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NANDA 2021-2023

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DIAGNÓSTICOS 
DE ENFERMAGEM 
DA NANDA-1 
Definições e Classificação 
2021-2023 
Tabela 1.2 Diagnósticos de enfermagem da NANDA-1 revisados, 2021-2023 
Revisão 
Diagnóstico 
Estilo de vida sedentário 
Proteção ineficaz 
----
) .. �9�tH!f��:�;Si�V!�-�t� 
Nutrição desequilibrada: 
menor do que as necessidades 
corporais 
Deglutição prejudicada 
Risco de glicemia instável 
Ris{� _de volurn� -deJí�uid�� 
déSêqu.ilibradÜ ·'
Volume �e Hquitjos d_efi_ciente 
Risco de volume de líquidos 
deficiente 
Vol�f'r1é·ctE{líqÚidos excessivo 
CD CD FRe/FRi FRe/FRi 
Definição adicionada retirada adicionado retirado 
X X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
x, 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
�Si.ii�liiL��i:;]���J�:f:ifiI��ii ),:i;�-,���
)
z:·:�:;;� ·;<;��·;,_j:_:.·::-r:x-_:;,,:.?�:,�_-'.,: .··:',;;·;.� _.f:_�:��'''; 
__ , .. ··:;��i
Eliminação-urinária prejudicada 
Incontinência urinária de 
esforço 
Incontinência urinária de 
urgência 
Risco de incontinência urinária 
. de urgênçia
Retenção urinária 
Constipação 
Risco de constipação 
Constipação percebida 
Diarreia 
Troca de gases prejudicada 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
r-__ 9�m1fo9,;Ai4;Y,���M���H@0ffi1¾�it:titI-¾rf;i&f ti�f�--1��r4ir1�111�n1JJ\f {âikhiMkf;��liXt� 
Insônia X X X X . 'X'
Mobilidade no leito 
prejudicada 
X 
8 Parte 1 • Terminologia da NANDA lnternational: informações gerais 
X 
(� ( 1 "
Tabela 1.2 Continuaçáo 
CD 
Definição adicionada 
X 
X 
Diagnóstico 
Mobilidade prejudicada com 
cadeira de rodas 
Fadiga 
Padrão respiratório ineficaz X 
Revisão 
CD 
retirada 
X 
X 
FRe/FRi 
adicionado 
X 
X 
X 
FRe/FRi 
retirado 
X 
X 
r,"�mm!Pl�����p1c:9,sYti�_ãt>:�;.:�L:«·:: .,:},:��<:;-:.,,.�.- · ,-· · ;<"-: ,.�.-,_;:- :<{::(:<-�6Jié=;f,Ji3;;:;tú;��{-�ú:)séH 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
Confusão crônica 
Conhecimento deficiente 
Memória prejudicada 
Comunicação verbal 
prejudicada 
Desesperança 
Disposição para esperança 
melhorada 
Baixa autoestima crônica 
Risco de baixa autoestima 
crônica 
Baixa autoestima situacional 
Risco de baixa autoestima 
situacional 
Distúrbio na imagem corporal X 
L:�ê.'!1.�-�i§:)fi�i�,�J_��it�!_,.St��iryi�ht�_i: 
Paternidade ou maternidade 
prejudicada 
Risco de paternidade ou 
maternidade prejudicada 
Disposição para paternidade 
ou maternidade melhorada 
Interação social prejudicada 
Ansiedade 
Ansiedade relacionada à morte 
Medo 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
Capítulo 1 • O que é novo na edição 2021-2023 da NANDA-I 9 
Tabela 1.2 Continuação 
Diagnóstico 
Sentimento de impotência 
Risco de sentimento de 
impotência 
Definição 
X 
X 
1- ·. · .. · · < .. -ê" , 7 Vida-':., 
· - . , .· .. _::, .·.. . · ".·<·, Do'nííríiô -1 ();_'J>rilli:íl)iôS 
 
da . 
' " . '• •.' '. ·._,, ___ ", •• ;.,, 
.
C' ', __ '_ ._-• • 
0i . • _-·---•• '.·' • .• •• 
Disposição para bem-estar 
espiritual melhorado 
Sofrimento espiritual 
Risco de sofrimento espiritual 
X 
X 
CD 
adicionada 
X 
X 
X 
L..��ITirr@}:�-�:-������-��!o/�.�����,0 ···:·,'.;·::;:;�{
:.
·:-L7:. 
Risco de" infecção 
Desobstrução ineficaz das vias 
aéreas 
Risco de aspiração 
Risco de ressecamento ocular 
Risco de lesão do trato urinário 
Risco de lesão por 
posicionamento perioperatório 
Risco de choque 
Integridade da pele prejudicada 
Risco de integridade da pele 
prejudicada 
Recuperação cirúrgica 
retardada 
Risco de recuperação cirúrgica 
retardada 
Integridade tissular prejudicada 
Risco de integridade tissular 
prejudicada 
Risco de reação alérgica ao 
látex 
Hipotermia 
Risco de hipotermia 
Risco de hipotermia 
perioperatória 
X X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
Revisão 
CD FRe/FRi FRe/FRi 
retirada adicionado retirado 
X X 
X 
. ---- -----.-j ·-· . . ,. · 
'.,-:)/,t:\(/l;l;,:·,;::;:1:,;J):'·::l 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
X 
1 O Parte 1 • Terminologia da NANDA lnternational: informações gerais 
) 
'-
Tabela 1.2 Continuação 
Revisão 
CD CD FRe/F�i FRe/FRi 
Definição adicionada retirada adicionado retirado 
X X 
X 
Diagnóstico 
Síndrome da dor crônica 
Dor no trabalho de parto 
Isolamento social X X X 
Siglas: CD, característica definidora; FRe, fator relacionado; FRi, fator de risco. 
Autores das revisões de diagnósticos. Aqui foram incluídos os colaboradores 
que fizeram revisões de diagnósticos 
Países dos revisores: 1. Áustria, 2. Brasil, 3. Alemanha, 4. Itália, 5. Japão, 6. Mé­
xico, 7. Portugal, 8. Espanha, 9. Suíça, 10. Turquia, II. Estados Unidos da América 
Domínio 1. Promoção da saúde 
• Estilo de vida sedentário
Marcos Venícios O. Lopes, Viviane Martins da Silva, Nirla G. Guedes, Larissa
C.G. Martins, Marcos R. Oliveira2 
Laís S. Costa, Juliana L. Lopes, Camila T. Lopes, Vinicius B. Santos, Alba
Lucia B.L. Barros2 
• Proteção ineficaz
• Livia M. Garbim, Fernanda T.M.M. Braga, Renata C.C.P. Si lveira2 
Domínio 2. Nutrição 
• Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais
• Renata K. Reis, Fernanda R.E.G. Souza2 
• Deglutição prejudicada
• Renan A. Silva, Viviane M. Silva2 
• Risco de glicemia instável
• Grasiela M. Barros, Ana Carla D. Cavalcanti, Helen C. Ferreira, Marcos
Venícios O. Lopes, Priscilla A-. Souza2 
• Risco de volume de líquidos desequilibrado, Volume d� líquidos deficiente,
Risco de volume de líquidos deficiente, Volume de líquidos excessivo
• Mariana Grassi, Rodrigo Jensen, Camila T. Lopes2 
Domínio 3. Eliminação e troca 
• Eliminação urinária prejudicada, Retenção urinária
• Aline S. Meira, Gabriella S. Lima, Luana B. Storti, Maria Angélica A. Diniz,
Renato M. Ribeiro, Samantha S. Cruz, Luciana Kusumota2 
Capítulo 1 • O que é novo na edição 2021-2023 da NANDA-I 11 
Tabela 4.1 Níveis de evidência para os diagnósticos de enfermagem 
Nlvel de 
desenvolvimento 
do diagnóstico 
Geração de 
conceitos 
Fundamentação 
teórica 
Suporte clínico 
Bloco 1 
Critérios para classificação 
Nível 1. Proposta recebida pelo DDC para desenvolvimento 
1.1. Apenas o tftulo 
1.2. Título e definição 
1.3. Componentes do diagnóstico e relação com resultados e intervenções 
Nível 2. Inclusão na terminologia e testes clínicos 
2.1. Validade conceituai 
2.1.1. Validade conceituai dos elementos 
· 2.1.2. Validade teórico-causal
2.1.3. Validade terminológica
2.2. Validade de conteúdo do diagnóstico 
2.2.1. Validade inicial do conteúdo do diagnóstico 
2.2.2. Validade potencial do conteúdo do diagnóstico 
2.2.3. Validade avançada do conteúdo do diagnóstico 
2.2.4. Validade consolidada do conteúdo do diagnóstico 
2.3. Validade clínica 
Identificação de populações nas quais o diagnóstico pode ser aplicável 
2.3.1. Validade qualitativa 
2.3.2. Validade demográfica 
Bloco 2 
Utilidade das características definidoras para finalidades clínicas 
Bloco 3 
2.3.3. Validade de construto clinico 
2.3.4. Validade seletiva 
2.3.5. Validade discriminante 
2.3.6. Validade prognóstica 
2.3. 7. Validade generalizável das características definidoras 
Identificação de fatores relacionados/de risco, populações em risco e condições associadas 
2.3.8. Validade causal especffica do diagnóstico 
2.3.9. Validade causal da variável de exposição 
2.3.1 O. Validade generalizável de fatores relacionados/de risco 
36 Parte 2 • Recomendações para pesquisas que aperfeiçoem a terminologia 
,, 
' 
4.3.1 Nível 1. Proposta recebida pelo DDC para desenvolvimento 
Se um leitor identificar uma resposta humana não encontrada na terminologia 
da NANDA-I, o primeiro passo será a elaboração de uma proposta de diagnóstico 
composta por um título, uma definição, possíveis componentes (características 
definidoras/fatores relacionados ou de risco/condições associadas/população em 
risco), e a relação do diagnóstico com possíveisintervenções e resultados de en­
fermagem. Os processos de desenvolvimento de um diagnóstico nesse primeiro 
nível incluem o monitoramento direto pelo DDC e a execução por quem subme­
teu. O Nível 1 é dividido em três subníveis. A proposta de diagnóstico pode cons­
tituir uma estrutura resultante dos três níveis, apresentada ao DDC sequencial­
mente, ou levar em consideração dois ou mesmo três subníveis ao mesmo tempo. 
