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Livro contabilidade Internacional

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Prévia do material em texto

Contabilidade 
Internacional
1ª edição
2019
Contabilidade 
Internacional
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Beatriz Pereira
Rafaela Pereira
Lúcio Flavio Bicalho
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas 
Internacionais de Contabilidade (IFRS) .......................6
Unidade 2
Demonstrações Contábeis ..........................................22
Unidade 3
Estoques e Políticas Contábeis e estimativas 
de erros .........................................................................41
Unidade 4
Eventos após o balanço e a receita ............................56
Unidade 5
Imobilizado ...................................................................71
Unidade 6
Custos de empréstimos e demonstrações contábeis 
consolidadas e separadas ...........................................89
Unidade 7
Investimentos em Coligadas e Provisões, Passivos 
Contingentes e Ativos Contingentes .......................107
Unidade 8
Ativos Intangíveis e Combinação de Negócios ......126
5
Palavras do professor
Caros alunos, 
Iniciaremos o estudo da disciplina de contabilidade internacional e os 
padrões adotados pelo IFRS cujo objetivo foi realizar as coalizões das 
informações contábeis em novos parâmetros de estrutura e sua aplica-
ção diante das normas contábeis. Essas habilidades foram desenvolvidas 
pelos órgãos reguladores buscando alinhar dados qualitativos e quanti-
tativos para que os usuários das informações pudessem realizar a leitura 
desses dados por meio de uma linguagem universal.
A adoção dessa nova contabilidade e a introdução da Lei n. 11.638/07 
proporcionaram uma visão de modernização e desenvolvimento estabe-
lecido no cenário das Normas Contábeis Brasileiras. Mais do que uma lei 
normativa, a Lei n. 11.638/07, mais conhecida como a Lei das S/As, foi 
um marco histórico para as grandes empresas, pois a adoção dessa meto-
dologia foi necessária para que houvesse uma adaptação de um cenário 
globalizado, no qual a informações contábeis têm um papel fundamental 
gerando, dessa forma, grandes negócios.
Além da mudança ocorrida no âmbito das S/As a contabilidade internacional 
agregou as mudanças técnicas no Brasil com a introdução do CPC (Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis) que foi criado em 2006. Tais pronuncia-
mentos são considerados como primordiais para a adoção de uma estru-
tura clara, objetiva e coerente de dados contábeis, reproduzindo, assim, um 
ambiente macro, em que as empresas possam seguir uma normativa que 
trate de assuntos importantes e essenciais para as organizações.
Vamos abordar a responsabilidade e divulgação dos princípios, normas e 
padrões da contabilidade internacional.
Bons estudos!
1
6
Unidade 1
Convergência da Contabilidade 
Brasileira às Normas 
Internacionais de Contabilidade 
(IFRS)
Para iniciar seus estudos
Bem-vindo(a) à primeira unidade da disciplina Contabilidade Internacio-
nal! Preparado(a) para começar? Nesta unidade, aprenderemos sobre a 
modificação das normas contábeis para a adoção do padrão internacio-
nal alinhando as diversas práticas adotadas, bem como as normatizações 
específicas publicadas nas Normas Brasileiras de Contabilidade.
Esperamos que a aprendizagem aqui apresentada lhe permita compreen-
der a importância desse alinhamento universal e os aspectos que sofre-
ram impactos significativos com essas mudanças. Ademais, podemos 
observar que a contabilidade ganhou uma atuação com mais eficácia 
diante do cenário global, e, nesse sentido, acabou por desenvolver habi-
lidades muito mais gerenciais tornando a ciência social mais analítica e 
também mais estratégica. Estudaremos sempre com base nas competên-
cias da disciplina:
• Conhecer as IFRS e IASB em alinhamento com os pronunciamen-
tos contábeis CPCs e suas aplicações.
• Apresentar os principais pronunciamentos contábeis.
1
7
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as principais alterações da Lei n. 6.404/76 para a imple-
mentação da Lei n. 11.638/07.
• Sintetizar o processo de convergência da contabilidade brasileira 
aos padrões internacionais elaborados pelo IASB. 
• Compreender a adoção das Normas Internacionais.
• Conhecer o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
8
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
1.1 Principais alterações da Lei nº 6.404/76 para a 
implementação da Lei nº 11.638/06
A legislação societária executada por meio da Lei n. 6.404/76 foi a base da literatura contábil durante muitos 
anos. Essa norma, destinada às organizações classificadas como S/As, aborda a temática de organizar as maiores 
estruturas de negócios e mais complexas organizações no Brasil. Antes da Lei 6.404, a legislação societária foi 
regulamentada pelo Decreto-Lei 2.627/1940. 
Ao longo dos anos, a contabilidade estava voltada unicamente para apresentar dados quantitativos em estruturas 
de apresentação um tanto ultrapassadas para um mundo que já adotava práticas mais modernas. A implantação 
da Lei 6.404/76 propôs alterações substanciais na estrutura contábil em relação à estrutura normativa existente da 
época. Como sabemos, a contabilidade é formada por demonstrações elaboradas para os usuários internos (sócios, 
acionistas, diretores, conselheiros, entre outros.) e externos (órgãos reguladores, tais como: Conselhos Regional e 
Federal de Contabilidade e Receita Federal do Brasil, entre outros). Tais demonstrações têm diversas necessidades e 
finalidades, devendo atender aos interesses próprios e principalmente às exigências governamentais.
Com o passar do tempo, as organizações necessitaram de informações mais apuradas, claras e ainda mais sóli-
das visando que as tomadas de decisões gerenciais possam iniciar por meio dos dados quantitativos coletados. 
Partindo desse pressuposto, e visando atender às Normas Internacionais de Contabilidade, assim foi criada a Lei 
n. 11.638/07 que alterou e introduziu novos dispositivos nas estruturas das demonstrações contábeis. Logo nas 
empresas de capital aberto, essa lei, que foi promulgada em 28 de dezembro de 2007, entrou em vigor em 1º de 
janeiro de 2008. A principal motivação para elaboração dessa lei está na justificativa de padronização interna-
cional da contabilidade diante do IASB (International Accounting Standards Board) e FASB (Financial Accounting Stan-
dards Board), dessa forma, evidenciando a necessidade de elaboração de demonstrativos conforme a estrutura 
conceitual internacional. 
Figura 1.1: Contabilidade internacional
Legenda: Imagem representa a contabilidade como uma só língua, conhecida globalmente.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
9
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
Diante dessa necessidade de universalização de informações entre as organizações, e visando obter uma mode-
lagem de estrutura, houve uma necessidade de formatação das demonstrações contábeis. O objetivo é atender 
aos usuários internos e externos e ser abrangente em todos os aspectos relevantes; desse modo, as normas con-
tábeis adotaram critérios preestabelecidos. 
a. As estruturas conceituais regidas pelas Normas Internacionais de Contabilidade (Ernest & Young, 2011,p. 2) seguem princípios que são fundamentais para a apresentação das demonstrações financeiras e têm 
por finalidade:
b. Dar suporte ao desenvolvimento de novos pronunciamentos técnicos e a revisão de pronunciamentos 
existentes.
c. Promover a harmonização das regras, padrões contábeis e procedimentos.
d. Dar suporte aos órgãos reguladores nacionais no desenvolvimento de regrais locais.
e. Dar suporte aos preparadores de demonstrações financeiras na aplicação das normas internacionais e no 
tratamento de assuntos que ainda não tiverem sido objetivo das normas internacionais.
f. Auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações con-
tábeis com as normas internacionais. 
g. Proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação dos pronuncia-
mentos técnicos.
As mudanças ocasionadas com as alterações trazidas pela Lei 11.638/07 transformaram a sistemática da con-
tabilidade nas empresas de capital aberto. Com isso, a Lei das Sociedades por Ações proporcionou um grande 
passo em atualização dos seus regimentos contábeis, adequando seus principais demonstrativos contábeis ao 
cenário internacional. Ainda assim, é importante lembrar que as estruturas conceituais não definem as nor-
mas ou os procedimentos relacionados com aspectos de mensuração, conhecimento ou divulgação, ou seja, as 
estruturas conceituais não estão acima das normas internacionais específicas (IFRS ou IASB).
Muitas mudanças foram identificadas pela introdução da nova legislação contábil. Logo vamos conhecer mais 
sobre a harmonização global da contabilidade e da divulgação das demonstrações financeiras e a síntese do pro-
cesso de convergência aos padrões IASB, além da implantação dos comitês técnicos de pronunciamento contábil 
que foi multifuncional para as organizações. 
Você irá realizar um desafio, no qual terá que demonstrar na prática todos os conheci-
mentos que veremos nesta disciplina. Então, fique alerta! 
1.1.1 Avanço da Contabilidade no Brasil com a Lei n. 11.638/07
A Lei 11.638/07 trouxe alterações importantes na estrutura das demonstrações contábeis, talvez a maior delas 
esteja na apresentação e composição do Balanço Patrimonial. Nesta alteração, houve uma subdivisão do ATIVO 
e do PASSIVO em dois grupos: circulante e o não circulante, visando, assim, facilitar o processo e a análise da 
situação financeira e econômica das organizações. 
