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Assista ao vídeo a seguir, que demonstra os aspectos anatômicos do coração (átrios, ventrículos e valvas), e como ocorre a circulação sistêmica e pulmonar. Em resumo, podemos dizer que os diferentes segmentos do sistema cardiovascular possuem características funcionais e estruturais diversas. Estas se adequam às variações de pressão e volume de sangue conduzido a outras particularidades que são dependentes do funcionamento eficiente e harmônico do coração. ATENÇÃO Em função disso, torna-se necessário entender como o ritmo cardíaco é regulado para garantir o fluxo sanguíneo satisfatório aos tecidos, sem que ocorra grandes variações nas faixas de pressão e volume do sistema, a fim de garantir o controle da homeostase sistêmica. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AS ESTRUTURAS DAS CÂMARAS CARDÍACAS (ÁTRIOS E VENTRÍCULOS) APRESENTAM DIFERENÇAS RELEVANTES EM FUNÇÃO DOS PADRÕES HEMODINÂMICOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR. NESTE SENTIDO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) O átrio esquerdo possui uma câmara interna menor que o átrio direito em função do aumento da pressão no sistema pulmonar comparado ao sistema venoso. B) As paredes dos átrios apresentam menores espessuras em relação aos ventrículos, pois sua função depende de menor pressão para o fluxo sanguíneo. C) O ventrículo esquerdo não possui camadas espessas em suas paredes, pois sua função se resume à distribuição de sangue para os pulmões. D) Apesar das diferenças morfofuncionais entre os átrios e ventrículos, estas estruturas não apresentam diferenças entre seus lados esquerdo e direito. E) A espessura do ventrículo esquerdo é maior que a do ventrículo direito, em função da menor pressão oferecida pela circulação sistêmica. 2. AO ANALISAR AS DIFERENÇAS ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DOS VASOS SANGUÍNEOS, NOTA-SE QUE AS ARTÉRIAS SÃO CONSIDERADAS VASOS DE RESISTÊNCIA, ENQUANTO AS VEIAS SÃO CONSIDERADAS VASOS DE CAPACITÂNCIA. NESTE SENTIDO, AS VARIZES OCORREM ESPECIFICAMENTE NAS VEIAS PORQUE: A) As varicosidades observadas nas veias ocorrem pelo fato de serem consideradas um sistema de alta pressão, por isso ocorre o dilatamento excessivo das veias acarretando as varizes. B) O volume de sague presente no sistema venoso é baixo. Por este motivo, caso o sistema sofra uma sobrecarga de volume, irá desencadear a dilatação das veias. C) As pessoas que possuem varizes não precisam se preocupar com essas alterações das veias, pois isso se trata apenas de uma preocupação estética. D) As intervenções cirúrgicas são o único tratamento para as pessoas que possuem varizes. E) O desenvolvimento das varizes ocorre em função da insuficiência das valvas venosas, pois quando isto ocorre o fluxo sanguíneo será reduzido, acarretando a dilatação excessiva dessas veias. GABARITO 1. As estruturas das câmaras cardíacas (átrios e ventrículos) apresentam diferenças relevantes em função dos padrões hemodinâmicos do sistema cardiovascular. Neste sentido, assinale a alternativa correta: A alternativa "B " está correta. As estruturas das câmaras cardíacas são bem diversas, pois a sua funcionalidade reflete as suas estruturas. Os átrios distribuem o sangue aos ventrículos, enquanto os ventrículos distribuem o fluxo sanguíneo à circulação sistêmica. Em termos práticos, esta função depende de maior pressão para ser efetivada com êxito. 