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TERAPÊUTICA APLICADA: BASES DA 
BOA PRESCRIÇÃO
UNIDADE II
CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Elaboração
Juliano de Pierri
Atualização
Talita Zanin Damas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 4
UNIDADE II
CONHECIMENTO X PROTOCOLO ...................................................................................................................................................7
CAPÍTULO 1
CONHECIMENTOS X PROTOCOLO: O ARSENAL TERAPÊUTICO ................................................................................. 7
CAPÍTULO 2
FARMACODINÂMICA ................................................................................................................................................................ 29
CAPÍTULO 3
FARMACOCINÉTICA .................................................................................................................................................................. 33
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................41
INTRODUÇÃO
O objetivo desta disciplina é introduzir o aluno no estudo da terapêutica, bem 
como investigar bases sólidas que permitam a esse aluno uma correta prescrição 
medicamentosa, discernindo entre o risco e o benefício que determinado tratamento 
expõe ao paciente. 
Ainda sobre o tema, deixaremos claro que a prescrição medicamentosa não pode 
ser feita com bases puramente empíricas, como em outrora, mas sim se observando 
as constatações científicas e, principalmente, estabelecendo-se uma maneira 
clara e racional que leve em consideração a disponibilidade dos fármacos, bem 
como suas limitações, riscos e benefícios ao paciente. 
Fazer uma prescrição medicamentosa em odontologia é relativamente fácil, 
inclusive com programas de computador que realizam essa tarefa de maneira 
automatizada. Executar uma prescrição odontológica bem-feita, que considere 
todos esses fatores mais as particularidades do paciente, sem se esquecer dos 
aspectos legais envolvidos, não é uma tarefa das mais corriqueiras, ao contrário, é 
algo que exige muito mais do prescritor do que se imagina, conforme mostraremos 
com o passar do curso.
Por fim, melhoraremos a capacidade de tomada racional de decisão, fazendo 
com que o aluno esteja realmente disposto a prescrever com excelência e tendo 
acesso a um arsenal terapêutico que lhe propicie tratar não somente os casos mais 
simples, como também os mais complexos, sempre com liberdade e conhecimento 
para escolher os fármacos a serem utilizados.
Objetivos
 » Mostrar o que é terapêutica aplicada.
 » Explicar a importância da ciência dentro das tomadas de decisão.
 » Apresentar as características mais importantes de ação dos fármacos.
 » Discutir as relações mínimas entre as prescrições medicamentosas e a 
legislação vigente.
 » Explicitar as bases teóricas da prescrição de fármacos.
 » Compreender em que se baseiam as normas para boa prescrição.
 » Conhecer pelo menos uma técnica para boa prescrição de fármacos.
 » Mostrar que a boa prescrição utiliza medidas farmacológicas e não 
farmacológicas.
 » Mostrar aos profissionais quais os fármacos utilizados e quais não devem 
ser usados em odontologia.
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UNIDADE IICONHECIMENTO X 
PROTOCOLO
CAPÍTULO 1
CONHECIMENTOS X PROTOCOLO: O ARSENAL 
TERAPÊUTICO
A partir do exposto até o momento, ficou mais do que claro ao leitor o sentimento 
de que sempre devemos nos embasar em mais do que uma fonte para nortear 
nossos tratamentos e, em última análise, nossas prescrições. Assim sendo, é 
importante termos à disposição um arsenal de técnicas e conhecimentos para 
que possamos escolher qual será o mais adequado, a depender do paciente a 
ser atendido. 
Quando temos apenas uma alternativa, seja por desconhecimento ou comodismo, 
dizemos que está estabelecido um protocolo clínico de atendimento. Um protocolo 
clínico de atendimento não significa necessariamente um fator ruim, pelo 
contrário, já que no mundo todo são estabelecidas condutas clássicas utilizadas 
em determinadas áreas médicas chamadas de protocolos de atendimentos. 
Porém, no momento em que podemos escolher entre vários tipos de drogas 
e tratamentos para combater a mesma enfermidade, chamaremos de arsenal 
terapêutico – e essa situação é melhor do que ser refém de uma receita já pronta 
(TORTAMANO, 2001). 
Para que nosso arsenal terapêutico seja efetivamente utilizado com eficiência 
e sabedoria, são necessários que existam pelo menos seis princípios prévios 
indispensáveis na escolha de um ou de outro medicamento para tratamento dos 
pacientes, que são:
» a forma farmacêutica;
» a via de administração do fármaco;
» os fatores individuais;
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
» as classes legais de medicamentos no Brasil;
» farmacodinâmica: mecanismos de ação dos fármacos;
» farmacocinética: absorção, distribuição e destino dos fármacos. 
O esquema abaixo mostra como o arsenal terapêutico se diferencia do protocolo 
terapêutico.
Figura 4. Esquema diferenciando o arsenal terapêutico do protocolo prescritivo.
ARSENAL DA 
TERAPÊUTICA 
ODONTOLÓGICA
Forma farmacêutica, 
vias de administração 
e as classes legais 
FATORES INDIVIDUAIS
FARMACODINÂMICA
FARMACOCINÉTICA
PROTOCOLO
RECEITA PRONTA CONHECIMENTOS 
DO PROFISSIONAL
Fonte: elaborado autor.
Os seis princípios são à base da escolha racional de medicamentos e, 
consequentemente, da prescrição e do uso de fármacos. O conhecimento 
desses fatores irá permitir que os profissionais tenham uma maior autonomia 
e capacidade curativa, podendo utilizar uma maior gama de produtos, técnicas 
e especialidades terapêuticas e, com isso, atingir índices maiores de curas com 
menor probabilidade de efeitos indesejáveis das drogas utilizadas. 
A forma farmacêutica 
A forma farmacêutica pode ser entendida como de qual maneira os medicamentos 
são oferecidos. Em odontologia, podem-se distinguir claramente duas formas 
farmacêuticas: a forma sólida e a forma líquida (ANDRADE, 2006). 
» Forma sólida - pode ser aplicada por via oral ou em aplicações locais. Para 
que se consiga uma maior homogeneização e garantir uma maior eficiência 
na administração, a forma sólida é comercializada na forma de pós. De 
acordo com o grau de compactação e aglomeração desses pós, podem-se ter 
várias formas de apresentação farmacêuticas, sendo que as mais utilizadas 
em odontologia são:
 › comprimidos: podem se apresentar nos mais variados formatos e tamanhos e 
são resultado da prensagem de quantidades pré-determinadas de pós com o 
princípio ativo seco do fármaco. Estes podem ser formulados para se dissolverem 
na cavidade oral do paciente, podendo ser absorvidos pela região sublingual do 
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
paciente, bem como podem ser preparados para se dissolverem no estômago, nos 
intestinos ou mesmo em outros líquidos antes de serem usados pelo paciente. A 
forma de apresentação tem tido grande atenção nos últimos anos em função dos 
chamados fármacos de liberação controlada, cuja absorção é mais prolongada, 
trazendo vantagens para os pacientes;
 › drágeas: também são comprimidos, porém recebem uma ou mais camadas de 
revestimento externo com o objetivo de evitar a alteração dos princípios ativos, 
bem como proteger o paciente tanto de um possível odor/sabor desagradáveis 
como da ação ulcerativa que esses comprimidos podem conter quando em 
contato com mucosas ou outros tecidos do corpo;
 › cápsulas: são compartimentos de composição gelatinosa com forma e dimensão 
variadas, que podem levar em seu interior substâncias sólidas, líquidas ou 
pastosas. Em geral, são assim acondicionadas para resistirem à passagem pelo 
estômago e, consequentemente, pelo suco gástrico seja pela possibilidade de 
que o princípio ativo sejaatacado pelo meio ácido (perdendo seu efeito) ou 
para proteger a mucosa gástrica da ação desse fármaco, que pode causar algum 
dano ali. 
Figura 5. Forma sólida de apresentação dos fármacos: comprimidos, cápsulas e drágeas.
Fonte: https://pt.slideshare.net/DanielaBatista4/trabalho-farmacia.
Será que a variedade de cores e formatos pode alterar a preferência dos pacientes 
por determinado medicamento? E mais: será que o tamanho e a cor podem alterar 
a ação dos fármacos no tratamento de determinadas patologias? 
Cientistas indianos estudaram como a aparência dos medicamentos alteraram a 
escolha dos medicamentos. Confira o resultado em: http://www.wallstreetfitness.
com.br/fique_por_dentro/artigo/2972/cor-dos-comprimidos-altera-resultado-do-
tratamento.
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
No quadro a seguir, encontram-se relacionadas as vantagens e as desvantagens na 
utilização de uma ou de outra forma farmacêutica de determinado medicamento 
mais utilizados na via oral em odontologia.
Quadro 3. Vantagens e desvantagens na utilização das formas farmacêuticas sólidas em 
odontologia.
Forma farmacêutica Vantagem Desvantagem
Comprimidos
Precisão na dosagem e fácil utilização.
Podem ser fracionados*.
Tem durabilidade mais elevada, podendo ser 
conservados por maior período.
Alguns pacientes têm dificuldade de 
deglutição dependendo do tamanho dos 
comprimidos.
Degradam-se facilmente quando expostos 
à unidade sem a devida proteção. 
Drágeas
Facilitam muito a deglutição.
Eliminam sabores e odores indesejados.
Evitam alteração dos princípios ativos.
Têm resistência ao suco gástrico.
