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Gestão de risco em cadeias de suprimentos

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Gestão de risco em cadeias de suprimentos
Prof. Marcelo da Silveira Villela
Descrição
Apresentação dos conceitos de gestão de riscos em cadeias de suprimentos (supply chain risk
management), além de frameworks para gerenciamento de risco, indicadores de gestão de risco e o
conceito de resiliência.
Propósito
Compreender os conceitos fundamentais da gestão de riscos em cadeias de suprimentos.
Objetivos
Módulo 1
Conceitos de gestão de riscos em cadeias de suprimentos
Descrever conceitos gerais de gestão de riscos em cadeias de suprimentos.
Módulo 2
Conceitos de resiliência em cadeias de suprimento e indicadores de
medição de risco
Descrever o conceito de resiliência em cadeia de suprimentos e alguns indicadores que ajudam a medir
os riscos.
Introdução
Primeiramente, devemos ter em mente que a gestão de risco em cadeias de suprimentos (supply chain risk
management) significa, em termos gerais, identificar, avaliar, mitigar e monitorar riscos que afetam não
apenas uma empresa, mas toda a cadeia de suprimentos.

1 - Conceitos de gestão de riscos em cadeias de
suprimentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever conceitos gerais de gestão de riscos em
cadeias de suprimentos.
Gestão de risco
Ao longo dos últimos anos, os temas “Processos de Negócios”, “Logística” e “Cadeia de Suprimentos” vêm
sendo tratados em fóruns, revistas científicas e demais publicações, gerando uma expectativa em relação
ao seu estudo e desenvolvimento.
Entretanto, devemos atentar ao fato de que o risco é parte de toda operação, seja qual for a natureza do
negócio. Assim, devemos considerar os riscos também nas cadeias de suprimentos.
A pesquisa em gestão de riscos em cadeias de suprimentos (supply chain risk management—SCRM) tem
como objetivo desenvolver abordagens para identificação, avaliação, análise e atuação em áreas de
vulnerabilidade e risco em cadeias de suprimentos.
adeias de suprimentos
A gestão da cadeia de suprimentos abrange todo o movimento e armazenamento de matéria-prima, trabalho
em processo de inventário, e produtos acabados do ponto de origem até o ponto de consumo.
É necessário que os gestores consigam identificar da exposição organizacional à incerteza, garantindo que
as atividades principais da organização, devidamente qualificadas e descritas, possuam todos os seus
possíveis riscos determinados.
Atenção!
É crucial a identificação dos gaps de conhecimento, que se refletem na existência de riscos em cadeias de
suprimentos. Os riscos são de diversas amplitudes e naturezas, podendo causar os mais variados efeitos
indesejados, inclusive a própria inviabilidade do negócio.
Vale ressaltar que cada cadeia de suprimentos possui suas nuances, determinadas pelo core business da
empresa focal, tipicidade dos clientes ou mesmo por conta do tipo de operação mercantil realizada.
Atividade discursiva
Então, como desenvolver uma boa gestão?
Digite sua resposta aqui

Exibir solução
A chave para a boa gestão e a garantia de retorno ao investimento é compreender e ponderar os riscos
envolvidos na cadeia de suprimentos, bem como os elementos pertinentes, estados e eventos a que
estão correlacionados.
Gestão de processos de negócios
Acompanhe agora as questões relacionadas à gestão de processos de negócios.
De�nição de SCM
Até aqui foram colocadas algumas definições de processos de negócios para que pudéssemos uniformizar
o nosso entendimento. Após definir processos de negócios que vão além dos silos funcionais, precisamos
discutir processos que ultrapassam as empresas e percorrem toda uma cadeia de suprimentos.
SCM é conhecido como a integração entre processos-chave ao longo das cadeias de suprimentos.
Integrar os processos entre empresas, ou seja, ao longo de sua cadeia de suprimentos é o próximo

O que é SCM (supply chain management)? 
passo para as empresas que já integraram seus processos de negócios.
O gerenciamento de uma cadeia de suprimentos engloba mais do que atividades relativas a uma única
função empresarial. No entanto, frequentemente uma cadeia de suprimentos é vista como sinônimo para
logística.

