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3EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO 1. CONCEITOS INICIAIS Antes de falarmos sobre a semiologia do aparelho respiratório, é necessá- rio que você tenha em mente alguns marcos e referências muito claros em sua mente. Justamente por isso, va- mos relembrar de maneira breve e objetiva as linhas verticais e hori- zontais da parede torácica. Falare- mos sobre as principais para guiar o exame físico do tórax: linhas axilares anterior, média e posterior e linha es- capular, que são as verticais. As ho- rizontais consistem basicamente nos espaços intercostais. A linha axilar anterior se origina da prega anterior da axila, enquanto a linha axilar posterior se origina da prega homônima. Equidistante des- sas duas linhas, na face lateral, temos a linha axilar média. A linha escapu- lar tem origem no ângulo inferior da escápula. Já as linhas horizontais são traçadas de acordo com os espaços intercostais. Pode-se utilizar a técni- ca de se encontrar o ângulo esternal (de Louis) e dele seguir lateralmente a fim de encontrar o segundo espaço intercostal. Para contar os espaços intercostais recomenda-se que se afaste do ester- no, dado que nessa região as costelas ficam muito próximas, dificultando a localização dos espaços intercostais. Linha medioesternal Linha hemiclavicular (medioclavicular) Linha axilar anterior Linha axilar anterior Linha axilar média Linha axilar posterior Figura 1. Linhas Axilares (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) 4EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Figura 2. Linha escapular (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) A semiologia do aparelho respiratório deve se guiar por dados já encontra- dos em outras etapas do exame físico, como anamnese, sinais vitais, ciano- se, peles e fâneros etc. A melhor po- sição para se avaliar o paciente é com este sentado, dado que serão avalia- das suas regiões anterior e posterior. 2. INSPEÇÃO Antes de tudo, deve-se solicitar que o paciente se sente e que retire sua camiseta, camisa ou qualquer tipo de tecido que dificulte o pleno acesso do examinador ao tórax. Isso é importan- te, pois dados com ausculta e percus- são podem ser alterados caso o exame não seja feito diretamente no tórax. SE LIGA! Por mais que seja parte do exame físico geral, você pode e deve aferir a frequência respiratória do pa- ciente antes mesmo de iniciar o exame, bem como avaliar se há esforço respira- tório pelo uso de musculatura acessó- ria. Lembre-se somente de não avisar o paciente quando for contar a frequên- cia respiratória para evitar vieses. Tam- bém podemos observar ruídos audíveis, como sibilos, para os quais não é neces- sário auscultar o paciente para que a sua existência seja identificada. O exame do tórax se inicia por meio da inspeção estática. Avalia-se a presença de cicatrizes, lesões, abau- lamentos, retrações e assimetrias. Também é avaliado o tipo de tórax do paciente, processo esse eminen- temente observacional, e para poder guiar o seu olhar, sugerimos que dê uma olhada nas imagens a seguir. Linha escapular Linha vertebral Figura 3. Tipos de Tórax (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan) 5EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Figura 4. Configurações do tórax (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan) SE LIGA! A inspeção dinâmica também pode ser utilizada para verificar hiper- sensibilidade e pontos de dor, ajudando a diferenciar dores torácicas ventilató- rio-dependentes de dores puramente musculares. Verifica-se a musculatura utilizada para a respiração (ênfase nos mús- culos esternocleidomastoideos e es- calenos na inspiração), dado que é importante averiguar o uso de muscu- latura acessória, nos casos de esforço respiratório (paciente dispneico). Pa- cientes nessa situação tendem a ado- tar a técnica de ponto de ancoragem, Por meio da inspeção estática, po- demos observar se o paciente utiliza musculatura acessória para respirar, como retração intercostal, de fúrcu- la esternal e supraclavicular. Uma vez realizada a inspeção está- tica, parte-se para a inspeção dinâ- mica. Nessa, avalia-se a ventilação do paciente por meio do padrão res- piratório, observando de onde vem o esforço ventilatório (se torácico, ab- dominal ou misto). O padrão predo- minante e considerado normal é o to- rácico quando o paciente está de pé ou sentado, mas em decúbito dorsal, tende a ser abdominal. 6EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO no qual se apoiam na borda do leito, com as mãos apoiadas e se inclinan- do para a frente, a fim de liberar os músculos acessórios. SE LIGA! A chamada tiragem consiste na retração dos espaços intercostais na respiração. Ocorre no caso de obstrução dos brônquios, no qual há o colapso do parênquima pulmonar, aumentando o efeito da pressão negativa intratorácica. Com isso, pleura parietal não tem êxito em puxar os pulmões, fazendo com que o tecido a ela aderido não acompanhe tão bem a expansão óssea. Assim, nes- sa região, ocorrem depressões intercos- tais, dado que os arcos sobem e os teci- dos não acompanham esse ritmo. Ritmo respiratório: o normal é que haja uma proporção de tempos bem seme- lhantes entre a expiração e a inspiração, com uma leve pausa entre elas em um indivíduo saudável e calmo. • Bradipneia: respiração mais profun- da e com pausas maiores. • Taquipneia: respiração rápida e superficial. • Respiração suspirosa: mantém as características da respiração normal, com alguns momentos de respiração mais profunda. • Respiração obstrutiva: expiração prolongada. • Respiração de Cheyne-Stokes: au- mento gradativo da profundidade até um certo limite, seguindo-se com um período de apneia. • Respiração de Kusmall: ocorre uma taquipneia profunda, sendo seme- lhante àquela após um exercício físi- co. É comum como resposta a uma acidose metabólica, dado que o cor- po tende a equilibrar a acidose com a eliminação de dióxido de carbono. • Respiração de Biot: não possui pa- drão, uma vez que é característica de pacientes que sofreram lesão no cen- tro de respiração do bulbo, não haven- do um controle do ritmo respiratório. Respiração dispneica Respiração superficial Apneia Respiração aumentando de amplitude Respiração diminuindo de amplitude Respiração de Cheyne-Stokes Respiração de Kussmaul Inspirações profundas seguidas de pausas – expirações curtas e também seguidas de pausas Respiração de Biot Respirações de amplitude variável – períodos de apneia Figura 5. Tipos de respiração (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan)] 3. PALPAÇÃO Uma vez finalizada a inspeção do tó- rax, segue-se o exame físico com a palpação. Por meio dessa etapa, ve- rifica-se também se há alguma região com hipersensibilidade, avalia-se a expansibilidade torácica e o frêmito tóraco-vocal. A investigação quanto à sensibilidade se baseia nas queixas do paciente referentes à dor em al- guma região, bem como em achados durante a inspeção. Palpa-se com a mão espalmada e com leveza, ten- tando delimitar a área, buscando por elevações ou depressões. A expansibilidade torácica é avaliada por meio da amplitude e principalmen- te da simetria da expansão torácica. 7EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Inicialmente, deve-se envolver poste- riormente as bases pulmonares, rea- lizando uma prega cutânea de cada lado, com tracionamento mediano das mãos medialmente. Solicite que o pa- ciente faça uma inspiração profunda a fim de avaliar a expansão látero-lateral conforme as pregas se desfazem, de modo que se houver assimetria na ex- pansibilidade, ela se tornará facilmen- te perceptível. É importante que não se coloque força contra a expansão, devendo apenas formar pregas frou- xas e deixar que as mãos sigam os movimentos. Figura 6. Expansibilidade torácica nas bases (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan) Para avaliar os ápices pulmonares, posicionam-se as mãos espalma- das, envolvendo o trapézio e clavícu- la do paciente, com os polegaresse encontrando na linha vertebral. O dis- tanciamento dos dedos será utilizado para avaliar a expansão apical. Figura 7. Expansibilidade torácica nos ápices (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan) 8EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Para avaliar e pesquisar o frêmito