Não permitem divisão*.
Tê m co l o ra çõ e s d i fe re n c i a d a s e 
atraentes podendo ser mais consumidas 
acidentalmente principalmente por crianças 
(assemelham-se muitas vezes a confeitos).
Cápsulas
Podem ser usadas em drogas de sabor 
desagradáveis.
Podem receber o revestimento resistente 
ao sulco gástrico.
Podem ser programados para liberar a droga 
de maneiras variadas.
Degradam-se facilmente quando expostos 
à unidade sem a devida proteção.
Podem ser abertas com facilidade, expondo 
seu conteúdo.
Não permitem divisão*.
*No presente texto, faremos uma diferenciação entre os termos divisão e fracionamento de fármacos.
Fonte: elaborado pelo autor.
As formas farmacêuticas sólidas empregadas na forma tópica local em odontologia 
são as pastas e pomadas. As pastas são composições que apresentam uma maior 
quantidade de pó em geral acima de 20%. Já as pomadas são mais gordurosas 
e resistentes à água e aderem bem aos substratos.
Uma forma farmacêutica sólida já em desuso na odontologia é a forma de 
supositórios. Eles apresentam formato cônico, sendo destinados para a aplicação 
pela via retal, especialmente prescritos aos pacientes que tiverem algum 
comprometimento das outras vias, quando a via oral estiver impedida (por 
obstrução, trismo ou vômitos), ou em odontopediatria, quando o paciente ainda 
não tem condições de deglutir.
» Forma líquida - são representadas pelas emulsões, suspensões e soluções 
podendo ser deglutidas ou aplicadas de maneira parenteral (injetáveis):
 › emulsões: são compostas por líquidos que não se misturam um no outro, 
geralmente de caráter líquido e oleoso, em que um deles fica disperso no outro 
na forma de minúsculas gotículas. São raros os usos desse tipo de fármaco em 
odontologia;
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
 › suspensões: são formas farmacêuticas líquidas, viscosas, construídas por um 
líquido que contém minúsculas partículas sólidas que não se dissolvem, sendo 
esse o princípio ativo da medicação. Para que esse tipo de medicação tenha ação, 
é essencial que o odontólogo no momento da prescrição escreva claramente 
na receita a frase: “agitar energicamente antes de consumir”; caso contrário, 
existe a grande chance de o princípio ativo decantar e o paciente fazer uso de 
um líquido inerte ao invés do princípio ativo disperso. As suspensões podem 
ser administradas também sob forma inalável de aerossóis;
 › soluções: são misturas de uma ou mais substâncias homogêneas tanto química 
quanto fisicamente. São as clássicas soluções químicas compostas em geral por 
um soluto (princípio ativo) e um solvente (veículo de administração líquido), 
geralmente água, mas outros podem estar presentes, como álcool, glicerina, 
éter e benzina. Essas soluções podem ser recebidas por via oral ou injetadas no 
paciente por vias parenterais, constituindo-se das vias de administração dos 
fármacos. Quando o fármaco em questão tiver que ser administrado utilizando-se 
dosagem por gotas, isto é, não se contará por volume de tantos mL e sim por X 
gotas de tal medicamento, o clínico deve ter o cuidado de relatar no receituário 
a seguinte orientação: “MEDICAMENTO TAL, solução em GOTAS”.
» Xaropes - são formas aquosas contendo grande conteúdo de glicose. São 
interessantes quando se necessita de correção do sabor amargo e para 
manter a suspensão dos princípios ativos.
» Elixir: pode-se classificar um elixir como sendo um xarope com conteúdo 
alcoólico minoritário.
» Colutórios: muitas vezes chamadas de soluções para bochechos, são 
destinados à aplicação local apenas, diretamente nas estruturas bucais, 
sem que o paciente degluta. Nessa categoria se encontram os antissépticos 
bucais.
» Soluções injetáveis: são soluções ou suspensões esterilizadas livres de 
patógenos e pirogênios, acondicionadas em frascos e/ou ampolas utilizadas 
em administração parenteral. Apesar do uso restrito na terapêutica 
odontológica tradicional, são de grande valia no tratamento de casos 
complicados ou quando se necessita de uma maior rapidez na distribuição 
do fármaco. 
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Figura 6. Forma líquida de apresentação dos fármacos: emulsões, elixires, soluções, tinturas, chá ou 
infusão e xaropes.
Fonte: https://pt.slideshare.net/DanielaBatista4/trabalho-farmacia.
Os cirurgiões dentistas muitas vezes não se atentam a importantes fatores ligados à 
estabilidade dos medicamentos líquidos. Apresentamos como sugestão de leitura 
um manual contendo informações muito interessantes sobre fármacos apresentados 
na forma líquida desenvolvido pelo corpo clínico. Acesse http://www.hc.ufg.br/
uploads/138/original_Guia_de_Estabilidade_de_Medicamentos_Liquidos_Orais_e_
Topicos.pdf para ler o conteúdo.
As soluções injetáveis são tão eficazes e de tanta importância para a correta 
terapêutica odontológica que abaixo relacionamos as principais vantagens e 
desvantagens desse método (ANDRADE, 2006).
Quadro 4. Vantagens e desvantagens das soluções injetáveis. 
Soluções injetáveis
Vantagens Desvantagens
Absorção rápida e segura.
Determinação exata da dose do fármaco.
Podem ser usadas em grandes volumes.
Podem ser administradas por longos períodos de tempo.
Não são atacadas no estômago.
Não atacam diretamente o estômago.
Necessidade de assepsia.
Dor da injeção em si.
Difícil autoaplicação.
Profissional treinado para aplicação.
Custo total ligeiramente maior.
Fonte: adaptado de Andrade, 2006.
Vamos conferir no esquema simplificado as formas de apresentação dos fármacos 
mais comumente encontrados e utilizados em odontologia.
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Figura 7. Esquema diferenciando as formas farmacêuticas.
FORMA FARMACÊUTICA
FORMA SÓLIDA
Comprimidos, drágeas, 
cápsulas, pastas e 
supositórios
FORMA LÍQUIDA
Emulsões, suspensões, 
solução gotas, colutórios 
e injetáveis.
Fonte: elaborado pelo autor.
A forma de apresentação dos fármacos é importante, pois permite aumentar a 
gama de medicamentos que se pode prescrever aos nossos pacientes. Muitas 
vezes, no serviço público ou mesmo no privado, tem-se a falta de um medicamento 
em gotas. Nessa situação, podemos abrir o leque do nosso arsenal terapêutico 
para escolher um fármaco do tipo suspensão, por exemplo, ou até mesmo um 
injetável, tão eficaz e ao mesmo tempo tão pouco utilizado pelos cirurgiões 
dentistas em geral.
Umcirurgião-dentista prescreveu um analgésico em solução gotas cujo 
nome químico é acetominofeno. Ao adquirir o tal analgésico na farmácia, o 
farmacêutico informou que o medicamento na apresentação gotas estava 
em falta e sugeriu a compra do fármaco na forma de comprimidos com a 
mesmíssima dosagem. O farmacêutico agiu certo? Qual seria a conduta 
correta do paciente nessa situação? Qual seria a sua conduta frente ao 
paciente e ao farmacêutico nessa situação?
A via de administração do fármaco 
Um fármaco para exercer sua ação deve chegar ao tecido-alvo a não ser que seu 
efeito seja exatamente sob o tecido que o recebe. Assim sendo, torna-se imperativo 
conhecer as maneiras como determinadas drogas penetram no organismo para 
posteriormente chegarem aos locais de ação (tecidos-alvo). Essas maneiras que os 
fármacos têm de penetrar no organismo são chamadas de vias de administração 
(ANDRADE, 2013).
As vias de administração podem ser vias enterais (do grego enteron = intestino), 
quando o medicamento entra em contato com segmentos do trato gastrintestinal. 
Contrariamente às vias de administração enterais, quando um fármaco não entra 
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
em contato com o trato gastrintestinal, chama-se de via parenteral. Quando o 
fármaco age diretamente no tecido-alvo, isto é, age diretamente no local em que 
esse fármaco é aplicado, temos a ação local e tópica.
Por mais incrível que possa parecer, a aplicação tópica permite o uso de quantidades 
menores de medicamentos com baixa absorção e grande ação no local desejado, 
sendo assim uma via de administração muito eficaz e sempre desejável em 
odontologia, inclusive com baixa probabilidade de efeitos indesejados à distância.
As vias parenterais podem ser divididas em vias diretas e vias indiretas. De 
forma geral, as vias diretas fazem o uso de seringas e agulhas para chegarem 
à corrente sanguínea, enquanto as vias indiretas são administradas em locais 
longe da corrente sanguínea, sendo que posteriormente alcançam a circulação 
sanguínea do paciente, assim sendo usam outras formas de inoculação. 
No quadro a seguir, estão relacionadas as vias de administração mais comuns 
e, entre elas, as mais utilizadas pelos cirurgiões dentistas.
Quadro 5. Vias de administração de fármacos enterais e parenterais diretas e indiretas.
Vias de administração de fármacos
Vias enterais Vias parenterais
Oral
Bucal
Sublingual
Retal
Diretas Indiretas
Intravenosa
Intramuscular
Subcutânea
Intra-arterial
Intracardíaca
Intraperitoneal
Intratecal
Peridural
Cutânea
Respiratória
Conjuntival
Rino e orofaríngea
Geniturinária
 Fonte: elaborado pelo autor. 
