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DISTÚRBIOS RENAIS (PROFª. MARIA VIRGÍNIA) – 16/08/18 Capítulo Brunner: Insuficiência Renal Aguda; Insuficiência Renal Crônica; Terapias Renais Substitutivas. REVISÃO ANATOMIA Rins: órgãos retroperitoneais, cavidade abdominal, rim “D” um pouco mais baixo por causa do fígado, córtex, medula, cápsula renal, cálices e pelves renais, hilo, néfrons (unidades funcionais dos rins); Etapas função dos néfrons: filtração, reabsorção e formação da urina Ureteres; Bexiga; Uretra. Desequilíbrios hidroeletrolíticos: líquidos excessivos no organismo (mais comum) e depleção de líquidos (Potássio, Cálcio, Sódio). Sinais e sintomas dos Desequilíbrios Hidroeletrolíticos e estratégias. DOENÇA RENAL CRÔNICA Diminuição da Taxa de Filtração Glomerular durante três meses ou mais. Pode evoluir para Doença Renal Terminal (retenção dos produtos de degradação urêmicos e necessidade de Terapia Renal Substitutiva). Fatores de risco: Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e Obesidade. Outras causas: glomerulonefrite, pielonefrite, distúrbios policísticos, hereditários ou congênitos e cânceres renais. FISIOPATOLOGIA Nos estágios iniciais: lesão significativa dos rins, sem quaisquer sinais ou sintomas. ESTÁGIOS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (5 ESTÁGIOS) Lesão renal com taxa de filtração glomerular normal (proteinúria); Leve; Moderada (3A e 3B); Grave; Terminal (TFG= <15). Estágio 3 pode dividir-se em dois subestágios. AVALIAÇÃO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS Taxa de Filtração Glomerular= quantidade de plasma filtrado por unidade de tempo. Clearance de creatinina= medida da quantidade de creatinina depurada pelos rins em um período de 24 horas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS À medida que a creatinina aumenta: anemia, acidose metabólica, anormalidades de cálcio e fósforo, retenção hídrica. MANEJO CLÍNICO Tratamento das causas subjacentes: avaliação clínica e laboratorial; manter PA abaixo de 130/80 mmHg; encaminhamento precoce ao nefrologista para iniciar Terapia de Substituição Renal. INSUFICIÊNCIA RENAL Incapacidade de remover os produtos de degradação metabólicos do organismo ou de desempenhar suas funções reguladoras. LESÃO RENAL AGUDA (LRA) Se refere a uma rápida perda da função renal, devido à lesão dos rins: dependendo da duração e gravidade; complicações metabólicas potencialmente fatais; acidose metabólica; distúrbios hidroeletrolíticos. Tratamento: substituir temporariamente a função renal e minimizar as complicações. Volume de urina pode estar normal, oligúria ou anúria. Fisiopatologia: nem sempre é conhecida, mas muitas vezes possui causa subjacente; condições que reduzem o fluxo sanguíneo e comprometem a função renal. Classificação RIFLE para lesão renal aguda (Risco, Lesão, Falência, Perda). Lesão Renal Aguda dividida em três categorias: 1-LRA Pré-Renal (hipoperfusão do rim); 2-LRA Intrarrenal (necrose tubular aguda)= uso crônico de analgésicos (AINEs) provoca nefrite intersticial (inflamação no tecido renal) e necrose papilar; 3-LRA Pós-Renal FASES DA LESÃO RENAL AGUDA: Início; Oligúria; Período de diurese; Período de recuperação. Manifestações clínicas LRA apresenta uma alta taxa de mortalidade: 40% a 90% Avaliação e achados diagnósticos: alterações na urina; exames complementares de imagem; exames laboratoriais. Prevenção: identificar qualquer exposição a agentes nefrotóxicos ou toxinas ambientais; uso de medicamentos nefrotóxicos; limitação de exposição a agentes de contraste. Manejo clínico: tratamento LRA > Eliminar a causa subjacente > Manter o equilíbrio hídrico > Evitar o excesso de líquidos > Terapia Renal Substitutiva. Terapia farmacológica: monitorar hiperpotassemia; alterações no estado clínico; alterações do ECG (ondas T altas). Terapia nutricional: reposição individualizada de proteínas; refeições ricas em carboidratos; restrição de alimentos com potássio. Manejo de enfermagem DOENÇA RENAL TERMINAL (INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA) Fisiopatologia