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Poder Legislativo | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 1 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
PODER LEGISLATIVO 
 
CONTEÚDO 
Noções Gerais sobre o Poder 
Legislativo na CF/88 
Poder Legislativo | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 2 
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Poder Legislativo | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 3 
Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 O Poder legislativo ---------------------------------------------------------------------------------------- 5 
2.1 Legislatura e Sessão Legislativa -------------------------------------------------------------------------------------- 7 
2.2 Estrutura Interna do Congresso Nacional ------------------------------------------------------------------------- 8 
2.2.1 Das Mesas ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 
2.2.2 Das Comissões Parlamentares ------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 
2.3 Câmara dos Deputados ----------------------------------------------------------------------------------------------- 10 
2.4 Senado Federal --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 
2.5 Noções preliminares de Processo Legislativo ------------------------------------------------------------------ 12 
3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 
4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 14 
 
 
Poder Legislativo | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 4 
1 Introdução 
O que denominamos separação dos Poderes diz respeito à separação das diferentes 
funções estatais exercidas por órgãos distintos. A separação dos Poderes está prevista 
como cláusula pétrea no art. 60, § 4º, inciso III da Constituição Federal e, segundo 
Flavio Martins (2019), trata-se de “um modelo político no qual o Estado tem suas 
funções divididas e delineadas em órgãos diferentes e independentes, cada qual com 
distintas áreas de responsabilidade e, em regra, indelegáveis. Embora independentes, 
há casos de inter-relacionamento entre eles, o que a doutrina convencionou chamar 
de freios e contrapesos (checks and balances)”. 
 
Por estar prevista como uma cláusula pétrea, qualquer proposta de Emenda 
Constitucional que tente suprimir integralmente a separação dos Poderes ou 
concentrá-los nas mãos de um único órgão ou pessoa ou que intencione “criar 
controles ou interferências indevidas de um Poder sobre o outro” será tomada por 
inconstitucional. Contudo, é importante ressaltar que a cláusula pétrea é quanto à 
separação dos poderes, e não ao modelo de separação, no caso do Brasil, à tripartição 
dos poderes. Logo, é possível uma proposta de emenda constitucional para 
aperfeiçoar cada Poder, a exemplo da Emenda Constitucional n. 45, de 2004, que 
promoveu a Reforma do Poder Judiciário, e a emenda para criar um “novo poder”, 
desde que não fira os princípios da independência e da harmonia entre os poderes 
(MARTINS, 2019). 
 
O princípio da separação de poderes, hoje garantido pela Constituição Federal, foi 
inicialmente abordado na obra Política, de Aristóteles. Nesse conjunto de texto, 
Aristóteles previu a separação das funções do Estado em deliberativa, executiva e 
judiciária. Para ele, caberia à Assembleia “decidir sobre a paz e a guerra, contrair 
alianças ou rompê-las, fazer as leis e suprimi-las, decretar a pena de morte, de 
banimento e de confisco, assim como prestar contas aos magistrados”. Este seria o 
exercício da função deliberativa, o de deliberar sobre os negócios do estado. A função 
executiva, exercida pelas magistraturas governamentais, compreenderia o poder 
necessário à ação do Estado para deliberar, julgar e ordenar sobre certos objetos, “pois 
é o mando o seu atributo característico”. A função judiciaria seria a de julgar os crimes 
e os negócios envolvendo os cidadãos, ou seja, abrangeria os cargos de jurisdição 
(MARTINS, 2019). 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
www.cenes.com.br | 5 
 
No século XVII, o filósofo inglês John Locke sistematiza a doutrina da separação dos 
poderes, dando a ela outra dimensão. Baseado no sistema do Estado inglês do seu 
tempo, na sua obra Segundo tratado sobre o governo civil, o filósofo aponta a 
existência de quatro funções fundamentais exercidas por dois órgãos do poder: “A 
função legislativa caberia ao Parlamento. A função executiva, exercida pelo rei, 
comportava um desdobramento, chamando-se função federativa quando se tratasse 
do poder de guerra e paz, de ligas e alianças, e de todas as questões que devessem 
ser tratadas fora do Estado. A quarta função, também exercida pelo rei, era a 
prerrogativa, conceituada como ‘o poder de fazer o bem público sem se subordinar a 
regras’”. Um dos pontos fulcrais da filosofia de Locke era o enfraquecimento da 
soberania absoluta do monarca, de modo a restringir o poder do rei apenas ao poder 
executivo. 
 