» Via oral: é a via de administração mais comum, sendo também a mais 
variável e a via que envolve o trajeto mais complicado de acesso aos tecidos. 
Em geral, alguns fármacos são absorvidos no estômago, porém o principal sítio de 
entrada para a circulação sistêmica é o duodeno, em razão de sua maior superfície 
de absorção. A maioria dos fármacos absorvidos no trato gastrintestinal (TGI) 
entram na circulação porta, passando pelo fígado antes de serem distribuídos 
pela circulação corpórea. 
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
A eficácia dos fármacos administrados por via oral é limitada devido ao metabolismo 
de primeira passagem no intestino ou fígado, em que, por exemplo, mais de 
90% da nitroglicerina é eliminada durante uma única passagem pelo fígado. A 
absorção pelo trato gastrintestinal é regulada por alguns fatores, entre os quais 
o estado físico da droga, a área de superfície para a absorção e o fluxo sanguíneo 
e a concentração no local da absorção.
A ingestão oral é o método mais comum e mais seguro, conveniente e econômica. 
Suas desvantagens são: absorção limitada de alguns fármacos em função de 
suas características (por exemplo, hidrossolubilidade); vômitos causados pela 
irritação da mucosa gastrointestinal; destruição de alguns fármacos pelas enzimas 
digestivas ou pelo pH gástrico baixo; irregularidade na absorção ou propulsão 
na presença de alimentos ou de outros fármacos; e a necessidade de contar com 
a colaboração do paciente. Além disso, os fármacos presentes no trato GI podem 
ser metabolizados por enzimas da flora ou mucosa intestinal ou do fígado, antes 
que possam alcançar a circulação sistêmica (BRUNTON, 2007).
O Quadro 6 mostra as vantagens e as desvantagens da administração de fármacos 
por via oral. Nota-se a maior quantidade de desvantagens.
Quadro 6. Vantagens e desvantagens da via de administração oral.
Via oral
Vantagens Desvantagens
 A via oral é segura, conveniente 
e econômica.
O meio ácido do estômago e as enzimas digestivas podem destruir a droga. 
Algumas drogas irritam a mucosa gastrointestinal, podendo provocar vômitos.
A presença de alimento pode prejudicar a absorção.
Algumas drogas são muito metabolizadas pela mucosa gastrointestinal e pelo fígado 
antes de alcançarem a circulação sistêmica. É o metabolismo de primeira passagem.
A absorção depende da atividade intestinal.
Incapacidade de absorver alguns fármacos por causa de suas características.
Fonte: elaborado pelo autor.
» Via sublingual: a medicação sublingual difunde para a trama capilar da 
mucosa, e assim passa diretamente para a circulação sistêmica. A vantagem 
dessa via de administração é que o fármaco evita o intestino e o fígado, 
não sendo inativado pelo metabolismo de primeira passagem. Essa via é 
interessante, pois utiliza um local muito vascularizado com espessura de 
mucosa muito pequena.
» Via bucal: age de forma tópica local do fármaco sobre a mucosa oral. Por 
essa via, o cirurgião-dentista pode aplicar os mais diferentes medicamentos 
diretamente no local onde se deseja a ação rápida. 
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
» Via retal: a biotransformação hepática de fármacos é mínima, já que 
cinquenta por cento da drenagem da região retal contorna a circulação porta. 
A via retal é útil se o fármaco induz o vômito quando administrado por via 
oral ou se o paciente já está em crise emética (a via retal também é usada 
para administrar agentes antieméticos). Essa via tem como desvantagem 
o fato de a absorção retal ser geralmente irregular e incompleta, sendo 
que muitos fármacos irritam a mucosa do reto.
A vantagem das vias sublingual e retal é que evitam a destruição do fármaco por 
enzimas digestivas ou pelo baixo pH do estômago.
As vias de administração de fármacos são um importante item no arsenal 
de conhecimentos do cirurgião-dentista, pois ela influencia enormemente 
na absorção e metabolização dos fármacos e, em última análise, na 
velocidade de ação e principalmente no início de ação dos fármacos. Como 
leitura complementar, sugerimos o trabalho abaixo, em que são feitas 
considerações importantes e práticas de como as vias de administração 
agem na ação dos fármacos:
Importância da via de administração na absorção de fármacos em rattus 
norvegicus. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABPsAAF/
importancia-das-vias-administracao-dos-farmacos.
Vias parenterais
A origem da palavra parenteral provém do grego “para” (ao lado) e “enteros” 
(tubo digestivo), significando a administração de medicamentos ao lado do 
tubo digestivo ou sem utilizar o trato gastrointestinal. A indicação dessa via é 
para administração de medicamentos a pacientes inconscientes, com distúrbios 
gastrointestinais e nos pacientes impossibilitados de engolir.
Pode-se esperar uma ação mais rápida da droga na administração de 
medicamentos que se tornam ineficientes em contato com o suco digestivo. 
A via parenteral consiste na administração de medicamentos através das 
seguintes vias (CASTRO, 1998):
» diretas;
» indiretas.
Vias diretas
» Injeção subcutânea: a injeção subcutânea permite uma administração 
medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela 
também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno 
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibree nervos, sendo mais 
rapidamente absorvida no tecido adiposo, principalmente através dos 
capilares. Os locais mais comuns de injeção subcutânea são a face externa da 
porção superior do braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen 
inferior, região glútea e dorso superior. A injeção é realizada por meio de 
uma agulha relativamente curta, sendo contraindicada em locais inflamados, 
edemaciados, cicatrizados ou cobertos por uma mancha, marca de nascença 
ou outra lesão, contraindicadas também em pacientes com alteração nos 
mecanismos de coagulação. 
As medicações recomendadas para injeção subcutânea incluem soluções aquosas 
e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml de líquido. A heparina e a 
insulina, por exemplo, são geralmente administradas via subcutânea. Em casos 
de emergências de reação anafilática, pode-se administrar adrenalina 1:1000 
pm via subcutânea.
» Injeção intradérmica: usada principalmente com fins de diagnóstico como 
em testes para alergia ou tuberculina, as injeções intradérmicas indicam 
quantidades pequenas, geralmente 0,5 ml ou menos, baixa absorção 
sistêmica dos agentes injetados dentro das camadas mais externas da 
pele. A face ventral do antebraço é o local mais comumente utilizado por 
ser facilmente acessível e ausente de pelos.
» Injeção intramuscular: injeções intramusculares depositam a medicação 
profundamente no tecido muscular, sendo uma via de administração com 
uma ação sistêmica rápida, possibilitando a absorção de doses relativamente 
grandes (até 5 ml em locais adequados). Pelo fato de possuir uma ação 
rápida, essa via é utilizada em quadros de reação anafilática, por meio 
da administração intramuscular de Betametazona ou Dexametasona 
(Disprospan R ou Decadron R), como conduta emergencial.
As injeções intramusculares são recomendadas para os pacientes não cooperativos 
ou aqueles que não podem tomar a medicação via oral e para as medicações 
que são alteradas pelo suco digestivo. Os tecidos musculares possuem poucos 
nervos sensoriais, permitindo na injeção uma administração menos dolorosa de 
medicações irritantes. O local de uma injeção intramuscular deve ser escolhido 
cuidadosamente, levando em consideração o estado físico geral do paciente e a 
proposta da injeção. 
Cabe salientar que as injeções intramusculares são contraindicadas em pacientes 
com mecanismo de coagulação prejudicados e em pacientes com doença vascular 
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
periférica oclusiva, edema e choque, porque essas moléstias prejudicam a absorção 
periférica, além de não serem administrado em local inflamado, edemaciado 
ou irritado ou ainda em locais com manchas de nascença, tecido cicatrizado ou 
outras lesões.
A aplicação de injeção intramuscular é muito útil ao cirurgião-dentista, 
principalmente na debelação rápida da dor e da inflamação. Assim, descreveremos 
brevemente o método de aplicação (CASTRO, 1998):
1. de início, escolha um local adequado para a injeção. Os músculos dos glúteos 
são geralmente utilizados em adultos sadios, embora o músculo deltoide 
possa ser utilizado para uma injeção de pequeno volume (2ml ou menos). Em 
recém-nascidos e crianças, é mais utilizado o músculo vasto lateral da coxa, 
já que é mais desenvolvido e não contém nervos grandes ou vasos sanguíneos 
calibrosos, minimizando o risco de uma lesão grave. O músculo reto anterior 
também pode ser utilizado em recém-nascidos, sendo contraindicado em 
adultos.
2. limpe a pele com algodão e álcool e aguarde a pele secar;
3. com os dedos polegar e indicador da sua mão não dominante, agarre 
suavemente a pele do local da injeção;
4. posicione a seringa em um ângulo de 90o graus em relação à epiderme. Insira 
a agulha rápida e firmemente através das camadas dérmicas, profundamente 
até o músculo, com o bisel da agulha no sentido das fibras musculares, 
diminuindo as possíveis dores;
5. após a aplicação do medicamento, remova a agulha em um ângulo de 90o 
graus;
6. massageie o músculo relaxado para ajudar a distribuir a medicação e ajudar 
a promover a absorção.
7. agulhas indicadas: 25 x 7/8; 30x 7/8.
