Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO COLAGENOSES: São um grupo de patologias que além de comprometer as articulações, também se manifestam em diversos órgãos e sistemas, provocando inflamação em seu “tecido conjuntivo” – o tecido rico em colágeno. DEFINIÇÃO • Patologias inflamatórias multissistêmicas • Etiologia desconhecida • Autoimunidade a principal fisiopatologia • Sua evolução é crônica • Com períodos de atividade e de remissão (sem manifestação) EXEMPLOS DE COLANGENOSES: LES, esclerodermia, dermatopolimiosite, sínd. de Sjogren e doença mista do tecido conjuntivo. EPIDEMIOLOGIA NO MUNDO: PREVALÊNCIA: 20 a 50 casos para cada 100.000 pessoas INCIDÊNCIA: 1 a 10 casos para cada 100.000 pessoas/ano NO BRASIL: INCIDÊNCIA: 8,7 casos para cada 100.000 pessoas/ano SEXO FEMININO: 14 casos para cada 100.000 pessoas/ano SEXO MASCULINO: 2,2 casos para cada 100.000 pessoas/ano PICO DE INCIDÊNCIA NAS MULHERES: 35 – 39 anos PREFERÊNCIA POR MULHERES → Principalmente na idade reprodutiva PROPORÇÃO DE 9:1 em relação aos homens (Influência hormonal → estrogênio) PREDOMÍNIO NA RAÇA NEGRA (3 a 4x mais frequente que em brancos) EM GERAL, O SURGIMENTO DA DOENÇA OCORRE: ENTRE 16-55 ANOS → 65% dos casos ABAIXO DOS 16 ANOS → 20% dos casos ACIMA DOS 55 ANOS → 15% dos casos FATORES DE RISCO Uso de ACO ou TRH → risco de LES (1,2 a 2 vezes) MEDICAMENTOS: drogas associadas ao “lúpus farmacoinduzido” → (hidralazina, procainamida, isoniazida, fenitoína, clorpromazina, d-penicilamina, metildopa, quinidina, interferon-alfa e agentes anti-TNF). TABAGISMO: estudos mostraram uma associação causal entre o uso de tabaco e a atividade do LES. Substâncias presentes no cigarro podem ser implicadas no desenvolvimento de anticorpos anti-DNA dupla-fita. EXPOSIÇÃO À SÍLICA: a poeira de sílica, encontrada em diversas situações (manuseio de solos, cimento, fumaça do cigarro) → parece a incidência de LES, particularmente em mulheres negras. FISIOPATOLOGIA FATORES GENÉTICOS (30 a 40 loci em genes com polimorfismo) Cada gene → afeta algum aspecto → da IMUNORREGULAÇÃO; da DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS; do TRANSPORTE DE PEPTÍDEOS por membranas celulares; COMPLEMENTO; FAGOCITOSE; IMUNOGLOBULINAS e APOPTOSE → As diferentes combinações dos defeitos dos genes → podem causar → respostas imunológicas e patológicas distintas → resultando em → EXPRESSÕES CLÍNICAS DIFERENTES: • 5 – 12% dos parentes de pacientes com LES desenvolvem a doença. • Maior frequência de anticorpos anti-Clg e anticardiolipina e de anormalidades de C3 e C4 nos familiares destes pacientes. • Muitos genes são controlados pelo INF-alfa (Interferon) • 60% dos pacientes apresentam expressão dos genes induzidos pelo INF- alfa nas células do sangue periférico. FATORES AMBIENTAIS: INFECÇÕES Podem intensificar respostas imunes indesejáveis: Vírus podem estimular células específicas do sistema imune (Vírus Epstein-barr pode ser o gatilho para o LES se manifestar clinicamente). EXPOSIÇÃO À LUZ ULTRAVIOLETA 70% dos casos de LES apresentam ativação da doença após exposição à luz UV. LUZ ULTRAVIOLETA → estimula → queratinócitos → à → Induzem APOPTOSE dessas células; promovem LESÃO DIRETA DO DNA; Modificam as PROTEÍNAS NUCLEARES que serão expressas na membrana, tornando-as