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Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
A importância dessa segregação envolveu aspectos financeiros e operacionais, pois as análises financeiras que 
são baseadas em índices financeiros e econômicos são realizadas com a utilização dos ativos e passivos em suas 
classificações de liquidez. A exemplo disso, temos a análise do capital circulante líquido, em que a entidade deve 
subtrair do ativo circulante o passivo circulante, conseguindo, assim, identificar a capacidade financeira de liqui-
dar suas obrigações em curto prazo. A definição sobre a classificação das contas enquanto características circu-
lantes e não circulantes estão baseadas em seu prazo de realização, ou seja, com base na sua atividade opera-
cional. A capacidade de liquidez estará refletida por meio do ciclo operacional de cada entidade; assim, quanto 
maior for o prazo, maior será o tempo decorrente para realização da liquidez.
Com a proposta de alteração da Lei 11.638/07, a classificação de circulante está limitada ao período de doze 
meses, desconsiderando sua classificação funcional. Outra consideração que foi introduzida com a lei foi a inclu-
são dos Ativos Intangíveis no grupo do ativo não circulante; esses ativos estão destinados a classificar bens como, 
por exemplo, marcas e patentes, direitos autorais, direitos de concessão etc. 
Essas mudanças proporcionaram uma contabilização e uma divulgação mais objetiva, levando em consideração 
uma essência contábil pouco explorada pelas outras normativas. As empresas brasileiras estavam na expectativa 
de uma mudança na legislação societária há muito tempo e, se for levando em consideração, o último projeto 
foi elaborado em 1976. No entanto, a maioria delas não vinha se preparando para tais mudanças, por isso o pro-
cesso de migração para adoção da nova lei foi bastante complexa, visto que essa adaptação modificou muitos 
parâmetros. O balanço patrimonial foi o demonstrativo mais alterado com relação à estrutura de apresentação. 
Veja como ficou a Estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 6.404/76 X Lei n. 11. 638/07:
Tabela 1.1: Alteração da estrutura do Balanço Patrimonial
LEI 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976 LEI 11.638, DE 28 DE DEZEMBRO 2007
Ativo circulante Ativo circulante
Realizável a longo prazo Ativo não circulante
Ativo permanente • realizável a longo prazo
• investimento • investimento
• imobilizado • imobilizado
• diferido • intangível
Passivo circulante Passivo circulante
Passivo exigível a longo prazo Passivo não circulante
Reserva de exercícios futuros Exigível a longo prazo
Patrimônio líquido Resultado de exercícios futuros
• capital social • Patrimônio líquido
• reserva de capital • capital social
• reserva de reavaliação • reserva de capital
• reservas de lucros • ajuste de avaliação patrimonial
• lucros ou prejuízos acumulados • reservas de lucros
  • ações em tesouraria
  • prejuízos acumulados
Legenda: Apresentação do antes e depois da estrutura do balanço patrimonial, após a mudança de lei.
Fonte: Adaptada da Revista contábil & Jurídica Netlegis: Aspectos societários e tributários da Lei n. 11.638/2007 e da MP 449/08.
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Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
As características apresentadas pelo Balanço Patrimonial quanto à sua liquidez devem ser associadas às possibi-
lidades de classificação entre circulante e não circulante. Com base nesse pressuposto, as organizações devem 
estar atentas ao:
• Ativo Circulante como:
 » todos os movimentos de entrada e saída;
 » os ativos devem ser comprados, vendidos ou consumidos;
 » o ativo é circulante quando for se realizar dentro de doze meses.
• Passivo Circulante como:
 » as dívidas com intenção de serem liquidadas dentro do ciclo ;
 » o passivo deve ser exigível dentro de 12 meses.
Todo ativo ou passivo que não se enquadrar nas características apresentadas anteriormente, a entidade deve 
classificar em não circulantes. 
Outra exigência é que, exceto quando a norma permitir ou exigir de outra forma, a entidade deve divulgar infor-
mação comparativa com respeito ao período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações 
contábeis do período corrente. Ou seja, as demonstrações devem conter os numerários do ano corrente e do ano 
anterior, a fim de obtenção de uma comparabilidade. 
Ademais, identificamos muitas outras alterações que merecem um destaque em nosso estudo visando entender 
o tamanho da importância dessa lei no âmbito da contabilidade societária, sendo elas:
a. Balanço Patrimonial: 
 » A divisão entre o circulante e o não circulante. 
 » Retirada do Intangível de dentro do Imobilizado.
 » Obrigatoriedade de informar uma destinação aos lucros acumulados, exceto para as empresas de 
pequeno porte.
b. Demonstrações Financeiras:
 » Obrigatoriedade da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) para todas as S/As de capital aberto ou 
com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais);
 » As Demonstração dos Fluxos de Caixa serão demonstrados em até três fluxos: de operações, de finan-
ciamentos e de investimentos;
 » Obrigatoriedade de Demonstrativo do Valor Adicionado (DVA) para todas as companhias abertas.
 » Deixou de ser obrigatória a Demonstração das Origens e das Aplicações de Recursos (DOAR). 
c. Reservas e retenção de lucros:
 » Com a criação da reserva de incentivos fiscais, pode-se destinar à reserva de incentivos fiscais a parcela 
do lucro líquido por meio de subvenções ou doações do governopara serem investidos.
d. Demonstração do resultado do exercício:
 » Criação de uma demonstração do resultado do exercício discriminando, entre outras informações, as 
participações de debêntures para entidades, como fundos ou instituições de assistência e previdência 
de empregados.
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Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
As mudanças aplicadas à contabilidade estão inseridas no contexto de internacionalização da economia, prin-
cipalmente quando relacionamos a atividade econômica que visa uma livre movimentação de recursos e uma 
redução das barreiras comerciais entre os países. Nesse sentido, as realizações do projeto aplicado pela Lei 
11.638/07 tentou efetuar um processo de harmonização às normas contábeis, para que todos apresentassem 
impactos semelhantes das contas patrimoniais e de resultado, independentemente da localidade a qual perten-
ceriam. As medidas que foram aplicadas por meio do processo das IFRS buscaram projetar empresas brasileiras 
nesse cenário internacional complexo, visando a uma captura de recursos econômicos; por isso o aumento da 
transparência e da compreensão foram fundamentais.
Figura 1.2: Harmonização da contabilidade internacional
Legenda: Equilíbrio para a linguagem contábil
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
No estudo de Ernst & Young e Fipecafi (2009, p. 13), [...] muitos são os problemas à plena e total convergên-
cia: educação e treinamento, traduções tempestivas e impecáveis, absorção das novas normas pelo mundo dos 
envolvidos em demonstrações financeiras (empresas, auditores, educadores, reguladores, analistas de crédito e 
investimentos, agências fiscalizadoras governamentais, operadores do direito), entre outros.
Os organismos normalizadores responsáveis pela internacionalização da contabilidade são: 
o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs), o International Accounting Standard Board 
(IASB) e o International Financial Report Standard (IFRS).
13
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
1.2 Síntese do processo de convergência da contabilidade 
brasileira aos padrões internacionais elaborados pelo IASB
O International Accounting Standards Board (IASB) é uma organização internacional independente criada a partir da 
reformulação, ocorrida em 2001, do International Accounting Standing Committee (IASC) e assim acabou por obter a 
antiga responsabilidade técnica dos IAS já emitidos. A partir desse momento, os novos pronunciamentos passa-
ram a ser chamados por IFRS. Visando dirimir posições diferentes, o IASB foi criado para adoção de um processo 
de atualização da estrutura conceitual. O projeto dessa estrutura iniciou em 1989, pelos, órgãos internacionais, e 
por meio da internacionalização estão sendo reescritos para a apresentação das demonstrações contábeis e sua 
elaboração, devido à padronização e unificação brasileira e, quando tudo estiver pronto, teremos sua finalização 
por meio de documento completo, abrangente e único pelo IASB, que será conferido após ajustes às leis brasi-
leiras. Para esclarecer, o IASB criou a norma em 1989 nos Estados Unidos e o Brasil copiou as normas pela Lei n. 
11.638/07, mas a realidade brasileira e as leis são diferentes do cenário americano; por esta razão, esta lei está 
passando por alterações constantes até hoje, para se ajustar a nossas práticas contábeis.
A estrutura conceitual contábil buscou fundamentar sua estrutura quando houve uma deliberação para a implan-
tação de normas que pudessem ser equilibradas diante de um cenário de globalização das informações financeiras. 
As atividades empresariais brasileiras demandaram mudanças na lei e alterações dos artigos da Lei n. 6.404/1976 
para que houvesse mais transparência aos negócios globais, fundamental para a criação da Lei n. 11.638/07. No 
entanto, experiências anteriores demonstraram que nem sempre uma convergência de normas condiz com a con-
vergência de fato, sendo necessário que as melhores práticas sejam adotadas para efetivação das IFRS.
