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sl-073fv-22-sefaz-am-assis-adm

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CÓD: SL-073FV-22 7908433217534
SEFAZ-AM
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA
AMAZONAS SEFAZ-AM
Assistente Administrativo da Fazenda Estadual
EDITAL N° 01, DE 07 DE FEVEREIRO DE 2022
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
· Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
· Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
· Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
· Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
· Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
· Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
· Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
Se prepare para o concurso público
O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras disciplinas.
Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você, através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
 (
DICA
) (
Como
 
passar
 
em
 
um
 
concurso
 
público?
)
Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
· Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
· Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
· Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
· Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir focado, tornando o processo mais prazeroso;
· Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
· Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes com seu sucesso.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br
Vamos juntos!
 (
DICA
)
Língua Portuguesa
1. Interpretação De Texto: Decodificação Dos Diversos Tipos De Mensagem. Compreensão De Texto: Observação Dos Processos Que Constroem Os Significados Textuais. Os Modos De Organização Discursiva: A Descrição, A Narração, A Exposição Informativa E A Ex- posição Argumentativa.	01
2. A Linguagem E A Lógica. As Estruturas Linguísticas No Processo De Construção De Mensagens Adequadas. A Pragmática Na Lingua- gem: O Significado Contextual. A Linguagem Lógica E A Figurada. As Funções Da Linguagem.os Diversos Níveis De Linguagem. A Orga- nização Das Frases Nas Situações Comunicativas: A Colaboração E A Relevância; Os Atos De Fala	02
3. A Semântica Vocabular: Antônimos, Sinônimos, Homônimos, Parônimos E Heterônimos	09
4. Os Tipos De Discurso: Direto, Indireto E Indireto Livre	09
Raciocínio Lógico-Matemático
1. Lógica: proposições, valores verdadeiro/falso, conectivos “e” e “ou”, implicação, negação, proposições compostas, proposições equiv- alentes, tabelas-verdade	01
2. Números racionais e suas operações	23
3. Porcentagem	27
4. Proporcionalidade	28
5. Conjuntos e suas operações	29
6. Diagramas lógicos	01
7. Álgebra básica: equações e sistemas do primeiro grau	33
8. Medidas de comprimento, massa, área, volume e tempo	38
9. Geometria básica: polígonos,
ângulos, perímetro e área	40
10. Princípios simples de contagem e probabilidade	45
11. Problemas de raciocínio envolvendo situações do cotidiano	01
Noções de Tecnologia da Informação
1. Conceito de internet e intranet. Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a internet/intranet.	01
2. Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e de redes sociais.	04
3. Noções de sistema operacional (ambiente Windows).	09
4. Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia.	19
5. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office).	20
6. Redes de computadores.	25
7. Conceitos de proteção e segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spy- ware etc.)	30
Noções de Contabilidade Geral
1. Princípios contábeis fundamentais	01
2. Patrimônio: componentes patrimoniais: ativo, passivo e situação líquida (ou patrimônio líquido). Diferenciação entre capital e patrimônio.Equação fundamental do patrimônio. Representação gráfica dos estados patrimoniais	08
3. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais	12
4. Provisões em geral	48
5. Escrituração: conceito e métodos – lançamento contábil: rotina e fórmulas. Processo de escrituração. Escrituração de operações fi- nanceiras. Livros de escrituração: obrigatoriedade, funções e formas de escrituração. Erros de escrituração e suas correções	63
6. Sistema de partidas dobradas	66
 (
ÍNDICE
)
Noções de Administração Geral
1. Conceitos básicos: administração, organização, eficiência, eficácia, efetividade. Teoria geral da Administração. Processo administrati- vo: funções de planejamento, organização, direção e controle. Níveis hierárquicos. Papéis e competências gerenciais	01
2. Principais tipos de decisões. Processo de resolução de problemas	14
3. Planejamento: definição, processo, níveis. Aspectos comportamentais da organização: liderança, motivação, comunicação e de- sempenho. Critérios de departamentalização: funcional, territorial ou geográfico, por produto, por cliente, por processo, unidade de negócio, projetos. Estrutura funcional e estrutura matricial. Condicionantes da estrutura organizacional. Processo de controle: definição e elementos	01
4. Enfoque da Qualidade	20
5. Noções de administração de materiais e logística	35
6. Noções de gerenciamento de projetos	54
Noções de Administração Financeira e Orçamentária
1. Orçamento Público: conceitos e princípios orçamentários.	01
2. Orçamento segundo a Constituição de 1988: Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Financeiras - LDO e Lei Orça- mentária Anual - LOA	10
3. Classificação econômica da Receita e da Despesa pública. Conceito e estágios da Receita e da Despesa pública.	11
Noções de Direito Administrativo
1. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. Extinção do ato administrativo: cassação, anulação, revo- gação e convalidação.	01
2. Agentes públicos: conceito. Espécies. Cargo, emprego e função pública.	11
3.	Lei nº 1.762/1986.	22
4. Poderes da Administração Pública: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Uso e abuso do poder	36
5. Princípios da Administração Pública.	42
6. Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração. Administração direta e indireta. Au- tarquias, fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista.	44
7. Controle da Administração Pública. Controle exercido pela Administração Pública. Controle judicial. Controle legislativo.	47
8. Processo administrativo.	52
9. Lei Estadual nº 2.794/2003	59
10. Lei Estadual nº 4.040/2014.	65
11. Licitações e contratos administrativos: conceito; finalidades; princípios; objeto; normas gerais, em especial a Lei nº 14.133/2021.	69
12. 	Direito de acesso à informação no Brasil: normas constitucionais, Lei nº 12.527/2011 e Decreto nº 7.724/2012 (Regulamenta a Lei nº 12.527/2011).	79
13. Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público: Capítulos II e IV da Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD).	93
Noções de Direito Constitucional
1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: princípios fundamentais.	01
2. Aplicabilidade das normas constitucionais. Normas de eficácia plena, contida e limitada. Normas programáticas.	01
3. Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políti- cos, partidos políticos.	02
4. Organização político-administrativa do Estado. Estado federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal, municípios e territóri- os.	09
5. Administração Pública: disposições gerais. Servidores públicos.	11
6. Poder executivo: atribuições e responsabilidades do Presidente da República.	14
7. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária.	15
Noções de Direito Tributário
1. Tributo: conceito e classificação (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições diver- sas).	01
2. Normas gerais de direito tributário. Legislação tributária (Constituição, emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos, resoluções do Senado Federal, decretos e normas complementares). Vigên- cia e aplicação da legislação tributária. Interpretação e integração da legislação tributária.	12
3. Obrigação tributária. Obrigação tributária principal e acessória. Hipótese de incidência e fato gerador da obrigação tributária. Sujeição ativa e passiva. Solidariedade. Capacidade tributária. Domicílio tributário.	17
4. Sistema Tributário Nacional. Princípios gerais. Tributos de competência da União (impostos, taxas, contribuições de melhoria, em- préstimos compulsórios e contribuições diversas). Tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal (impostos, taxas, con- tribuições de melhoria, contribuições para custeio do regime previdenciário). Tributos de competência dos municípios e do Distrito Federal (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições para custeio do regime previdenciário e contribuição para custeio do serviço de iluminação pública). Repartição das receitas tributárias.	27
 (
ÍNDICE
)
1. Interpretação De Texto: Decodificação Dos Diversos Tipos De Mensagem. Compreensão De Texto: Observação Dos Processos Que Constroem Os Significados Textuais. Os Modos De Organização Discursiva: A Descrição, A Narração, A Exposição Informativa E A Expo- sição Argumentativa.	01
2. A Linguagem E A Lógica. As Estruturas Linguísticas No Processo De Construção De Mensagens Adequadas. A Pragmática Na Lingua- gem: O Significado Contextual. A Linguagem Lógica E A Figurada. As Funções Da Linguagem.os Diversos Níveis De Linguagem. A Orga- nização Das Frases Nas Situações Comunicativas: A Colaboração E A Relevância; Os Atos De Fala	02
3. A Semântica Vocabular: Antônimos, Sinônimos, Homônimos, Parônimos E Heterônimos	09
4. Os Tipos De Discurso: Direto, Indireto E Indireto Livre	09
 (
LÍNGUA
 
