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DESAFIO Para responder a este desafio você deverá focar na contextualização das normas sociais e a sua relação com o comportamento desviante. Vamos ao desafio! As estatísticas mostram que no Brasil, nos últimos oito anos, a quantidade de fumantes diminuiu muito. Se, por um lado, há diversas leis antifumo que apareceram nestes últimos anos, por outro lado, iniciou- se uma onda de conscientização dos males do cigarro. Não se pode mais, por exemplo, fazer propagandas de cigarro na televisão. Além disso, todo maço de cigarro vem, no verso, com imagens sobre suas consequências a longo prazo. As normas jurídicas são um sintoma de que as normas sociais se modificaram. Hoje em dia, os fumantes são mal vistos em várias ocasiões, principalmente entre aqueles não fumantes, o que criou uma identidade estigmatizada. Dez anos atrás, pelo contrário, fumar era sinônimo de descontração e virilidade. Além disso, era permitido fumar em quase todos os locais públicos. Em outros países, como a Alemanha, as pessoas começam a fumar desde muito cedo e isso é levado como algo comum. Dado isso, responda às seguintes questões: a) Como tratar do desvio se ele é algo que muda de acordo com o tempo e o espaço? b) O controle social é capaz de formar maior conformação e transformar as condutas dos indivíduos ou ele só cria a estigmatização de algumas identidades desviantes? Orientação de resposta - Reflita sobre a característica contextual das normas sociais e do desvio. - Discuta a relação entre controle social e estigmatização. Padrão de resposta esperado Como toda norma social, seus desvios correspondentes são relativos a um tempo e um espaço específico. Esse é o significado de contextualização do desvio: tratá-lo em um tempo (os anos 2010, por exemplo) e em um espaço (o Brasil). Sem a contextualização, não se pode falar em desvio, pois ele não existe em absoluto e sem remissão a uma determinada sociedade. Por isso, é importante acompanhar o movimento de transformação social no Brasil para discutir a estigmatização do fumante no país. Portanto não faz sentido falar da mesma questão dez anos atrás ou em outro lugar, como na Alemanha. O controle social, no Brasil, vem de diversas formas, desde as sanções formais, jurídicas, até as sanções informais, de reação social. A estigmatização é uma forma de controle social que se cola na identidade de uma pessoa. Ser fumante passa a ser algo que importa na aparência social da pessoa, diferente de outras escolhas, como beber suco artificial, comer sanduíche ou gostar de jogar vídeo game. Como controle social, o estigma pode sim impulsionar a transformação da pessoa para uma maior conformação social, seja para o bem ou para o mal. 1. Entre as opções abaixo, qual pode ser definida como controle social formal? A. Vergonha. Vergonha é um controle social informal. B. Xingamento público. O xingamento público é uma censura que não configura controle formal. C. Insulto verbal. O insulto verbal não pode ser controle formal porque não é institucional. D. Advertência por escrito. A advertência por escrito configura controle social formal, porque apela para o caráter institucional, seja no trabalho ou no condomínio. E. Invisibilidade social. A invisibilidade social é uma estigmatização que se dá no imaginário social e não na esfera formal institucional. 2. Qual dos argumentos abaixo serve para fundamentar funcionalmente a existência de sanções ao comportamento desviante para a sociedade? A. A prevenção de que este desvio não se torne a regra. Essa é a explicação dada principalmente pelo funcionalismo. Segundo ele, se o desvio for socialmente aceito, todos podem passar a cometê-lo, e a norma social enfrentada perde o sentido. B. A demonstração de poder e rigor de uma sociedade. A demonstração de poder, por si só, não pode ser fundamento da sanção, sem se fazer remissão à função dessa demonstração na sociedade. C. A retribuição daquilo que foi feito, na mesma medida. A relação de retribuição do mal não é uma fundamentação funcional, mas moral. D. A justiça em relação à vítima. Justiça aqui é um argumento moral e não funcional. Só se torna funcional se se der mais um passo na argumentação sobre a função da justiça. E. A vingança, para tranquilizar aqueles afetados pelo desvio. A tranquilização pode ser uma função, não uma função social, e sim privada, pois tranquiliza uma pessoa. Somente dando mais um passo na argumentação, dizendo-se que a vingança tem uma função social é que se poderia fazer essa ligação. 3. Um desvio pode sociologicamente ser definido como: A. Uma perversão. Uma perversão é algo que se reproduz no âmbito privado. B. A não conformação às normas sociais. O desvio é justamente o outro lado da moeda das normas sociais. C. Impulsos patológicos de agentes sociais. O desvio não é visto sociologicamente como uma patologia, porque ele não diz respeito a uma doença de um indivíduo, mas à falta de conformação a normas sociais. D. Um comportamento criminoso. O comportamento criminoso é uma das formas de desvio, mas não pode defini-lo, uma vez que vários comportamentos desviantes não são criminosos. E. Violência física. A violência física pode, dependendo do contexto, não ser considerada um desvio, mas sim normalidade. Um exemplo é o castigo físico de escravos, até o final do século XIX no Brasil. 4. A frase “comportamento desviante é o comportamento que as pessoas rotulam de desviante” diz respeito à qual teoria do desvio? A. Teoria da anomia. Anomia é um diagnóstico da teoria de Durkheim que tem a ver com a desintegração das normas sociais como um todo e não diz sobre a criação do desvio. B. Teoria da transmissão cultural. Para a teoria da transmissão cultural, o desvio é um aprendizado dentro de grupos, mas não discute o que é o desvio para a sociedade. C. Teoria das atividades de rotina. Segundo esta teoria, o desvio é a convergência da situação ideal ao impulso do ator social e não tem a ver com a visão social do indivíduo. D. Teoria da associação diferencial. A teoria da associação diferencial relaciona dois âmbitos diferentes para o comportamento desviante, mas não questiona aquilo que é o desvio na sociedade. E. Teoria do rótulo. A frase do enunciado é de Howard Becker, que entende que o desvio tem a ver com rótulos sociais, portanto com construtos sociais que recaem mais sobre alguns grupos que em outros. 5. Segundo a teoria do desvio de Robert Merton, pode-se afirmar que um indivíduo que concorda com as mesmas metas sociais de um contexto, mas utiliza meios socialmente não aceitáveis para atingi-las é caracterizado como: A. Inovador. O inovador é aquele que concorda com as metas da sociedade, mas utiliza meios considerados inapropriados para atingi-las . B. Retraído. O retraído discorda tanto das metas quanto dos meios. C. Rebelde. O rebelde discorda das metas e dos meios e faz ambos de formas distintas. D. Burocrata. Burocrata é um exemplo de ritualista, que se fixa somente nos meios sociais aceitáveis. E. Ritualista. O ritualista concorda com os meios, mas não persegue as metas ligadas a eles. Para responder a este desafio você deverá focar na contextualização das normas sociais e a sua relação com o comportamento desviante. Vamos ao desafio! Orientação de resposta
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