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Doenças Exantemáticas Definição de exantema Origem do termo: grego "exhanto" (florescer)– Lesões cutâneas características na evolução da doença– Doenças exantemáticas Maioria benigna e autolimitada– Algumas podem ser graves, como meningococcemia– Febre e exantema Apresentações comuns em várias doenças– Etiologia infecciosa predominante em crianças– Outras causas: imunológicas, reumatológicas, oncológicas ou desconhecidas (ex.: doença de Kawasaki) – Agentes infecciosos Viroses: causa mais comum de exantemas febris em pediatria– Mecanismos variados de agressão à pele, frequentemente coexistentes – Mecanismos de agressão à pele e tipos de exantema Mecanismos de agressão à pele Invasão e multiplicação direta na pele (ex.: varicela zóster, herpes simples) 1. Ação imunoalérgica com expressão na pele (mais frequente nas viroses exantemáticas) 2. Dano vascular (ex.: sarampo atípico, febres hemorrágicas)3. Ação de toxinas (ex.: escarlatina, estafilococcias)4. Tipos de exantema Mácula: lesão plana, não palpável– Pápula: lesão pequena, perceptível ao tato (nódulo se maior)– Vesícula: lesão com líquido (bolha se maior)– Pústula: lesão com líquido purulento– Placa: lesão plana, elevada, perceptível ao tato e grande– Lesões eritematosas Desaparecem com vitropressão: vasodilatação– Não desaparecem: extravasamento de sangue (purpúricas - petequiais ou equimóticas) – Classificação adicional Morbiliformes: áreas de pele sã entre lesões– Escarlatiniformes: acometimento difuso– Variação de lesões Alguns vírus possuem lesões características (ex.: varicela)– Outros podem causar lesões diferentes (ex.: enterovírus)– Viroses Exantemáticas Página 1 de Medicina 2 Variação de lesões Outros podem causar lesões diferentes (ex.: enterovírus)– Exantemas subdivididos conforme apresentação e etiologia (viral ou outras) – Exantema maculopapular - Sarampo Características do sarampo: Altamente contagioso– Causado pelo Paramyxovirus– Transmissão via aérea (aerosol)– Incubação: 8-12 dias– Contágio: 2 dias antes do pródromo até 4 dias após exantema – Isolamento respiratório (uso de máscara) até 4 dias após o início do exantema – Quadro clínico: Pródromo: 3-4 dias, febre, tosse, cefaleia, mal-estar, prostração intensa – Febre elevada no início do exantema– Tosse seca e intensa, coriza abundante– Olhos hiperemiados com lacrimejamento e fotofobia– Enantema: manchas branco-azuladas na orofaringe (manchas de Koplik) – Exantema maculopapular eritematoso, morbiliforme, iniciando atrás das orelhas, espalhando-se pelo corpo – Complicações possíveis: laringite, traqueobronquite, pneumonite intersticial, queratoconjuntivite, miocardite, adenite mesentérica, diarreia, panencefalite esclerosante subaguda, otite média, sinusite, pneumonia bacteriana, púrpura trombocitopênica, encefalomielite, reativação de tuberculose – Página 2 de Medicina 2 tuberculose Diagnóstico: Dosagem de anticorpos (IH, neutralização, RFC) ou pesquisa de anticorpos da classe IgM – Pesquisa do RNA viral no sangue, swab da nasofaringe, orofaringe ou urina – Prevenção: Vacinação com vírus vivo atenuado aos 12 meses e reforço entre 4 e 5 anos – Reforço adicional na adolescência– Prevenção pós-exposição: vacina até 72 horas após contágio; imunoglobulina humana normal após 72 horas até 6 dias após contágio – Tratamento: Sintomático: hidratação, alimentação adequada, antipiréticos, antibióticos em caso de complicações bacterianas – Uso de vitamina A em áreas com deficiência ou em crianças menores de 5 anos com quadro grave – Doses de vitamina A: <6 meses: 50.000 UI; 6-11 meses: 100.000 UI; >12 meses: 200.000 UI (3 doses: no diagnóstico, 1 dia após, e 4-6 semanas após) – Rubéola