PORTUGUESA
)
 (
INTERPRETAÇÃO
 
DE
 
TEXTO: DECODIFICAÇÃO
 
DOS
 
DIVERSOS
 
TIPOS
 
DE
 
MENSAGEM.
 
COMPREENSÃO
 
DE
 
TEXTO:
 
OBSERVAÇÃO
 
DOS
 
PROCESSOS
 
QUE
 
CONS-
TROEM
 
OS
 
SIGNIFICADOS
 
TEXTUAIS. OS
 
MODOS
 
DE
 
ORGANIZAÇÃO
 
DISCURSIVA:
 
A
 
DESCRIÇÃO,
 
A
 
NAR-
RAÇÃO, A
 
EXPOSIÇÃO
 
INFORMATIVA
 
E
 
A
 
EXPOSIÇÃO
 
ARGUMENTATIVA.
)
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode che- gar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpreta- ção trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- quer texto ou discurso e se amplia no
entendimento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto po- de-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimen- to profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram expli- citadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conce- der espaço para divagações ou hipóteses, supostamente conti- das nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre re- leia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos sur- preendentes que não foram observados previamente. Para auxi- liar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamen- te auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já cita- das ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entre- linhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
damental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpre- tação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secundárias.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmen- te imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferen- ciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secun- dárias. O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a iro- nia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pe- quenos intervalos como horas ou mesmo minutos.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o mo- mento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um as- sunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua inten- ção é convencer o leitor a concordar com ele.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informa- ções. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materia- liza em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, aju- dando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como obje- tivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.
 (
LÍNGUA
 