Entendemos que a forma de interpretar essa estrutura conceitual não poderá ser substituída por qualquer norma. 
Deve-se observar uma interpretação ou um comunicado técnico, que sempre irá gerar questionamentos; no 
entanto, prevalecem as exigências da norma. Na ausência de um pronunciamento ou interpretação de aplicação 
específica, para uma transação ou um evento deve se utilizar o julgamento para aplicação da política contábil 
que resulte em informações claras e transparentes, sendo:
a. Relevantes quando forem necessárias para a tomada de decisão gerencial.
b. Confiáveis quando as demonstrações forem fidedignas.
c. Representação fiel da realidade financeira e o desempenho dos fluxos de caixa.
d. Reflexo da substância econômica de transações em que se apresentem não apenas a forma legal.
e. Neutras, livres de distorções relevantes.
f. Prudentes. e
g. Completas em todos os termos relevantes.
A contabilidade baseada na visão do IASB é fundamentada pelo conceito principles-based (baseada em princípios), 
sendo, então, um órgão regulador que mantém a sua base por intermédio de conceitos normativos, mas que abrem 
um espaço para o julgamento de valor, assumindo um papel fundamental diante da importância na elaboração e 
divulgação das demonstrações financeiras. As aplicações baseadas em princípios demonstram uma maior eficácia 
e, portanto, longo alcance quando falamos de contabilidade complexa, focando naquilo que as normas norte-ame-
ricanas não conseguem enxergar. Isso tende a demonstrar que os padrões americanos estão mais enfraquecidos, 
visto que o grau de detalhamento alcançado pelo IASB torna o sistema único e muito eficaz.
14
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
No Brasil, os estudiosos provocam a elaboração, adaptação e renovação das IFRS e acreditam que o país precisa ter 
voz mais ativa para que possa contribuir com o processo de convergência às normas. O Brasil é apenas o terceiro 
país a ter um acordo do tipo com o IASB - os outros dois são China e Estados Unidos. Os pronunciamentos e publi-
cações do IASB podem ser adquiridos em formato impresso ou eletrônico por meio do site do IASB (www.ifrs.org). 
Figura 1.3: Adoção da contabilidade internacional
Legenda: Contabilidade Internacional (Accounting)
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O IASB está inserido em uma estrutura composta, com a finalidade de desenvolver normas que atendam ao 
interesse público, com alta qualidade e potencial para o uso geral das demonstrações financeiras. Apesar de 
aparentemente possuirmos um alinhamento na estrutura dos conceitos brasileiros e os internacionais após a 
emissão da deliberação da CVM n. 539/08, ainda há muitos desafios a serem vencidos para que a norma contábil 
tenha uma adaptação à norma fiscal, visto que o Brasil é um país de direito codificado, dificultando o processo de 
alinhamentos fiscal de informações.
 Accounting é uma palavra em inglês que significa divisão de custos de um conjunto de pro-
cessamento de informações pelos seus usuários. Contagem, medição (para efeito de fatu-
ramento), contabilidade. Fonte: <http://www.guiaup.net/2015/06/o-que-e-accounting.
html>.
Glossário
http://www.ifrs.org
http://www.guiaup.net/2015/06/o-que-e-accounting.html
http://www.guiaup.net/2015/06/o-que-e-accounting.html
15
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
1.3 A adoção das normas internacionais
A necessidade de determinar critérios a serem utilizados pelos gestores na tomada de decisão levou ao estudo de 
alternativas contábeis que pudessem atender aos diversos países por meio de uma linguagem mais universal. A 
International Financial Reporting Standards (IFRS) emitida pelo IASB (International Accounting Standards Board) repre-
senta a experiência contábil desenvolvida para alinhar em termos mundiais a melhor solução.
O reconhecimento das IFRS no Brasilocorreu com diversas alterações na legislação societária brasileira (Lei 
6.404/76) por meio da Lei n. 11.638/2007. Todas essas modificações foram de extrema importância para incluir 
o Brasil no rol de países preparados para um novo mercado de acionistas internacionais, porém a adoção das 
normas internacionais trouxe a necessidade de adaptação às normas já vigentes e, logo em seguida, um processo 
de comparabilidade entre eles, uma vez que os novos 14 pronunciamentos apresentados pelos CPCs integravam 
as companhias brasileiras às normas internacionais.
A partir disso, elencamos as diversas modificações que a Lei. 11.638/07 trouxe, por meio do quadro comparativo:
Tabela 1.2: Quadro comparativo Lei 6.404/76 x Lei 11.638/07
Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007
Publicação das Demonstrações das Origens e 
Aplicações de Recursos – DOAR.
Publicação das Demonstrações dos Fluxos de 
Caixas – DFC.
Não havia a exigência da publicação da 
Demonstração do Valor Adicionado – DVA para as 
companhias abertas.
Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do 
Valor Adicionado – DVA para as companhias abertas.
Os aumentos de valores nos saldos de ativos serão 
registrados, como Reserva de Reavaliação, no 
Patrimônio Líquido.
Os aumentos ou diminuições de valores nos saldos 
de ativos e passivos decorrentes de avaliações e preço 
de mercado serão registrados na conta de Ajuste de 
Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido.
O ativo permanente é dividido em: investimentos, 
ativo imobilizado e ativo diferido.
Ativo permanente passa a ser dividido em: 
investimentos, imobilizado e intangível.
Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os 
saldos vertidos poderão ser registrados pelos valores 
contábeis.
Os saldos serão vertidos a valor de mercado nos 
casos de: fusões, cisões ou incorporações.
O Patrimônio Líquido: capital social reserva de 
capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros 
ou prejuízos acumulados.
O Patrimônio Líquido: capital social reserva de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas 
de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados.
16
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007
As companhias abertas são obrigadas a publicar 
as suas demonstrações contábeis devidamente 
auditadas. As companhias fechadas são obrigadas a 
publicar suas demonstrações contábeis.
As companhias abertas e as sociedades de grande 
porte de capital fechado são obrigadas a apresentar 
demonstrações contábeis segundo os mesmos 
padrões da Lei das S.As e auditadas por auditores 
independentes.
A escrituração contábil será efetuada de acordo 
com os princípios de contabilidade geralmente 
aceitos, podendo registrar nos livros comercias 
ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da 
legislação tributária.
Deverá ocorrer segregação entre escrituração 
mercantil e tributária.
A CVM expedirá normas contábeis de acordo com 
os princípios de contabilidade geralmente aceitos.
A CVM expedirá normas contábeis em consonância 
com as Normas Internacionais de Contabilidade 
(IFRS)
As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo 
método da equivalência patrimonial.
As sociedades controladas, sociedades que fazem 
parte do mesmo grupo que estejam sob influência 
e controle comum, serão avaliadas pelo método de 
equivalência patrimonial.
Legenda: Resumo comparativo com as principais mudanças da Lei n. 11.638/2007.
Fonte: Adaptado da Revista Capital Aberto: As mudanças introduzidas pela Lei n. 11.638/2007.
Diante das diversas mudanças que foram surgindo com a aplicação da nova lei, a missão de desenvolver o pro-
fissional contábil era fundamental para que todas as exigências fossem alteradas. A profissão contábil no Brasil 
já possui um caráter bem desafiador, visto que a legislação brasileira exerce forte influência em nosso cenário 
cotidiano alterando constantemente as obrigações acessórias, tributárias entre outras.
De acordo com Almeida (2014, p.12), existem seis motivos para adoção das IFRS:
1. Convergência para as Normas Contábeis Internacionais, com o número significativo de países adotando 
as IFRS.
2. Necessidade de maior transparência e alto grau de confiabilidade nos relatórios, de forma a atender os 
interesses dos usuários das demonstrações contábeis.
3. Globalização dos mercados de capitais, resultando em aumento de competitividade entre as empresas.
4. Investidores estrangeiros necessitam de informações com base em dados locais para, assim, tomar deci-
sões comparando os dados com os competidores globais.
5. Necessidade de o mercado acompanhar o movimento internacional de unificação de dados.
6. Relatórios contábeis que reduzirão custos do investidor e o custo de captação para as entidades locais.
17
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
Dessa forma, para identificarmos se as empresas estão subordinadas à adoção de IFRS, ao atendimento às regras da 
CVM, e à publicação de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria, apresentaremos a tabela abaixo:
Tabela 1.3: Obrigação de informações por IFRS, CVM e Auditorias
Tipos Adoção do IFRS
Adoção das 
Normas da CVM
Publicação de 
DF’s
Auditoria
SAs abertas SIM SIM SIM SIM
SAs fechadas - Grande Porte NÃO OPCIONAL SIM SIM
SAs fechadas - Outras NÃO OPCIONAL SIM NÃO
Ltda’s - Grande Porte NÃO NÃO NÃO SIM
Ltda’s - Outras NÃO NÃO NÃO NÃO
Legenda: Apresentação S/As e Ltda. que atendem às mudanças internacionais.
Fonte: Adaptado do Artigo da KPMG: Lei 11.638/07 altera a Lei das SAs (Lei 6.404/76). 