Característica s da Rubéola: Doença geralmente não grave, com maior interesse pelas complicações – Complicação mais importante: síndrome de rubéola congênita– Causada pelo Togavírus– Transmissão via aérea (perdigotos)– Incubação: 14 a 21 dias– Contágio: poucos dias antes até 5 a 7 dias após a erupção– Quadro clínico: Pródromo ausente em crianças, sintomas gerais brandos em adolescentes e adultos – Exantema maculopapular róseo, inicia na face e se espalha rapidamente pelo corpo – Duração curta do exantema (3 dias ou menos)– Lesões petequiais no palato mole (sinal de Forscheimer)– Página 3 de Medicina 2 Adenomegalia (principalmente cervical e retroauricular) e esplenomegalia discreta – Complicações raras: púrpura trombocitopênica, encefalite, artralgia em mulheres – Diagnóstico: Isolamento do vírus (padrão ouro) ou pesquisa de anticorpos IgM e IgG contra rubéola no soro – Detecção do RNA viral em amostra de orofaringe pela técnica de biologia molecular – Prevenção: Vacinação com vírus vivo atenuado aos 12 meses e reforço entre 4 e 6 anos – Prevenção pós-exposição: apenas observação– Tratamento: Sintomático– Eritema Infeccioso Características do Eritema Infeccioso: Causado pelo Parvovírus humano B19– Transmissão via aérea (perdigotos)– Incubação: 4 a 14 dias– Contágio: viremia ocorre 5 a 10 dias após exposição, dura cerca de 5 dias (período exantemático geralmente não transmissor) – Quadro clínico: Geralmente sem pródromos– Exantema inicia na face, evolui para membros superiores e inferiores – Página 4 de Medicina 2 Lesões de pele com aspecto rendilhado– Evolução geralmente afebril, pode acompanhar artralgias e artrites – Hemograma normal ou com discreta leucocitose e eosinofilia– Complicações mais graves: morte fetal em mulheres grávidas infectadas – Outras apresentações clínicas atribuídas ao Parvovírus B19: Síndrome das luvas e meias: lesões purpúricas simétricas e eritematosas indolores nas mãos e pés – Diagnóstico: Sorologia (IgG e IgM) para Parvovírus humano B19– Detecção de DNA viral por biologia molecular no sangue– Prevenção: Não há vacinas eficazes disponíveis– Página 5 de Medicina 2 Prevenção: Não há vacinas eficazes disponíveis– Tratamento Sintomáticos, se necessário– Transfusão de sangue na presença de anemia grave– Roséola Infantil (Exantema Súbito) Características da Roséola Infantil: Causada pelos Herpes vírus humano 6 (HVH6) e 7 (HVH7)– Transmissão provavelmente por perdigotos– Incubação: 5 a 15 dias– Contágio: durante a fase de viremia, principalmente no período febril – Quadro clínico: Acomete crianças entre 6 meses e 6 anos de idade, principalmente menores de dois anos – Início súbito com febre alta e contínua, irritabilidade e anorexia– Causa comum de convulsão febril– Linfonodomegalia cervical e hiperemia de cavum frequentes– Exantema maculopapular rosado surge após febre, iniciando no tronco e se disseminando para cabeça e extremidades – Erupção de curta duração, desaparece sem deixar descamação ou hiperpigmentação – Vírus também pode causar doença em pessoas imunossuprimidas, como encefalite – Diagnóstico: Presença do herpes vírus humano 6 ou 7 no sangue periférico indica infecção primária – Testes para detecção de anticorpos e biologia molecular em sangue e líquor – Maioria das pessoas já teve a infecção até os dois anos de idade; vírus pode permanecer latente – Prevenção: Não existe prevenção específica– Tratamento: Sintomático, atenção à ocorrência de convulsão febril– Mononucleose Infecciosa Característi cas da Mononucle ose Infecciosa: Síndrome causada principalmente pelo vírus Epstein-Barr (80% dos casos) – Outros agentes: citomegalovírus, vírus da imunodeficiência adquirida, vírus da Hepatite B e Toxoplasma gondii – Epstein- DNA vírus do grupo herpes– Página 6 de Medicina 2 Epstein- Barr vírus: DNA vírus do grupo herpes– Causador de diversas doenças: mononucleose infecciosa, hepatite, linfomas, carcinoma de nasofaringe, miocardite, síndrome de Guillain-Barré, ruptura esplênica, etc. – Quadro clínico: Início com febre, cefaleia, mal-estar, lassidão, linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia e faringoamigdalite – Amigdalase adenoides hipertrofiadas, causando obstrução aérea alta – Leucocitose intensa e presença de linfócitos atípicos no sangue periférico – Erupção cutânea em 10 a 15% dos casos, desencadeada pela administração de penicilina ou ampicilina; tipos de exantema variáveis – Diagnóstico : Anticorpos IgM e IgG presentes no início do quadro clínico– Detecção do genoma viral por PCR (polymerase chain reaction)– Tratamento : Sintomáticos em geral suficientes– Corticosteroides (dexametasona) em casos de obstrução importante das vias aéreas superiores – Aciclovir em casos excepcionais, embora sua eficácia não seja bem estudada – Enteroviroses Características das Enteroviroses: Causadas por enterovírus, um grupo de RNA vírus antigenicamente heterogêneos – Capazes de produzir uma ampla variedade de doenças– Divisão dos Enterovírus: Vírus Coxsackie A1 a A21, A24 e B1 a 6– Vírus ECHO (vírus órfãos entéricos citopáticos humanos) 1 – Página 7 de Medicina 2 Enterovírus: Vírus ECHO (vírus órfãos entéricos citopáticos humanos) 1 a 7, 9, 11 a 21, 24 a 27 e 29 a 33 – Parechovírus humanos tipos 1 e 2 (anteriormente denominados echovírus 22 a 23) – Enterovírus 68 a 71, 73 a 91 e 100 a 101– Poliovírus tipos 1 a 3– Transmissão: Via fecal-oral– Tempo de incubação: Três a seis dias– Tempo de contágio: Variável– Cuidados com os contactantes: Observação– Isolamento: Precauções entéricas durante a hospitalização– Quadro clínico: Causa frequente de exantemas, com mais de 30 tipos responsáveis por erupções cutâneas de diferentes tipos – Doença mãos-pés-boca: característica de enterovírus, com lesões vesiculares na boca e papulovesículas nas extremidades – Exantema de Boston: causado pelo ECHO 16, apresenta lesões ulceradas nas amígdalas e no palato mole, semelhantes às da herpangina – Diagnóstico: Isolamento do vírus nas fezes e detecção de elevação de anticorpos no soro em duas amostras espaçadas de três a quatro semanas – RT-PCR para enterovírus nas fezes e no líquido cefalorraquidiano – Prevenção: Cuidados higiênicos– Doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) Características da Covid-19: Causada pelo vírus SARS-CoV-2– Transmissão: aerossol, perdigotos, contato– Tempo de incubação: 2 a 14 dias (média de 5 dias)– Isolamento: Aerossol e contato– Manter por 10 dias após início dos sintomas ou 10 dias após teste – Página 8 de Medicina 2 Isolamento: Manter por 10 dias após início dos sintomas ou 10 dias após teste (PCR) positivo nos casos assintomáticos – Teste PCR também pode servir de guia para pacientes imunodeprimidos ou com sintomas persistentes – Quadro clínico: Febre, dor de garganta, tosse, coriza– Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, falência renal, cardíaca e neurológica – Em crianças: febre, sintomas gastrointestinais, dispneia, coriza, exantema, fadiga, síndrome inflamatória aguda – Manifestações de pele variadas, com exantema maculopapular sendo o tipo mais comum – Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) é uma apresentação mais grave em crianças escolares – Diagnóstico: Fase aguda: RT-PCR– Após uma semana: sorologia (IgM)– Tratamento: Na maioria das vezes, COVID em crianças tem evolução benigna, necessitando apenas de sintomáticos – Em casos mais graves: antiviral Remdesivir (para crianças ≥ 12 anos com