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Juliana Silva | 1 Dermatologia Piodermites As piodermites são infecções bacterianas da pele causadas por bactérias piogênicas (formadoras de pus): ⇢ Staphyloccus aureo ⇢ Streptococcus pyogenes (hemolítico do grupo A) S. aureus: coloniza feridas, dermatoses, áreas úmidas da pele. Imunodeprimidos, drogadictos, pessoas dialisadas, internadas e prof issionais da saúde. S. Pyogenes: coloniza orofaringe e pele. Classificação Primárias ⇢ pele normal Secundárias ⇢ sobre dermatoses pré- existentes • Tinha do pé • Picadas de inseto, estrófulo • Ferimentos • Eczemas (dermatite atópica) • Ulceras de estase Condições que favorecem surtos únicos ou repetidos: • Imunosupressão: diabetes, alcoolismo, desnutrição, medicamentos, AIDS • Calor, umidade local • Higiene precária • Residência em aglomerações Patogenia A penetração do microrganismo diretamente na pele, habitualmente, produz inf lamação e supuração e, a partir dela, colonização cutânea primária. Pode ocorrer disseminação da bactéria via hematogênica e septicemia. Quando a infecção primária ocorre em outro órgão, via disseminação hematogênica, as bactérias atingem a pele, determinando comprometimento das paredes dos vasos cutâneos, onde ocorre trombose vascular com hemorragia e, por vezes, necrose do território cutâneo correspondente ao vaso ocluído. Juliana Silva | 2 Dermatologia Impetigo contagioso/ crostoso (não bolhoso) ⇢ Extremamente contagioso ⇢ Mais comum em crianças e mais frequente nelas ⇢ Infecção das camadas superiores da epiderme - altura da camada granulosa ⇢ É mais frequente que a forma bolhosa — representa cerca de 70% dos impetigos ⇢ Habitualmente causado por meio de pequenas áreas de trauma por abrasão, laceração ou picada de insetos. Agentes: • Streptococco (s. pyogenes) ⇢ causa mais frequente • S. aureus Característica da lesão: • É representada por máculas eritematosas, que evoluem para pápulas vesiculares, que rapidamente dissecam, formando crostas melicéricas (aspecto corresponde as crostas em favos de mel) • As lesões se alastram rapidamente • Comuns na face (ao redor da boca e nariz) e extremidades • Lesões não são dolorosas e podem cocar um pouco (prurido leve) • Grande quantidade de crostas amareladas ou crostas melicéricas e exulceração • Ausência de dor Complicação: • Febre reumática • Glomerulonefrite Impetigo Juliana Silva | 3 Dermatologia Impetigo bolhoso ⇢ Infecção da pele Agente: • S. aureus grupo II fago tipo 71 Produz toxina esfoliativa = superantígeno que se liga aos desmossomos e prejudica a função dele de adesão intercelular (por isso que a bolha é superf icial) Característica da lesão: • Bolhas f lácidas e frágeis Geralmente quando o paciente chega já estão rotas e com camada f ina, super-teto muito frágil • Podem comprometer qualquer região do corpo, principalmente dobras e áreas úmidas. • As crostas são amarelo-acastanhadas, com clareamento central e extensão periférica, formando lesões circinadas. • Pode ser um quadro disseminado e nós tratamos • Ocorre um certo número de recidivas ou de aparecer outro membro da família/ comunidade com este tipo de impetigo. A partir disso, é necessário fazer a descolonização dos contactantes • Não tem dor, coça pouco • Não tem febre, adenopatia (raramente tem) - é um leve prurido, lesões exuberantes que começam pequenas e em poucos dias se espalham Tratamento dos impetigos! ⇢ Higiene: lavar as mãos corretamente Lesões localizadas: antibióticos tópicos por 7 dias ⇢ Mupirocina ⇢ Ácido fusídico ⇢ Neomicina/bacitracina ⇢ Retapamulina - fora do mercado Os dois são 1º opção Juliana Silva | 