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1 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Viroses Exantemáticas Moléstias infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante Análise do tipo da lesão + dos sinais e sintomas concomitantes + epidemiologia = permitem inferir o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais complementares sarampo + varicela + doença mãos-pé-boca Outras doenças = apenas os exames laboratoriais permitem confirmar a etiologia enterovírus + adenovírus + rubéola Exantemas de causa viral = frequentes na infância maioria é originada de doenças autolimitadas e benignas + algumas podem ser expressões de doenças graves Exantema em crianças com doença aguda febril = considerar diversas moléstias + reconhecimento rápido da gravidade + cuidados com os comunicantes 6 doenças exantemáticas clássicas = sarampo + escarlatina + rubéola + doença de Filatow-Dukes + eritema infeccioso + exantema súbito + 2 foram adicionadas recentemente = pseudoangiomatose eruptiva + exantema laterotorácico unilateral + deve-se considerar as arboviroses Mecanismo de agressão à pele Microorganismos podem causar erupção cutânea por: ⇨ Invasão e multiplicação direta na própria pele infecção pelo vírus da varicela-zóster + herpes simples ⇨ Ação de toxinas escarlatina + infecções estafilocócica ⇨ Ação imunoalérgica (expressão na pele) viroses exantemáticas ⇨ Dano vascular (pode causar obstrução + necrose na pele) Meningococcemia + febre purpúrica brasileira Geralmente esses mecanismos coexistem + as reações aparecem na pele como lesões distintas Mácula = lesão plana + não palpável Pápulas = lesões pequenas perceptíveis ao tato + quando maiores nódulos Vesículas = pequenas lesões que contem líquido + quando maiores bolhas + quando líquido é purulento pústulas Placas = lesões planas + elevadas + perceptíveis ao tato + grandes Lesões podem ter cor eritematosa ⇨ Se desaparecem a vitropressão = decorrente de vasodilatação ⇨ Se não desaparecem a vitropressão = extravasamento de sangue do vaso purpúricas podem ser pequenas (petequiais) ou maiores (equimóticas) ⇨ Mobiliformes = existem áreas de pele são entre as lesões ⇨ Escarlatiniformes = acometimento difuso Tipos de exantemas agudos na infância, segundo etiologia viral e outras Etiologia Viral Outras Maculopapular Petequial Papular Vesicular Escarlatina Sarampo Sarampo atípico Meningococcemia Síndrome de Gianotti-Crosti Varicela Sarampo atípico Síndrome de choque tóxico Sarampo Atípico Vírus coxsackie Coagulopatias Herpes- zóster Urticária papular Doença de Kawasaki Rubéola Vírus ECHO Escorbuto Herpes simples Picada de inseto Febre maculosa brasileira Eritema Infecioso Febres Hemorrágicas Reação medicamentosa Verruga Eczema herpeticum Reação medicamentosa Reação medicamentosa Exantema súbito Doença citomegálica Endocardite subaguda Mononucleose infecciosa Rubéola congênita Toxoplasmose congênita Vírus coxsackie Dermatite herpetiforme Toxoplasmose Vírus coxsackie Moluscum contagiosum Vírus ECHO Febre maculosa brasileira Febre purpúrica brasileira Vírus ECHO Impetigo Miliária rubra CMV 2 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Exantema maculopapular Sarampo Doença quase erradicada campanhas de vacinação Etiologia = paramixovírus Mecanismo de transmissão = via aérea, por meio de aerossol Tempo de incubação: 8 a 12 dias Tempo de contágio: desde 2 dias antes do início do pródromo até 4 dias após o aparecimento do exantema Cuidados com os contactantes: aplicar a vacina contra o sarampo até 72 horas após o contágio após esse período, até 6 dias, aplicar a imunoglobulina humana normal ⇨ Para crianças normais, a dose é de 0,25 mL/kg; ⇨ Imunodeprimidos, é 0,5 mL/kg; ⇨ Isolamento: respiratório (uso de máscara) até 4 dias após o início do exantema; Quadro clínico: ⇨ Início com pródromos que duram de 3 a 4 dias + febre, tosse, cefaleia, mal-estar, pros- tração intensa, incomum em doenças virais ⇨ Febre = elevada atinge o auge na época do aparecimento do exantema (difere da maioria das viroses) + cai em lise no 3º-4º dia do exantema ⇨ Tosse = seca + intensa (incomoda o paciente) + sempre presente + acompanhada de uma coriza abundante, hialina no início e purulenta nos dias subsequentes ⇨ Olhos ficam hiperemiados + lacrimejamento + fotofobia + nos casos mais graves, ocorre edema bipalpebral ⇨ Prostração pode ser intensa denota comprometimento sistêmico ⇨ Enantema = 1ª manifestação mucocutânea a aparecer + é característico ⇨ Orofaringe = fica hiperemiada + na região oposta aos dentes molares aparecem manchas branco-azuladas, pequenas, de cerca de 1 mm de diâmetro = manchas de Koplik aparecem 1 ou 2 dias antes do exantema + desaparecem 2 ou 3 dias depois 3 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 ⇨ Exantema inicia-se atrás do pavilhão auricular + dissemina-se rapidamente para o pescoço, a face e o tronco + atinge a extremidade dos membros por volta do 3º dia é maculopapular eritematoso + morbiliforme como regra + em determinadas áreas, pode confluir ⇨ Na fase do exantema = doença atinge o seu auge paciente fica toxêmico + febril + com os olhos hiperemiados + queixa-se da claridade + intensa rinorreia + tosse implacável aparência é a de uma doença grave ⇨ Exantema começa a esmaecer em torno do 3º-4º ou quarto dia, na mesma sequência que apareceu, deixando manchas acastanhadas Grande número de complicações, como: laringite + traqueobronquite + pneumonite intersticial + ceratoconjuntivite + miocardite + adenite mesentérica + diarreia com perda importante de proteína + panencefalite esclerosante subaguda + otite média (principal bacteriana) + sinusite + pneumonia bacteriana + PTT + encefalomielite + reativação de TB pela imunodepressão Adolescentes + adultos = gravidade tende a ser maior Diagnóstico = dosagem de anticorpos pela inibição de hemaglutinação (IH) + neutralização + fixação de complemento (CF) realizada na fase inicial + 2-3 semanas após + ↑ 4x o título + Pesquisa de anticorpos da classe IgM positivam a partir do 6º dia do exantema Prevenção = vacina de vírus vivo e atenuado + aplicada no 12º mês de vida + dose de reforço entre 4 e 5 anos de idade como após os 12 anos muitas pessoas perdem os anticorpos, podendo contrair a doença, já em uma idade de maior risco de complicações, recomenda-se que se aplique mais um reforço nesse grupo etário Considerar + 2 formas de apresentação: ⇨ Sarampo modificado ⇨ Sarampo Atípico Sarampo Modificado Vírus acomete pessoas que tem imunidade relativa ou pela aquisição intrauterina de anticorpos ou por terem tomado gamaglobulina Tempo de incubação é maior (> 3 semanas) + pródromos são mais leves (raramente observa-se mancha de Koplik + exantema é mais leve) Sarampo atípico Ocorre em crianças previamente vacinadas (vacinas de vírus morto) É mais grave febre alta + cefaleia + mialgia + pneumonia grave + derrame pleural Exantema = variável macular ou vesicular ou petequial Rubéola Etiologia: togavírus Transmissão: via aérea, por meio de perdigotos Tempo de incubação: 14 a 21 dias Tempo de contágio: de poucos dias antes até 5 a 7 dias depois da erupção Cuidados com os contactantes: ⇨ Observação ⇨ Isolamento: respiratório e de contato para os casos adquiridos pós-parto, até 7 dias após o exantema ⇨ Crianças com infecção congênita são consideradas infectantes até 1 ano de idade ou até que