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Hemoglobina Hemoglobina e mioglobina: A hemoglobina é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos. Também retira o CO2 dos tecidos para que ele seja liberado nos pulmões. A hemoglobina se liga ao oxigênio, mas sua conformação permite que uma troca gasosa ocorra. A mioglobina é responsável pelo transporte e armazenamento de oxigênio nos músculos. A estrutura da mioglobina é proteica, com várias alfa-hélices e um grupo M no centro, que é bastante importante para que o oxigênio possa se ligar. - Ambas são formadas por aminoácidos semelhantes, os quais vão estruturá-las e a dão suas funcionalidades. - Estrutura apresenta principalmente alfa-hélices e é quaternária. - Ligações do tipo pontes de hidrogênio, pontes dissulfeto, lig. peptídicas, lig. hidrofóbicas, lig. iônicas, forças de Van der Wall estão presentes nas proteínas. - Atuam junto às coenzimas ou cofatores. Apesar das sequências da hemoglobina e mioglobina serem semelhantes, elas são diferentes, o que faz com que elas possuam estruturas e funções diferentes. Estrutura da mioglobina: - A mioglobina é uma molécula pequena (P.M. 17 kD), facilmente filtrada nos rins. - A mioglobina apresenta 153 aminoácidos com um grupo heme no centro (uma porfirina coordenada a um átomo de ferro). - Esta proteína foi a primeira a ter a estrutura resolvida, por difração de raios-X. O trabalho foi realizado por Max Perutz e Sir John Cowdery Kendrew, em 1958, que receberam o Prémio Nobel da Química, em 1962. - As mutações alteram a estrutura tridimensional da proteína, de forma que ela precisa fazer um novo encaixe da cadeira lateral. Algumas vezes, esse novo encaixe faz com que algumas ligações iônicas mudem a configuração (algumas vão surgir, outras vão desaparecer), o que acaba podendo ter algum impacto na funcionalidade da molécula. - O grupo heme da mioglobina é o responsável por se ligar ao oxigênio, tendo um ferro acoplado à sua estrutura. - A ponte de ferro fica localizada no nível central dentro da estrutura do grupo heme. - A estabilização do grupo heme passa pela participação de duas histidinas: uma distal e uma proximal. Elas estão distribuídas nas alfa-hélices. No caso da histidina proximal, há uma ligação com o ferro e ela irá estabilizar o grupo M. No caso da histidina distal, ela vai permitir estabilizar o oxigênio que vai se ligar a essa estrutura. As histidinas ancoram o grupo M e estabilizam a presença do oxigênio. - A mioglobina vai ser expressa em determinadas células, como os cardiomiócitos e as fibras musculares esqueléticas, que têm a necessidade de reter o oxigênio para que elas possam ter uma funcionalidade. - Apresenta 75% em alfa-hélice com 8 segmentos helicoidais (A - H). - Os resíduos hidrofóbicos estão dispostos para o interior da molécula (ex: Phe), exceto pela histidina (F8 e E7) importante na ligação ao ferro e ao O2. Estrutura da hemoglobina: - É uma estrutura mais complexa do que a mioglobina. - Possui histidinas estabilizando um grupo heme que possui um ferro na região central e que vai permitir a ligação do oxigênio, acontecendo pra cada uma das subunidades. - A hemoglobina é uma proteína quaternária, formada por 4 subunidades chamadas globina, com estruturas semelhantes à mioglobina. As globinas formam a parte proteica juntamente com o grupo prostético (o grupo heme). - É uma proteína globular. - Cada subunidade está ligada ao grupo prostético heme e pode ter um oxigênio ligado a ela. - As subunidades vão fazer o transporte do oxigênio cada uma ligando o oxigênio no seu grupo heme. Então, a hemoglobina possui uma capacidade 4 vezes maior de se ligar ao oxigênio. His F8 (proximal) – se liga ao Fe (II), o estabilizando. His E7 (distal) – faz uma ponte de hidrogênio com o O2. As letras F e E têm relação com a alfa-hélice que cada histidina se encontra. Essa estrutura vai permitir que o oxigênio se ligue. As subunidades da hemoglobina se ajudam entre si, formando o principio da cooperatividade. As proteínas possuem uma estrutura e quando ela se liga ao seu ligante, a estrutura tende a mudar um pouco a conformação. É justamente esse encaixe que permite mudanças na estrutura da molécula, fazendo com que ela fique mais “receptiva” aos outros oxigênios que vão entrando na molécula. Quando todas subunidades se ligam a um oxigênio, há