Por fim, no final do século XVIII, com a publicação de O Espírito das Leis (1748), 
Montesquieu consolida a teoria da separação dos poderes, concebendo-a como um 
“sistema em que estão presentes um legislativo, um executivo e um judiciário, como 
poderes harmônicos entre si”. Destaca Flavio Martins que “a separação dos Poderes 
tem a função de evitar a concentração do poder e, com isso, o arbítrio, a tirania. Foi 
uma teoria que se fortaleceu como resposta às monarquias absolutistas europeias, 
máxime aquelas que existiram durante o Antigo Regime ou Ancien Regimé, para os 
franceses”. 
 
O modelo tripartite de separação dos poderes foi diretamente influenciado pela obra 
O Espírito das Leis (1748) e difundido a partir da Constituição norte-americana (1787) 
e da Constituição francesa(1791). No Brasil, esse modelo foi adotado desde a primeira 
Constituição republicana, de 1891. A constituição de 1988 manteve a tripartição dos 
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como independentes e harmônicos, sem 
que se sobressaiam uns aos outros. 
 
2 O Poder legislativo 
Segundo Flavio Martins (2019), independentemente do modelo de separação dos 
Poderes adotado em um país, o Poder Legislativo sempre estará presente, pois apesar 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
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de não haver uma hierarquia formal deste em relação aos demais, há uma 
anterioridade lógica: a função típica do Poder Legislativo é legislar e fiscalizar, ao 
passo que a do Judiciário é aplicar as leis aos casos concretos e do Executivo é 
administrar dentro dos limites da Lei. 
 
No Brasil, o Poder Legislativo está presente em todos os entes federativos, é exercido 
nos municípios pela Câmara Municipal dos Vereadores; nos estados pelas Assembleia 
Legislativas; no Distrito Federal pela Câmara Legislativa; e na União pelo Congresso 
Nacional. Tem como função típica redigir e editar “normas genéricas e abstratas 
dotadas de força proeminente dentro do ordenamento jurídico, as quais se 
denominam leis, e também a de fiscalizar a atuação contábil da administração pública, 
na forma do art. 70”. Exerce de modo atípico as funções executiva e judicial (BAHIA, 
2017). 
 
Nas esferas dos municípios, estados e Distrito Federal, o Poder Legislativo tem uma 
única casa, portanto é unicameral (arts. 27, 32 e 29, CF/88). Na esfera federal, o Poder 
Legislativo é bicameral, pois é composto de duas casas: a Câmera dos Deputados, que 
representa o povo (art. 45, CF) e o Senado Federal, que representa os Estados e o 
Distrito Federal (art. 46, CF), formando, juntos o Congresso Nacional, nos termos do 
art. 44 da CF. Vinícius Casalino (2015) ressalta que “o Senado Federal se compõe de 
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio 
majoritário”. Enquanto a Câmara representa o povo, o Senado representa os Estados 
e o Distrito Federal, ligando-se, portanto, ao princípio federativo. 
 
A respeito desse sistema, José Afonso da Silva (2014) afirma que muito se debate 
“sobre as vantagens e desvantagens de um ou de outro sistema. Mas a dogmática 
constitucional, desde a promulgação da Constituição dos EUA, recusa aceitar o 
unicameralismo nas federações, por entender que o Senado é câmara representativa 
dos Estados Federados, sendo, pois, indispensável sua existência ao lado de urna 
câmara representativa do povo. Diz-se, em prol disso, que os "Estados Federais 
apresentam uma estrutura dualista. De uma parte, deve estar presente a nação, em 
sua unidade global, de outra parte, os Estados-membros da federação, com sua 
autonomia particular”. 
 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
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Conforme destaca o ator, “no bicameralismo brasileiro, não há predominância 
substancial de uma câmara sobre a outra. Formalmente, contudo, a Câmara dos 
Deputados goza de certa primazia relativamente à iniciativa legislativa, pois é perante 
ela que o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais 
Superiores e os cidadãos promovem a iniciativa do processo de elaboração das leis 
(arts. 61, § 22, e 64)”. 
 