PORTUGUESA
)
 (
10
)
Compreensão e interpretação de textos
Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habi- lidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpre- tação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito, nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no tex- to ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.
· Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.
· Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente ima- gens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
· 
Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal com a não-verbal.
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a este processo é intertextualidade.
	A LINGUAGEM E A LÓGICA. AS ESTRUTURAS LINGUÍS- TICAS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE MENSA-
GENS ADEQUADAS. A PRAGMÁTICA NA LINGUAGEM: O SIGNIFICADO CONTEXTUAL. A LINGUAGEM LÓGICA E A FIGURADA. AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM.OS DI-
VERSOS NÍVEIS DE LINGUAGEM. A ORGANIZAÇÃO DAS FRASES NAS SITUAÇÕES COMUNICATIVAS: A COLABO- RAÇÃO E A RELEVÂNCIA; OS ATOS DE FALA.
Existem muitas linguagens e cada uma delas é composta de diversos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são ele- mentos da linguagem escrita; cores e formas são elementos da linguagem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
A linguagem expressa, cria, produz ou comunica algo. Há linguagens verbais e não verbais. Cada uma delas é composta por diversos elementos. Alguns exemplos: letras e palavras são elementos da linguagem verbal; cores e formas são elementos da linguagem visual; timbre e ritmo são alguns dos elementos da linguagem sonora.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é caracterizada pela comunicação atra- vés do uso de palavras. Essas palavras podem
ser faladas ou es- critas. O conjunto das palavras utilizadas em uma língua é cha- mado de léxico.
Linguagem não verbal
A comunicação não verbal é compreendida como toda a co- municação realizada através de elementos não verbais. Ou seja, que não usem palavras.
	
	Linguagem verbal
	Linguagem não verbal
	
Elementos presentes
	· Palavras
	· Imagens
· Gestos
· Sons
· Expressões corporais e faciais
	
