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27/01/23 Regeneração, Cicatrização e Fibrose REGENERAÇÃO TECIDUAL · Renovação de um tecido lesado ou de um apêndice perdido, idêntico ao original · Voltar a função e arquitetura: grande parte das vezes não é possivel · Humanos: regeneração de tecidos e não de órgãos · Regeneração de órgãos em mamíferos são processos compensatórios que envolvem hipertrofia e hiperplasia celular · A ausência de regeneração verdadeira em mamíferos tem sido atribuída a ausência de blastema e a rápida resposta fibroproliferativa após a ferida · Crescimento do rim contralateral após nefrectomia envolve hipertrofia do néfron e alguma replicação das células tubulares proximais · Regeneração das células beta pancreáticas envolve a diferenciação das células-troncos ou a transdiferenciação de células pancreáticas ductais · No fígado a regeneração após hepatectomia parcial se faz a partir de replicação de células maduras, sem a participação de células-troncos POTENCIAL PROLIFERATIVO CELULAR · CÉLULAS LÁBEIS: tecidos que estão em constante renovação espermatozoides, óvulos, hemácias · CÉLULAS ESTÁVEIS: nos tecidos de renovação lenta, rápida quando necessário hepatócitos, conjuntivas, osteócitos · CÉLULAS PERMANENTES: diferenciadas de forma terminal, perderam sua capacidade de diferenciação neurônios cardiomiócitos REGENERAÇÃO HEPÁTICA · Quase todos os hepatócitos replicam-se após a hepatectomia parcial · Os hepatócitos são células quiescentes e por estímulos de citocinas e fatores de crescimento são resgatadas da fase G0 e reintroduzidas no ciclo celular · Possibilidade de transplante parcial de fígado para compensar a hiperplasia REPARAÇÃO · Enquanto a regeneração restitui de forma idêntica e funcional o tecido, a reparação promove processo de cicatrização com reconstituição de tecido, mas com perda da capacidade funcional · Reparo com colágeno · Processo de reparação é dependente da matriz extracelular (MEC), que constitui uma rede nos espaços em torno das células · A síntese e a degradação da MEC acompanham a morfogênese, a cicatrização de ferimentos e processos fibróticos crônicos, a invasão tumoral e as metástases MATRIZ EXTRACELULAR (MEC) FUNÇÕES · Suporte mecânico · Controle do crescimento celular · Manutenção da diferenciação celular · Arcabouço para renovação tecidual · Estabelecimento de microambiente tecidual (MB e túbulos renais) define em que a célula irá de diferenciar (pH, moléculas, fatores de crescimento) · Armazenamento e apresentação de moléculas reguladoras (fatores de crescimento) COMPONENTES · Proteínas estruturais fibrosas: resistência a tensão e retração Colágeno e elastinas · Glicoproteínas adesivas: conectam os elementos da matriz · Proteoglicanos e hialuronan: fornecem elasticidade e lubrificação do tecido (ácido hialurônico tem adesão a água) MATRIZ INTESTICIAL · Encontrada nos espaços entre células epiteliais, endoteliais e células musculares lisas e tecido conjuntivo (colágeno fibrilar e não fibrilar) COLÁGENO · Proporciona a estrutura extracelular, sendo a proteína mais comum no mundo animal · Os colágenos intersticiais ou fibrilares são os mais abundantes (tipos I, II, III, V e IX) · O tipo IV é não fibrilar e é o principal componente da membrana basal · Os demais colágenos formam redes e atuam como ancoras nas junções epiderme-derme, cartilagem e parede dos vasos sanguíneos · Tabela disfunções genéticas na produção de colágeno: Síndrome de Ehlers-Danlos: hiperextensão de todos os tecidos ELASTINA, FIBRILINA E FIBRAS ELÁSTICAS · A elasticidade é uma propriedade importante em vários tecidos (vasos sanguíneos, pele, útero, pulmão, etc), sendo que a capacidade de recuar é proporcionada pelas fibras elásticas · Morfologicamente as fibras elásticas consistem em um núcleo central feito de elastina cercado por uma rede de miofibrilas · Doença genética com disfunção da fibrilina: Síndrome de Marfan · Imagem fibra elástica · Relato de caso: irregularidade de fibras na pele e provavelmente rompeu um vaso PSEUDOXAMTOMA ELASTICO PROTEÍNAS DE ADESÃO CELULAR · Promovem a ligação e a interação entre as células (iguais: homotípicas; ou diferentes: heterotípicas) · Caderinas, integrinas e selectinas PROTEOGLICANAS E ÁCIDO HIALURÔNICO · Funções ligadas a regulação da estrutura e permeabilidade do tecido conjuntivo CICATRIZAÇÃO · Resultado de uma lesão grave ou cronica: tecido permanente ou estável · Deposito de colágeno e outros elementos da MEC · Resposta fibroproliferativa · Indução do processo inflamatório proliferação e migração de células teciduais angiogênese e formação do tecido de granulação MEC: síntese de proteínas e deposição de colágeno remodelação tecidual contração de feridas aquisição da resistência da ferida MIGRAÇÃO DE CÉLULAS · Leucócitos: recrutados pelo estímulo das quimiocinas · Leucócitos polimorfonucleares (BEN): recrutados da MO e chegam no 1º dia (degradam e destroem tecidos inviáveis); · Obs: os mononucleares são linfócitos e monócitos · Macrófagos: persistem por varios dias, fagocitam e iniciam o processo de desenvolvimento do tecido de granulação · Fibroblastos: recrutados por fatores de crescimento e por produtos de degradação da MEC, e são responsáveis pela fibroplasia, síntese da matriz conjuntiva, remodelamento tissular, contração e formação da ferida MIGRAÇÃO DE CÉLULAS · CÉLULAS ENDOTELIAIS: formam capilares como resposta aos fatores de crescimento e são visíveis nas feridas cutâneas após o 3º dia · CÉLULAS EPITELIAIS: movem-se pela superfície da ferida cutânea, penetram a matriz provisória e migram sobre o colágeno FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE REPARAÇÃO · Ambiente tecidual e a extensão do dano · Fatores mecânicos · Intensidade e duração do estímulo (infecção, inflamação persistente) · Nutrição · Condições que inibem a reparação: corpo estranho, vascularização inadequada · Alterações metabólicas que inibem a reparação (diabetes melitus, glicocorticoides) · Mordida de cachorro: risco de infecção não pode fechar por completo por risco de proliferação de bactérias anaeróbicas pontos espaçados CAUSAS DE CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA INSUFICIENTE · Ulceras por pressão · Insuficiência vascular (arterial, venosa e linfedema) · Metabólica (diabetes, gota) · Infecciosa (bactéria, fungos e parasitos) · Inflamatória (pioderma gangrenoso, vasculite) · Hematológica (Policitemia, anemia falciformes, hipercoagulabilidade) · Malignidade (ulceras de marjolin, tumores, sarcoma de kaposi) · Causas diversas (queimaduras, radiação, congelamento, factícias) ANGIOGÊNESE · Quando a resolução não ocorre em 24-48h inicia-se o processo de cicatrização com a proliferação de fibroblastos e a formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) · Brotamento capilar de um vaso pré-existente · Recrutamento de células progenitoras endoteliais da medula óssea · Ocorre na inflamação cronica, fibrose, vascularização de tecidos isquêmicos e crescimento tumoral · Na terapêutica uso de agentes proangiogênicos e antiangiogênicos · Pacientes com hipoxia cronica possuem maior angiogênese do que em casos agudos ANGIOGÊNESE DE VASOS PRÉ-EXISTENTES - PROCESSO · Vasodilatação induzida pelo óxido nítrico e pelo VEGF (fator de crescimento endotelial) aumenta a permeabilidade vascular · Degradação da membrana basal do vaso progenitor · Migração das células endoteliais em direção ao estímulo angiogênico · Proliferação de células endoteliais · Maturação das células endoteliais (inibição do crescimento e remodelação em túbulos) · Recrutamento de células periendoteliais (sustentar os túbulos e formar os vasos maduros) VEGF · Muitos são os fatores de crescimento relacionados a angiogênese, sendo o principal o VEGF · VEGF secretado por muitas células estromais (são células de tecido conjuntivo; fibroblastos/endoteliais) e mesenquimatosas (célula tronco-adultas) · VEGFR-2: receptor de tirosina-quinase restrito às células endoteliais mais importante na angiogênese · Estimula a mobilização das precursoras de células endoteliais da MO, intensifica a proliferação e diferenciação destas células no localda angiogênese · Na angiogênese dependente de vasos pré-existentes o VEGF estimula a migração e a proliferação das células endoteliais · TABELA FATORES DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR (VEGF) · VEGF: fator de crescimento mais importante relacionado a angiogênese fisiológica (endométrio proliferativo) e na inflamação patológica (inflamação cronica, cicatrização de feridas, tumores, retinopatia diabética) CICATRIZAÇÃO · Junto com a angiogênese o processo da cicatrização é constituído: - Proliferação e migração do fibroblasto - Deposição da MEC e formação da cicatriz - Remodelação tecidual PROLIFERAÇÃO E MIGRAÇÃO DO FIBROBLASTO · Desencadeada pela ação de fatores de crescimento e citocinas, produzidos pelas plaquetas, macrófagos e células endoteliais DEPOSIÇÃO DA MEC E FORMAÇÃO DA CICATRIZ · Os fibroblastos são responsáveis pela deposição da MEC e inicia-se após 3-5 dias da lesão e caracteriza-se pela síntese de colágeno · A deposição é regulada pela síntese aumentada e pela degradação diminuída · Composição final da cicatriz · Fibroblastos fusiformes · Colágeno denso · Fragmentos de tecido elástico · Componentes da MEC · Formação do tecido avascular e empalidecido REMODELAÇÃO TECIDUAL · O equilíbrio entre a síntese e a degradação da MEC resulta na remodelação do tecido conjuntivo · A formação dos miofibroblastos expressão de actina; fibroblasto que reage como musculo liso; é responsável pela contração da