A responsabilidade principal do Congresso Nacional é elaborar leis e proceder à 
fiscalização contábil, financeira orçamentária, operacional e patrimonial da União e 
das entidades da Administração direta e indireta. Os trabalhos se desenvolvem ao 
longo da legislatura, com duração de quatro anos (art. 44, parágrafo único, CF). 
 
2.1 Legislatura e Sessão Legislativa 
A legislatura é o período durante o qual os membros da Assembleia Legislativa 
exercem seu mandato. Corresponde ao período de tempo destinado ao exercício de 
mandato do Deputados, portanto tem duração de quatro anos (art. 44, parágrafo 
único, CF/88). O mandato dos Senadores, por sua vez, corresponde a duas legislaturas 
(oito anos). 
 
A sessão legislativa (art. 57, caput, da CF) compreende o período que vai de 2 de 
fevereiro a 1º de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Este período de trabalho, 
renovável a cada ano até o término da respectiva legislatura, denomina-se sessão 
(legislativa) ordinária. 
 
André Ramos Tavares comenta que “esse período de trabalho foi alargado pela EC n. 
50, de 14 de fevereiro de 2006, que veio a lume como forma de resposta à sociedade 
pelos escândalos parlamentares (particularmente o chamado “mensalão” e as 
reiteradas convocações extraordinárias formais, cujas imagens de um Congresso 
Nacional vazio e inerte ficaram gravadas na memória brasileira). Originariamente, o 
período de trabalho era de 15 de fevereiro (e não de 2 de fevereiro) até 30 de junho 
(e não de 17 de julho), portanto, foram incorporadas praticamente três semanas a 
mais de trabalho”. 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
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SESSÃO LEGISLATIVA (ORDINÁRIA) 
De 2 de fevereiro a 1º de julho De 1º de agosto a 22 de dezembro 
 
Além da sessão legislativa ordinária, pode haver, esporadicamente, convocação 
extraordinária do Congresso Nacional para sessão extraordinária que ocorre fora do 
período anteriormente indicado (art. 5, §6º, da CF). 
 
2.2 Estrutura Interna do Congresso Nacional 
As Casas do Congresso Nacional (a Câmara dos Deputados e o Senado Federal) 
possuem órgãos internos que dispõe sobre a política adotada, seu funcionamento, 
organização, criação e extinção de órgãos, empregos e funções, fixação de 
remunerações entre outros. Segundo Silva (2014), “nisso se encontra um elemento 
básico de sua independência, agora reconquistada pela retomada de prerrogativas 
que lhes tinham sido subtraídas pela Constituição revogada”. 
 
São órgãos internos das casas do Congresso Nacional as Mesas e as Comissões 
Parlamentares, que se encontram previstas no texto constitucional conforme destaca 
o quadro a seguir, sendo-lhes assegurada, na sua constituição, tanto quanto possível, 
a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que 
participam da respectiva Casa (art. 58, § 1º). 
 