Injeção intraóssea: a infusão intraóssea permite a disposição de líquidos, 
medicações ou sangue total na medula óssea, sendo essa via uti l izada 
quando é difícil ou impossível a infusão venosa rápida. Essa técnica é 
realizada em recém-nascidos e crianças e em emergências, como parada 
cardiopulmonar ou colapso circulatório, hipopotassemia, provocada por 
lesão traumática ou desidratação, estado epilét ico, estado asmático, 
queimaduras, pseudoafogamento e septicemia opressiva.
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Injeção intra-articular: a via intra-articular tem a capacidade de depositar as 
medicações diretamente na cavidade articular para aliviar a dor, ajudar a preservar 
a função, prevenir contraturas e retardar a atrofia muscular. As medicações 
geralmente administradas via intra-articular incluem corticosteroide, anestésicos 
e lubrificantes. É contraindicada em pacientes com infecção articular, fratura 
ou instabilidade articular ou infecção fúngica sistêmica. 
Injeção intravenosa ou endovenosa: é a administração de uma droga diretamente 
na veia, a fim de obter uma ação imediata do medicamento. A medicação poderá 
ser administrada em qualquer veia periférica acessível, mas com preferência 
para: dobra do cotovelo: basílica, mediana e cefálica; antebraço; e dorso das 
mãos. A medicação poderá ser administrada ainda em veias profundas, por meio 
de cateteres endovenosos introduzidos por punção ou flebotomia. Essa via é 
utilizada em casos de emergência nos quais o paciente se encontra inconsciente, 
como, por exemplo, nos casos de crise hipoglicêmica, em que a conduta seria a 
administração de glicose 50% por via intravenosa (CASTRO, 1998).
Vias indiretas
Via cutânea: a pele apresenta efetiva barreira à passagem de substâncias, sendo 
utilizada esta via para obtenção de efeitos tópicos, produzem efeitos sistêmicos, 
terapêuticos ou tóxicos. A absorção do medicamento depende da área de exposição, 
difusão do fármaco na derme (alta lipossolubilidade), temperatura e estado 
de hidratação da pele. As formas farmacêuticas comumente empregadas são 
soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, unguentos, geleias e adesivos sólidos, 
esses destinados à absorção transcutânea para obtenção de efeitos sistêmicos. As 
mucosas ricamente vascularizadas permitem fácil absorção de princípios ativos, 
apresentando ação local ou, se captadas pela circulação sanguínea, sistêmica 
(CASTRO; 1998).
Via respiratória: a via respiratória estende-se desde a mucosa nasal até aos 
alvéolos, sendo utilizada para obtenção de efeitos locais ou sistêmicos. Os 
medicamentos são administrados por inalação, estando sob a forma de gás ou 
contidos em pequenas partículas líquidas ou sólidas, geradas por nebulização 
ou aerossóis. Para o odontólogo, é uma das vias mais importantes, pois pode ser 
administrado o óxido nitroso, responsável por uma sedação consciente muito 
importante para o tratamento de pacientes ansiosos ou estressados, bem como 
a administração de oxigênio medicinal para a remissão dos efeitos do óxido 
nitroso. As vantagens dessa via consistem em administração de pequenas doses 
20
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
para rápida ação e diminuindo os efeitos adversos sistêmicos. A crise asmática, 
quadro que acomete pacientes com sistema respiratório comprometido, requer a 
administração do Bromidrato de Fenoterol, nome comercial Berotec R, diluído em 
soro fisiológico ou água, feitos através de inalação com oxigênio, como conduta 
emergencial (CASTRO, 1998).
Via conjuntival e geniturinária: são utilizadas na obtenção de efeitos locais. As 
formas farmacêuticas incluem soluções, comprimidos ou óvulos vaginais, geleias, 
cremes e pomadas (CASTRO, 1998).
Via intracanal: via de uso odontológico exclusivo para obtenção de efeito local 
de fármacos junto ao canal radicular e à zona pulpar. Apesar de os dentes 
estaremincluídos na cavidade oral, a via intracanal é considerada parenteral pelo 
fato de o fármaco estar sendo administrado em área pulpar, não pertencendo 
ao trato digestivo. A cavidade pulpar recebe irrigação de vasos sanguíneos e 
linfáticos, possuindo também terminações nervosas. Dependendo do estado 
da doença dentária, do tamanho molecular do fármaco e da extensão da 
preparação biomecânica, os medicamentos podem alcançar a corrente sanguínea 
(CASTRO,1998). 
Imagine que você deva tratar um paciente com uma pulpite aguda a mais 
de 24h num molar inferior difícil de anestesiar. Qual via de administração 
de fármaco você usaria como coadjuvante no alívio da dor do paciente? A 
anestesia local posteriormente utilizada faz uso de qual via de administração?
Os fatores individuais 
Uma vez que o intuito de uma boa prescrição é agir diretamente em um determinado 
paciente, torna-se necessário conhecer os fatores individuais aos quais o paciente 
especificamente está sujeito, pois influenciam na ação dos fármacos em questão. 
Os fatores individuais que interferem na ação das drogas podem ser classificados 
em constitucionais e condicionais (TORTAMANO, 2006). 
Os fatores constitucionais são aqueles inerentes ao paciente: sexo, idade, peso, 
raça e temperamento. Os fatores condicionais são fatores que o paciente pode 
estar sujeito naquele momento especificamente: menstruação, lactação, gravidez, 
desidratação, hipoproteinemia e jejum.
21
CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Quadro 7. Amostragem simplificada dos fatores individuais e suas classificações.
Fatores Individuais
Constitucionais Condicionais
Sexo
Idade 
Peso
Raça 
Temperamento
Menstruação
Lactação
Gravidez 
Desidratação
Hipoproteinemia 
Jejum
Fonte: elaborado pelo autor.
Inicialmente, faremos uma análise doa fatores individuais constitucionais, entre 
os quais:
» sexo: em geral as drogas utilizadas em odontologia agem igualmente tanto 
em homens como em mulheres. É claro que outras observações devem ser 
feitas pelo clínico como peso e altura. As únicas drogas que exibem ação 
diferente entre os sexos são aquelas que agem nos órgãos genitais;
» idade: os idosos, em função de deficiências metabólicas, doenças e 
debilidades inerentes à idade, apresentam maior sensibilidade à ação das 
drogas. Crianças muitas vezes exigem as mesmas doses de medicamentos 
por quilograma de peso dos adultos em virtude de seu metabolismo elevado. 
Já os pacientes jovens irão necessitar de doses maiores que os adultos; 
» peso: é talvez o fator mais importante de análise individual do paciente. 
Geralmente quando se pensa na administração de certa dose, a quantidade da 
droga será diretamente proporcional ao peso do paciente, e os efeitos dessa 
droga serão inversamente proporcionais a esse peso. Assim, se for preciso 
fazer uma prescrição a um paciente mais pesado que outro, é aconselhável 
corrigir a dose de medicação fornecida. Para tanto, é importante conhecer 
a forma de apresentação do fármaco. Formas como drágeas ou cápsulas 
não podem ser divididas e a forma ideal seria suspensão ou comprimidos;
» raça: na espécie humana aparentemente não existe diferenças notáveis na 
ação dos fármacos em espécies diferentes;
» temperamento: influi mais quando do tratamento com drogas psicotrópicas 
e principalmente quando se utilizam medidas farmacológicas no controle 
da ansiedade do paciente.
22
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Quando se trata dos fatores condicionais devemos analisar:
» menstruação: evitar drogas irritantes, purgativas, vasodilatadoras que 
poderão causar um aumento na hemorragia. Trata-se de um estado particular 
da paciente naquele momento e não de uma mudança na ação das drogas. 
Nesse caso, devem-se também evitar anticoagulantes;
» lactação: o clínico deve sempre ficar atento para o fato de a paciente estar 
em período de amamentação, pois a grande maioria das drogas é eliminada 
por via mamária durante o período de lactação. Caso seja imprescindível 
ministrar algum fármaco ao paciente, é importante analisar a droga do 
princípio ativo com muito cuidado, e, em último caso, solicitar à mãe que 
faça a amamentação logo depois de tomar a droga de maneira que não exista 
tempo suficiente para que se inicie a eliminação no leite materno. Se houver 
necessidade de novas tomadas, o procedimento deve ser acompanhado 
pelo pediatra da criança ou pelo médico da paciente;
» gravidez: cuidados muito especiais precisam ser tomados com relação 
aos produtos e fármacos teratogênicos (que causam alterações fetais). 
Esses fármacos podem atuar interferindo na organogênese do embrião, 
produzindo defeitos em uma ou mais estruturas. Se essas malformações 
forem muito extensas e incompatíveis com a vida, ocorre a morte fetal; 
caso contrário, o nascimento de uma criança com malformações deve 
ser esperado. A placenta permite a passagem de fármacos em maior ou 
menor quantidade, dependendo da droga em questão. Por isso, o modo de 
ação dessa não se altera, mas precisa-se considerar que ela agirá nos dois 
organismos. A placenta apresenta capacidade de permitir a passagem de 
muitas drogas (YAGIELA et al., 2011). 
No próximo quadro, serão mostrados alguns fármacos utilizados em odontologia 
e que possuem efeito teratogênico, devendo principalmente serem evitados no 
período de gravidez assinalado.
Quadro 8. Efeito de alguns fármacos no feto e o período gestacional de maior perigo para o feto.
