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X X I S e m i n á r i o d o P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m G e o l o g i a 
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á 
25 a 29 de junho de 2018 
Cur i t i ba - PR 
 
Modelagem e inversão de dados gamaespectrométricos do Arco Magmático 
de Mara Rosa e do Greenstone Belt de Faina, Goiás-Brasil 
 
Jessica Derkacz Weihermann 
Jessica.dweih@gmail.com 
 
 
Palavras-chave: aerogamaespectrometria, modelagem direta, inversão. 
 
Introdução e Caracterização do Problema 
O processamento de dados aerogeofísicos é essencial para o mapeamento geológico e exploração 
mineral, já que auxilia no reconhecimento da assinatura de estruturas e litotipos em superfície e 
subsuperfície em grandes áreas e em relativamente curtos intervalos de tempo. O processamento 
gamaespectrométrico fornece informações sobre a composição de diferentes unidades geológicas 
através do mapeamento dos radioelementos K40, Th232 e U238. Antes de serem processados, os dados 
aerogamaespectrométricos (AGRS) são submetidos a várias correções de rotina, as quais, em geral, 
fornecem bons resultados já consolidados na literatura. Na prática, desvios como mudanças abruptas da 
altura de voo (muitas vezes decorrentes de terrenos acidentados) não são raros e levam a problemas na 
interpretação das anomalias. A correção altimétrica ponto a ponto, praticada nos dados AGRS, não leva 
em consideração a área efetivamente amostrada durante um levantamento (“field of view”), ou seja, a 
base de um tronco de cone, cujo diâmetro varia com a altura de voo (o topo é constante e equivale ao 
diâmetro do sensor). Portanto, a rotina padrão de correção altimétrica implica em erros que se refletem 
nas contagens medidas, sobretudo por desprezar a sobreposição dos círculos amostrais ao longo das 
linhas de voo, e nas transformações subsequentes em concentrações. Técnicas clássicas que 
contemplam a atenuação do sinal como função da altura de voo estão sendo retomadas (e.g. 
Tammenmaa et al. 1976, Gunn 1978, Crosley & Reid 1982, Schwarz et al. 1992, Billings et al. 2003, Minty 
& Brodie 2015 e Druker 2017). A proposta da presente pesquisa é incorporar essas técnicas, que 
envolvem a modelagem direta e a inversão, e aplicá-las a dados AGRS com ênfase na exploração 
mineral. Ressalta-se que a proposta é inovadora e são raros os exemplos na literatura internacional. Para 
atingir os objetivos propostos, foram selecionadas duas áreas de estudo para avaliar a influência do 
espaçamento entre as linhas e da altura de voo na distribuição dos teores. As áreas de estudo estão 
situadas no Estado de Goiás (Fig. 1), sendo uma localizada no Arco Magmático de Mara Rosa e a outra 
no Greenstone Belt de Faina e representam uma cobertura de alta resolução e alta densidade de 
amostragem respectivamente. 
 
Figura 1: Mapa de localização das áreas de estudo. À esquerda Mara Rosa em vermelho (área do aerolevantamento 
em preto). À direita: Faina em preto (coincidente com a área do aerolevantamento), e subárea Faina, em verde. 
Contexto geológico 
As áreas de estudo estão inseridas na Província Tocantins que corresponde a uma expressiva zona 
orogênica neoproterozoica (Brasiliano/Pan-Africano) desenvolvida entre dois grandes blocos 
continentais: Cráton Amazônico a oeste e Cráton do São Francisco a leste. A porção oriental da província 
 
é ocupada pela Faixa Brasília, que compreende diferentes unidades geológicas e compartimentos 
tectônicos, e pode ser dividida em Zonas Externa e Interna (Fuck et al. 1993, Valeriano et al. 2008, 
Pimentel 2016). A Zona Externa inclui o embasamento Paleoproterozoico e sequências de margem 
continental passiva adjacentes ao Cráton do São Francisco. A Zona Interna é composta pelo Maciço de 
Goiás e o Arco Magmático de Goiás. O Maciço de Goiás compreende o Terreno Arqueano-
Paleoproterozoico, rochas metassedimentares, complexos máfico-ultramáficos e sequências 
metavulcano-sedimentares associadas. O Arco Magmático de Goiás é uma faixa de acreção crustal 
Neoproterozoica, sendo subdividido em Arco de Arenópolis e Arco de Mara Rosa, nas porções meridional 
e setentrional, respectivamente (Pimentel 2016). 
O Terreno Arqueano-Paleoproterozoico de Goiás é constituído por sequências vulcano-sedimentares do 
tipo greenstone belt (aproximadamente 30%) e por rochas granito-gnáissicas (em torno de 70%), 
formando assim um terreno típico granito-greenstone (Almeida et al. 1977, Jost et al. 2014). Os 
greenstone belts ocorrem em cinco cinturões, Crixás, Guarinos, Pilar de Goiás, Serra de Santa Rita e 
Faina. O greenstone belt de Faina é composto na base por rochas vulcânicas ultramáficas, sotopostas a 
rochas efusivas máficas com intercalações de lentes de rochas extrusivas de composição intermediária 
a félsica (Resende et al. 1998). Os terrenos arqueanos constituem províncias minerais com grande 
potencial prospectivo, principalmente os do tipo greenstone, hospedeiros de mineralizações diversas 
(Borges et al. 2017). 
 O Arco Magmático de Mara Rosa, localizado na porção noroeste do Estado de Goiás, é constituído por 
faixas metavulcano-sedimentares alongadas, com direções NNE-NE e NW-NNW subordinada, 
individualizadas por ortognaisses de composição tonalítica a granodiorítica. O Arco de Mara Rosa contém 
importantes depósitos de Au (Posse, Zacarias, Mundinho) e Cu-Au (Chapada) (Silva et al. 2007). 
Jazimentos minerais importantes na região central do Brasil estão associados ao hidrotermalismo, como 
aqueles do Arco Magmático de Mara Rosa e do Greenstone Belt de Faina. A gamaespectrometria 
desempenha um papel relevante na pesquisa de depósitos minerais associados a alterações hidrotermais 
potássicas, pois possibilita, além da identificação de áreas assim alteradas, a exploração de suas relações 
com processos de mineralização de ouro e prata, além de metais base (Cu-Pb-Zn), em vários ambientes 
geológicos (Shives et al. 2000, Silva et al. 2007, Ribeiro & Mantovani 2016). Considerando que as áreas 
de estudo encerram zonas de alteração hidrotermal com potencial econômico, as respostas 
gamaespectrométricas geralmente são significativas em função do enriquecimento de potássio e urânio, 
em relação ao tório. 
Materiais e Métodos 
Para o presente estudo estão sendo analisados e interpretados dados gamaespectrométricos e 
magnetométricos dos levantamentos aerogeofísicos do Arco Magmático de Mara Rosa (Lasa 2004) e do 
Greenstone Belt de Faina (Lasa 2013). Serão aplicados métodos de inversão e modelagem direta, 
visando uma melhor descrição e caracterização das principais rochas-alvo, bem como o mapeamento 
das variações dos teores dos radioelementos que indiquem zonas de alteração hidrotermal, além de 
avaliar estas respostas frente ao relevo. O arcabouço estrutural será baseado na magnetometria, onde 
se pretende melhor caracterizar os domínios regionais e unidades litológicas, com o intuito de definir 
zonas com potencial metalogenético. 
A gamaespectrometria mede as concentrações de potássio (K, %), tório (eTh, ppm) e urânio (eU, ppm). 
Relacionados com K, Th e U, alguns minerais permitem o mapeamento de zonas de alteração hidrotermal 
em diversos ambientes geológicos. Por exemplo, a alteração potássica na forma de K-feldspato e sericita 
é comumente associada com muitos tipos de depósitos, como os vulcanogênicos com metais base em 
sulfetos e ouro (Franklin 1996). 
A modelagem direta e a inversão estão diretamente relacionadas. A modelagem direta consiste em 
formular um modelo físico-geométrico, calcular sua resposta e compará-la aos dados observados. Já na 
inversão, o modelo físico-geométrico é calculado a partir dos dados observados, incluindo os erros dos 
ajustes (e.g. Barbosa & Pereira 2013), e pode ser usada para estimar e avaliar a qualidade de parâmetros 
de um modelo, além de aferir os efeitos de ruídos e a estabilidade dos dados. 
Os dados aerogamaespectrométricos são submetidos a várias correções de rotina, destacando-se as 
seguintes: (i) correção do tempo morto; (ii) remoção do backgroundda aeronave; (iii) remoção do 
background do radônio; (iv) correção do efeito Compton; (v) correção altimétrica e (vi) conversão de 
contagens para concentrações. Como já referido, a correção altimétrica é realizada ponto a ponto e não 
leva em conta a sobreposição dos círculos amostrais. Para contornar tais problemas a alternativa mais 
aceita é inverter os dados gamaespectrométricos para concentrações elementares no solo de forma 
 