 O CPC- PME foi aprovado em 2009 e visa demonstrar exclusivamente as perspectivas de 
normas de Contabilidade para as Pequenas e Médias Empresas, visto que muitos dos instru-
mentos não eram utilizados pelos pequenos empresários. 
1.4 Comitê de Pronunciamentos Contábeis
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado por meio da Resolução n. 1.055/05 do Conselho Fede-
ral de Contabilidade e tem como finalidade unificar as normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, 
já que o Brasil está inserido no panorama de países que estão oficialmente comprometidos com a adoção das 
normas internacionais, independentemente das companhias serem de capital aberto, fechado ou sociedades 
limitadas. Uma exceção a essa regra cabe às instituições financeiras, pois o órgão regulador que normatiza a 
entidade é o Banco Central do Brasil, não sendo obrigada a adoção do CPC na sua escrituração contábil.
Os comitês são considerados como entidades autônomas que possuem representação, sendo deliberado com 
2/3 dos seus membros. O principal apoio ao CPC é advindo do Conselho Federal de Contabilidade e seus mem-
bros são na maioria contadores que não recebem remuneração. O comitê possui 12 órgãos reguladores que par-
18
Contabilidade Internacional | Unidade 1 - Convergência da Contabilidade Brasileira às Normas...
ticipam da elaboração das normas, entre eles: Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superin-
tendência de Seguros Privados (SUSEP).
Segundo Almeida (2014, p.10), em função das necessidades, os CPCs podem ser classificados como:
• Convergência internacional das normas contábeis (redução de custos de elaboração de relatórios contá-
beis, redução de custos e de riscos nas análises e decisões, redução de custos de capital etc.).
• Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o faziam). 
• Representação e processo democrático na produção dessas informações (produtores das informações 
contábeis, auditores, usuários, intermediários, academia, governo etc.).
Em cumprimento aos objetivos elencados nos pronunciamentos técnicos e com a adoção a Lei n 11.638/07 
houve muitas modificações para padronizar as demonstrações sendo aprovadas 14 deliberações por meio dos 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis (uma fase)e duas orientações técnicas, sendo eles:
PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS
CPC 00 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis.
CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis.
CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa.
CPC 04 – Ativo Intangível.
CPC 05 – Divulgação sobre Partes Relacionadas.
CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil.
CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais.
CPC 08 – Custos de Transações e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.
CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado.
CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações.
CPC 11 – Contratos de Seguro.
CPC 12 – Ajuste a Valor Presente.
CPC 13 – Adoção Inicial da Lei n. 11.638/07 e da Medida Provisória n. 449/08
CPC 14 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação.
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS
OCPC 01 – Entidades de Incorporação Imobiliária.
OCPC 02 – Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008.
Com a adoção das políticas implantadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, é possível identificar uma 
análise que foi desenvolvida por membros capacitados pelos estudos nas áreas acadêmicas, fiscais, governamentais 
e operacionais, proporcionando às atividades empresarias uma perspectiva de avanço na atualização e na moder-
nização dos conceitos contábeis. Em termos históricos, a introdução dos CPCs resultou na abertura da economia 
brasileira para o exterior, nos colocando numa posição de igualdade com outras economias mais avançadas.
19
Considerações finais
Nesta unidade, você descobriu que:
• As normas internacionais chamadas de International Financial 
Reporting Standards, as IFRS, foram trazidas para o Brasil pelas 
modificações propostas pela Lei 11.638/2007 e fazem parte do 
processo de harmonização contábil cujo órgão regulador é o IASB 
(Information Accounting Standard Board).
• A harmonização tem sido um processo longo, difícil e que, acima 
de tudo, tem tentado respeitar as diferenças inerentes a cada 
país, uma vez que a contabilidade é afetada por diversos aspectos 
como cultura, política e economia.
• A adoção das IFRS foi um processo que buscou projetar as empresas 
brasileiras no cenário internacional, visando a uma abertura para 
a captação de recursos no exterior. Além disso, elas foram neces-
sárias para o aumento da transparência e da compreensão das 
demonstrações brasileiras em qualquer país que as tenha adotado.
• Com as grandes mudanças ocorrendo no cenário internacional (e 
nas empresas), e com o intuito de tornar a linguagem de negó-
cios globalizada, o profissional contábil deve se manter atualizado 
e ser um eterno aprendiz, visto que o mundo da contabilidade 
constitui-se de ferramentas essenciais para dominar os aspectos 
que foram alterados com a nova lei.
Referências
20
As mudanças introduzidas pela Lei 11.63807. Disponível em: <https:// 
capitalaberto.com.br/boletins/as-mudancas-introduzidas-pela -
lei-11-6382007/#.WyILpUgvyUl>. Acesso em: 14 jun. 2018. 
ALMEIDA, M. C. Curso de contabilidade introdutória em IFRS e CPC. 
São Paulo: Atlas, 2014. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Conheça o CPC. Disponí-
vel em: <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/ Conheca-CPC>. Acesso em: 
15 jun. 2018.
COSTA. F. M. da; CARVALHO, L. N.; LEMES, S. Contabili dade internacio-
nal: aplicação das IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2011. 
ERNEST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de 
Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
ESTADÃO. Iasb quer Brasil mais influente na convergência con-
tábil. 2010. Disponível em: <https://economia.estadao.com.br/
noticias/geral,iasb-quer-brasil -mais-influente-na-convergencia-
contabil,2358e>. Acesso em: 15 jun. 2018. 
IFRS. Migração: 2009 é ano-chave para IFRS. Disponível em: <http://www. 
ey.com.br/Publication/vwLUAssets/IFRS_Journal_6/$FILE/IFRS_Journal6. 
pdf>. Acesso em: 14 jun. 2018.
KPMG. Lei 11.638/07 altera a Lei das SAs (Lei 6.404/76) Resumo dos 
princi pais impactos. Disponível em: <http://www.kpmg.com.br/publica-
coes/ Lei_6404_final.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2018. 
https:// capitalaberto.com.br/boletins/as-mudancas-introduzidas-pela--lei-11-6382007/#.WyILpUgvyUl
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https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,iasb-quer-brasil--mais-influente-na-convergencia-contabil,2358e
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,iasb-quer-brasil--mais-influente-na-convergencia-contabil,2358e
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,iasb-quer-brasil--mais-influente-na-convergencia-contabil,2358e
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Unidade 2
Demonstrações Contábeis
Para iniciar seus estudos
O que seria do mundo sem a Contabilidade? Para entender mais sobre essa 
questão, que tal associar o nosso cotidiano às operações financeiras, quando:
• pagamos nossas contas;
• recebemos nosso salário;
• investimos nosso dinheiro em aplicações;
• compramos um imóvel.
A partir das operações cotidianas, podemos consolidar essas informações 
nas chamadas demonstrações contábeis. Mas, afinal de contas, o que são 
demonstrações contábeis e qual o seu propósito para as organizações? 
Com o passar do tempo, a Contabilidade realizou grande progresso em infor-
mações por meio das suas demonstrações. Estas, por sua vez, representam o 
resumo de todas essas informações contábeis de forma consolidada ou indi-
vidual com o objetivo de reunir as informações descritas por meio das normas 
internacionais de contabilidade, que realizaram a consolidação de todos os 
dados por meio de diversas diretrizes no sentido de adequar a organização con-
tábil mundial a tais mudanças. Dessa forma, esperamos que a adoção das nor-
mas internacionais possa contribuir para a maior transparência e qualidade das 
informações reportadas pelas empresas no âmbito nacional e internacional.
Vamos explorar esses conceitos a partir de agora. Você está pronto para 
esse desafio? Desejamos que sim. Um ótimo estudo para você!
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentação das demonstrações contábeis.
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.1	 Objetivo	e	finalidade	das	demonstrações	contábeis
Ao longo do desenvolvimento das organizações, e com o crescimento acentuado do mercado americano, a Con-
tabilidade passou a reconhecer uma metodologia baseada em entregar informações consolidadas e com a capa-
cidade de fornecer informações úteis para a tomada de decisão gerencial numa linguagem universal. Diante 
dessa nova roupagem e com o mercado em forte expansão, a finalidade das demonstrações é unificar as infor-
mações globais, facilitando o entendimento dos dados divulgados a todos os usuários.
A adesão às normas internacionais de contabilidade pelas entidades está ligada às realizações econômicas e 
financeiras em que os investimentos globalizados reportam para as instituições. Essa é a forma de manter uma 
linguagem universal para os investidores e demonstrar confiabilidade das informações apresentadas.
Figura 2.1: Análise das demonstrações contábeis
Uma pessoa analisando um demonstrativo contábil – balanço patrimonial.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Dentro do processo de convergência com o IFRS, e para se adequar às exigências regulatórias, o Brasil adota a 
versão dos pronunciamentos emitida pelo IASB ou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), sendo eles 
os reguladores que definem as mudanças e a data de vigência das transições. Entende-se que, quanto maior a 
transparência, clareza e compreensibilidade das informações financeiras das empresas, haverá qualidade pri-
mordial às boas práticas de governança corporativa.