Efeitos tóxicos de fármacos durante a gravidez
Período mais suscetível
Trimestre
Fármaco Efeito tóxico ao feto 1 2 3 TERMO
Cloranfenicol Síndrome cinzenta, morte. X
Cortisona Fenda palatina. X
Anticoagulantes cumarínicos Hemorragia, morte. X X X
Diazepam Fenda palatina, depressão respiratória. X X
23
CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Efeitos tóxicos de fármacos durante a gravidez
Período mais suscetível
Trimestre
Anestésicos locais Bradicardia, depressão respiratória. X X
Analgésicos opioides Depressão respiratória, morte. X X
Iodeto de potássio Bócio, retardo mental. X X
Estreptomicina Dano ao oitavo par craniano, micromelia, anomalias 
esqueléticas múltiplas.
Tetraciclinas Inibe o crescimento ósseo, altera coloração dental, 
micromelia, sindactilia.
Fonte: elaborado pelo autor.
Devido ao fato de esses fármacos poderem causar problemas aos fetos, as drogas 
foram classificas em categorias de acordo com o tipo de risco representado ao 
embrião. O quadro abaixo mostra a correlação e as categorias que determinados 
fármacos utilizados em odontologia fazem parte, bem como exemplos práticos 
desses fármacos.
Quadro 9. Classificação dos fármacos em categorias de risco na gravidez de acordo com a FDA 
americana.
Categorias de risco na gravidez (FDA-US)
Categoria Definição Exemplos
A Estudos de nível I não estabeleceram riscos ao feto nos períodos 
gestacionais. Fluoreto de sódio.
B Apenas estudos em animais conseguiram estabelecer segurança 
para fetos humanos.
Paracetamol, amoxicilina, clavulonatos, 
cefaclor, eritrromicina, lidocaína, naproxeno, 
penicilina.
C
Não há estudos em humanos ou animais que mostrem a 
possibilidade de danos aos fetos. Só deve ser administrado se o 
benefício suplantar os eventuais riscos.
Atropina, bupivacaína, codeína, diflunisal, 
epinefrina, hidrocortisona tópica, morfina.
D Existem evidências de danos ao feto. Só deve ser usado com 
acompanhamento médico.
Aspirina, hidrocortisona (sistêmica) lorazepan, 
midazolam, pentobarbital.
X Estudos revelaram má formação fetal ou aborto. Tetraciclinas, Metotrexato, Penicilamina.
Fonte: elaborado pelo autor. 
Todos os fármacos utilizados em odontologia estão classificados nessas 
categorias. Assim, o clínico, no momento da prescrição, deve estar consciente 
para a possibilidade de a paciente estar grávida e deve, inclusive, investigar essa 
possibilidade. São indicados para gestantes as drogas presentes na categoria A e 
B. Na categoria C e D, o acompanhamento médico é necessário e, na D, o fármaco 
não deve ser usado. Para acategoria X, é proibido tanto ao cirurgião-dentista 
como ao médico prescrever um medicamento que faz parte dessa classificação. 
24
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Ainda sobre os fatores condicionais, temos os seguintes:
» desidratação: pacientes mais desidratados se tornam mais sensíveis à ação 
das drogas eliminadas pelos rins;
» hipoproteinemia: aumenta o risco para toxicidade hepática;
» jejum: se a droga for administrada por via oral, a absorção é muito mais 
elevada e, juntamente com esse efeito, os efeitos adversos e colaterais 
também aumentam, em particular quando se trata de droga causadora de 
irritabilidade da mucosa gástrica.
Classes legais de medicamentos no Brasil
Existem atualmente no Brasil três classes legais de medicamentos sendo 
comercializadas e oferecidas normalmente aos pacientes. Os genéricos, os de 
referência (também chamados de inovadores ou de marca) e os medicamentos 
chamados de similares. Esses três tipos de medicamentos foram criados com a 
Lei n. 9.787/1999, que trouxe seus ajustes legais (ARMONIA, 2007). 
No quadro a seguir, listamos um histórico com as principais etapas que levaram 
à criação dessas categorias de fármacos.
Quadro 10. Histórico de implementação da política de vendas dos genéricos no Brasil.
Década de 1970
Início do processo com o Decreto n. 793 − primeira tentativa de estabelecer os genéricos 
− revogado pelo Decreto n. 3.181, de 23 de setembro de 1999, que regulamentou a Lei n. 
9.787, de 10 de fevereiro de 1999.
Década de 1990
Com a aprovação da Lei n. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, foram criadas as condições para 
a implantação da Política de Medicamentos Genéricos, em consonância com normas internas 
adotadas pela Organização Mundial de Saúde, países da Europa, Estados Unidos e Canadá.
Fevereiro/2000 Concessão dos primeiros de registros de medicamentos genéricos (3 de fevereiro de 2000) 
e início da produção dos medicamentos.
Fevereiro a dezembro/2000 Foram concedidos 189 registros de medicamentos genéricos e tomadas ações para implementar 
a produção desses medicamentos, inclusive com incentivo à importação desses medicamentos.
2001− Atual
Incrementar, em 70%, a concessão de registros de medicamentos genéricos.
Redução dos prazos de análise dos processos para concessão de registro.
Disseminar informações sobre os medicamentos genéricos para a população e, em especial, 
para os profissionais da saúde.
Fonte: elaborado pelo autor.
É importante conhecer perfeitamente as definições de cada classe para que se 
possam prescrever esses fármacos com mais precisão e eficácia, sem aumentar 
o custo e principalmente o risco aos pacientes.
25
CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
O medicamento de referência é registrado na Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade 
foram comprovadas cientificamente. A eficácia e segurança do medicamento 
de referência são comprovadas por meio de apresentação de estudos clínicos, 
avaliando a qualidade e biodisponibilidade comprovadas cientificamente.
O medicamento similar contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta 
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e 
indicação terapêutica, e desde 2004 passou a comprovar a equivalência com o 
medicamento de referência registrado na Anvisa. A determinação de equivalência 
dos medicamentos similares é possível graças à determinação da Anvisa de que 
todos os produtos dessa categoria comprovassem que são iguais aos medicamentos 
de referência. 
A Agência publicou a Resolução RDC n. 72, de 7 de abril de 2004, mediante a 
apresentação dos testes de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade 
relativa exigidos pelo Ministério da Saúde. Os medicamentos não apresentam o 
teste de biodisponibilidade, o que garante a intercambialidade dos genéricos, o que 
faz esses medicamentos não serem intercambiáveis. Esses testes comprovam que 
o medicamento similar possui o mesmo comportamento no organismo (in vivo), 
bem como as mesmas características de qualidade (in vitro) do medicamento 
de referência. Hoje representam 65% do mercado nacional. 
Cabe destacar que os similares têm o mesmo princípio ativo do remédio de 
referência, a mesma concentração, via de administração, forma farmacêutica, 
posologia e indicação, mas sem bioequivalência e/ou biodisponibilidade 
comprovada. Os medicamentos similares e de referência, então, são considerados 
equivalentes terapêuticos.
O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma 
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e com a mesma 
indicação terapêutica do medicamento de referência. Já são intercambiáveis 
pela norma atual e respondem, hoje, por 37% do mercado nacional. Identificado 
pelo princípio ativo da fórmula, com uma letra G azul e tarja amarela, sem nome 
comercial. Como dispensam investimentos em inovações, custam menos.
Em 1999, os medicamentos genéricos foram efetivamente introduzidos no Brasil 
durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, sendo José Serra o Ministro da 
Saúde, através da Lei 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Esse tipo de medicamento 
é vendido obrigatoriamente sob o nome de seu princípio ativo (a substância que 
26
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
provoca o efeito desejado) em uma embalagem com tarja amarela e a letra G em 
destaque. Ao todo, 337 princípios ativos já estão registrados como genéricos no 
Brasil. Mais de 16 mil diferentes medicamentos baseados nessas substâncias já 
foram lançados. As vendas de genéricos representam mais de 20% do total de 
medicamentos no País. 
Para que se possa entender corretamente o que representam as classes acima, 
dois termos importantes devem ser entendidos:
» a bioequivalência é o teste que demonstra a equivalência farmacêutica, 
com idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio ativo de 
referência do remédio;
» a biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de absorção e excreção 
de um princípio ativo em uma determinada dosagem do fármaco.
No quadro a seguir, estão listadas todas as legislações que regem a comercialização 
dessas três classes de fármacos no Brasil.
Quadro 11. Legislação que regulamentou a produção, venda e comercialização dos medicamentos 
no mercado farmacêutico brasileiro.
Resolução RDC n. 84 19/3/2002 Assegura a qualidade medicamentos genéricos. Revoga a Resolução 
n. 391, de 9/8/1999.
Resolução RDC n. 92 23/10/2000 Dispõe sobre critérios para rotulagem de medicamentos. Substituiu 
a Resolução n. 510/1999.
Resolução n. 349 20/1/2000 Dispõe sobre a dispensação de medicamentos genéricos – 
intercambialidade/substituição do genérico.
Resolução RDC n. 45 15/5/2000
Estabelece a obrigatoriedade de as farmácias, as drogarias e os 
estabelecimentos que comercializam medicamentos fixarem a relação 
de genéricos.
Decreto n. 3.181 23/9/1999 Regulamenta a Lei n. 9.787 e estabelece a utilização dos nomes 
genéricos.
Resolução RDC n. 78 17/8/2000 Determina as empresas apresentarem mensalmente relatório de 
produção e comercialização de genéricos.