4 Dermatologia Tratamento sistêmico: Lesões disseminadas, ou paciente tem recidiva ou doença de base que causa imunosupressao ⇢ Cefalexina ⇢ 4x ao dia ⇢ Cefaloxila ⇢ pode ser usado 2x ⇢ Sul fametoxazol + trimetroprim ⇢ Clindamicina Cefalosporinas de 1º geração betalactâmicos! Impetigo bolhoso e Síndrome da pele escaldada estaf ilocócico Afastar contactantes ⇢ aplica antibiótico terapia tópica - associação neomicina/ bacitracina 1-2x ao dia por um período de 7-10 dias nas áreas úmidas que o staf ilo tende a colonizar - retroauricular, axilas, inguinal, supraintergluteo, embaixo das unhas e umbigo Recomendar o uso em todas as pessoas que moram na casa! Síndrome da pele escaldada estafilocócico ⇢ Quadro causado por exotoxinas esfoliativas A e B do staphilococcus aureus A toxina é jogada na circulação sanguínea ⇢ Compromete principalmente neonatos, menores de 4 anos. ⇢ O foco de infecção não é a pele — é um foco extracutâneo ⇢ Comprometimento intenso ao redor da boca e menos intenso em outros locais Manifestações clínicas: • Ocorre habitualmente em recém-nascidos (doença de Ritter von Rittershain) ou em crianças maiores — raro em adultos • Alguns dias após início de faringites, conjuntivites, otites ou outras infecções estaf ilocócicas, surgem febre e eritema difuso, sobre o qual se formam grandes bolhas f lácidas, que rapidamente se rompem, originando grandes áreas erosivas circundadas por retalhos epidérmicos, correspondentes à epiderme destacada. • Descolamento da pele Juliana Silva | 5 Dermatologia • As bolhas se soltam facilmente com atrito • O sinal de Nikolsky está presente ⇢ consiste em pressionar a lesão de pele perilesional com o dedo ou um objeto rombo: quando há deslocamento parcial ou total da epiderme, o sinal é positivo. Principais focos de infecção: umbigo, orofaringe, pulmão • Mas pode ser qualquer foco! ⇢ É adquirido de contactantes diagnóstico: • Diagnóstico diferencial ⇢ necrólise epidérmica tóxica (sempre há história de uso de medicamentos e a presença de foco infeccioso não é obrigatória) Tratamento: • Tratamento com antibióticos ⇢ oxacilina via intravenosa • Após a melhora clinica, a via intravenosa pode ser substituída por via oral ⇢ cloxacilina • Medidas de ordem geral ⇢ hidratação adequada e cuidados complementares com o foco infeccioso, inclusive drenagem de abscessos, quando indicada. Erisipela ⇢ Infecção da pele que se estende aos linfáticos. ⇢ A porta de entrada é a própria pele. ⇢ Se estende até a derme profunda! ⇢ Causada pelo estreptococo do grupo A Quadro clínico: • Lesões eritematosas, dolorosas • Eritema com limites nítidos - dá para ver a delimitação da lesão. • Podem surgir bolhas - erisipela bolhosa Juliana Silva | 6 Dermatologia • Calor local e sintomas sistêmicos, como febre, calafrios, adenopatia satélites, edemas. • Pode comprometer qualquer região • Mais comum nos MMIIS porque machucam mais A porta de entrada muitas vezes é uma dermatose que o indivíduo tem lá - ferimentos, eczemas, alergias, eczemas de estase, tinhas, arrancar crostas Isso causa complicação: após processo in f lamatório in tenso que compromete permanentemente os vasos linfáticos. O individuo f ica com linfedema permanente ⇢ Favorece novos surtos de infecção cuja sucessão pode conduzir ao aumento progressivo da região, com edema e f ibrose ⇢ gera um quadro chamado de elefantíase - erisipelas de repetição Celulites ⇢ Infecção não necrosante da pele e do subcutâneo ⇢ Acomete a derme e a hipoderme Quadro clínico: • O paciente apresenta dor, edema, eritema, calor • A def inição do limite da lesão é imprecisa, porque já atingiu ate o subcutâneo. ⇢ Pode