MESAS 
COMISSÕES PARLAMENTARES 
(art. 58, CF/88) 
Da Câmara (art. 57, § 4º; 58, § 1º, CF) Permanentes – subsistem por todas as 
legislaturas; 
Do Senado (art. 57, § 4º; 58, § 1º, CF) Temporárias – constituídas apenas para 
opinar sobre determinada matéria; 
Do Congresso (art. 57, § 5º; 58, § 1º, CF) De inquérito (CPI) – art. 58, § 3º; 
 Representativa – durante o recesso – art. 
58, § 4º. 
Quadro 1 - Órgãos internos das casas do Congresso Nacional 
Fonte: Adaptado de BAHIA (2007). 
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O Poder legislativo 
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2.2.1 Das Mesas 
Em relação às mesas, o art. 57, § 4º, da CF dispõe que “Cada uma das Casas reunir-se-
á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, 
para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 
(dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subsequente”. É importante destacar que a vedação a que se refere o parágrafo é para 
mesmo cargo apenas. Para outros cargos, ainda que da mesma Mesa, a reeleição é 
admitida no período imediatamente seguinte. 
 
Em relação ao período de vedação da reeleição, Tavares (2020) ressalta que “ficou 
assente o entendimento (na praxes do Congresso Nacional) de que a restrição só 
poderia aplicar-se dentro da mesma legislatura. Realmente, encerrada esta, não há 
mais qualquer restrição constitucional, ainda que a mesma pessoa (v.g., o Presidente 
da Câmara dos Deputados) venha a ser reeleita para novo mandato parlamentar e 
pretenda, ademais, reeleger-se também para o mesmo cargo que ocupava 
anteriormente na mesma Mesa Diretora. Ainda que cronologicamente falando ocorra 
uma continuidade, o certo é que não se pode ignorar que houve uma interrupção,com o fim do mandato, e a contagem restritiva tem início apenas a partir desse novo 
mandato”. 
 
Silva (2014) ressalta que a Mesa do Congresso Nacional não é um organismo per se 
stante, uma vez que “não existe por si, não tem uma formação adrede, porque se 
constitui de membros das Mesas do Senado e da Câmara”. Na forma do art. 57, § 5º, 
a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e 
os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos 
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Além da função de 
dirigir os trabalhos do Congresso Nacional, quando as casas se reúnem em sessão 
conjunta, fica reservada a esta mesa a importante atribuição de, ouvidos os líderes 
partidários, designar Comissão composta de cinco de seus membros para 
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao 
estado de sítio, conforme previsão do art. 140 da CF. 
 
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O Poder legislativo 
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2.2.2 Das Comissões Parlamentares 
As Comissões parlamentares são organismos constituídos em cada uma das Casas. Em 
regra, são compostas por um número restrito de membros que ficam encarregados 
de examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres. Poderão ser 
permanentes ou temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas nos 
regimentos internos das respectivas casas ou no ato que resultar sua criação. 
 
Como vimos anteriormente, as comissões podem ser: permanentes (subsistem por 
todas as legislaturas); temporárias (constituídas apenas para opinar sobre 
determinada matéria); ou ainda, de inquérito (CPI – art. 58, § 3º); ou representativas 
(durante o recesso – art. 58, § 4º). 
 
2.3 Câmara dos Deputados 
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, que são eleitos 
nos Estado, Territórios e Distrito Federal pelo sistema proporcional. O número total de 
Deputados será estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente à população, 
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que 
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta 
Deputados. (art. 45, § 1º). Os Territórios Federais, contudo, elegerão quatro 
Deputados, conforme previsão do art. 45, § 2º. O mandato dos Deputados terá 
duração de quatro anos. 
 
Fernando Dias Menezes de Almeida, (2018) comenta o seguinte: “As resoluções, que 
tratam das matérias arroladas, sobretudo nos incisos III e IV do artigo sob comento, 
têm eficácia de lei ordinária, sendo promulgadas pelo Presidente da Câmara (§ 2º do 
art. 200, cumulado com a alínea “m” do inciso VI do art. 17 do Regimento Interno, 
aprovado pela Resolução n. 17, de 1989, com modificações posteriores). A esse 
propósito, a resolução poderá versar, nos termos do inciso III do art. 109 do Regimento 
Interno, sobre matéria de natureza política, processual, legislativa e administrativa: 
perda de mandato; criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, quando cinco 
Comissões dessa natureza já estiverem funcionando a partir de requerimentos antes 
aprovados (art. 35, § 4º, do Regimento Interno); conclusão de Comissão Parlamentar 
de Inquérito, bem como de Comissão Permanente sobre proposta de fiscalização e 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
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controle; conclusão sobre as petições, representações ou reclamações da sociedade 
civil; matéria de conteúdo regimental; temas atinentes à economia interna da Casa e 
aos seus serviços administrativos”. 
 