a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negative Quadro clínico: ⇨ Principalmente em crianças não se observa pródromo adolescentes + adultos podem aparecer sintomas gerais brandos antecedendo 1 a 2 dias o exantema que se inicia na face, espalhando-se rapidamente parao pescoço e o tronco e atingindo os membros já em 24 horas ⇨ Exantema maculopapular róseo + pode coalescer no tronco + curta duração (3 ou menos dias) ⇨ Em alguns casos, observam-se, no palato mole, lesões petequiais = sinal de Forscheimer não é patognomônico dessa doença ⇨ Achado marcante = Adenomegalia pode anteceder em até 7 dias o exantema são acometidos, principalmente, os gânglios da cadeia cervical + retroauricular ⇨ 50% dos casos apresenta esplenomegalia discreta ⇨ Complicações na criança = raras PTT + encefalite + em mulheres a artralgia A grande importância da rubéola é na gestação em consequência da possibilidade de promover dano fetal Vacinação em crianças visa proteger as mulheres suscetíveis do seu convívio Diagnóstico: isolamento do vírus do material de nasofaringe ou da urina + pesquisa de anticorpos da classe IgM e de IgG contra rubéola no soro Prevenção: vacina de vírus vivo e atenuado aplicada após os 12 meses de idade 4 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Roséola infantil ou exantema súbito Etiologia: herpes-vírus humano 6 (HVH6) e 7 (HVH7) Transmissão: provavelmente por perdigotos Tempo de incubação: 5 a 15 dias Tempo de contágio: durante a fase de viremia, sobretudo no período febril Cuidados com os contactantes: observação + isolamento é desnecessário Quadro clínico: ⇨ Acomete (virtualmente) apenas as crianças entre 6 meses e 6 anos de idade predominando nas menores de 2 anos sugere que haja certa proteção pelos anticorpos maternos e que o vírus seja altamente predominante na comunidade, uma vez que na idade pré-escolar quase todas as crianças já estão imunes ⇨ Início súbito + febre alta e contínua (criança extremamente irritada e anorética) = causa mais comum de convulsão febril + não há toxemia ⇨ Linfonodomegalia cervical + hiperemia de cavum = achados frequentes ⇨ Após 3-4 dias de febre (que cessa abruptamente) aparece o exantema de modo súbito = lesões maculopapulares rosadas que se iniciam no tronco + disseminam-se para a cabeça e extremidades + pode passar despercebido ⇨ Erupção de curta duração (algumas horas a 2-3 dias) + desaparece sem deixar descamação ou hiperpigmentação Diagnóstico: apenas a presença do herpes-vírus humano 6 ou 7 no sangue periférico fornece o diagnóstico de infecção primária + podem ser realizados testes para detecção de anticorpos, mas o seu resultado deve ser analisado com cuidado, em razão da possibilidade de haver infecções crônicas (como todo herpes-vírus) com reativações Prevenção: não existe. Mononucleose infecciosa Considerada uma síndrome Etiologia: vírus Epstein-Barr é o responsável por 80% dos casos Ocorrência de erupção cutânea não ultrapassa os 10 a 15% dos casos exceto quando se administra penicilina ou ampicilina ao paciente Sintomas prevalentes = febre + linfonodomegalia + hepatoesplenomegalia + Faringoamigdalite Tipo de exantema é variável na maioria das vezes, maculopapular, mas podem ocorrer erupções petequiais + papulovesiculares + escarlatiniformes + urticariformex Erupções são mais evidentes na presença dos antibióticos citados Outros agentes = citomegalovírus + o vírus da imunodeficiência adquirida + vírus da hepatite B + dentre os não virais o Toxoplasma gondii Enterovírus Etiologia: RNA-vírus os não pólio-enterovírus são classificados em 23 coxsackie A (A-1 a A-24, exceto A-23), 6 coxsackie B (B-1 a B-6), 31 ECHO (1 a 33, exceto 10 e 28) e 