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Imprimir INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você verá as várias formas de utilizar a hidroterapia na manutenção e recuperação da saúde física e mental. Esse é um recurso muito explorado por vários terapeutas, e muitos clientes procuram a hidroterapia como complemento de outras terapias corporais, ou até mesmo como principal. Partindo do entendimento das propriedades físicas da água e de seus efeitos sobre os sistemas do corpo humano, podemos indicar e aplicar a hidroterapia em várias situações. Mas também devemos estar atentos às contraindicações, pois nem todos os clientes podem receber todas as formas de hidroterapia. Então, vamos “mergulhar” nesse tema? Bons estudos! AS BASES DA HIDROTERAPIA A hidroterapia, segundo Doi (2012), consiste no tratamento pela água, realizado de diversas maneiras e com temperaturas frias ou quentes. A água age no sistema nervoso, no circulatório e em vários outros, alterando a temperatura corporal, e pode tanto favorecer os movimentos quanto oferecer resistência a eles. As possibilidades de atuação na hidroterapia são muitas: pode ser realizada em piscinas e banheiras aquecidas, em as estâncias termais e hidrominerais (balneoterapia, crenoterapia e termalismo) e no mar ou em ambientes que simulem as características do ambiente marinho (talassoterapia). Além do seu estado líquido, a água é utilizada também no gasoso (vaporização/inalação) e no sólido (crioterapia). Ainda pode ser aplicada na forma de duchas, saunas, compressas, banhos de imersão total ou parcial em banheiras de hidromassagem ou tanques. A hidroterapia também pode ser associada a técnicas das práticas integrativas e complementares, como cromoterapia e aromaterapia. Aula 1 HIDROTERAPIA I Nesta aula, você verá as várias formas de utilizar a hidroterapia na manutenção e recuperação da saúde física e mental. 26 minutos HIDROTERAPIA E YOGA Aula 1 - Hidroterapia I Aula 2 - Hidroterapia II Aula 3 - Yoga I Aula 4 - Yoga II Referências 114 minutos Para trabalhar com a hidroterapia, é necessário conhecer algumas das propriedades físicas da água: empuxo, pressão hidrostática, viscosidade e tensão super�cial (Figura 1). A água é também capaz de criar esteira, redemoinho e arrasto. Figura 1 | Forças que atuam no ambiente aquático Fonte: Lucchesi (2013, p. 31). Quando estamos imersos em água, total ou parcialmente, há uma força que atua no sentido contrário à força da gravidade. Essa força é o empuxo (ou força de �utuação), o qual faz com que �utuemos na água. Também sofremos a ação da pressão hidrostática, que é a pressão do líquido exercida no sentido horizontal igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a uma determinada profundidade (LUCCHESI, 2013). Outras propriedades da água são a viscosidade – atrito interno do líquido – e a tensão super�cial – força exercida entre as moléculas da superfície da água. Lucchesi (2013) a�rma que, quando um objeto se move através da água, cria-se uma diferença de pressão à frente e atrás dele; a pressão traseira se torna menor que a dianteira. Como consequência, ocorre um deslocamento do �uxo de água para dentro da área de pressão reduzida, denominada esteira. Como consequências dessa esteira, temos a formação de um redemoinho, que tende a arrastar o objeto para trás – o que é denominado arrasto. Na hidroterapia, esses princípios físicos são utilizados para facilitar os movimentos ou para criar resistência a eles, dependendo dos objetivos terapêuticos. Dessa forma, permite-se trabalhar com várias terapias. Watsu é a primeira forma de trabalho corporal aquático, desenvolvida pelo americano Harold Dull, a partir de 1980. Promove um relaxamento físico e mental, já que o terapeuta realiza movimentos lentos dentro de uma piscina aquecida, em um ambiente silencioso e calmo (PARREIRA; BARATELLA, 2011). O método Bad Ragaz, desenvolvido nas águas termais da cidade de Bad Ragaz, na Suíça, associa exercícios em �utuação sustentada com anéis às propriedades físicas da água. Propõe padrões de movimentos resistidos com base na facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) dentro da água. Desenvolvido em 1949, na Inglaterra, pelo engenheiro James McMillan, o método Halliwick é aplicado por meio do programa de dez pontos, com características recreativas, com jogos e com atividades, para que o cliente aprenda os movimentos e as posturas de forma lógica e gradual. Os principais objetivos do método são desenvolver o controle da respiração e do equilíbrio, além de estimular a liberdade de movimentos (VASCONCELOS et al., 2021). Dentre as terapias integrativas e complementares que utilizam a hidroterapia, há o termalismo, que usa as águas termais para o tratamento da saúde. Essas águas são naturalmente aquecidas, ricas em minerais, e podem ser utilizadas em banhos ou compressas. Também há a talassoterapia, que utiliza a água do mar e os elementos marinhos. EFEITOS DA ÁGUA E DA HIDROTERAPIA SOBRE O CORPO HUMANO A água exerce vários efeitos sobre o corpo humano, tanto por suas propriedades físicas quanto pela sua temperatura. Assim, podemos usar a hidroterapia para relaxar, facilitar os movimentos, melhorar as funções motoras, fortalecer a musculatura e trabalhar o equilíbrio, entre outros benefícios. O sistema musculoesquelético é um dos que mais sofrem os efeitos da imersão. Graças ao empuxo (Figura 2), temos uma diminuição do peso corporal, o que facilita os movimentos e diminui a força da gravidade sobre as articulações. Consequentemente, alguns movimentos que são dolorosos e difíceis fora d’água podem ser realizados mais facilmente dentro dela. Figura 2 | Empuxo agindo sobre a coxa Fonte: Freepik. O sistema respiratório também sofre a ação da imersão. Devido à pressão hidrostática, há um aumento do volume central e maior compressão da caixa torácica e do abdômen, gerando um aumento do trabalho respiratório (PARREIRA; BARATELLA, 2011). A pressão hidrostática e a turbulência (Figura 3) oferecem uma resistência ao movimento, que contribui para o fortalecimento muscular e para o gasto calórico. A pressão hidrostática e a temperatura aquecida da água diminuem os espasmos musculares e a compressão articular, além de melhorar a distribuição de oxigênio e a nutrição dos tecidos (PARREIRA; BARATELLA, 2011). Figura 3 | Resistência ao movimento dentro d’água Fonte: Fonte: Freepik. A imersão em água fria age sobre o sistema cardiovascular, causando