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Base Teórica Para a realização do trabalho, baseamos nossa intervenção sobre alguns teóricos e suas contribuições para a aprendizagem, pois como psicólogos escolares devemos auxiliar a equipe da escola a lidar com problemas do dia-a-dia, e como nosso tema aborda a questão da matemática e da aprendizagem, escolhemos alguns que sanassem nossas duvidas Ubiratan D’Ambrósio explica o conceito de etnomatematica, que é fazer matemática algo vivo, lidando com situações reais no tempo e no espaço, para Ubiratan (que criou esse conceito), a etnomatematica é a matéria praticada por grupos culturais, em que trabalhar a teoria é indispensável, mas na pratica que os conhecimentos se consolidam e ganham sentido, gerando novos conhecimentos. A etnomatematica busca alternativas metodológicas que facilitem o aprendizado dos estudantes, quando o assunto é etnomatematica, a pratica é necessária para os professores dessa disciplina, santos (2007) mostra que os alunos têm que perceber que de alguma forma eles já sabem algo ao chegarem na escola, sobre o assunto da aula, podendo assim, torna-los interessados e envolve-los com o tema discutido. Vygotsky colaborou com o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) a qual se refere a distância entre aquilo que o aluno já sabe e o que foi assimilado , isto é , quilo que ele consegue fazer sozinho e que com a ajuda de outras pessoas ele pode aprender e conseguir fazer sozinho, a ZDP da criança é a distância entre seu desenvolvimento real que se costuma determinar através de solução de problemas e etc., com a zona de desenvolvimento proximal , que deve acontecer a intervenção pedagógica , com isso chegamos a aprendizagem em que é um processo que o indivíduo se apropria de informações e conhecimentos que são apresentados a ele por meio da interação com o meio. Para Vygotsky o indivíduo se desenvolve a medida que interage com o meio e com outros indivíduos através do movimento de internalização e externalizaçao, nisso o aluno tem o papel ativo no processo de aprendizagem e desenvolvimento, no construtivismo a aprendizagem parte do ponto de vista que a assimilação deve ser significativa para o sujeito que aprende , e nesse processo a aprendizagem deve estar estruturado nas vivencias cotidianas do aprendiz e nas suas necessidades, tonando-se significativa para ele, requerendo assim que o mediador utilize as ferramentas que conheça bem (Richit, 2004). Freire, 1996 mostra que educar é construir é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, no entanto, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e pratica , de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado a sua pratica ,Freire mostra que os conteúdos aprendidos podem até não ser importantes , mas os processos por traz sim, um exemplo e quando um professor cansado passa o conteúdo de qualquer forma e mata a curiosidade do aluno, portanto o professor deve instigar e influenciar o aluno a interessar pelo conhecimento, por isso ele deve estudar planejar e pesquisar, para ser cada vez melhor e mais dinâmico , se moldando a sala e não sendo o mesmo todos os anos, como Freire mesmo já disse, tendo 10 anos de experiência e não 1 ano repetido 10 vezes. Também devemos lembrar das fases de Piaget , especificamente no intervalo entre o operatório concreto e no operatório formal, pois no operatório concreto que acontece entre os 7 aos 11, 12 anos o indivíduo tem a capacidade de relacionar e classificar a partir de objetos e situações concretas, e no operatório-formal que ocorre depois dos 11 ou 12 anos, o indivíduo tem a capacidade de pensar logicamente , formulando hipóteses e buscando soluções sem depender dó da observação e da realidade, ou seja, não adianta nada planejar uma aula muito boa se o aluno não estiver na fase do desenvolvimento que propicia isso, ele deve portanto estar no mínimo com mais de 8 anos para começar aprender algo no matemática (Terra, 2002) Pratica Nossa pratica consiste em focar no conhecimento cotidiano dos alunos para a partir do mesmo expandir para o conhecimento matemático do currículo da escola , no caso clinico o problema era no ensino das frações e por tal motivo decidimos usar um texto sobre a história das frações que se encontra no anexo I, posteriormente juntamente com a sala e a parceria das cantineiras, pensamos em fazer um bolo de cenoura , já que no caso clinico aparece esse elemento como principal fonte de renda, a receita pode ser feito por todos na sala de aula e posteriormente ser levado para a cantina para assar, depois é bom junto com os alunos dividir o bolo no tanto de alunos presentes, como fizemos na sala, como eram 33 alunos e 2 bolos, dividimos cada bolo em 33 pedaços para dar 2 para cada, mas pode-se trabalhar várias razoes em cima da divisão , e em cima da receita com as medidas (receita do bolo no anexo II), para o bolo de cenoura ter uma contextual idade melhor também sugerimos trabalhar a origem do bolo de cenoura, o que consta no anexo III. A partir da pratica podemos perceber que o conhecimento a respeito do bolo de cenoura, ensina os alunos noções de matemática, história, português e a medida do possível o professor responsável pode usar da interdisciplinaridade para chamar os alunos e outros professores para aprender um pouco mais sobre os alunos e os elementos que os permeiam Bibliografia Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. Richit, A. (2004). IMPLICAÇÕES DA TEORIA DE VYGOTSKY AOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO EM AMBIENTES MEDIADOS PELO COMPUTADOR. São Paulo: UNESP de Rio Claro. Santos, B. P. (2007). Paulo Freire e Ubiratan D'Ambrosio: contribuiçoes para a formaçao do