ser causada pelo estaf ilococo e o estreptococo É dif icil distinguir celulite de erisipela Habitualmente se o paciente tem úlcera venosa, dermatite de contato, varicosidades ⇢ erisipela ⇢ Pessoas gravemente imunossuprimidas, transplantados e diabéticos, podem ter outros agentes causados quadros semelhantes Juliana Silva | 7 Dermatologia Tratamento da erisipela e celulite:! • Repouso com elevação da área afetada • Erisipela: estreptococos ➡ Penicilinas(benzatinas ou outra) - serve para estrepto ➡ Cefalosporinas (cefalexina, cefadroxila) - serve para os dois ➡ De repetição com linfedema instalado: Prof ilaxia com penicilina benzatina ou amoxicilina 250 mg duas vezes ao dia + drenagem linfáticas + meias compressivas + vigiar e tratar dermatoses Erisipela da face é extremamente fatal, paciente tem que ser internado! - pode evoluir para trombose do seio venoso Se suspeitar de ambos, dar um antibiótico de amplo espectro! • Celulites: estaf ilococo ➡ Cefalosporinas - serve para os dois ➡ Clindamicina Foliculites - infecções bacterianas do folículo piloso São piodermites que se iniciam no folículo piloso. São infecções bacterianas do folículo piloso. ⇢ Compreendem forma superf icial (ostiofoliculite) e duas formas profundas (sicose e hordéolo) Sicose: foliculite supurativa das regiões pilosas ⇢ Incidem em todas as idades Agente: • Estaf ilococos Tratamento: • Cefalexina, cíclinas e derivados (doxiciclina, limeciclina, tetraciclina) Quando a infecção é mais superf icial = foliculite ⇢ pequena pústula circundada por um halo eritematoso Juliana Silva | 8 Dermatologia Abscesso ou furúnculo Ocorre quando as infecções do folículo piloso vão para o tecido subcutâneo! lesão: Nódulo eritematoso doloroso, depois forma-se uma necrose e pústula central No começo, à palpação, ele é bem f irme, mas com o tempo ele se torna mais mole, f lutuante. Muitas vezes é possível ver essa pústula se formando mais superf icialmente, conhecido popularmente como cabeça de prego. Tratamento: • Incisão e drenagem do pus • Antibioticoterapia sistêmica (cefalexina, etc) Na maior parte das vezes ocorre sem que haja lesão pré existente Na região mandibular ⇢ lembrar que tem relação com dentista Infecções bacterianas da unha ⇢ Dactilites estreptococicas ⇢ Geralmente polimicrobianas Paroníqueas • Presença de eritema em duração e edema da região periungueal Podem ser: ⇢ Agudas: com eritema e formação de pus, em pessoas que acabam “comendo” peles. Quadro típico de estreptococo ⇢ Crônica: infecção do tecido periungueal que levou a uma distrof ia da unha. Normalmente está ligado a pessoas que trabalham muito com água. Exige que mude alguns hábitos para que consiga tratar efetivamente. Tratamento: • Cefalexina + SMT/TMP Juliana Silva | 9 Dermatologia Piodermites de repetição ⇢ Causado por tratamento inapropriado na maioria das vezes Causas locais: ⇢ Insuf iciência venosa ou linfatica ⇢ Dermatose associada que propicia infecção: eczemas, tinhas, alergia a picadas de insetos Causas sistêmicas: ⇢ Imunodef iciências: hereditárias (pouco frequentes) ou adquiridas (AIDES, uso de imunossupressores, corticoides) ⇢ Diabetes, alcoolismo, desnutrição Imunossuprimidos devemos considerar outros agentes, como gram negativos, fungos e micobactérias Agentes: Característica da lesão: Complicação: Agente: Característica da lesão: Tratamento dos impetigos Manifestações clínicas: diagnóstico: Tratamento: Quadro clínico: Quadro clínico: Tratamento da erisipela e celulite: Agente: Tratamento: lesão: Tratamento: Paroníqueas Tratamento: Causas locais: Causas sistêmicas:
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