tóraco-vocal, o tórax é dividido em quatro regiões que devem ser com- paradas simetricamente o frêmito em cada uma. Para isso, solicita-se ao paciente repita palavras com muitas consoantes para provocar uma maior vibração. Normalmente, é pedido ao paciente que fale “trinta e três”, en- quanto se pesquisa com uma mão de cada vez, ou bilateralmente de forma simultânea, a percepção vibratória. Procura-se fazer o contato somente com os dedos e articulações meta- carpofalangeanas. A pesquisa tam- bém pode ser feita na face anterior do tórax. Você pode se perguntar a impor- tância dessa etapa do exame, pois muitos profissionais não realizam tal fase. Porém, ela é suma importância quando nos recordamos do princípio físico de propagação de ondas so- noras. Quando existe algo na pleura (cavidade pleural, fora do parênquima pulmonar), como derrame pleural ou pneumotórax, o contato do pulmão com a parede torácica estará diminuí- do, de modo que o frêmito tóraco-vo- cal encontrar-se-á reduzido ou au- sente. Do mesmo modo, como o som é uma onda mecânica, esse se pro- paga melhor em meios mais densos, como o líquido. Sendo assim, pacien- tes com consolidações, líquido etc. no parênquima pulmonar se apre- sentarão com o frêmito tóraco-vocal aumentado. R ealizar contato somente com dedos e ar ticulações metacar pofalangeanas Figura 8. Pesquisa do frêmito tóraco-vocal (Porto & Porto, Semiologia Médica, 5ª Ed., Guanabara Koogan e Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) 9EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO MAPA MENTAL INSPEÇÃO E PALPAÇÃO INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Tiragens Avaliar Paciente Palpar Frêmito tóraco-vocal Expansibilidade Abaulamentos e retrações Cicatrizes Assimetrias Tipo de tórax Aumentado “Trinta e três” Diminuído Consolidações Congestão Derrame pleural Pneumotórax Sentado Tórax desnudo Ápice Base Formar a prega 10EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO 4. PERCUSSÃO Finalizadas a inspeção e a palpação, prossegue-se o exame físico por meio da percussão do tórax, a qual deve ser realizada com o paciente abraçando o próprio corpo, a fim de afastar as es- cápulas e gerar um espaço maior para a percussão. Em geral, nessa técnica são utilizados os dedos médios, sen- do que um fica isolado na região a ser percutida (espaços intercostais na face anterior ou posterior), enquanto que o outro realiza com a ponta da polpa, dois golpes rápidos, com a flexão do punho, sobre a articulação entre as falanges distal e média. Por meio da percussão, gera-se uma onda sonora através da qual é possível perceber a consistên- cia do conteúdo interno. Caso seja per- cebido que o som está mais baixo do que deveria, pode pressionar um pouco mais o dedo sobre a pele do paciente a fim de gerar um som mais forte. Figura 9. Técnica para percussão do tórax (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) E percussão deve ser realizada em um esquema de zigue-zague, confor- me a imagem a seguir, a fim de propi- ciar a comparação em alturas distin- tas no mesmo hemitórax, bem como em comparação ao hemitórax contra- lateral na mesma altura. Figura 10. Caminho na percussão do tórax (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) 11EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Pulmões íntegros geram o som cla- ro pulmonar; enquanto se houver algum preenchimento, haverá algum nível de macicez. No caso de o pa- rênquima pulmonar estar comprome- tido, haverá muito mais ar do que o normal, fazendo com que o som ecoe ainda mais alto, resultando em um som timpânico. São comparadas re- giões simétricas, tal como no frêmito tóraco-vocal, mas em mais regiões. Na base pulmonar, escutar-se-á o som maciço diafragmático, de modo que é possível avaliar o quanto esse músculo desce durante a inspiração. NOTAS DE PERCUSSÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS INTENSIVIDADE RELATIVA TOM RELATIVO DURAÇÃO RELATIVA EXEMPLO DE LOCALIZAÇÃO Macicez pétrea Suave Agudo Curta Coxa Macicez Média Médio Média Fígado Som claro antimpâ- nico (ressonância) Alta Grave Longa Pulmão hígido Hipersonoridade (hiper-ressonância) Muito alta Muito grave Mais