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LANÇAMENTOS-TRIBUTÁRIOS-DIAGRAMADA

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Lançamentos Tributários 
 
 
 02 
 
 
 
1. Lançamento Tributário 4 
 
2. Características do Lançamento Tributário 10 
 
3. Modalidades de Lançamento Tributário 13 
3.2. Lançamento de Ofício 16 
3.3. Lançamento por Homologação 18 
Material Complementar 22 
 
4. Referências Bibliográficas 24 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
1. Lançamento Tributário 
 
 
Fonte: www.aurum.com.br1 
 
 lançamento tributário é um 
instituto próprio do Direito 
Tributário e alguns autores o carac-
terizam até como anomalia desse 
ramo do direito. Deste modo, en-
tende-se que o lançamento tributá-
rio é extraído das próprias peculiari-
dades que caracterizam a obrigação 
tributária em face das demais obri-
gações do ordenamento. 
De acordo com Roberto Ca-
parroz, o lançamento é um ato admi-
nistrativo, conforme expressa: 
 
O lançamento corresponde a 
um ato administrativo vincu-
 
1 Retirado em www.aurum.com.br 
2 CAPARROZ, Roberto. Direito tributário esquematizado / Roberto Caparroz. – Coleção esquemati-
zado® / coordenador Pedro Lenza – 4. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 572. 
lado e obrigatório para a autori-
dade fiscal, que deverá praticá-
lo sempre que encontrar maté-
ria tributável ainda não consti-
tuída para fins de exigência. 
Essa determinação decorre do 
princípio da indisponibilidade 
dos bens públicos, pois o cré-
dito tributário representa valo-
res que deverão ingressar nos 
cofres públicos e a sua cobrança 
é irrenunciável, sob pena de 
responsabilização do agente in-
frator. 2 (Grifo Nosso) 
 
Por outro lado, Kiyoshi Ha-
rada conceitua o lançamento como 
um procedimento administrativo, 
conforme define: 
O 
 
 
5 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
O lançamento é um procedi-
mento administrativo no sen-
tido de que um agente capaz 
procede a averiguação da sub-
sunção do fato concreto à hipó-
tese legal (ocorrência do fato 
gerador), a valoração dos ele-
mentos que integram o fato 
concreto (base de cálculo), a 
aplicação da alíquota prevista 
na lei para a apuração do mon-
tante do tributo devido, a iden-
tificação do sujeito passivo, e, 
sendo o caso, a propositura de 
penalidade cabível. Esta série 
de atos podem ser praticados, 
inclusive, em diferentes dias, 
mas no final da verificação dos 
requisitos previstos no art. 142 
do CTN, haverá sempre um do-
cumento exteriorizador daque-
les atos, que é o lançamento efi-
ciente para a constituição defi-
nitiva do crédito tributário.3 
(Grifo Nosso) 
 
Por sua vez, a obrigação tribu-
tária nasce com a ocorrência do fato 
gerador, ou seja, com a ocorrência 
de um fato que corresponde às hipó-
teses de incidência tributária. 
 No entanto, em diversas situ-
ações, ocorre o fato gerador e, por-
tanto, nasce a obrigação tributária 
sem que a lei requeira que o sujeito 
passivo faça qualquer cumprimento, 
ou seja, cumpra com a obrigação en-
quanto não ocorrer por parte do su-
jeito ativo um ato jurídico formal e 
específico, dando ciência ao sujeito 
 
3 HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e 
tributário. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 451. 
passivo de que este deve pagar o tri-
buto no prazo assinalado, sob pena 
de serem desencadeados os procedi-
mentos para a cobrança judicial. 
(AMARO, 2008) 
 Nota-se que o próprio 
conceito de tributo previsto no ar-
tigo 3º do Código Tributário Nacio-
nal, prevê que se trata de obrigação 
pecuniária “cobrada mediante ativi-
dade administrativa plenamente 
vinculada”. 
Em regra, portanto, não basta 
a ocorrência do fato gerador para 
que se possa exigir o cumprimento 
da obrigação pelo contribuinte, é 
preciso que haja uma atividade ad-
ministrativa formal, por parte do 
fisco, para que este possa exigir o 
cumprimento da obrigação. 
 Sendo assim, é preciso que 
ocorra essa atividade administrativa 
para conferir exigibilidade à obriga-
ção tributária. 
A obrigação, em regra, nasce 
com a ocorrência do fato imponível, 
mas só se torna exigível a partir 
desta atividade, ou melhor, com o 
vencimento do prazo para o cumpri-
mento fixado através dessa ativi-
dade, que é chamada de lançamento 
tributário. 
 