2. Ao analisar as diferenças estruturais e funcionais dos vasos sanguíneos, nota-se que as artérias são consideradas vasos de resistência, enquanto as veias são consideradas vasos de capacitância. Neste sentido, as varizes ocorrem especificamente nas veias porque: A alternativa "E " está correta. As veias varicosas são resultado da insuficiência das valvas venosas. Este fenômeno faz com que o sangue venoso fique acomodado na região que está ocorrendo a incompetência dessas estruturas, levando à dilatação das veias nesta região. As varizes se manifestam com desconforto na maioria das pessoas, principalmente dor local. Os tratamentos podem ser feitos a laser, clínico/cirúrgico ou estético (aplicação de espumas). MÓDULO 2 Compreender os mecanismos responsáveis pelo controle do ritmo cardíaco INTRODUÇÃO O controle do ritmo cardíaco pode ser dividido em duas fases: A primeira que dá origem aos batimentos por células especializadas na excitação automática do coração (por isso chamado de automatismo cardíaco), um sistema intrínseco. A segunda que tem o ritmo cardíaco controlado de maneira extrínseca, inconsciente ou involuntariamente por um componente eferente visceral chamado sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo é subdividido em dois componentes, os quais funcionam de maneira contrabalanceada, ou seja, quando um aumenta o outro diminui, e vice-versa: O sistema nervoso simpático, responsável pela secreção de noradrenalina e adrenalina. E o sistema nervoso parassimpático, responsável pela secreção de acetilcolina. Como esses sistemas funcionam? Quando você está numa situação de perigo, sua frequência cardíaca, respiratória e pressão arterial aumentam juntamente com outros fatores, porque o sistema nervoso simpático se torna predominante (considerado um sistema de fuga ou luta). Em contrapartida, quando você se livra de uma situação de perigo ocorre o inverso, e estas respostas fisiológicas se reduzem, isto porque o sistema nervoso parassimpático predomina. Neste módulo vamos entender como ocorrem o controle intrínseco e extrínseco coração. AUTOMATISMO CARDÍACO O tecido cardíaco, além de ser constituído por células especializadas em realizar o trabalho mecânico do coração (miocárdio), possui um sistema constituído por células nervosas especializadas no desenvolvimento da autoexcitação do coração. Este sistema também pode ser denominado como sistema de controle intrínseco da ritmicidade cardíaca ou sistema de condução do coração. Fonte: Shutterstock.com Neste sistema, as células que promovem a gênese do impulso nervoso desempenham esse mecanismo em frequências de disparo diferentes. O nó sinoatrial é a célula que possui maior frequência intrínseca de disparo espontâneo comparado ao nó atrioventricular e às fibras de Purkinje (Figura 13, número 1). A propagação ocorre por este nó a uma velocidade de aproximadamente 0,06 milissegundos (ms), alcançando o átrio aproximadamente 30 ms após o início desta excitação. À medida que o impulso nervoso é originado no nó sinoatrial, ele é direcionado para as paredes atriais a uma velocidade de aproximadamente 0,9 ms, ou seja, leva cerca de 80 a 90 ms para completar sua ativação. A trajetória do impulso então alcança outro nó, o atrioventricular (figura 13, número 2). Fonte: J. Heuser / Heart view anterior coronal section.jpg por Patrick J. Lynch (Patrick J. Lynch; ilustrador; C. Carl Jaffe; MD; cardiologista Yale University Center for Advanced Instructional Media) / CC-BY-2.5 Figura 13: Sistema de condução elétrica do coração. A partir do nó atrioventricular, fibras nervosas atravessam o esqueleto fibroso do coração, localizado no anel atrioventricular, separado por um envoltório de tecido conjuntivo. Em seguida, faz conexões com a massa muscular ventricular através das junções comunicantes (Figura 14). Fonte: Mariana Ruiz LadyofHats / Wikimedia Commons Figura 14: Exemplificação das junções comunicantes (em amarelo) inseridas na membrana plasmática (azul). Sequencialmente, uma vez que o impulso nervoso termine seu tráfego através do nó atrioventricular, a despolarização pelo sistema de condução agora alcança o feixe de His (Figura 15, números 3 e 4) e, em seguida, as fibras de Purkinje. Finalmente, toda onda de despolarização é direcionada pelas células do miocárdio ventricular, completando