Resolução n. 41 28/4/2000 Cadastramento para habilitação de realização de ensaios de 
biodisponibilidade e bioequivalência.
Lei n. 9.787 10/2/1999 Regulamenta o medicamento genérico
Fonte: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-679-de-21-de-novembro-de-2019-
241336577#:~:text=CONSIDERANDO%20a%20Lei%20Federal%20n%C2%BA,CONSIDERANDO%20a%20Lei%20Federal%20
n%C2%BA.
Na prática, para os cirurgiões dentistas e médicos, um conceito importante que 
envolve também o profissional farmacêutico é a intercambialidade, que nada 
mais é que a troca de medicamentos entre as marcas de referência, genéricos 
e similares. É regulamentada pela Resolução − RDC n. 53, de 30 de agosto 
27
CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
de 2007. No seu item 2.3, ficou determinado: “Nos casos de prescrição com a 
Denominação Comum Brasileira (DCB) ou a Denominação Comum Internacional 
(DCI),somente será permitida a dispensação do medicamento de referência ou 
de genérico correspondentes”. Por sua vez, a Resolução RDC n. 58/2014 não 
estabeleceu a intercambialidade entre medicamentos similares (similar-similar) 
ou entre medicamento similar e medicamento genérico (similar-genérico).
No caso da rede pública de saúde, a mesma resolução determina: “2.1. A dispensação 
de medicamentos no âmbito do SUS será feita mediante a apresentação de 
receituário emitido em conformidade com o disposto na Lei n. 9.787, de 1999”. 
A dispensação observará a disponibilidade de produtos no serviço farmacêutico 
das unidades de saúde, não sendo necessário seguir as determinações quanto 
à intercambialidade. Dessa forma, é possível que um medicamento similar seja 
dispensado em substituição ao medicamento genérico, caso este não esteja 
disponível na unidade de saúde.
A figura a seguir mostra a possibilidade de intercambialidade entre as classes 
legais de fármacos bem como as rotulações que cada um deve exibir para facilitar 
sua identificação. Notar as diferenças entre o similar e o genérico.
Figura 8. Caracterização das classes de fármacos e sua intercambialidade pela legislação atual 
(dez/2013).
 
Fonte: https://docplayer.com.br/49793615-Intercambialidade-entre-medicamentos-genericos-e-similares-de-um-mesmo-
medicamento-de-referencia.html
Portanto, fica comprovada a qualidade dos medicamentos genéricos e, sempre 
que possível, deve-se prescrevê-los. 
28
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
No quadro abaixo, estão listadas as principais vantagens observadas pelos 
cirurgiões dentistas, que são também estendidas aos pacientes quando se 
prescreve esse tipo de medicamento.
Quadro 12. Vantagens na prescrição dos fármacos genéricos
Vantagens na prescrição de medicamentos genéricos
 » Medicamentos de melhor qualidade, mais seguros e eficazes, comprovados por meio da realização de testes de equivalência 
farmacêutica e bioequivalência.
 » Medicamentos de menor preço, visto que os fabricantes de genéricos não precisam investir em pesquisa para o seu desenvolvimento 
nem em propaganda.
 » Redução nos preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos).
 » Possibilitar aos cidadãos maior acesso aos medicamentos.
 » Fortalecimento da indústria nacional.
 » Mudança de comportamento dos profissionais de saúde (prescritores e dispensadores).
 » Desenvolvimento tecnológico das indústrias e, consequentemente, do país.
Fonte: elaborado pelo autor.
Aproveite para aprofundar seu estudo lendo a alteração da Lei n. 9.787, de 10 de 
fevereiro de 1999, escrita por Fernando Henrique Cardoso e José Serra, em 10 
de fevereiro de 1999, em Brasília, alterando a Lei n. 6.360, de 23 de setembro de 
1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, 
dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá 
outras providências.
Depois de ler a descrição das classes legais feitas no texto, nos casos em que 
você precise adquirir um medicamento seja para uso próprio ou um ente 
querido, qual dessas opções seria a sua escolha? Pense, reflite e chegue a 
uma conclusão.
29
CAPÍTULO 2
FARMACODINÂMICA
Farmacodinâmica: mecanismos de ação dos fármacos
De uma maneira geral, os fármacos mais usados em odontologia têm certo 
grau de especificidade, isto é, têm uma capacidade alta de agir somente em 
determinados tecidos de interesse quando administrados nas doses corretas. 
Assim, entendemos a farmacodinâmica como sendo a ciência que estuda a 
inter-relação da concentração de um fármaco e a estrutura-alvo, bem como o 
respectivo mecanismo de ação. Em resumo: é a ação do fármaco no organismo 
(YAGIELA et al., 2011).
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco-receptor. 
Quando um fármaco ou um ligante endógeno (por exemplo, um hormônio ou 
um neurotransmissor) liga-se a seu receptor, pode ocorrer uma resposta como 
consequência dessa interação de ligação. Quando já existir um número suficiente 
de receptores ligados (ou ocupados) sobre uma célula ou no seu interior, o efeito 
cumulativo dessa ocupação dos receptores pode tornar-se aparente nessa célula. 
Em algum momento, todos os receptores podem estar ocupados, e pode-se observar 
então uma resposta máxima (uma exceção é representada pelos receptores de 
reserva; ver adiante). Quando a resposta é desencadeada em muitas células, o 
efeito pode ser observado em nível do órgão ou até mesmo no paciente. Esse 
processo pode ser considerado equivalente, já que inicia com a ligação do fármaco 
ou do ligante a um receptor. Seria útil dispor de um modelo que pudesse descrever 
de modo apurado a ligação de um fármaco a um receptor para prever o efeito 
do fármaco nos níveis molecular, celular, tecidual (órgão) e do organismo como 
um todo (paciente) (YAGIELA et al., 2011).
Quanto mais os fármacos tiverem a propriedade de agir especificamente num 
tecido-alvo, criando um efeito já esperado e bem estudado, dizemos que esse 
fármaco é mais seletivo para aquele tecido; do contrário, dizemos que ele é mais 
inespecífico para aquele tecido. Assim, podem-se classificar os fármacos quanto 
ao seu mecanismo de ação, como:
» fármacos estruturalmente inespecíficos: a atividade terapêutica desses 
fármacos é resultado da interação com pequenas moléculas ou íons 
encontrados no organismo. A ação do fármaco está relacionada com suas 
propriedades físico-químicas, como: solubilidade, o pKa, o poder oxirredutor 
e a capacidade de adsorção;
30
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
» fármacos estruturalmente específicos: a atividade terapêutica desses 
fármacos é resultado da interação com sítios bem definidos, apresentando 
um alto grau de seletividade. Os fármacos desse grupo também apresentam 
uma relação definida entre sua estrutura e a atividade exercida, sendo 
classificados de acordo com o local que atuam, como, por exemplo: 
fármacos que interagem com enzima, fármacos que interagem com proteínas 
carregadoras, fármacos que interagem com canais iônicos, fármacos que 
interagem com receptores, a saber:
 › fármacos que interagem com enzimas: são fármacos que vão exercer seu efeito 
em enzimas importantes para determinado evento. Como exemplo, temos o 
fármaco anti-hipertensivo CAPTOPRIL©, que inibe a enzima conversora da 
angiotensina;
 › fármacos que interagem com proteínas carregadoras: são aqueles que terão sua 
ação em proteínas responsáveis pelo efeito final de outra substância;
 › fármacos que interagem com canais iônicos: vão atuar bloqueando ou acelerando 
a passagem de íons pelos canais existentes nas membranas. Por exemplo, a 
ação dos anestésicos locais que bloqueiam os canais de sódio, impedindo a 
despolarização das membranas neuronais;
 › fármacos que interagem com receptores: são fármacos que interagem basicamente 
de três formas distintas: de acordo com as “propriedades dos fármacos” em 
si; de acordo com as características dos receptores e dependendo da interação 
entre o fármaco e o receptor.
Quanto às propriedades dos fármacos, podemos classificá-los em antagonistas 
e agonistas:
» agonistas: ligam-se aos receptores, ativando-os. Possuem atividade 
intrínseca, produzindo os efeitos dos compostos endógenos ao interagir 
com o receptor. Isto é, simulam moléculas do próprio organismo ao se 
ligarem nos sítios receptores, porém com efeitos que podem ser diferentes 
daqueles provocados pelas substâncias produzidas no próprio organismo. 
O problema é que existem substâncias que não conseguem exercer 100% 
de sua atividade como agonistas (são chamados agonistas parciais), e 
apenas uma pequena parcela consegue esse feito. Essa parcela é chamada 
de agonista pleno, e dificilmente um agonista parcial pode melhorar sua 
ação aumentando-se a dose deste;
31
CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
» antagonista: ligam-se aos receptores sem ativá-los. Impedem o agonista 
de ligar-se ao receptor, ativando-o. Não possuem atividadeintrínseca, mas 
anulam ou reduzem o efeito de um agonista.
Existe, portanto, uma íntima correlação entre o fármaco e o receptor. Essa 
correlação pode ocorrer de três maneiras distintas: relação entre estrutura e 
afinidade; extensão da ação de um fármaco; variações na reatividade ao fármaco.
» Relação entre estrutura e afinidade: para que uma droga tenha afinidade 
pelo seu receptor, elas devem apresentar uma estrutura complementar 
à do receptor, cuja estrutura tridimensional é composta geralmente de 
aminoácidos, uma vez que são proteínas. Havendo a interação entre droga 
e receptor, esse sofre alterações conformacionais, gerando uma cadeia de 
estímulos, que causará uma ação farmacológica.