professor de matematica no Brasil. São Paulo: USP. Terra, M. R. (2002). O DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TEORIA DE PIAGET. Fonte: unicamp publicaçoes: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm ANEXO I Desde muito cedo, a humanidade pressentiu a existência de outros números, além dos números inteiros. Por exemplo, por força das circunstâncias, muitas vezes, um caçador via-se obrigado a repartir um peixe ou uma outra caça, isto quando só lhe restava uma única unidade. Sendo assim, dividia a mesma em duas partes iguais, ou em quatro partes, ou ainda em um número maior de frações, dependendo do número de pessoas que se encontravam para saciar sua fome. Neste caso, ele já estava usando seus conhecimentos espontâneos sobre frações. De fato, o estudo das frações surgiu no Egito às margens do Rio Nilo para demarcação de terras. Já os babilônios usavam as frações para registros de suas transações comerciais, representando com os mesmos valores monetários próprios de sua cultura. Por exemplo, metade ou um meio (1/2) chamavam de ardalha e a quarta parte ou um quarto (¼) chamavam de pada. na a Idade do Bronze parece ter surgido à necessidade do conceito de fração e de notação para frações, o que o levou a criar simbulos para as quantidas o estudo de frações surgiu no Egito às margens do rio Nilo, pela necessidade de se realizar a marcação das terras que se encontravam a margem do mesmo. No período de junho a setembro, o rio inundava essas terras, levando parte da marcação. Logo, os proprietários destas terras tinham que remarcá-las. A marcação destas terras era realizada pelos geômetras dos faraós, que utilizavam cordas como unidade de medida, denominados estiradores de cordas. A marcação era realizada da seguinte maneira: esticava-se as cordas e assim se observava quantas vezes aquela unidade de medida estava contida no terreno. Como a medida dos terrenos, na sua maioria, não era dada exatamente por números inteiros, surgia então a necessidade de um novo conceito de número, o número fracionário. Os egípcios usavam frações unitárias, ou seja, com o numerador um dividido por um número inteiro, como por exemplo: ½, 1/3, ¼,... Eram denominadas frações egípcias. As frações unitárias eram representadas por inscrições hieroglíficas, como exemplo a fração 1/8 erarepresentada da seguinte maneira .Todas as frações tinham este sinal oval na parte superior, e o outro número com sua respectiva representação, como 1/20 que era representado por Encontramos em alguns registros, a substituição do sinal oval por um ponto, colocado sobre uma cifra, como no Papiro de Ahmes, a fração 1/8 é representada como e 1/20 como . Os egípcios utilizavam muitas frações, mas a fração 2/3 era considerada a fração geral representada pelo sinal hierático , utilizada como base para as operações fracionárias, não como uma regra elementar, mas sim como parte de um processo, que sem o uso da mesma seria incompleto. Então para se obter um terço de um número, os egípcios primeiramente encontravam os dois terços, para em seguida, calcular a metade do valor obtido. ANEXO II Receita do bolo 3-cenouras grandes 4-ovos 1-Chavina de óleo 2-Chavinas de açúcar 3-Chavinas de farinha de trigo 1-colher de sopa de pó Royal Cobertura (que fica dura) 2-Chavinas de açúcar 2-Chavinas de toddy 1-Chavina de agua Modo de preparo Bata no liquidificador as cenouras, os ovos, a açúcar, depois de estar homogêneo, bata a farinha de trigo até ficar na consistência certa, após isso coloque o pó Royal e bata mais um pouco e já leve ao forno. A cobertura misture tudo e leve ao fogo até começar a ver o fundo da panela (Obs.: 1 Chavina e = 200ml) ANEXO III Origem Bolo De Cenoura na Idade Média, quando o açúcar era um artigo raro e luxuoso, as cenouras eram frequentemente utilizadas em bolos e sobremesas devido ao seu alto conteúdo de açúcar. Na Grã Bretanha, os carrot puddings começaram a aparecer em livros de receitas já nos sécs. XVIII e XIX, e o uso das cenouras em sobremesas foi reavivado durante a 2ª Guerra Mundial, quando os suprimentos de açúcar se tornaram escassos. Nesses séculos, o mesmo autor cita que os bolos preparados com raízes cruas eram comuns, e além da cenoura, a batata, a beterraba e duas outras raízes que não temos aqui - parsnip (Pastinaca sativa, "uma cenoura pálida") e turnip (Brassica rapa L., uma espécie de nabo) também eram utilizados, mas, de todos essas raízes, com certeza a cenoura é a representante que sobreviveu bravamente aos tempos. Certamente, esse bolos que ele cita eram bolos bastante pesados, bem ao estilo Europeu. E, finalmente, encontro a resposta à minha pergunta inicial. Bo Friberg afirma que o bolo de cenoura (com as características de um bolo "moderno") definitivamente é uma invenção Norte Americana. Nesse caso, ele conteria cenoura crua ralada, uvas passas, nozes e especiarias e tradicionalmente seria recheado e coberto com um creme feito à base de cream cheese. Acredito que as receitas atuais de bolos de cenoura que conhecemos no Brasil certamente descendem daqueles carrot puddings ingleses e de pesados bolos Europeus, os quais, ao longo dos anos e sofrendo adaptações ao paladar de nosso país tornarem-se mais leves , o bolo de cenoura tal como o conhecemos no Brasil é uma criação européia, então ele provavelmente foi trazido para as regiões sul e sudeste (onde se concentrou um grande número de imigrantes europeus), depois espalhando-se para outras regiões (no final da década de 80 virou moda dos naturalistas de Ipanema e depois tomou conta do Rio). Mas, especulações à parte, esse bolo de cenoura inglês pesadão e cheio de nozes e especiarias dentro e coberto de cream cheese com açúcar é mais inglês do que americano.