O CPC 26 (R1) – Apresentação das demonstrações contábeis define os objetivos como sendo: 
A base para a apresentação das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade 
tanto com as demonstraçõescontábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com 
as demonstrações contábeis de outras entidades. Nesse cenário, este pronunciamento estabe-
lece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua 
estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo.
24
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
O IAS 1, que vigora desde 1º de janeiro de 2009, estabelece requisitos para apresentação das demonstrações 
financeiras representando a situação e o desempenho das informações seguindo uma estrutura definida para 
atender aos usuários. A norma observa que a consolidação de dados (juntamente com informações da gover-
nança corporativa) auxilia as demonstrações financeiras a prever os fluxos de caixa futuros e ratifica a ideologia 
de apresentar dados qualitativos de avaliação de mercado.
Carvalho, Lemes e Costa (2005, p. 22) destacam as quatro características qualitativas da informação estabeleci-
das no Framework Conceitual do IASB, tornando-as úteis aos usuários.
1. Prontamente compreensível aos usuários.
2. Relevante aos usuários para a tomada de decisão.
3. Confiável, sendo essa característica expressa por demonstrações: 
3.1. que representem inicialmente as transações e outros eventos; 
3.2. prevaleçam a essência e a realidade econômica sobre a forma legal;
3.3. que sejam neutras, isto é, livres de viés;
3.4. resultem do exercício da prudência, considerando incertezas inevitáveis;
3.5. que sejam completas dentro dos limites de materialidade e custo.
4. Comparável com a informação fornecida pela entidade em seus relatórios contábeis ao longo do tempo 
e em relação a outras empresas.
Contudo, as normas orientam a formulação de uma estrutura base para elaboração das demonstrações contá-
beis; no entanto, essa estrutura em modelagem não significa que a organização não possa fazer modificações 
que atendam às necessidades dos usuários da informação interna e externa. De uma forma geral, o conjunto das 
demonstrações deve conter como base cada uma das demonstrações evidenciadas como necessárias, além do 
complemento das notas explicativas e dados comparativos, caso sejam aplicáveis ao processo decisório ou regu-
lamentadas pela Lei nº 11.638/07 (Lei das Sociedades Anônimas) ou por meio de normatização para instituições 
financeiras. É possível, portanto, elaborar dados que atendam às características de liquidez dos itens patrimo-
niais, conseguindo influenciar o espaço abrangente e sendo uma referência identificada por meio do IAS 1.
Entre as mudanças ocorridas na aplicação das IFRS em 2018, este artigo auxilia a obten-
ção de uma visão complementar das principais alterações em suas diversas perspectivas 
de reconhecimento e mensuração. Conferir: <https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/
auditoria/2017/F221_Tempos_de_mudanca_17.pdf>.
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/auditoria/2017/F221_Tempos_de_mudanca_17.pdf
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/auditoria/2017/F221_Tempos_de_mudanca_17.pdf
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.2	 Estrutura	das	demonstrações	contábeis
O IAS 1 demanda que pelo menos anualmente o conjunto completo das demonstrações contábeis, incluindo 
informações comparativas, seja apresentado. Ainda assim, quando há necessidade de alteração de informações 
contábeis, como, por exemplo, informações de correção do balanço patrimonial, seja realizada a divulgação do 
período abrangente à correção juntamente com as informações do exercício apresentado.
O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: 
a. uma demonstração do balanço patrimonial com posição na data de encerramento do período e a do 
período anterior;
b. uma demonstração do resultado com data de encerramento do período abrangente e a do período anterior; 
c. uma demonstração das mutações do patrimônio líquido do período abrangente e as movimentações 
ocorridas entre o ano anterior e a data-base de encerramento do PL;
d. uma demonstração do valor adicionado se exigida legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo 
se apresentada voluntariamente. (Essa demonstração é apenas requerida pelo CPC 26);
e. uma demonstração dos fluxos de caixa para o período e a do período anterior; 
f. notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informa-
ções descritivas como relevantes; e,
g. informações comparativas do período anterior.
Nessa estrutura, as informações precisam assumir uma disposição considerando uma base metodológica ado-
tada pelas normas internacionais de contabilidade. Tal assimetria de informações fornecida aos usuários visa 
dirimir possíveis questionamentos entre as inconsistências anteriormente apresentadas, muitas vezes provoca-
das por diferenças de normatização contábil entre os países e que influenciavam ou prejudicavam as decisões 
de investidores e outros tomadores de decisões. Com uma economia globalizada, as informações contábeis das 
empresas são analisadas por diferentes usuários, nos mais diversos locais do mundo. As características que dife-
rem os investidores estão baseadas na política de maximizar ou reduzir as diferenças nas informações merca-
dológicas em relação aos dados que são negociados juntamente com os investidores, refletindo ou provocando 
mudanças de gestão organizacional. 
No contexto das instituições financeiras brasileiras, o Banco Central do Brasil, por meio do Comunicado nº 
14.259, de 10 de março de 2006, deliberou sobre a obrigatoriedade de convergência das normas aplicáveis às 
instituições financeiras no Brasil até 2010. Uma entidade pode usar títulos diferentes dos usados pela IAS 1 para 
suas diversas demonstrações contábeis.
De uma forma geral, a aplicação das normas internacionais de contabilidade deve atender a todos os usuários 
das informações, contribuindo para o desenvolvimento das organizações, sendo elas pequenas, médias ou gran-
des empresas. A introdução a todas as entidades desperta o interesse de investidores em quaisquer negócios, 
sendo ele um possível investidor. A seguir, elencamos um quadro comparativo. 
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
Quadro 2.1: Quadro comparativo de demonstrações
Demonstração Contábil PMEs Empresas em Geral SA de Capital Aberto
Balanço Patrimonial Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração do 
Resultado do Exercício
Obrigatória Obrigatória Obrigatória
Demonstração do 
Resultado Abrangente
Pode ser 
substituída pela 
DLPA
Obrigatória Obrigatória
Demonstração de Lucros 
(Prejuízos) Acumulados
Facultativa
Pode ser 
substituída pela 
DMPL
Pode ser substituída 
pela DMPL
Demonstração das 
Mutações do Patrimônio 
Líquido
Pode ser 
substituída pela 
DLPA
Obrigatória Obrigatória
Demonstração dos 
Fluxos de Caixa
Obrigatória Obrigatória Obrigatória
Demonstração do Valor 
Adicionado
Facultativa Facultativa Obrigatória
Notas Explicativas Obrigatórias Obrigatórias Obrigatórias
Fonte: Adaptado de Ernst & Young – Manual das Normas Internacionais (2010). 
O CPC foi idealizado a partir da união das seguintes entidades: ABRASCA, APIMEC NACIO-
NAL, BOVESPA, CFC, FIPECAFI E IBRACON.
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.3	 Componentes	das	demonstrações	contábeis
Diante das estruturas apresentadas pela aplicação e o conceito do IAS 1, as características financeiras de uma 
organização são diretamente modificadas pelos recursos econômicos que controlam e pela sua capacidade de 
adaptar as alterações que estão ligadas diretamente ao impacto do negócio. Para avaliar as posições adotadas 
nessas modificações, é necessário que as informações contábeis apresentadas, e consequentemente as de com-
petência do balanço patrimonial, tenham sido definidas com base nos conceitos e critérios estabelecidos.
Os elementos presentes do reconhecimento de ativos, passivos e capital próprio podem ser classificados como sendo:
a. ATIVOS
Conceitos: os processos requisitadospelas organizações precisam estar alinhados como base nos even-
tos que irão modificar os cenários futuros.
Critérios de reconhecimento: prováveis benefícios econômicos futuros para a entidade. O ativo tem um 
custo ou valor que possa ser determinado com confiabilidade.
b. PASSIVOS
Conceitos: os encargos que são reflexos dos eventos passados, dos quais se espera uma liquidação e 
consequentemente uma saída desse recurso.
Critérios de reconhecimento: é possível que os desembolsos de recursos que resultem em liquidação 
estejam contabilizados a valor presente e que seu pagamento possa ser mensurado de forma transparente.
c. CAPITAL PRÓPRIO
Conceitos: o saldo residual dos ativos da entidade após a compensação de todos os seus passivos.
Critérios de reconhecimento: consiste em padrões de reconhecimento de ativos, passivos e custos.
Ainda assim, a classificação e a definição de ativos e passivos são aplicadas com base no método de normas 
internacionais e suas propriedades definidas com base no IAS 1. Assim sendo, a sua apresentação deve consi-
derar o fluxo de liquidez dos dados coletados. Cada informação apresentada nas demonstrações financeiras é 
resultante do que propõe uma classificação definida pela linguagem universal seguida pelos órgãos fiscalizados. 
É importante considerar que as empresas que adotam a metodologia de contabilização das normais interna-
cionais de contabilidade apresentam grande vantagem competitiva no mercado nacional e principalmente 
internacional, visando às novas oportunidades de aderência de grandes investidores estrangeiros. Ademais, tais 
empresas apresentam uma elevada qualidade de informação, transparência nos dados coletados, efeito de com-
parabilidade e contribuem significativamente para a redução do risco do investimento e o custo de capital.