bradicardia e vasoconstrição periférica, o que desvia sangue para os órgãos vitais. Em consequência, há aumento do débito cardíaco. A água aquecida, por sua vez, aumenta a circulação sanguínea, a vasodilatação periférica e o suprimento sanguíneo para as extremidades (PARREIRA; BARATELLA, 2011). O principal efeito da imersão sobre o sistema nervoso é a diminuição da sensação dolorosa. A vasodilatação periférica que ocorre nas articulações e nos músculos alivia a dor e o espasmo muscular, havendo uma progressiva elevação do limiar da dor, e, com isso, o relaxamento (PARREIRA; BARATELLA, 2011). Pensando nas propriedades físicas e nos efeitos da água sobre o corpo humano, podemos indicar a hidroterapia em várias situações, para: • Relaxar e controlar o estresse. • Aliviar dores articulares e musculares. • Manter ou aumentar a amplitude de movimento. • Reeducar e fortalecer os músculos. • Melhorar as atividades funcionais. • Aumentar a circulação periférica. • Melhorar os padrões respiratórios. Antes de iniciar a hidroterapia devemos fazer a anamnese e a avaliação do cliente, investigando as condições que contraindicam a hidroterapia, como as apontadas por Vasconcelos et al. (2021): • Erupções e lesões cutâneas infectadas. • Hipo ou hipertensão arterial não controladas. • Problemas cardíacos, como a insu�ciência. • Incontinência urinária ou fecal, entre outras. Além das contraindicações absolutas, existem as relativas, que requerem precauções na indicação do cliente para a hidroterapia: • Pessoas comconfusão mental ou alteradas pela ingestão de álcool. • Gestantes, para imersão em água com altas temperaturas. • Pacientes com esclerose múltipla (PARREIRA; BARATELLA, 2011). OUTRAS TERAPIAS ASSOCIADAS AO USO DA HIDROTERAPIA Caso o principal objetivo da hidroterapia seja relaxar, a técnica mais recomendada é a Watsu (Figura 4). Nesse método, o cliente �ca �utuando com o auxílio do terapeuta, o que, além de facilitar seus movimentos, estimula os pontos de acupuntura para equilibrar as energias, enquanto mobiliza e alonga suavemente as articulações. Os movimentos realizados são lentos e tranquilos, acompanhando as respirações do cliente. A palavra Watsu é a combinação dos termos shiatsu (método da medicina tradicional chinesa) e water (água em inglês). O relaxamento que a técnica gera deve-se a uma combinação de fatores: o ambiente aquático, o calor, o movimento, a passividade do paciente e o ambiente silencioso. Figura 4 | Watsu Fonte: Vasconcelos et al. (2021, p. 84) No método Bad Ragaz (Figura 5), segundo Vasconcelos et al. (2021), o posicionamento inicial do cliente é em �utuação supina, sustentada por três anéis – o �utuador cervical, o cinto pélvico e os �utuadores do tornozelo – fundamentais para o manuseio adequado do terapeuta. Figura 5 | Bad Ragaz Fonte: Parreira e Baratella (2011, p. 28). Partindo dessa posição básica, o pro�ssional pode trabalhar exercícios ativos ou passivos, dependendo do seu objetivo terapêutico. Algumas das indicações para a técnica são: aumentar a amplitude de movimento (ADM), relaxar segmentos ou o corpo como todo, melhorar o alinhamento e a estabilidade corporal, promover melhora da força, das funções e da resistência geral (VASCONCELOS et al., 2021). O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Inglaterra, pelo engenheiro James McMillan. É aplicado por meio de um programa de dez pontos, com características recreativas, com jogos e com atividades, para que o cliente aprenda os movimentos e as posturas de forma lógica e gradual. Objetiva desenvolver a independência do cliente no ambiente aquático, desenvolvendo o controle da respiração e do equilíbrio, além de estimular a liberdade de movimentos (VASCONCELOS et al., 2021). Parreira e Baratella (2011) sugerem classi�car os exercícios terapêuticos em piscina de acordo com a forma de aplicação, com os objetivos terapêuticos e com os materiais utilizados da seguinte forma: Exercícios passivos: são feitos sem o auxílio do cliente, visando ganho de ADM, relaxamento, analgesia, tração ou decoaptação articular, mobilização articular e estimulação proprioceptiva. Podem ser feitos pela mão do terapeuta, pela pressão anterior da água ou pela força da �utuação. Exercícios ativos assistidos: nesses exercícios, a musculatura agonista recebe auxílio de forças externas para a realização do movimento, que pode ser a mão do terapeuta ou a �utuação. Essa realização se dá de forma lenta. Exercícios de facilitação: indicados para grupos musculares que não conseguem vencer a força da gravidade e/ou para músculos tensos ou doloridos, já que tornam possível movê-los sem desencadear tensão. O uso de �utuadores (Figura 6) permite a sustentação do segmento corporal, auxiliando o cliente a realizar os movimentos. Figura 6 | Flutuadores Fonte: Flaticon. Exercícios resistidos (Figura 7): a resistência no meio aquático pode ser dada pelo atrito e pela viscosidade da água, pela turbulência, pelo empuxo e pela �utuação. Também podem ser utilizados equipamentos como �utuadores, extensores, elásticos e faixas, assim como a própria resistência manual do terapeuta. Os exercícios resistidos buscam aumentar a força e a resistência muscular localizada, podendo auxiliar no condicionamento aeróbico. Figura 7 | Exercício resistido Fonte: Parreira e Baratella (2011, p. 41). O uso desses exercícios de hidroterapia permite a elaboração de vários programas de tratamento, trabalhando na manutenção e na recuperação da saúde e na reabilitação. VÍDEO RESUMO Este vídeo apresenta as origens da hidroterapia, bem como duas formas de aplicar a hidroterapia: o termalismo e a talassoterapia. Saiba mais Os idosos são um dos grupos populacionais que mais se bene�ciam com os exercícios feitos na água, em atendimentos individuais ou em grupo. Em grupos pequenos é possível, além da funcionalidade e alívio de dor, trabalhar socialização e interação. Saiba mais lendo o artigo “A relação da hidroterapia e a fragilidade do idoso: revisão de literatura sistemática”, de Brazilian Journal of Health Review. O termalismo é uma das práticas integrativas e complementares – PICs – reconhecidas e oferecidas pelo SUS. Saiba mais sobre essa forma de hidroterapia lendo o artigo “Saberes e práticas termais: uma perspectiva comparada em Portugal (Termas de S. Pedro do Sul) e no Brasil (Caldas da Imperatriz)”, de Maria Manoel Quintela. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 2 HIDROTERAPIA II Nesta aula, você verá a aplicação da hidroterapia nos banhos terapêuticos, duchas, saunas e piscinas. 