a ativação dessas câmaras. Fonte: J. Heuser/ Heart view anterior coronal section.jpg por Patrick J. Lynch (Patrick J. Lynch; ilustrador; C. Carl Jaffe; MD; cardiologista Yale University Center for Advanced Instructional Media)/ CC-BY-2.5 Figura 15: Sistema de condução elétrica do coração. Continuação.Uma vez nos ventrículos, a onda de ativação percorre inicialmente as células da camada mais interna dessas câmaras (endocárdio) dos dois ventrículos e, em seguida, os impulsos são propagados em direção à camada mais externa dos ventrículos (epicárdio) até alcançar à região póstero-superior do septo interventricular (Figura 15, número 5). ATENÇÃO Observa-se a existência de uma fase em que não há nenhum fluxo de corrente ao longo do coração. Neste momento os átrios encontram-se repolarizados, ao passo que os ventrículos estão totalmente despolarizados. Este período silente termina quando se inicia a repolarização ventricular a partir das regiões com potenciais de ação de menor duração. A repolarização de uma região acelera a repolarização de localidades vizinhas do mesmo modo que a despolarização, por meio do fluxo de correntes locais. Assim, pode-se dizer que há uma propagação da repolarização, a partir da região que primeiro depolariza, em direção às vizinhas. A EXCITAÇÃO AUTOMÁTICA DO CORAÇÃO Assista ao vídeo a seguir, que demonstra como ocorre o processo intrínseco de excitação do coração, desde o nodo sinusal até as fibras de Purkinje. POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO LENTO Um conjunto de células cardíacas não precisam de estímulo externo (também denominado extrínseco) para iniciar um potencial de ação. Esta propriedade é conhecida como automatismo cardíaco (governada pelas células do nó sinoatrial, do nó atrioventricular e as fibras de Purkinje). Fonte: Shutterstock.com Nestes tecidos, não se observa um potencial de repouso estável (fixo) como na maioria das outras células, ao contrário, nota-se uma despolarização lenta seguida do término da fase de repolarização. Esta despolarização lenta, como ocorre na fase diastólica do potencial transmembrana, é denominada despolarização diastólica lenta, correspondente à fase 4 dos potenciais de ação responsáveis pelo automatismo cardíaco (Figura 16). As correntes iônicas responsáveis pela entrada de íons nas células são denominadas correntes de influxo. As principais correntes de influxo observadas na despolarização diastólica lenta são: Corrente marca-passo (também denominada corrente If), sendo esta mediada pelo influxo de sódio (Na+) no início da Fase 4. Corrente transiente de cálcio, ou do tipo T (IcaT), responsável pela segunda metade da despolarização diastólica lenta até o início da Fase 0 (Figura 16). Ao final da Fase 4, quando o potencial transmembrana atinge o potencial limiar (por volta de -60mV), inicia-se a Fase 0. Nesta fase, observa-se uma despolarização mais rápida que aquela da Fase 4. ATENÇÃO Aqui, a principal corrente responsável por esta despolarização mais íngreme é a corrente de cálcio do tipo L, ICaL, que se caracteriza por uma ativação mais lenta e uma densidade de corrente bem inferior à de sódio (INa+, como será observado no potencial de ação rápido). Na Figura 16, podemos observar que essas células não apresentam as Fases 1 e 2, como ocorre no potencial de ação rápido ventricular. Após a Fase 0, segue-se uma repolarização contínua, mais lenta no início e mais rápida no final (Fase 3). Já que não há nenhuma evidência de ocorrência de IK1 nem de Ito nestas células, os canais de K+, IKr e IKs constituem as principais vias de correntes repolarizantes. Contribuem com corrente despolarizante durante todo o potencial de ação lento, a ICa,L, além da corrente carreada pelo trocador Na+/Ca2+. Fonte: Shutterstock.com Figura 16: Potencial de ação cardíaco lento responsável pelo mecanismo de autoexcitação celular nos NSA