Diante de novos cenários de mercado, as pequenas e médias empresas também necessita-
ram adotar as normais internacionais de contabilidade. Você acha que essa adaptação foi 
fácil? Vale salientar que as informações que demonstram as modificações ocorridas podem 
ser acessadas no CPC 26 e CPC – PMEs.
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.3.1	Balanço	patrimonial
Essa demonstração é considerada pelos especialistas como o “pulmão” das entidades e apresenta em sua carac-
terística a situação financeira e patrimonial das organizações.
Segundo o IAS 1 o modelo apresentado como balanço patrimonial, não determina especificamente como essa 
demonstração deve apresentar-se em seu relatório. No entanto, exige que os ativos e passivos sejam classifi-
cados correspondendo ao índice de liquidez, sendo correntes (até um ano para a realização financeira) e não 
correntes (realização superior a um ano e ativos fixos). 
Adicionalmente, o CPC 26 (R1) informa que o balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, os 
seguintes itens:
a. caixa e equivalentes de caixa; 
b. clientes e outros recebíveis; 
c. estoques; 
d. ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”); CPC_26_R1. 
e. total de ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda de acordo com 
o CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; 
f. ativos biológicos; 
g. ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29 (Alterada pela Revisão CPC 08); 
h. investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
i. propriedades para investimento; 
j. imobilizado; 
k. intangível; 
l. contas a pagar comerciais e outras; 
m. provisões; 
n. obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”); 
o. obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 
32 – Tributos sobre o Lucro;
p. impostos diferidos ativos e passivos, como definido no Pronunciamento Técnico CPC 32; 
q. obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31; 
r. participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido;
s. capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.
Os pronunciamentos técnicos não determinam o modelo a ser utilizado pelas organizações, S.A. ou PMEs na 
aplicação do balanço patrimonial. Entretanto, eles devem seguir legalmente algumas características que são 
aplicáveis às boas práticas, tais como:
29
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
a. a classificação de contas patrimoniais deve atender aos critérios estabelecidos de natureza, função e 
tamanho ou até mesmo por meio de uma identificação de itens análogos que estejam dispostos de forma 
individualizada para que a compreensão da posição financeira seja evidenciada;
b. a terminologia de contas e o seu ordenamento de classificação estão vinculados à associação de informa-
ções afins que podem sofrer alterações conforme a natureza e as transações de cada entidade. O maior 
objetivo dessa classificação é abastecer os usuários de dados financeiros relevantes para gerenciamento 
das informações econômicas financeiras. Ainda assim, as instituições financeiras, no sentido de atender 
ao público ao qual se destinam, podem, por exemplo, modificar a terminologia utilizada na estrutura das 
demonstrações contábeis, de forma a não alterar o sentido das informações, mas sua contextualização 
na aplicação diante do seu negócio.
Tabela 2.1: Modelo de balanço patrimonial
Balanço Patrimonial Encerrado em X1
ATIVO X1 X0 PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO X1 X0
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponível Fornecedores
Clientes Contas a Pagar
Estoques Passivo Não Circulante
Créditos Patrimônio Líquido
Ativo Não Circulante Capital Social
Realizável a Longo Prazo (-) Gastos c/ Emissão de Ações
Investimento Reservas de Capital
Imobilizado Reservas de Lucros
Intangível (-) Ações em Tesouraria
Ajustes Avaliação Patrimonial
Lucros (Prejuízos) Acumulados (*)
Fonte: Adaptada de CPC 26 (2011).
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Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.3.2	Demonstração	do	resultado
As entidades apresentam seus resultados formados pelos grupos de receitas e despesa, sendo que: as receitas 
são os fatos que permitem variações positivas no patrimônio e as despesas são os fatos que permitem variações 
negativas no patrimônio da organização. 
Segundo o IAS 1, todos os dados relacionados ao resultado devem constar nesse relatório demonstrativo, sendo 
eles reconhecidos no período executado ou interpretados de forma diferente atendendo a outras IAS com algu-
mas variações específicas, como, por exemplo, o resultado de reavaliação do ativo descrito no IAS 16, os ativos 
financeiros disponíveis descritos no IAS 39 e a conversão de informações de investimento no exterior conside-
radas no IAS 21. A entidade pode apresentar a demonstração do resultado como uma demonstração separada. 
Nesse caso, a demonstração separada do resultado do período precederá imediatamente à demonstração que 
apresenta o resultado abrangente, que se inicia com o resultado do período.
As instituições financeiras possuem características diferentes ao exibir essa demonstração, uma vez que apre-
sentam informações baseadas na determinação descrita na normativa do Banco Central do Brasil, na qual a enti-
dade deve optar por analisar a natureza das despesas e sua classificação deve atender aos aspectos funcionais 
mais confiáveis e úteis para a tomada de decisão gerencial.
Tabela 2.2: Modelo de demonstração de resultado
Demonstração do Resultado do Exercício findo em X1 X1 X0
Receita Bruta (Vendas ou Serviços)
(-) Deduções da Receita Bruta
(=) Receita Líquida
(-) Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas (Gerais; Administrativas; Vendas);
(+/-) Receitas (Despesas) com Investimentos, Pessoas Ligadas
(+/-) Outras Receitas ou Despesas
(=) Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras
(+/-) Receitas e Despesas Financeiras
(=) Resultado antes do Tributos s/ Lucros(-) Despesas com tributos sobre os Lucros
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas
(+/-) Vendas/Custos (Vendas de itens do não circulantes) Resultado 
de Operações Descontinuadas
(=) Resultado Líquido do Período
Fonte: Adaptada de CPC 26 (2011).
31
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
Outra característica que pode ser apurada por meio da DRE é a extração do EBTIDA (earning before interest, taxes, 
depreciation and amortization). Essa demonstração pode evidenciar os pagamentos de juros, impostos, deprecia-
ção e é uma demonstração que pode ser informada para aproximar-se ao caixa gerado pela atividade operacio-
nal do negócio. Vale ressaltar que esse relatório é muito apreciado pelos investidores estrangeiros, uma vez que 
estão sempre atentos ao lucro líquido gerado pela operação e pela verificação/identificação da capacidade de 
pagamentos das organizações.
2.3.3	Demonstrações	do	valor	adicionado
Em 2007, a IAS 1 passou por uma revisão na qual foi solicitada a apresentação de uma DVA. No entanto, a abor-
dagem dessa demonstração pode ocorrer preferencialmente diante de aspectos de previsibilidade e dos possí-
veis resultados futuros a serem obtidos. 
Em caso de apresentação dessa demonstração, é imprescindível que sua estrutura de composição apresente 
em seu corpo informações que demonstrem sua materialidade e natureza das funções. Diante dessa ocorrência, 
qualquer organização tem a opção de demonstrá-la de forma separada ou conjuntamente com as demonstra-
ções do patrimônio líquido. 
Tabela 2.3: Modelo de demonstração do valor adicionado
Descrição X1 X0
1. RECEITAS
1.1. Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2. Outras receitas
2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (incluem os valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS 
e COFINS)
2.1. Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviçõs vendidos
2.2. Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6. VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1. Resultado de equivalência patrimonial
6.2. Receitas financeiras
6.3. Outras
7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
32
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1. Pessoal
8.2. Impostos, taxas e contribuições
8.3. Remuneração de capitais de terceiros
8.4. Remuneração de capitais próprios
Fonte: Adaptada de CPC 26 (2011). 
Segundo o CPC 09 (2008), que evidencia as características de riqueza criadas por esses demonstrativos, os meses 
devem conter:
a. pessoal e encargos; 
b. impostos, taxas e contribuições; 
c. juros e aluguéis; 
d. juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; 
e. lucros retidos/prejuízos do exercício.
2.3.4	Demonstrações	das	mutações	do	patrimônio	líquido
Esta demonstração tem como princípio evidenciar a destinação do resultado do exercício. Cabe a ela, também, 
manter os históricos de movimentações ocorridas no capital das organizações, bem como as reservas legais e as 
reservas relacionadas ao lucro, evidenciando as mudanças ocorridas no PL durante o período.
A DMPL evidencia as movimentações do patrimônio líquido, considerando os seguintes itens:
I. Os demonstrativos do resultado do período e/ou outros resultados abrangentes, que podem ser apresen-
tados separadamente entre itens de controladas e de controladores; 
II. Os itens elencados como receitas e despesas do período para efeitos de variações;
III. A receita e despesa resultantes dos itens I e II, que podem ser apresentadas de forma única ou separada; 
IV. Para cada componente do patrimônio líquido, há efeitos das alterações nas políticas contábeis e corre-
ções de erros reconhecidos de acordo com o IAS 8.
Fique	atento	a	todas	as	informações	ao	longo	da	disciplina,	pois	você	irá	precisar	delas	
para	resolver	o	seu	desafio.