Existem 3 (três) planos distin-
tos no que tange a dinâmica da 
 
 
 
6 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
obrigação tributária: primeiro a 
obrigação tributária pura e 
simples, muitas vezes despro-
vida da exigibilidade quando 
nasce a ocorrência do fato gera-
dor ou fato imponível e tem por 
objeto o pagamento de tributo 
(art. 113, § 1º do CTN); o cré-
dito tributário que por sua 
vez, decorre da obrigação e tem 
a mesma natureza da obriga-
ção, mas, é constituído a partir 
do lançamento tributário, trata-
se do direito de exigir a obriga-
ção constituído pelo próprio su-
jeito ativo (art. 139 e 142 do 
CTN); já a dívida ativa que é a 
proveniente do crédito tributá-
rio e regularmente inscrito na 
repartição administrativa com-
petente depois de esgotado o 
prazo fixado para pagamento, e 
esse prazo é fixado pela lei ou 
pela decisão final proferida em 
processo administrativo regu-
lar, quando, portanto, o sujeito 
passivo não cumpre a obrigação 
no prazo que dispõe para esse 
cumprimento (art. 201 do 
CTN).4 
 
 
A obrigação nasce com o con-
teúdo mínimo, ou seja, apenas um 
direito e um correlativo dever alcan-
çando o conteúdo máximo com di-
reito, pretensão, coação e correlativo 
dever, obrigação, sujeição com a 
constituição do crédito em que se 
evidencia o âmbito ativo do vínculo 
obrigacional, ou seja, a partir de 
quando o sujeito ativo poderá utili-
 
4 BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei 
nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
zar dos meios de coação para o cum-
primento da obrigação por parte do 
sujeito passivo. 
O conceito legal de lança-
mento é extraído do artigo 142 do 
CTN, que determina: 
 
Art. 142. Compete privativa-
mente à autoridade administra-
tiva constituir o crédito tributá-
rio pelo lançamento, assim en-
tendido o procedimento admi-
nistrativo tendente a verificar a 
ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, de-
terminar a matéria tributável, 
calcular o montante do tributo 
devido, identificar o sujeito 
passivo e, sendo caso, propor a 
aplicação da penalidade cabí-
vel. 
Parágrafo único. A atividade 
administrativa de lançamento é 
vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade fun-
cional.5 
 
Posto isso, observa-se que 
desse conceito se extrai alguns ques-
tionamentos. O primeiro questiona-
mento trata da natureza do lança-
mento, se ele é ato ou procedimento. 
O CTN definiu o lançamento como 
procedimento administrativo no ar-
tigo 142 supracitado, mas em outros 
dispositivos o caracteriza como ato, 
como por exemplo no artigo 150. 
Para alguns autores, o lança-
mento não é um procedimento, é um 
5 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
 
 
7 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
ato, ainda que seja praticada após 
um procedimento de investigação de 
fatos necessários para a consecução 
do lançamento. Considerando o ar-
tigo 142 do CTN, Fabiana Lopes 
Pinto explica: 
 
Tal transcrição define o termo 
lançamento como sendo um 
procedimento administrativo, 
entretanto, há divergência 
nesse entendimento, pois parte 
da doutrina entende que o lan-
çamento é um ato administra-
tivo praticado pelos agentes 
competentes refletindo o fato 
gerador da obrigação tributária 
do sujeito passivo. Por esse ato, 
apura-se o quantum a ser pago. 
6 
 
Para outros autores o lança-
mento é um procedimento porque 
não se resume à um único ato, mas 
um conjunto de atos administrati-
vos. Nesse caso, Fabiana Lopes 
Pinto diz: 
 
Já outra parte da doutrina en-
tende que o lançamento é um 
procedimento administrativo 
por corresponder a uma série 
de atos administrativos que de-
vem ser promovidos pela admi-
nistração, ou seja, a verificaçãodo fato gerador, qual a incidên-
cia no tributo devido e o quan-
tum que será devido. 7 
 
 
6 PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributá-
rio / Fabiana Lopes Pinto. – Barueri, SP: Manole, 
2012, p. 62. 
7 PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributário 
/ Fabiana Lopes Pinto. – Barueri, SP: Manole, 
2012, p. 62. 
Nesse sentido, como já dito 
anteriormente, Roberto Caparroz 
trata do lançamento como um ato, e 
justifica: 
 
Apesar de o CTN definir o lan-
çamento como “procedimento”, 
não há dúvida de que se trata de 
um ato, formal e público, desti-
nado a materializar o crédito 
(torná-lo líquido, certo e exigí-
vel) e notificar o sujeito passivo 
para pagamento. 8 
 
Outro questionamento que se 
tira do artigo 142 do CTN diz res-
peito aos efeitos dos lançamentos, se 
é constitutivo ou declaratório. Fabi-
ana Lopes Pinto fala dessa divergên-
cia doutrinária e explica: 
 
Há também diversidade na 
doutrina sobre se o procedi-
mento ou ato é meramente de-
claratório ou se é constitutivo. 
Nesse caso, o entendimento 
majoritário é no sentido de que 
seja meramente declaratório, 
pois não constitui nada, apenas 
declara um fato já ocorrido, ou 
seja, com o lançamento, apura-
se o valor devido. Já a parte mi-
noritária da doutrina entende 
que seja constitutivo, seguindo 
o posicionamento de que, com o 
lançamento, se constitui o cré-
dito pela apuração de seu valor 
 
8 CAPARROZ, Roberto. Direito tributário 
esquematizado / Roberto Caparroz. – Coleção es-
quematizado® / coordenador Pedro Lenza – 4. ed. 
– São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 572. 
 