rigorosa, levando em consideração a atenuação do sinal gamaespectrométrico com o aumento da 
distância fonte-detector (altura de voo), a distribuição das fontes dos radioelementos no solo e a resposta 
do detector (Minty & Brodie 2015). Como o problema inverso (e direto) em aerogamaespectrometria não 
admite solução única, esta característica pode ser usada de acordo com o problema geológico, para 
reduzir a ambiguidade, uma vez que várias formulações de problemas inversos podem satisfazer os 
dados geológicos (Druker 2017). 
Existem duas abordagens recentes de inversão gamaespectrométrica que serão testadas nas áreas de 
estudo: uma desenvolvida por Minty & Brodie (2015), na qual os dados são usados antes da aplicação da 
correção altimétrica, ou seja, “descorrigidos” da altura de voo, e a outra proposta por Druker (2017), na 
qual apenas os fotopicos (picos de energia) são retirados dos dados. A proposta de Minty & Brodie (2015) 
incorpora a sensibilidade dos detectores, os erros dos dados aéreos e um modelo direto da fonte que 
integra a variação topográfica da área de amostragem (‘’field of view’’) ao longo de todo o levantamento, 
eliminando assim os efeitos de terreno que normalmente permaneceriam nos dados com o uso dos 
métodos tradicionais de processamento. O método proposto por Druker (2017) engloba a altura da 
aeronave, o terreno 3D da área amostral, a sensibilidade direcional dos detectores e um modelo de fonte 
que compreende prismas verticais retangulares com as mesmas dimensões horizontais da célula da 
malha requerida. 
Resultados preliminares 
Os dados geofísicos foram processados conforme a rotina padrão, para numa etapa futura serem 
comparados com os resultados gamaespectrométricos derivados da inversão. Os dados foram 
transformados em malhas regulares correspondentes a ¼ do espaçamento entre as linhas de voo (125 
metros Mara Rosa, 50 metros Faina e 25 metros subárea Faina). Através do processamento 
gamaespectrométrico foram gerados mapas básicos (K, eU, eTh), transformados (eU/eTh, eU/K, eTh/K, 
F=K*eU/eTh, Kd=Ks-Ki/Ks, Ud= Us-Ui/Us) e ternários (R-K/G-eTh/B-eU; R-F/G-Kd/B-Ud). A Figura 2 
mostra os mapas de F, Kd e Ud de Faina e Mara Rosa. A interpretação dos mapas básicos, transformados 
e ternários das áreas de estudo permitirá o reconhecimento da assinatura gamaespectrométrica das 
alterações hidrotermais potássicas, bem como o mapeamento das variações dos teores de 
radioelementos nas várias unidades geológicas, com base em mapas litogeofísicos. 
O processamento dos dados do campo magnético anômalo (CMA) envolveu a análise qualitativa 
(métodos de realce) para obter o arcabouço estrutural e definir domínios magnéticos. Foram aplicados 
aos dados do CMA (TMI) os filtros de redução ao polo (RTP) e continuação ascendente (UW), além dos 
seguintes métodos de realce: (i) gradiente horizontal total (GHT/THDR); (ii) amplitude do sinal analítico 
(ASA); (iii) inclinação do gradiente horizontal total (IGHT/TDX); (iv) inclinação do sinal analítico (ISA/TDR); 
(v) inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total (ISA-GHT/TAHG) e (vi) gradiente horizontal 
total da inclinação do sinal analítico (GHT-ISA/THDR-TDR) (Fig. 3). 
Resultados esperados 
Os principais resultados esperados estão relacionados com a comparação dos dados 
gamaespectrométricos processados pelo procedimento padrão e utilizando as novas técnicas 
(modelagem direta e inversão). Os resultados desta comparação serão utilizados na detecção e 
interpretação de zonas de alteração hidrotermal potássica, em correspondência a geração de modelos 
geofísico-geológicos que validem as mineralizações conhecidas e sugiram novos alvos exploratórios. 
Discussões e conclusões 
A gamaespectrometria é uma ferramenta útil para a caracterização de diferentes tipos litológicos e na 
identificação de possíveis alvos exploratórios. O processamento dos dados gamaespectrométricos em 
Mara Rosa e Faina resultou em mapas que mostram de forma clara a relação de zonas anômalas dos 
parâmetros F, Kd e Ud com as principais ocorrências auríferas disponíveis na literatura. Assim, espera-
se que as novas técnicas possam refinar ainda mais as anomalias e sugerir outras. 
Etapas Futuras 
Os dados gamaespectrométricos serão processados conforme as novas técnicas (modelagem e inversão) 
e comparados com os dados já processados. Será desenvolvido e divulgado um algoritmo para a inversão 
de dados gamaespectrométricos que fornecerá estimativas das concentrações dos radielementos no solo. 
Em continuidade será procedida a integração geológica incorporando os dados magnetométricos. Espera-
se a detecção da alteração hidrotermal usando a gamaespectrometria, envolvendo a modelagem direta 
e a inversão, além da geração de modelos geológico-geofísicos sugestivos de novos alvos exploratórios. 
 
 
Figura 2: Mapas do Parâmetro F, Kd e Ud de Faina (a,b,c respectivamente) e Mara Rosa (d,e,f respectivamente). 
 
Figura 3: Mapas do TMI-RTP UW200 e 300 m, TDR e TAHG de Faina (a, b c, respectivamente) e Mara Rosa (d, e, 
f, respectivamente). 
 
 
Agradecimentos 
Pesquisa financiada pela Capes através de bolsa de estudo. Agradecimentos à Orinoco Brasil Mineração 
Ltda pelos dados aerogeofísicos do Greenstone Belt de Faina. 
Referências 
Almeida, F. F. M., Hasui, Y., Brito Neves, B. B., Fuck, R.A. 1977. Províncias Estruturais Brasileiras. In: 
SBG, Simpósio de Geologia do Nordeste, 8, Campina Grande, Anais, 363-391. 
Barbosa, R. D., Pereira, J. G. 2013. Inversão 3D de dados Magnéticos na Região de Mara Rosa-Goiás, 
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525. 
Billings, S. D., Minty, B. R. S., Newsam, G. N. 2003. Deconvolution and spatial resolution of airborne 
gamma-ray surveys: Geophysics, 68: 1257–1266. 
Borges, C. C. A., Toledo, C. L. B., Silva, A. M., Junior, F. C., Jost, H., de Carvalho Lana, C. 2017. 
Geochemistry and isotopic signatures of metavolcanic and metaplutonic rocks of the Faina and Serra de 
Santa Rita greenstone belts, Central Brazil: Evidences for a Mesoarchean intraoceanic arc. Precambrian 
Research, 292: 350-377. 
Crossley, D. J., Reid, A. B. 1982. Inversion of gamma-ray data for element abundances.Geophysics, 47(1): 
117-126. 
Druker, E. 2017. Airborne gamma-ray spectrometry data processing using 1.5 D inversion. Journal of 
Environmental Radioactivity, 177:13-23. 
Franklin, J.M. 1996. Volcanic-associated massive sulphide base metals. In Geology of Canadian Mineral 
Deposit Types, Geological Survey of Canada, Geology of Canada, 8:158-183. 
Fuck R.A., Jardim de Sá E.F., Pimentel M.M., Dardenne M.A., Pedrosa Soares A.C. 1993. As faixas de 
dobramentos marginais do Cráton do São Francisco: síntese dos conhecimentos. SBG, Núcleos Bahia e 
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Gunn, P. J. 1978. Inversion of airborne radiometric data: Geophysics, 43:133–143. 
Jost, H., Carvalho, M. J., Rodrigues, V. G., Martins, R. 2014. Metalogênese dos greenstone belts de Goiás. 
Metalogênese das Províncias Tectônicas Brasileiras, CPRM, Belo Horizonte, p. 141-168. 
Lasa Engenharia e Prospecções S/A. 2013 Levantamento aeromagnetométrico e gamaespectrométrico 
no Estado de Goiás, áreas Faina e Infill Faina. Orinoco Brasil Mineração LTDA. Relatório Final. 
Lasa Engenharia e Prospecções S/A. 2004. Levantamento aerogeofísico do Estado de Goiás – Arco 
Magmático de Mara Rosa – Relatório Final, Volume I – Texto Técnico. 
Minty, B.R.S. and R. Brodie. 2015. The 3D inversion of airborne gamma-ray spectrometric data: 
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geochronological and isotopic approach. Brazilian Journal of Geology, 46:67-82. 
Resende M.G., Jost H., Osborne G.A., Mol A.G. 1998. Stratigraphy of the Goiás and Faina greenstone 
belts, Central Brazil: a new proposal. Revista Brasileira de Geociencias, 28: 77-94. 
Ribeiro, V. B., Mantovani, M. S. M. 2016. Gamma spectrometric and magnetic interpretation of Cabaçal 
copper deposit in Mato Grosso (Brazil): Implications for hydrothermal fluids remobilization. Journal of 
Applied Geophysics, 135:223-231. 
Silva, A.M., Oliveira, C.G., Marques, G.C., Pires, A.C.B. 2007. Geophysical responses of hydrothermal 
rocks associated with copper-gold mineralization in the Neoproterozoic Mara Rosa Magmatic Arc, central 
Brazil.In: Proceedings of the fifth decennial international conference on mineral exploration, 2:1179-1183. 
Shives, R.B.K., Charnonneau, B.W., Ford, K.L. 2000. The detection of potassic alteration by gamma-ray 
spectrometry – Recognition of alteration related to mineralization. Geophysics, 65:2001-2011. 
Schwarz, G. F., Klingele, E. E., Rybach, L. 1992. How to handle rugged topography in airborne gamma-
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Tammenmaa, J. K., Grasty, R. L., Peltaniemi, M. 1976. The reduction of statistical noise in airborne 
radiometric data: Canadian Journal of Earth Sciences, 13:351–1357. 
Valeriano, C. M., Pimentel, M. M., Heilbron, M., Almeida, J. C. H., Trouw, R. A. J. 2008. Tectonic evolution 
of the Brasília Belt, Central Brazil, and early assembly of Gondwana. Geological Society London,294(1): 
197-210. 
Dados Acadêmicos 
Nível: Doutorado; Data de ingresso na Pós-Graduação: Dezembro/2016; Área de Concentração: Geologia 
Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Título original do Projeto de Pesquisa: “Modelagem 
e inversão de dados gamaespectrométricos do Arco Magmático de Mara Rosa e do Greenstone Belt de Faina, 
Goiás-Brasil”. Possui bolsa: Sim – Capes. Orientação: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira. Co-orientação: 
Profa.Dra. Adalene Moreira Silva (Universidade de Brasília) e Prof. Dr. Saulo Pomponet Oliveira (Universidade 
Federal do Paraná). 
X X I S e m i n á r i o d o P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m G e o l o g i a 
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á 
25 a 29 de junho de 2018 
Cur i t i ba - PR 
 
 
Foraminíferos bentônicos da porção central da plataforma interna rasa 
paranaense: uma abordagem metodológica. 
 
