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Patologia Veterinária I Reparação Tecidual Conceito: Reposição de tecidos e células lesados ou necróticos, por novos elementos sadios, oriundos do: - epitélio adjacente: reepitelização; -parênquima adjacente: regeneração; -estroma: cicatrização. Fatores que influenciam na reparação: · Capacidade regenerativa das células: Quanto mais especializado for um tecido, menor a capacidade regenerativa de suas células. - Lábeis: Epitélios de revestimento, células mielóides e linfóides. Regeneração é comum. - Estáveis: Células parenquimatosas (fígado, túbulos renais, glândulas exócrinas e endócrinas, e células mesenquimais). Regeneração é possível. - Perenes ou permanentes: Neurônios, hemácias e fibras musculares[?]. Regeneração é impossível. Ocorre cicatrização. · Grau de destruição: Quanto maior a histólise, menor a possibilidade de regeneração e maior a de cicatrização. A lise do estroma dificulta a regeneração, já que este funciona como guia e suporte. · Tipo de inflamação: Quanto maior a duração do processo inflamatório menor a possibilidade de regeneração. A presença de infecção e/ou de corpo estranho diminui as chances de regeneração e inclusive complica a cicatrização · Fatores locais: - irrigação e inervação; - tamanho e localização da lesão; - aposição e imobilização. Mecanismo geral das reparações (fases): 1) Cessação da ação de agente agressivo; 2) Formação de coágulo (no caso de feridas) - horas; 3) Restituição epitelial - 1 a 3 dias; 4) Reação inflamatória, com invasão do coágulo e da área necrosada por PMN (principalmente Neutrófilos) em 1 a 5 dias, posteriormente por Macrófagos - Mo/ - com velocidade = 0,2 mm/dia -de 3 a 20 dias; 5) Dissolução e fluidificação de exsudatos e restos celulares (debris) e posteriormente reabsorção via linfática e/ou via fagocitose (PMN e Mo/); 6) Formação de tecido de Granulação com neovascularização (3 a 7 dias) e fibroplasia (do 3o ao 30o dias, com máximo no 14o dia); 7) Fusão dos tecidos de granulação (quando a cicatrização de feridas for por 1a intenção) - 3 a 4 dias; 8) Devascularização (colágeno espesso estrangula alguns vasos) - 15 a 20 dias; 9) Regressão do processo inflamatório, com desaparecimento dos PMN (3 a 8 dias) e dos Mo/(7 a 30 dias); 10)Cicatrização colagenosa (35 a 300 dias) ou proliferação parenquimatosa; Mediadores da reparação: · Hormônios estimuladores: Progesterona, Estrógenos (útero), somatotrofina, eritropoetina (medula óssea), e tireoxina · Fatores do crescimento ("Fatores Séricos" ou "Hormônios das Feridas" ou ainda "Trefonas de Carrel") · Fatores inibidores: São polipeptídeos (com especificidade celular mas não espécie- específico) e glicoproteínas que agem como mensageiros intercelulares controlando mitoses por inibição via feed back negativo. Regeneração e cicatrização: Tem início logo após a ocorrência da agressão tecidual. Objetivo da reparação: devolver ao tecido a sua integridade anatômica e funcional normal. · Regeneração: ou Reconstituição da integridade anatômica e funcional sem modificação na relação Parênquima/Estroma - Comum em órgãos com células lábeis e estáveis, portadoras de inflamações agudas exsudativas ( com rápida reabsorção). Exemplos: Pneumonia lobar, hepatite, gastroenterocolites e linfadenites. A regeneração pode ocorrer de maneira descontrolada ["Regeneração Patológica"] Exemplo clássico: Proliferação pseudo - regenerativa dos hepatócitos na Cirrose [forma-se nódulos e não traves de hepatócitos]. - área lesionada; - permanece a membrana basal; -Células da borda da lesão crescem e fazem a reparação do local. · Cicatrização: Tipo mais frequente de reparação, caracterizado pela neoformação de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), substituindo as células parenquimatosas perdidas; ie com diminuição na relação Parênquima/Estroma. A cicatrização pode ocorrer de maneira excessiva, formando o "Queloide", comum nas cicatrizações por 2a intenção nos equinos e suínos. Quando ocorre em órgão parenquimatoso, se a massa fibrótica na víscera exceder a reserva funcional do parênquima ["Fibrose ou Carnificação do órgão"] pode-se ter como consequência uma insuficiência. Deposição de tecido conjuntivo = cicatriz Inflamação Crônica = deposição de tecido conjuntivo = Fibrose Reparação por tecido conjuntivo: Segue etapas características: · Fase inflamatória: - formação do trombo (hemostasia e base para processo de reparo) - atração de neutrófilos e macrófagos. · Mecanismo da angiogênese: - De vasos pré existentes. 