e NAV. POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO RÁPIDO Os átrios e ventrículos são constituídos por células miocárdicas através das quais a atividade elétrica se propaga. Imersas nessa massa muscular contrátil (miocárdio), existem estruturas especializadas na geração e condução da atividade elétrica, formadas por tecido muscular especializado denominado de sistema de condução. Fonte: Shutterstock.com No átrio direito, próximo da inserção da veia cava superior, situa-se o nó sinoatrial, que no coração normal é o local onde ocorre a gênese da atividade elétrica cardíaca. Por isso, o nó sinoatrial é considerado o marcapasso cardíaco. Também no átrio direito, próximo ao seio coronariano, na superfície endocárdica da porção inferior do septo interatrial, localiza-se o nó atrioventricular. A partir deste, outro tecido especializado em condução é o feixe de His, que parte do nó atrioventricular e se estende para a musculatura ventricular, subsequentemente dividindo-se e formando uma extensa rede de condução intraventricular, as fibras de Purkinje. O potencial de ação rápido cardíaco pode ser dividido em fases que serão descritas a seguir: Fonte: Thoracikey, 2016 Figura 17: Fases responsáveis pelo potencial de ação cardíaco rápido. FASE 0 Esta fase está relacionada ao aumento rápido que ocorre durante a despolarização do potencial de ação rápido. Neste momento a principal corrente despolarizante é a de sódio dependente de voltagem (INa), como mostra a Figura 16. Isto irá promover a despolarização adicional, caracterizada por um processo de retroalimentação positiva e resultando em rápido e intenso influxo de Na+. Por sua enorme densidade, esta corrente é fundamental para a rápida propagação do potencial de ação (1 a 5 ms), no entanto, cabe ressaltar que as menores velocidades ocorrem no miocárdio atrial e ventricular; e as maiores, nas fibras de Purkinje, tecido especializado na condução do potencial de ação. FASE 1 Nesta rápida e transitória repolarização, após a despolarização inicial, está relacionada à abertura do canal de K+ (representado pela abreviatura Ito1), que por sua vez é ativado por despolarização. FASE 2 Também considerada como a fase de platô, nesta fase ocorre o equilíbrio das correntes despolarizantes (influxo de Na+ e Ca2+) e das correntes repolarizantes (efluxo de K+ e influxo de Cl–). Assim, o fluxo efetivo de carga (somatório de cargas que entram e saem da célula) durante esta fase é muito pequeno, razão pela qual o potencial transmembrana permanece relativamente estável. As correntes despolarizantes presentes nesta fase incluem a corrente de ICaL, o componente não inativável ou de inativação lenta de INa, além da corrente de influxo carreada pelo trocador Na+/Ca2+. Em relação às correntes repolarizantes, a corrente retificadora de influxo, IK1, que permanece aberto durante o repouso, fecha-se quase instantaneamente com a despolarização da Fase 0. Assim, durante o platô, ele permanece fechado, contribuindo para diminuir a corrente de efluxo, mantendo a membrana despolarizada. FASE 3 A fase de repolarização rápida final ocorre em decorrência de uma predominância de correntes de efluxo, uma vez que as correntes de influxo presentes durante o platô diminuem consideravelmente. Nesta fase, a condutância ao K+ depende de canais iônicos diferentes daqueles que determinam o potencial de repouso. Ela está diretamente associada à ativação dos canais de K+ dependentes de voltagem, denominados retificadores retardados (IKr, IKs e IKur), estimulada pela despolarização da Fase 0, que promove um grande efluxo de K+, acarretando rápida repolarização. Este fenômeno permite a reabertura do canal IK1, responsável por contribuir para o processo de repolarização. Por todos estes motivos, a Fase 3 é considerada a fase determinante da duração do potencial de ação. FASE 4 Quanto ao comportamento do