fatores de risco ou aumento da necessidade de suplementação de oxigênio; jovens ≥ 16 anos que necessitem de aumento da suplementação de oxigênio) – Corticoterapia com dexametasona para crianças hospitalizadas que requeiram alto fluxo de oxigênio, ventilação mecânica não invasiva, ventilação mecânica invasiva ou ECMO – Nos casos de SIM-P: imunoglobulina IV e corticoides, embora os estudos ainda sejam escassos – – Página 9 de Medicina 2 Pitiríase Rósea Características da Pitiríase Rósea: Doença de evolução benigna que afeta principalmente jovens de 10 a 39 anos – Etiologia desconhecida, mas os herpes vírus 6 e 7 são possíveis causas – Não é considerada doença infectocontagiosa– Quadro clínico: Inicia-se com uma lesão chamada medalhão ou placa-mãe:1. Placa única, solitária, eritemato-escamosa– Crescimento centrífugo, forma arredondada ou ovalada– Medindo 2 a 10 cm de diâmetro, localizada no tronco ou raiz dos membros – Uma a duas semanas depois, surgem lesões secundárias:2. Eritemato-papulo-escamosas múltiplas– Aspecto semelhante ao da placa-mãe, mas menores (0,5 a 1,5 cm de diâmetro) – Frequentemente localizadas no pescoço, tronco e raiz dos membros – Lesões podem durar de 8 a 12 semanas, às vezes acompanhadas de prurido 3. Diagnóstico: Clínico, diferencial com lues (sífilis) secundária– Tratamento: Sintomático, se necessário– Varicela (Catapora) Característ icas da Varicela: Causada pelo vírus da varicela zóster (grupo herpes vírus)– Transmissão por aerossol, contágio direto e, raramente, transmissão vertical – Página 10 de Medicina 2 Varicela: vertical Tempo de incubação: 10 a 21 dias– Tempo de contágio: do décimo dia após o contato até a formação de crostas de todas as lesões – Isolamento: respiratório e de contato– Cuidados com os contactant es: Indicação de imunoglobulina humana antivírus varicela zóster (VZIG) em situações específicas – Uso de aciclovir em comunicantes como profilaxia é discutível, mas pode ser útil em adultos ou pacientes imunodeprimidos sem acesso à VZIG – Quadro clínico: Exantema frequentemente precedido por febre baixa e mal-estar– Erupção inicia na face e evolui para pápulas, vesículas, pústulas e crostas – Envolvimento do couro cabeludo, mucosas orais e genitais é comum– Aspecto polimórfico do exantema devido à evolução das lesões em surtos – Complicaç ões: Infecções bacterianas secundárias Pneumonia• Encefalite• Manifestações hemorrágicas• Consequências para o feto em gestantes• Síndrome de Reye• – Tratament o: Aciclovir em pacientes com imunodepressão ou risco de doença grave com acometimento visceral – Diagnóstic o: Exame do líquido da lesão em fase de vesícula por microscopia eletrônica ou PCR – Detecção de anticorpos pelo método de IFI– Prevenção : Vacina contra varicela (vírus vivo atenuado)– Herpes Simples Característic as do Herpes Simples: Causado pelo vírus HSV-1 e HSV-2 (grupo herpes)– HSV-1: lesões orais e labiais; HSV-2: lesões genitais– Vírus ficam quiescentes nos neurônios após a primoinfecção e se reativam em casos de queda de imunidade local ou sistêmica – Transmissão: contato direto com secreções orais infectadas e atividade sexual – Tempo de incubação: 2 dias a 2 semanas– Tempo de contágio: varia de acordo com o tipo de infecção – Página 11 de Medicina 2 Tempo de contágio: varia de acordo com o tipo de infecção (primoinfecção ou recorrente) – Isolamento e cuidados com os contactantes : Precauções de contato são recomendadas para pacientes com quadros mucocutâneos intensos – Lavagem das mãos e evitar contato com as secreções orais– Quadro clínico: Primoinfecção: gengivoestomatite herpética (geralmente em crianças) – Reativações: herpes labial– Lesões disseminadas em pacientes imunodeprimidos ou com problemas