» Extensão da ação de um fármaco: depende basicamente de dois fatores: 
 › a localização dos receptores: (em quais tecidos encontram-se os receptores). 
Quanto maior o número de células ou tecidos apresentando um determinado 
receptor, mais abrangente a ação dessa droga, ao passo que, quanto menor o 
número de tipos celulares, mais específica será sua ação; 
 › a quantidade da droga administrada: uma vez que a droga é distribuída 
por todo o organismo através da corrente sanguínea, tendo acesso a todos 
os tecidos, sua ação se dará exclusivamente no local em que existirem 
os receptores específicos que a droga apresenta afinidade; variações na 
reatividade ao fármaco (efeitos tóxicos, intolerância, idiossincrasia e efeitos 
colaterais enquadram-se neste quesito) (TORTAMANO, 2006). 
» Variações na reatividade ao fármaco: todo e qualquer medicamento, quando 
distribuído no organismo, está sujeito a variações de reatividade do princípio 
ativo, que acabam por levar a alguns efeitos de interesse clínico, como, 
por exemplo:
 › dessensibilização: é a diminuição gradual do efeito de uma droga quando 
administrada de modo contínuo ou repetidamente;
 › tolerância: é uma redução mais gradual na resposta a um fármaco, em dias 
ou semanas. O efeito do fármaco se dissipa com o passar do tempo. É muito 
comum para drogas ilícitas, como o THC, por exemplo. Por esse motivo, o 
32
UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
clínico deve sempre estar atento para pacientes que fazem uso desses fármacos, 
pois um paciente nessa situação pode, em pouco tempo, desenvolver quadro de 
superdosagem da droga;
 › taquifilaxia: é uma redução rápida e aguda na resposta a um fármaco;
 › hipersensibilidade: é um estado de maior efeito de droga em comparação ao 
efeito na maioria dos indivíduos. Geralmente designa respostas alérgicas.
33
CAPÍTULO 3
FARMACOCINÉTICA
Farmacocinética: absorção, distribuição e destino dos 
fármacos 
Enquanto a farmacodinâmica se ocupa em entender e estudar a ação dos fármacos 
no organismo, a farmacocinética trata de explicar e usar os conhecimentos 
para observar como os fármacos são manipulados pelo organismo; em outras 
palavras, uma estuda como o fármaco age no organismo e a outra estuda como 
o organismo age sobre os fármacos. 
No estudo da farmacocinética, pelo menos quatro fenômenos estão envolvidos: 
absorção, distribuição, biotransformação e eliminação (TORTAMANO, 2006). 
A seguir, uma figura ilustra como os fármacos são tratados pelo organismo após 
sua administração.
Figura 9. Etapas da ação do organismo sobre os fármacos.
Fonte: elaborado pelo autor.
Absorção de fármacos
taxa e extensão nas quais um fármaco deixa o seu sítio de administração alcançando 
a circulação sistêmica. Em outras palavras, é a velocidade com a qual determinado 
fármaco deixa o local da administração e percorre a corrente sanguínea para 
posteriormente seguir em direção ao local de ação deste. É a transferência de um 
fármaco desde o seu local de administração até a corrente circulatória. Alguns 
fatores influenciam na absorção dos fármacos, entre eles:
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
1. As propriedades físico-químicas do fármaco:
 › Lipossolubidade / hidrossolubilidade: depende da característica do fármaco.
 › Grau de ionização do fármaco (pKa X pH do meio): depende do local de 
administração.
 › Tamanho das partículas e formulação farmacêutica: pode ser escolhido pelo 
profissional. Em geral, a formulação sólida tem uma absorção lenta, sendo os 
comprimidos absorvidos mais lentamente que as suspensões e soluções.
No esquema abaixo, estão listadas as formas de apresentação dos fármacos em 
ordem crescente de velocidade de absorção:
Figura 10. Velocidade de absorção de fármacos de acordo com sua apresentação.
Fonte: Próprio Autor.
2. Fatores fisiológicos
 › O pH e o fluxo sanguíneo no sítio de absorção: pode ser escolhido pelo clínico 
simplesmente modificando-se a via de administração do fármaco.
 › Área de superfície disponível para absorção: também é largamente 
influenciada pela via de administração.
 › Tempo de contato com a superfície de absorção.
 › Espessura da membrana.
3. Vias de administração
 › Vias enterais.
 › Vias parenterais.
 › Via tópica.
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Um fator importantíssimo para o início da ação de uma droga é exatamente a 
velocidade de absorção desse fármaco. O local onde o fármaco é administrado 
influencia enormemente esse fator, pois, dependendo do local, vai existir maior 
ou menor aporte sanguíneo, área de absorção ou até mesmo certo trajeto a ser 
percorrido pela droga, juntamente com alimentos até um local de absorção mais 
propício. Assim, a via de administração acaba sendo primordial nesse processo e, 
por conseguinte, na velocidade com que uma determinada droga entra em ação. 
O quadro abaixo mostra como as vias de administração das drogas influenciam 
largamente na absorção destes fármacos.
Quadro 13. Influência da via de administração na etapa de absorção dos fármacos.
Via Padrão de absorção Utilidade especial Limitações
Intravenosa (IV)
Efeitos imediatos.
Biodisponibilidade de 100%.
Emergências.
Ajuste da posologia.
Proteínas e peptídeos de alto 
peso molecular.
Grandes volumes.
Substâncias irritantes.
Alto risco de efeitos adversos.
Injeção lenta.
Inadequada para soluções oleosas/substâncias 
insolúveis.
Monitorização constante.
Difícil execução.
Subcutânea (SC)
Imediata para solução aquosa.
Lenta e mantida para 
preparações de depósito.
Biodisponibilidade 75 –100%.
Suspensões insolúveis.
Implantes (pellets sólidos).
Menor risco de injeção
Intravascular.
Inadequada para grandes volumes.
Possível dor / necrose com substâncias irritantes 
/abscessos estéreis / infecção.
Intramuscular (IM)
Imediata para solução aquosa.
Lenta e mantida para 
preparações de depósito.
Biodisponibilidade 75-100%.
Volumes moderados.
Veículos oleosos.
Substâncias irritantes.
Desconforto / hematomas abscessos estéreis 
ou sépticos.
Não deve ser administrada durante 
anticoagulação.
Pode interferir em certos exames diagnósticos.
Oral (VO) Variável
Conveniente.
Econômica.
Mais segura.
Requer colaboração do paciente.
Disponibilidade errática.
Pode causar irritação da mucosa.
Fonte: elaborado pelo autor.
Assim sendo, a absorção influencia o início e a magnitude do efeito farmacológico, 
e é um dos determinantes de escolha de vias de administração e doses. Quando 
um fármaco é inadequadamente absorvido, seus efeitos sistêmicos passam a 
inexistir. 
Selecionamos para o quadro alguns fatores importantes que podem influenciar 
na absorção dos fármacos e devem ser levados em consideração pelo odontólogo 
quando se deseja administrar uma droga que tenha um início de efeito mais 
rápido quando se deseja um retardo no início de efeito do fármaco.
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Quadro 14. Fatores importantes que influenciam na absorção dos fármacos.
FATORES Absorção MAIOR Absorção MENOR
Concentração Concentrada Diluída
Peso molecular Pequeno Grande
Solubilidade Lipossolúvel Hidrossolúvel
Forma farmacêutica Líquida Sólida
Dissolução dos sólidos Grande Pequena
Área absortiva Grande Pequena
Espessura membrana Menor Maior
Circulação local Grande Pequena
Condições patológicas Inflamação, queimadura Edema, ChoqueCondições psicológicas Calmo, descontraído Agitado, estressado
Fonte: elaborado pelo autor.
Após absorvida, nem toda a quantidade do fármaco administrada vai estar 
disponível para ser utilizada no organismo. Uma parte dela se perde nesse 
processo devido a ligações com o plasma, como o sítio da administração e até 
mesmo com a inativação de parte do fármaco. A partir daí, pode-se estabelecer 
o conceito de biodisponibilidade.
A biodisponibilidade é a quantidade de fármaco disponível no organismo 
para utilização. É expressa como a fração do fármaco administrado que tem 
acesso à circulação sistêmica na forma quimicamente inalterada. No entanto, 
a absorção adequada não garante biodisponibilidade, devido alguns fármacos 
serem biotransformados no fígado antes de atingirem a circulação geral. Esse 
efeito é chamado de metabolismo de primeira passagem.
Existem pelo menos quatro fatores que influenciam na biodisponibilidade dos 
fármacos, quais sejam:
» metabolismo hepático de primeira passagem;
» solubilidade do fármaco;
» instabilidade química;
» natureza da formulação do medicamento;
Distribuição de fármacos
É o processo pelo qual o fármaco uma vez na circulação sistêmica vai alcançar 
o tecido-alvo. É influenciada basicamente por dois fatores:
» Ligação a proteínas plasmáticas: existem basicamente duas proteínas 
plasmáticas: a albumina (tem afinidade por drogas ácidas) e a Alfa-1 
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
glicoproteína ácida (também chamada de orosomucoide, tem afinidade 
por drogas básicas). 