potencial de ação, nesta fase há novamente um equilíbrio entre as correntes de efluxo e influxo, de modo que o saldo é uma corrente efetiva nula, como já vimos na Fase 2. CONTROLE EXTRÍNSECO DO RITMO CARDÍACO O sistema nervoso autônomo é subdividido em dois componentes, o sistema nervoso simpático e o parassimpático. Ambos apresentam características comuns que estão descritas na Figura 18. Fonte: Shutterstock.com Figura 18: Divisões anatômicas do sistema nervoso autonômico (SNA). Sistema nervoso parassimpático (azul) e simpático(rosa). Nos dois sistemas, a inervação é realizada por neurônios efetores que se situam antes da cadeia simpática, os neurônios pré-ganglionares. Estes originam as fibras pós-ganglionares que estabelecem as sinapses com os órgãos-alvo. Os neurônios pré-ganglionares são ativados previamente por conexões diretas de neurônios situados no sistema nervoso central. Durante a ativação das fibras pós-ganglionares, os neurotransmissores são liberados no interstício até encontrarem seus receptores específicos. No caso dos terminais axônios das fibras pós-ganglionares simpáticas, o neurotransmissor principal é a noradrenalina (NA), também chamada de norepinefrina (NE), enquanto nos terminais axônicos das fibras pós- ganglionares parassimpáticas, o neurotransmissor principal é a acetilcolina. A regulação autonômica no controle do ritmo cardíaco e dos vasos sanguíneos é de fundamental importância para a manutenção do sistema cardiovascular, como por exemplo, a regulação da pressão arterial, da resistência periférica total e da função cardíaca. Durante a estimulação simpática, ocorre o aumento da frequência cardíaca, da força de contração (contratilidade) e da pressão arterial. Fonte: Shutterstock.com Os efeitos do sistema nervoso simpático sobre a musculatura cardíaca são mediados pelos receptores adrenérgicos do subtipo β1. Já a inervação parassimpática atua diminuindo a frequência cardíaca, assim como reduz a contratilidade e a pressão arterial através da interação da acetilcolina com os receptores muscarínicos do tipo 2 (M2). ATENÇÃO No coração, ambos os sistemas simpático e parassimpático têm atividade tônica, isto é, as fibras pós-ganglionares desses sistemas apresentam potenciais de ação contínuos, com liberação mantida de seus respectivos neurotransmissores. Assim, podemos dizer que a frequência cardíaca de um indivíduo a cada instante é o resultado do efeito excitatório simpático e do efeito inibitório parassimpático. Além do seu importante papel no controle do ritmo cardíaco, o sistema nervoso autônomo é bastante eficiente no monitoramento rápido da perfusão sanguínea para os tecidos. Para isto, o sistema nervoso autônomo recebe informações de sensores localizados nos vasos sanguíneos (barorreceptores) sobre a quantidade de sangue que o coração está bombeando por minuto (débito cardíaco). Considerando o sistema cardiovascular um sistema de tubos fechados, para que o coração seja capaz de bombear certa quantidade de sangue por minuto ele precisa receber a mesma quantidade das veias, fenômeno este denominado retorno venoso. Sendo assim, o sistema nervoso autônomo promove o controle da função miocárdica, visando a manutenção do débito cardíaco e do retorno venoso para garantir níveis adequados de oxigênio e nutrientes para os tecidos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CONTROLE DO RITMO CARDÍACO PODE OCORRER POR DOIS MECANISMOS: O INTRÍNSECO, RESPONSÁVEL PELO AUTOMATISMO CARDÍACO; E O EXTRÍNSECO, RESPONSÁVEL POR SUA MODULAÇÃO ATRAVÉS DAS INFLUÊNCIAS DO SISTEMA NERVOSO AUTONÔMICO. SOBRE O AUTOMATISMO CARDÍACO, MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À SEQUÊNCIA CORRETA DA ONDA DE ATIVAÇÃO ELÉTRICA DO CORAÇÃO, DESDE SUA ORIGEM ATÉ AS ESTRUTURAS QUE ENCERRAM ESTE ESTÍMULO. I) NÓ SINOATRIAL II) NÓ ATRIOVENTRICULAR III) FEIXE DE HIS IV) FIBRAS SUBENDOCÁRDICAS A) III, II, I