Nível 1.1. Apenas o título. A primeira tarefa será elaborar um título usando o 
sistema multiaxial que representa uma resposta humana que poderia ser iden­
tificada Como um diagnóstico de enfermagem. O critério do nível de evidências 
é definido por um título diagnóstico considerado claro, fundamentado por uma 
revisão de literatura já realizada, e apresentado em um relatório. O DDC consul­
tará a pessoa que o submeteu e oferecerá orientações quanto ao desenvolvimento 
do diagnóstico por meio de diretrizes, consultas por escrito e oficinas. Nesse está­
gio, o título é categorizado como "recebido para desenvolvimento", e identificado 
como tal no site da NANDA-1. 
Nível 1.2. Título e definição. Esse critério do nível de evidência é definido pela 
apresentação do título do diagnóstico e de uma definição clara e diferenciada de 
outros diagnósticos e definições da NANDA-1. A definição deve ser diferente das 
características definidoras, e o título e seus componentes não devem ser incluídos 
na definição. Um diagnóstico precisa ser consistente com a definição atual de 
diagnósticos de enfermagem da NANDA-1; ou seja, sua proposta deve representar 
uma resposta humana para a qual o enfermeiro consegue implementar interven­
ções de enfermagem independentes. O título e a definição devem estar embasa­
dos em uma revisão da literatura, que é apresentada e avaliada pelo DDC. Nesse 
ponto, o títlllo e sua definição são categorizados como "recebidos para desenvol­
vimento", e identificados como tal no site da NANDA�I. 
Nível 1.3. Componentes do diagnóstico e a relação com resultados e inter­
venções. Uma proposta nesse nível deve incluir o título, a definição e outros 
componentes do diagnóstico (características definidoras, fatores relacionados/de 
risco e, quando for o caso, condições associadas e populações em risco), acompa­
nhados das informações obtidas em uma revisão de literatura. Embora as pro­
postas nesse nível ainda não sejam parte da terminologia, elas devem oferecer 
suporte à discussão do conceito, avaliação de sua utilidade e aplicabilidade clínica 
e sua validação, por meio de métodos robustos de pesquisa. Além disso, o pro­
ponente deverá apresentar a relação do diagnóstico em desenvolvimento com as 
intervenções e os resultados, tal como se apresentam em outras terminologias 
padronizadas (p. ex., a Classificação de resultados de enfermagem e a Classificação de 
Capítulo 4 • Critérios revisados de níveis de evidência para submissão de diagnósticos 37 
importante nesses estudos é a confirmação da adequação, da precisão e da acu­
rácia dos registros usados. Um exemplo desse tipo de estudo pode ser encontrado 
no artigo de Ferreira e colaboradores (2016), que mapearam de forma transversal 
832 termos encontrados em 256 prontuários médicos com 52 títulos diagnósticos 
da NANDA-1 em uma unidade de tratamento intensivo. É importante observa_r 
que a validade terminológica depende da descrição dos instrumentos usados para 
confirmar a qualidade das informações obtidas. Apenas ter os termos registrados 
em um prontuário médico não garante que as iri.terpr_etações obtidas a partir deles 
sejam válidas. 
Nível 2.2. Validade de conteúdo do diagnóstico. Os critérios em todos os sub­
níveis anteriores (2.1.1., 2.1.2., 2.1.3.) devem-Ser atendi<;ios p_aia que· o p_roponente 
possa apresentar uma proposta que eleve a evidência de \,a:Iidáde ·d� diagnósÚco. 
para o nível.de evidência 2.2. O critério para esse nível de evidência é um estudo 
de análise de conteúdo feito por um grupo de especialistas com conhecimento 
do foco do diagnóstko. A validade de conteúdo refere-se a quão representativos 
os componentes diagnósticos, identificados no nível anterior, são do domínio de 
conteúdo clínico do diagnóstico. Esse nível de evidência tem quatro subdivisões, 
organizadas conforme o tamanho da amostra de especialistas e seu respectivo ní­
vel de expertise. A validação de conteúdo está mais fortemente relacionada ao ní­
vel de expertise do que ao tamanho da amostra de especialistas. Além disso, é im­
portante levar em conta a inclusão tanto de especialistas com experiência clínica 
quanto de pesquisadores da temática do diagnóstico, considerando a análise da 
experiência clínica e as reflexões teóricas de maior alcance sobre o diagnóstico. 
Um diagnóstico é classificado na terminologia com base no nível mais avançado 
alcançado, de acordo cmn uma avaliação liderada pelo DDC e pelos diretores de 
pesquisa. Um exemplo de estudo de validação de conteúdo diagnóstico é Ç> artigo 
de Zeleníková, Ziaková, Cáp e Jarosová (2014), que validou o diagnóstico de en­
fermagem dor aguda (00132), com enfermeiros tchecos e eslováquios, utilizando o 
modelo de Fehring. Foram validadas 17 características definidoras. 
Nivel 2.2.1. Validade inicial do conteúdo do diagnóstico. Diagnósticos cujo 
processo de validação foi feito com poucos especialistas, com um perfil predomi­
nantemente_ iniciante/iniciante-avançado, são encontrados nesse subnível. São 
usadas técnicas de avaliação em grupo, como a técnica Delphi. A análise segue 
um método mais qualitativo, tendendo a confirmar a estrutura construída no 
nível 2 .1. Além disso, processos de validação com essas características possibi­
litam confirmar o nível de compreensão da estrutura diagnóstica por inician­
tes, facilitando <.1 identificação de sua clareza e possível utilidade na prática clí­
nica. Os diagnósticos nesse subnível têm um potencial moderado de validade de 
conteúdo. Uma descrição do uso da técnica Delphi para processos de validação 
de conteúdo nos diagnósticos de enfermagem pode ser encontrada no artigo de 
Grant e Kinney (1992). Um exemplo desse tipo de pesquisa pode ser encontrado 
no trabalho de Melo e colaboradores (20!1), que utilizou a técnica Delphi com 25 
especialistas em três rodadas. Nessa pesquisa, os especialistas identificaram oito 
40 Parte 2 • Recomendações para pesquisas que aperfeiçoem a terminologia 
'' 
·,.
'l 
fatores que representavam maior risco de desenvolvimento do diagnóstico débito
cardíaco diminuído.(00270). 
Nível 2.2.2. Validade potencial do conteúdo do diagnóstico. o processo de 
validação neSse subnível é realizado com uma amostra grande de especialistas 
com perfil de conhecimentos iniciante/iniciante-avançado. Em geral, a pesquisa 
inclui uma análise descritiva e de estatística inferencial, com possibilidade de 
confirmação da adequação do diagnóstico para uso por enfermeiros com pouca 
expÚiência clínica. -_Ao avaliar diagnósticos com esse tipo de estudo, o .tamanho 
da amostra dos especialistas deve ser sli.ficiente para permitir a generalização 
de opiniões. É comum que el_as sejam obtidas por meio de questionários, e sua 
análise estatística incluirá índices de vàlidade de conteúdo, testes de proporções 
e coeficientes de concordância, entre outras medidas estatísticas. O estudo de 
Paloma-Castro e colaboradores (2014) é um exemplo, ainda que sua amostra pro­
vavelmente tenha incluído especialistas com níveis diferentes de conhecimen­
tos. Os dados disponíveis no artigo não possibilitaram a identificação do nível de 
experiência e conhecimentos dos especialistas participantes. 
Nível 2.2.3. Validade avançada do conteúdo do diagnóstico. Esse subnível 
exige análises feitas por participantes com alto nível de experiência. A maior 
parte dos estudos embasam sua análise da experiência em critérios acadê­
micos, e frequentemente não há uma análise crítica do nível de experiência, 
dificultando a identificação desses estudos. O processo de validação é desen­
volvido com uma quantidade pequena de pessoas,predominando níveis de 
experiência de proficiente/perito. Os diagnósticos nesse subnível de estudos 
passam por uma avaliação.qualitativa feita por um grupo com mais conheci­
mentos e experiência. A avaliação desses espec,ialistas deve ser suficiente para 
confi�mar a importância, a adeqµação e a clareza dos elementos que compõem 
o diagnóstico.
Nível 2.2.4 .. Validade consolidada do conteúdo do diagnóstico. A caracte­
rística que diferencia esse subnível do anterior é a grande amostra de especia­
listas em qlie predominam níveis de experiência de proficiente e perito. Além 
da dificuldade de cons.eguir uma amostra de tamanho e qualidade adequados, 
a análise dos dados inclui índices de validade do conteúdo, testes de proporções, 
coeficientes de çoncordância_e análise da consistência interna das avaliações dos 
especialistas. O processo pode ficar mais complexo se os métodos usados incluí­
rem revisões da estrutura com base em sugestões de especialistas. Esse é o subní­
vel mais importante da validação do conteúdo de um diagr:i-óstico, além de mais 
difícil. Sugestões para tornar mais robusto esse processo incluem a obtenção de 
uma amostra 1naior que a inicialmente entendida como necessária, o uso de ins­
trumentos objetivos e de m(,".ios eletrônicos de contato e coleta de dados, a busca 
de especialistas em outros países e a organização de uma agenda de pesquisas que 
leve em conta um período maior de coleta de dados. 