Exemplos
	· Conversas
· Discursos
· Textos
· Rádio
	· Língua de sinais
· Placas de aviso e de trânsito
· Obras de arte
· Dança
Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos, etc.)
A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos populares, transmitir men- sagens e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata. A capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/símbolos é determinada pelo conhecimento de cada pessoa.
Exemplos:
PLACAS	CHARGES
TIRINHAS
GRÁFICOS
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re- curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético.
As figuras de linguagem classificam-se em
· figuras de palavra;
· figuras de pensamento;
· figuras de construção ou sintaxe.
Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplos
...a vida é cigana É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo. (Carlos Drummond de Andrade)
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplo
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal. (Belchior)
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos
· folha de papel
· braço de poltrona
· céu da boca
· pé da montanha
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sentidos físicos.
Exemplo
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sines- tesia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indi- ferença gelada”.
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualida- de, atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabili- za-o.
Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino). O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omi- tida.
Exemplos
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) Comprei um panamá. (chapéu de Panamá) Tomei um Danone. (iogurte)
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como sinédoque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
Exemplo
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistolei- ro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo plural)
(José Cândido de Carvalho)
Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- mente em posição inicial da palavra.
Exemplo
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes veladas.
(Cruz e Sousa)
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um verso ou poesia.
Exemplo
Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdam. (Chico Buarque)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou na prosódia, mas diferentes no sentido.
Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro
quero que você ganhe que [você me apanhe
sou o seu bezerro gritando [mamãe.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som produzido por seres animados e inanimados.
Exemplo
Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras inseto múltiplo reunido
para compor o zanzineio surdo circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Observação: verbos que exprimem os sons são considera- dos onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
Figuras de sintaxe ou de construção
Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; ruptura: anacoluto;
concordância ideológica: silepse.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um perí- odo, frase ou verso.
Exemplo
Dentro do tempo o universo [na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar [do verão.
Dentro da vida uma vida me [conta uma estória que fala [de mim.
Dentro de nós os mistérios [do espaço sem fim! (Toquinho/Mutinho)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deve- riam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem sepa- radas por vírgulas.
Exemplo
Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se. (Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coor- denativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Exemplo
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.
(Rubem Braga)
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um termo já expresso.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a ex- pressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplos
Não os venci. Venceram-me eles a mim.
(Rui Barbosa)
Morrerás morte vil na mão de um forte. (Gonçalves Dias)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, coti- diana, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
Exemplos
Ouvir com os ouvidos. Rolar escadas abaixo. Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue. Repetir de novo.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente su- bentendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, conjunções, preposições e verbos.
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu) Espero venhas logo. (eu, que, tu) Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Camões)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas an- teriormente.
Exemplos
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. (Carlos Drummond de Andrade)
Paciência tenho eu tido... (Antônio Nobre)
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
Exemplos
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. (Manuel Bandeira)
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
Exemplo
...em cada olho um grito castanho de ódio. (Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Silepse
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjeti- vo ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho... (Rachel de Queiroz)
V. Ex.a parece magoado... (Carlos Drummond de Andrade)
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com o sujeito da oração.
Exemplos
Os dois ora estais reunidos... (Carlos Drummond de Andrade)
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pes- soas.
(Machado de Assis)
Silepse de número: Não há concordância do número verbal com o sujeito da oração.
pes.
Exemplos
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários
dos Fili- (Camilo Castelo Branco)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. (Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos ele-
Exemplo
Corria gente de todos os lados, e gritavam. (Mário Barreto)
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráfi- cos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia depen- dendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira
mentos na frase.
de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua e caem em desuso.
Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar gran- de parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entona- ção, e ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão do falante. Nessas situações informais, muitas re- gras determinadas pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da liberdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lin- guagem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Bra- sileiro procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que o diálogo é usado para representar a língua falada.
Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de ví- cios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da lín- gua. A linguagem popular está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc.
A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses gru- pos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vo- cabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “gale- ra”, “mina”, “tipo assim”.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na comida”.
Linguagem regional
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais e empregos de cer- tas palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Os níveis de linguagem e de fala são determinados pelos fa- tores a seguir:
O interlocutor:
Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na co- municação, por isso, esse é um dos fatores determinantes para a adequação linguística. O objetivo de toda comunicação é a bus- ca pelo sentido, ou seja, precisa haver entendimento entre os interlocutores, caso contrário, não é possível dizer que houve comunicação. Por isso, considerar o interlocutor é fundamental. Por exemplo, um professor não pode usar a mesma linguagem com um aluno na faculdade e na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando em quem será o seu parceiro é um fator de adequação linguística.
Ambiente:
A linguagem também é definida a partir do ambiente, por isso, é importante prestar atenção para não cometer inadequa- ções. É impossível usar o mesmo tipo de linguagem entre amigos e em um ambiente corporativo (de trabalho); em um velório e em um campo de futebol; ou, ainda, na igreja e em uma festa.
Assunto:
Semelhante à escolha da linguagem, está a escolha do as- sunto. É preciso adequar a linguagem ao que será dito, logo, não se convida para um chá de bebê da mesma maneira que se con- vida para uma missa de 7º dia. É preciso ter bom senso no mo- mento da escolha da linguagem, que deve ser usada de acordo com o assunto.
Relação falante-ouvinte:
A presença ou ausência de intimidade entre os interlocuto- res é outro fator utilizado para a adequação linguística. Portan- to, ao pedir uma informação a um estranho, é adequado que se utilize uma linguagem mais formal, enquanto para parabenizar a um amigo, a informalidade é o ideal.
Intencionalidade (efeito pretendido):
Nenhum texto (oral ou escrito) é despretensioso, ou seja, sem pretensão, sem objetivo, todos são carregados de inten- ções. E para cada intenção existe uma forma de linguagem que será compatível, por isso, as declarações de amor são feitas di- ferentes de uma solicitação de emprego. Há maneiras distintas para criticar, elogiar ou ironizar. É importante fazer essas consi- derações.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas, como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos históricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-
-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contexto.
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, sintático e lexical.
Variações Morfológicas
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças entre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
· uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-
-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
· a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
· o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
· o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da lingua- gem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humanís-
simo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hi- perpossante (em vez de possantíssimo).
· a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regu- lares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
· a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregula- res: vareia (varia), negoceia (negocia).
Variações Fônicas
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Entre esses casos, podemos citar:
· a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Pe- trópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típi- cas de pessoas de baixa condição social.
· A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipi- ra): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
· deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, pre- guntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
· a queda do “r” final dos verbos, muito comum na lingua- gem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), com- pô.
· o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira.
· a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na lin- guagem oral coloquial.
Variações Sintáticas
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sinta- xe, como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos citar:
· a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
· a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quan- do se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz me irrita.
· ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou na- quela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
· o uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti) e ele.
· o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
· a ausência da preposição adequada antes do pronome re- lativo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
Variações Léxicas
Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e ca- racterizam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exemplos possíveis de citar:
· as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portu- gal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mes- mo que chamamos de suéter, malha, camiseta.
· a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo dos adjetivos, características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
Designações das Variantes Lexicais:
· Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
· Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-
-criadas, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicio- nários. A na computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar.
· Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de ou- tra língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (li- teralmente, “tenhas o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo.
As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibi- lidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de infor- mações básicas).
· Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga.
· Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar).
· Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro: procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de mo- torista).
· Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, arruinou-se).
Tipos de Variação
As variações mais importantes, são as seguintes:
· Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com certa facilidade.
· Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das características da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sota- que gaúcho etc.
· De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns- tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de falar compatível com determinada situação é incompatível com outra
· Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas.
 (
A
 