Joicce Dissenha Gonçalves 
joi.ddg@gmail.com 
 
Palavras-chave: foraminíferos bentônicos aderidos, plataforma interna, metodologia. 
 
Introdução 
A plataforma interna rasa paranaense se caracteriza pela constante ação das ondas que 
remobilizam os sedimentos de fundo (Veiga et al., 2004, Sielski et al., 2017). 
A distribuição espacial e temporal, e a diversidade dos foraminíferos bentônicos são 
razoavelmente bem conhecidas, porém pouco se sabe sobre foraminíferos bentônicos incrustantes, e 
sua diversidade, riqueza, abundância e como essas espécies variam espacialmente e temporalmente 
(Walker et al., 2011). Estes organismos são comuns em ambientes de regiões marinhas rasas a 
profundas, sendo encontrados aderidos a detritos flutuantes na coluna de água, grãos de areia no 
sedimento de fundo ou a outros organismos (Walker op.cit.). 
A metodologia geralmente empregada no processo de triagem pode estar interferindo no 
conhecimento dessas formas incrustantes. A caracterização de ambientes através de foraminíferos é 
frequentemente realizada analisando a assembléia de espécimes separados por flotação e não 
especificando se o resíduo não flotado da amostra foi analisado. 
Cada vez mais torna-se clara a necessidade de uma revisão cuidadosa da fração resíduo para 
que a eventual presença de espécies incrustantes não seja negligenciada, permitindo uma 
caracterização mais realista do ambiente. Disaró et al., (2017) citam que deve haver uma triagem 
cuidadosa das amostras, incluindo a revisão rigorosa dos clastos para a detecção de foraminíferos 
incrustantes. Segundo estes autores, a plataforma continental da Bacia de Campos apresenta um 
grande número de foraminíferos incrustantes, tanto junvenis como adultos grandes e pequenos que se 
encontram aderidos aos grãos de sedimento; a presença destes indivíduos e a de espécies aderidas 
típicas de ambiente de alta energia indica que se trata de uma região com predomínio de forte 
hidrodinamismo junto ao fundo. 
Autores como Ribeiro-Ferreira et al., (2017) e Disaró (2014) citam a importância da triagem do 
resíduo em busca de espécimes que eventualmente não flutuaram. Esses autores destacam a 
necessidade de uma análise mais minuciosa dos clastos e suas reentrâncias e cavidades em busca de 
foraminíferos incrustados, garantindo padrões similares de triagem. Disaró (op. cit.) conclui que mesmo 
em ambientes de fundo predominantemente inconsolidado existe uma grande diversidade de 
foraminíferos incrustantes aderidos a litoclastos e bioclastos que habita a plataforma interna e parte da 
plataforma média e externa. A autora sugere que estudos futuros devam atentar a estes foraminíferos e 
que as triagens contemplem este grupo de foraminíferos, garantindo que sejam adequadamente 
representados uma vez que a detecção destas espécies é importante para a reconstrução de 
paleoambientes. 
Também é fundamental que nos trabalhos publicados explicite-se se o resíduo foi revisado ou se 
apenas a fração flotada foi observada. Muitos autores citam que usaram o processo de flotação (Eichler, 
2017; Duleba et al., 2018; Eichler et al., 2016), mas não esclarecem se a presença de espécies 
incrustantes nos clastos foi observada. Este esclarecimento viabiliza comparações pois, ciente de que 
os incrustantes não foram checados, pode-se ainda assim fazer comparações restritas às espécies 
livres, ciente que não será possível discutir sobre as demais. 
O conhecimento da existência destas espécies altera as estimativas de densidade e diversidade 
locais e contribui com o conhecimento sobre os ambientes sob ação de ondas, possibilitando 
reconhecê-los no passado geológico. 
A grande proporção dessa fauna, quase escondida, aderida aos clastos motivou a discussão 
sobre a metodologia da triagem, demonstrando a importância desse cuidado metodológico para a 
https://www.researchgate.net/profile/Patricia_Eichler
 
caracterização das associações de foraminíferos nos ambientes com ação de ondas, evitando a 
distorção gerada quando apenas espécies livres registradas na flotação são utilizadas. 
Assim, o objetivo da pesquisa é avaliar o quanto estas espécies presentes no resíduo podem 
alterar o resultado quando somadas aos espécimes registrados na flotação. 
A fauna aderida pode refletir características importantes do ambiente estudado (Walker et al., 
2011). Se estes organismos segregarem esqueletos rígidos, podem ser preservados no registro fóssil e 
assim se tornam ferramentas valiosas em análise paleoecológica e paleoambiental (Taylor e Wilson, 
2003). 
 
Área de Estudo 
A área de estudo correspondente ao sublitoral raso, entre 5 e 15 m de profundidade, exposto à 
ação ondas, da plataforma continental interna paranaense, que ainda não apresentava estudos 
caracterizando-a com base em foraminíferos. Durante um levantamento das características 
sedimentológicas realizado no ano de 2000 (Veiga et al., 2004), foram coletadas amostras adicionais, 
especificamente objetivando conhecer a composição e distribuição destes organismos, o que viabilizou 
a realização do presente estudo nesta região. 
A área compreende a porção central da plataforma interna rasa, num trecho de 32 km entre o 
entre o Balneário de Pontal do Sul e a Ponta de Matinhos, entre as latitudes 25°30’S e 25°54’S e 
longitudes 48°18’W e 48°36’W. 
 
Fundamentação teórica 
Foraminíferos são organismos unicelulares que podem secretar uma estrutura externadenominada testa, teca ou carapaça, com composição orgânica, calcária de calcita ou aragonita ou, 
mais raramente, silicosa (Pawlowski et al., 2003), e também pode ser formada pela agregação de 
partículas exógenas com cimento produzido pelo próprio organismo, formando carapaças de material 
aglutinado (Seyve, 1990). Globalmente abundantes, foraminíferos são encontrados em todas as 
latitudes e em todos os ambientes marinhos e transicionais; distribuem-se desde a zona intermaré até a 
zona hadal, fazendo parte do bentos desde o Cambriano, e do plâncton desde o Neojurássico 
(Boltovskoy, 1965; Seyve, 1990). 
O método da flotação das carapaças é amplamente empregado em estudos envolvendo 
foraminíferos e baseia-se na separação das carapaças dos demais clastos dos sedimentos por 
diferença de densidade. Tem a finalidade de concentrá-las, reduzindo o esforço de triagem (Boltovskoy, 
1965). Neste processo é possível utilizar vários compostos, dentre eles o tetracloreto de carbono, 
tricloroetileno, bromofórmio ou soluções de bromofórmio com acetona. Também podem ser utilizadas 
soluções salinas, como sugerem Semensatto-Jr & Dias-Brito (2015). A separação das carapaças por 
flotação é o primeiro passo que, segundo Boltovskoy e Wright (1976), deve ser seguido pela checagem 
do resíduo, entretanto, este segundo passo é muitas vezes negligenciado ou até mesmo ignorado. 
Além da avaliação cuidadosa do resíduo, é importante que o material a ser triado passe por 
peneiramento, de modo que cada classe de tamanho seja observada separadamente. Segundo 
Boltovskoy & Wright (op. cit.), este processo permite ao pesquisador observar partículas de um mesmo 
tamanho e assim auxilia no processo de reconhecimento de espécimes e na remoção das carapaças da 
bandeja de triagem. 
 
Materiais e Métodos 
Os sedimentos foram coletados a partir de embarcação com equipamento busca-fundo tipo Petite 
Ponar, muitas vezes com auxílio de mergulhadores para garantir o correto funcionamento do busca-
fundo e êxito do lançamento. As amostras para análise de foraminíferos foram coletadas nos primeiros 
centímetros (0-2 cm) da camada superficial do sedimento, fixadas com solução de formol 4% 
tamponada com tetraborato de sódio e coradas com Rosa de Bengala, adicionados ainda na 
embarcação. O corante é usado para evidenciar a presença do protoplasma de indivíduos vivos no 
momento da coleta. As amostras estão distribuídas ao longo de 5 transectos perpendiculares à linha de 
costa que distam de 6 a 8 km entre si (A, E, I, M, P). 
No Laboratório de Foraminíferos e Micropaleontologia Ambiental – LaFMA/UFPR as amostras 
foram lavadas em peneira de 63µm com água corrente, secas em estufa <60°C e submetidas a flotação 
com uso de tricloroetileno. O método da flotação foi utilizado para separação inicial das carapaças, 
porém tanto a flotação como o resíduo foram triados sob microscópio estereoscópico (Zeiss Discovery 
V8). 
A fração resíduo apresentou um volume total bastante expressivo sendo necessário quartear a 
amostra para manter a viabilidade e otimizar o tempo de triagem, sendo utilizado o quarteador “Otto 
 