Nível 2.3. Validade clínica. Este é o nível mais alto e desejado para que um 
diagnóstico permaneça na classifiéação. Deve ser feito um estudo de validação de 
Capítulo 4 • Critérios revisados de níveis de evidência para submissão de diagnósticos 41 
conteúdo antes de um sobre a validade clínica. Antes da validação clínica, deve 
estar estabelecido que o diagnóstico passou pela validação de conteúdo: que ele 
está classificado no nível 2.2. Esse nível tem a maior quantidade de subdivisões 
associadas ao uso do diagnóstico na prática clínica. Os níveis de evidência corres­
pondem ao tipo de inferência clínica a ser obtida a partir de seus componentes 
clínicos, podendo incluir desde o período inicial de estabelecimento de um cons­
truto clínico até o desenvolvimento de process.os causais. Para _uma organização
melhor, os subníveis estão divididos em três blocos; conforme os _ propósitos do 
processo de validação clínica. 
O primeiro bloco inclui as duas primei�as subd_ivisões (2.�.l .e_2.3_.2) e refere-se 
a estudos descritivos que tentam obter perfis iniciais d.o� coinponéntes do diag­
nóstico em populações que supostamente tenham experienciado· os te·nôménÕs;. 
portanto, esse bloco representa evidências de validade clínica para identificar em 
que populações um diagnóstico pode ter aplicação prática. O segundo bloco inclui 
os cinco subníveis subsequentes (2.3.3, 2.3.4, 2.3.5, 2.3.6 e 2.3.7) e refere-se a 
processos de validação concentrados na utilidade das características definidoras 
para diferentes propósitos clínicos, inclusive a inferência diagnóstica em si, a ca­
pacidade de rastreamento, o estabelecimento de prognósticos, a capacidade de 
diferenciação e a generalização para múliiplas populações. O terceiro bloco inclui 
as três últimas subdivisões (2.3.8 a 2.3.10.) e tem.a ver com processos de valida­
ção que pretendem identificar fatores relacionados/de risco, populações em risco 
e condições associadas. Os estudos feitos para se chegar aos níveis de evidência 
nesse último bloco têm o propósito de produzir evidências dos fatores que contri­
buem para a ocorrência do diagnóstico de enfermagem. 
Os subníveis foram organizados levando-se em conta que as características 
definidoras representam os principais elementos para a determinação de um 
diagnóstico de enfermagem, bem como sua validade para determinado propósi­
to. Os fatores relacionados, por sua vez, são elementos causais que só podem ser 
identificados se houver determinado grau de acurácia no processo de inferência 
do diagnóstico, baseado em características definidoras. Assim, processos para va­
lidação clínica que env:olvem fatores relacionados (e outros componentes causais)podem somente ser adequadamente selecionados e conduzidos para diagnósticos 
com uma v�lidade confirmada de nível inferior. 
Nível 2.3.1. Validade qualitativa. A validade qualitativa refere-se ao grau em 
que uma interpretação diagnóstica é apoiada por elementos clínicos obtidos a 
partir de experiências subjetivas individuais. Nesse subnível, o critério de nível 
de evidência conta com a realização de estudos qualitativos para a delimitação 
do fenômeno com base na percepção das pessoas que acreditam experienciá-lo. 
Tais diagnósticos devem ter sido avaliados em um grupo pequeno de pessoas que 
possivelmente apresentam o diagnóstico para que sejam obtidas informações so­
bre ·a percepção, as crenças, as atitudes e as nuances dessas pessoas que podem 
influenciar/caracterizar o fenômeno. O que costuma ocorrer é o uso de amostras 
intencionais ou convenientes, com métodos qualitativos utilizados para a aná­
lise. O estudo feito por Pinto e colaboradores (2017) é um exemplo de validação 
42 Parte 2 • Recomendações para pesquisas que aperfeiçoem a terminologia 
\ 
l 
1 
l 
\ 
1 
., 
qualitativa, em que os autores empregaram uma análise interpretativa do con­
teúdo para a obtenção de diagnósticos relacionados ao conforto do paciente no 
cuidado paliativo. Os autores conseguiram .17 diagnósticos diferentes a partir das 
experiências relatadas por 15 pacientes em unidades clínico-cirúrgicas de um 
hospital português. 
Nível 2.3.2. Validade demográfica. Esta é a última subdivisão do primeiro 
bloco, representando o grau em que as características demográficas de uma .po­
, pulação podem influenciar as interpretações obtidas a partir dos componentes 
do diagnóstico. É um tipo de validade que tem forte relação com componentes 
etiológicos (fatores relacionados/de risco, condições associadas e populações em 
risco). Os critérios desse subnível de evidência consistem em estudos de valida­
ção fundamentados em pesquisas transversais para a identificação de elementos 
associados a diagnósticos de enfermagem (características definidoras/fatores re­
lacionados/de risco). Essas pesquisas devem ser realizadas com amostras grandes 
de sujeitos que supostamente apresentam o diagnóstico, cuja seleção de sujeitos 
pode ocorrer consecutivamente (à medida que os pacientes são hospitalizados, 
por exemplo), ou por um processo randômico de amostragem. O processo de in­
ferência diagnóstica baseia-se em um grupo pequeno de diagnosticadores de en­
fermagem com experiência comprovada com o diagnóstico e/ou que tenham feito 
treinamento específico para sua identificação. 
A análise dos dados deve incluir a verificação da associação entre variáveis so­
ciodemográficas, características definidoras e fatores relacionados com a inferên­
cia diagnóstica realizada. Além disso, podem ser empregadas algumas técnicas de 
análise multivariada, como regressões logísticas, que podem ser utilizadas para o 
estabelecimento de conjuntos de características definidoras, modelos hierárqui­
cos de fatores relacionados/de risco ou modelos de associação conjunta de respos­
tas humanas (para diagnósticos que representam síndromes). Por exemplo, o es­
tudo feito por Oliveira e colaboradores (2016) analisou a associação entre fatores 
relacionados e a presença de estilo de vida sedentário (00168), ajustado para o sexo 
entre adolescentes brasileiros, pois o objetivo era confirmar possíveis diferenças 
na causalidade influenciada pelo sexo. O estudo inclll.iu 564 adolescentes e iden­
tificou quatro características definidoras e seis fatores relacionados fortemente 
associados a um estilo de vida sedentário. Alguns fatores relacionados mostraram 
diferenças por sexo, estando mais fortemente associados com os homens. Nesse 
caso, as interpretações feitas a partir das características definidoras identificadas 
entre adolescentes devem ser analisadas levando-se em consideraçãoprováveis 
diferenças etiológicas por sexo. 
Nível 2.3.3. Validade de construto clínico. Diferente dos subníveis anteriores 
que se concentraram em abordagens exploratórias gerais, esse subnível aborda 
componentes específicos· (características definidoras) e representa a categoria 
principal entre os níveis de evidência. A validade de construto clínico é o grau 
em que um conjunto de _características definidoras possibilita a interpretação cor­
reta (inferência) do diagnóstico de enfermagem a partir de um contexto clínico 
definido. Nesse subnível, os crité'rios do nível de evidência incluem estudos sobre 
Capítulo 4 • Critérios revisados de níveis de evidência para submissão de diagnósticos 43 
a capacidade das características definidoras de classificar corretamente os sujei­
tos em relação à presença/ausência do diagnóstico. As evidências da validade de 
construto clínico devem medir a acurácia (sensibilidade e especificidade) de cada 
uma das características definidoras. Elas também confirmam a importância de 
um grupo dessas características e a influência de seu espectro clínico para altera� 
a inferência diagnóstica. 
A seleção dos pacientes incluídos nesses estudos ocorre de forma natural (con­
secutiva), com um número suficiente de sujeitos de modo a permitir o cálculo 
da acurácia diagnóstica. Em geral, a inferência diagnóstica pode ser obtida por 
um painel de enfermeiros diagnosticadores ou por meio de modelo_s de variável 
latente para o cálculo direto da acurácià dié!gnóstica. O estu_�ó dé Mangueira e 
Lopes (2016) é um exemplo desse tipo de validação, erri que os.autores avaliaram 
110 pacientes alcoolistas e mediram a acurácia diagnóstica de 115 características 
definidoras, além de, usando quatro modelos diferentes de classe latente, identifi­
carem 24 características com medidas estatisticamente significativas da sensibili­
dade ou da especificidade para processos familiares disfuncionais (00063). 
A validade de construto clínico busca características definidoras qlie possibi­
litem uma inferência diagnóstica mais acurada, representando o diagnóstico de 
enfermagem em sua forma mais completa. Os subníveis subsequentes da validade 
clínica (2.3.4, 2.3.5 e 2.3.6) diferem da validade de construto c!Íi1ico no sentido 
de que representam usos e interpretações mais específicos. Esses estudos incluem 
os que buscam estabelecer 
• características definidoras específicas para o rastreamento e a rápida tomada
de decisão,
• características definidoras que permitem uma distinção entre diagnósticos
similares,
• e características definidoras que representam uma deterioração clínica.