25 minutos https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/21007/16756 https://www.scielo.br/j/hcsm/a/dXhWKS46LxXGSCtnhBGBB4J/?lang=pt INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você verá a aplicação da hidroterapia nos banhos terapêuticos, duchas, saunas e piscinas. Também verá os efeitos da água quente, da fria e da crioterapia sobre o organismo, compreendendo as indicações e as contraindicações dos diversos usos da água na hidroterapia. Os tratamentos com o uso da água são oferecidos em spas, clínicas de saúde e clubes, juntamente com outras técnicas compõem o conjunto de terapias integrativas corporais. A escolha adequada da melhor forma de tratamento para cada cliente, assim como as formas de aplicação e�cazes e seguras de cada um deles, é fundamental para o sucesso do tratamento. Essas são competências fundamentais para o terapeuta. Bons estudos! AS FORMAS DE APLICAÇÃO DA HIDROTERAPIA A hidroterapia utiliza a água em todos seus estados: Líquido: banhos de imersão totais ou parciais, duchas, turbilhões e piscina terapêutica. Vapor: saunas e vaporizações. Sólido: gelo, empregado na crioterapia. Os escalda-pés (Figura 2) ou pedilúvios podem ser considerados como banho de imersão parcial, já que, durante sua aplicação, pés e tornozelos �cam mergulhados em água aquecida. Figura 2 | Escalda-pés A água pode ser empregada em diversas temperaturas, desde fria ou em forma de gelo até morna ou quente, e na forma de contraste – alternando frio e quente. As variações de temperatura têm efeitos diversos sobre o organismo, tratando, dessa forma, diferentes condições físicas e mentais/emocionais. Os banhos de imersão utilizam banheiras (Figura 1) ou ofurôs. São mais utilizados os banhos de imersão total em água aquecida. O corpo inteiro �ca imerso na água, com exceção do pescoço e cabeça. Figura 1 | Banho de imersão Fonte: Pixabay. Fonte: Pixabay. O turbilhão é um aparelho que produz o turbilhonamento da água, promovendo uma massagem com a água. Pode ser usado em banheiras, tanques ou piscinas. Nos banhos em duchas, são usados jatos d’água, que podem estar em diferentes temperaturas. Destaca-se a ducha Vichy, técnica que utiliza uma combinação de duchas de água aquecida e massagens. Piscina terapêutica é uma piscina que utiliza água quente, sendo adaptada às necessidades do cliente, que muitas vezes apresenta di�culdades de locomoção (Figura 3). Figura 3 | Piscina terapêutica Fonte: Vasconcelos et al. (2021, p. 161). A sauna consiste em um espaço cujo interior �ca extremamente aquecido, para relaxar toda a musculatura e provocar intensa sudorese. A sauna úmida utiliza o vapor d’água como aquecimento, já a sauna seca (Figura 4) utiliza o calor emanado de pedras quentes, sem vapor (DOI, 2012). Figura 4 | Sauna seca Fonte: Pixabay. A maioria das técnicas da hidroterapia utiliza-se de água aquecida. A termoterapia – terapia pelo calor – empregada na hidroterapiatem como principais objetivos o aumento do �uxo sanguíneo e da temperatura muscular para estimular a analgesia, o aumento da nutrição no nível celular, a redução de um edema e a remoção de metabólitos e de outros produtos do processo in�amatório (PRENTICE, 2014). A crioterapia emprega a água fria, gelada ou o gelo, e produz diminuição da temperatura nos tecidos. As técnicas de crioterapia contemplam as compressas de gelo, o turbilhão frio, o turbilhão com gelo e banhos de contraste (PRENTICE, 2014). Este último utiliza imersões alternadas em água quente e fria, tendo como resposta a vasodilatação seguida de vasoconstrição. A hidroterapia dispõe de várias formas de aplicação, sendo usada na prevenção, no tratamento e na reabilitação de diversas condições de saúde, para pessoas de todas as idades. Além de todos seus efeitos sobre o corpo humano, convém destacar seu aspecto lúdico, o que torna as terapias mais prazerosas. EFEITOS, INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA HIDROTERAPIA Os efeitos da hidroterapia combinam as propriedades físicas da água com os efeitos do calor ou do frio sobre os vários sistemas �siológicos. Assim, devemos conhecer os efeitos �siológicos do calor e do frio terapêuticos, ou seja, os efeitos da termoterapia e da crioterapia. De modo geral, a termoterapia envolve todos os tratamentos que aumentam a temperatura dos tecidos. Na hidroterapia, pode ser aplicada pelos banhos de imersão (Figura 5), duchas, saunas, turbilhão e piscina terapêutica. Figura 5 | Banho de imersão Fonte: Pexels. O principal benefício da água quente é a estimulação da circulação sanguínea periférica e o relaxamento muscular. O calor produz vasodilatação, aumentando o �uxo sanguíneo, que, por sua vez, fornece mais oxigênio para as áreas aquecidas. Isso explica os efeitos de analgesia e de relaxamento sobre o espasmo muscular (PRENTICE, 2014). Por outro lado, a crioterapia produz diminuição na temperatura dos tecidos. Pode ser aplicada, na hidroterapia, por meio de banhos frios, duchas frias ou gelo (Figura 6) e compressas geladas, além do banho de contraste. Figura 6 | Gelo Fonte: Shutterstock. Segundo DOI (2012, p. 38), O frio, principalmente na forma de gelo, também é usado para diminuir a dor e o espasmo muscular. A explicação mais provável para esse fato é que o frio diminui a condução nervosa do estímulo doloroso. O banho de contraste é indicado principalmente em casos de edemas locais, já que o rodízio de vasodilatação- vasoconstrição é e�caz na absorção desses edemas. Veremos a seguir as particularidades de algumas formas de aplicação da hidroterapia. Banho de imersão em água quente: feito em banheiras ou ofurôs, é indicado para dar maciez à pele e equilibrar o pH, ativar a circulação, desintoxicar, revitalizar os nervos, relaxar os músculos e reduzir a fadiga e a irritabilidade, acalmando o estresse do corpo e da mente (MOREN, 2014). São contraindicados para hipertensão, hipotensão, hipoglicemia, doenças cardíacas, hemorragias internas e no período menstrual (PEREIRA, 2018). Banho de imersão em água fria: Pereira (2018) indica o banho de tronco frio para problemas intestinais, eliminação de gases e a evacuação e febres entre 39 e 41oC; é contraindicado para doenças renais e da bexiga, tuberculose, anemia, doenças reumáticas, períodos menstruais e lesões cardíacas. Sauna seca: de origem �nlandesa, é um espaço revestido de madeira, sendo o aquecimento feito com lenha ou