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Indutância Evandro Bastos dos Santos 30 de Maio de 2017 1 Indutância Mútua Considere duas bobinas conforme mostra a figura 1. Figura 1: Bobina 1 com n1 espiras e bobina 2 com n2 espiras. Na bobina 1, há uma corrente i(t) que gera, portando, um campo magnético ~B(t), pas- sando pela bobina 1. De acordo com o posicionamento que vemos na figura 1, o campo também passará pela bobina 2. Então, podemos utilizar a lei de Faraday na bobina 2, portanto ε2 = −n2 dφB2 dt (1) O fluxo do campo magnético na bobina 2 é proporcional a corrente i(t) na bobina 1, pois ela gera o campo que passa pela bobina 2. Portanto, podemos escrever essa proporcionali- dade como n2φB2 =M21i1. (2) Em que M21 é a constante de proporcionalidade entre o fluxo na bobina 2 e a corrente i1 na bobina 1. Se diferenciarmos os dois lados da equação 2 n2 φB2 dt =M21 di1 dt . (3) ε2 = n2 φB2 dt =M21 di1 dt . (4) 1 M21 depende da geometria da espira. Se fizermos o contrário, ou seja, uma corrente i2 na bobina 2, gera um campo que passa pela bobina 1, provocando uma variação de corrente. Temos que n1 φB1 dt =M12 di2 dt . (5) ε1 = n1 φB1 dt =M12 di2 dt . (6) É possível medir as fem em cada uma das bobinas e então M21 =M12 =M (7) M = n2φB2 i1 = n1φB1 i2 (8) Essa constanteM chamamos de indutância mútua, ou seja, a indutância que uma bobina passando corrente provoca em outra. A sua unidade no SI é o Henry (H). A indutância mú- tua pode gerar efeitos ruins em um circuito produzindo fem excessivas aonde não deveria. Para se evitar isso, é utilizado bobinas perpendiculares, de forma que não haja fluxo em uma bobina gerada pela corrente de outra. Uma aplicação direta da indutância mútua é na produção de transformadores, em que transformamos uma fem ε1 em outra ε2. Figura 2: Exemplo de um transformador 2 Indutores e Auto-Indutância Agora vamos considerar que o próprio circuito gera um campo e produzirá uma fem nele mesmo. De acordo com a lei de Lenz, uma fem autoinduzida deve ser oposta a variação de corrente, fazendo com que a variação de corrente seja mais difícil. di dt > 0 (9) εind < 0. (10) 2 Figura 3: Indutor em um circuito elétrico Em analogia a indutância mútua, podemos determinar que L = NφB i (11) iL = NφB. (12) Diferenciando L di dt = N dφB dt = −ε (13) ε = −Ldi dt (14) Essa fem ε chamamos de fem auto-induzida. Da mesma forma, o sinal negativo indica que o sentido da fem auto-induzida é oposto ao sentido da corrente. Em um circuito elétrico o indutor é representado pelo simbolo Figura 4: Representação de um indutor em circuitos elétricos O objetivo de um indutor em um circuito é criar uma corrente oposta a fim de reduzir a corrente provida pela fonte. Com isso naturalmente se cria uma corrente alternada, quando um indutor é inserido em um circuito de corrente contínua. Uma aplicação importante dos indutores, também chamados de reatores, é na construção de lâmpadas fluorescentes. Observe o esquema na figura 5. Figura 5: Esquema de uma lâmpada fluorescente. 3 O gás ionizado dentro do tubo é um gás não-ôhmico. De modo que a corrente aumenta naturalmente com a ddp fornecida pela fonte. Se isso ocorrer, o tubo simplesmente explodi- ria. Para evitar isso, é adicionado um indutor em série com os terminais da lâmpada, para fazer o controle dessa corrente. 3 Energia do Campo Magnético Armazenada em um Indutor Sabemos que em um circuito elétrico a potência em um determinado elemento é dada por P = V i. (15) No indutor a diferença de potencial é a idêntica a fem induzida que calculamos, portanto. P = iL di dt . (16) Como sabemos que a energia pode ser associada a potência por dU = Pdt (17) Integrando ambos membros até que a corrente i seja alcançada U = ∫ i 0 dU = ∫ i 0 Pdt (18) U = L ∫ i 0 idi (19) U = 1 2 Li2. (20) Essa é a energia que um indutor consegue armazenar. Ela fica armazenada no campo magnético em seu interior. Quando a corrente máxima i é atingida, nenhuma energia é mais fornecida ao circuito. Exercícios: 4
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