longa Habitualmente nenhuma Timpanismo Alta Agudo* Mais Longa Câmara de ar gás- trica ou bochecha inflada com ar * Identificado principalmente por seu timbre musical Tabela 1. Notas da percussão e suas características (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) SE LIGA! É no estudo dos derrames pleurais, líquidos ou gasosos, que a per- cussão do tórax fornece os dados mais importantes. Derrame líquido nas cavi- dades pleurais livres tendem a se loca- lizar nas regiões de maior declive. Por essa razão, estando o paciente sentado, mesmo os pequenos derrames podem ser reconhecidos por macicez na região infraescapular, área de projeção dos seios diafragmáticos costovertebrais posteriores. Quando, na cavidade pleu- ral, além de líquido, há ar (hidropneumo- tórax), acima da área de macicez encon- tra-se timpanismo. 12EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO 5. AUSCULTA Por fim, chega-se à ausculta do tórax, parte essa muito importante e igual- mente trabalhosa de se aprender cor- retamente. A princípio, devemos ini- cialmente saber os tipos de sons que auscultamos, bem como as caracte- rísticas de cada um desses. O som brônquico é auscultado sobre o ma- núbrio do esterno e brônquios princi- pais. Nele é ouvida mais a expiração do que a inspiração. O som bron- covesicular é auscultado na região esternal e interescapular, sendo que nele os sons inspiratórios e expira- tórios possuem a mesma duração. O murmúrio vesicular é auscultado na periferia pulmonar. Nesse tipo de som, ouve-se mais a inspiração do que a expiração. Já o som traqueal é semelhante ao som brônquico, mas com mais intensidade. MAPA MENTAL PERCUSSÃO TORÁCICA PERCUSSÃOCaminho em zigue-zague Entre os espaços intercostais Normal Patológico Som claro pulmonar Comparação vertical e horizontal Falange intermédia do dedo médio Timpanismo Macicez Pneumotórax Consolidação Derrame pleural 13EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO A técnica básica consiste em auscul- tar regiões simétricas da parede torá- cica, tanto anterior quanto posterior, seguindo-se de superior para inferior, tomando-se cuidado para que o am- biente em que se examina o paciente permita que você tenha certeza da- quilo que está ouvindo, bem como para possíveis obstáculos e confundi- dores no seu exame, como ocorre nos casos da presença de pelos. CARACTERÍSTICAS DOS SONS RESPIRATÓRIOS DURAÇÃO DOS SONS INTENSIDADE DO SOM EXPIRATÓRIO TOM DO SOM EXPIRATÓRIO LOCALIZAÇÕES NORMAIS Os sons inspirató- rios duram mais que os expiratórios Suave Relativamente grave Sobre a maior parte dos pulmões Os sons inspirató- rios e expiratórios são aproximada- mente iguais Intermediária Intermediário Com frequência nos 1º e 2º EIC na face anterior e entre as escápulas Os sons expiratórios duram mais que os inspiratórios Forte Relativamente agudo Sobre o manúbrio (vias respiratórias próximais maiores) Os sons inspirató- rios e expiratórios são aproximada- mente iguais Muito forte Relativamente agudo Sobre a traqueia no pescoço Tabela 2. Características dos sons respiratórios (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) Figura 11. Modelo de pontos para ausculta (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) 14EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Os chamados sons adventícios são aqueles que não são encontrados co- mumente, não sendo característicos de cavidades pleurais e/ou pulmões saudáveis. Podemos classificar esses sons como descontínuos ou contínu- os. Os chamados descontínuos con- sistem nos estertores, que são decor- rentes de anormalidadespulmonares como a fibrose, ou das vias respirató- rias, como a bronquite. Ocorrem tanto na expiração como inspiração. Podem ser divididos em estertores finos (crep- tosos) que indicam conteúdo dentro do alvéolo e doenças intersticiais no alvé- olo e grosseiros (bolhosos), que indica presença de conteúdo líquido ou infla- matório nas vias aéreas. Já os contí- nuos se caracterizam por permanecer por todo o ciclo respiratório, mas sen- do mais audíveis na expiração. Roncos são sons graves e contínuos que su- gerem secreção nas vias aéreas. Já os sibilos decorrem do estreitamento das