eletricidade. As principais indicações dessa sauna são dores musculares e desintoxicação. Sauna úmida ou a vapor: é realizada em um ambiente bem quente, aproximadamente 70oC, cheio de vapor. É indicada para desobstrução dos poros, limpeza de pele e relaxamento muscular (DOI, 2012). As principais contraindicações das saunas, segundo Doi (2012), são pressão baixa e problemas cardíacos. o choque térmico que a água fria promove no organismo é altamente revitalizador. Esse choque térmico é o principal objetivo de um banho de água fria, visto que isso irá fazer com que o organismo produza e libere endor�nas, promova vasoconstrição, ative o metabolismo e o funcionamento de todos os órgãos. Piscina terapêutica: indicada para os pacientes com di�culdades de mobilidade e dores, por facilitar os movimentos, além da aplicação das técnicas de Bad Ragaz, Watsu e Halliwick. Essa modalidade é contraindicada na presença de lesões dermatológicas, problemas cardíacos e hiper ou hipotensão descompensadas. Gelo e compressas geladas: indicados para in�amações agudas do sistema músculo esquelético, como distensões, tendinites e lesões musculares. Contraindicados na presença de circulação local prejudicada, hipersensibilidade ao frio e anestesia da pele (PRENTICE, 2014). Banhos de contraste: indicados na presença de edemas e dores musculares de início tardio. As contraindicações incluem distúrbios de sensibilidade, alterações circulatórias locais, diabetes e doenças cardíacas. APLICAÇÃO DA HIDROTERAPIA Antes de aplicar a hidroterapia, é necessário realizar a avaliação do cliente, conhecendo suas condições físicas e possíveis contraindicações. Feito isso, escolhe-se a técnica de acordo com o objetivo terapêutico esperado. Durante toda a aplicação, é importante monitorar as reações do cliente, e interromper imediatamente o tratamento caso haja dor ou sinais como enjoo, tontura ou taquicardia. Nos banhos de imersão com água quente, banheiras e ofurôs devem ser limpos entre cada atendimento, e posteriormente enchidos com água entre 33 e 38oC, sendo o tempo de imersão de 15 a 60 minutos. É indicado oferecer líquido (água ou chá) para o cliente antes e após o banho (PEREIRA, 2014). Pode-se acrescentar à água dos banhos terapêuticos vinho tinto – com propriedades antioxidantes –, óleos essenciais e ervas desidratadas. Para aplicação das saunas, é recomendado uma avaliação médica, com particular ênfase para o aparelho cardiovascular (OLIVEIRA, 1997). As saunas “podem ser seguidas de banhos de duchas de água fria, mesmo que seus benefícios sejam controversos e que essa prática ainda seja contraindicada por alguns médicos” (DOI, 2012, p. 40). Na aplicação com gelo, recomenda-se um tempo de 5 a 15 minutos, utilizando-se compressas ou massagem com ele (Figura 7). No caso das compressas com gelo, utilizar toalhas úmidas sobre a pele. Figura 7 | Massagem com gelo Fonte: Prentice (2014, p. 312). Para o banho de contraste (Figura 8), utilizam-se dois recipientes, um com água fria (1 a 15,5oC) e outro de água quente (40 a 41,1oC). O tempo de tratamento deve ser de no mínimo 20 minutos, alternando imersões no frio e no calor; são cinco imersões frias de um minuto e cinco imersões quentes de três minutos (PRENTICE, 2014). A água utilizada na piscina terapêutica deve receber tratamento regularmente, com realização periódica do teste bacteriológico. O pH deve ser medido diariamente e mantido entre 7,2 e 7,8. O tratamento deve ser feito com produtos à base de cloro, eliminando bactérias e microrganismos (VASCONCELOS et al., 2021). A hidroterapia pode trazer inúmeros benefícios; porém, devemos ter alguns cuidados durante sua aplicação, como monitorar a pressão arterial, fazer a adaptação gradual a temperaturas muito elevadas ou muito baixas e monitorar as reações do cliente durante e após as aplicações. VÍDEO RESUMO Este vídeo apresenta as diferenças entre o uso do calor e do frio na hidroterapia, assim como os principais cardápios dos banhos terapêuticos, com suas indicações e contraindicações. Assim, terá mais conhecimento para escolher qual terapia é mais indicada para cada cliente, garantindo segurança e bons resultados. Figura 8 | Banho de contraste Fonte: Prentice (2014, p. 323). No caso das piscinas terapêuticas, especial atenção deve ser dada ao entrar e sair da piscina, já que muitos clientes apresentam di�culdades motoras e cognitivas. Vasconcelos et al. (2021, p. 161) apontam cuidados para o paciente entrar na piscina: deve haver corrimões em ambos os lados, rampas compequena inclinação e não escorregadias, e os degraus devem se localizar na área mais rasa da piscina, garantindo a acessibilidade do paciente perante as limitações que ele apresente. Ainda, para facilitar a entrada e a saída da piscina, é indicada a presença de elevadores, paredes de transferência ou guindaste, que também são uma forma de transferência para indivíduos com de�ciências. Saiba mais As saunas são frequentes em clubes e academias, sendo muito procuradas nos períodos de clima mais frio, razão pela qual fazem tanto sucesso na Europa. Porém, ainda há algumas controvérsias sobre seus benefícios e riscos. Para saber mais sobre esse tema, acesse o artigo “Sauna: uma atividade saudável?”, de Marcos Aurélio Brazão de Oliveira. A ducha Vichy é uma modalidade da hidroterapia que associa duchas de água quente às massagens. Você pode ver uma aplicação dessa técnica no vídeo Duche Massagem, das Termas de Monte Real, em Portugal. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você verá o surgimento e a evolução do yoga, uma prática milenar e holística de cuidados com a saúde. Por meio dos fundamentos da Hatha Yoga, o estilo mais clássico e popular do yoga, conhecerá as formas de trabalhar o equilíbrio das nossas energias, trazendo assim harmonia para nosso corpo e mente. Atualmente o yoga é uma prática corporal adotada por pessoas de todas as idades e estilos, buscando maior qualidade de vida e alívio para dores físicas e incômodos mentais e emocionais, como ansiedade e medo. Ela trabalha muito a respiração – chamada de pranayama, pois é por meio dela que captamos e renovamos nossas energias. Também trabalha o alinhamento e o equilíbrio dos sete chakras principais, para melhorar aspectos físicos e mentais da nossa vida. Bons estudos! AS BASES DO YOGA O yoga é uma prática holística milenar, que busca trabalhar o corpo, a mente e o espírito. Atualmente é muito procurada por quem quer relaxar, controlar o