SEMÂNTICA
 
VOCABULAR:
 
ANTÔNIMOS,
 
SINÔNI-
 
MOS,
 
HOMÔNIMOS,
 
PARÔNIMOS
 
E
 
HETERÔNIMOS.
)
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Co- nheça as principais relações e suas características:
Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam signi- ficado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente <—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signi- ficados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte <—> fraco
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); trá- fego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mes- ma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (verbo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam ape-
nas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresen- tam um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresen- tam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza.
/
Pé da cadeira.
Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de li- mão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipôni- mo. Ex: Limão é hipônimo de fruta.
Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfar- te – infarto / gatinhar – engatinhar.
Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao lon- go do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: bo- tica <—> farmácia / franquia <—> sinceridade.
 (
OS
 
TIPOS
 
DE
 
DISCURSO: DIRETO,
 
INDIRETO
 
E
 
INDIRETO
 
LIVRE.
)
Discurso direto
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador, ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
· Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores completamente bêbados, não é?
Foi aí que um dos bêbados pediu:
· Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é o seu marido que os outros querem ir para casa.
(Stanislaw Ponte Preta)
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é in- troduzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do parágrafo.
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das persona- gens, conserva características do linguajar de cada uma, como termos de gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões re- gionais ou cacoetes pessoais.
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensagem.
Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são: acrescentar
afirmar concordar consentir contestar continuar declamar determinar dizer esclarecer exclamar explicar gritar indagar insistir interrogar interromper intervir mandar
ordenar, pedir perguntar prosseguir protestar reclamar repetir replicar responder retrucar solicitar
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, in- dicar atitudes, estados interiores ou situações emocionais das personagens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, or- denar e outros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou histérica, respondeu irritada, explicou doce- mente.
Exemplo:
· O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nossas vidas.
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem traves- são) entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a seguir:
Estilo 1:
João perguntou:
· Que tal o carro?
Estilo 2:
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas) Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
Estilo 3:
Verbos de elocução no meio da fala:
· Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou
o carro.
· Você, retrucou Antônio, está completamente enganado.
Verbos de elocução no fim da fala:
· Estou vendo que você adorou o carro — disse efusiva- mente João.
· Você está completamente enganado — retrucou Antônio.
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos:
· Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu filho. (Machado de Assis)
· Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis)
· Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cin- quenta e oito. (Machado de Assis)
· Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis) Verbos de elocução depois de orações interrogativas e ex-
clamativas:
· Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com insistência. (Machado de Assis)
· Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis)
· Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis)
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras mi- núsculas depois dos pontos de exclamação e interrogação.
Discurso indireto
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador funciona como testemunha au- ditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na trans- crição, o verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presença de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar, pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, declamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conecti- vos que (dicendi afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da personagem na voz do narrador.
A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
(Ciro dos Anjos)
Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coi- sa; respondeu-me que não.
(Machado de Assis)
Discurso indireto livre
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado dis- curso indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele, o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamen- te falas das personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, sonham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, inde- pendentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passagem da fala do narrador para a da personagem, mas com transposições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes (terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de tercei- ra pessoa. Esse discurso é muito empregado na narrativa moder- na, pela fluência e ritmo que confere ao texto.
Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa indecisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, con- versa à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Graciliano Ramos) Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um dis- curso direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discur-
so indireto livre: Era bruto, sim.
Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo interior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamentos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narrador.
Transposição de discurso
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-
-se a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O domínio dessas estruturas é importante tanto para se empre- gar corretamente os tipos de discurso na redação.
