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Desafio Sabe-se que o licenciamento ambiental é um procedimento que envolve uma equipe multidisciplinar, pois é necessário analisar os impactos ambientais do meio abiótico e biótico. Veja a situação a seguir. Visando a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica-PCH, a empresa Construct, após 1 mês de muitos estudos ambientais, encaminhou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o órgão ambiental estadual, uma vez que a área de inundação ultrapassa limites municipais. Após o corpo técnico do órgão estadual realizar vistoria e apresentação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para a população, foi possível concluir o seguinte: Percebe-se que a empresa analisou a fauna, a flora e as características da população vizinha ao empreendimento porém, você, como responsável pelo licenciamento ambiental do órgão estadual, julga que essa análise está correta? Você emitiria um parecer técnico favorável ou desfavorável à construção dessa hidrelétrica? Justifique suas respostas com argumentos plausíveis. Sua resposta Uma das informações mais importantes que devem constar no laudo de cobertura vegetal é a fase de sucessão ecológica que a vegetação se encontra. Com isso, é possível identificar se a área sofreu ou não interferência do homem. Enviado em: 03/05/2023 22:08 Padrão de resposta esperado Com base nas informações, o parecer deverá ser DESFAVORÁVEL. São vários os erros cometidos nesse estudo ambiental, pois a fauna, a flora e as características da população vizinha foram analisadas de forma superficial. Entre os erros cometidos, pode-se citar: Em relação à fauna: Tempo de duração do estudo: o estudo ambiental levou apenas 1 mês para ser concluído, o que provavelmente não aborda boa parcela da realidade, principalmente em relação à fauna. Muitas espécies de animais são migratórias, principalmente as aves. Dessa forma, o estudo deve levar, no mínimo, 1 ano, analisando todos os animais presentes na área afetada. Além disso, muitas espécies de peixes sobem os rios para procriar (fenômeno conhecido como piracema), e isso não consta no respectivo estudo ambiental. O estudo analisou unicamente os mamíferos presentes na área: de acordo com a Lei Federal n.º 5.197, de janeiro de 1967, art.1º: “os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora de cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha”. Dessa forma, é necessário analisar as espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos também. Caso haja a presença de alguma espécie ameaçada de extinção, o empreendimento não poderá sair. Em relação à flora: Não se sabe ao certo qual é a altura da lâmina da água: este é um erro gravíssimo, interferindo nos impactos ambientais da área. É fundamental para o levantamento da cobertura vegetal e do cálculo de supressão saber qual é a área afetada. Laudo geológico: O solo no local é arenoso: este tipo de solo é extremamente sensível e vulneral à erosão, provocando o assoreamento do leito do rio e a perda de taludes. População: O sustento principal é a pesca: além da PCH afetar negativamente as espécies de peixes, os moradores também serão afetados. Estes provavelmente irão perder sua principal fonte de renda. Não é possível apenas pensar em um curto prazo de tempo para ajudar os moradores, dando emprego na construção da PCH. Deve-se pensar o que será feito para auxiliar essa população após o término das obras. Indenização falha: como os moradores afetados caracterizam-se por terem mais de 50 anos, muitos nasceram e foram criados nesse local, não é possível apenas desapropriar suas terras. Deve haver uma preocupação com o futuro desses moradores.