2.4 Senado Federal 
O Senado Federal é composto de representados dos Estados e do Distrito Federal, os 
quais são eleitos segundo o princípio majoritário, sendo fixado em três senadores por 
Estado e DF, com mandato de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito 
Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois 
terços (art. 46, § 2º, CF/88). Territórios não elegem Senadores. 
 
Segundo André Ramos Tavares (2020), é “correto afirmar, portanto, que os Senadores, 
no Brasil, tecnicamente, não são os representantes do povo, mas sim dos Estados da 
Federação brasileira, participando, por esse motivo, na formação da vontade nacional. 
É que da participação no processo legislativo por parte dos entes federativos é 
exigência da teoria federalista”. 
 
Junto com o Senador são eleitos dois suplentes, os quais serão chamados na 
respectiva ordem para assumir a vaga no Senado Federal caso ocorra a perda do 
mandato ou renúncia do Senador. O mandato de um Senador equivale a duas 
legislaturas (oito anos), podendo ser renovado parcialmente, de quatro em quatro 
anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal (art. 46, § 2º). 
 
Fernando Dias Menezes de Almeida, (2018) comenta o seguinte: “As matérias 
arroladas no artigo sob comento são, desse modo, instrumentalizadas por Resolução, 
que tramita exclusivamente pelo Senado Federal com eficácia de lei ordinária, sendo 
promulgada pelo Presidente da Casa (Regimento Interno, art. 48, XXVIII). A esse 
propósito, a resolução poderá versar sobre matéria de natureza política, processual, 
legislativa e administrativa, como também ocorre na Câmara dos Deputados. Não 
obstante, ao Senado Federal são deferidas outras atribuições, entre as quais a 
aprovação de autoridades indicadas pelo Presidente da República, o estabelecimento 
de limites para o montante das dívidas dos entes federativos, a suspensão de lei 
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, a elaboração do seu 
Poder Legislativo | 
O Poder legislativo 
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Regimento Interno e a disposição sobre a sua organização”. 
 
2.5 Noções preliminares de Processo Legislativo 
Segundo André Ramos Tavares (2020), o processo legislativo é aquele por meio do 
qual ocorre a criação das leis em sentido amplo. Juridicamente, está inserido na ampla 
noção de processo do Direito Processual. Por meio do processo legislativo o direito 
se autorregula e estabelece normas que servem de aporte para a produção de outras 
normas. Conforme pontua Silva (2014), “por processo legislativo entende-se o 
conjunto de atos (iniciativa, emenda, votação, sanção, veto) realizados pelos órgãos 
legislativos visando a formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, 
resoluções e decretos legislativos”. 
 
Na definição de Streck e Oliveira (2018), “O processo legislativo em sentido estrito é 
uma cadeia ou sequência de atos próprios do Poder Legislativo que estão normativa 
e especificamente interligados, tendo por objetivo realizar a tarefa primordial de um 
regime democrático: a promulgação de leis, que representa o retrato da produção 
democrática do direito. [...] A finalidade do processo legislativo em sentido estrito é a 
elaboração democrática do Direito, constitucionalmente estruturada. 
 
As normas regulamentadoras do processo legislativo estão dispostas na Seção VIII do 
Capítulo I do Título IV da Constituição, denominada Do processo legislativo. “Trata-se 
da previsão de uma sequência definida de atos e etapas que se cumprem no intuito 
de estabelecer novas normas jurídicas”. Segundo o texto constitucional, o processo 
legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis 
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos e resoluções. Já os princípios do processo legislativo podem ser 
encontrados no Regimento Interno do Senado Federal (art. 412, incs. I a XIII). 
 