4 enterovírus (68 a 71) Transmissão: via fecal-oral Tempo de incubação: 3 a 6 dias Tempo de contágio: variável Cuidados com os contactantes: observação + isolamento: precauções entéricas durante hospitalização Quadro clínico: ⇨ Exantemas = de qualquer tipo desde o clássico maculopapular, até vesicular + petequial + urticariforme ⇨ Doença mãos-pé-boca = característica de enterovírus sendo os responsáveis os coxsackie A16, A5, A7, A9, A10, B2, B3, B5 e o enterovírus 71 ⇨ Nessa doença, após um período prodrômico de febre baixa + irritabilidade + anorexia, aparecem lesões vesiculares na boca, que rapidamente se rompem, transformando-se em úlceras dolorosas de tamanhos variáveis ⇨ Lesões nas extremidades = constituídas por papulovesículas de 3 a 7 mm de diâmetro + acometem, principalmente, dedos, dorso e palma das mãos e planta dos pés + em lactentes, é frequente ocorrer acometimento perineal ⇨ As lesões desaparecem sem deixar cicatrizes. ⇨ Exantema de Boston (causado pelo ECHO 16) = outra doença característica do enterovírus + apresenta-se acompanhada por lesões ulceradas nas amígdalas e no palato mole, semelhantes àquelas encontradas na herpangina. Diagnóstico: Isolamento do vírus nas fezes + detecção de elevação de anticorpos no soro em duas titulagens, espaçadas de 3 a 4 semanas Prevenção: cuidados higiênicos Eritema infeccioso Etiologia: parvovírus humano B19 (vírus emergente em importância) Transmissão: via aérea, por perdigotos Tempo de incubação: 4 a 14 dias 5 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Tempo de contágio: desconhecido Cuidados com os contactantes: observação principalmente das pessoas que tenham hemoglobinopatia + isolamento = desnecessário Quadro clínico: ⇨ Não há pródromos ⇨ 1º sinal = exantema inicia-se na face como maculopápulas que confluem, tornando-se uma placa vermelho-rubra, concentrada, principalmente, na região das bochechas + poupa a região perioral, a testa e o nariz = aspecto de “asa de borboleta” + dá às crianças aspecto de “cara esbofeteada” ⇨ Depois de 1-4 dias = exantema evolui acomete MMSS + MMII, inicialmente em sua face extensora e posteriormente na flexora ⇨ Lesão de pele = inicia como uma mácula que ↑ de tamanho deixa a região central mais pálida = aspecto rendilhado tronco pode ficar acometido ⇨ Exantema pode persistir por um período longo (> 10 dias) + exacerbar-se ou reaparecer quando a criança é exposta ao sol/faz exercícios/quando há alterações de temperatura ⇨ Pode haver recorrência das lesões após 1-2 semanas do desaparecimento ⇨ Evolução afebril + pode ser acompanhada de artralgias e artrites ⇨ Hemograma = normal ou com discreta leucocitose e Eosinofilia Maioria dos casos = evolução benigna adolescentes + adultos = sintomas são mais proeminentes (principalmente o comprometimento articular) Complicações = morte fetal (mais grave) Diagnóstico = sorologia para parvovírus humano B19 Prevenção: não existe. Parvovírus ⇨ Célula-alvo = eritroblasto do hospedeiro ⇨ Pacientes apresentam anemia (profunda em pacientes com hemoglobinopatias) + grávidas = dano fetal aborto + parto prematuro + hidropsia ⇨ Síndrome das luvas e meias = também atribuída ao parvovírus + ocorre em crianças + adultos jovens lesões purpúricas simétricas e eritematosas indolores nas mãos e nos pés + pode acometer bochecha, cotovelo, joelho e nádegas + pode ser acompanhada por sintomas gerais + é autolimitada (melhora em 1-2 semanas) Exantema laterotorácico unilateral Achados característicos = unilateralidade da erupção inicial (tanto escarlatiniforme como eczematosa) + prurido Curso clínico = distribuição hemicorporal ou evolução para quadro generalizado com predominância unilateral