mais antigênicas; a secreção de IL-1, IL-3, IL-6, fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSG) e TNF-alfa → Que estimulam → as células B a produzir mais anticorpos FATORES HORMONAIS Estradiol, testosterona, progesterona, deidroepiandrosterona (DHEA) e a prolactina apresentam importantes funções imunorreguladoras. NAS MULHERES COM LES: • Níveis plasmáticos de testosterona, progesterona e DHEA estão • Estradiol e prolactina estão NOS HOMENS COM LES: • Nível plasmáticos de DHEA: • Prolactina: • Testosterona e estradiol: inalterados ESTRÓGENO → estimula → timócitos, células TCD4 e CD8, células B, macrófagos → A → liberação de citocinas, expressão do HLA, expressão de moléculas de adesão (VCAM/ICAM) → Ao contrário → ANDRÓGENOS → tendem a ser → imunossupressores → já a PROGESTERONA → Suprime a proliferação de células T e o número de células CD8 ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS Quebra da tolerância imunológica → decorrente → de uma série de alterações da resposta imune em indivíduos geneticamente predispostos e sob efeitos de fatores desencadeantes → com → apresentação de autoantígenos → por células apresentadoras de antígenos altamente competentes → ativam linfócitos T autorreativos → na falha de mecanismos regulatórios → linfócitos T autorreativos → estimulam → linfócitos B → produzirem → autoanticorpos → que formarão → imunocomplexos → com consequente → ativação da cascata de complemento, quimiotaxia de neutrófilos e processo inflamatório → levando a → lesão de diferentes tecidos → além disso → a deficiente depuração de material apoptótico e de imunocomplexos circulantes → permitindo que → autoantígenos permaneçam mais tempo na circulação e continuem estimulando o sistema imunológico → favorecendo perpetuação da resposta autoimune ANEXO: FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO LES pode começar de forma aguda (fulminante) ou insidiosa, mas é, por definição, uma doença crônica, remitente e recidivante. MANIFESTAÇÕES GERAIS: • Adinamia • Mal-estar • Fadiga • Perda de peso • Febre MANIFESTAÇÕES ARTICULARES: ARTRITE: pequenas articulações das mãos, punhos e joelhos (90%) • Simétrica • Distal • Caráter migratório e recidivante • Os sintomas duram por volta de 1 – 3 dias em cada articulação • Rigidez matinal (inferior a 1 hora) ARTROPATIA DE JACCOUD • Deformidades redutíveis nas mãos ARTROCENTESE: artrite lúpica tem caracteristicamente pouco ou nenhum derrame articular. PADRÃO: levemente inflamatório, como do complemento e positividade para anticorpo antinuclear. MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS: Podem ser classificadas em ESPECÍFICAS e NÃO ESPECÍFICAS ESPECÍFICAS DE LES AGUDAS LESÃO CARACTERÍSTICA: eritema malar - Lesão em asa de borboleta – (30 – 40%) - erupção sobre as bochechas e o nariz • Início agudo • Eritematosa • Sobrelevada • Não dolorosa ou pruriginosa • Desencadeada após exposição solar (fotossensibildiade) DADOS QUE SUGEREM LESÃO LÚPICA: ausência de pápulas e pústulas (típicas da rosácea) e o não acometimento dos sulcos nasolabiais. SUBAGUDAS • Lesões cutâneas eritematodescamativas difusas (anulares ou policíclicas), não ulcerativas, predominando em MMSS e parte superior do tronco. • A face é geralmente poupada. • As lesões não