dermatológicos (eczema herpeticum ou erupção variceliforme de Kaposi) – Página 12 de Medicina 2 Tratamento: Aciclovir pode ser benéfico em casos extensos e com comprometimento sistêmico ou em crianças imunodeprimidas – Diagnóstico: Detecção de anticorpos no soro (duas titulações) ou presença de anticorpos da classe IgM – PCR no material de raspado das lesões– Prevenção: Cuidados higiênicos– Síndrome de Gianotti-Crosti Características da Síndrome de Gianotti- Crosti: Também conhecida como acrodermatite papular da infância– Principalmente associada à infecção pelo vírus da hepatite B– Ocorre geralmente em crianças entre 2 e 6 anos de idade– Quadro clínico: Aparecimento súbito de erupção monomórfica, eritematopapular, não pruriginosa – Pápulas de 1 a 5 mm de diâmetro,com topo achatado– Afeta face, nádegas e extremidades de forma assimétrica– Página 13 de Medicina 2 Lesões duram de 15 a 20 dias, seguidas por descamação– Linfonodomegalia axilar e inguinal por 2 a 3 meses e hepatomegalia moderada podem ocorrer – Alterações de transaminases aparecem 1 a 2 semanas após o início da dermatopatia (em casos relacionados à hepatite B) – Agentes envolvidos: Principalmente vírus da hepatite B– Outros agentes: enterovírus (como coxsackie A-16), vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, vírus da hepatite A, vírus parainfluenza e estreptococo beta-hemolítico do grupo A – Lesões podem ser pruriginosas e papulovesiculares e acompanhar sintomas gerais (febre e mal-estar) quando causadas por outros agentes. – Exantema petequial e Febres hemorrágicas Exantema hemorrágico febril Sinal de alerta para doenças graves, como meningococcemia, febre maculosa brasileira, dengue, chikungunya, febre amarela, infecção por zika vírus, Ebola, febre de Marburg e febre de Lassa – Dengue Etiologia Vírus da dengue, um Flavivirus, com 4 sorotipos (1 a 4) – Transmissão ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti – Quadro clínico variável, manifestações menos exuberantes em crianças – Quadro clínico Período de incubação de 4 a 7 dias– Febre alta, cefaleia intensa (preferencialmente retro- orbitária), dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal – Linfonodomegalia e exantemas podem ser observados– Hemograma: leucopenia, linfocitose, leve trombocitemia – Fenômenos hemorrágicos ocasionais, como epistaxes– Após defervescência da febre (5 a 7 dias), 30% dos casos apresentam exantema maculopapular – Página 14 de Medicina 2 Casos mais graves: febre persistente, piora da plaquetopenia, hemoconcentração, hipovolemia, choque e hemorragias – Diagnóstico Sorologia pelo método ELISA (a partir do sexto dia de sintomas) – Detecção de antígenos virais: NS1, isolamento viral, RT-PCR e imunohistoquímica (até o quinto dia de sintomas) – Se os testes iniciais forem negativos, uma nova amostra para sorologia IgM deve ser realizada para confirmação ou descarte – Outras doenças a serem consideradas Meningococcemia– Sepse por outras bactérias– Febre maculosa brasileira– Chikungunya Etiologia Vírus da chikungunya– Transmissão Picada de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus– Transfusão de sangue contaminado– Transplante de órgão– Transmissão materno fetal– Tempo de incubação 3 a 7 dias (variando entre 1 e 14 dias)– Isolamento Desnecessário– Quadro clínico Início abrupto com febre, mal-estar, cefaleia, diarreia, mialgia, dores articulares – Febre dura 3 a 5 dias; manifestações articulares podem persistir por muito tempo (até anos) – Exantema maculopapular em 40 a 75% dos casos– Página 15 de Medicina 2 Prurido relatado em 25 a 50% dos casos– Artropatia crônica em 25 a 70% dos pacientes– Outras manifestações: conjuntivite e sintomas gastrointestinais – Alterações