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A SAE organiza o trabalho profissional da enfermagem quanto ao pessoal, instrumentos e método; Quanto ao pessoal e instrumentos, envolve: dimensionamento de pessoal; Quanto ao método: seguir um caminho para chegar a um fim, logo, falar que que precisamos sistematizar (organizar) nossa assistência segundo o método significa dizer que precisamos organizar os caminhos que são tomados na nossa assistência. Processo de enfermagem: é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional; Instrumento básico de trabalho de enfermagem em qualquer cenário de atenção. Cuidado empírico (“achismo” -> cuidado baseado em evidências. Norteia o raciocínio clínico e a tomada de decisão diagnóstica, de resultados e de intervenções. Possibilita a documentação dos dados relacionada às etapas do processo, favorecendo a visibilidade das ações de enfermagem e sua relevância na sociedade. O processo de enfermagem é um conjunto de ações que se executa mediante: 1. Um determinado modo de fazer; 2. Determinado modo de pensar; 3. Em face de necessidades da pessoa, família, grupo e coletividade humana; 4. Um determinado momento do processo de saúde e doença que demandam o cuidado profissional em enfermagem; Baseado em teorias - orienta a ação; - identifica os fenômenos de interesse particular ou de enfermagem; - identifica as necessidades da p/f/g/c em um determinado dado momento do processo da doença que demanda o cuidado de enfermagem. Metaparadigmas - enfermagem, saúde, cliente, ambiente = focos de avaliação. Diante dos conceitos de saúde, pessoa, ambiente e enfermagem, o profissional poderá definir a teoria de enfermagem que melhor irá fundamentar o processo de cuidar. Por que escolher uma teoria? - conhecer a realidade do setor em que se trabalha; -conhecer o perfil dos enfermeiros que trabalham nessa unidade e as características da clientela atendida; TEORIAS DE ENFERMAGEM (focos de avaliação) Teoria ambientalista - foco principal: ambiente; - homem: indivíduo cujas defesas naturais são influenciadas por um ambiente saudável ou não; - ambiente: condições externas capazes de prevenir doenças, suprimi-las ou contribuir para elas. - enfermagem: modificar os aspectos não-saudáveis do ambiente a fim de colocar o paciente na melhor condição para ação da natureza. (F. Nightingale) Teoria das necessidades básicas - foco: necessidades básicas; - homem: indivíduos com necessidades humanas com significado e valor singular de cada pessoa; – - saúde: capacidade para satisfazer as necessidades humanas (física, psicológica, sociais); - ambiente: cenário em que o indivíduo aprende padrões singulares de vida; - enfermagem: assistência temporária a um indivíduo que possua dificuldades para satisfazer uma ou mais necessidades básicas; A Teoria é a geração do conhecimento de enfermagem para o uso na sua prática. Fenômeno = aspectos da realidade que podem ser percebidos ou vivenciados; PROCESSO DE ENFERMAGEM – FASES I - COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM (ou História de Enfermagem) II - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM III - PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM IV - AVALIAÇÃO DE ENFERMAGE V – IMPLEMENTAÇÃO Propriedades do processo de enfermagem 1. Intencionalidade: atender as necessidades do cliente; 2. Sistematização: abordagem organizada; 3. Dinamicidade: mudanças frequentes; 4. Interatividade: relações recíprocas; 5. Flexibilidade – utilizado em qualquer área da prática assistencial; 6. Fundamentação em teorias: baseado em amplo suporte teórico; SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA ENFERMAGEM Os mais utilizados e conhecidos são: - Taxonomia da NANDA Internacional - Classificação das Intervenções de Enfermagem – NIC - Classificações dos Resultados de Enfermagem – NOC - Sistema OMAHA - Classificação dos Cuidados Domiciliares de Saúde – Home Health Care Classification – HHCC - Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE ETAPA 1: HISTÓRICO DE ENFERMAGEM/COLETA DE DADOS ETAPA 2: DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM (DE) Diagnóstico é o julgamento clínico sobre uma resposta humana a