Os dois primeiros subníveis são aplicáveis a poucos diagnósticos de enfermagem, 
ao passo que o último pode ser aplicado a todos, e contil com o desenvolvimento 
de estudos longitudinais. 
Nível 2.3.4. Validade seletiva (rastreamento clínico). A validade seletiva refe­
re-se ao grau em que um conjunto mínimo de características pode ser usado de 
forma heurística para uma interpretação minimamente aceitável da presença de 
um diagnóstico de enfermagem. Assim, pode ser tomada uma decisão rápida em 
cenários clínicos de urgência e emergência. Os critérios dos níveis de evidência 
incluem estudos que estabelecem probabilidades condicionadas entre grupos pe­
quenos de características definidoras, permitindo uma interpretação rápida para 
uso em protocolos de classificação de riscos ou situações de triagem clínica. 
Deve-se levar em conta que a validação de um construto clínico tem que ser 
realizada para que, com base nesses dados, um conjunto mínimo de caracterís­
ticas definidoras possa ser identificado para uso em rastreamentos diagnósticos 
e tonrnda de decisão rápida. Técnicas de análise de dados para esse tipo de vali­
dação incluem o uso de algoritmos para a construção de árvores de classificação. 
44 Parte 2 • Recomendações para pesquisas que aperfeiçoem a terminologia 
l 
-�
1
,, 
Tal técnica, entretanto, demanda amostras grandes que permitam o cálculo de 
probabilidades condicionadas para um número mínimo pré-estabelecido de ca­
racterísticas definidoras que devem compor um modelá de tomada de decisão. 
Para esses estudos, podem ser usados painéis de enfermeiros diagnosticadores 
para inferência diagnóstica, e todo o processo de validação da árvore de classifi­
cação precisa ser relatado. 
O estudo de Chaves e colaboradores (2018) é um exemplo do processo usado 
, para estabelecer esse tipo de validade. Os autores elaboraram uma árvore de clas­
sificação para tomada de decisão rápida na identificação de desobstrução ·ineficaz das 
vias aéreas (00031) entre crianças com infecção respiratória aguda. Sua árvore de 
classificação baseou-se na comparação dos resultados de três algoritmos diferen­
tes em uma amostra com 249 crianças com infecção respiratória aguda. A árvore 
com o melhor desempenho incluiu as características definidoras tosse ineficaz e 
sons respiratórios adventícios, entendidos como adequados para o rastreamento de 
crianças com desobstrução ineficaz das vias aéreas atendidas no setor de emergência. 
Nível 2.3.5. Validade discriminante. A validade discriminante busca determi­
nar o conjunto de características definidoras que permite diferenciar diagnósticos 
que partilham sinais e sintomas similares. Esse tipo de validade é definido como 
o grau em que um conjunto de características definidoras possibilita estabelecer
um limite interpretativo entre diagnósticos com componentes clínicos similares.
Assim, para que se pesquise a validade discriminante de dois diagnósticos de en­
fermagem, ambos devem ter validade de construto clínico: devem ser atendidos
os critérios de nível 2.3.3. Os critérios dos níveis de evidências podem incluir es­
tudos com uma quantidade diferente de fases, variando de uma análise simultâ­
nea de conceitos a outra com uma população suscetível aos diagnósticos a serem
diferenciados. As amostras devem ser suficientemente grandes para o cálculo de
estimativas, e a análise deve ser fundamentada em técnicas como a análise de
correspondências múltiplas ou conjuntos difusos (lógica fuzzy).
Um exemplo desse tipo de validade pode ser encontrado no trabalho de Pas­
coal e colaboradores (2016a), que desenvolveram um estudo de validação discri­
minante para os diagnósticos desobstrução ineficaz das vias aéreas (00031), padrão 
respiratório ineficaz (00032) e troca de gases prejudicada (00030) entre crianças com 
infecção respiratória aguda. Os autores identificaram 27 características definido­
ras que apresentaram capacidade discriminante entre os três diagnósticos. 
Nível 2.3.6. Validade prognóstica. A validade prognóstica refere-se ao grau em 
que um conjunto específico de características definidoras dá suporte à interpreta­
ção da deterioração clínica de um paciente em relação a um diagnóstico de enfer­
magem, em determinado contexto. Esse critério de nível de evidência baseia-se 
na identificação de taxas· de sobrevida/recuperação de sujeitos com essas carac­
terísticas definidoras. Esse critério inclui pesquisas longitudinais complexas cujo 
objetivo é identificar mn conjunto de características definidoras que possibilitem 
a uma avaliação de prognóstico: estabelecimento de sinais clínicos que sejam 
marcadores de deterioração da condição clínica do paciente. Para o alcance desse 
Capítulo 4 • Critérios revisados de níveis de evidência para submissão de diagnósticos 45 
tipo de validade, o diagnóstico deve ter validade de construto clínico (os critérios 
2.3.3 precisam ter sido atendidos). 
Esse processo de validação baseia-se em estudos de coorte diagnóstica em que 
a ocorrência de características definidoras deve ser avaliada e registrada em vá­
rios períodos de seguimento. A duração do acompanhamento dos pacientes de­
pende de cada diagnóstico, especialmente ·se sua trajetória clínica tende a ser 
aguda ou crônica, o que pode significar dias a anos de acompanhamento até o es­
tabelecimento de marcadores prognósticos confiávei$, As amostras costumam serobtidas de forma sequencial e/ou por encaminhamento de· sujeitos que possam 
apresentar o diagnóstico. A análise desse tipo de estudo inclui técnicas estatísti­
cas específicas, como medidas de risco relativo, coeficientes·-de· incidê�cia e taxas 
de sobrevida. Além disso, modelos estatísticÜs baseado·s em: rii.êtodos·rrn.iltivària­
dos são usados, como as equações de estimativas generalizadas e os modelos de 
riscos proporcionais de ·cox. 
Um exemplo de validade prognóstica pode ser encontrado no trabalho de Pas­
coal e colaboradores (2016b), que analisaram de forma prospectiva as caracterís­
ticas definidoras de padrão respiratório ineficaz (00032) entre crianças hospitaliza­
das com infecção respiratória aguda para identificar marcadores de deterioração 
clínica associados ao diagnóstico de enfermagem. Os autores acompanharam 136 
crianças durante 10 dias consecutivos e, após uma análise baseada no modelo de 
Cox estendido para covariáveis tempo-dependentes, identificaram quatro carac­
terísticas definidoras que podem ser interpretadas como indicativas de um prog­
nóstico ruim para padrão respiratório ineficaz. 
Nível 2.3.7. Validade generalizável de características definidoras. Este sub­
nível inclui revisões sistemáticas de características definidoras e pretende identi­
ficar sinais e sintomas clínicos que possibilitem uma interpretação generalizada 
do diagnóstico de enfermagem entre populações. Esse critério do nível de evi­
dência fundamenta-se na identificação de pesquisas de validação do construto 
clínico do mesmo diagnóstico em populações diferentes, empregando métodos 
similares e descrevendo medidas da acurácia diagnóstica das características de­
finidoras. Portanto, as amostras compõem-se de pesquisas bem selecionadas que 
atendam aos critérios de validade do construto clínico 2.3.3. Para confirmar a 
validade generalizável, a pesquisa deve aplicar técnicas de metanálise para esta­
belecer medidas resumidas de sensibilidade e especificidade. 
Um exemplo desse tipo de evidência de validade é o artigo de Sousa, Lopes e 
Silva (2015), que realizou uma revisão sistemática com metanálise para identi­
ficar características definidoras de desobstrução ineficaz das vias aéreas (00031) que 
apresentavam uma melhor acurácia diagnóstica em condições clínicas diferentes. 
A pesquisa incluiu uma amostra final de sete estudos, cinco. deles com crianças e 
dois com adultos. A análise foi inicialmente realizada para todos os sete estudos; 
e posteriormente, somente para aqueles envolvendo crianças. Os autores concluí­
ram que oito características eram válidas para uma interpretação generalizável de 
desobstrução ineficaz das vias aéreas. 
46 Parte 2 • Recomendações para pesquisas que aperfeiçoem a terminologia 
Nível 2.3.8. Validade causal específica do diagnóstico. A validade causal es­
pecífica refere-se ao grau em que a evidência clínica estabelece interpretações 
sobre as relações causais entre múltiplos fatores e um diagnóstico. Esse critério 
de nível de evidência baseia-se na identificação desses fatores em estudos de ca­
so-controle, ou mediante uso de outros métodos que atestem sua relação com 
o diagnóstico. Esse subnível de validade clínica refere-se a estudos desenvolvi­
dos para identificar múltiplos fatores relacionados/de risco para um diagnóstico.
Os métodos de uso frequente incluem estudos bem delineados de caso-controle
com tamanhos de amostras suficientes .para determinar a magnitude do efeito
de fatores causais potenciais, além de identificar estruturas hierárquicas e causas
suficientes para múltiplos fatores relacioná.dos/de risé:o/condições associadas/po�
pulações em risco.
A inferência diagnóstica para estabelecer sujeitos que farão parte dos grupos 
caso (com o diagnóstico de enfermagem) e controle (sem o diagnóstico de en­
fermagem) deve basear-se em medidas da acurácia do diagnóstico estabelecidas 
por estudos de validade de construto clínico: devem ser atendidos critérios do 
subnível 2.3.3. 
Este tipo de validade foi empregado na pesquisa de Medeiros e colaborado­
res (2018), que desenvolveram um estudo de caso-controle para identificação de 
fatores de risco de lesão por pressão em adultos na unidade de terapia intensiva 
(UT!). A pesquisa foi feita com 180 pacientes (90 em cada grupo). Utilizando uma 
análise de regressão logística, os autores identificaram seis fatores de risco de le­
são por pressão (00304, risco de lesão por pressão no adulto).