Resolução espontânea 4 semanas Outra denominação = “exantema assimétrico periflexural da infância” descreve melhor a entidade que nem sempre é unilateral, apesar de iniciar em um dos lados do corpo e a sua distribuição atingir outros locais além da região laterotorácica, como as extremidades inferiores Predominante em meninas entre 10 meses e 10 anos (média de 2 anos) Frequentemente, inicia-se de modo unilateral, próximo da axila, na região superior do tronco e na região proximal do braço, podendo generalizar-se Poupa as palmas das mãos, a planta dos pés e as mucosas Pacientes apresentam bom aspecto clínico, referindopouco prurido + ocasionalmente há relato de infecção prévia do trato respiratório superior Duração varia entre 4-6 semanas + resolução espontânea Responde pouco ao uso tópico de corticosteroides preferível medicar com cremes hidratantes Desaparece sem sequelas ou hiperpigmentação Causa permanece indeterminada tem sido pesquisada etiologia infecciosa + as sorologias repetidas para hepatites, borreliose, Mycoplasma, vírus Epstein-Barr (EBV), citomegalovírus (CMV), toxoplasmose, parvovírus, riquétsias, HIV e vírus coxsackie têm se revelado negativas Em alguns pacientes, apesar de apresentarem sorologias positivas para vírus respiratórios, como adenovírus e vírus parainfluenza a relação causal permanece questionável Diagnóstico diferencial deve incluir exantemas virais inespecíficos, dermatite de contato, miliária, pitiríase rósea, síndrome de Gianotti-Crosti, escabiose, tinea corporis e escarlatina Exantema vesicular Varicela Etiologia: vírus da varicela-zóster, do grupo herpes Transmissão: por aerossol, contágio direto e pela transmissão vertical Tempo de incubação: 10 a 21 dias Tempo de contágio: do 10º dia após o contato até a formação de crostas de todas as lesões 6 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Isolamento: respiratório e de contato Cuidados com os contactantes: a imunoglobulina humana antivírus varicela-zóster (VZIG) deve ser indicada nas seguintes situações: ⇨ Crianças imunocomprometidas, sem história prévia de catapora; ⇨ Gestantes suscetíveis; ⇨ Recém-nascidos cuja mãe tenha tido catapora dentro de 5 dias antes ou 48 horas após o parto; ⇨ Prematuros (gestação com 28 semanas) cuja mãe não tenha tido varicela; ⇨ Prematuros (gestação com menos de 28 semanas) independentemente da história materna ⇨ A dose indicada é de 125 U para cada 10 kg e deve ser aplicada em 48 horas (até no máximo 96 horas) após a exposição ⇨ Uso de aciclovir como profilaxia em comunicantes é discutível, mas quando este for um adulto ou um paciente imunodeprimido e para o qual não se disponha da VZIG, talvez seja de interesse nessas situações as manifestações da doença podem ser mais intensas e graves; Quadro clínico: ⇨ Principalmente em crianças, o exantema é o primeiro sinal da doença, mas, eventualmente, podem-se notar febre baixa e mal-estar, os quais são mais proeminentes em adolescentes e em adultos ⇨ Erupção inicia-se na face, como máculas eritematosas que rapidamente se tornam pápulas, vesículas, pústulas e, finalmente, crostas essas lesões aparecem em surtos, geralmente por 3-5 dias, antecedidas por febre (viremia) promove um aspecto polimórfico do exantema ⇨ Envolvimento do couro cabeludo + das mucosas orais e genitais é frequente ⇨ As crostas permanecem por 5 a 7 dias e depois caem, deixando uma mácula branca, que não é permanente ⇨ Quando a pele foi anteriormente traumatizada ou sofreu abrasão, como cirurgias, radioterapia, queimadura, presença de eczema, dermatite de fraldas, etc., as lesões costumam ser mais numerosas nessa região Doença benigna Complicações: ⇨ Infecções bacterianas