ferida REPARAÇÃO TECIDUAL · PELE: cicatrização primária e secundária · FÍGADO: lesão crônica (hepatite viral, alcoolismo) determina grandes cicatrizes colagenosas dentro do parênquima hepático (cirrose) · RIM: na maioria das doenças renais ocorre total destruição do parênquima com a formação de cicatriz; a capacidade de regeneração é máxima nos túbulos corticais, menor nos túbulos medulares e inexistente nos glomérulos · PULMÃO: a lesão alveolar com a membrana basal intacta determina uma completa regeneração, quando ocorre a rotura desta membrana origina a formação de tecido conjuntivo e fibrose · CORAÇÃO: a cicatrização miocárdica resulta na perda dos elementos contráteis e da diminuição da eficácia de contração do tecido fibrótico no miocárdio normal · SISTEMA NERVOSO CENTRAL: a resposta ao dano determina crescimento capilar e gliose (proliferação de astrócitos e micróglia), a qual equivale a cicatriz de outros tecidos. A regeneração ocorre apenas na região hipotálamo-hipofisária · SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: os neurônios periféricos conseguem regenerar seus axônios quando estão em condições ideais. Quando não é possível, desenvolvem um neuroma traumático (lesão bulbosa formada por axônios desorganizado) e proliferação de células de Schwann e fibroblastos CICATRIZ DA FERIDA CUTÂNEA · Em feridas muito superficiais o epitélio é reconstituído e pode haver pouca formação de cicatriz · Queimadura depende do grau, mas nenhuma tem por primeira intenção CICATRIZ POR PRIMEIRA INTENÇÃO · Possibilidade de aproximar os bordos, sobreposição · Formação do coagulo de fibrina e chegada dos neutrófilos nas primeiras 24h · 24-48h células epiteliais depositam MEC nos bordos da cicatriz produz uma fina camada epitelial que fecha a cicatriz · 3º dia: neutrófilos são substituídos pelos macrófagos e tecido de granulação invade o espaço intersticial · Fibras colágenas nas margens da incisão, mas com distribuição vertical · No 5º dia todo espaço intersticial é preenchido por tecido e granulação e a neovascularização é máxima · Fibras colágenas agora tem distribuição horizontal e começam a unir a incisão · Durante a 2º semana: acumulo de colágeno e proliferação de fibroblastos regressão dos leucócitos, vascularização e do edema inicio do empalidecimento da cicatriz pelo acumulo aumentado de colágeno · Final do primeiro mês: cicatriz feita de tecido conjuntivo celular desprovido de infiltrado inflamatório, recoberto da epiderme intacta anexos dérmicos que estavam na linha de incisão não se regeneram · IMAGEM: tecido conjuntivo denso e vasos maiores CICATRIZ POR SEGUNDA INTENÇÃO · Perda excessiva de células e tecidos, impossibilitando a restauração da arquitetura original · Grande coagulo de fibrina é depositado, excessivos detritos necróticos e exsudação estão presentes · Quantidade muito maiores de tecido de granulação são formados · Característica marcante é a contração da ferida que envolve a proliferação de fibroblastos e miofibroblastos, que determinam uma redução entre as margens dérmicas da ferida · Formação da cicatriz e diminuição da epiderme RESISTÊNCIA DA FERIDA · Em uma semana a resistência da ferida é de 10% e com o aumento progressivo nas próximas 4 semanas · Pós 3 meses: 70-80% de resistência COMPLICAÇÕES NA CICATRIZAÇÃO CUTÂNEA FORMAÇÃO DEFICIENTE · Deiscência ou ruptura está relacionado ao estresse mecânico · Ulceração que é devida a vascularização inadequada FORMAÇÃO EXCESSIVA · Cicatriz hipertrófica pelo acumulo excessivo de colágeno · Queloide quando este acumulo ultrapassa os limites da ferida · Granuloma pela granulação exuberante · Contratura determinando deformidade da ferida e tecidos adjacentes DIFERENÇA ENTRE CICATRIZ HIPERTRÓFICA E QUELOIDE · Cicatriz hipertrófica x queloide excesso de tecido cicatricial e deposito de colágeno · Diferencia macroscópica, dificil de observar nas lâminas · Cicatriz hipertrófica respeita o limite da cicatriz enquanto o queloide passa o limite · TECIDO DE GRANULAÇÃO: queloide possui mais · Trauma · Contratura: regiões de flexão, após queimaduras, fibrose, perda de mobilidade FIBROSE · Fenômeno semelhante a cicatriz cutânea ocorre nos tecidos submetidos ao estresse da inflamação crônica ou das doenças autoimunes · Deposição de colágeno no parênquima hepático e de elementos da MEC nos sinusoides levam a cirrose hepática · Fibrose pulmonar por doenças pulmonares intersticiais crônicas · Pancreatite cronica levando a perda das células acinares e deposição de tecido fibroso · Radioterapia determinando fibrose nos pulmões, rins, TGI entre outros locais · Meningite: pode fazer áreas de fibrose · Cirrose · Sequela de herpes vírus: olho, perda de visão fibrose na córnea CONCLUSÃO – ESQUEMA ROBBINS
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