33
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
Tabela 2.4: Modelo de demonstração das mutações do patrimônio líquido
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 
Integralizado
Reserva de 
Capital
Reservas 
de Lucros
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumulados
Outros 
Resultados 
Abrangentes
Patrimônio 
Líquido 
Consolidado
Saldos Iniciais X 0
Aumento de Capital
Ações em Tesouraria 
Adquiridas
Dividendos
Transações de Capital 
com os Sócios
Ajustes de 
Instrumentos 
Financeiros
Equiv. Patrim. s/ 
Ganhos Abrang. de 
Coligadas
Outros Resultados 
Abrangentes
Ajustes de Instrum. 
Financ. Reclassificado 
p/ Resultado
Realização da Reserva
Reclassificações 
de Resultados 
Abrangentes
Lucro Líquido do 
Período
Constituição de 
Reservas
Saldos Finais X1
Fonte: Adaptada de CPC 26 (2011). 
34
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
2.3.5	Fluxo	de	caixa
O fluxo de caixa é o demonstrativo capaz de refletir as operações das disponibilidades em seus efeitos e suas 
movimentações em determinado período. 
No CPC 26, o fluxo de caixa é a metodologia utilizada para avaliação da geração de caixa e equivalência de caixa, 
e sua necessidade de realizações desses ativos de liquidez imediata. Nesse demonstrativo, é possível segregar 
os fluxos de entrada e saída de caixa em três grupos: os derivados das atividades operacionais, das atividades de 
investimento e das atividades de financiamento, sendo ele no formato direto ou indireto.
O objetivo da DFC é evidenciar os seguintes aspectos:
• A capacidade da empresa em gerar fluxos de caixa operacionais de forma positiva;
• A capacidade em atender às necessidades de investimento das entidades;
• A habilidade da empresa honrar com os compromissos e seus dividendos perante os sócios.
Tabela 2.5: Modelo de demonstração de fluxo de caixa
Demonstração dos fluxos de caixa pelo método indireto (item 18b)
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e CSLL
Ajustes por:
Depreciação
Perda Cambial
Resultado de equivalência patrimonial
Despesas de juros
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar - fornecedores
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X, líquido do caixa obtido na aquisição (Nota A)
Compra de ativo imobilizado (Nota B)
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido consumido pelas atividades de investimento
Fluxo de caixa das atividades de financimento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos (a)
Caixa líquido consumido pelas atividades de financimento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C)
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período (Nota C)
3.350
450
40
(500)
400
3.740
(500)
1.050
(1.740)
2.550
(270)
(800)
(100)
(550)
(350)
20
200
200
250
250
(90)
(1.200)
20x2
$1.380
$(480)
$(790)
$110
$120
$230
Fonte: Adaptada de CPC 03 (2010).
35
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
A estrutura definida no Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (2010) determina 
as características para o formato no qual devem constar as informações, oriundas dos fluxos de caixas, sendo ele 
de forma direta ou indireta. 
2.3.6	Notas	explicativas
São parte integrante das demonstrações contábeis e são obrigadas a divulgar dados não monetários que possam 
ser acompanhados de forma complementar aos dados monetários (demonstrações contábeis).
O IAS 1 trata da forma de apresentação das notas explicativas como sendo a relação de apresentação de diretrizes 
e evidenciação de itens específicos descritivos das organizações. Nesse contexto, essaapresentação deve deter-
minar uma base de mensuração sobre as políticas contábeis adotadas para a elaboração das demonstrações 
contábeis e os possíveis impactos que estimativas de incertezas podem gerar na avaliação dos ativos e passivos.
Os critérios que podem ser apresentados como quadros analíticos podem ser:
• a avalição de estoque;
• a depreciação;
• a composição do capital social e os tipos de ações e ajustes efetuados nos exercícios;
• o provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;
• o detalhamento das obrigações em longo prazo que podem gerar incertezas em momento futuro.
Eventualmente, as notas explicativas também podem ser apresentadas por meio de gráficos.
2.3.7	Informações	comparativas
Conforme descrito no item 38 do CPC 26 (R1), as organizações devem demonstrar as informações contendo no 
mínimo dois balanços patrimoniais (ano atual e ano anterior), duas demonstrações do resultado e do resultado 
abrangente, duas demonstrações do resultado (se apresentadas separadamente), duas demonstrações dos flu-
xos de caixa, duas demonstrações das mutações do patrimônio líquido e duas demonstrações do valor adicio-
nado (se apresentadas), bem como as respectivas notas explicativas.
2.9 IAS 1 X CPC 26
Em conformidade com as instruções que tramitem as orientações para a apresentação das demonstrações contá-
beis, temos como base o IAS 1 e o CPC 26, que devem ser compreendidos como técnicas eficientes para prática à 
consolidação dessas informações de forma homogênea, adotando uma linguagem universal de comparabilidade.
Apesar de serem normas bem regulamentadas e concisas em seus conceitos e aplicações, o IAS 1 e o CPC 26 
possuem algumas diferenças na classificação de alguns itens. Por exemplo, o CPC 26 utiliza o balanço patrimo-
nial determinado pela Lei nº 11.638/07, ao passo que a IAS alterou essa determinação do balanço para demons-
tração da posição financeira. Outro questionamento é que o CPC 26 requer obrigatória a apresentação da DVA 
para companhias abertas; já para a IAS 1, essa demonstração não é exigida.
36
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
Além dos conceitos de comparação entre o CPC e o IAS, a adoção das normas internacionais de contabilidade, 
quando relacionadas entre as IFRS e as US GAAP, também apresentam classificações um pouco distintas. Os 
mecanismos de estrutura das organizações financeiras devem estar atentos para a classificação das demonstra-
ções e os conceitos podem ser comparados pelas IFRS e US GAAP para fins de apresentação com os seguintes 
aspectos:
• Estrutura e conteúdo
a. IFRS: Definida pelo IAS 1
b. US GAAP: Não há pronunciamento definido
• Demonstrações comparativas de anos anteriores
a. IFRS: Requerido pelas informações apresentadas
b. US GAAP: Apresentações de três demonstrações comparativas
• Classificação de contas patrimoniais
a. IFRS e US GAAP: Devem ser classificados por índice de liquidez
Quadro 2.2: Quadro comparativo de Normas Internacionais
  IFRS US GAAP BR GAAP
Balanço 
Patrimonial
Não apresenta um formato 
específico definido, mas 
sugere a separação entre 
ativos e passivos correntes 
e não correntes.
As empresas podem 
apresentar um balanço 
patrimonial classificado 
ou não. Geralmente, por 
ordem decrescente de 
liquidez.
Ativos e passivos são 
segregados entre os 
grupos de circulante e 
não circulante e serão 
apresentados em ordem 
decrescente de liquidez.
Demonstração 
do Resultado
Não há um formato padrão, 
mas os gastos devem 
ser apresentados ou por 
função ou por natureza.
Receitas e despesas 
são classificadas em 
grupos (despesas são 
apresentadas por função).
Similar às IFRS, exceto 
pelo tratamento de 
determinados itens como 
“não-operacionais” 
e pelas despesas que 
devem ser apresentadas 
por função.
Fluxo de Caixa
Exigem classificação 
em contas padrão, mas 
são flexíveis quanto ao 
conteúdo das contas. 
Permitem a utilização dos 
métodos direto ou indireto.
Classificação em contas 
de categorias similares em 
relação às IFRS. Permitem 
a utilização dos métodos 
direto ou indireto.
Não exigem 
apresentação. Se 
voluntariamente 
apresentadas, as regras 
assemelham-se às IFRS.
Fonte: Adaptado de Ernst & Young – Manual das Normas Internacionais (2010).
https://www.treasy.com.br/blog/como-elaborar-o-orcamento-de-despesas-operacionais-e-gastos-administrativos-para-sua-empresa
https://www.treasy.com.br/blog/como-elaborar-o-orcamento-de-despesas-operacionais-e-gastos-administrativos-para-sua-empresa
https://www.treasy.com.br/blog/como-elaborar-o-orcamento-de-despesas-operacionais-e-gastos-administrativos-para-sua-empresa
https://www.treasy.com.br/blog/como-elaborar-o-orcamento-de-despesas-operacionais-e-gastos-administrativos-para-sua-empresa
37
Contabilidade Internacional | Unidade 2 - Demonstrações Contábeis
Diante do exposto, no ano de 2005, o pronunciamento original foi alterado pelo Amendment to International 
Accounting Standard IAS 1 – Capital Disclosures (divulgação de capital), que acrescentou aos fundamentos das 
exigências técnicas das demonstrações que as informações estruturais apresentadas devem estar pautadas:
I. Com base nas finalidades e políticas adotadas no processo gerencial de cada entidade.
II. Com base em informações quantitativas e pelas definições de capital adotadas.
III. Com base na adoção de demanda de cada organização para cumprimento de demonstrativo de capital, 
fundamentado até em sua governança corporativa.