Splitter”. Esse procedimento foi testado para validar a prática e descartar quaisquer incertezas de 
eficiência desse processo, garantindo que as espécies estejam sempre representadas na alíquota 
quarteada. Dois pontos (M1 e P17) foram analisados separadamente. Usando o teste paramétrico para 
comparação de k – proporção (nível de significância de 5%), os resultados demonstraram que uma 
alíquota (¼) é suficiente para verificar a importância da triagem do resíduo (Flotação x Resíduo), o 
software utilizado foi o XLSTAT (v. 2015.5.1.23600). 
Utilizando o software G-Power (Faul et al., 2009), foi possível calcular um ‘n’ amostral necessário 
para o estudo experimental. Assim, 12 pontos foram definidos a priori, como necessários para 
assegurar a efetividade do estudo da metodologia de triagem (Flotação X Resíduo), mantendo um 
tamanho da amostra com um poder acima de 0,8, o que significa que se tem 80 por cento ou maior 
probabilidade de detectar diferenças estatisticamente significativas nos dados. Ter uma especificação 
apropriada do tamanho amostral atribui validade interna ao estudo e deve ser requisito para a 
aprovação de protocolos de pesquisa e a publicação de trabalhos em revistas científicas (Brito et al., 
2016). 
Os resultados serão analisados utilizando os softwares XLSTAT v. 2018, para Análise de 
Correspondência - distância de Hellinger e o software PAST (Paleontological Statistics Software 
Package for Educationand Data Analysis de Hammer; Harper; Ryan, 2001) para o Teste t de 
diversidade (Diversity t test). 
 
Resultados 
No resíduo foi observada maior abundância de indivíduos sésseis aderidos ou incrustados aos 
clastos em relação aos da flotação, porém em alguns pontos (D, E, F, G) espécies livres também foram 
encontradas na fração resíduo (Fig. 1). 
É indiscutível a diferença na abundância de espécimes aderidos aos clastos presentes no resíduo 
- cinco dos sete pontos analisados tiveram mais de 90% dos indivíduos nesta fração - ponto A 93%, B 
94% C 99% D 93%, G 90%. 
O ponto E e F apresentaram uma diferença menor – ponto E 40% e ponto F 32%, isso se dá ao 
fato de espécimes livres estarem presentes também no resíduo e serem mais abundantes do que os 
espécimes aderidos – ponto E 34%, ponto F 68%, essa frequência pode indicar uma ineficiência na 
prática da flotação nesses pontos. Porém há ocorrência de espécimes livres no resíduo indicam que se 
o resíduo não fosse verificado essas espécies seriam ignoradas, subestimando a abundância e 
diversidade nesses pontos, pois quando somadas as porcentagens encontradas apenas no resíduo 
(tanto livre quanto aderido) estas continuam a indicar maior presença na fração resíduo - F 99%, ponto 
E 74%. 
 
Figura 1: Porcentagem de espécimes livres x aderidos nas frações Flotação (Flot) e Resíduo (Res), nos 
pontos testados (A,B,C,D,E,F,G). 
 
Flotação 
A triagem desses espécimes flotados, ou seja, livres foi realizada integralmente para os 12 pontos 
escolhidos para compor o ‘n’ amostral. A prática desse processo é mais simples e há concentração de 
carapaças de foraminíferos presentes simplifica a triagem; corroborando com a finalidade desse 
procedimento que é facilitar a triagem e a separação das carapaças. 
Alguns espécimes registrados foram identificados em nível de gênero e ilustrados com 
fotomicrografias (Fig.2). Observou-se uma fauna predominantemente livre na fração da flotação; a 
maioria das amostras analisadas apresentara uma abundância baixa de foraminíferos, entre 1% e 26% 
quando comparada aos aderidos no resíduo (Fig.1). 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1888754615001318#!
 
 
Figura 2: Fotomicrografias em Microscopia óptica (MO) dos espécimes encontrados na fração 
flotação. Gêneros apresentados: A- Bulimina, B- Uvigerina, C- Hopkinsina, D- Bolivina, E- 
Buliminella, F- Caronnia, G- Miliammina, H- Cribroelphidium, I- Nonionella, J- Ammonia, K- 
Cassidulina? e L- Ammonia?. 
 
Resíduo 
Dos 12 pontos definidos, 07 foram triados para a fração resíduo. Observou-se grande quantidade 
de foraminíferos aderidos aos grãos. Os exemplares registrados no resíduo correspondem 
principalmente a espécies de hábito incrustante, aderidas aos litoclastos e bioclastos e que não ocorrem 
comumente livres (Fig.3). 
 
Figura 3: Fotomicrografias em Microscopia eletrônica de varredura (preto e branco) e em MO (coloridas) dos 
espécimes de foraminíferos aderidos aos grãos na porção de resíduo das amostras. 
 
Discussões e conclusões 
Sem a observação detalhada dos grãos e inspecionando as reentrâncias, a ocorrência dos 
espécimes incrustados ou aderidos passaria despercebido, o que causaria estimativa imprecisa das 
espécies que caracterizam o ambiente. Além disso, a diversidade e a abundância seriam em 
subestimadas. 
 
Etapas Futuras 
Será finalizada a triagem dos 5 pontos restantes para compor o ‘n’ amostral necessáriopara testar 
o método. Os dados serão avaliados através de análises estatísticas, visando comparar as associações 
presentes nas frações da flotação e do resíduo, de forma que se possa avaliar se a inclusão das 
espécies incrustantes às demais registradas no resíduo muda ou não o padrão geral obtido sem elas, 
podendo posteriormente realizar uma caracterização fidedigna da plataforma interna rasa do Paraná 
com base em foraminíferos. 
Será avaliada em que tipo de amostra e ambiente esta triagem meticulosa torna-se imprescindível 
e, se porventura houver características nas amostras que indiquem claramente esta necessidade, ela 
será indicada apesar de ser, sem dúvida, mais onerosa. 
A B C
 
A 
D E F G 
H I J K L 
 
Agradecimentos 
Agradeço ao Laboratório de Foraminíferos e Micropaleontologia Ambiental – LaFMA, pelo imenso 
apoio na viabilização desse projeto, pelo acesso ao material necessário para preparação das amostras, 
triagem e identificação das espécies, bem como toda ajuda de custo fornecida a qual permitiu me 
manter nesse período. Agradeço também ao Museu de Ciências Naturais - MCN, da UFPR, pelo 
apoio e espaço estrutural necessário para realização deste trabalho. 
Referências 
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Dados Acadêmicos 
Mestrado; Abril/2017 ingresso na Pós-Graduação; Geologia Ambiental; Evolução, dinâmica e recursos costeiros; 
Foraminíferos da porção central da plataforma interna rasa paranaense; Não possuo bolsa. 
Orientação: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo - Co-orientação: Dra. Sibelle Trevisan Disaró 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1888754615001318#!
https://www.sciencedirect.com/science/journal/18887546
https://www.sciencedirect.com/science/journal/18887546
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https://doi.org/10.1371/journal.%20pone.0191446
https://www.researchgate.net/profile/Patricia_Eichler
https://www.sciencedirect.com/science/journal/18887546/9/1
http://www.posgeol.ufpr.br/home/wp-content/uploads/2015/12/EVOLUCAO-DIN%C3%82MICA-E-RECURSOS-COSTEIROS-2016.pdf
XXI Seminário do Programa de Pós-Graduação em Geologia 
Universidade Federal do Paraná 
25 a 29 de junho de 2018 
Cur it iba - PR 
 
 
Alimentação artificial de praias com sedimentos de dragagem dos portos de 
Paranaguá-PR e São Francisco do Sul-SC 
 
José Augusto Simões Neto 
gu_to_ja@hotmail.com 
 
 
Palavras-chave: costeira, erosão, obras. 
 
Introdução 
 
A atividade em alguns dos principais portos do sul do Brasil depende diretamente de obras de 
dragagem em canais de acesso. As movimentações portuárias, intensas e constantes, geram 
alterações sobre o ambiente e carecem de regras normativas e técnicas para que os impactos 
ambientais sejam amenizados (Machado et al. 2012). 
No Brasil, a gestão de dragagens está pautada na Resolução Conama nº 454 (Brasil, 2012), cujo 
teor aponta para políticas públicas que devem ser adotadas e a possibilidade de uso benéfico do 
material dragado, definido como: “...utilização do material dragado, no todo ou em parte, como recurso 
material em processos produtivos que resultem em benefícios ambientais, econômicos ou sociais, 
portanto, sem gerar degradação ambiental, como alternativa à sua mera disposição no solo ou em 
corpo de água”. Tipificando inclusive nesta norma a utilização de areia dragada na engorda ou 
alimentação artificial de praias (beach nourishment). 
No Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) e na Baía da Babitonga, estados do Paraná e 
Santa Catarina, respectivamente, operam quatro portos com localizações indicadas na Figura 01, são 
eles os portos de Antonina, Paranaguá, Itapoá e São Francisco do Sul. Sendo os responsáveis pelas 
maiores movimentações de materiais dragados os portos de Paranaguá e São Francisco do Sul. 
Considerando este cenário e a dinâmica do sistema costeiro nesta região, pretende-se com esta 
pesquisa identificar praias cujos relacionamentos entre a ocupação humana e a evolução do perfil praial 
resultam em desiquilíbrios,com praias erodidas e/ou ocupações e edificações irregulares. 
A hipótese central da tese em elaboração é a de que os sedimentos dragados, nos portos 
estudados, podem e devem ser utilizados no reestabelecimento do equilíbrio sedimentar de praias em 
Itapoá-SC, Matinhos-PR, Pontal do Paraná-PR e Paranaguá-PR (Ilha do Mel). 
 