 
8 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
e este pode extinguir-se, modi-
ficar-se ou alterar-se.9 
 
Portanto, para aqueles que de-
finem que o lançamento é apenas 
declaratório, a obrigação tributária 
já nasce com o conteúdo máximo e o 
lançamento, portanto, apenas con-
firma essa situação preexistente. Já 
para aqueles que defendem que 
quanto aos seus efeitos o lança-
mento é constitutivo, ele altera a si-
tuação jurídica preexistente confe-
rindo maior conteúdo à obrigação 
tributária que passa a ter o atributo 
de crédito. 
Pode-se dizer que da forma 
como o lançamento foi original-
mente concebido, como regra neces-
sária para cobrança da prestação de 
pagar tributo, ele é constitutivo. No 
entanto, verifica-se que algumas 
modalidades de lançamento tributá-
rio permitem a exigência de cumpri-
mento de obrigação antes da prática 
de qualquer ato por parte da admi-
nistração pública, de forma que o 
lançamento, quando ocorre apenas 
confirma a situação preexistente, 
sendo, portanto, apenas declarató-
ria. 
Dessa forma, o lançamento 
pode ser constitutivo ou declaratório 
a depender da sua modalidade. 
 
9 PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributá-
rio / Fabiana Lopes Pinto. – Barueri, SP: Manole, 
2012, p. 62. 
Sendo assim, conforme expressa Ra-
fael Novais, conclui-se que “[...] a 
doutrina aponta uma dupla natureza 
ao procedimento de lançamento: 
constitutivo do crédito tributário e 
declaratório da obrigação tributá-
ria”10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 NOVAIS, Rafael. Direito Tributário Fa-
cilitado / Rafael Novais. – 4. ed. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019, p. 347. 
 
 
 
 
 
 
 10 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
2. Características do Lançamento Tributário 
 
 
Fonte: www.cobrefacil.com.br11 
 
 primeira característica do lan-
çamento tributário diz respeito 
a inalterabilidade, ou seja, ele é imu-
tável, visto que em regra, o lança-
mento tributário não pode ser alte-
rado. 
As exceções estão previstas no 
artigo 145 do CTN, que dispõe, in 
verbis: 
 
Art. 145. O lançamento regular-
mente notificado ao sujeito pas-
sivo só pode ser alterado em 
virtude de: 
 
11 Retirado em www.cobrefacil.com.br 
12 BRASIL. Código de Tributário Nacional. Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
I - impugnação do sujeito pas-
sivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da auto-
ridade administrativa, nos ca-
sos previstos no artigo 149. 12 
 
Conforme o dispositivo supra-
citado, somente há exceção ao lança-
mento no caso de impugnação do 
sujeito passivo, de recurso de ofício 
por parte da própria administração e 
no caso de iniciativa de ofício da au-
toridade administrativa nos casos 
previstos no artigo 149 do CTN. 
A 
 
 11 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
A segunda característica do lan-
çamento é a vinculação, assim, 
a atividade de um lançamento é 
vinculada e obrigatória sob 
pena de responsabilidade fun-
cional. Isso significa que o lan-
çamento tem que ocorrer de 
acordo e nos termos da lei.13 
 
A lei que rege o lançamento, é 
a lei vigente na data da ocorrência do 
fato gerador ainda que o lançamento 
ocorra depois que a referida lei te-
nha sido modificada ou revogada. 
Tal entendimento é retirado do ar-
tigo 144, caput, do Código Tributário 
Nacional, que menciona: “Art. 144. 
O lançamento reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador da obri-
gação e rege-se pela lei então vi-
gente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada”.14 
A lei posterior ao fato gerador 
só se aplica ao lançamento em rela-
ção aos fatos geradores constantes 
desse lançamento, nos casos em que 
traga novos critérios para apuração 
desses mesmos fatos ou para o pro-
cesso de fiscalização ampliando os 
poderes de investigação das autori-
dades administrativas ou nos casos 
em que traga maiores garantias ou 
privilégios ao crédito tributário. 
Nesse sentido, dispõe o § 1º do 
artigo 144 do CTN, in verbis: 
 
 
13 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
14 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a 
legislação que, posteriormente 
à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, tenha instituído no-
vos critérios de apuração ou 
processos de fiscalização, am-
pliado os poderes de investiga-
ção das autoridades adminis-
trativas, ou outorgado ao cré-
dito maiores garantias ou privi-
légios, exceto, neste último 
caso, para o efeito de atribuir.15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
3. Modalidades de Lançamento Tributário 
 
 
Fonte: www.professoralanmartins.com.br16 
 
 Código Tributário Nacional 
traz em seu bojo 3 (três) moda-
lidades de lançamentos, que por sua 
vez possuem peculiaridades pró-
prias acrescidas pela própria dou-
trina e jurisprudência, sendo elas: 
lançamento por declaração; lança-
mento de ofício; e lançamento por 
homologação, de onde se extrai tam-
bém o chamado autolançamento. 
 