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e ou- tros recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira in- sistir na atribuição do enunciado à personagem, não ao narra- dor. Tal insistência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece dificuldade.
	EXERCÍCIOS
1. (AL-AP - AUXILIAR LEGISLATIVO - AUXILIAR OPERACIO- NAL – FCC – 2020)
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil:
− Em que espelho ficou perdida a minha face?
(Cecília Meirelles)
− Em que espelho ficou perdida a minha face? (3ª estrofe)
Caso a frase acima seja transposta para o discurso indireto, o elemento
sublinhado assumirá a seguinte forma:
(A) ficasse.
(B) ficará.
(C) ficou.
(D) ficava.
(E) ficara.
2. ( PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG – AGENTE COMUNI- TÁRIO DE SAÚDE – FCM – 2019)
Texto
“Linguagem é a expressão individual e social do ser humano e, ao mesmo tempo, o elemento comum que possibilita o pro- cesso comunicativo entre os sujeitos que vivem em sociedade.”(- CEREJA & MAGALHÃES, 2013, p.13).
Tendo por base o conceito veiculado no Texto, qual tipo de linguagem apresenta-se na tirinha?
(A) Oral.
(B) Verbal.
(C) Escrita.
(D) Não verbal.
3. (CREMERJ - AGENTE ADMINISTRATIVO – IDIB – 2019)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
(A) V, F, V
(B) V, F, F
(C) F, V, F
(D) F, V, V
5. (PREFEITURA DE PINHAIS - PR - AGENTE DE COMBATE DE ENDEMIAS - INSTITUTO AOCP -2017)
O que é Profissionalismo
Profissionalismo é o conjunto de características que com- põem um profissional, formado por suas competências, respon- sabilidades e ética, no que rege o seu campo de trabalho.
O profissionalismo é a chave para a construção de uma car- reira de sucesso no trabalho.
Entre as ações que atestam o profissionalismo de um traba- lhador está o seu comprometimento com as normas e a ética da empresa para qual presta serviços.
Mesmo trabalhando num ambiente descontraído e com amigos, o profissional deve pôr as suas obrigações de trabalho acima de qualquer laço de amizade ou intimidade.
A falta de profissionalismo consiste em agir com parcialida- de, por exemplo, favorecendo pessoas apenas por estas serem amigas e não pelas suas competências profissionais.
Saiba mais sobre o significado de competência.
Além da ética, o profissionalismo deve ter como base a hu- mildade, ou seja, a capacidade do profissional de reconhecer os seus erros, suas limitações e de estar sempre disposto a apren- der.
Entre as competências básicas que são apreciadas dos pro- fissionais, destacam-se: a proficiência, a responsabilidade, a se- riedade, a pontualidade, a ética, entre outros.
Fonte: https://www.significados.com.br/profissionalismo/.
Texto adaptado.
O tipo textual predominante no texto de Martha Medeiros é:
(A) argumentativo, pois o seu principal interesse é a discus- são de um determinado tema, apresentando argumentos que ratifiquem a opinião defendida.
(B) descritivo, pois apresenta a descrição pormenorizada do que se pode considerar como “ocasião especial”.
(C) narrativo, pois seu objetivo é contar uma história, valen- do-se de uma sequência de acontecimentos.
(D) injuntivo, pois visa ao fornecimento de informações que condicionem a conduta do leitor
4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - TÉC- NICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – IBFC – 2019)
Analise as afirmativas abaixo e dê valores (V) Verdadeiro ou
(F) Falso.
( ) A Tipologia Textual considera a estrutura, o conteúdo e a forma de como um texto se apresenta.
( ) Considera-se texto injuntivo aquele que apresenta, em sua estrutura, características que indicam uma exposição de um assunto ou tema.
( ) A dissertação é a tipologia textual em que o escritor dis- serta sobre algo, ou seja, explica ou apresenta o resultado com- provado de um estudo.
Assinale a alternativa correta quanto à característica do texto.
(A) É um texto não-verbal, pois se trata de texto escrito.
(B) É um texto literário, tem função estética e destina-se ao entretenimento.
(C) Trata-se de uma narrativa, pois apresenta fatos em uma sequência temporal e causal.
(D) É um texto informativo, que conduz o leitor a identifi- car os acontecimentos e fatos que constituem o assunto do texto.
(E) É um texto em prosa, composto por 3 estrofes e uma composição poética escrita considerando a métrica das síla- bas e o ritmo das frases.
6. (CÂMARA DE FORTALEZA - CE - CONSULTOR TÉCNICO LE- GISLATIVO- FCC – 2019)
De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os pri- meiros cubículos; mandou-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a existên- cia de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente um discurso
acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias.
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a Es- critura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenôme- no, concordou o alienista, depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana, e pu- ramente científica, e disso trato...
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)
No discurso indireto livre, a voz do personagem mistura-se à voz do narrador, a exemplo do que se observa em:
(A) Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoa- ção. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se ane- xar uma galeria de mais trinta e sete. (1° parágrafo)
(B) De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. (1° parágrafo)
(C) O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua! (1° parágrafo)
(D) – Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a Escritura... (3° parágrafo)
(E) – Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenô- meno, concordou o alienista, depois de refletir um instante... (4° parágrafo)
7. (EMAE-SP - ELETRICISTA DE MANUTENÇÃO – FCC – 2018)
Batizada Arlette e sublimada como Fernanda, a atriz carioca moldou − e continua moldando − cada personagem vivida no rá- dio, no teatro, no cinema e na televisão por 75 anos. Leia abaixo um trecho da entrevista de Fernanda Montenegro à Revistae.
Por viver tantos personagens, o ator não se torna um ser diferente?
− Nós somos estranhos. Porque, o que é que nós somos? Esquizofrênicos? Só não estamos num hospício porque nos acei- tamos e nos aceitam quando acertamos. É uma vida dupla. Você tem um espetáculo à noite e faz toda sua vida durante o dia, seja ela qual for, uma vida calma, incontestada, desassossegada, e à noite, você tem que dar conta de outra esfera. Ninguém te obriga a ir [trabalhar]. Nem quando você passa pela perda de um amor. A gente até acha que aquele amor teria gostado se você fosse lá fazer seu espetáculo. Ítalo Rossi perdeu um irmão num desastre e fez o espetáculo da noite. Estou contando um caso extremo, mas isso acontece.