As condições de admissibilidade do processo legislativo, conforme apontam Streck e 
Oliveira (2018), são: a) o funcionamento do Poder Legislativo; b) a apresentação do 
projeto; c) a existência de quórum para deliberar; e d) a ordem do dia. 
 
Poder Legislativo | 
Conclusão 
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Quanto às fases que compõem o processo Legislativo, são: i) a iniciativa (fase 
introdutória); ii)o exame dos projetos nas comissões permanentes ou em comissão 
especial, as discussões do projeto em Plenário, a decisão e a revisão (fase constitutiva); 
e iii) a fase final (atribuição de validade). 
 
Ainda a respeito do processo legislativo, para finalizar, reproduzimos aqui um trecho 
do comentário de Streck e Oliveira (2018), para reflexão: 
 
“É importante salientar que o processo legislativo vincula-se à perspectiva de 
produção normativa, que não se prende ao contexto histórico das decisões, como 
ocorre com o processo jurisdicional, que tem por finalidade reconstruir o Direito à luz 
de casos concretos. O processo legislativo situa-se em um nível discursivo em que 
argumentos de grande generalidade e abertura são acolhidos, argumentos que, na 
verdade, funcionam como pontos de partida para a construção do discurso jurídico, 
inclusive do doutrinário, do jurisdicional e do administrativo”. 
[Neste sentido, o processo legislativo é um importante instrumento de elaboração 
democrática do Direito], como um processo político deliberativo legítimo conformado 
constitucionalmente só pode ser compreendido, sob as condições de uma sociedade 
complexa, em termos de teoria da comunicação, como um fluxo comunicativo, que 
emigra da periferia da esfera pública – cujo substrato é formado pelos movimentos 
sociais e pelas associações livres da sociedade civil, que surgiram das esferas de vida 
privada – e atravessa as comportas ou eclusas dos procedimentos próprios à 
Democracia e ao Estado de Direito, ganhando os canais institucionais dos processos 
jurídicos, não somente legislativos, mas também processos jurisdicionais e até 
administrativos, no centro do sistema político” (STRECK; OLIVEIRA, 2018). 
 
3 Conclusão 
Nesta aula introdutória vimos um breve panorama sobre o conceito e funcionamento 
do Poder Legislativo, localizando-o no texto constitucional. Abordamos a estrutura 
interna do Congresso nacional, composta de duas casas: Câmara dos Deputados e 
Senado Federal, com respectivas Comissões Parlamentares. Além disso, discutimos 
alguns pontos elementares sobre o Processo Legislativo, citando o posicionamento 
doutrinário quanto à sua função. 
Poder Legislativo | 
Referências Bibliográficas 
www.cenes.com.br | 14 
4 Referências Bibliográficas 
ALEXANDRINO, Vicente Paulo Marcelo. Direito Constitucional descomplicado, 16. 
Ed. São Paulo: MÉTODO, 2017. 
BAHIA, Flavia. Descomplicando Direito Constitucional, 3. ed. – Recife: Armador, 201. 
CASALINO, V. Concursos públicos - nível médio e superior - Direito 
Constitucional. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
GOMES CANOTILHO, J. J.; et al. Comentários à Constituição do Brasil. Outros autores 
e coordenadores Ingo Wolfgang Sarlet, Lenio Luiz Streck, Gilmar Ferreira Mendes. – 2. 
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
Poder Legislativo | 
Referências Bibliográficas 
www.cenes.com.br | 15 
NENES JÚNIO, Flavio Martins Alves. Curso de direito constitucional. – 3. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
 
 
	Sumário
	1 Introdução
	2 O Poder legislativo
	2.1 Legislatura e Sessão Legislativa
	2.2 Estrutura Interna do Congresso Nacional
	2.2.1 Das Mesas
	2.2.2 Das Comissões Parlamentares
	2.3 Câmara dos Deputados
	2.4 Senado Federal
	2.5 Noções preliminares de Processo Legislativo
	3 Conclusão
	4 Referências Bibliográficas

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