e IV B) I, II, III e IV C) I, III, II e IV D) IV, III, II e I E) I, III, IV e II 2. O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO REGULA OS BATIMENTOS CARDÍACOS ATRAVÉS DOS RAMOS SIMPÁTICOS E PARASSIMPÁTICOS. ASSINALE A OPÇÃO QUE MELHOR EXPLICA ESSE PROCESSO: A) Os efeitos simpáticos são mediados pelos receptores adrenérgicos do subtipo β1. Já a inervação parassimpática atua através da interação da acetilcolina com os receptores muscarínicos do tipo 2 (M2). B) Os efeitos simpáticos são mediados pelos receptores muscarínicos do tipo 2 (M2). Já a inervação parassimpática atua pelos receptores do subtipo β1. C) Os efeitos simpáticos são regulados por acetilcolina e os parassimpáticos por norepinefrina. D) A estimulação simpática reduz os batimentos cardíacos pela estimulação dos receptores β1. E) A estimulação parassimpática reduz os batimentos cardíacos pela estimulação dos receptores β1. GABARITO 1. O controle do ritmo cardíaco pode ocorrer por dois mecanismos: o intrínseco, responsável pelo automatismo cardíaco; e o extrínseco, responsável por sua modulação através das influências do sistema nervoso autonômico. Sobre o automatismo cardíaco, marque a alternativa que corresponde à sequência correta da onda de ativação elétrica do coração, desde sua origem até as estruturas que encerram este estímulo. I) Nó sinoatrial II) Nó atrioventricular III) Feixe de His IV) Fibras Subendocárdicas A alternativa "B " está correta. O controle do ritmo cardíaco pode ocorrer pelos mecanismos intrínsecos (sistema de condução) e extrínsecos (sistema nervoso autonômico). No sistema de condução, os impulsos nervosos percorrem o nodo sinoatrial; em seguida o estímulo é deflagrado para o feixe de His e, por fim, nas fibras endocárdicas de Purkinje. 2. O sistema nervoso autônomo regula os batimentos cardíacos através dos ramos simpáticos e parassimpáticos. Assinale a opção que melhor explica esse processo: A alternativa "A " está correta. De modo geral, o sistema nervoso simpático estimula o aumento da contratilidade cardíaca assim como a velocidade de contração do miocárdio, aumentando a frequência cardíaca. Isto se dá pela ação da norepinefrina nos receptores β1. O sistema nervoso parassimpático, por sua vez, desempenha um papel inverso através da interação da acetilcolina com os receptores muscarínicos do tipo 2 (M2). MÓDULO 3 Reconhecer os fenômenos associados à função miocárdica e seu papel na manutenção do débito cardíaco e retorno venoso INTRODUÇÃO A perfusão adequada de sangue para os tecidos se dá pela força de contração que o coração é capaz de exercer (contratilidade), quer a pessoa esteja em repouso ou desenvolvendo diferentes atividades diárias. Por isso, o coração é responsável por garantir que a quantidade de sangue bombeada por minuto no compartimento arterial (débito cardíaco), bem como seu retorno de volta ao coração pelas veias (retorno venoso) sejam eficientes. Fonte: Shutterstock.com do risco de infarto do miocárdio e do acidente vascular encefálico, já que o débito cardíaco se torna reduzido. Nesses três exemplos, ocorre o aumento do volume diastólico final, ou aumento da pré-carga. Tal fenômeno aumenta a força elástica do coração, promovendo assim o aumento da força contrátil e do débito cardíaco. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DURANTE O PROCESSO DE CONTRAÇÃO DO MÚSCULO CARDÍACO, EXISTEM ALGUNS ASPECTOS QUE DIFEREM DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO. NAS ALTERNATIVAS ABAIXO, MARQUE AQUELA QUE REPRESENTA O PROCESSO DE ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO- CONTRAÇÃO CARDÍACO: A) Para a interação e o deslizamento entre as pontes cruzadas, é necessário que a célula possua íons cálcio (Ca2+) e ATP, para que ocorra a interação e o deslizamento dos miofilamentos (proteínas contráteis). B) Durante o acoplamento excitação-contração do coração, os íons sódio e ATP são fundamentais para que ocorra a excitação e a interação entre os miofilamentos. C) Para que o Ca2+ seja liberado do retículo sarcoplasmático, é necessária a presença de sódio. D) Durante a fase diastólica, a maior parte do Ca2+ que foi liberado do retículo sarcoplasmático sai da célula pelo trocador NCX presente na membrana celular. E) É fundamental que a célula possua íons de hidrogênio e ATP para que ocorra a interação e o deslizamento dos miofilamentos. 