condições de saúde/processos de vida, ou uma vulnerabilidade a tal resposta, de um indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade. O enfermeiro analisa os dados coletados e o estado de saúde do paciente. Os diagnósticos serão elaborados de acordo com os protocolos da instituição, os mais utilizados são: NANDA e CIPE. Eixos que devem ser levados em consideração no processo de diagnóstico: - eixo I: foco no diagnóstico. - eixo II: sujeito do diagnóstico (indivíduo, família, grupo, cuidador, comunidade, etc. - eixo III: julgamento (prejudicado, ineficaz, etc). - eixo IV: localização (oral, periférico, cerebral, etc). - eixo V: idade (neonato, lactente, criança, adulto, etc). - eixo VI: tempo (crônico, agudo, intermitente). - eixo VII: categoria do diagnóstico (com foco no problema, de risco, de promoção da saúde). Indicadores diagnósticos: informações para diagnosticar e distinguir um diagnóstico do outro. Incluem características definidoras e fatores relacionados ou de risco. - Diagnóstico de enfermagem: problema, potencialidade ou risco identificado em indivíduo, família, grupo ou comunidade. - Característica definidora: sinal ou sintoma (indicadores objetivos ou subjetivos). - Fator relacionado: causas ou fatores contribuintes (fatores etiológicos). - Fator de risco: determinante (aumenta o risco). - População em risco: grupos de pessoas que partilham alguma característica que faz cada membro ser suscetível a determinada resposta humana. Não são modificáveis pelo enfermeiro. - Condição associada: diagnósticos médicos, lesões, procedimentos, dispositivos médicos ou agentes farmacêuticos. Essas condições não são independentemente modificáveis pelo enfermeiro. COMO FAZER UM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: 1. Avaliação inicial (coleta de dados): O formato de investigação deve direcionar a coleta de dados sobre as respostas humanas, desde as condições da pele e da função até a saúde espiritual e a capacidade de autocuidado. Coleta ampla versus coleta focalizada: - coleta ampla: coleta de dados pré-determinado, visando uma avaliação ampla; - coleta focalizada: coleta de dados específicos conforma determinado pelo cliente, pela família ou situação; Ferramentas de triagem; 2. Análise dos dados: Significado dos dados: - o que esses dados sugerem? - é necessário analisar os conceitos de enfermagem subjacentes aos dados atualmente coletados. 3. Agrupamento de informações/identificação de um padrão: - analisar como informações objetivas e subjetivas se juntam para informar alguma coisa; - identificar pontos positivos, vulnerabilidades e problemas/preocupações; - variação da normalidade x variação da anormalidade; - informações objetivas: sinais; informações subjetivas: sintomas. 4. Identificação de diagnósticos de enfermagem potenciais (hipóteses diagnósticas) - começar a considerar quais diagnósticos precisam ser confirmados ou descartados; 5. Avaliação detalhada: - coletar mais dados para possibilitar um diagnóstico preciso; - analisar as ferramentas de triagem e conhecimento de conceitos de enfermagem para impulsionar uma coleta de dados mais abrangentes; 6. Confirmação/refutação de diagnósticos potenciais: - confirmar as características definidoras, os fatores de riscos; - considerar as populações em risco e as condições associadas; - novos diagnósticos potenciais ou eliminação de possíveis diagnósticos; 7. Priorização de diagnósticos: - Relevante para o paciente, o local e os recursos; - Prioridade ao tratamento neste local e momento;AVALIAÇÃO BASEADA EM EVIDÊNCIA RACIOCÍNIO CLÍNICO PISTAS INTERFERÊNCIAS (julgamento) Pressão baixa Pulso rápido Diminuição do volume sanguíneo Palidez Dispneia Cianose de lábios Déficit de oxigênio Desorientação TIPOS DE DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 1) Diagnóstico com foco no problema Um julgamento clínico a respeito de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida que existe em um indivíduo, família, grupo ou comunidade. Ex. troca de gases prejudicada - Dados: paciente relata que não evacua há 4 dias. Durante a entrevista informou que ingere pouco líquido e que sua alimentação não possui um quantitativo de fibras