16 Retirado em www.professoralanmartins.com.br 
Dada a importância de cada 
uma dessas modalidades de lança-
mento tributário, faz-se necessário 
trazer à baila cada uma delas para 
um estudo aprofundado, com a fina-
lidade de proporcionar maiores es-
clarecimentos acerca da temática 
abordada. 
A primeira modalidade a ser 
estudada diz respeito ao lançamento 
O 
 
 14 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
por declaração que é um procedi-
mento realizado tanto pelo contribu-
inte quanto pelo fisco. 
Nas palavras de Anis Kfouri 
Júnior, o lançamento por declaração 
é compreendido como: 
 
O “lançamento por declaração” 
também é denominado “lança-
mento misto”, considerando 
que o procedimento é realizado 
tanto pelo contribuinte quanto 
pelo Fisco, realizando cada pes-
soa uma etapa do procedi-
mento. Com isso, cabe ao con-
tribuinte ou terceiro prestar, 
previamente, determinada in-
formação à Fazenda que, com 
base nela, se encarregará de cal-
cular o tributo devido, conclu-indo assim o lançamento tribu-
tário. 17 
 
Deste modo, a modalidade do 
lançamento por declaração ou misto 
é previsto pelo Código Tributário 
Nacional no artigo 147, que dispõe: 
 
Art. 147. O lançamento é efetu-
ado com base na declaração do 
sujeito passivo ou de terceiro, 
quando um ou outro, na forma 
da legislação tributária, presta à 
autoridade administrativa in-
formações sobre matéria de 
fato, indispensáveis à sua efeti-
vação.18 
 
Essa modalidade de lança-
mento ocorre quando o lançamento 
 
17 KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tribu-
tário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2018, p. 241. 
18 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
é realizado integralmente com base 
nas informações fornecidas pelo su-
jeito passivo em sua declaração. 
A declaração é uma obrigação 
formal ou instrumental ao sujeito 
passivo e destina-se a registrar da-
dos fáticos relevantes para a conse-
cução do ato de lançamento. Não é o 
caso por exemplo do imposto de 
renda que apesar de ser feito por de-
claração ele comporta outra modali-
dade de lançamento. 
Nesse paradigma, Anis Kfouri 
Júnior afirma que a obrigação aces-
sória de apresentar declaração não 
se confunde com lançamento por 
declaração, conforme aduz: 
 
Dessa forma, o fato das empre-
sas ou pessoas físicas apresen-
tarem declaração de imposto de 
renda não quer dizer que o im-
posto de renda seja um tributo 
com lançamento por declara-
ção, o que é incorreto, sendo o 
IR um tributo sujeito ao lança-
mento por homologação.19 
 
 
Conforme o exposto, pode-se 
concluir que o imposto de renda (IR) 
apesar de ser feito por meio de uma 
declaração, ele não é um tributo com 
lançamento por declaração, mas sim 
por homologação, visto que nesse 
caso, a declaração apresentada para 
19 KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tribu-
tário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2018, p. 242. 
 
 15 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
o IR é considerada uma obrigação 
tributária acessória. 
Outro fator a ser observado é 
que o lançamento por declaração 
não é muito utilizado, e por isso não 
se tem muitos exemplos sobre ele. 
Dito isso, Alexandre Mazza consi-
dera como “Exemplos de tributos 
lançados por declaração: Imposto de 
Exportação, ITCMD e ITBI” . 
Parte da doutrina utiliza o 
IPTU como exemplo nos casos em 
que o sujeito passivo é obrigado a 
fornecer todas as informações ne-
cessárias para ao lançamento desse 
imposto, e este é realizado integral-
mente com base nessa declaração. 
Na prática, entretanto, observa-se 
que, em regra, o sujeito passivo ape-
nas declara informações sobre o seu 
imóvel demandando o lançamento 
de outras informações que são colhi-
das pela própria administração tri-
butária no procedimento fiscal. 
Posto isso, em regra o lançamento 
do IPTU também não é por declara-
ção. O lançamento por declaração 
só ocorreria quando todos os dados 
necessários à concepção do lança-
mento, estivessem constantes na de-
claração. 
Sobre o lançamento por decla-
ração, ressalta-se que “a retificação 
 
20 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
21 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
da declaração por iniciativa do pró-
prio declarante, quando vise a redu-
zir ou a excluir tributo, só é admissí-
vel mediante comprovação do erro 
em que se funde, e antes de notifi-
cado o lançamento”20 . Essa é uma 
regra que se encontra no § 1º do ar-
tigo 147 do CTN. 
Além disso, como bem escla-
rece o § 2º do artigo 147 do CTN: “Os 
erros contidos na declaração e apu-
ráveis pelo seu exame serão retifica-
dos de ofício pela autoridade admi-
nistrativa a que competir a revisão 
daquela” 21. 
Nesse caso, não há um lança-
mento por declaração, mas sim uma 
outra modalidade de lançamento 
que é o lançamento de ofício 
Nessa linha de raciocínio e 
ainda de acordo com as disposições 
contidas dos parágrafos 1 e 2 do ar-
tigo 147 do CTN, Anis Kfouri Júnior 
acrescenta que: 
 