estresse e até mesmo melhorar a postura e algumas dores musculoesqueléticas. Desde 2017, o yoga integra as Práticas Integrativas e Complementares oferecidas pelo SUS – Sistema Único de Saúde, que o de�ne como “prática corporal e mental de origem oriental utilizada como técnica para controlar corpo e mente, associada à meditação” (BRASIL, 2018, p. 127). A origem do yoga encontra-se nos Vedas – antigos textos sagrados hindus, a literatura mais antiga da humanidade, que dá origem a todas as tradições indianas. Além dos textos dos Vedas, compõem as origens do yoga as Upanishads, ensinamentos orais, que signi�cam “sentar aos pés do mestre para ouvir seus ensinamentos”. Essas tradições pertencem ao período do yoga arcaico. O segundo período do yoga – período pré-clássico – é composto por grandes épicos, como Ramayana e o Mahabharata. Após esse período, é inaugurado o período do yoga clássico, o tempo da literatura Smriti, que se refere à memória. Seguiu-se o pós-clássico, caracterizado por textos tântricos como Ágamas, Tantras e Shastras, Aula 3 YOGA I Nesta aula, você verá o surgimento e a evolução do yoga, uma prática milenar e holística de cuidados com a saúde. 26 minutos https://www.scielo.br/j/rbme/a/CGHGkc5XRPJYBnSq5ZfKHjN/?lang=pt&format=html https://www.youtube.com/watch?v=kDnVOHuZ0W8 pelas puranas (enciclopédias da sabedoria tradicional) e por textos de Hatha Yoga. É no período pós-clássico que o Hatha, o yoga mais conhecido no Ocidente, aparece nas escrituras. Alguns autores consideram também o período do yoga pós-moderno, mais voltado para aspectos físicos do que espirituais (ROHDE et al., 2021). O yoga é composto pelas ásanas (Figura 1), as posturas, que trabalham força, �exibilidade e controle físico. Além de aprender a realizar e permanecer na postura, o praticante de yoga também deve aprender a passar de uma postura para outras – as chamadas sequências de yoga. As posturas exigem um trabalho corporal que envolve o centro de força – o core –, a �exibilidade, o alongamento, a força e o equilíbrio. Tudo isso somado à respiração, à consciência corporal, à atenção e ao relaxamento. Figura 1 | Postura de yoga Fonte: Pixabay. Igualmente importante é o pranayama, o controle da respiração, já que é por meio dela que trabalhamos a energia prânica – energia vital. Prana é a “energia vital universal que permeia o cosmo e constitui tudo o que existe, sustenta os processos �siológicos, emocionais e mentais, considerado conceito central no ayurveda e no yoga” (BRASIL, 2018, p. 96). Os mantras são os exercícios vocais do yoga, que ativam as percepções interiores, aumentando a concentração (ROHDE et al., 2021). Temos também os mudrás (Figura 2), “gestos geralmente executados com as mãos para alteração do comportamento, produzindo reações que vão da agitação à introspecção. Esses gestos atuam como senhas ou códigos de acesso ao subconsciente e inconsciente” (ROHDE et al., 2021 p. 235). Figura 2 | Mudrá O yoga é capaz de alinhar os chakras – centros de força pelos quais circula a energia vital. Quando estão desalinhados, os chakras geram perturbações físicas e psíquicas (MACHADO et al., 2021). Em uma sessão de yoga trabalha-se a meditação – dhyana – Segundo Rodhe et al. (2021 p. 237), “a integração de atividade muscular, exercícios respiratórios e meditação representa a medicina integrativa de forma exemplar e muito efetiva, sendo o yoga uma prática segura e poderosa”. O yoga é uma prática completa. YOGA, RESPIRAÇÃO E CHAKRAS O controle da respiração – pranayama – é uma prática importante do yoga, pois conecta o físico à mente. É por meio da respiração que mobilizamos a energia do prana, restaurando a saúde e a clareza mental, fornecendo alívio ao estresse, melhorando o controle emocional e físico e aumentando a percepção dos ritmos corporais (ELLSWORTH, 2012). Durante a prática da respiração, é importante concentrar-se na entrada e na saída do ar, trabalhando a respiração diafragmática. Uma dica é colocar uma das mãos sobre o tórax e outra no abdome, acompanhando o ritmo e o caminho do ar. Para a realização das ásanas, é necessário um trabalho corporal global, a começar pelo core, o centro de força do corpo. O core é formado por um conjunto de músculos que englobam o abdome, a lombar, a pelve e o períneo. Auxiliam na sustentação do tronco e na estabilização da coluna, sendo acionado nas ásanas, como Fonte: Pixabay. prática mental individual que consiste em treinar a focalização da atenção de modo não analítico ou discriminativo, a diminuição do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, promovendo alterações favoráveis no humor e melhora no desempenho cognitivo, além de proporcionar maior integração entre mente, corpo e mundo exterior. — (BRASIL, 2018, p. 77) ilustrado na Figura 3. Figura 3 | Ativação do core Fonte: Kamino� e Matthews (2013, p. 230). Também se exige que a coluna vertebral estabilize o corpo e as posturas, ao mesmo tempo que permita os movimentos. Todos os movimentos da coluna são trabalhados no yoga. As articulações são trabalhadas no yoga não de forma isolada, mas contribuindo para a totalidade do movimento. Da mesma forma, os músculos são muitos exigidos durante as mudanças das ásanas e na sua manutenção. A prática do yoga mobiliza a energia vital, fazendo com que �ua livremente por todo nosso corpo. Quando há bloqueio dessa energia em alguma parte, surgem sintomas físicos e mentais, que podem até levar ao adoecimento. Uma forma de trabalhar essa energia é por meio dos chakras, os centros da energia vital. Existem sete chakras principais (Figura 4), dispostos ao longo da coluna vertebral. Cada chakra tem um nome e uma cor, e está relacionado a uma glândula endócrina especí�ca. Figura 4 | Sete chakras principais Fonte: Pixabay. Segundo Machado et al. (2021, p. 141), “além de estar diretamente ligado a certas partes do corpo, cada chakra possui também uma função psicológica. Assim, com a alteração do �uxo energético emdeterminado chakra, podem ser observadas perturbações físicas ou psíquicas”. Os sete chakras principais, de baixo para cima, são (BARROCO; TOMBI, 2019; MACHADO et al., 2021): Chakra básico ou da raiz: localiza-se no �nal da coluna, e está ligado à terra e à vontade de viver, de realizar. Relaciona-se com as glândulas suprarrenais e os rins; seu equilíbrio é importante para a saúde física. Chakra sacral ou sexual: localiza-se abaixo da cicatriz umbilical, relacionando-se com as gônadas, os rins e as