secundárias (por estreptococos e estafilococos) ⇨ Piodermite ⇨ Erisipela ⇨ Celulite ⇨ Infecções sistêmicas = pneumonia intersticial (pode evoluir para insuficiência respiratória) ⇨ Encefalite (sonolência + hemiplegia) ⇨ Acometimento do SNC aparece entre 3-8 dias após o exantema (região mais frequentemente atingida é o cerebelo ataxia) ⇨ Manifestações hemorrágicas = decorrentes de trombocitopenia (fase de convalescença) ou coagulopatia de consumo (varicela hemorrágica acometimento das suprarrenais púrpura fulminante, semelhante às que ocorrem na meningoccemias) Varicela e gravidez: quando acomete uma gestante o feto pode sofrer as consequências = focomelia, coriorretinite + meningoencefalite + lesões cicatriciais na pele + morte fetal + aborto Lesões aparecem durante os primeiros 16 dias após o parto = varicela congênita + acomete 25% dos recém-nascidos cujas mães apresentam a doença 1-5 dias antes e dentro de 48 horas após o parto; Síndrome de Reye: degeneração aguda do fígado acompanhada de encefalopatia hipertensiva grave tem sido descrita em crianças com varicela (principalmente quando receberam ácido acetilsalicílico como antitérmico) Tratamento: nos pacientes com imunodepressão ou que apresentem risco de doença grave com acometimento visceral, há indicação de tratamento antiviral com o uso de aciclovir; Diagnóstico: na fase de vesícula, o exame do líquido da lesão pela microscopia eletrônica fornece o diagnóstico imediato + Anticorpos podem ser detectados pelo teste de imunofluorescência indireta (IFI); Prevenção: vacina antivaricela (vírus vivo atenuado). Herpes simples Etiologia: vírus da HSV-1, do grupo herpes Transmissão: contato direto com secreções orais infectadas Tempo de incubação: 2 dias a 2 semanas Tempo de contágio: primoinfecção oral herpética, o contágio ocorre de 1 a várias semanas após o surgimento das lesões + nas infecções recorrentes, o período de contágio se restringe a cerca de 3 a 4 dias Isolamento: precauções de contato são recomendadas nos pacientes com quadros mucocutâneos 7 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 graves Cuidados com os contactantes: lavar as mãos e evitar contato com as secreções orais Quadro clínico: ⇨ Primoinfecção causada por esse herpesvírus humano = gengivoestomatite herpética moléstia que acomete crianças + caracteriza-se por quadro febril de 2-3 dias, que evolui com o aparecimento de lesões orais, vesiculares, muito dolorosas, por vezes acometendo os lábios ⇨ Reativações apresentam-se como herpes labial +em pacientes com deficiência imunológica grave, as lesões podem ser disseminadas, lembrando varicela Tratamento: na criança imunocompetente, o uso de aciclovir pode ser benéfico nos casos muito extensos e com comprometimento sistêmico Diagnóstico: detecção de anticorpos no soro, em duas titulagens ou a presença de anticorpos da classe IgM Prevenção: cuidados higiênicos. Exantema papular Síndrome de gianotti- crosti Acrodermatite papular da infância Erupção inespecífica primariamente associada à infecção pelo vírus da hepatite B Ocorre nas crianças entre 2-6 anos de idade, com aparecimento súbito de uma erupção monomórfica + eritematopapular + não pruriginosa + com pápulas de 1-5 mm de diâmetro + topo achatado + ocupa simetricamente a face, as nádegas e as extremidades As lesões permanecem por 15-20 dias e depois desaparecem, deixando uma descamação Linfonodomegalia axilar + linfonodomegalia inguinal podem ser notadas por 2 a 3 meses durante o curso da doença, juntamente com hepatomegalia moderada Casos relacionados com o vírus da hepatite B = alterações de transaminases começam a aparecer 1-2 semanas após o aparecimento da dermatopatia