A possibilidade de erro na de-
claração é prevista nos dois pa-
rágrafos, admitindo-se a retifi-
cação de ofício pela autoridade 
administrativa ao revisar as in-
formações prestadas pelo con-
tribuinte, bem como pelo pró-
prio declarante, observando, 
obviamente, as regras e limita-
ções legais para retificação das 
informações prestadas.22 
 
22 KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tri-
butário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: Sa-
raiva Educação, 2018, p. 241 e 242. 
 
 16 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
Ademais, ressalta-se que essa 
modalidade de lançamento não é 
muito utilizada, ficando a cargo das 
demais modalidades, o lançamento 
por ofício e o lançamento por homo-
logação, o papel de lançar de tribu-
tos. 
 
3.2. Lançamento de Ofício 
 
Essa modalidade é vislum-
brada quando se trata do lança-
mento em geral, uma vez que ocorre 
quando a atividade de lançamento é 
realizada pela administração tribu-
tária, através de informações colhi-
das por procedimentos de fiscaliza-
ção, troca de informações fiscais e 
até declarações do sujeito passivo. 
Segundo Anis Kfouri Júnior, 
“No lançamento de ofício, o procedi-
mento é realizado unicamente pela 
Fazenda, cabendo ao contribuinte 
apenas o pagamento ou questiona-
mento pelos meios legais, por via ad-
ministrava ou judicial”23 . 
Nesse sentido, Leandro Paul-
sen coaduna com o entendimento e 
acrescenta que: 
 
O lançamento de ofício, por sua 
vez, é aquele realizado direta e 
exclusivamente pelo Fisco 
quando a lei assim o determine 
ou quando o tributo seja sub-
 
23 KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tri-
butário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: Sa-
raiva Educação, 2018, p. 242. 
metido por lei a uma das moda-
lidades anteriores (mediante 
declaração ou por homologa-
ção), mas o contribuinte não te-
nha realizado os atos que lhe 
cabiam, ou seja, não tenha pres-
tado as informações ou apurado 
e pago o tributo devido. Neste 
caso, o lançamento de ofício 
terá caráter supletivo, será a 
única forma de o Fisco obter a 
formalização do seu crédito tri-
butário.24 (Grifo do autor) 
 
Como o próprio nome diz, ela 
ocorre de ofício. O dispositivo do Có-
digo Tributário Nacional que trata 
do lançamento de ofício é o artigo 
149, e ele trata tanto do lançamento, 
como da revisão de lançamento de 
ofício. 
 A revisão do lançamento, seja 
de ofício, seja em outras modalida-
des ocorre também por iniciativa da 
própria administração tributária e 
só pode ser realizada enquanto não 
for extinto o crédito tributário. 
Pode-se dividir então as hipó-
teses previstas no artigo 149 do CTN, 
em hipóteses de lançamento e hipó-
teses de revisão de ofício, conforme 
expressa, in verbis: 
 
Art. 149. O lançamento é efetu-
ado e revisto de ofício pela au-
toridade administrativa nos se-
guintes casos: 
I - quando a lei assim o deter-
mine; 
 
24 PAULSEN, Leandro. Curso de direito tri-
butário completo / Leandro Paulsen. - 12. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2021, p. 120. 
 
 17 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
II - quando a declaração não 
seja prestada, por quem de di-
reito, no prazo e na forma da le-
gislação tributária; 
III - quando a pessoa legal-
mente obrigada, embora tenha 
prestado declaração nos termos 
do inciso anterior, deixe de 
atender, no prazo e na forma da 
legislação tributária, a pedido 
de esclarecimento formulado 
pela autoridade administrativa, 
recuse-se a prestá-lo ou não o 
preste satisfatoriamente, a ju-
ízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsi-
dade, erro ou omissão quanto a 
qualquer elemento definido na 
legislação tributária como 
sendo de declaração obrigató-
ria; 
V - quando se comprove omis-
são ou inexatidão, por parte da 
pessoa legalmente obrigada,no 
exercício da atividade a que se 
refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação 
ou omissão do sujeito passivo, 
ou de terceiro legalmente obri-
gado, que dê lugar à aplicação 
de penalidade pecuniária; 
VII - quando se comprove que o 
sujeito passivo, ou terceiro em 
benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação; 
VIII - quando deva ser apreci-
ado fato não conhecido ou não 
provado por ocasião do lança-
mento anterior; 
IX - quando se comprove que, 
no lançamento anterior, ocor-
reu fraude ou falta funcional da 
autoridade que o efetuou, ou 
omissão, pela mesma autori- 
 
 
25 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
dade, de ato ou formalidade es-
pecial.25 
 