Nível 2.3.9. Validade causal da variável de exposição. A validade causal dava­
riável de exposição refere-se à interpretação de uma relação causal entre um fator 
etiológico e um grupo de diagnósticos. O critério do nível de evidência baseia-se 
nos resultados obtidos de estudos de coorte, ou outros métodos que possibilitam 
demonstrar como tal fator é capaz de alterar as interpretações (inferências) de um 
conjunto de diagnósticos. Esse tipo de validação permite estabelecer a importân­
cia de um fator relacionado/de risco para múltiplos diagnósticos, utilizando um 
delineamento de coorte de exposição, que é baseado em dois grupos: um exposto 
e um não exposto ao fator relacionado/de risco. Essas pesquisas podem ainda ser 
usadas para que se estabeleçam cadeias causais em que múltiplos diagnósticos são 
associados clinicamente e se retróalimentam, caracterizando um diagnóstico de 
síndrome. 
As amostras devem ser suficientes para determinar a magnitude do risco as­
sociado à exposição ao fator e para identificar estruturas hierárquicas· com etio­
logias multifatoriais e/ou cadeias causais. Por fim, os diagnósticos que se acredita 
serem causados pelo mesmo fator de risco/relacionado devem ser avaliados com 
base em evidência de validade do construto clínico; cada diagnóstico a ser ana­
lisado deve ter atendido aos critérios de nível 2.3.3 de validade. O estudo de Reis 
e Jesus (2015) é um exemplo de uma coorte de exposição para avaliar risco de
quedas (00155) entre 271 idosos institucionalizados. 
Capítulo 4 • Critérios revisados de níveis de evidência para submissão de diagnósticos 47 
Nível 2.3.10. Validade generalizável de fatores relacionados/de risco. Esse 
tipo de validade refere-se ao grau em que o mesmo conjunto de fatores etiológicos 
permite a geração de uma interpretação causal para populações diferentes em 
contextos múltiplos. Esse critério de nível de evidência baseia-se na identificação 
de estudos que validem os fatores etiológicos do diagnóstico em populações dife­
rentes, usando métodos similares e descrevendo medidas do tamanho do efeitÜ 
desses fatores no diagnóstico. Assim, esse nível assemelha-se à validade generali­
zável de características definidoras, embora inclua a�álises e revisões sistemáticas 
de fatores relacionados/de risco. Essas amostras incluirão estudos bem delineados 
que atendam a critérios do subnível 2.3.8, sendo usadas técni�as de 1netanálise 
para a indicação de medidas que resumam o tamanho do efeito dos f�tores rela­
cionados/de risco no diagnóstico de enfermãgem. Não fo:�·am··�ncontrados .exem.,_ 
plos desse tipo de validade, possivelmente pelo fato de ainda serem poucos os 
estudos de fatores relacionados/de risco. Contudo, é importante salientar que a 
definição de intervenções dependerá do fator causal do diagnóstico. Estudos so­
bre evidência de validade generalizável são encorajados. 
4.3.3 Considerações finais 
Esses níveis de evidência representam uma hierarquia que retrata o grau em 
que observações identificadas como descritoras de um diagnóstiCo de fato o des­
crevem. A revisão dos níveis de evidência dos diagnósticos da NANDA-1 deve 
dar suporte aos profissionais para que conheçam o estágio de desenvolvimento 
dos diagnósticos e seu potencial de representar os fenômenos da profissão. Além 
disso, essa revisão pode auxiliar os acadêmicos a definirem suas pesquisas, am­
pliando as possibilidades de uma aplicação prática de seus achados. Processos de 
validação podem acelerar o desenvolvimento gradativo dos diagnósticos aceitos e 
propostos, conferindo umamaior consistência à terminologia, além de aperfeiço­
arem o processo de tomada de decisão clínica. 
No próximo ciclo da terminologia, a diretoria de pesquisa trabalhará para 
redefinir o nível de evidência de nossos diagnósticos utilizando esses critérios 
novos. 
4.4 Referências 
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66 Parte 3 • Uso dos diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
6 Diagnóstico de enfermagem: 
uma terminologia internacional 
Susan Gal/agher-Lepak, T. Heather Herdman 
6.1 Elementos comuns mundialmente 
Há cercà de 19 milhões de enfermeiros e parteiros no mundo, conforme a Orga­
nização Mundial da Saúde (OMS) (WHO, 2013). Visualize essa grande quanti­
dade de enfermeiros atuando no mundo, em locais variados, com idiomas dife­
rentes, usando uma gama de equipamentos e tecnologias e seguindo incontáveis 
protocolos institucionais diferentes. Embora as diferenças sejam evidentes, há 
muito em comum entre esse grupo profissional e a prestação coletiva de cuidados 
de enfermagem por seus membros. 
Os enfermeiros têm valores prÓfissionais similares (p. ex., afeto, dignidade do 
paciente, cooperação) e partilham conhecimentos básicos da enfermagem. O in­
divíduo (ou receptor dos cuidados) é o foco central da enfermagem. Os enfermei­
ros tratam das respostas dos indivíduos a problemas de saúde e processos de vida, 
entre indivíduos, cuidadores, famílias, grupos e comunidades. 
Os enfermeiros utilizam os diagnósticos de enfermagem da NANDA-I para co­
municar seus julgamentos clínicos sobre respostas humanas a condições de saú­
de/processos da vida, ou suscetibilidades a essas respostas que os pacientes estão 
experienciando. O julgamento clínico dos enfermeiros "constitui a base para a 
seleção das intervenções de enfermagem para alcançar resultados cuja responsa­
bilidade é do enfermeiro" (Herdman e Kamitsuru, 2018, p. 133). 
6.2 Educação e prática da enfermagem 
Muitas escolas de enfermagem têm currículos que integram o diagnóstico de en­
fermagem, ligando-o aos resultados e às intervenções. É crucial nos currículos a 
importância da avaliação para orientar a identificação e a validação dos diagnós­
ticos de enfermagem. Também é importante que os membros do corpo docente e 
da gestão valorizem econheçam a terminologia dos diagnósticos de enfermagem. 
O Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação é um livro­
-texto fundamental a muitos programas de formação de enfermeiros, sendo pu­
blicado em mais de 20 idiomas (� Tabela 6.1). Traduções em novos idiomas no 
último ciclo do livro refletem o interesse maior por nosso trabalho em países da 
África, Ásia, Leste Europeu e subcontinente da Índia. Vários países demonstra­
ram um interesse recente_ em adotar a NANDA-I por meio de atividades como 
oficinas internacionais, criação de um Grupo em Rede da NANDA-1, participação 
em conferências da NANDA-I, solicitação de seminários online, ou outras ativi­
dades de aprendizagem para a construção de conhecimento da taxonomia e da 
terminologia da NANDA-1. 
Capítulo 6 • Diagnóstico de enfermagem: uma terminologia internacional 67 
Tabela 6.1 Traduções da publicação Diagnósticos de enfermagem da NANDA 
lnternational: definições e classificação 
Alemão Espanhol europeu Inglês Português 
Chinês simplificado Espanhol hispano-americano Italiano Romeno 
Chinês tradicional Estoniano Japonês Sueco 
Coreano Francês Letão Tcheco 
Croata Holandês Polonês Turco 
Esloveno Indonésio 
A exposição ao processo de enfermagem-e sua aplicação, bem_ço.nfo uma com­
preensão aprofundada do diagnóstico de enfermagem ria forínàção de profissio­
nais, oportLmiza ao futuro enfermeiro a aquisição de conhecimentos e habilida­
des necessárias à prática profissional. Integrar os diagnósticos de enfermagem da 
NANDA-1 ao currículo envolve a inserção dos conteúdos em aulas expositivas, 
disciplinas sobre o desenvolvimento de habilidades, e simulação e experiências 
clínicas. Há várias maneiras de integrar as linguagens padronizadas de enferma­
gem (LPE), inclusive os diagnósticos da NANDA,J, ao currículo. Elaborar planos 
de cuidado como tarefas das atividades clínicas é algo bastante comum, podendo 
ser uma oportunidade efetiva de aprendizagem depois que os estudantes apren­
derem sobre o processo diagnóstico. Abordagens proble1náticas incluem ensinar 
os diagnósticos de enfermagem de modo que os vincule diretamente aos diagnós­
ticos médicos, usar planos de cuidado padronizados para diagnósticos de enfer­
magem específicos sem associar os dados da avaliação ao diagnóstico e/ou Sem a 
individualização das intervenções e dos resultados para o paciente. O enfermeiro 
deve entender um diagnóstico médico como parte da avaliação, embora jamais 
se deva utilizá-lo exclusivamente como a justificativa de um diagnóstico de en­
fermagem. Da mesma maneira, um plano de cuidados padronizado pode ser um 
modelo inicial, mas deve ser personalizado para o paciente e para as preocupa­
ções e necessidades específicas de cada paciente, de acordo com o que foi identifi­
cado durante a avaliação. 
Os serviços de saúde usam diagnósticos de enfermagem ou "problemas do pa­
ciente'' para a identif icação e a priorização das áreas de interesse dos enfern1eiros. 