Geologia geral e dinâmica costeira 
 
As unidades geológicas nas áreas objeto de estudos correspondem ao domínio de depósitos 
sedimentares cenozoicos, representado principalmente por planícies com cordões litorâneos, planícies 
paleoestuarinas quaternárias e depósitos atuais de praia, eólicos e plataformais (Souza, 1998; Angulo et 
al. 2016a). 
Na plataforma interna predominam sedimentos siliciclásticos com diâmetro médio entre 0,016 e 
1,032 mm, ou seja, das classes silte fino até areia muito grossa, e possuem teores de carbonatos e 
matéria orgânica geralmente inferior a 5% (Oliveira, 2015). 
Na costa paranaense e catarinense, seguindo o padrão do sistema de geração de ondas no 
Atlântico Sul, a propagação das mesmas está vinculada aos centros de geração em áreas oceânicas 
distantes (Angulo et al. 2016b), independentes das direções dos ventos locais, no litoral sul brasileiro os 
eventos de ondas de alta energia são formados principalmente a partir de ciclones subtropicais 
(Bigarella et al. 1978). 
Na costa estudada as marés são semidiurnas com interações de cooscilações não lineares 
(Mantovanelli 1999). A amplitude da maré de sizígia é de 1,5 m, na costa oceânica e 2,2 m, no interior 
do estuário. Também as marés meteorológicas podem atingir 80 cm acima do nível das marés 
astronômicas (Marone & Jamiyanaa 1997). As marés geram correntes de enchente e vazante e, ainda 
podem criar vórtices de maré (Camargo et al. 2003). 
 
 
Figura 1: Localização dos portos, da área de estudo e principais toponímias. 
 
Materiais e Métodos 
 
Os métodos e as ferramentas analíticas utilizadas para a realização das metas deste estudo são: 
 
 Coleta e organização de dados bibliográficos referentes a dinâmica sedimentar do CEP, 
aspectos físicos e químicos dos sedimentos, impactos ambientais da dragagem e aplicações de 
resíduos de dragagem em portos. 
 
 Aquisição e organização dos dados referentes às operações de dragagem, volumes de 
sedimentos dragados anualmente, conformação geral dos canais e locais de dragagem, 
batimetria e cartografia. 
 
 Campo e amostragem, pretende-se realizar duas semanas de campo e amostragens nos canais 
de portos no Paraná e Santa Catarina, no segundo semestre do ano de 2018. Esta atividade de 
campo tem objetivos específicos de coleta de amostras de sedimentos. 
 
 Análises físico-químicas com a finalidade de averiguação e calibração dos dados obtidos com as 
administrações dos portos, as amostras coletadas em campo serão submetidas a análises 
granulométricas no Laboratório de Estudos Sedimentológicos – LABSED, eventualmente 
poderão ser realizados testes e ensaios tecnológicos no Instituto Lactec. 
 
 Visita técnica ao Porto de Hamburgo Alemanha, tendo em vista não somente a pesquisa 
proposta, mas também o aprimoramento do conhecimento técnico-científico em janeiro de 2018 
foi realizada uma visita técnica ao Porto de Hamburgo na Alemanha. O objetivo principal foi 
conhecer as operações de dragagem realizadas naquele porto e principalmente a destinação 
aplicada aos sedimentos oriundos desta atividade. 
 
 Cartografia e geoprocessamento, utilizando banco de dados reunindo todas as informações 
 
obtidas da pesquisa, pretende-se em plataforma SIG - Sistemas de Informação Geográfica (GIS) 
a unificação em produto finais do estudo, como mapas temáticos de balanço sedimentar, mapas 
de aproveitamento sedimentar e mapa de indicações de despejo/engorda de praias. 
 
Hipótese e Objetivos 
 
Para o desenvolvimento de todo o estudo, partir-se-á de uma hipótese central de que praias com 
problemáticas de erosão podem receber aportes artificiais de sedimentos dragados. Para testar esta 
hipótese define-se alguns objetivos gerais e específicos. 
A tese de doutorado terá como objetivo geral a caracterização sedimentológica dos materiais 
dragados e das praias em estudo. 
Ainda como objetivos específicos serão caracterizadas e separaras as zonas de ocorrência 
granulométricas e de contaminantes, cálculos de movimentação e balanço sedimentar, definição dos 
locais de deposição sedimentar conforme granulometria, indicar setores com problemas relacionados a 
conflitos de ocupação de solo e erosão costeira, elaborar mapas e imagens com possibilidades de rotas 
de aproveitamento do material dragado. Por fim, relatar as conclusões em artigos e tese de 
doutoramento. 
 
Resultados obtidos 
 
 A partir dos resultados obtidos na fase dos estudos correspondente ao nível de mestrados, 
considerando ainda o cronograma atual de pesquisa, foram alcançadas as seguintes publicações: 
 Resumo 1: Panorama geral da mineração na planície costeira do estado do Paraná. Publicado 
em Anais do X Simpósio Sul -Brasileiro de Geologia, ST917. Curitiba. 
 Resumo 2: Possibilidade de aproveitamento dos sedimentos de dragagem do porto de 
Paranaguá. Publicado em Anais XVI Congresso da Associação Brasileira de Estudos do 
Quaternário – ABEQUA, Volume 2, Número 1, Bertioga - São Paulo. 
 Resumo 3: Sedimentos dragados no porto de Hamburgo - estudo comparativo de manejo. 49° 
Congresso Brasileiro de Geologia. Rio de Janeiro. (Aceito em maio de 2018). 
 Resumo 4: Episódios de alimentação de praia no sul do Brasil, questões relacionadas e 
perspectivas. 49° Congresso Brasileiro de Geologia. Rio de Janeiro. (Aceito em maio de 2018). 
 Artigo 1: Possibilidade de aproveitamento dos sedimentos de dragagem do porto de Paranaguá. 
Quaternary and Environmental Geosciences (http://dx.doi.org/10.5380/abequa.v8i2.54333). 
 
 Resultados esperados 
 
Os resultados esperados ao término do doutorado compreendem a um mapa de aproveitamento 
sedimentar, análises físicos-químicas validando as amostras e dados levantados na pesquisa durante o 
mestrado e doutorado, tese indicando as possibilidades de aproveitamento de material de dragagem e 
praias indicadas para engorda, além da seguinte produção científica: 
 Resumos 5 e 6: XVII Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário – ABEQUA. 
Viçosa. (Serão submetidos em 2019) 
 Resumos 7 e 8: Congresso Brasileiro de Geologia. (Serão submetidos em 2020). 
 Resumo 9 e 10: 36th International Geological Congress. Delhi (Serão submetidos em 2020). 
 Artigo 2: Artigo de revisão de episódios de alimentação de praia no Brasil. Ocean & Coastal 
Management. (Será submetido em 2019). 
 Artigo 3: Resultado Final - Alimentação artificial de praias com sedimentos de dragagem dos 
portos de Paranaguá-PR e São Francisco do Sul-SC. Journal of Coastal Research. (Será 
submetido em 2020). 
 
Fundamentação, discussões e conclusões 
 
A pesquisa se apresenta como oportunidade de estudar a aplicação dos milhões de metros 
cúbicos de material dragado, destacado o fato da disponibilidade de grande parte dos dados produzidos 
pelas entidades envolvidas, que somados aos dados próprios produzidos no doutorado, totalizam mais 
de 150 pontos de sedimentos amostrados e analisados. 
 
http://dx.doi.org/10.5380/abequa.v8i2.54333
 
 
 
Figura 2: Exemplos de praias com conflitos de erosão versus ocupação dos solos estudadas. 
A – Itapoá; B – Ponta do Poço, Pontal do Paraná; C e D – Praia do Forte, Ilha do Mel. 
As praias com variações negativas na linha de costa, ilustradas nas imagens da Figura 02, com 
obras improvisadas e tentativas de contenção da erosão, tornam-se então objeto principal de estudo. 
Por fim, conclui-se ainda que a norma ambiental vigente e outrora citada, preconiza que “As 
propostas de uso benéfico do material dragado poderão ser elaboradas pelo empreendedor em parceria 
com outras instituições, entidades públicas, universidades, empresas e organizações da sociedade 
civil”. Restandoao projeto não somente a contribuição científica, mas também a contrapartida social. 
 
Agradecimentos 
 
À Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA, pela prontidão e empenho na 
disponibilização dos dados requeridos por meio do processo sob n˚ 14.21.496-5, ao Departamento 
Nacional de Produção Mineral – DNPM/ANM, ao Laboratório de Estudos Sedimentológicos e Petrologia 
Sedimentar - LABsed, Instituto Lactec e ao Laboratório de Estudos Costeiros - LECOST. 
 
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graduação em Geologia, Curitiba, 86p. 
 
SOUZA, M.C. Mapeamento da planície costeira e morfologia e dinâmica das praias do Município de 
Itapoá, Estado de Santa Catarina: subsídios à ocupação. 169 f. Dissertação de Mestrado - Programa de 
Pós-Graduação em Geologia Ambiental, Departamento de Geologia, Setor de Ciências da Terra, 
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1999. 
 