IV. Com base na penalidade pelo não cumprimento dos itens acima já estabelecidos.
38
Considerações finais
Nesta unidade, aprendemos os principais objetivos, finalidades e aplica-
ções das apresentações das demonstrações contábeis de acordo com o 
IAS 1 e o CPC 26. Podemos destacar as seguintes características: 
• Identificamos a importância da aplicação e os conceitos estrutu-
rais sobre as demonstrações contábeis dentro da adoção das nor-
mas internacionais de contabilidade.
• Elencamos os aspectos mais relevantes e característicos como 
vantagem competitiva para as entidades que adotam uma lin-
guagem universal. 
• Destacamos a importância de cada demonstração dentro da 
apresentação do conjunto das informações e as principais carac-
terísticas dos dados de avaliações de patrimônio, resultado, valor 
adicionado, mutações do patrimonial e de fluxo de caixa.
• Apresentamos as principais diferenças entre os aspectos para fins 
de apresentação entre o IAS 1 e o CPC 26.
Referências
39
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Comunicado nº 14.259 de 10 de março 
de 2006. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/
IAS_01_Apresentacao_das_Demonstracoes_Contabeis.pdf>. Acesso em: 
10 abr. 2018.
CARVALHO, L. N.; LEMES, S.; COSTA. F. M. da. Contabilidade internacional: 
aplicação das IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2011.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 09 – Demonstração 
do Valor Adicionado. Brasília-DF: 2008. Disponível em: <http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2018.
______. CPC 03 (R2) – Demonstração de Fluxo de Caixa. Brasília-DF: 
2010. Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_
CPC_03_R2_rev%2010.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2018.
______. CPC 26 – Apresentações das Demonstrações Contábeis. Bra-
sília-DF: 2011. Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documen-
tos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2018.
ERNEST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de 
Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
https://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/IAS_01_Apresentacao_das_Demonstracoes_Contabeis.pdf
https://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/IAS_01_Apresentacao_das_Demonstracoes_Contabeis.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2010.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2010.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf3
41
Unidade 3
Estoques e Políticas Contábeis e 
estimativas de erros
Para iniciar seus estudos
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à terceira unidade da disciplina de Conta-
bilidade Internacional. Nesse momento, estudaremos um pouco mais sobre 
as metodologias adotadas para compor as políticas das normas internacionais 
de contabilidade. O objetivo de aprendizado dessa unidade está nas oportu-
nidades de prescrever os tratamentos contábeis que são dados por meio das 
normativas dos IAS 2 – Estoque e o IAS 8 Politicas Contábeis e Estimati-
vas de Erros. Veremos as principais finalidades e alguns métodos aplicados a 
essas políticas que traduzem impactos nas demonstrações contábeis.
A adoção a essa nova contabilidade e a introdução da Lei n. 11.638/08, 
proporcionou uma visão de modernização e desenvolvimento estabele-
cido no cenário das Normas Contábeis Brasileiras. Veremos nessas novas 
normas os conceitos, os exemplos e as aplicações; assim, estudaremos os 
seguintes assuntos:
• A interpretação dos pronunciamentos contábeis, especialmente 
dos IAS 2 (Estoque) e IAS 8 (Políticas Contábeis, Estimativas e 
Erros) e suas aplicações.
• Tradução dos IAS para Normas Brasileiras de Contabilidades por 
meio do CPC 16 (Estoques) e do CPC 23 (Políticas Contábeis, 
Mudança de Estimativa e Retificação de Erro).
• Os principais impactos dessa norma no cenário das empresas que 
adotam as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Objetivos de Aprendizagem
• IAS 2 Estoques.
• IAS 8 Políticas Contábeis, Estimativas e Erros.
42
Contabilidade Internacional | Unidade 3 - Estoques e Políticas Contábeis e Estimativas de Erros 
3.1 Objetivo da IAS 2 - Estoques
O principal objetivo desta norma contábil é estudar o tratamento do estoque e seus principais efeitos relaciona-
dos com a correta contabilização desse ativo nas empresas que adotam as normas internacionais de contabili-
dade. O principal conceito que norteia essa norma está relacionado com o custo que deve ser reconhecido e o 
processo de contabilização; assim, como consequência, as receitas provenientes desse ativo.
Conforme Iudícibus (2003, p. 115), “[...] os estoques são bens tangíveis ou intangíveis, adquiridos ou produzidos 
pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades”. 
O estoque pode ser categorizado como sendo um ativo:
a. Destinado à venda no processo operacional das empresas.
b. Processo de produção de venda.
c. No conceito de material ou suprimento que serão posteriormente consumidos no processo de produção 
ou vinculado à prestação de serviço.
Assim a norma define orientação para os seguintes contextos:
a. custos do estoque.
b. valor líquido realizável.
c. métodos de mensuração.
d. divulgação.
Apesar de a norma do estoque ter uma abrangência significativa, é importante mencionar que o processo de 
produção e a contabilização dessas informações passam por um roteiro de reconhecimento por diversos tipos 
de entidades e, por isso, é necessário identificar que nem todas as entidades estarão obrigadas à adoção dessa 
metodologia. Podemos, assim, destacar as exceções como sendo:
a. Produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços dire-
tamente relacionados (ver o Pronunciamento Técnico CPC 17 - Contratos de Construção).
b. Instrumentos financeiros (ver os Pronunciamentos Técnicos CPC 38 e CPC 39 sobre Instrumentos Finan-
ceiros).
c. Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (ver 
Pronunciamento Técnico CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola).
De acordo com Almeida (2014, p. 83):
os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mer-
cadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os 
estoques também processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais 
aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e mate-
rial de consumo. 
No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, tal como descrito no item 19, para 
o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita (ver o Pronunciamento Técnico CPC 30 – Receita).
43
Contabilidade Internacional | Unidade 3 - Estoques e Políticas Contábeis e Estimativas de Erros 
Figura 3.1: Espaço de Armazenagem
Legenda: Modelo de espaço para o estoque
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Todo o processo de estoque é desenvolvido pela aplicação do conceito de custos de aquisição e do seu custo de 
transformação. No caso da indústria, por exemplo, o estoque é composto de matéria-prima, produtos acabados 
e materiais auxiliares. Já no comércio, são as mercadorias para revenda que compõem essa seção, enquanto o 
setor de serviços conta com um estoque composto de todos os materiais necessários para a realização das suas 
atividades, assim os produtos podem ser classificados entre os temas:
a. Produtos acabados: consideram os itens como acabados durante o processo produtivo concluídos e, 
portanto, disponíveis para venda.
b. Mercadoria para revenda: leva em conta os itens que não passaram por mais nenhum processo de 
transformação, considerados aptos para revenda. 
c. Produtos em elaboração: consideram todo o material que está em fase de processamento, ou seja, pas-
sando por uma transformação. Neste momento, há inclusão de termo como os custos diretos e indiretos.
d. Matéria-prima: insumos necessários para o processo produtivo.
e. Materiais de acondicionamento e embalagem: constituem o processo de embalagem e acondiciona-
mento dos produtos para que haja o envio ao cliente.
f. Materiais auxiliares: outros materiais que são usados de forma paralela aos custos principais; costumam 
ser gastos imateriais para o processo produtivo.
g. Materiais de manutenção e suprimentos gerais: estoques usados para o processo de reparo ao maqui-
nário utilizado no processo produtivo.
h. Almoxarifado: engloba os itens do estoque que serão consumidos de uma forma geral.
i. Perda estimada para redução do valor realizável: conta com essência credora e que faz parte do grupo do 
estoque; tem por finalidade a classificação do estoque que apresenta valor acima do custo realizável líquido.
j. Perda em estoques: perdas conhecidas como parte do processo produtivo, apresentadas por estimativas.
44
Contabilidade Internacional | Unidade 3 - Estoques e Políticas Contábeis e Estimativas de Erros 
Um processo de produção pode resultar em diversos produtos, assim a alocação do seu custo tem um papel 
fundamental no controle e gerenciamento dessas informações. A adoção da IAS 2 determina que a alocação de 
gastos gerais de fabricação aos custos de transformação está baseada na capacidade normal de produção e que 
a apropriação desses valores vai determinar a possibilidade de se ter um estoque mensurável da forma correta. 
Importante mencionar que as técnicas de controle gerencial de entradas, saídas, compra, venda, custo, avaliação 
entre outros critérios de estoque são tratadas por meio da utilização de custeio, custo médio, ou o PEPS (primeiro 
que entra é o primeiro que sai). Essas técnicas são determinantes para um controle de estoque eficaz e traduzem 
as informações na sua essência para uma boa administração estratégica. Assim, diante do ponto de vista de 
avaliação dos estoques, podemos utilizar também a disciplina Contabilidade de Custos, que consegue auxiliar o 
controle e proporciona um comportamento decisivo com o detalhamento e apuração dos itens. 
Ernest & Young (2011, p. 60) no IAS 2 especifica que:
o custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiveram danificados, se tor-
narem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiveram diminuído. O custo 
dos estoques pode também não ser recuperável se os custos estimados a serem incorridos para 
realização da venda tiverem aumentado.
Após contabilização das técnicas referidas ao estoque,

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