Muitas instituições de saúde deixaram os registros em papel, passando a utilizar 
registros eletrônicos de saúde (RES) para a documentação dos cuidados de enfer­
magem. A NANDA-I firma contratos com importantes comerciantes de sistemas 
de RES para licenciamento de sua terminologia, e esses comerciantes personali­
zam a terminologia para os RES específicos de cada instituição de saúde, sendo 
que a estrutura desses sistemas possibilita a vinculação dos dados de avaliação 
aos diagnósticos. A NANDA-I também firma contratos diretamente com orga­
nizações (p. ex., hospitais, atendimento domiciliar, instituições de longa perma­
nência) para uso da terminologia por meio dos parceiros editoriais. Com a popu­
laridade dos RES, é importante observar que constitui uma violação de direitos 
68 Parte 3 • Uso dos.diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
,, 
autorais o uso da terminologia da NANDA-I em um desses sistemas sem nossa 
permissão na forma de um contrato escrito através do parceiro editorial que ge­
rencie os direitos digitais no idioma do usuário. 
A presença de LPEs em RES oferece novas formas de estudo da acurácia diag­
. nóstica (correspondência entre dados de avaliação e a condição atual do paciente) 
e da documentação de enfermagem. Há pesquisas que mostram uma necessidade 
de melhorar o raciocínio e a acurácia dos diagnósticos entre os estudantes e os 
enfermeiros da prática (Johnson, Edwards e Giandinoto, 2017; Larijani e Saatchi, 
2019; Freire, Lopes, Keenan e Lopez, 2018). Uma riqueza de informações clíni­
cas pode ser explorada quando as LPEs 'estão no RES e quando os diagnósticos 
podem ser validados por meio do uso de dados em avaliações de enfermagem 
padronizadas. 
6.3 Associações profissionais e classificações 
de enfermagem 
A associação profissional da NANDA-I conecta enfermeiros (e aqueles interessa­
dos no diagnóstico de enfermagem) que desejam buscar o desenvolvimento e o 
refinamento da terminologia diagnóstica, bem como as melhores práticas para 
educação, pesquisa e uso da terminologia. Entre os membros dessa associação es­
tão estudantes, enfermeiros da prática clínica, gestores, educadores, profissionais 
da informática e pesquisadores. Os membros conectam-se pelo site da associação 
e por redes sociais, além de terem a oportunidade de apresentar suas pesquisas e 
partilhar experiências em conferências da NANDA-1. O periódico da NANDA,I, 
International Journal of Nursing Know/edge, publica pesquisas realizadas no mundo 
todo para identificar o conhecimento de enfermagem, desenvolver e aplicar LPEs 
na prática, educação, informática e pesquisa. 
A NANDA-I foi vinculada a várias classificações de enfermagem e, com per­
missão, muitas incorporaram os diagnósticos da NANDA-1 a seu desenvolvimen­
to (marcadas com*) ao longo dos anos, para fins de prática, educação ou pesquisa 
de enfermagem. Elas incluem: 
• Conjunto de Dados Mínimos de Enfermagem (NMDS) da Bélgica
• Sistema de Classificação de Cuidados Clínicos (CCC)*
• European Nursing care Pathways (ENP)
°ि� Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)
• Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE)*
• Leistung Erfassung des Pflegeaufwandes (LEP)
. • Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC), University o! Iowa
• Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC), University oi Iowa
• Sistema Omaha (Omaha)*
• Conjunto de Dados Perioperatórios de Enfermagem (PNDS)*
• Sundheds-vresenets Klassifikations System (SKS), Classificação de Inter­
venções de Enfermagem da Dinamarca.
Capítulo 6 • Diagnóstico de enfermagem: uma terminologia internacional 69 
A maioria das pesquisas na área das LPEs foram conduzidas com os diagnósticos 
da NANDA-1, seguidas por "NNN", que é o uso combinado da NANDA-1 e das 
ClassZficações dos resultados de enfermagem e das intervenções de enfermagem (NOC e 
NIC, respectivamente), e de suas ligações (Tasten et al., 2014; Herdman e Ka­
mitsuru, 2018; Moorhead, Swanson, Johnson e Maas, 2018; Butcher, Bulechek, 
Dochterman e Wagner, 2018). 
Muitos termos da NANDA-1 são parte da SNOMED CT (Systematized Nomen­
clature of Medicine-Clinicai Terms), uma terffiinol?gia de referência clínica in­
ternacional. Quando da escrita deste livro, a NANDA-1 estava colaborando com 
membros da SNOMED na análise das possibilidades de elaboração de um conjun­
to referencial na SNOMED CT, para que seus usuários possa,m ·acessar os termos 
da NANDA-1 em seus RES. 
6,4 Implementação internacional 
De muitas formas, faculdades e universidades, organizações de saúde, associações 
profissionais e mesmo entidades governamentais trabalharam em conjunto para 
educar a respeito e implementar a terminologia de diagnósticos de enfermagem. 
A ilnplementação disseminada dessa terminologia avançou em alguns países por 
obrigatoriedade de uso. Vários países na América Latina (p. ex., Peru, México, Bra­
sil) incluíram o uso do processo e do diagnóstico de enfermagem em regulamentos 
profissionais de enfermagem ou leis governamentais. Os exemplos a seguir, emordem alfabética por país, apresentam uma perspectiva global sobre o estado de 
implementação da terminologia da NANDA-1 em algumas partes do mundo. 
6,4.1 Brasil 
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) regulamenta a profissão desde 1986, 
e exige que os cuidados prestados sejam realizados de acordo com os elementos 
do processo de enfermagem em todas as instituições ·de saúde e afirma que os 
enfermeiros têm esse direito (Brasil, 1986, 1987; Cofen, 2002, 2009, 2017). Antes 
dessas regulamentações, os enfermeiros no Brasil promoviam o avanço científico 
da enfermagem. Na década de 1960 e 1970, a Dra. Wanda de Aguiar Horta, da Es­
cola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), promoveu métodos 
científicos e o uso do diagnóstico de enfermagem e do processo de enfermagem 
(Paula, Nara e Horta, 1967; Horta, Hara e Paula, 1971; Horta, 1972; Horta, 1977). 
No final da década de 1980, dois grupos adotaram os diagnósticos da NANDA­
-1, o da EEUSP (liderado pela Dra. Edna Arcuri) e o da Universidade Federal da 
Paraíba (UFPB) (liderado pela Dra. Marga Coler) (Coler, Nóbrega, Garcia e Coler­
-Thayer, 2009; Cruz, 1991). 
O conhecimento da taxonomia e terminologia da NANDA-1 foi posteriormente 
disseminado por meio de publicações e conferências. Em 1990, a publicação do 
manual Diagnóstico de enfermagem: uma abordagem conceituai e prática, apresentava 
uma tradução da Taxonomia 1 revisada da NANDA (Farias, Nóbrega, Perez e 
Coler, 1990). O primeiro Simpósio Nacional de Diagnósticos de Enfermagem foi 
70 Parte 3 • Uso dos diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
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promovido em 1991 pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) e a 
atual Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp); o primeiro Simpósio Inter­
nacional de Diagnósticos de Enfermagem veio na sequência, em 1995, promovido 
pela EEUSP. A primeira tradução oficial da classificação da NANDA foi feita em 
1999. Em 2002, a EPE/Unifesp realizou o 6° Simpósio Nacional de Diagnósticos 
de Enfermagem, que ocorreu durante o primeiro Simpósio Internacional de Clas­
sificações de Enfermagem. Esses eventos ajudaram os enfermeiros a compreende­
rem as ligações entre NANDA, NOC e NIC. 
O processo de enfermagem é ensinado. em todos os programas de enfermagem. 
Isso se deve parcialmente às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Gra­
duação em Enfermagem, estabelecidas em 2001, que declararam que os enfer­
meiros podem diagnosticar (Conselho Nacional de Educação, 2001). A Comissão 
Permanente de Sistematização da Prática de Enfermagem (COMSISTE ABEn Na­
cional), estabelecida em 2006 pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), 
ensina Os enfernieiros sobre o processo de enfermagem e promove a implementa­
ção efetiva do processo de enfermagem e da LPE na prática (ABEn, 2017a; ABEn, 
2017b). Programas de pós-graduação contribuíram muito para o amplo uso do 
diagnóstico de enfermagem no Brasil e, durante o período de 2006-2016, 85% 
das 216 teses e dissertações acessíveis concentraram-se em diagnósticos de enfer­
magem e nos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I (Hirano, Lopes e Barros, 
2019). Outras iniciativas educativas incluem o ensino a distância do Programa de 
Atualização em Diagnósticos de Enfermagem (PRONANDA), produzido no Brasil 
desde 2013 (NANDA International, Herdman e Carvalho, 2013). A implemen­
tação de LPE nos RES tem contribuído para a expansão do uso da NNN. Desde 
2013, quase 400 vendas licenciadas foram feitas pelo Grupo A para um total de 
32 instituições de saúde. 
Apesar desse contexto favorável, a implementação e o uso do processo diag­
nóstico e da LPE permanecem inconsistentes no país. Por exemplo, de 416 setores 
com 40 instituições no Estado de São Paulo, 78,8% documentaram as avaliações, 
78,8% documentaram os diagnósticos, mas apenas 56,0% documentaram ava­
liação, diagnóstico, intervenções e resultados, ao passo que 5,8% não documen­
taram nerihuma das fases do processo diagnóstico ou anotações de enfermagem 
(Azevedo, Guedes, Araújo, Maia e Cruz, 2019). Em 2020, a Rede de Pesquisa em 
Processo de Enfermagem (RePPE) foi criada por pesquisadores de várias regiões 
do país, com o objetivo de gerar, sintetizar e compartilhar conhecimentos sobre o 
processo de enfermagem e as LPEs (RePPE, s.d.). A contínua promoção de eventos 
pela ABEn, as ações da COMSISTE e discussões à beira do leito do paciente usando 
a LPE, como as promovidas pelo IDPC, pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre 
(HCPA) e pelo Hospital Universitário da USP, são iniciativas valiosas para o avanço 
do processo de enfermagem e a implementação da LPE na prática brasileira. 