Sendo assim, os incisos I, II, 
III, V, VI, VIII e IX do artigo supra-
citado, se caracterizam como hipóte-
ses de lançamento de ofício. 
No entanto, ocorre que em al-
gumas hipóteses podem ser tanto de 
lançamento quanto de revisão de 
ofício, mas em alguns casos, se refe-
rem especificamente à revisão de 
ofício, como verificado nos incisos 
IV e VII do artigo 149. 
De acordo com Alexandre 
Mazza, a justificativa para o extenso 
número de hipóteses que o artigo 
149 estabelece, seria ao fato da exis-
tência do caráter substitutivo do lan-
çamento de ofício, como bem ex-
pressa: 
A grande quantidade de hipóte-
ses previstas no art. 149 do CTN 
justifica-se devido ao chamado 
caráter substitutivo do lança-
mento de ofício, ou seja, se os 
lançamentos misto ou por ho-
mologação falharem devido a 
erros do contribuinte, o Fisco 
descobrindo realiza o lança-
mento de ofício. É o que ocorre, 
por exemplo, se a fiscalização 
estadual constata que determi-
nado estabelecimento não reco-
lheu ICMS. Somente nesse 
caso, será lavrado Auto de In-
fração, que equivale ao lança-
mento de ofício.26 (Grifo do au-
tor) 
26 MAZZA, Alexandre. Manual de direito 
tributário / Alexandre Mazza. - 7. ed. – São Paulo: 
Saraiva Educação, 2021, p. 389. 
 
 18 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
3.3. Lançamento por Homolo-
gação 
 
A terceira modalidade de lan-
çamento prevista no Código Tribu-
tário Nacional, é o lançamento por 
homologação, e está prevista no ar-
tigo 150 do CTN, que dispõe: 
 
Art. 150. O lançamento por ho-
mologação, que ocorre quanto 
aos tributos cuja legislação atri-
bua ao sujeito passivo o dever 
de antecipar o pagamento sem 
prévio exame da autoridade ad-
ministrativa, opera-se pelo ato 
em que a referida autoridade, 
tomando conhecimento da ati-
vidade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a ho-
mologa. 
§ 1º O pagamento antecipado 
pelo obrigado nos termos deste 
artigo extingue o crédito, sob 
condição resolutória da ulterior 
homologação ao lançamento. 
§ 2º Não influem sobre a obri-
gação tributária quaisquer atos 
anteriores à homologação, pra-
ticados pelo sujeito passivo ou 
por terceiro, visando à extinção 
total ou parcial do crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o pa-
rágrafo anterior serão, porém, 
considerados na apuração do 
saldo porventura devido e, 
sendo o caso, na imposição de 
penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a 
homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do 
fato gerador; expirado esse 
 
27 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
prazo sem que a Fazenda Pú-
blica se tenha pronunciado, 
considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente 
extinto o crédito, salvo se com-
provada a ocorrência de dolo, 
fraude ou simulação. 27 
 
No lançamento por homologa-
ção o contribuinte é o responsável 
por apurar e pagar o tributo, não 
sendo necessário nenhum ato por 
parte do fisco para que seja consoli-
dado o crédito tributário. Dito isso, 
justifica-se dizer que o lançamento 
por homologação pode ser chamado 
de autolançamento. Este é o enten-
dimento de Leandro Paulsen, que 
afirma: 
 
No lançamento por homologa-
ção, é o contribuinte quem 
apura e paga o tributo, cabendo 
ao Fisco simplesmente chance-
lar tal apuração quando a en-
tenda correta, mediante homo-
logação expressa ou tácita. Ne-
nhum ato do Fisco, portanto, se 
faz necessário para que o cré-
dito tributário reste consoli-
dado como sendo aquele reco-
nhecido e pago pelo contribu-
inte. Por isso, aliás, boa parte da 
doutrina considera o lança-
mento por homologação como 
um autolançamento pelo con-
tribuinte.28 (Grifo nosso) 
 
Cuida-se, portanto, de tributos 
que tem o recolhimento exigido do 
28 PAULSEN, Leandro. Curso de direito tri-
butário completo / Leandro Paulsen. - 12. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2021, p. 120. 
 
 19 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
sujeito passivo independentemente 
de prévia manifestação do sujeito 
ativo. O lançamento só se faria ne-
cessário se o sujeito passivo se omi-
tisse no seu dever de recolher corre-
tamente o valor legal exigido. 
Nesse caso, o lançamento tem 
efeito meramente declaratório, uma 
vez que se trata de mera anuência da 
autoridade administrativa em rela-
ção à uma situação preexistente. 
Além disso, o pagamento é realizado 
antes de qualquer ato administra-
tivo, de forma que se pode dizer que 
o crédito, nesse caso, nasce junto 
com o nascimento da obrigação, não 
precisando de ato posterior que o 
constitua. 
O § 1º do artigo 150 do CTN 
determina que o pagamento anteci-
pado pelo obrigado extingue o cré-
dito, sendo assim, observa-se que 
tanto o pagamento quanto a homo-
logação, são hipóteses de extinção. 
Na prática, entretanto, o crédito se 
considera extinto pelo pagamento, 
ainda que antecipado, desde que ele 
esteja correto. 
A homologação do pagamento 
antecipado ou lançamento por ho-
mologação pode se dar de forma ex-
pressa ou tácita. Rafael Novais dife-
rencia essas duas espécies da se-
guinte forma: 
 