Dados Acadêmicos 
Doutorado (progressão 02/04/2018); Geologia Ambiental – Evolução, dinâmica e recursos costeiros. 
Sem bolsa. 
Orientação: Profª. Drª. Maria Cristina de Souza. 
X X I S e m i n á r i o d o P r og r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m G e ol o g i a 
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á 
 
 
Quimioestratigrafia, faciologia e diagênese de sequências carbonáticas 
aptianas não marinhas: Poço 9RJS730 (Entorno de Iara) 
 
João Victor Dabela Alcantara 
joao.victor@ufpr.br 
 
 
Palavras-chave: diagênese, aptiano, carbonatos 
 
Introdução 
Segundo Riccomini et. al (2012), a ocorrência de acumulações gigantes de óleo em regiões de águas 
ultra profundas da Bacia de Santos corresponde a maior descoberta mundial da indústria petrolífera nos 
últimos 50 anos, tendo potencial para tornar o Brasil um dos principais produtores globais. Contudo, a 
exploração destas reservas é permeada por desafios tecnológico e as características inerentes ao 
sistema petrolífero. As rochas que são reservatórios no Pré Sal compreendem sequências carbonáticas 
de origem microbial não marinhas (Estrella, 2008). Rochas carbonáticas não marinhas (e.g. travertinos, 
tufas calcárias, microbialitos, calcretes, espeleotemas) possuem uma natural complexidade no que diz 
respeito a distribuição de fácies e propriedades permo-porosas, reflexo dos diversos processos e das 
condições ambientais nas quais ocorre a deposição dos sedimentos (Dupraz, 2008). Esta 
heterogeneidade pode ainda ser acentuada por processos pós deposicionais superpostos, que podem 
modificar parâmetros petrofísicos gerando porosidade secundária ou destruindo a porosidade primária, 
geração de novos minerais e cimentos, modificação de fábricas deposicionais primárias, compactação 
de grãos, por exemplo. Estes processos além de modificarem as propriedades do reservatório e 
consequentemente sua qualidade, também alteram as assinaturas geoquímicas e isotópicas de forma 
significativa com o decorrer da evolução dos estágios diagenéticos. 
Justificativa 
A caracterização dos produtos relacionados a processos diagenéticos e as condições nas quais esses 
ocorrem, é fundamental para uma melhor compreensão da distribuição vertical de fácies e 
características permo-porosas de um poço produtor de hidrocarbonetos Desta forma, a interpretação do 
ambiente deposicional com base nas assinaturas geoquímicas integrada a caracterização faciológica de 
uma sequência sedimentar é uma ferramenta chave para definir as condições de evolução da 
diagênese de reservatórios de petróleo, que por fim serão úteis para determinar o potencial e a 
qualidade das sequências aptianas do pré-sal, tendo importância econômica e científica. 
 
Localização 
O principal objeto de estudo desta pesquisa corresponde ao testemunho de sondagem oriundo do bloco 
produtor comercial de óleo denominado “Entorno de Iara” operado pela Petrobras, inserido no campo de 
Atapu na Bacia de Santos. O testemunho do poço 9-BRSA-1284-RJS (Figura 1) possui profundidade 
medida de 5715 metros e uma lâmina d´água de até 2295 metros, com um intervalo aproximado de 200 
metros. Os litotipos observados constituem sequências de carbonatos laminados pertencentes a 
formação Barra Velha que integra o Grupo Guaratiba. Todos os dados de poços que serão usados 
nessa pesquisa são públicos e estão disponíveis na Agência Nacional do Petróleo (ANP), conforme a 
Tabela 1, atualizada e disponibilizada pela ANP em janeiro de 2018. 
 
Poço Operador Bacia Data de Conclusão da Perfuração Testemunho Perfilagem Sísmica FIT/LOT Amostra Lateral Confidencialidade
9730RJS Petrobras Santos 03/02/2015 Existe Existe Existe Existe Existe Público
Tabela 1: Tabela de solicitação de acesso aos poços 
 
 
Figura 1: Mapa de localização das bacias sedimentares de Santos e Campos com os poços estudados inseridos 
na área do pré sal. Fonte: ANP/BDEP. Modificado. 
 
Contexto geológico 
A Bacia de Santos localiza-se na porção sudeste da margem atlântica brasileira, entre o litoral dos 
estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná Limitada fisiograficamente pelo alto de 
Cabo Frio a norte e pelo Alto de Florianópolis a sul. De modo semelhante as outras bacias da margem 
atlântica, a Bacia de Santos apresenta 3 megassequências tectono-estratigráficas (Pereira & Feijó, 
1994). A megassequência continental (sinrifte), de idade neocominana/barremiana representada pela 
Formação/Grupo Guaratiba, é composta por sequências siliciclásticas grossas assentadas sobre rochas 
vulcânicas toleíticas (Fm. Camboriú). Em seguida, ocorre a megassequências transicional caracterizada 
por intercalações de evaporitos e rochas siliciclásticas aptianas de ambiente marinho restrito. Por fim, a 
megassequência pós-rifte é caracterizada pela deposição de rochas siliciclásticas e carbonáticas da 
Fm. Florianópolis e Guarujá respectivamente, que posteriormente foram recobertos por sistemas 
transgressivos clástico-carbonáticos (Fm. Itanhaém) de idade neo-albiana. Recobrindo essas 
megassequências tem-se os depósitosregressivos compostos por plataformas carbonáticas (sistema 
Iguape/Marambaia) subjacentes a arenitos e folhelhos da Fm. Sepitiba. 
Grupo Guaratiba e Formação Barra Velha - Segundo Moreira et. al (2007) o grupo Guaratiba é 
subdividido em cinco formações, sendo que as Fm. Piçarras, Itapema e Barra Velha constituem a fase 
rifte da bacia. A formação Barra Velha depositou-se em ambiente transicional continental – marinho 
raso e é subdividida em sequência inferior e superior. A sequência inferior é composta por calcários 
microbiais, estromatólitos, laminitos e folhelhos. Além destes litotipos também ocorrem associados 
grainstones e packstones constituídos de bioclastos. Por fim, na sequência superior há a ocorrência de 
estromatólitos e laminitos microbiais dolomitizados (Papaterra, 2010). 
 
Objetivos 
O objetivo geral desta pesquisa é definir como os processos diagenéticos influenciam na faciologia, 
petrofísica, assinaturas geoquímicas e isotópicas no testemunho de sondagem do poço 9-BRSA-1284-
RJS (Entorno de Iara), focando nas fácies mais representativas do intervalo, como esferulitos e schurbs, 
 
intervalos com evaporitos, etc, além de entender porque num poço com alta porosidade a 
permeabilidade é baixa, fazendo-se necessário a aplicação de técnicas EOR (enhanced oil recovery) 
refletindo diretamente na qualidade de exploração de óleo. 
 
Materiais e Métodos 
O intervalo possui aproximadamente 90 metros de extensão (Figura 2), portanto será selecionada uma 
escala adequada para descrição utilizando as fácies mais representativas do intervalo para descrições 
microscópicas pormenorizadas, onde serão analisadas as feições diagenéticas que ocorrem, tais como 
relações de contato entre grãos, identificação de minerais neoformados, cimentação, feições de 
dolomitização, geração de porosidade primária e feições de dissolução e precipitação. Para a análise 
faciológica serão realizados estudos petrográficos e de seções delgadas com auxílio de lupa e 
microscópio de luz transmitida respectivamente, para a definição e descrição destas fácies. A seleção 
destes pontos para petrografia será feita a partir da análise macroscópica (descrição de aspectos 
principais, como litotipos, estruturas, tipos de porosidade e cor). Integrado a esse estudo, também serão 
realizadas análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV), que permite a tomada de imagens 
em alta resolução da superfície da amostra em escala microscópica com aparência tridimensional e 
análises de microtomografia computadorizada de raios – x (microCT), que consiste em uma técnica não 
destrutiva que permite a visualização da estrutura interna e externa da amostra com base em modelos 
tridimensionais renderizados, gerados a partir de um conjunto de imagens, possibilitando o cálculo 
permeabilidade e distribuição do tamanho médio dos poros integrados a modelos tridimensionais para 
melhor visualização da geometria interna das amostras. A segunda parte do projeto consistirá em 
estudar a evolução do ambiente sedimentar, correlacionado com as feições faciológicas e diagenéticas 
descritas previamente e características mineralógicas e químicas. Para isso, serão realizados estudos 
isotópicos de pontos de interesse ao longo do testemunho. Os isótopos analisados compreendem os de 
Oxigênio e Carbono. A seleção destas amostras ocorrerá a partir das fácies e da profundidade do 
testemunho. A análise de sinais isotópicos de carbono e oxigênio será utilizada para interpretações a 
respeito do ambiente de formação, como temperatura, salinidade, natureza e influência dos fluídos, 
processos biogeoquímicos etc. 
Por fim serão utilizadas as técnicas analíticas de difratometria de raios -x e de fluorescência de raios -x, 
que se baseiam na interação do raio-x com a amostra, sendo útil para determinar a estrutura atômica e 
molecular de substâncias e identificar elementos químicos presentes com número atômico maior ou 
igual a 12. Estas técnicas serão aplicadas para uma análise semi quantitativa de minerais ao longo do 
intervalo para identificar variações na composição química 
 
Figura 2: Testemunho de sondagem do poço produtor 9-BRSA-1284-RJS constituído de laminitos da Formação 
Barra Velha 
Resultados esperados 
Espera-se que possa ser definida uma associação entre feições diagenéticas observada nos intervalos 
do testemunho com a variação de fácies sedimentares, parâmetros petrofísicos (porosidade, 
permeabilidade, tamanho médio de poros), e assinatura de isótopos estáveis. Por fim, que os dados 
 
obtidos mostrem também uma correlação entre os diferentes poços e inferências sobre a evolução da 
ambiência e das condições na qual as rochas modificaram-se. 
 