Outros agentes envolvidos nessa síndrome = enterovírus (coxsackie A-16) + vírus Epstein-Barr + CMV + vírus da hepatite A + vírus parainfluenza + estreptococo beta-hemolítico do grupo A Quando a síndrome é causada por esses outros agentes, eventualmente as lesões podem ser pruriginosas e papulovesiculares e acompanhadas de sintomas gerais como febre e mal-estar Exantema petequial Pseudoangiomatose eruptiva Síndrome de descrição recente, sem etiologia definida não é possível definir os aspectos relativos à sua história natural + períodos de incubação e de contágio + medidas de controle Quadro exantemático hemangiomatoso-símile associado com infecção por echovírus Apresenta pápulas eritematosas pequenas com ponto de intensificação central circundado por halo avascular que desaparecem à digitopressão, sendo de caráter transitório Pápulas de diâmetros variando entre 1-4 mm + resolução completa observada depois de 7 a 10 dias Biópsia de pele = presença de capilares dilatados comcélulas endoteliais intumescidas, sem proliferação vascular ou infiltrado inflamatório Tratamento é sintomático Doença é autolimitada. Febres hemorrágicas Agentes causais = arbovírus (principalmente os da família Flavoviridae) no Brasil, o mais importante é o vírus da dengue Transmissão ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti Quadro clínico ⇨ Muito variável nas crianças, as manifestações são menos exuberantes ⇨ Dengue clássica inicia-se após período de incubação de 4-7 dias, com febre alta, cefaleia intensa, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos e diarreia, dor abdominal e com localização preferencial retrorbitária + ao exame físico, podem-se notar linfonodomegalia e exantemas + o hemograma mostra leucopenia, linfocitose e uma leve trombocitemia. ⇨ Fenômenos hemorrágicos (epistaxes) são ocorrências ocasionais ⇨ 30% dos casos, após a defervescência da febre (dura em torno de 5-7 dias) surge um outro exantema, maculopapular, que se inicia no tronco e se dissemina para as extremidades, acometendo a palma da mão e a planta do pé ⇨ Casos de evolução mais grave, a febre não cede + plaquetopenia piora + há hemoconcentração + hipovolemia + choque, acompanhados de hemorragias. ⇨ Na presença de exantema petequial = considerar e afastar outras doenças graves, de etiologia bacteriana Meningococcemia + sepse por outras bactérias + febre maculosa brasileira 8 Emanuelly Lopes Cardoso – T9 Hemangioma Tumor vascular benigno mais comum na infância 50% dos casos não está presente ao nascimento ou há lesão precursora Crescimento durante os primeiros 15 dias de vida Fase de crescimento rápido até os 6-9 meses + regride de forma lenta até os 9 anos de idade Meninas + prematuros = mais acometidos Lesões tumorais de coloração vinhosa + localização na cabeça e pescoço Lesões múltiplas e pequenas (até 3 cm) = hemangiomatose + podem estar associadas a lesões em outros órgãos fígado São classificados em superficiais, profundos e mistos depende da profundidade de acometimento Maioria dos casos = não é necessário tratamento ativo ocorre involução espontânea Casos em que existe alteração funcional, por conta do tamanho ou da localização, ou por compromisso estético propranolol está indicado + deve ser iniciado o mais precoce possível ⇨ Pediatra deve orientar aos pais para que retornem prontamente se houver crescimento rápido da lesão em qualquer localização + que procurem avaliação precoce do dermatopediatra nas lesões com potencial de complicações, como aquelas localizadas na face, sobretudo ponta nasal, região perioral e periocular, e lesões grandes em qualquer localização.
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