29 NOVAIS, Rafael. Direito Tributário Fa-
cilitado / Rafael Novais. – 4. ed. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019, p. 360. 
 
a) Homologação expressa: a Fa-
zenda Pública expressamente 
realizará, no prazo de 5 (cinco) 
anos, a verificação e homologa-
ção dos valores antecipada-
mente recolhidos. Esse prazo 
poderá ser modificado apenas 
por lei complementar, pois 
também será considerado 
prazo decadencial no entendi-
mento do STJ e STF (art. 146, 
III, “b”, da CF + REsp 
869.923/SC + REsp 
1.127.730/PR + Súmula Vincu-
lante 8). 
b) Homologação tácita: trans-
corrido o prazo para homologa-
ção sem que a respectiva Fa-
zenda Pública lhe realize ex-
pressamente, considerar-se-á 
tacitamente homologada. 
Desse modo, aplicando-se a re-
gra do CTN, ultrapassado o 
prazo de 5 (cinco) anos, estará o 
lançamento homologado e ex-
tinto o crédito tributário de 
forma tácita. 
Entretanto, se o contribuinte 
atuar de forma dolosa, fraudu-
lenta ou simulada, não haverá 
aplicação tácita da homologa-
ção, devendo o fisco efetuar o 
lançamento de ofício (art. 149 
do CTN). 29 
 
Como visto, de acordo com o § 
4º do artigo 150 do CTN, se a lei não 
fixar prazo a homologação será de 5 
(cinco) anos a partir da ocorrência 
do fato gerador, conforme expressa: 
 
Art. 150. § 4º Se a lei não fixar 
prazo a homologação, será ele 
 
 
 20 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
de cinco anos, a contar da ocor-
rência do fato gerador; expi-
rado esse prazo sem que a Fa-
zenda Pública se tenha pronun-
ciado, considera-se homolo-
gado o lançamento e definitiva-
mente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de 
dolo, fraude ou simulação.30 
 
Luis Eduardo Schoueri co-
menta sobre o disposto no parágrafo 
supracitado e diz: 
 
Ou seja: o legislador “faz de 
conta” que houve uma homolo-
gação. É o que se chama homo-
logação tácita. Com isso, o le-
gislador não entra em contradi-
ção e continua afirmando que 
todo tributo tem lançamento e 
que todo lançamento é uma ati-
vidade administrativa; o quefaltou dizer é que essa atividade 
administrativa pode conside-
rar¬-se feita tacitamente. 31 
 
Nessa hipótese de extinção, a 
homologação tácita coincide com a 
decadência que também tem o prazo 
de 5 (cinco) anos nos casos em que o 
pagamento não é realizado, ou em 
que ele é realizado em valor menos 
do que o devido. 
Quando não há pagamento, 
não há que se falar em homologação, 
o prazo de 5 (cinco) anos, portanto, 
 
30 BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
31 SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito tri-
butário / Luis Eduardo Schoueri. – 10. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2021, p.361. 
é o que o fisco tem para lançar de ofí-
cio e se não fizer, há decadência. 
Em casos de pagamento em 
valor menor do que o devido, há de-
cadência para o lançamento de ofí-
cio da diferença, se este não for rea-
lizado no prazo de 5 (cinco) anos. 
A maioria dos tributos hoje, 
são sujeitos ao lançamento por ho-
mologação, como por exemplo o Im-
porto de Renda, o ICMS, o ISS entre 
outros. De acordo com Fabiana Lo-
pes Pinto, pode ser considerado 
como exemplos dessa modalidade 
de lançamento, “[...] o imposto sobre 
circulação de mercadorias e serviços 
(ICMS) e, como entendimento de 
outra parte da doutrina, o IR” 32. 
Ademais, Anis Kfouri Júnior 
acrescenta o entendimento trazendo 
outros exemplos de lançamento por 
homologação, ao passo que explana: 
“O lançamento por homologação 
constitui o mais comum dos lança-
mentos tributários, utilizado na 
maioria dos tributos, tais como im-
posto de renda, ICMS, IPI, ISS, PIS, 
COFINS, dentre outros”33 . 
Nesse sentido, ao tempo em 
que foi se desenvolvendo a doutrina 
e a jurisprudência acerca do lança-
mento por homologação, surgiu 
32 PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributá-
rio / Fabiana Lopes Pinto. – Barueri, SP: Manole, 
2012, p. 69. 
33 KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tri-
butário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: Sa-
raiva Educação, 2018, p. 244. 
 