Agradecimentos 
Ao Laboratório de Análise de Minerais de Rochas (LAMIR-UFPR), a Shell Brasil LTDA e a Agência 
Nacional do Petróleo Este projeto está inserido no âmbito do Projeto Diagênese, fruto de uma parceria 
técnico científica entre o LAMIR e a Shell Brasil LTDA, consequência da Lei do Petróleo (Lei 9.478 de 6 
de agosto de 1997), que visa fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico e científico 
Referências 
 
Castro, R.D., Picolini, J.P. 2014. Principais aspectos da geologia regional da Bacia de Campos. In: 
Kowsmann, R.O., editor. Geologia e Geomorfologia. Rio de Janeiro: Elsevier. Habitats, v. 1. p. 1-12. 
 
Dupraz, C. 2008. Processes of carbonate precipitation in modern microbial mats – Earth Science Review 
- EARTH-01545; N° of Pages 22 
 
Estrella, G. O.; Azevedo, R. L. M.; Formigli Filho, J. M. 2009. Pré-sal: conhecimento, estratégia e 
oportunidades, in J. P. R. Veloso (coord.). Teatro Mágico da Cultura, Crise Global e Oportunidades do 
Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 2009, pp. 67-78. 
 
Papaterra, G.E.Z. 2010. Pre-salt: geological concepts on a new exploratory frontier in Brazil. Rio de 
Janeiro, 2010. Xiii, 81 f. Dissertação de mestrado em Geologia. Programa de pos graduação em 
geologia, instituto de geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. 
 
Pereira, M.J, Feijó, F.J., 1994. Bacia de Santos. Boletim de Geociências da Petrobras 8(1), 219-234 
Riccomini, et.al. 2012. Pré-Sal: Geologia e Exploração. REVISTA USP • São Paulo • n. 95 • p. 33-42. 
Novembro 2012 
Moreira, J. L. P. et.al. 2007 Bacia de Santos. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v.15 
n.2, p 531-549 
 
Dados Acadêmicos 
Nível: Mestrado. Data de ingresso na Pós-Graduação: 01/04/2018; Área de concentração: Geologia Exploratória; 
Linha de Pesquisa: Análise de Bacias Sedimentares; Título original do projeto de pesquisa: Quimioestratigrafia. 
faciologia e diagênese de sequencias carbonáticas aptianas não marinhas: Poço RJS730 (Entorno de Iara). 
Possui bolsa: Sim, Projeto Diagênese UFPR/SHELL/FUNPAR. Orientação: Anelize Manuela Bahniuk 
Rumbelsperger Co-orientação: Leonardo Fadel Cury 
 
X X I S e m i n á r i o d o P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m G e o l o g i a 
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á 
25 a 29 de junho de 2018 
Cur i t i ba - PR 
 
 
Análise de fácies e propriedade petrofísicas em análogos a reservatórios 
heterogêneos no Grupo Itararé, Bacia do Paraná 
 
Lara Ferreira Neves 
larafneves@hotmail.com 
 
 
Palavras-chave: reservatórios análogos, heterogeneidade, fácies 
 
Introdução 
Um sistema petrolífero pode ser descrito pela interdependência de fatores geológicos e processos 
essenciais à formação e acumulação de hidrocarbonetos. Os fatores geológicos dependem da rocha 
geradora, reservatório, selante e de soterramento. Os processos essenciais à formação podem ser 
descritos como formação de armadilhas, geração, migração e acumulação de hidrocarbonetos 
(Magalhães et al., 1995). 
Depósitos sedimentares associados a fluxos gravitacionais em águas profundas constituem importantes 
reservatórios e conhecimentos a respeito desses depósitos têm aumentado nos últimos anos. Porém, a 
geometria deposicional das fácies e o interrelacionamento entre os diferentes fatorescontroladores da 
distribuição dos arenitos são pouco entendidos. 
Na Bacia do Paraná, quatro sistemas petrolíferos apresentam potencial para geração e acumulação de 
hidrocarbonetos, são eles: Ponta Grossa- Itararé, Ponta Grossa- Rio Bonito, Irati- Rio Bonito e Irati- 
Pirambóia (Arthur & Soares, 2002). O sistema Ponta Grossa- Itararé apresenta acumulações de gás e 
condensando armazenado nos arenitos no Grupo Itararé, como no campo de Barra Bonita, com rocha 
geradora contida na porção superior da Formação Ponta Grossa, em folhelhos devonianos (Milani & 
Catto, 1998). 
O Grupo Itararé contém registros de sedimentação durante o período de glaciação gondwânica 
neopaleozoica na Bacia do Paraná (Vesely & Assine, 2004) e os maiores volumes de reservatórios 
arenosos estão contidos no Membro Rio Segredo da Formação Taciba e a parte superior da Formação 
Campo Mourão, cuja porosidade máxima é de 10%. O Membro Rio Segredo, descrito por França & 
Potter (1989), é considerado o melhor reservatório do Grupo Itararé por ser constituído de corpos 
arenosos espessos (até 50 m), de grande continuidade lateral, além de estar associado ao folhelho do 
Membro Rio do Sul e/ou lamitos do Membro Chapéu do Sol como rochas selante. O predomínio de 
níveis estratigráficos de arenitos com bom potencial para reservatórios favorece o acumulo de 
hidrocarbonetos, principalmente de gás proveniente das rochas geradoras da Formação Ponta Grossa 
(França & Potter, 1988). Entretanto, o Grupo Itararé é caracterizado pela alta complexidade em relação 
a diversos processos de deposição que resultam em alta heterogeneidade na distribuição de fácies e 
associações de fácies, com baixa continuidade lateral dos litotipos. 
A rotina de caracterização de reservatórios em subsuperfície tem como principal fonte de dados os 
poços, o que requer elevados recursos financeiros e, ainda assim, não proporciona observar a 
dimensão horizontal. Como uma alternativa viável para suprir informações adicionais aos poços, as 
análises de afloramentos em superfície, como reservatórios análogos, permitem a aquisição de dados e 
propriedades petrofísicas, tais como porosidade, permeabilidade, radioatividade natural das rochas, 
elementos arquiteturais, geometrias dos depósitos e fácies em uma resolução muito maior que o usual 
no desenvolvimento de um reservatório de petróleo (Slatt, 2006). Em afloramento também é possível 
observar, em maior detalhe, a variação espacial das propriedades essenciais de um reservatório, como 
porosidade e permeabilidade que controlam o armazenamento e fluxo de fluidos, e suas relações com 
os controles deposicionais e diagenéticos (Slatt, 2006). 
Dentro dessa temática, este trabalho visa compreender as heterogeneidades presentes em 
reservatórios, assim como seus controles deposicionais, utilizando como exemplo o Grupo Itararé, 
Bacia do Paraná, na região de Mafra e Doutor Pedrinho em Santa Catarina (figura 1). Testemunhos 
disponíveis das Formações Taciba e Campo Mourão em Mafra, assim como afloramentos na área de 
Doutor Pedrinho, são analisados neste trabalho com o intuito de avaliar as heterogeneidades presentes 
 
nas sucessões arenosas de forma a integrar dados de superfície e subsuperfície, e compreender a 
continuidade lateral de acordo com as correlações estratigráficas. 
A hipótese deste trabalho consiste na possibilidade de, a partir da construção de um modelo conceitual 
de deposição por correlação de dados de fácies, perfis geofísicos e propriedades petrofísicas, de 
testemunhos e afloramento, ser possível uma melhor caracterização do reservatório e suas 
heterogeneidades do que com base somente em perfis de poços. A geração do modelo possui como 
maior motivação o estabelecimento de critérios preditivos para exploração/explotação de gás em 
reservatórios complexos e de baixa permeabilidade em depósitos de águas profundas. 
 
 
Figura 1: Mapa de localização e esboço geológico das áreas de estudo (Fonte do esboço geológico: CPRM, 2004) 
Contexto geológico 
A Bacia do Paraná corresponde a uma bacia intracratônica com vasta região de sedimentação na 
América do Sul, possui uma área de aproximadamente 1.600.000 km² e está contida na porção 
meridional do Brasil. A bacia estende-se para a Argentina, Paraguai e Uruguai, apresenta evolução 
tectonossedimentar policíclica e possui sucessão sedimentar-magmática entre Neo-Ordoviciano e 
Neocretáceo (Milani, 2004). O preenchimento da bacia, descrito por Milani (1997), ocorreu através de 
ciclos tectonossedimentares de segunda ordem, limitados por descontinuidades regionais, as 
supersequências são: Rio Ivaí (Ordoviciano-Siluriano), Paraná (Devoniano), Gondwana I (Carbonífero-
Eotriássico), Gondwana II (Meso a Neotriaássico), Gondwana III (Neojurássico-Eocretáceo) e Bauru 
(Neocretáceo) (Milani, 1997). Essas supersequências estão associadas a ciclos transgressivos-
regressivos paleozóicos e a ciclos sedimentares continentais durante o mesozóico (Milani & Ramos, 
1998). As espessuras máximas da bacia atingem 7.000 metros em seu depocentro. O Grupo Itararé 
pertence a Supersequência Gondwana I, que iniciou após o ápice das condições glaciais, a 
 
sedimentação ocorreu através do degelo, com mecanismos de transporte e deposição associados a 
fluxos de massa e ressedimentação que retrabalharam o substrato. Esses processos de sedimentação 
geraram depósitos de diamictitos intercalados com arenitos, com elementos glacioterrestres e 
glaciomarinhos (Milani & Ramos, 1998). Através de mapeamentos realizados nos estados de Santa 
Catarina e Paraná, Schneider et al., (1974) subdividiu o Grupo Itararé em Formação Campo do 
Tenente, Formação Mafra e Formação Rio do Sul. França & Potter (1988), realizaram o mapeamento 
regional da unidade Itararé e através de análises de testemunhos e perfis de poços definiram três 
unidades para o Grupo Itararé, Formação Lagoa Azul, Formação Campo Mourão e Formação Taciba. 
Para este trabalho, a estratigrafia adotada abrange os trabalhos de Schneider et al. (1974) e França & 
Potter (1988). 
 