suprarrenais. Tem in�uência na nossa autoestima e nos relacionamentos interpessoais. Chakra do plexo solar: está localizado acima da cicatriz umbilical; liga-se ao sistema digestório. Em equilíbrio, mantém a vitalidade e a força de vontade para realizações. Chakra cardíaco: localizado no centro do tórax, relaciona-se com o coração, o sistema cardiorrespiratório, o amor e a empatia. Chakra laríngeo: na região do pescoço, é o chakra relacionando à glândula tireoide e à habilidade de comunicação. Chakra frontal: também chamado de “terceiro olho”, localiza-se entre as sobrancelhas. Relaciona-se com o sistema nervoso e com a glândula pituitária; do ponto de vista emocional, liga-se à intuição e criatividade. Chakra coronário ou da coroa: localiza-se no alto da cabeça; está relacionado com o sistema nervoso e a glândula pineal. Capta a energia celeste e se liga à espiritualidade e ao divino. A prática do yoga auxilia no �uxo de energia vital pelos chakras, equilibrando-os e melhorando nossa saúde física, mental e espiritual. APLICAÇÃO – TRABALHO CORPORAL, MENTAL E ESPIRITUAL COM O YOGA Nas práticas de yoga a respiração – pranayama – é fundamental; deve ser realizada para mobilizar o prana e, assim, revitalizar, reenergizar e relaxar o corpo e a mente. Há vários exercícios respiratórios, com diferentes níveis de di�culdade. Ao realizá-los, é importante estar com a coluna alinhada, podendo ser na postura deitado ou sentado com os pés no chão ou na postura sukhasana (Figura 5), de forma a �car alerta e, ao mesmo tempo, relaxado. Figura 5 | Postura sukhasana Fonte: Pexels. Um dos exercícios mais básicos consiste em deixar o ar entrar e preencher todo o espaço dos pulmões, expandindo o diafragma. A seguir, segurar o ar por alguns minutos, e soltá-lo lentamente pelo nariz. Aos poucos ir aumentando o tempo inspiratório e expiratório, acrescentando algumas pausas entre eles. Outro exercício de respiração do yoga é o kumbhaka, ou retenção da respiração, que fortalece o diafragma, repõe energia e limpa o sistema respiratório. É feito da seguinte forma: • Inspirar contando até quatro, expirar contando até quatro. Repetir algumas vezes, até sentir-se calmo. • Inspirar contando até quatro, segurar contando até quatro. • Expirar contando até quatro, dar uma pausa contando até quatro. • Repetir algumas vezes, e aos poucos ir aumentando o tempo de expiração. Para trabalhar os chakras, unimos a respiração, a visualização da sua respectiva cor e localização. Iniciamos com algumas respirações lentas e profundas e, a seguir, buscamos direcionar o ar para cada um dos chakras, enquanto mentalizamos sua cor de uma forma brilhante e sua intenção, em uma frase. Se for necessário podemos ir colocando uma das mãos sobre cada chakra. Chakra básico: na base da coluna ou na região do períneo, de cor vermelha. Frase: “eu sou”. Chakra sacral: um pouco acima do básico, abaixo da cicatriz umbilical, de cor laranja. Frase: “eu sinto”. Chakra do plexo solar: dois dedos acima da cicatriz umbilical, amarelo. Frase: “eu faço”. Chakra cardíaco: no centro do tórax, na altura do coração, de cor verde. Frase: “eu amo”. Chakra laríngeo: na região do pescoço, laranja. Frase: “eu comunico”. Chakra frontal: na região da testa, entre as sobrancelhas, de cor azul. Frase: “eu vejo”. Chakra da coroa: no topo da cabeça, de cor violeta. Frase: “eu compreendo”. Para �nalizar, pode-se emitir o mantra Om três vezes, durante as expirações, vibrando o som. Esse é o mantra mais utilizado no yoga, e corresponde ao som do universo. A prática termina com uma saudação (Figura 6): unimos as palmas das mãos à frente do corpo, curvamos a cabeça e dizemos: namaste, uma interjeição de saudação muito usada na Índia, que signi�ca: o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você (ROHDE et al., 2021). Figura 6 | Namaste Fonte: Pixabay. VÍDEO RESUMO Neste vídeo você vai ver a importância da respiração para o yoga, bem como alguns exercícios de como praticá- la, e como aliar respiração ao trabalho corporal. Também vai aprender mais sobre as características dos sete chakras principais, e como trabalhá-los no yoga por meio da “meditação dos chakras”. Saiba mais O yoga tem sido muito utilizado para controlar a ansiedade, comum a grande parte da população. Pode ser empregado como uma terapia complementar nos casos de ansiedade recorrente ou durante episódios esporádicos. Saiba mais sobre a relação entre yoga e ansiedade lendo o artigo “Os benefícios do yoga nos transtornos de ansiedade”, Camila Ferreira Vorkapic e Bernard Rangé. O alinhamento e equilíbrio dos chakras contribui para nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. No site Yogaterapia, você pode ler mais sobre os chakras, suas funções e características. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você conhecerá alguns estilos do yoga, com ênfase no Hatha yoga, que trabalha várias posturas e a respiração. Ele prepara para a meditação e para práticas mais elaboradas. Aprenderá sobre os ásanas, as posturas do yoga, com seus objetivos físicos e mentais e sua forma de realização. Essas posturas são feitas na posição sentada, de pé, com inclinações, torções e inversões. Se possível, experimente fazer essas posturas, sentindo seus efeitos no seu corpo e mente. Quando experimentamos algo novo, e não �camos apenas limitados a ver e ouvir, a aprendizagem é mais intensa e duradoura. Bons estudos! ESTILOS E BENEFÍCIOS DO YOGA O yoga nasceu como �loso�a na Índia, há milhares de anos, e foi ganhando alterações até chegar nas práticas que conhecemos atualmente. Seu signi�cado, em sânscrito, é “união”. Segundo STURGESS (2003, p. XVI), Aula 4 YOGA II Nesta aula, você conhecerá alguns estilos do yoga, com ênfase no Hatha yoga, que trabalha várias posturas e a respiração. 