vias respiratórias, sendo mais agudos e contínuos. É comum em pessoas com asma e indicam estreitamento de vias aéreas pequenas. SE LIGA! Sempre que perceber algum ruído adventício, não se esqueça de ca- racterizar bem o som quanto ao timbre, se é inspiratório, expiratório ou ambos, e a sua localização. SE LIGA! Quando ouvir algo diferente no pulmão do paciente, é importante pe- dir para ele tossir, uma vez que a expec- toração pode alterar o que é auscultado no pulmão do paciente. RUÍDOS RESPIRATÓRIOS ADVENTÍCIOS ESTERTORES (OU ESTALIDOS) SIBILOS E RONCOS Descontínuos Contínuos > 250 ms, musicais, prolongados (mas não persistem) Os sons inspirató- rios duram mais que os expiratórios Suave Relativamente grave Sobre a maior parte dos pulmões Os sons inspirató- rios e expiratórios são aproximada- mente iguais Intermediária Intermediário Com frequência nos 1º e 2º EIC na face anterior e entre as escápulas Os sons expiratórios duram mais que os inspiratórios Forte Relativamente agudo Sobre o manúbrio (vias respiratórias próximais maiores) Os sons inspirató- rios e expiratórios são aproximada- mente iguais Muito forte Relativamente agudo Sobre a traqueia no pescoço * A espessura das barras indica a intensidade; quanto mais íngrime a inclinação, mais agudo é o som. EIC= espaço intercostal. Tabela 3. Tabela Ruídos respiratórios adventícios (Bates, Propedêutica Médica, 11ª Ed., Guanabara Koogan) 15EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Como os achados mais comuns e importantes quanto ao exame do aparelho respiratório consistem na consolidação (típica de pneumo- nia) e o derrame pleural (pode ser multifatorial), observe a tabela a se- guir que sumariza os principais acha- dos do exame do aparelho respirató- rio em relação a essas duas causas: ACHADOS TÍPICOS DE CONSOLIDAÇÕES E DERRAMES PLEURAIS (SANARFLIX) CONSOLIDAÇÃO DERRAME PLEURAL FRÊMITO Aumentado Diminuído PERCUSSÃO (Sub) Macicez Macicez AUSCULTA Estertores Redução dos murmúrios Uma coisa que sempre nos deixa muito aflitos no início da trajetória do exame físico dos pacientes é o regis- tro dos achados. É muito comum que os alunos fiquem duvidoso e não sai- bam escrever de modo adequado, ou do modo corrente, o que perceberam em seu exame. A fim de ajudar no seu raciocínio inicial, deixamos aqui dois exemplos do livro Bates, Prope- dêutica Médica (11ª Ed, Guanabara Koogan). “Tórax simétrico, com boa expansão. Pulmões ressonantes. Murmúrio vesicular; ausência de estertores, si- bilos ou roncos. Diafragmas descem 4cm bilateralmente.” “Tórax simétrico com cifose mode- rada, aumento do diâmetro antero- posterior e expansão diminuída. Pul- mões estão hiperresonantes. Sons respiratórios diminuídos, com retar- do na fase expiratória e sibilos expi- ratórios difusos. Redução do frêmito; ausência de broncofonia, egofonia ou pectorilóquia afônica. Diafragma descem 2cm bilateralmente.” 16EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO MAPA MENTAL AUSCULTA Brônquico AUSCULTA Som Broncovesicular Ruídos adventícios Vesicular Traqueal Descontínuos Contínuos Roncos Sibilos Estertores Grosseiros Finos SAIBA MAIS! Para ajudar na sua prática individual, antes ou depois das idas ao hospital ou antes de um OSCE ou prova prática, colocamos aqui alguns links de vídeos e materiais eletrônicos para te auxiliar. Outra coisa que você também pode fazer é, caso você tenha um estetoscópio Litt- man, baixar o app da empresa e cadastrar o número de série do seu produto, liberando uma série de recursos que facilitarão muito o seu estudo pessoal. Links: https://www.youtube.com/watch?v=gRWSyqatWQQ&t=330s https://www.youtube.com/watch?v=2NvBk61ngDY https://www.practicalclinicalskills.com/ 17EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO MAPA MENTAL RESUMO EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO Percussão Inspeção Palpação Ausculta Timpanismo Som claro pulmonar Macicez Ruídos adventícios Estertores Anomalias Padrão respiratório Expansibilidade Frêmito tóraco-vocal Aumentado Diminuído ou ausente Apical e basal Prega Tipo de tórax Roncos e sibilos Pneumotórax Derrame pleural Consolidação
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