Em casos como esse dá para guardar as emoções?
− A gente não guarda emoção. A gente vai [trabalhar] com o que acontece, com o que bate na hora. Cada plateia provoca ou- tro estágio no espetáculo. Tem sempre alguma coisa [que muda] porque é tudo muito sutil, embora você faça sempre o “mesmo”
gestual. É algo imponderável e inexplicável. Porque é o seguinte, não é só uma pessoa, um elenco e a plateia. Ali tem que haver uma comunhão. Porque às vezes um ator está de um lado do pal- co, outro ator está do outro lado, eles se olham e dizem: “Hoje não vai sair como a gente quer”. É uma energia cósmica. Mas nunca é exatamente a mesma coisa. Não é. Tanto que às vezes uma pessoa vai ver o espetáculo e se apaixona, mas um amigo vai ver e não gosta, não entrosou, não comungou, entendeu? Não deveria haver uma luta para conquistar a plateia, mas pro- vocar
fascínio e buscar uma comunhão.
O que significa esse ofício de atriz?
· É como se fosse um ato religioso: você entra no teatro e espera começar. Já estão todos sentados? Já está na hora? Aí, faz-se alguma coisa: toca-se uma campainha, uma luz muda, os atores entram mesmo com a luz... Ou seja, tem um início. Aí você fica diante de um ser humano. É como uma missa. O que é o padre? Um ator. Ele está ali paramentado, num cerimonial reli- gioso. Se é Páscoa, é uma cor, se é Semana Santa ou Natal, são outras cores. Se fala um texto, não deixa de ser um auto medie- val, e as pessoas ficam ali. Acho que, no fundo, tudo na vida é um teatro. Já falava o Velho Bardo [William Shakespeare]: para cada pessoa, você se apresenta, mesmo que um pouquinho, de maneira diferente. Às vezes até a cada hora do dia, até para você mesmo. Quem é a gente?
(Adaptado de: Revistae, São Paulo, Sesc, jul. 2018.)
...o ator não se torna um ser diferente? - Nós somos estranhos.
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, as frases acima encontram-se transpostas para o discurso indireto em:
(A) Ao ser questionada sobre se o ator se tornaria um ser diferente, Fernanda Montenegro respondeu que eles seriam estranhos.
(B) Quando fosse questionada sobre se o ator se torna um ser diferente, Fernanda Montenegro responderia que eles são estranhos.
(C) À pergunta sobre o ser diferente que o ator se torna, Fer- nanda Montenegro responde que seríamos estranhos.
(D) Fernanda Montenegro responde à pergunta sobre quão diferente se tornaria um ator, dizendo que seríamos estra- nhos.
(E) Fernanda Montenegro, ao responder à pergunta sobre como um ator se torna um ser diferente, teria dito: somos estranhos.
8. (FMPA – MG)
Assinale o item em que a palavra destacada está incorreta- mente aplicada:
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
(E) A cessão de terras compete ao Estado.
9. (UEPB – 2010)
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos maiores nomes da educação mundial na atualidade.
Carlos Alberto Torres
1O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Portanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no 3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversidade não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está relacionada com a questão da educa- ção 8e do poder. Se a diversidade fosse a simples descrição 9de- mográfica da realidade e a realidade fosse uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de constante articula- ção 11democrática, você não sentiria muito a presença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
[…]
Rosa Maria Torres
15O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre 16muitas versões possíveis de projeto educativo e de pro- jeto 17político e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas indesejadas.
[…]
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibilidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hipe- rônimo, em relação à “diversidade”.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “di- versidade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura no paradigma argumentativo do enunciado.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso coloquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “di- versidade e identidade”.
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- ção(ões) verdadeira(s).
(A) I, apenas
(B) II e III
(C) III, apenas
(D) II, apenas
(E) I e II
10. (UNIFOR CE – 2006)
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As tele- visões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o no- ticiário, o silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as suas ocupações habituais. Os celulares recomeça- ram a tocar. Perguntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição
ao pé da letra, indiferença é sinônimo de desdém, de insensibi- lidade, de apatia e de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralidade.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nos- sa indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, seguimos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de massa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fun- díamos na igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indi- ferença e distância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contex- to, 2001. p.68)
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-
-se o contexto, é
(A) ceticismo.
(B) desdém.
(C) apatia.
(D) desinteresse.
(E) negligência.
11. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difí- cil para os carros e os pedestres.
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de homônimos e parônimos.
(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II apenas.
(D) Todas incorretas.
12. (UFMS – 2009)
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em 30/09/08. Em seguida, responda.
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem contou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quan- do eu cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a es- crever minimamente do jeito correto.
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enigmática na cabeça.
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tenta- va me libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmula, lá vinham as palavras mágicas.
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo mi- nha evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
· Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
· Ainda não fomos apresentados – ela disse.
· É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