6.4.2 Japão 
Na década de 1990, os diagnósticos de enfermagem fascinaram muitos enfermei­
ros japoneses que buscavam uma prática independente baseada no conhecimento 
Capítulo 6 • Diagnóstico de enfermagem: uma terminologia internacional 71 
estar tensa o tempo todo, o enfermeiro avalia que isso tem mais relação com sua 
identidade pessoal, processos familiares e relacionamentos do que com alguma pertur­
bação após a 1nudança de um ambiente a outro, ou com incapacidade persistente 
de recordar alguma coisa. 
8.6 Novos diagnósticos potenciais 
É bastante possível, como no caso da Sra. H (..,: Fig. "8.2), que da:dos novos levem 
a novas informações e, por sua vez, a novos diagnósticos. As mesmas perguntas 
utilizadas para eliminar diagnósticos potenciais devem ser empregadas na consi­
deração dos novos diagnósticos. 
8.7 Diferenciação entre diagnósticos similares 
Para reduzir seus diagnósticos potenciais, é útil considerar aqueles que são simi­
lares, mas que apresentam algum aspecto diferenciado, o que faz com que um 
seja mais relevante para o paciente do que o outro. Vejan1os novamente nossa 
paciente, a Sra. H. Após a avaliação detalhada, o enfermeiro havia chegado a 10 
diagnósticos potenciais; dois deles foram eliminados, restando oito diagnósticos 
potenciais. Uma forma de começar o processo de diferenciação é verificar onde 
os diagnósticos se localizam na taxonomia da NANDA-1. Isso lhe dá uma dica de 
como os diagnósticos estão agrupados em uma área mais ampla do conhecimento 
de enfermagem (domínio) e as subcategorias, ou grupo de diagnósticos com atri­
butos similares (classe). 
Após eliminar dois diagnósticos, o enfermeiro da Sra. H. está considerando: 
três diagnósticos no domínio de papéis e relacionamentos (processos familiares dis­
funcionais, relacionamento ineficaz e processos familiares interrompidos), um diagnós­
tico no domínio enfrentamento/tolerância ao estresse (disposição para resiliência 
melhorada); um no domínio de nutrição (risco de glicemia. instável), um no domínio 
autopercepção (distúrbio na identidade pessoal), um no domínio segurança/prote­
ção (integridade tissular prejudicada), e um no domínio conforto (dor aguda). O en­
fermeiro se dá conta de que processos familiares disfuncionais, relacionamento ineficaz, 
processos familiares interrompidos e distúrbio na identidade pessoal agrupam-se em sín­
drome do distúrbio na identidade familiar (00283). 
Ao revisar as informações do paciente à luz de diagnósticos similares, leve em 
conta essas perguntas: 
• Os ·diagnósticos compartilham um foco similar ou diferente?
• Se os diagnósticos compartilham um foco similar, um deles é mais focalizado/
específico que o outro?
0 Um dos diagnósticos tem potencial de levar a outro que identifiquei? Ou seja,
poderia ser o fator causador do outro diagnóstico?
À medida que o enfermeiro considera o que sabe sobre a Sra. H, ele pode observar 
as respostas identificadas como diagnósticos potenciais à luz dessas perguntas. 
104 Parte 3 • Uso dos .diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
Sem dúvida, a Sra. H tem uma lesão relacionada ao diabetes (integridade tissu/ar 
prejudicada), parece que sua suscetibilidade a uma variação na glicemia em re­
lação aos níveis normais (risco de glicemia instável) é, na verdade, consequência 
de seu estresse excessivoem razão da síndrome do distúrbio na identidade familiar.
Portanto, embora o enfermeiro esteja preocupado com a dor da paciente e tenha 
que tratar sua lesão, ele pensa que pode cuidar melhor desses problemas no longo 
prazo tratando da síndrome do distúrbio na identidade familiar, que, em sua opinião, 
inclui as causas subjacentes da atual condição de saúde da paciente. 
Depois de conversar com a Sra. H, parece que usar o diagnóstico de promoção 
da saúde disposição para resiliência melhorada dará mais suporte a ela para definir 
metas de manejo da glicemia e da identidade familiar, ao mesmo tempo que re­
força sua capacidade de retomar o controle de sua vida e melhorar a resiliência. 
O enfermeiro reconhece que a paciente verbalizou um desejo de melhorar a 
resiliência e sente que trabalhar com ela esse aspecto a partir da perspectiva da 
promoção da saúde (disposição para resiliência melhorada) pode ser mais positivo 
para a paciente. Isso, junto da cre·nça antes mencionada de que estabelecer metas 
poderia ser usado nesse diagnóstico para abordar o risco de glicemia instável, torna 
esse diagnóstico mais apropriado para a Sra. H. O enfermeiro acha que é essencial 
reconhecer sua identidade familiar e trabalhar essa resposta com a paciente. 
Por fim, é importante controlar a dor aguda que a Sra. H apresenta. Pelo fato 
de uma das metas ser deixá-la mais ativa para melhorar a glicemia e auxiliar no 
bem-estar geral, é importante aumentar seu conforto, para que a dor da paciente 
não a impeça de aumentar o nível de atividade. 
8.8 Diagnosticando/priorizando diagnósticos 
Após concluir a avaliação, identificar os padrões de resposta, gerar, refinar e fi­
nalizar os diagnósticos de enfermagem junto com a etiologia, as intervenções de 
enfermagem podem ser planejadas com o paciente. Depois de revisar tudo o que 
aprendeu sobre seu paciente, a Sra. H, o enfermeiro já deve ter determinado seis 
diagnósticos principais: 
• Risco de glicemia instável (00179)
• Integridade tissular prejudicada (00044)
• Dor aguda (00132)
• Síndrome de distúrbio na identidade familiar (00283)
• Disposição para resiliência melhorada (00212)
Lembre que o processo de enfermagem, que inclui reavaliações do diagnóstico, é 
um processo contínuo. Isso quer dizer que, à medida que mais dados ficam dis­
poníveis, ou que se altera a condição do paciente, os diagnósticos podem também 
mudar - ou o que é prioritário pode mudar. Por um momento, relembre a avalia­
ção inicial de rastreamento que o enfermeiro fez da Sra. H. Você consegue perce­
ber que, sem um acompanhamento posterior, ele não teria percebido o diagnósti­
co importante de síndrome de distúrbio na identidade familiar, além da oportunidade 
Capítulo 8 • Aplicação clínica: análise de dados para determinar diagnósticos de ... 105 
1 
,, 
1 
Gordon M. Assess Notes: Nursing assessment and diagnostic reasoning. Philadelphia, PA: FA Da­
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Herdman TH. (2013). Manejo de casos empleando diagnósticos de enfermería de la NANDA Inter­
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of Nursing Education 2006; 45(6): 204-211. 
Capítulo 8 • Aplicação clínica: análise de dados para determinar diagnósticos de... 107
de promover a saúde da paciente (disposição para resiliência melhorada), e poderia 
ter elaborado um plano para tratar questões que não teriam uma solução sem que 
tivessem sido resolvidas as condições subjacentes? 
Você consegue ver por que a ideia de apenas "escolher" um diagnóstico de en­
fermagem para acompanhar um diagnóstico médico não é uma ação acertada? 
A avaliação contínua e detalhada forneceu muitas informações adicionais sobre 
a Sra. H, que puderam ser usadas para determinar não apenas os diagnósticos 
apropriados, mas resultados e intervenções realistas que atendam melhor as suas 
necessidades individuais. 
8.9 Resumo 
A avaliação-inicial é um papel fundamental dos enfermeiros, demandando co­
nhecimentos da disciplina sobre teorias de enfermagem, conceitos e focos de 
interesse com base nos quais serão elaborados os diagnósticos de enfermagem. 
Coletar dados apenas para preencher um formulário obrigatório ou lacunas na 
tela do computador é perda de tempo, e com certeza não oferece suporte a um 
atendimento individualizado de nossos pacientes. Estabelecer uma relação efeti­
va entre o enfermeiro e o paciente possibilita ao profissional conhecer a pessoa e 
suas experiências com saúde e doenças. Ter um método organizado para a ava­
liação de enfermagem, como a Avaliação dos Padrões Funcionais de Saúde de 
Gordon, dá ao enfermeiro uma estrutura de avaliação inicial que pode orientar 
a coleta de dados para diagnosticar corretamente e identificar fatores causadores 
que respondam a intervenções e resultados de enfermagem baseados em evidên­
cias. Desenvolver, refinar e priorizar diagnósticos de enfermagem com base em 
análise e síntese dos dados é a marca da enfermagem profissional. 
A avaliação do paciente, seguida pela síntese de dados, é essencial para o pro­
cesso diagnóstico. Selecionar diagnósticos de enfermagem sem uma avaliação 
pode resultar em diagnósticos de baixa acurácia, resultados indesejados e inter­
venções ineficazes e/ou desnecessárias para diagnósticos irrelevantes para o pa­
ciente - e pode fazer com que o enfermeiro não perceba o diagnóstico de enfer­
magem mais importante para o seu paciente! 