1. Óxido nitrico > vasodilatação > aumento de permeabilidade. 2. Degradação da Membrana Basal do vaso “mãe” por MMPs(metaloproteases da matriz) + perda do contato célula-célula entre células endoteliais por ativador de plasminogenio. 3. Migração, proliferação e maturação de células endoteliais. 4. Recrutamento de células periendoteliais. - De precursores de células endoteliais: 1. PCEs são recrutadas da medula óssea; 2. Contribuem para re-endotelizacão vascular na neovascularização de áreas isquêmicas, feridas cutâneas e tumores. · Fase fibroblástica: -Com a ativação de macrófagos há a substituição da matriz extracelular por tecido mais resistente e elástico. - Principal componente: colágeno - Fibroplasia = fibroblastos recrutados para a margem de feridas produzindo colágeno. - Miofibroblastos = fibroblastos com características similares a céls. musculares lisas -Contração da ferida - Reepitelização - Tecido de granulação · Fase de maturação e remodelagem: - Cicatriz atinge sua máxima resistência - remodelagem do tecido conjuntivo (substituição do tecido de granulação por cicatriz, degradação do colágeno e de outras proteínas). Reparação de feridas (cutâneas): Inflamação: Injúria inicial => adesão e agregação de plaquetas (formação de um coágulo) => inflamação. Proliferação: tecido de granulação => proliferação e migração de tecido conjuntivo fibroso e re-epitelização da superfície da ferida. Maturação: Deposição MEC, remodelagem tecidual e contracão da ferida. · Cicatrização por 1a intenção: -Incisão cirúrgica limpa e não-infectada -Morte de células, rompimento da membrana basal epitelial - Coágulo -Desidratação da superfície do coágulo (crosta). · Cicatrização por 2a intenção: - Perda excessiva de células e tecidos - Grandes defeitos teciduais => grande coágulo de fibrina - Reação inflamatória mais intensa - Maior tecido de granulação - Contração da ferida - Miofibroblastos - Substancial cicatriz e diminuição Epiderme 24h => neutrófilos nas margens da incisão 24 – 48h => estimulação das células epiteliais 3o dia => neutrófilos, macrófagos, tecido de granulação 5o dia neovascularização máxima, fibras de colágeno mais abundantes. 1a semana => acúmulo de colágeno e proliferação de fibroblastos. 1o mês => tecido conjuntivo sem infiltrado Inflamatório. Fatores que influenciam a cicatrização: - Grau de contaminação da ferida; - Hormônios glicocorticóides (antiinflamatórios + inibição da síntese de colágeno); - Corpos estranhos (Suturas ou fragmentos de aço, vidro ou osso) - Tamanho, localização e tipo da ferida. - Nutrição ( Deficiência vit. C e ptns, caquexia do câncer, jejum extremo) - Condição metabólica ( Diabetes melito (microangiopatia – inibição da cicatrização). - Condição circulatória ( Aterosclerose, anormalidades venosas) - Hormônios (Glicocorticoides => inibem a síntese de colágeno) Complicações da reparação tecidual: - Formação deficiente da cicatriz - Formação excessiva dos componentes da reparação (queloide ou tecido de granulação exuberante) - Formação de contraturas (deformidades da ferida e tecidos adjacentes) - Formação excessiva dos componentes do processo de reparação pode dar origem a: • QUELÓIDE> predisposição individual> razões desconhecidas (afro-americanos). O colágeno é produzido por miofibroblastos, que persistem na lesão através da produção autócrina de TGF-β. • GRANULAÇÃO EXUBERANTE> quantidades excessivas de tecido de granulação.
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