uma saturação esperada, que ocorre de forma gradual: a medida que o primeiro oxigênio se liga, ele facilita a ligação dos outros. Importância do BPG: - O 2,3BPG é uma molécula produzida durante o ciclo da glicólise, derivando desse processo e que será utilizada na estabilização da hemoglobina que não está ligada ao oxigênio. - O 2,3BPG vai se ligar na região central da molécula da hemoglobina. Essa região central é uma cavidade resultante da ligação das 4 subunidades. A partir do momento que essa cavidade estiver desocupada, indica que há um oxigênio em cada uma das subunidades e a conformação é um pouco diferente. - A medida que a hemoglobina libera os oxigênios, o 2,3BPG consegue se ligar a região central da hemoglobina. - Nos tecidos periféricos, a deficiência de oxigênio determina um acúmulo de 2,3-bifosfoglicerato (2,3- BPG), que se liga à hemoglobina tetramérica, numa cavidade central, que tem tamanho suficiente para acomodar o BPG quando a hemoglobina está na sua forma T, tensa (deoxi-hemoglobina). Quando ligada ao O2, torna-se oxi-hemoglobina (forma R, relaxada). - Sem o oxigênio, a hemoglobina está tensa, e com ele, ela está relaxada. Quando ela está tensa, ela precisa ser estabilizada, e assim a 2,3BPG se liga a estrutura da hemoglobina na cavidade central. Curvas de saturação: - A mioglobina tem uma afinidade muito maior pelo oxigênio (indicada pela curva hiperbólica) que a hemoglobina (indicada pela curva sigmóide). - A curva sigmóide de saturação da hemoglobina revela uma adaptação molecular para a sua função de transporte nos eritrócitos, assegurando a ligação e a liberação do oxigênio nos tecidos apropriados. Importância do 2,3-BPG: - Esta molécula é capaz de se ligar à Hb na sua forma T, estabilizando sua conformação, e reduzindo a afinidade da Hb pelo O2. - A ausência do BPG na forma T levaria a hemoglobina a se ligar fortemente ao O2, dificultando a liberação do gás nos tecidos. - A 2,3-BPG se liga à estrutura da hemoglobina na sua cavidade central, quando ela está na forma T, sem transportar oxigênio, estabilizando a conformação dessa proteína. Essa estabilização reduz a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. - A presença do 2,3-BPG e do CO2 alteram a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. - O 2,3BPG é produzido enquanto as hemácias ainda estão em desenvolvimento. - A presença do CO2 é dada na circulação da hemácia, que leva o oxigênio para os tecidos, os quais possuem uma grande pressão de CO2 que precisa ser excretada. O CO2 altera a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, através da alteração de pH. Interações alostéricas - Hb transporta O2, CO2 e H+: A hemoglobina pode transportar H+ e CO2, além do O2, sendo uma proteína alostérica, ao contrário da mioglobina. 1. A ligação de O2 à hemoglobina promove a ligação de mais O2 à mesma molécula de hemoglobina. Por outras palavras, o O2 liga-se cooperativamente à hemoglobina, o que não acontece na mioglobina; 2. A afinidade da hemoglobina para o oxigênio depende do pH e da concentração do CO2; 3. A afinidade entre o oxigênio e a hemoglobina é também regulada por fosfatos orgânicos, tais como o 2,3-BPG. Curvas de saturação: A curva de saturação pode ser diferente a depender do estado do indivíduo: se está em repouso ou fazendo exercício. Também varia dependendo da quantidade de oxigênio que se liga a hemoglobina e da necessidade de oxigênio pelos tecidos. - Essas curvas nos permite entender tanto o processo de afinidade, quanto o processo de ligação. - A mioglobina tem uma afinidade maior pelo oxigênio, pois ela é necessária no tecido muscular,para permitir que o oxigênio fique retido lá e o músculo consiga utilizá-lo devidamente. - No início do desenvolvimento fetal, precisamos de uma molécula que possua uma afinidade muito maior em relação à afinidade do oxigênio presente na mãe, para garantir o fornecimento de oxigênio para o feto. Por isso, a hemoglobina fetal possui algumas subunidades diferentes. Ligação ao CO: - A exposição prolongada ao monóxido de carbono pode levar à asfixia e morte. - A ligação do monóxido de carbono à hemoglobina é cerca de 200 vezes mais forte que a ligação do oxigênio, levando a redução da oxigenação dos tecidos e aos sintomas iniciais de náuseas, tontura e dor de cabeça.
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