8.10 Referências 
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106 Parte 3 • Uso dos ·diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
9 Introdução à taxonomia de diagnósticos de 
enfermagem da NANDA lnternational 
T. Heather Herdman, Shigemi Kamitsuru
9,1 Introdução à taxonomia 
A NANDA International, Inc., oferece uma terminologia padronizada de diagnós­
ticos de enfermagem e apresenta todos em um esquema classi�icatório, mais es­
pecificamente uma taxonomia. É importante compreender ·um-pouéo. sobre uma 
taxonomia, e como ela difere de uma termiiiologia. Vam_os·, éritão, discutir sobre 
o que uma taxonomia realmente representa.
Uma terminologia é o conjunto de termos usados para determinada aplicação
técnica em assunto de pesquisa, profissão, etc. (English Oxford Living Dictionary 
Online, 2020). 
Em relação à enfermagem, a terminologia dos diagnósticos de enfermagem da 
NANDA-1 inclui os termos definidos (títulos) usados para descrever julgamen­
tos clínicos feitos por profissionais enfermeiros: os próprios diagnósticos. Uma 
definição da taxonomia da NANDA-I poderia ser "uma ordenação sistemática de 
fenômenos/julgamentos clínicos, que define os conhecimentos da disciplina de 
enfermagem". De forma mais simplificada, a taxonomia dos diagnósticos de en­
fermagem da NANDA-Ié um esquema classificatório para nos auxiliar a organi­
zar os conceitos que dizem respeito (julgamentos de enfermagem ou diagnósticos 
de enfermagem) à prática de enfermagem. Uma classificação é a organização de 
fenômenos relacionados em grupos taxonômicos, conforme as similaridades ob­
servadas; uma categoria em que algo é inserido (English Oxford Living Dictiona­
ry Online, 2020). 
Uma taxonomia é o ramo da ciência que trata da classificação, especialmente de 
organismos: sistemática (English Oxford Living Dictionary Online, 2020). Uma 
taxonomia pode ser comparada a um armário de arquivos - em uma gaveta (do­
mínio), você pode arquivar todas as informações relativas às suas contas/dívidas. 
Nessa gaveta, você pode ter pastas de arquivos individuais (classes) para tipos di­
ferentes de contas/dívidas: moradia, automóvel, saúde, veterinário, etc. Em cada 
pasta de arquivo (classe), você poderia ter contas individuais representando cada 
tipo de dívida (diagnósticos de enfermagem). A taxonomia biológica atual teve 
origem com Carl Linnaeus em 1735. Ele originalmente identificou três reinos 
(animal, vegetal e mineral), que foram depois divididos em classes, ordens, fa­
mílias, gêneros e espécies (Quammen, 2007). Você provavelmente aprendeu a 
respeito da taxonomia biológica revisada em uma aula de ciência básica na escola 
ou na universidade. 
A terminologia, por outro lado, é a linguagem usada para descrever uma deter­
minada coisa; é a linguagem usada em determinada disciplina para descrever seu 
conhecimento. Assim, os diagnósticos de enfermagem formam uma linguagem 
108 Parte 3 • Uso dos_ diagnósticos de enfermagem da NANDA lnternational 
de uma disciplina específica. Portanto, quando falamos sobre os diagnósticos, es­
tamos falando da terminologia do conhecimento de enfermagem. Quando quere­
mos falar sobre como estruturamos ou categorizamos os diagnósticos da NANDA­
-I, nos referimos à taxonomia.
Sistemas de classificação na assistência à saúde denotam conhecimentos disci­
plinares e demonstram como um grupo específico de profissionais percebe quais 
são as áreas importantes de conhecimento da disciplina. Logo, um sistema de 
classificação na assistência à saúde tem múltiplas funções, incluindo: 
11 proporcionar uma visão do conhecimento e área· de atuação de determinada 
profissão. 
• organizar os fenômenos de forma que se refiram a mudanças na saúde, nos
processos e em mecanismos que preocupam o profissional.
" mostrar a conexão lógica entre fatores que podem ser controlados ou manipu-
lados por profissionais na disciplina (von Krogh, 2011). 
Pensemos na taxonomia relacionada com algo com que todos lidamos no cotidia­
no. Quando você precisa comprar comida, vai ao mercado. Suponhamos que haja 
um novo mercado em seu bairro, chamado Mercado Categorizado, Ltda. Você decide 
ir a esse local para fazer as compras. Entrando no mercado, nota que a disposição 
dos itens parece bastante diferente da organização com que está acostumado, 
mas a pessoa que o cumprimenta à entrada do estabelecimento lhe entrega um 
diagrama que ajuda a saber onde cada item está localizado(� Fig. 9.1). 
Você pode ver que o mercado organizou os itens alimentares em oito catego­
rias principais, ou corredores de itens: proteínas, grãos, legumes/vegetais, frutas, 
alimentos processados, lanches, alimentos diferenciados e bebidas. Essas catego­
rias/corredores podem também ser chamados de "domínios" - são os níveis mais 
abrangentes de classificação, que dividem os fenômenos em grupos principais. 
Nesse caso, os fenômenos representam "itens alimentares". 
Você também pode observar que o diagrama não mostra apenas os oito corre­
dores; cada um possui algumas expressões-chave que ajudam ainda mais o con­
sumidor a compreender os tipos de alimentos encontrados em cada corredor. Por 
exemplo, o corredor (domínio) com o título "bebidas" mostra seis subcategorias: 
"café", "chá", "refrigerante", "água", "cerveja/cidra" e "vinho/saquê." Outra ma­
neira de dizer isso seria que essas subcategorias são "classes" de produtos encon­
trados no "domínio" das bebidas. 
Uma das regras que as pessoas· tentam seguir ao elaborarem uma taxonomia 
é que as classes sejam mutuamente excludentes - em outras palavras, um tipo 
de alimento não deve ser encontrado em múltiplas classes. Nem sempre isso é 
possível, embora ainda deva ser a meta, uma vez que deixa tudo mais claro para 
quem quer usar a estrutura. Se você encontrar queijo cheddar no corredor das 
proteínas, embora encontre pasta de queijo cheddar no corredor dos lanches, será 
difícil compreender o sistema de classificação usado. 
Voltando à análise do diagrama de nosso mercado, há mais informações a se­
rem acrescentadas ( 11- Fig. 9.2). Cada um dos corredores com alimentos está mais 
bem explicado, com informações mais detalhadas sobre os itens encontrados nos 
Capítulo 9 • Introdução à taxonomia de diagnósticos de enfermagem da NANDA ... 109 
vários corredores. Por exemplo, a 11- Fig. 9.2 mostra as informações detalhadas 
encontradas no corredor das "bebidas". Você perceberá as seis "classes" junto de 
cada detalhe adicional para cada uma delas. Essas representam vários tipos (ou 
conceitos) de bebidas, todos partilhando propriedades similares que os agrupam 
em um mesmo conjunto. 
Com as informações recebidas, encontramos facilmente os itens da lista de 
compras. Se quisermos encontrar algum refrigerante com cafeína, rapidamente 
conseguiremos encontrar o corredor marcado- como "bebidas":, a prateleira mar­
cada como "refrigerante", e conseguiren1os confirmãr que os com cafeína encon­
tram-se ali. Da mesma forma, se quisermos chás verdes a granel, procuraremos 
o corredor das "bebidas", achamos a prateleira marcada com- a palavra "Chá" e
encontraremos depois "Chás verdes a granel".
A finalidade dessa taxonomia de itens alimentares é �juda,r os consumidores 
a determinarem rapidamente a seção do mercado com os elementos nutricionais 
que desejam adquirir. Sem isso, as pessoas teriam que andar muito pelos corre­
dores e tentar entender quais produtos estão em que corredor - dependendo do 
tamanho do supermercado, essa poderia ser uma experiência bastante frustrante 
e confusa! Assim, o diagrama oferecido pelos funcionários mostra um "mapa 
conceituai", ou um guia para compradores entenderem rapidamente de que for­
ma os itens alimentares foram classificados em locais no mercado, procurando 
melhorar a experiência de consumo. 
Por ora, você pode provavelmente ter uma boa noção da dificuldade que é 
elaborar uma taxonomia que reflita os conceitos que ela tenta classificar de modo 
claro, conciso e coerente. Pensando no exemplo do mercado, você consegue ima­
ginar maneiras diferentes de agrupar os itens alimentares? 
Esse exemplo de uma taxonomia de itens alimentares pode não atingir a meta 
de evitar sobreposição entre conceitos e classes de uma maneira lógica a todos os 
consumidores. Por exemplo, o suco de tomates está no domínio legumes/vegetais
(sucos de legumes/vegetais), mas não no domínio bebidas. Embora um grupo de 
pessoas possa achar essa categorização lógica e clara, Outras podem sugerir que 
todas as bebidas sejam colocadas juntas. O que importa é a distinção bem defini­
da entre os domínios; isto é, que todos os legumes/vegetais e os produtos de vege­
tais sejam encontrados no domínio dos legumes/vegetais, ao passo que o domínio 
das bebidas contenha bebidas que não tenham vegetais como base. O problema 
com essa distinção é que pode ser que alguém defenda que vinhos e outras be­
bidas (como as cidras) tenham que estar no corredor das frutas e as cervejas e os 
saquês, no corredor de grãos! 
As taxonomias são uma tarefa contínua: elas continuam a aumentar, evoluir 
e até mesmo mudar drasticamente à medida que mais conhecimentos sobre a 
área de estudos sejam desenvolvidos. Costuma ocorrer muita discussão sobre que 
estrutura é melhor para categorizar fenômenos de interesse para disciplinas di­
ferentes. Há muitas formas distintas de categorização

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