deixam sequelas, mas são de caráter recidivante, comumente precipitadas pela exposição solar, acompanhadas por sintomas musculares e anormalidades sorológicas (mais comum = anti-Ro (SSA)) • Erupção papuloescamosa (lenticular) que simula psoríase. Ou lesões eritematoanulares, policíclicas, que simulam o eritema anular centrífugo. • Existe uma forma de erupção lúpica que se desenvolve nas mãos, tida por muitos como bastante sugestiva dessa condição. Há envolvimento do dorso das falanges de forma a poupar os nós articulares das interfalangianasm numa espécie de “espelho” do sinal de Gottron da polimiosite. CRÔNICAS LESÕES CRÔNICAS – Lesões discoides (15 – 20% dos casos) • LOCALIZAÇÃO: face, pescoço, couro cabeludo e pavilhão auricular. • CARACTERIZADO INICIALMENTE: placas eitematosas, infiltradas e hiperpigmentadas, que evoluem lentamente com uma cicatriz despigmentada e atrófica, principalmente no centro da lesão. • PROGRESSÃO: rolha córnea e atrofia central FOTOSSENSIBILIDADE ÚLCERAS ORAIS E NASAIS (25-45% dos casos) • LOCALIZAÇÃO: palato duro ALOPECIA (Difusa ou frontal) • Bom marcador de agudização da doença PANICULITE DE KAPOSI: forma rara do lúpus cutâneo crônico, caracterizado pela presença de nódulos firmes e dolorosos no tecido subcutâneo, às vezes evoluindo com atrofia. NÃO ESPECÍFICAS 1.ALOPÉCIA NÃO DISCOIDE → (40-70%) reversível como controle da atividade de doença. É causada por nas taxas de apoptose celular nos folículos pilosos. 2.VASCULITE CUTÂNEA → (20%) manifestando-se como lesões purpúricas/petequiais ou lesões urticariformes. Nos casos mais graves, podem surgir úlceras cutâneas (úlcera maleolar) e até necrose digital. 3.LIVEDO RETICULAR E TELANGIECTASIAS → presença de vasoespasmo das arteríolas ascendentes da derme intercalado com arteríolas dilatadas → aspecto escamoteado ou marmóreo da pele 4.FENÔMENO DE RAYNAUD → causado pelo vasoespasmo episódico das pequenas artérias digitais, manifestando-se com a sequência palidez-cianose- rubor. 5.LÚPUS BOLHOSO 6.ÚLCERAS MUCOSAS → ocorrem no palato, lábios, septo nasal, vagina, lembrando úlceras aftosas em seu aspe. MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES: 1.PERICARDITE (55% dos casos) 2.DERRAME PERICÁRDICO 3.MIOCARDITE (25% dos casos) • Taquicardia inexplicável • Alterações do segmento ST no ECG • do volume cardíaco 4.ENDOCARDITE DE LIBMAN-SACKS (43% dos casos) • Lesões verrucosas localizadas nas valvas aórticas e mitral • Pode causar insuficiência mitral e/ou aórtica de grau leve a moderado → explica o sopro orgânico. • Manifestação mais temida → embolia arterial MANIFESTAÇÕES PULMONARES: 1.Envolvimento pulmonar ou pleural (50% dos casos) 2.PLEURITE – 50% (manifestação mais comum) 3.DERRAME PLEURAL – 30% • Unilateral (sem predomínio de lado), ou mais comumente bilateral, • Sempre um exsudato • Níveis de glicose normais (diferencia do derrame da AR). • Os níveis de complemento estão • Detecção de FAN no líquido pleural possa sugerir LES 4.PNEUMONITE – 10% → acompanhada de febre, tosse, hemoptise, pleurisia e dispneia 5.FIBROSE INTERSTICIAL – 5% 6.HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR – < 5% 7.