não consigo me livrar = quando isso acontece, muito tecido se perde = bactéria, ao redor dela tem macrófagos não infectados, ao redor deles tem linfócitos = contenção para não se expandir pelo corpo No pulmão pela tuberculose = granuloma = perda de tecido pulmonar = granuloma caseoso = incapacidade de trocas gasosas pra ficar com esse monte de células que formam o granuloma = perde espaço Destruição de tecido = troca de um tecido bom por um tecido granulomatoso ou por um tecido de fibrose Na fibrose, obrigatoriamente ocorre a perda de função Inflamação aguda = neutrófilo e mastócito Inflamação crônica = células mononucleares = monócitos/macrófagos e linfócitos (eosinófilos no caso da resposta Th 2)