Quando um determinado fármaco cai na corrente sanguínea, este se liga a uma 
dessas proteínas e ali permanece até que a concentração nas imediações caia 
e a proteína se desprenda, podendo então prosseguir pela corrente sanguínea 
até o sítio de ação da droga. Ocorre que a quantidade de fármaco ligado a 
essas proteínas é limitada, pois existe um número limitado de sítios a serem 
preenchidos; assim sendo, essas proteínas acabam atuando como verdadeiros 
reservatórios da droga. 
No momento em que todos os locais de ligação com as proteínas estão preenchidos, 
dizemos que ocorreu a saturação da droga no plasma sanguíneo e qualquer 
quantidade a mais vai direto para o tecido-alvo. A quantidade de fármaco livre 
aumenta em pacientes com queda na quantidade de albumina, idosos e gestantes.
Esse mecanismo de saturação é utilizado quando se deseja uma ação mais rápida 
de algumas drogas, como os antibióticos, por exemplo, fazendo-se o uso de uma 
dose inicial mais elevada, em geral duas a três vezes maior que a dose usual de 
manutenção. Essa dose inicial mais maciça é chamada de dose de ataque.
» Distribuição no tecido adiposo e em outros tecidos do corpo: os tecidos 
musculares e adiposos funcionam também como reservatórios dos fármacos, 
uma vez que eles têm as propriedades de se ligarem, diminuindo a velocidade 
de eliminação e consequentemente de ação dos fármacos. 
Novamente, quanto maior a quantidade de tecido disponível, maior será a 
quantidade da droga necessária para saturar os tecidos. Diferentemente das 
proteínas plasmáticas, que funcionam como reservatórios, os tecidos possuem 
uma alta afinidade pelas drogas e acabam armazenando as substâncias por longos 
períodos. A distribuição das drogas em tecidos do paciente segue o seguinte 
esquema.
Figura 11. Possíveis rotas de distribuição dos fármacos.
DISTRIBUIÇÃO
Tecidos
Suscetíveis
Tecidos
ativos
Tecidos
indiferentes
Emunctórios Plasma
ADMINISTRAÇÃO 
DIRETA NA CORRENTE 
SANGUÍNEA
ABSORÇÃO A PARTIR 
DO SÍTIO DE 
APLICAÇÃO
Fonte: elaborado pelo autor.
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
» Tecidos suscetíveis: aqueles que sofrem ação farmacológica.
» Tecidos ativos: aqueles que metabolizam o fármaco.
» Tecidos indiferentes: funcionam como reservatório temporário.
» Emunctórios: aqueles que eliminam o fármaco. 
Biotransformação
É o processo de metabolização de fármacos que correm dentro do organismo, 
com transformação dos fármacos originais em outras identidades químicas 
(metabólitos) podendo ser medicamentoso ou tóxico. 
Diversos órgãos têm a capacidade de metabolizar em certo grau os fármacos por 
meio de reações enzimáticas. Assim, os rins, o trato gastrintestinal, os pulmões, 
a pele e outros órgãos contribuem para o metabolismo sistêmico dos fármacos. 
Entretanto, no fígado acontece a maior parte do metabolismo dos fármacos, pois 
contém a maior diversidade e quantidade de enzimas metabólicas, e é no fígado 
que estão presentes numerosos transportadores da superfamília do SNC, que 
também permitem a entrada de alguns fármacos hidrofílicos nos hepatócitos. 
A capacidade do fígado de modificar os fármacos depende da quantidade de 
fármaco que penetra nos hepatócitos. Em geral, os fármacos altamente lipofílicos 
podem penetrar mais facilmente nas células (inclusive nos hepatócitos). Em 
consequência, o fígado metaboliza preferencialmente os fármacos hidrofóbicos. As 
enzimas hepáticas têm a propriedade de modificar quimicamente uma variedade 
de substituintes nas moléculas dos fármacos, tornando os fármacos inativos ou 
facilitando a sua eliminação. 
Essas modificações são denominadas de biotransformação. As reações de 
biotransformação são classificadas em dois tipos: as reações de oxidação/redução 
e as reações de conjugação/hidrólise (também chamadas de reações de Fase I e de 
Fase II). Assim sendo, é importante saber se determinada droga que o paciente 
esteja tomando ou que vai ser prescrita será metabolizada em um local que já esteja 
sobrecarregado pela metabolização de outros fármacos ou se o paciente possui algum 
problema prévio de saúde que prejudique a metabolização em determinado local.
O esquema abaixo ilustra o caminho do fármaco desde sua administração até 
sua eliminação do organismo.
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CONHECIMENTO X PROTOCOLO | UNIDADE II
Figura 12. Caminho farmacocinético do fármaco no organismo.
LOCAL DE 
ADMINISTRAÇÃO
ABSORÇÃO
Sangue
Fármaco ligado às 
proteínas do 
plasma
Fármaco livre
TECIDOS 
RECEPTORES 
(ALVOS)
metabolização 
Fígado (outros)
RINS
(EXCREÇÃO)
Fonte: elaborado pelo autor.
Excreção ou eliminação é processo no qual os fármacos são eliminados do 
organismo. As reações de oxidação/redução e de conjugação/hidrólise aumentam 
a hidrofilicidade de um fármaco hidrofóbico e seus metabólitos, permitindo que 
esses fármacos sejam excretados através de uma via comum final com fármacos 
que são intrinsecamente hidrofílicos. Os fármacos e seus metabólitos são, em 
sua maioria, eliminados do corpo através de excreção renal e biliar. 
O mecanismo mais comum de excreção dos fármacos é a excreção renal, estando 
baseada na natureza hidrofílica de um fármaco ou seu metabólito. Apenas um 
número relativamente pequeno de fármacos é excretado primariamente na bile. 
Muitos fármacos de administração oral sofrem absorção incompleta pelo trato 
gastrintestinal superior, e o fármaco residual é eliminado por excreção fecal. 
Os fármacos podem também ser excretados em quantidades mínimas por meio 
das vias respiratória e dérmica. 
No esquema abaixo, selecionamos as principais vias de excreção utilizadas pelo 
organismo.
Figura 13. Vias de excreção dos fármacos no organismo.
ELIMINAÇÃO
EXCREÇÃO
Pulmões, ar expirado, 
agente altamente 
voláteis
Sistema hepatobiliar: 
bile, fezes, maioria 
absorvida pelos 
intestinos
Rins, urina eliminação 
do fármaco inalterado 
ou dos metabólitos 
polares
Outras vias: 
suor, saliva, leite e 
lágrimas
Fonte: elaborado pelo autor.
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UNIDADE II | CONHECIMENTO X PROTOCOLO
Dessa maneira, para pacientes com algum comprometimento hepático, deve-se 
escolher drogas de eliminação renal, de preferência na forma ativa (que não 
tenham sido biotransformadas no fígado). Já para pacientes com problemas 
renais, deve-se fazer o mesmo, porém utilizando-se a via de eliminação hepática.
Um dos fármacos tido como mais seguros pela comunidade odontológica é 
o paracetamol cujo nome químico é acetominofeno. Sugerimos a leitura do 
texto abaixosobre a hepatotoxicidade desse fármaco tido como tão seguro. 
Acesse o conteúdo em: http://fug.edu.br/2010/pdf/tcc/PARACETAMOL,%20
UMA%20VISAO%20FARMACOLOGICA%20E%20TOXICOLOGICA.pdf.
Sugerimos também a opinião de um especialista em toxicologia do HC-USP 
(CEATOX) sobre o assunto, que está disponível em: http://www.istoe.com.br/
assuntos/entrevista/detalhe/38153_O+RISCO+DOS+ANALGESICOS.
Depois de ler a o texto sugerido, como você classificaria o paracetamol em 
relação a sua segurança: seguro, muito seguro ou pouco seguro? 
Em sua opinião, qual o motivo que leva essa substância a ser considerada tão 
segura assim pelos odontólogos em geral?
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REFERÊNCIAS
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net/DanielaBatista4/trabalho-farmacia. Acesso em: 17 abr. 2021.
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Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2013.
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agosto de 2007. Altera os itens 1.2 e 2.1, ambos do item VI, do Anexo da Resolução RDC n. 17, de 
2 de março de 2007. Disponível em: http://portal.crfsp.org.br/noticias/2458-intercambialidade.
html. Acesso em: 2 abr. 2021.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução n. 679, de 21 de novembro de 
2019. Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico nas operações logísticas de importação/
exportação, distribuição, fracionamento, armazenagem, courier, transporte nos modais 
terrestre, aéreo ou fluvial, e demais agentes da cadeia logística de medicamentos e insumos 
farmacêuticos, substâncias sujeitas a controle especial e outros produtos para a saúde, 
cosméticos, produtos de higiene pessoal, perfumes, saneantes, alimentos com propriedades 
funcionais ou finalidades especiais e produtos biológicos. Brasília: Conselho Federal de 
Farmácia, 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-679-de-
21-de-novembro-de-2019-241336577#:~:text=CONSIDERANDO%20a%20Lei%20Federal%20
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YAGIELA, J. A. et al. Farmacologia e terapêutica para dentistas. 6. ed. São Paulo: Elsevier, 
2011. 
	Introdução
	UNIDADE II
	CONHECIMENTO X PROTOCOLO
	CAPÍTULO 1
	Conhecimentos x protocolo: o arsenal terapêutico
	CAPÍTULO 2
	FARMACODINÂMICA
	Capítulo 3
	Farmacocinética
	Referências

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