27 minutos http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872011000100009 https://yogateria.com.br/os-7-chakras/ Todos os estilos do yoga buscam essa união, porém enfatizam pontos diferentes. Dentre esses estilos, podemos citar: Hatha Yoga (Figura 1): caminho físico do yoga, enfatiza a realização das posturas (os ásanas) para alcançar um relaxamento físico completo, e, a seguir um relaxamento mental e emocional (STURGESS, 2003). Figura 1 | Hatha Yoga Fonte: Pixabay. Yoga restaurativo (Figura 2): prática de yoga que utiliza suportes como almofadas, mantas etc. para diminuir o esforço físico de permanecer nas posturas. Figura 2 | Yoga restaurativo yoga, como união, sugere uma perfeita harmonia entre corpo, mente e espírito. Quanto ao nível físico, envolve saúde vital. Em um nível mental, signi�ca integração harmoniosa da personalidade e uma correspondente eliminação de problemas psicológicos. A nível da alma, signi�ca união do pequeno Eu com o grande Eu, do ego com a vastidão da consciência cósmica e de acordo com sua fonte in�nita: Deus. Fonte: Pixabay. Babyoga: prática na qual a mãe faz as posturas junto com o bebê, auxiliando-a a diminuir as tensões, a recuperar-se da gestação e do parto e a reforçar o vínculo mãe-bebê. Kundalini Yoga: prática antiga do yoga, que busca despertar a kundalini, a energia cósmica adormecida, que parte da base da coluna e ativa os sete chakras (Figura 3). Figura 3 | Chakras Fonte: Pixabay. Ashtanga Yoga (Figura 4): originalmente descrita na segunda parte do Yoga Sutras, é um método de autorrealização composto por oito pontos. No Ocidente, é conhecidopor ser um estilo de yoga mais intenso. Figura 4 | Ashtanga Yoga Fonte: Pixabay. O aspecto mais conhecido do yoga, independentemente da modalidade, são os ásanas. Segundo ROHDE (2021, p. 235), ásanas são Conforme Rohde (2021), praticar a yoga confere a seus adeptos e praticantes uma variedade de benefícios à saúde física e mental, como: melhora o humor, o sono, a ansiedade, atuando em quadro de dores osteomusculares e de doenças metabólicas e cardiovasculares, as quais têm seus sintomas tratados pelo yoga de maneira gentil e consistente. Tem sido utilizada como terapia complementar para diversas condições de saúde, particularmente em quadros de ansiedade e estresse, males muito comuns atualmente. Tudo isso graças à sua combinação de exercícios de respiração, alongamento e fortalecimento muscular. posições físicas altamente elaboradas para proporcionar alongamento muscular, �exibilidade articular e força. À primeira vista não passam de meros exercícios corporais, entretanto, em uma análise mais profunda, provocam mudanças psicológicas profundas, alterando o comportamento, desenvolvem consciência corporal, noção dos pontos fortes e fracos, autocontrole, força de vontade, autopercepção e uma in�nidade de efeitos subjetivos, visando preparar o praticante para as técnicas mais introspectivas, partindo da premissa de que, se você não controla nem mesmo suas funções motoras, como pode ter o mínimo de equilíbrio para lidar com questões emocionais ou quiçá a mente? OS ÁSANAS NA PRÁTICA DO YOGA E SEUS BENEFÍCIOS Sturgess (2003) nos lembra de que o objetivo dos ásanas na Hatha Yoga é desenvolver a habilidade de permanecer sentado com a coluna ereta e com o corpo relaxado. Dessa forma, usamos inicialmente as posições do yoga para relaxamento físico, e, a partir dele, alcançamos o relaxamento mental e emocional. Podemos classi�car essas posturas em: Posturas de aquecimento e relaxamento: essas posturas, no começo da sessão, despertam os músculos, aumentam o ritmo cardíaco e liberam a tensão do corpo; já quando feitas no �nal da sessão, relaxam os músculos, diminuem o ritmo cardíaco e aliviam após um exercício mais revigorante. Essas posturas integram a mente, o corpo e a respiração (ELLSWORTH, 2012). São exemplos o sukhasana ou postura fácil, a dandasana ou postura do bastão, a postura do cachorro olhando para baixo (Figura 5) e a savasana ou postura do cadáver. Figura 5 | Cachorro olhando para baixo Fonte: Pixabay. Posturas sentadas: são posturas mais estáveis, que permitem nos concentrarmos no trabalho contemplativo das práticas meditativas (KAMINOFF; MATTHEWS, 2013). São exemplos a sukhasana ou postura fácil (Figura 6), a postura do herói, a postura de lótus e a postura do barco. Figura 6 | Postura fácil Fonte: Pixabay. Posturas em pé: criam uma consciência dos movimentos, energizam o corpo, desenvolvem resistência e revitalizam os membros inferiores. Trabalham força, �exibilidade e equilíbrio, e devem ser feitas a partir de uma estabilização da pelve (ELLSWORTH, 2012). São exemplos a tadasana ou postura da montanha, a postura da cadeira, a postura da árvore (Figura 7), a trikonasana ou postura do triângulo e a postura do guerreiro. Figura 7 | Postura da árvore Fonte: Pixabay. Posturas com inclinações para a frente: podem ser feitas sentadas ou em pé, com as pernas unidas ou separadas; alongam os músculos de toda a região posterior do corpo, relaxando a coluna (ELLSWORTH, 2012). São exemplos o uttanasana ou alongamento intenso para a frente (Figura 8), a postura sentada com alongamento para a frente e a postura do alongamento sentado em ângulo aberto. Figura 8 | Uttanasana Fonte: Pixabay. Posturas com inclinações para trás: apesar de serem desconfortáveis para quem não tem muita prática, são revigorantes, melhorando a postura. Alongam os ombros, o abdome e as coxas, abrem a caixa torácica e fortalecem as costas (ELLSWORTH, 2012). São exemplos o cachorro olhando para cima, a postura da cobra, a postura da ponte e a natarajasana ou postura do rei dos dançarinos (Figura 9). Figura 9 | Natarajasana Fonte: Pixabay. Posturas com torção: nas torções, trabalham-se os órgãos internos e o sistema circulatório, tendo um efeito puri�cador (ELLSWORTH, 2012). São exemplos a postura torcida da cadeira (Figura 10), a postura do sábio Bharadvajasana, a torção inclinada e a marichyasana. Figura 10 | Postura torcida da cadeira Fonte: Pixabay. Posturas com sustentação com os braços: fortalecem os membros superiores, o tórax e os músculos abdominais (ELLSWORTH, 2012). São exemplos o chaturanga dandasana (Figura 11), postura da prancha lateral, postura da prancha para cima e o bakasana. Figura 11 | Chaturanga dandasana Fonte: Pixabay. Posturas invertidas: bene�ciam os sistemas cardiovascular, linfático, nervoso e endócrino, aumentando a circulação sanguínea e a respiração (ELLSWORTH, 2012). São exemplos a halasana, a postura da vela e a postura com apoio sobre a cabeça (Figura 12). Figura 12 | Postura com apoio sobre a cabeça Fonte: Pixabay. Trabalhando-se essas posturas, é possível ter um corpo mais forte, �rme e �exível. A prática do yoga remove tensões, toxinas e bloqueios de energia. Com isso, estimula a saúde perfeita, o rejuvenescimento e a longevidade (STURGESS, 2003). Além de revigorar o corpo, a mente também se renova, diminuindo a irritabilidade e a agitação, melhorando o sono e trazendo mais paz e serenidade para o dia a dia. TRABALHANDO OS ÁSANAS Uma sessão de yoga começa com o aquecimento, acalmando a mente, despertando a consciência corporal