“SÍNDROME DO PULMÃO CONTRAÍDO” – < 5% → rara, os pacientes desenvolvem queixas de dispneia com RX de tórax com elevação da cúpula diafragmática, sem alterações no parênquima. Provavelmente, o problema encontra-se na fraqueza diafragmática, pela miosite lúpica. 8.TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 9.HEMORRAGIA ALVEOLAR MANIFESTAÇÕES RENAIS 1.PROTEINÚRIA > 500 MG/24 H OU +3 NO EAS – 50% 2. CILINDROS CELULARES NA URINÁLISE – 50% 3. SÍNDROME NEFRÍTICA – 30-40% 4. SÍNDROME NEFRÓTICA – 25% 5. NEFRITE INTERSTICIAL 6. INSUFICIÊNCIA RENAL – 5-10% PRINCIPAL ALVO: glomérulos FISIOPATOLOGIA DA NEFRÍTE LÚPICA: deposição dos imunocomplexos DNA/anti-DNA. A ativação do complemento é outro achado, sendo encontrados depósitos de C3, C4 e C1q. RESPOSTA TERAPÊUTICA: A quantificação dos níveis séricos de anti-DNAds e complemento (principalmente C3) é útil para o monitoramento da atividade e resposta terapêutica da nefrite lúpica. MANIFESTAÇÕES NEUROPSIQUIÁTRICAS 1.SINTOMAS NEUROLÓGICOS E PSIQUIÁTRICOS (37-95%) 2.DISFUNÇÃO COGNITIVA 3.CEFALEIA 4.DISTÚRBIOS DE HUMOR 5.ANSIEDADE 6.DOENÇA CEREBROVASCULAR 7.CONVULSÕES 8.MIELOPATIA 9.DISTÚRBIOS DE MOVIMENTOS 10.SÍNDROMES DESMIELINIZANTE 11.MENINGITE ASSÉPTICA 12.NEUROPATIA 13. PSICOSE LÚPICA → (critério diagnóstico da doença) manifesta-se geralmente no 1º ano de doença como um quadro de delirium, com estado confusional, ilusões persecutórias, alucinações auditivas ou visuais e flutuação do nível de consciência. ANTÍGENOS: O anti-P sugere que o distúrbio psiquiátrico seja resultante da atividade lúpica. CAUSA DE AVE isquêmico no LES: (1) trombose cerebral na síndrome do anticorpo antifosfolipídio (2) embolia cerebral na endocardite de Libman- -Sacks (3) vasculite cerebral (4) embolia arterioarterial a partir de doença aterosclerótica carotídea ou vertebral. AVE HEMORRÁGICO → incidência em pacientes lúpicos. MANIFESTAÇÕES VASCULARES 1.ERITEMA PALMOPLANTAR 2.FENÔMENO DE RAYNAUD (16 – 4-% dos casos) • Decorrente da reação vasomotora exacerbada • LOCAIS: pontas dos dedos, orelha, nariz e língua • Pode ou não apresentar as 3 fases (isquemia, estase e vasodilatação) MANIFEESTAÇÕES LINFONODAIS: 1.LINFADENOMEGALIA (40% dos casos) • Indolor e não aderente nas regiões axilar ou cervical MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS 1.ANEMIA – 70% 2. LEUCOPENIA – 65% 3. LINFOPENIA – 50% 4. TROMBOCITOPENIA – 15-25% 5. ESPLENOMEGALIA – 15% 6. LINFADENOPATIA – 15% 7. ANEMIA HEMOLÍTICA – 10% 8. COAGULOPATIA – 5-15% ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA • Pode ser grave e se instalar rapidamente • Cor anêmico MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS 1.ELEVAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS – 40% 2. ANOREXIA, NÁUSEAS, VÔMITOS, DIARREIA – 30% 3. HEPATOMEGALIA – 30% 4. PANCREATITE – 8% 5. VASCULITE MESENTÉRICA – 5% 6. PERITONITE/ASCITE – < 5% 7. HEPATITE AUTOIMUNE (Hepatite Lipoide) Caso haja dor abdominal difusa importante num paciente com LES, com ou sem descompressão dolorosa, pensar em 3 possibilidades principais: 1 – Peritonite (Serosite) 2 – Vasculite Mesentérica 3 – Pancreatite MANIFESTAÇÕES OCULARES CERATOCONJUNTIVITE SECA (SJÖGREN) – 15% CONJUNTIVITE/EPISCLERITE – 10% VASCULITE RETINIANA (CORPOS CITOIDES) – 5% CLASSIFICAÇÃO DA NEFRITE LÚPICA *Pode cursar com síndrome nefrítica e/ou síndrome nefrótica Anexo: Classificação da nefrite lúpica