Manifestações clínicas= asterixe, confusão, pele cinzenta, pele seca e escamosa, prurido, equimoses, unhas finas e quebradiças, pelos ásperos e finos, hipertensão, edema, derrame, hiperpotassemia, estertores, taquipnéia, odor de amônia no hálito (fedor urêmico), gosto metálico, anorexia, náuseas, vômitos, soluços, constipação, anemia, trombocitopenia, amenorreia, infertilidade, diminuição da libido, cãibras musculares. Avaliação e achados diagnósticos: diminuição da taxa de filtração glomerular; retenção de Sódio, H2O, Uréia, acidose (aumento de NH3- e diminuição do HCO3-), anemia (diminuição da eritropoietina, redução do tempo de sobrevida dos eritrócitos, de deficiências nutricionais e da tendência do cliente à hemorragia), desequilíbrio do cálcio e do fósforo (osteodistrofia renal e calcificação dos vasos sanguíneos). Complicações: hiperpotassemia, pericardite, derrame pericárdico, hipertensão, anemia, doença óssea e calcificações metásticas. Manejo clínico: agentes de ligação de cálcio e fósforo, agentes anti-hipertensivos e cardiovasculares, agentes anticonvulsivantes, eritropoietina, terapia nutricional e diálise. TERAPIAS RENAIS SUBSTITUTIVAS Máquina não faz função secretória do rim, apenas função excretória). Terapias: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. HEMODIÁLISE Objetivo: Extrair substâncias nitrogenadas tóxicas e remover excesso de líquido. TFG <15% para realizar hemodiálise. Mecanismos: difusão, osmose, ultrafiltração (água, eletrólitos, compostos nitrogenados). Difusão: deslocamento de solutos (toxinas) de uma área de maior concentração para uma área de menor concentração no dialisado. Osmose: a água se move de uma área de baixo potencial de concentração (o sangue) para uma área de alto potencial de concentração (o banho do dialisado). Ultrafiltração: ocorre quando as moléculas de água, impulsionadas pela força hidrostática ou osmótica, são empurradas através de uma membrana semipermeável. Acesso vascular para hemodiálise: acesso temporário1 (cateter duplo-lúmen), acesso permanente2. Cuidados com o cateter duplo-lúmen: evitar dormir sobre o cateter, evitar manipulação excessiva, manter fixo com fita, proteger cateter durante o banho, manter curativo limpo e seco, procurar equipe se pontos soltos, sangramento, secreção purulenta ou febre. Acesso permanente (fístula arteriovenosa). Terapias de Substituição Renal Contínua: efeitos hemodinâmicos leves e mais bem tolerados. DIÁLISE PERITONEAL Não requer equipamento tecnicamente avançado. Modalidades da Diálise Peritoneal: DPI (Intra-hospitalar); CAPD, DPA. Benefícios: diálise mais lenta e estável, maior estabilidade cardíaca, menor variação de peso, maior controle da pressão arterial, cuidado pode ser realizado em casa, maior flexibilidade de horários para realizar diálise, maior convívio social e familiar, preservação dos vasos. Limitações: O paciente tem que assumir seu cuidado, possibilidade de ganho de peso, necessidade de estocagem de material em casa. Complicações: peritonite, vazamento, sangramento, hérnia abdominal. TRANSPLANTE RENAL Melhor opção terapêutica (tanto do ponto de vista médico, quanto social e econômico). Doador pode ser vivo parente, vivo não parente ou cadáver. Vantagem do doador parente vivo é a melhor sobrevida do paciente e do enxerto. Manejo clínico: exames laboratoriais e de imagem do doador e receptor, tipagem tecidual, tipagem sanguínea, tipagem de anticorpos, exames complementares. Manejo de enfermagem: cuidados pré e pós-operatórios são similares aos demais tipos de cirurgias renais ou abdominais. Pode ocorrer rejeição hiperaguda ou aguda no pós-operatório. São utilizados imunossupressores para minimizar os mecanismos de defesa do organismo. A sobrevida a longo prazo de um rim transplantado depende do grau de compatibilidade do receptor e do nível de controle da resposta imunológica. Vantagens: funções renais voltam ao normal, menor ida ao médico, não precisa fazer hemodiálise ou diálise. Desvantagens: uso crônico de imunossupressores.
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