terror.
· E ele faz o quê?
· Atrapalha a gente na hora de escrever.
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia usar trema nem se lembrava da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros
erros, que servirão ao menos para determinar minha idade.
· Esse aí é do tempo do trema.”
Assinale a alternativa correta.
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável monstro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, confor- me a norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substituída por “nós”.
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de acordo com a norma culta da língua portuguesa.
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pre- güiça e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
13. (IABAS – FARMACÊUTICO - IBADE - 2019) Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característi- ca do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mundo “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambigui- ty em inglês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a es- pécie incrivelmente adaptável. O número de pessoas picadas em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Ti- tyus serrulatus. Ele se reproduz por meio do milagre da parteno- gênese, significando que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma duas vezes por ano - nenhuma partici- pação masculina é necessária.
A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “problema perverso”. Este termo, usado pela primeira vez em 1973, refere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e guerra - sem solução simples ou definitiva, e que sur- gem na interseção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião urbano no Brasil é o resultado de uma gestão ina- dequada do lixo, saneamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.
No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de cons- cientização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até forças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua população em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvi- dos. O sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a essa nova ameaça.
Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mor- nos em nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano para combater a infestação no nível epidêmi- co para o qual ela está se dirigindo.
Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham rei- vindicado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam lidar diariamente.
* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP).
Texto adaptado de Revista Galileu (https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noti- cia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-impa-
ravel-diz-pesquisador.html)
Observe a oração destacada:
“A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “problema perverso.”
Sobre seus termos, é correto afirmar que:
(A) escorpião é núcleo do sujeito.
(B) urbano é predicativo do objeto.
(C) perverso é núcleo do sujeito.
(D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
(E) problema é núcleo do predicativo do sujeito.
14. (SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL - IADES
- 2019)
COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos humanos. Manual para servidores penitenciários. Brasí-
lia: Ministério da Justiça, 2002, p. 21.
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo autor no primeiro período, assinale a alternativa correta.
(A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações co- ordenadas entre si.
(B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (linha 2) funcionam como complementos verbais e classifi- cam-se, respectivamente, como objeto indireto e objeto di- reto.
(C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a consi- derar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito sintático: “as pessoas” (linha 1).
(D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a es- trutura do período, pois o predicado da segunda oração pas- saria a se referir a um sujeito indeterminado.
(E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do substantivo “aspecto”, por isso desempenha a função de complemento nominal.
15. (IF-RO - ENGENHEIRO CIVIL - IBADE - 2019)
“Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo re- fulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebo- lando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de bar- riga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num prazer grosso que nem azei- te, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalan- do os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando.”
O cortiço, Aluísio de Azevedo.
Em “como se se fosse afundando, num prazer grosso que nem azeite”, é correto afirmar que:
(A) o termo “que” é um pronome relativo e funciona como sujeito.
(B) em “como SE SE fosse afundando”, têm-se, respectiva- mente, uma conjunção subordinativa de natureza condicio- nal e uma partícula integrante do verbo.
(C) a expressão “que nem” é uma locução conjuntiva coor- denativa aditiva.
(D) em “como se se fosse afundando”, o primeiro “se” é par- tícula apassivadora, enquanto o segundo “se” é um prono- me clítico.
(E) o termo “num” é uma combinação, entre a preposição “em” e o artigo definido “um”, que apresenta caráter infor- mal na língua portuguesa.
4. (IDAM - ASSISTENTE TÉCNICO - IBFC - 2019)
Carta ao Leitor
Nunca te vi, sempre te amei
(...)
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas cartas traduzem isso. São criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem perguntas tão difíceis quanto imprevisíveis.
Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness ao Projeto Genoma Humano. E não se contentam com respostas pela me- tade. Ler as dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre as reportagens passadas e as sugestões de futuras é grati- ficante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que adoramos um bom desafio.
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para sa- tisfazer tantas pessoas exigentes. Vou apresentá-la agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, professor de português, roqueiro, colecionador de discos de vinil e livros usa- dos, e responsável pelo atendimento aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também driblar as angústias dos nossos jovens amigos em apuros.
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos profes- sores uma tarefa complicada e não sabem a quem recorrer.

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