e preparando corpo e mente para as posturas. Um exemplo de postura inicial é o sukhasana ou postura fácil (Figura 13). É realizada na posição sentada, com os quadris e joelhos �etidos. A base de apoio sobre os ísquios é importante; então, se for necessário, pode-se colocar uma manta ou toalha dobrada na região para facilitar a manutenção da postura. Figura 13 | Sukhasana Fonte: Ellsworth (2012, p. 22). Nessa postura, trabalha-se a respiração (o pranayama), usando, por exemplo, a inspiração e expiração simétricas. Deve-se inspirar contando até quatro e expirar contando até quatro também. Pode ser feita com os olhos abertos ou fechados; o importante é que seja uma respiração lenta e simétrica, acalmando a mente. Sugere-se trabalhar por 5 minutos. A seguir, podemos trabalhar uma posição de pé, como a tadasana ou postura da montanha (Figura 14). Em pé, com os pés unidos de forma confortável, deve-se virar as palmas das mãos para frente; buscar distribuir o peso entre os dois lados do corpo, mantendo a coluna alongada e contraindo os músculos abdominais. Deve-se permanecer na postura contando de 30 segundos a 1 minuto. Figura 14 | Tadasana Fonte: Ellsworth (2012, p. 32). Partindo da tadasana, podemos trabalhar a postura do guerreiro II (Figura 15), levando um dos membros inferiores à frente, com o joelho �etido a 90º, e o membro inferior de trás estendido. Os braços �cam acima da cabeça, com as palmas das mãos voltadas uma para a outra. Permanecer contando de 30 segundos a 1 minuto, e trocar de lado. Figura 15 | Postura do guerreiro II Fonte: Pixabay. Ainda de pé, outra postura é a do alongamento intenso com os pés afastados (Figura 16). As pernas devem estar bem afastadas e, na expiração, inclinamos para a frente, a partir do quadril. As mãos devem tocar o chão ou as pontas dos pés; permanecer nessa postura contando de 30 segundos e a 1 minuto. Ela alonga os músculos posteriores das costas e membros inferiores. Figura 16 | Postura do alongamento intenso com os pés afastados Fonte: Pixabay. Relaxe na balasana ou postura da criança (Figura 17). Os ombros e a cervical devem estar relaxados, e a testa apoiada no chão. Pode-se �car nessa postura por até 3 minutos. Figura 17 | Postura da criança Fonte: Ellsworth (2012, p. 27). A seguir, podemos �car em decúbito ventral e fazer a chaturanga dandasana ou postura do bastão em quatro apoios (Figura 18). Figura18 | Chaturanga dandasana Fonte: Pixabay. Partindo do decúbito ventral, uma sugestão é a postura da cobra (Figura 19). Essa postura fortalece a coluna e os glúteos e alonga o tórax e os abdominais. Figura 19 | Postura da cobra Fonte: Ellsworth (2012, p. 80). Para �nalizar, o savasana ou postura do cadáver é realizada em decúbito dorsal, buscando o relaxamento de todos os músculos. Esta postura acalma o cérebro, alivia o estresse e relaxa todo o corpo. Antes de encerrar a sessão, deve-se voltar para o sukhatsana e entoar o mantra Om, pronunciando e vibrando o som de forma rítmica. Namaste! VÍDEO RESUMO Neste vídeo você vai ver alguns estilos de yoga, com ênfase no Hatha Yoga e seus benefícios. Também vai rever alguns ásanas e conhecerá outros, por meio de posturas isoladas e de uma sequência da yoga: a saudação ao sol. Saiba mais Os ásanas constituem-se na base da Hatha Yoga, trabalhando vários grupos musculares. Você pode aprender mais sobre as posturas do yoga no livro “Yoga: anatomia ilustrada”, de Abigail Ellsworth. Você encontra esse e outros livros de yoga no site da Biblioteca Virtual. Experimente fazer uma aula de yoga, para sentir todos seus benefícios. Uma sugestão é o canal do Youtube “Yoga para quem nunca praticou”, de Pri Leite. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 DA COSTA, P. H. L. Natação e Atividades Aquáticas: Subsídios para o Ensino. São Paulo: Manole, 2010. DOI, M. Y. Spas e terapias alternativas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. LUCCHESI, G. A. Hidroginástica: aprendendo a ensinar. São Paulo: Ícone, 2013. PARREIRA, P.; BARATELLA, T. V. Fisioterapia aquática. São Paulo: Manole, 2011. VASCONCELOS, G. de S.; FERRAZ, N. L.; SANGEAN, M. C.; et al. Fisioterapia Aquática. São Paulo: Grupo A, 2021. Aula 2 DOI, M. Y. Spas e terapias alternativas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. MOREN, S. Spas e salões de beleza: terapias passo-a-passo. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. OLIVEIRA, M. A. B. de. Sauna: uma atividade saudável? Rev Bras Med Esporte, 3 (1), Mar 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/CGHGkc5XRPJYBnSq5ZfKHjN/?lang=pt&format=html. Acesso em: 20 maio 2022. PEREIRA, M. de F. L. (org.). Spaterapia. São Caetano do Sul: Difusão, 2018. PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas para �sioterapeutas. Porto Alegre: Grupo A, 2014. VASCONCELOS, G. de S.; FERRAZ, N. L.; SANGEAN, M. C.; et al. Fisioterapia Aquática. São Paulo: Grupo A, 2021. Aula 3 BARROCO, C. de A.; TOMBI, E. C. N. de A. Terapias alternativas em estética. São Paulo: Grupo A, 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Glossário temático: práticas integrativas e complementares em saúde / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/glossario_pics.pdf. Acesso em: 23 maio 2022. ELLSWORTH, A. Yoga: anatomia ilustrada – guia completo para o aperfeiçoamento de posturas. São Paulo: Manole, 2012. REFERÊNCIAS 10 minutos https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520449547/pageid/0 https://www.youtube.com/watch?v=OuCvUDVoX3M https://www.scielo.br/j/rbme/a/CGHGkc5XRPJYBnSq5ZfKHjN/?lang=pt&format=html http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/glossario_pics.pdf KAMINOFF, L.; MATTHEWS, A. Anatomia da yoga: guia ilustrado de posturas, movimentos e técnicas de respiração. São Paulo: Manole, 2013. MACHADO, M. G. M.; et al. Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. São Paulo: Grupo A, 2021. ROHDE, C. B. dos S.; et al. Medicina integrativa na prática clínica. São Paulo: Manole, 2021. Aula 4 ELLSWORTH, A. Yoga: anatomia ilustrada – guia completo para o aperfeiçoamento de posturas. São Paulo: Manole, 2012. KAMINOFF, L.; MATTHEWS, A. Anatomia da yoga: guia ilustrado de posturas, movimentos e técnicas de respiração. São Paulo: Manole, 2013. ROHDE, C. B. dos S.; et al. Medicina integrativa na prática clínica. São Paulo: Manole, 2021. STURGESS, S. O livro da ioga: um guia prático de auto realização. São Paulo: Terra, 2003.
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