2. SABEMOS QUE O DÉBITO CARDÍACO, RETORNO VENOSO E PRESSÃO ARTERIAL SÃO PARÂMETROS IMPORTANTES REFERENTES À HEMODINÂMICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR. SOBRE ESTAS VARIÁVEIS PODEMOS AFIRMAR QUE: A) A pré-carga representa a pressão arterial, pois quando a pressão arterial aumenta, ocorre o aumento da pré-carga. B) O aumento da resistência vascular periférica podeocorrer pela venoconstrição que, por sua vez, promove a redução do débito cardíaco. C) A contração muscular é responsável pela compressão das veias, também denominado como bomba muscular. Este fenômeno é responsável pelo aumento do retorno venoso (pré- carga) e do débito cardíaco. D) Quanto maior a pós-carga, maior o retorno venoso e o débito cardíaco. E) A contratilidade miocárdica reduz a pós-carga, pois seu aumento reduzirá o enchimento dos ventrículos e, por sua vez, o débito cardíaco. GABARITO 1. Durante o processo de contração do músculo cardíaco, existem alguns aspectos que diferem do músculo estriado esquelético. Nas alternativas abaixo, marque aquela que representa o processo de acoplamento excitação-contração cardíaco: A alternativa "A " está correta. Durante o acoplamento excitação-contração, o miocárdio ventricular será excitado pelo automatismo cardíaco e não por um neurônio motor, conforme observado na contração do músculo esquelético. Além disso, quando a membrana desta célula (miocárdio) é excitada, na fase 2 do potencial de ação é fundamental a entrada de cálcio na célula (ca2+). Diferentemente do músculo esquelético, no coração a entrada de ca2+ libera ca2+ do retículo sarcoplasmático e, com isto, ocorre a interação entre os miofilamentos que acarretará a contração muscular. Por este motivo, durante o acoplamento excitação-contração, é fundamental que a célula possua Ca2+ e ATP, para que ocorra a interação e o deslizamento dos miofilamentos (proteínas contráteis). 2. Sabemos que o débito cardíaco, retorno venoso e pressão arterial são parâmetros importantes referentes à hemodinâmica do sistema cardiovascular. Sobre estas variáveis podemos afirmar que: A alternativa "C " está correta. A pré-carga, contratilidade e pós-carga são parâmetros importantes no controle do débito cardíaco e do retorno venoso. Sendo assim, a pré-carga representa o aumento do retorno venoso e pode ser influenciada pela contração do músculo esquelético, também chamado de bomba muscular. Quando os músculos contraem, promovem a compressão das veias favorecendo o retorno do sangue de volta para o coração. MÓDULO 4 Comparar as respostas hemodinâmicas relacionadas à redistribuição do fluxo sanguíneo e à manutenção da pressão arterial INTRODUÇÃO A redistribuição de sangue para diferentes compartimentos corporais é importante não somente para a oferta aos tecidos, mas também para a regulação da temperatura corporal denominada como termorregulação. A termorregulação é um dos principais exemplos citados nos mecanismos de controle da homeostase. Veremos que o sistema cardiovascular é um dos mais eficientes na manutenção da temperatura corporal pelo simples fato de atuar na redistribuição do fluxo sanguíneo para diferentes compartimentos do corpo. Quando mensuramos nossa temperatura (próximo de 37°C) com um termômetro, temos uma estimativa da temperatura interna, pois a temperatura externa normalmente é inferior (Figura 25).
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