adequadas e que suas fezes são secas e duras. Diagnóstico com foco no problema: 3 etapas -Enunciado diagnóstico (problema): constipação. -Fatores relacionados (etiologia): relacionado à ingestão inadequada de fibras e de líquidos. -Características definidoras - sinais e sintomas evidenciados: relato de fezes secas e duras a cada 4 dias. - Dados: o cliente refere diarreia líquida, com 7 episódios em 12 horas após ter ingerido laxante em grande quantidade. -Enunciado diagnóstico: diarreia -Fatores relacionados; uso exacerbado de laxantes -Características definidoras – sinais e sintomas evidenciados: sete episódios de evacuações de fezes liquidas em 12h. 2) Diagnóstico de risco Um julgamento clínico a respeito da suscetibilidade de um indivíduo, família, grupo ou comunidade para o desenvolvimento de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida. Ex. Risco de infecção. - Dados: paciente em tração do MID por fratura de fêmur, sem possibilidade de mobilização. Diagnóstico com foco no problema: 2 etapas -Enunciado diagnóstico (problema): risco... Risco para integridade da pele prejudicada. -Fatores relacionados (etiologia): relacionado a.... (fatores de risco) Relacionado à mobilidade. 3) Diagnóstico de promoção da saúde Um julgamento clínico a respeito da motivação e do desejo de aumentar o bem-estar e alcançar o potencial humano de saúde. As respostas de promoção da saúde podem manifestar- se em um indivíduo, família, grupo ou comunidade. Ex. Disposição para melhora do autocuidado. Qual a diferença entre um diagnóstico médico e um diagnóstico de enfermagem? - diagnóstico médico: lida com uma doença ou condição médica; - diagnóstico de enfermagem: trata das respostas humanas reais ou potenciais a problemas de saúde e processos de vida. Por exemplo: Um diagnóstico médico de acidente vascular encefálico (AVE – derrame) dá origem a informações sobre a patologia do paciente. Os diagnósticos de enfermagem comunicação verbal prejudicada, risco de quedas, processos familiares interrompidos, dor crônica e sentimento de impotência oferecem uma compreensão mais integral do impacto dessa doença no paciente e na família. Quantos diagnósticos meu paciente deve ter? - na prática, ter um diagnóstico para cada domínio da NANDA-I, ou um mínimo de 5 ou 10 diagnósticos não reflete a realidade. ETAPA 3: PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA Considere os seguintes passos: estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos; fixação de resultados com o paciente, a fim de corrigir, minimizar ou evitar problemas. Consiste em um plano de ações para se alcançarem resultados em relação ao diagnóstico de enfermagem. Importância do planejamento da assistência de enfermagem: - promover a comunicação entre os cuidadores; - direciona o cuidado e a documentação; - cria um registro que pode ser usado mais tarde em avaliações, em pesquisas e em situações de cunho geral; - fornece a documentação das necessidades de atendimento de saúde com a finalidade de reembolso seguro; Itens necessários para os resultados esperados: Ser claro -> ser centrado no paciente -> estar relacionado ao título diagnóstico -> ser alcançável -> conter limite de tempo -> ser mensurável Exemplo: Déficit no autocuidado para banho relacionado à sedação instituída, evidenciado por sujidades no couro cabeludo. Resultado esperado: O paciente terá a higienização corporal realizada adequadamente pela equipe de enfermagem em até 6 horas. Operacionalmente o planejamento inicia-se pela priorização dos DE que foram estabelecidos, ou seja, o enfermeiro determina quais os problemas mais urgentes, os de médio e de longo prazo; Depois define os resultados esperados, que devem estar relacionados com a reação humana identificada no enunciado do diagnóstico; CLASSIFICAÇÃO DE RESULTADOS DE ENFERMAGEM: NOC (Nursing Outcomes Classification) Domínios. Classe. Resultados. Indicadores. Escalas. - respostas aos cuidados; - reações, comportamentos e sentimentos: estados/variações; - indicadores dos diagnósticos: unidades de medida determinado momento no tempo (levantamento prévio); - escalas: representação dos indicadores; - objetivos/metas; Diagnóstico de risco - Dados: Paciente em tração do MID por fratura de fêmur, sem possibilidade de mobilização. - Feito em duas partes: Enunciado Diagnóstico (problema): risco... -> risco para integridade da pele prejudicada; Fatores Relacionados (etiologia): relacionado a... (fatores de risco) -> relacionado à mobilidade; - Resultados (NOC): redução, prevenção. ETAPA 4: IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Ao prescrever os cuidados de enfermagem, deve-se estar atento aos fatores relacionados e às características definidoras do DE, isto porque, ao fazer a prescrição, seu foco deve ser reverter os fatores etiológicos associados ao DE e solucionar os sinais e sintomas (características definidoras). Quando o enfermeiro deixa de prescrever o cuidado, ele compromete a qualidade do atendimento prestado e deixa de definir sua área de jurisdição profissional. Itens necessários a uma prescrição de enfermagem: O que fazer -> Como fazer -> Quando fazer -> Onde fazer -> Com que frequência fazer -> Por quanto tempo fazer Para cada DE deve haver um resultado esperado. Para se alcançar cada resultado deve haver prescrição de enfermagem Dicas importantes na prescrição: - prescrição incompleta pode colocar em risco a segurança do paciente; - prescrições devem ser redigidas de maneira clara, precisa e completa, a fim de evitar qualquer dúvida de interpretação. Exemplo: Trocar curativos hoje. - A prescrição está incompleta porque não se falou: quais os curativos? Qual a região? Quantos serão os curativos? O que usar? Em todas as lesões utiliza-se o mesmo curativo? - Certo: Trocar curativo de acesso vascular central da veia subclávia direita a cada 24h. Limpar área com clorexidina degermante a 2% e remover a solução com soro fisiológico a 0,9%. Cobrir com gaze e fita hipoalergênica. As prescrições de enfermagem podem ser dependentes, inter-dependentes e independentes. Obs. Utilizar verbos no infinitivo como segue: - na dependência total: os verbos deverão indicar o que fazer pelo paciente: aplicar, banhar, executar, lubrificar, ministrar, pesar, etc. - na dependência de ajuda: ajudar, acompanhar, auxiliar, facilitar, fornecer, permitir, etc. - na dependência à nível de orientação: orientar, esclarecer, debater, discutir, explicar, informar, etc. - na dependência de supervisão: observar, controlar, avaliar, inspecionar, supervisionar, etc. - na dependência de encaminhamento: encaminhar, levar, conduzir, dirigir, etc. PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM - Diagnóstico de enfermagem (NANDA); - Resultados de enfermagem (NOC); - Intervenções de enfermagem (NIC); - Ações/atividades específicas (NIC); Domínios da NIC - 1: fisiológico básico; - 2: fisiológico complexo; - 3: comportamental; - 4:segurança; - 5: familiar; - 6: sistema de saúde; - 7: comunidade; ETAPA 5: AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Evolução de Enfermagem - análise das respostas do cliente (progresso); - mudanças nos diagnósticos de enfermagem; - acompanhamento dos indicadores; - cuidados de enfermagem prescritos; - intervalo de tempo; - descritores de evolução; - comparação de dados; Recomendações - subsídios: exame físico/entrevista de enfermagem e prescrição médica do dia; evolução, prescrição e anotações de enfermagem anteriores; resultados de exames; - avaliação dos diagnósticos: descritores de evolução; precedida de horário, atividade privativa de enfermeira, identificação: carimbo. Concepção da avaliação - estrutura: relacionada com adequação de recursos físicos e materiais, bem como com os modelos de organização; - processo: centraliza o foco nas atividades da equipe de enfermagem, que são observadas e julgadas; - resultado: trata da evolução baseada em mudanças comportamentais; Poderão advir mudanças no diagnóstico de enfermagem, nos objetivos e na prescrição de enfermagem. Estas mudanças visam melhorar a assistência de enfermagem prestada ao cliente e, consequentemente, elevar o nível de atendimento em qualidade e quantidade. A avaliação exerce um verdadeiro controle sobre a qualidade e a quantidade do atendimento, fornecendo dados para a supervisão do pessoal auxiliar.
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