 21 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
uma nova figura, que é a do autolan-
çamento. De acordo com a súmula 
436 do STJ, “A entrega de declara-
ção pelo contribuinte reconhecendo 
débito fiscal constitui o crédito tri-
butário, dispensada qualquer outra 
providência por parte do fisco”34. 
Sendo assim, nos casos de tributos 
sujeitos ao lançamento por homolo-
gação, quando alguma obrigação 
acessória é para o sujeito passivo 
calcular e declarar o próprio débito, 
tal ato por si só já importa em um 
lançamento, ou melhor, em autolan-
çamento. 
Antes da consolidação dessa 
interpretação, quando o sujeito pas-
sivo declarava e não pagava, era o 
caso de lançamento de ofício por 
parte do fisco. Agora com a consoli-
dação da figura do autolançamento, 
não há mais necessidade de lançar 
de ofício o débito declarado, o pró-
ximo passo será diretamente a ins-
crição em dívida ativa e cobrança ju-
dicial por meio da execução fiscal. 
Observa-se, por conseguinte 
que a figura do autolançamento 
comporta alguns problemas. Em 
primeiro lugar, ela suprime a linha 
administrativa da discussão do dé-
bito, o reconhecimento da constitui-
ção do crédito pela declaração do su-
 
34 BRASIL. Súmula 436 do STJ. Disponível 
em: < https://www.stj.jus.br/docs_internet/re-
vista/eletronica/stj-revista-sumulas-
jeito passivo impede a sua oportuni-
dade de impugnar e instaurar o pro-
cesso administrativo fiscal, o que lhe 
gera grandes prejuízos, tendo em 
vista que na execução fiscal, em re-
gra, não há dilação probatória sem 
garantia do juízo. A certidão de dí-
vida ativa goza de presunção de li-
quidez e certeza, que já prejudica a 
discussão para o sujeito passivo. 
Em segundo lugar, o lança-
mento, que é uma atividade priva-
tiva da autoridade administrativa 
sendo realizada pelo próprio deve-
dor, ou seja, apesar do autolança-
mento reconhecer o efeito de confis-
são à declaração do sujeito passivo, 
o maior problema é que este tem um 
curto prazo para fazer retificações 
em casos de erro. Assim, se esse 
prazo transcorrer sem a sua retifica-
ção, terá a possibilidade de discus-
são administrativa completamente 
suprimida. 
Ressalta-se que essas se confi-
guram como críticas à hipótese de o 
sujeito declarar e não realizar o pa-
gamento. Se ele declara e paga, não 
há problema, visto que o crédito será 
extinto. Se ele declara menor do que 
o que deve, terá que haver o lança-
mento de ofício da diferença, mas se 
ele declara correto e não paga ou 
2017_42_capSumula436-440.pdf>. Acesso em: 19 
do abril de 2021. 
 
 22 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
paga menos do que o que declarou, 
terá um problema com o autolança-
mento, pois o autolançamento vai 
gerar diretamente a inscrição de dí-
vida ativa sem a etapa do processo 
administrativo fiscal. 
 
Material Complementar 
 
Links “gratuitos” a serem con-
sultados para um acrescentamento 
no estudo do aluno acerca dos lança-
mentos tributários. 
 
O que é o lançamento tributário, 
suas modalidades e aspectos jurídi-
cos.https://www.aurum.com.br-
/blog/lancamento-tributario/. 
 
Lançamento tributário e o nasci-
mento da obrigação tributária. 
https://www.direitonet.com.br/ar-
tigos/exibir/7552/Lancamento-tri-
butario-e-o-nascimento-da-obriga-
cao-tributaria. 
 
 
 
 
23 
 
 23 
24 
 
 
LANÇAMENTOS TRIBUTÁRIOS 
 
24 
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AMARO, Luciano. Direito Tributário Bra-
sileiro. 16ª edição. São Paulo: Editora Sa-
raiva, 2008, pág. 321. 
 
BRASIL. Código de Tributário Nacional. 
Lei nº 5. 172, de 25 de outubro de 1966. 
 
BRASIL. Súmula 436 do STJ. Disponível 
em: < https://www.stj.jus.br/docs_inter-
net/revista/eletronica/stj-revista-sumu-
las-2017_42_capSumula436-440.pdf>. 
Acesso em: 19 do abril de 2021. 
 
CAPARROZ, Roberto. Direito tributário 
esquematizado / Roberto Caparroz. – Co-
leção esquematizado® / coordenador Pe-
dro Lenza – 4. ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2020. 
 
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tri-
butário. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
KFOURI Jr., Anis. Curso de direito tribu-
tário / Anis Kfouri Jr. – 4. ed. – São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tri-
butário / Alexandre Mazza. - 7. ed. – São 
Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
 
NOVAIS, Rafael. Direito Tributário Facili-
tado / Rafael Novais. – 4. ed. – Rio de Ja-
neiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 
2019. 
 
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tri-
butário completo / Leandro Paulsen. - 12. 
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
 
PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributário 
/ Fabiana Lopes Pinto. – Barueri, SP: Ma-
nole, 2012. 
 
SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito tribu-
tário / Luis Eduardo Schoueri. – 10. ed. – 
São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
 
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