DIAGNÓSTICO Critérios diagnóstico ACR – Anexo Critérios diagnósticos SILIC – Outro anexo ACHADOS LABORATORIAIS • Anemia normocrômica e normocítica e/ou anemia hemolítica • Teste de coombs positivo • Reticulocitose • Leucopenia • Plaquetopenia • Alterações do sedime. urinário → proteinúria, hematúria e cilindrúria • VHS • PCR • plasmática do fibrinogênio • hipocomplementemia Consumo de fatores do complemento → o complemento hemolítico funcional total (CH50) e os níveis de C3 e C4 séricos → A nefrite lúpica cursa com os menores níveis séricos de complemento FATOR ANTINUCLEAR (FAN) MÉTODO: imunofluorescência ALTA SENSIBILIDADE para LES (+ 98% dos pacientes tem FAN +) Pode ser usado como TESTE DE TRIAGEM SIGNIFICATIVO com um título ≥ 1:80. BAIXA ESPECIFICIDADE –outras doenças também podem ter FAN+. (esclerose sistêmica (90%), da sínd. de Sjögren (70%) e da AR (35%)). FAN NÃO É UM ANTICORPO ESPECÍFICO! e sim um teste que avalia a presença de um ou mais autoanticorpos. “Pesquisa de Anticorpos contra Antígenos Celulares” → pois detectam-se autoanticorpos contra diversos constituintes da célula. COMO É FEITO O TESTE: cultura de células de tumor epitelial humano, dispostas em lâmina, é derramado o soro do paciente. Os autoanticorpos, quando presentes, se fixam nas estruturas celulares. A lâmina então é lavada e, em seguida, tratada com anticorpos anti-imunoglobulina humana ligados à fluoresceína. Após esse processo, apenas os locais em que os anticorpos se ligaram ficarão fluorescentes. Com um microscópio especial, o examinador observa o padrão de fluorescência. São descritos 28 padrões diferentes de imunofluorescência. AUTOANTICORPOS ESPECÍFICOS ANTINUCLEARES: anti-DNA, anti-SM, anti-RNP, anti-RO (SS-A), anti-La (SS-B) e anti-histonas Anticitoplasmáticos: anti-P ANTIMEMBRANA CELULAR: anticorpos antilinfócito, antihemácia, antiplaquetas e antineuronais ANTIFOSFOLIPÍDIO ANTI-DNA NATIVO 2 TIPOS: anti-DNA dupla-hélice (E = 95%; relação com a atividade da doença e com a nefrite lúpica; presente em 70-75% dos pacientes) e anti-DNA hélice única (inespecífico). MAIS CARACTERÍSTICO de LES se ligam ao próprio DNA nuclear RELACIONADO À LESÃO RENAL (Altos títulos → forma grave da nefrite lúpica (classe IV), o acompanhamento de seus níveis é importante para avaliar reposta terapêutica) ANTI-SM (Smith) MAIS ESPECÍFICO para LES (E=99%), está presente em 30% dos casos PROTEÍNA que se encontra complexada a pequenas partículas de RNA nuclear, formando o snRNP (Ribonucleoproteína Nuclear Pequena). NÍVEIS não se alteram com mudanças na atividade de doença ANTI-RNP: É COMPLEXADO a pequenas partículas de RNA nuclear → forma o snRNP. (Ribonucleoproteína nuclear pequena) ALTOS TÍTULOS está associada à Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC)e às síndromes de overlap com a esclerodermia e a polimiosite. PRESENTE em 40% dos casos de LES. ANTI-HISTONAS AUTOANTICORPOS contra diversos tipos de histona – proteínas estruturais do núcleo que se ligam às cadeias de DNA dupla hélice. TIPOS H1, H2, H3 e H4. RELACIONADOS AO LÚPUS INDUZIDO POR DROGAS (procainamida e quinidina → anti-H2; hidralazina e clorpromazina → anti-H1, H3, H4). PRESENTES em 95-100% desses pacientes. No LES idiopático, sua prevalência é de 70%. ANTI-RO (SS-A) E ANTI-LA (SS-B): SÃO fosfoproteínas complexadas a fragmentos de RNA nuclear. GERALMENTE aparecem em conjunto. anti-Ro (SS-A) está presente em 30% dos casos de LES, enquanto o anti-La (SS- B) encontra-se em apenas 10%. REAGEM à mesma estrutura, porém, atacam um epítopo diferente. ASSOCIADOS à síndrome seca (Sjögren), freq. relacionada ao LES. ANTI-RO (SS-A): relaciona-se ao lúpus cutâneo subagudo, à fotossensibilidade, à vasculite cutânea e à doença pulmonar intersticial. ANTI-RO (SS-A): presente nos raros casos de LES com FAN -. AMBOS TÊM CORRELAÇÃO - com a nefrite lúpica, isto é, pacientes anti-Ro+/ anti-La + tem menos chance de nefrite. ANTI-P: PROTEÍNA ligada aos ribossomos, estruturas citoplasmáticas que contêm RNA (RNA ribossômico). PRESENTES em 20% dos casos de LES e CORRELACIONAM-SE com psicose lúpica e depressão. ANTICORPOS ANTIMEMBRANA: “Se ligam a antígenos da superfície de algumas células.” EXEMPLOS: ANTICORPOS ANTI-HEMÁCIA → classe IgG, (60% dos pacientes com LES) (Uma pequena proporção dos pacientes com autoanticorpos anti- -hemácia desenvolve anemia hemolítica Coombs positiva) ANTICORPOS ANTILINFÓCITO → (prevalência de 70%) → responsáveis pela alta frequência de linfopenia nos pacientes lúpicos. ANTICORPOS ANTIPLAQUETA → (prevalência de 30%) → Cerca de 15% dos pacientes + para autoanticorpos antiplaqueta fazem trombocitopenia autoimune. ANTICORPOS ANTINEURONAIS → (prevalência de 60%). ANTIFOSFOLIPÍDIO Composto por 3 elementos: (1) anticoagulante lúpico (2) anticardiolipina (3) Anti-β2 Glicoproteína 1 SUA presença é o marco laboratorial da síndrome antifosfolipídio. Pelo menos 1 dos 3 é encontrado em cerca de 50% dos casos de LES DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL *Doença de manifestação articular • Infecções virais (Citomegalovirus, Epstein-Barr, Parvovírus-B19) • Infecções por bactérias, fungos e parasitas • Neoplasias → linfomas • Artrite reumatoide • Esclerose sistêmica TRATAMENTO O tratamento visa: • Controle dos sintomas • Prevenção e/ou redução das complicações • da sobrevida do paciente TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO ORIENTAÇÕES GERAIS e APOIO FAMILIAR E SOCIAL • Necessitam de REPOUSO RELATIVO → 10 horas de sono por noite e um cochilo a tarde costumam ser suficiente (por conta da fadiga) • Uso de PROTETOR SOLAR (de preferência > 30 FPS) – evitar exposição solar. • EVITAR MEDICAMENTOS que potencializam os efeitos tóxicos da luz UV (tetraciclinas e psoralenos) • Evitar uso de anticoncepcionais com de estrógeno • DIETA BALANCEADA (Rica em cálcio, fazer suplementação de vitamina D) → Alguns estudos mostram que reumatologistas orientam seus pacientes a não ingerirem ALFAFA. A substância L-canavanina, presente nesta leguminosa, pode induzir atividade do LES. Alimentos que contêm psoralenos (figo, aipo e salsa) devem ser evitados. (potencializa a toxicidade da luz UV). ÓLEO DE PEIXE (ácido ômega-3) → exerce efeitos anti-inflamatórios → benéfico em pacientes lúpicos ou com outras doenças autoimunes. • ESTRESSE, ocasionado por cirurgias, infecções ou mesmo pressão psicológica, pode exacerbar a doença e exigir tratamento adicional • O LES o risco cardiovascular → medidas visando a de fatores de risco: Monitorização e controle da PA, glicemia e perfil lipídico, além de dieta saudável e abandono do tabagismo. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ANTIMALÁRICOS: EXEMPLOS: Hidroxicloroquina (até 400mg/dia ou 5 mg/kg/dia) Cloroquina (250 – 500 mg/dia) INDICAÇÃO: Utilizados no controle das manifestações dermatológicas, no controle da fadiga, nos episódios de artrite. MECANISMO DE AÇÃO: envolve “imunomodulação” EFEITOS: riscos de recidiva, e tem efeitos antitrombóticos e hipolipemiante (ajuda a o risco cardiovascular) OBSERVAÇÃO: Pacientes assintomáticos e com LES em remissão geralmente são mantidos com doses profiláticas de antimaláricos indefinidamente (ex.: hidroxicloroquina 200 mg 3x/semana) → o número de recidivas. AINES EXEMPLO: Ibuprofeno INDICAÇÃO: auxiliam no controle das manifestações musculoesqueléticas (artralgia, artrite e miosite) e também nas serosites (pleurite, pericardite). EFEITO COLATERAL CLÁSSICO: (principalmente com o ibuprofeno) Meningite asséptica. Toxidade hepática e renal devem ser suspeitadas mediante a de aminotransferases e escórias nitrogenadas. Risco de hipertensão arterial induzida ou agravada por AINES → o risco de infarto agudo do miocárdio se mantidos a longo prazo. OBSERVAÇÃO: Ao menor sinal de nefrite lúpica, os AINEs devem ser interrompidos. CORTICOESTEROIDES TIPOS: FORMULAÇÕES TÓPICAS: (hidrocortisona e betametasona) FORMULAÇÕES ORAIS: (prednisona) FORMULAÇÕES PARENTERAIS: (metilprednisolona). Quando se pretende um efeito anti-inflamatório, devemos prescrevê-los em doses baixas (0,5 mg/kg/dia). Altas doses (1-2 mg/kg/dia) devem ser utilizadas objetivando um estado de imunossupressão. OBSERVAÇÃO: O paciente lúpico tem risco de osteoporose, tanto pelo uso de corticoides quanto pelo baixo grau de atividade física e pouca exposição ao sol. Recomenda- se reposição de cálcio (1.500 mg/d) e vitamina D (800 U/d) nas pacientes em menopausa e em todos os usuários de corticoides; a prescrição de bisfosfonados em doses profiláticas (ex.: alendronato 35 mg/ semana) agora faz parte das recomendações para quaisquer pacientes que utilizem corticoides em doses ≥ 5 mg/dia de prednisona (ou equivalente) por mais de três meses. EFEITOS COLATERAIS: Fácies cushingoide, ganho de peso, hipertensão, ACNE, fragilidade capilar, osteoporose, glaucoma, hirsutismo, hipocaleia e miopatia CITOTÓXICOS EXEMPLOS: Ciclofosfamida, micofenolato e azatioprina INDICAÇÃO: Manifestações mais graves da doença (glomerulonefrites proliferativas como principais exemplos). COMPROMETIMENTO CUTÂNEO: LESÕES CUTÂNEAS LOCALIZADAS: corticoesteroides tópicos (inicialmente de baixa potência, hidrocortisona, podendo a potência para um betametasona = média potência) + antimaláricos (1ª opção: Hidroxicloroquina 400 mg/dia; 2ª opção: cloroquina na dose de 250 mg/dia) LESÕES EXUBERANTES: prednisona: dose < 0,5 mg/ kg/ dia LESÕES REFRATÁRIAS: metotrexato, azatioptina ou talidomida COMPROMETIMENTO ARTICULAR: AINES ou inibidores específicos da COX-2 (ibuprofeno, diclofenaco) CASOS NÃO RESPONSIVOS: prednisona em dose baixa CASOS DE ARTRITE INTENSA E REFRATÁRIA: metrotexate, geralmente com boa resposta. COMPROMETIMENTO DE SEROSAS: AINES CASOS NÃO RESPONSIVOS: prednisona (<0,5 mg/kg/dia) COMPROMETIMENTO HEMATOLÓGICO CITOPENIAS: prednisona 0,5-1mg/kg/dia PLAQUETOPENIA OU ANEMIA HEMOLÍTICA: pulsoterapia com metilprednisolona (1g/dia EV por 3 dias) COMPROMETIMENTO RENAL TTO DE INDUÇÃO: solumedrol IV 0,5 – 1g/dia por 3 dias + prednisona VO 0,5- 1mg/kg/dia por 4 semanas, com redução progressiva - IMUNOSSUPRESSOR ASSOCIADO: Ciclofosfamida 0,5 – 1 mg aplicado por mês por 6 meses Micofenolato de mofetila (MFM) 2 – 3g/dia VO TTO DE MANUTENÇÃO: azatioprina 2mg/kg/dia ou MFM 1-2 g/dia – mantido por 3 anos COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO: DECORRENTES DE TROMBOSES VASCULARES → administrar heparina de baixo peso molecular psicose lúpica, a vasculite do SNC e a mielite transversa: prednisona em altas doses ou pulso de metilprednisolona. CASOS GRAVES E RECIDIVANTES DE NEUROLÚPUS: imunossupressores citotóxicos (ex: ciclofosfamida). COMPLICAÇÕES RINS: falência dos rins CÉREBRO: AVC VASOS SANGUÍNEOS: anemia,vasculites PULMÕES: pleurisia CORAÇÃO: infarto Infecções Neoplasias PROGNÓSTICO Melhor prognóstico com a introdução dos corticoesteroides → sobrevida Diagnóstico precoce, melhores opções terapêuticas e controle das condições mórbidas associadas implicam em melhor prognóstico CLASSIFICAÇÃO DA NEFRÍTE LÚPICA CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA DA LES Cada gene → afeta algum aspecto → da IMUNORREGULAÇÃO; da DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS; do TRANSPORTE DE PEPTÍDEOS por membranas celulares; COMPLEMENTO; FAGOCITOSE; IMUNOGLOBULINAS e APOPTOSE → As diferentes combinações dos defeitos dos genes → podem causar → respostas imunológicas e patológicas distintas → resultando em → EXPRESSÕES CLÍNICAS DIFERENTES: FATORES GENÉTICOS - TESTOSTERONA; PROGESTERONA e DHEA: - ESTRADIOL e PROLACTINA: - ESTRÓGENO → estimula → timócitos, células TCD4 e CD8, células B, macrófagos → A → liberação de citocinas, expressão do HLA, expressão de moléculas de adesão (VCAM/ICAM) - ANDRÓGENOS → tendem a ser → imunossupressores - PROGESTERONA → Suprime a proliferação de células T e o número de células CD8 FATORES HORMONAIS INFECÇÕES Vírus Epstein-barr → estimula células específicas do sistema imune → gatilho para início da LES EXPOSIÇÃO À LUZ ULTRAVIOLETA LUZ ULTRAVIOLETA → estimula → queratinócitos → à: - Induzem APOPTOSE dessas células; - Promovem LESÃO DIRETA DO DNA; - Modificam as PROTEÍNAS NUCLEARES que serão expressas na membrana, tornando-as mais antigênicas; - a secreção de IL-1, IL-3, IL-6, fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSG) e TNF-alfa → Que estimulam → as células B a produzir mais anticorpos FATORES AMBIENTAIS Quebra da tolerância imunológica → decorrente → de uma série de alterações da resposta imune em indivíduos geneticamente predispostos e sob efeitos de fatores desencadeantes → com → apresentação de autoantígenos → por células apresentadoras de antígenos altamente competentes → ativam linfócitos T autorreativos → na falha de mecanismos regulatórios → linfócitos T autorreativos → estimulam → linfócitos B → produzirem → autoanticorpos → que formarão → imunocomplexos → com consequente → ativação da cascata de complemento, quimiotaxia de neutrófilos e processo inflamatório → levando a → lesão de diferentes tecidos além disso favorecendo perpetuação da resposta autoimune. ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS
Compartilhar