laboratoriais: leucopenia, linfocitopenia, trombocitopenia, aumento de transaminases, hipocalcemia – Complicações em idosos: insuficiência respiratória, descompensação cardíaca, insuficiência hepática e/ou renal, diástases hemorrágicas – Alterações de SNC: meningoencefalite, paralisias, síndrome de Guillain-Barré, convulsões – Infecção perinatal: sintomas leves a quadros de meningoencefalite e sepse grave; sequelas neurológicas em 50% dos pacientes sintomáticos – Diagnóstico RT-PCR nos primeiros sete dias de sintomas– IgM positivo após o quinto dia– Tratamento Sintomáticos– Infecção por Zika vírus Agente Zika vírus, um flavivírus– Transmissão Picada de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus– Via sexual– Transplacentária– Quadro clínico Incubação: 3 a 14 dias– Febre, geralmente <38,5ºC– Exantema maculopapular céfalo-caudal, atingindo região palmoplantar – Página 16 de Medicina 2 Prurido– Outros sintomas: mialgia, cefaleia, conjuntivite, sintomas gastrointestinais e respiratórios, dor retro-orbitária, alterações neurológicas (síndrome de Guillain-Barré, mielite aguda, meningoencefalite) – Infecção em gestantes: risco de microcefalia, retardo de crescimento intrauterino, redução do volume encefálico, malformações cerebrais e outras deformidades nos recém- nascidos – Diagnóstico– RT-PCR no soro até o 5º dia ou na urina até o 8º dia do início dos sintomas – IgM detectável após sete dias– Tratamento Sintomáticos– Febre Amarela Agente Vírus da febre amarela, um flavivírus– Transmissão Febre amarela silvestre: mosquitos Haemagogus ou Sabethes– Febre amarela urbana: Aedes aegypti– Quadro clínico Evolução bifásica com período de remissão– Incubação: 3 a 6 dias– Fase de infecção (2 a 4 dias): febre abrupta, cefaleia, congestão conjuntival, mialgias, náuseas, vômitos, prostração – Remissão: 2-3 dias– Fase de intoxicação (3-8 dias, casos graves): retorno da febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, prostração, icterícia, fenômenos hemorrágicos (hematêmese, melena), petéquias e sufusões hemorrágicas na pele, alterações renais, albuminúria, insuficiência renal (5º ao 7º dia) – Página 17 de Medicina 2 Diagnóstico Detecção de IgM a partir do 5º dia de sintomas– RT-PCR– Tratamento De suporte– Avaliação de uma criança com doença exantemática Anamnese: Obter informações detalhadas sobre idade, raça, sintomas, febre, adenomegalias e exantema, dados epidemiológicos, contato com pessoas doentes, uso de medicamentos e viagens. 1. História vacinal: Verificar a carteira de imunizações, quando possível.2. Exame físico: Observar o estado geral do paciente, verificar o tipo de exantema, presença de outros sinais como adenomegalia, hepatoesplenomegalia, sinais flogísticos em articulações e partes moles. 3. Exames laboratoriais: Solicitar exames somente quando a história, exame físico e epidemiologia não fornecerem o diagnóstico. Os exames mais comuns incluem hemograma com contagem de linfócitos atípicos e de plaquetas. 4. Pesquisa do agente etiológico: Basear-se em raciocínio clínico, história, exame físico, histórico epidemiológico e hemograma. Utilizar técnicas de biologia molecular para algumas doenças, quando indicado. 5. Ao avaliar uma criança com doença exantemática, é crucial seguir um roteiro de anamnese detalhado, investigar a história vacinal, realizar um exame físico cuidadoso e evolutivo, e solicitar exames laboratoriais apenas quando necessário. A pesquisa do agente etiológico deve ser feita com base em um raciocínio clínico, levando em consideração todos os aspectos da avaliação. 6. REFERÊNCIA: SBP. TRATADO DE PEDIATRIA. MANOLE. 2022. V1. S20. C13. Página 18 de Medicina 2
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