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Radiografia simples do abdome ➔ Introdução Baixo custo e boa disponibilidade; Não apresenta contraindicação absolutas, apenas relativas e restritas as gestantes; É indicada em certos casos: Distensão abdominal Obstrução intestinal Íleo paralitico Para avaliação e acompanhamento: Perfuração intestinal. Pneumoperitônio. Posicionamento de dispositivos médicos (como sondas e cateteres). Pós-operatório: para acompanhamento da abordagem e avaliação de corpos estranhos cirúrgicos. Corpos estranhos: para diagnostico e localização. Cálculo do trato urinário: para avaliação diagnostica, localização e acompanhamento. Previa de exames de imagem dinâmicos (fluoroscopias). Anormalidades congênitas. Massa palpável em crianças. Enterocolite necrotizante em recém- nascidos. Megacólon tóxico. Fecaloma ➔ Incidências mais utilizadas É realizada apenas em decúbito dorsal horizontal anteroposterior. ❖ Em quadros de abdome agudo, o estudo deve ser complementado com a posição ortostática e com a radiografia de tórax em incidência posteroanterior para avaliação das cúpulas diafragmáticas Radiografia normal: As principais afecções que cursam com alteração na distribuição de gás nas alças intestinais são: quadros obs- trutivos (de cólon, de delgado e volvo) e íleo paralítico ➔ Avaliação da radiografia simples de abdome Análise da distribuição do gás nas alças intestinais, a presença de gás extra luminal, a análise de partes moles, a procura de calcificações patológicas e a conferência da integridade das estruturas ósseas. Na incidência de cúpulas diafragmáticas e na de tórax, os achados torácicos devem ser incluídos na análise. Distribuição de gás intraluminal Normalidade: gás no estomago, em dois a três segmentos de delgado e no reto e/ou sigmoide. • A distribuição do gás nas alças - +intestinais, presença de gás extraluminal, partes moles, procura de calcificações patológicas, a integridade das estruturas ósseas e as cúpulas diafragmáticas. • Distribuição de gás intraluminal: É padrão da normalidade a presença de gás no estômago, em dois a três segmentos de delgado e no reto e/ou sigmoide. • Os calibres máximos esperados são de 3,5 cm para jejuno, de 2,5 cm para íleo, de 5,5 cm para cólon transverso e de 9,0 cm para o ceco. • Alças de delgado: normalmente de localização central. São alças menos calibrosas e possuem válvulas coniventes que atravessam todo o calibre da alça (caracterizando o aspecto de empilhamento de moeda na radiografia). ➔ Obstrução de intestino delgado Dilatação de alças de intestino delgado com pouco gás/ausência de gás em colón e reto. Pode ser por causa de: brida, hernia encerarada, volvo, íleo biliar e intussuscepção. ➔ Obstrução de colón Incluem a dilatação a montante do ponto de obstrução, pouco gás/ausência de gás no reto e no sigmoide. Gás em delgado pode estar presente, se a válvula ileocecal for incompetente. Se não houver gás em delgado, ou seja, se a válvula ileocecal for competente, configura-se a obstrução em alça fechada, com maior risco de perfuração. Causas de obstrução de cólon incluem tumor, volvo, hérnia encarcerada, diverticulite e intussuscepção. ➔ Volvo intestinal Pode acometer porções do trato gastrointestinal – estomago, delgado, ceco e o sigmoide. Volvo de intestino delgado: ocorre por má rotação intestinal. Os achados de imagem incluem sinais tardios de sofrimento de alça e sinais de pneumoperitônio. Ocasionalmente, pode apresentar o sinal da dupla bolha quando acometer o duodeno. ■ Volvo de ceco: caracteriza-se por distensão do ceco fora de sua posição habitual, estando localizado no hipocôndrio esquerdo e simulando um estômago distendido. Há manutenção do padrão de haustrações. Quando a distensão do ceco ultrapassa 9 cm, há grande risco de perfuração. ■ Volvo de cólon sigmoide: são alças cólicas distendi- das, paralelas e com perda das haustrações. Os sinais característicos dessa alteração são: sinal do grão de café (ou do “U” invertido), ausência de gás na ampola retal e sinal de Friemann-Dahl (caracterizado por três linhas densas, convergindo para o ponto de obstrução). ➔ Presença de gás extra luminal Maioria das vezes patológica; porém aparece em situações como pós-operatório. O gás pode se localizar na parede das alças (pneumatose intestinal), na cavidade abdominal (pneumoperitônio), dentro dos vasos, como na veia porta hepática (aeroportia), ou dentro de estruturas especificas, como na árvore biliar (aerobilia). principais causas de presença de gás extraluminal incluem perfuração no trato gastrointestinal, pós-operatório recente e isquemia/sofrimento de alça intestinal. ➔ Aeróbilia e nível hidroaéreo ➔ Partes moles Em relação as estruturas com densidade de partes moles, geralmente é possível avaliar a topografia, as dimensões, os contornos e outras alterações como calcificações, cálculos e corpos estranhos. A atenção deve estar focada nas seguintes estruturas e suas alterações: rins (entre T12 e L2), trajetos ureterais, bexiga, bordas do músculo psoas, flancos (gordura pré- peritoneal), parede abdominal, fígado, vesícula biliar, vias biliares, baço e região pancreática (entre T9 e T12). ➔ Calcificações abdominais As calcificações abdominais incluem as que ocorrem nas estruturas vasculares (como ateromatoses calcificadas e flebólitos), os cálculos no trato urinário ou biliar, as calcificações prostáticas e as pancreáticas (típicas da pancreatite crônica), o apendicolito, os corpos estranhos, os linfonodos mesentéricos calcificados e o leiomioma uterino, principalmente. Seu formato, somado à sua localização, ajuda no diagnóstico da calcificação. Notam-se: ■ Formato anelar: pode corresponder a cisto renal, aneurisma de aorta e vesícula em porcelana. ■ Formato linear (da parede de um tubo): pode corresponder a ureter e ou ateromatose em vaso. ■ Formato redondo: pode corresponder a litíase renal, vesical, biliar ou flebólitos (tipicamente estruturas ar- redondadas, de contornos regulares, de até 0,5 cm de diâmetro e com radiotransparência central). ■ Formato amorfo/em pipoca (em interior de um órgão sólido): pode corresponder a leiomioma uterino, cistoadenoma ovariano ou nefrocalcinose. ➔ Diferença entre moeda e bateria: a bateria apresenta duplo contorno e degrau ➔ Calcificações em pelve renal ➔ Mioma calcificado ➔ Colecistolitiase ➔ Vesícula de porcelana ➔ Nefrocalcinose ➔ Litíase vesical ➔ Mioma ➔ Calcificações pancreáticas ➔ Ateromatose em aorta abdominal e em artérias ilíacas; miomas ➔ Aneurisma em aorta abdominal ➔ Ossos A avaliação das estruturas ósseas (costelas inferiores, vértebras, ossos da bacia e fêmur proximal) deve fazer parte da análise da radiografia de abdome, na procura ativa por possíveis doenças osteoarticulares, como tumores primários, metástases ósseas, fraturas, doença de Paget, entre outras