Materiais e Métodos 
Os métodos utilizados para a elaboração do trabalho contemplaram revisão bibliográfica, aquisição de 
dados petrofísicos e geoquímicos em testemunhos e seleção e descrição de afloramentos. A revisão 
bibliográfica visou compreender a geologia regional e local, assim como os métodos adequados a 
serem utilizados. A descrição de fácies foi realizada através da descrição de três testemunhos, 
totalizando 177,8 metros e análise detalhada de um afloramento. Os equipamentos utilizados para a 
aquisição de dados petrofísicos foram gamaespectrômetro e mini permeâmetro. A leitura da radiação 
emitida pelos elementos U, K e Th foi realizada a partir da utilização do equipamento 
gamaespectrômetro portátil RS-230 BGO Super-SPEC, cedido pelo Serviço Geológico do Brasil 
(CPRM), e previamente calibrado pela empresa. A leitura foi realizada durante 120 segundos enquanto 
o equipamento se mantinha em contato com a amostra. Os valores de gama total foram convertidos 
para API (American Petroleum Institute), medida de referência estabelecida pela Universidade de 
Houston, Texas. O valor API é calculado através das componentes urânio, tório e potássio, API= 4Th+ 
8U+16K (Ellis & Singer, 2008), onde U e Th são medidos em ppm e K em porcentagem. Os dados de 
permeabilidade foram adquiridos através do mini permeâmetro TinyPerm II, Vindium Engineering, Inc., 
permeâmetro a ar portátil, cedido pelo Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo). A 
medição é realizada através do contato da abertura de 9mm do equipamento com a amostra, através de 
uma borracha que evita o vazamento e força o ar a entrar apenas na amostra. Quando pressionado o 
bocal da sonda, é gerado um vácuo na parte interna do equipamento. Através de um microcontrolador, 
o volume de ar retirado da rocha é controlado e então o valor da permeabilidade é fornecido de formato 
adimensional que posteriormente é convertido em milidarcy (mD) através de curva de calibraçãofornecida com o equipamento. Foram realizadas 3 leituras do mesmo local e então realizada a média 
das leituras. Os valores foram obtidos a cada 30cm ao longo dos testemunhos. Os dados geoquímicos 
foram adquiridos a partir do método de fluorescência de raios X (FRX) que identifica os elementos 
maiores, menores e traço. Os testemunhos e afloramentos foram analisados a partir do contato do 
equipamento XL3T Niton Thermo durante 120 segundos, o equipamento foi cedido pela CPRM. 
 
Resultados obtidos 
Foram individualizadas 21 fácies com base na descrição de três testemunhos e um afloramento, a 
tabela 1 contempla as fácies descritas e suas siglas correspondentes. A partir da obtenção dos dados 
estratigráficos, petrofísicos (435 pontos com valores de permabilidade) e geoquímicos (513 pontos com 
dados geoquímicos), foram elaborados perfis comparativos dos testemunhos e do afloramento (exemplo 
na figura 2). Dentre os poços analisados e afloramento, o poço RB3 (Figura 2) é o que apresenta os 
maiores valores de permeabilidade, na fácies Ag(mf), próximo ao topo do testemunho. O valor médio de 
permeabilidade para essa fácies é de 316 mD. O menor valor de permeabilidade desse poço ocorre na 
fácies Rtd com valor de 44 mD. De forma geral, os valores obtidos por espectometria gama (K, Th, U e 
API) possuem baixa amplitude (figura 2). O valor máximo API ocorre na fácies Ag(mf) de 62 e mínimo 
de 57 na fácies Afl. A abundância dos principais óxidos obtidos por fluorescência de raios X, por fácies, 
encontram-se na tabela 1. Destacam-se os óxidos SiO2, Al2O3, Fe2O3 e Cao como os principais 
discriminantes entre as fácies. 
 
Discussões e conclusões 
Apesar da análise dos dados obtidos ainda estar em fase inicial, as fácies que possuem melhor 
potencial de reservatório são Ag(gf) e Ag(mf), com permeabilidade variando de 103 a 542 mD (média de 
385mD) para a fácies Ag(gf) e valores de 28 a 1971 mD (média de 316mD) para a fácies Ag(mf). Essas 
fácies possuem ocorrência restrita nos poços e espessura máxima de 10,95 metros para a fácies 
Ag(mf). A fácies Ag(gf) ocorre no poço TC4 e a fácies Ag(mf) no poço RB3. A continuidade lateral e o 
real potencial de reservatório dessas fácies será analisado em afloramento. 
 
 
 
Tabela 1: Fácies descritas, siglas correspondentes e abundância média dos principais óxidos. 
 
Sigla Fácies SiO2 Al2O3 K2O Fe2O3 P2O5 CaO TiO2 MnO MgO 
Cm Conglomerado maciço 54,60 8,24 2,65 2,45 0,16 6,32 0,23 0,49 0,26 
Caf Conglomerado de matriz 
areia fina 
55,60 7,28 1,77 3,15 0,08 2,64 0,54 0,08 0,00 
Ac Arenito conglomerático 57,51 8,88 2,16 1,93 0,23 3,17 0,20 0,20 0,00 
Ag(gf) Arenito grosso a arenito fino 
granocrescente ascendente 
62,94 8,12 2,59 1,73 0,06 2,25 0,23 0,08 0,22 
Aml Arenito médio com lentes de 
argila dispersas 
67,73 5,30 1,43 0,59 0,11 1,98 0,20 0,06 0,22 
Amb Arenito médio com brechas 68,04 8,01 1,87 1,99 0,30 1,23 0,52 0,06 0,37 
Ai(mc) Arenito médio a arenito 
conglomerático 
granocrescente ascendente 
76,54 6,43 1,53 0,78 0,14 1,10 0,37 0,04 0,00 
Ag(mf) Arenito médio a arenito fino 
granodecrescente 
ascendente 
66,38 6,86 1,47 2,00 0,18 0,62 0,54 0,14 0,17 
Ag(ms) Arenito médio a silte 
granodecrescete 
ascendente 
71,54 6,10 1,58 0,73 0,18 2,31 0,20 0,12 0,42 
Ai(fc) Arenito fino a conglomerado 
granocrescente ascendente 
49,52 6,78 1,93 4,22 0,09 2,86 0,49 0,13 0,00 
Ag(fs) Arenito fino a silte 
granodescrescente 
ascendente 
67,73 5,34 1,37 0,57 0,24 1,38 0,29 0,08 0,07 
Afl Arenito fino com laminações 
de argila 
73,72 6,90 1,53 0,65 0,19 1,73 0,36 0,09 0,34 
Afm Arenito muito fino maciço 67,33 7,30 1,55 0,43 0,24 0,82 0,20 0,02 0,02 
Ag(mmf) Arenito médio a arenito 
muito fino 
granodescrescente 
ascendente 
67,06 4,98 1,36 0,59 0,15 1,00 0,25 0,05 0,16 
Amfl Arenito muito fino com 
lentes de argila 
71,30 8,11 1,53 1,22 0,50 1,45 0,41 0,09 0,15 
Amfm Arenito muito fino maciço 66,44 6,34 1,43 1,04 0,33 1,49 0,30 0,04 0,00 
Dm Diamictito 66,44 6,34 1,43 1,04 0,33 1,49 0,30 0,04 0,00 
Sld Siltito Deformado 66,83 6,80 1,50 1,26 0,36 1,62 0,41 0,05 0,11 
Sl Siltito 64,87 6,50 1,52 2,10 0,74 1,48 0,49 0,06 0,00 
Hfl Heterolito com estruturas de 
fluidização 
 
Flh Folhelho 25,81 4,31 1,82 4,34 0,05 8,53 0,49 0,04 0,00 
Rtd Ritmito deformado 56,78 9,54 1,96 3,24 0,29 1,83 0,66 0,07 0,59 
 
Etapas Futuras 
As próximas atividades previstas são aquisição dos dados petrofísicos e geoquímicos em afloramento já 
selecionado e descrito na região de Doutor Pedrinho-SC. A partir da aquisição dos dados, serão 
comparados os resultados obtidos em testemunhos e afloramento, e elaboração do modelo conceitual 
proposto. 
 
Agradecimentos 
Fonte de financiamento da pesquisa, CNPq- Projeto: “Depósitos de transporte em massa na sucessão 
Neopaleozóica da Bacia do Paraná: estratigrafia, aspectos estruturais e significado tectônico” número: 
461650/2014-2. Agradeço a Universidade do Contestado em Mafra pela liberação do uso dos 
testemunhos e infraestrutura, ao Instituto de Geociências da USP e CPRM pelo uso dos equipamentos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Perfil do Poço RB3 contendo fácies, valores de gama, permeabilidade e geoquímica 
Referências 
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Dados Acadêmicos 
Nível: Mestrado; Data de ingresso na Pós-Graduação: abril de 2017; Área de concentração: Geologia Exploratória; 
Linha de Pesquisa: Análise de bacias sedimentares; Título original do projeto de pesquisa: Análise de fácies e 
propriedade petrofísicas em análogos a reservatórios heterogêneos no Grupo Itararé, Bacia do Paraná; Possui 
bolsa: não. 
Orientação: Carlos Conforti Ferreira Guedes. 
Co-orientação: Fernando Farias Vesely. 
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