Cadeia de suprimentos

Logística
Uma cadeia de suprimentos pode ser tratada como uma rede complexa, composta de muitos participantes
e processos. As organizações buscam se coordenar para produzir bens de consumo para clientes.
Comentário
Atividades de coordenação e gerenciamento de relacionamentos em cadeias de suprimentos podem ser
uma fonte de vantagem competitiva e gerar valor adicional ao cliente.
Após definir o conceito SCM, é necessário entender quais funções e atividades devem ser incluídas no
escopo dele. O maior ponto de consenso entre os autores da área reside na necessidade de integração de
sistemas de informação, assim como planejamento e controle das atividades.
O SCM pode, ainda, incluir grandes esforços que incluam cooperação entre os elos da cadeia em conjuntos
de tarefas, como a coleta de informações.
Atenção!
A soma dos ótimos locais em uma empresa não, necessariamente, resulta no ótimo global. Esse conceito
pode ser ampliado ao perceber que um sub ótimo é atingido caso cada elo busque atingir o seu próprio
ótimo e não um ótimo global da cadeia.
Gestores devem entender que o conceito de competição entre empresas vem mudando para competição
entre cadeias. O modelo mostrado a seguir é um clássico de processos de negócios de cadeias de
suprimentos, veja:

Os oito processos de negócios de cadeias de suprimentos.
Gestão de riscos em cadeias de suprimentos (SCRM)
Quando determinada pessoa fala em “riscos em cadeias de suprimentos”, ela se refere a uma possibilidade
de um descompasso entre oferta e demanda, criando uma ruptura na cadeia de suprimentos.
Tais riscos estão presentes no fluxo de informação, matéria-prima e produtos desde o fornecedor até a
entrega do produto final ao usuário.
Uma particularidade da gestão de riscos em cadeias de suprimentos (SCRM) — contrariando a lógica
tradicional do gerenciamento de risco — é que ela se caracteriza como um processo cross-company, não se
limitando a uma empresa, mas sim focando em toda a cadeia de suprimentos.
Resumindo
Podemos compreender que o gerenciamento de riscos em cadeias de suprimentos precisa de um
entendimento conceitual preciso e visão de processos de negócios.
Assim, a gestão de riscos em cadeias de suprimentos precisa conhecer todas as áreas da empresa, seus
clientes e fornecedores, bem como conhecer todo o conjunto de processos de negócios entre eles e seus
riscos.
Frameworks para SCRM
Veja alguns construtos básicos para definir o conceito de SCRM:
Fonte dos riscos
De onde surgem nossos riscos? Quais as principais e mais relevantes fontes geradoras de
riscos?
Direcionadores dos riscos
Este conceito se confunde um pouco com o anterior, mas na verdade possui diferenças
sensíveis. Risk drivers ou risk factors são os fatores de riscos, um desdobramento das fontes
de riscos.
Consequências dos riscos
As consequências que os riscos causam uma vez manifestados, podendo ocorrer em maior
ou menor grau.
Avaliação dos riscos
É o processo de análise dos riscos, consulta de especialistas e compreensão da
probabilidade de ocorrência e sua magnitude. Dessa forma, é possível classificá-los para que
possa ser realizada uma priorização.
Cabe ressaltar que as empresas devem preparar estratégias de mitigação de risco levando em consideração
as cadeias de suprimentos em que estão envolvidas.
Para que estes construtos sejam aplicados, é necessário haver coordenação e cooperação dentro da cadeia
de suprimentos. As fontes de risco são diversas e entre os riscos operacionais destacam-se:
Fontes de riscos operacionais
Confira detalhes de cada fonte de risco citada:
Incertezas operacionais
Incertezas de trabalho como insatisfações e greves. Incertezas de suprimentos como falta de matéria-
prima e mudanças de qualidade. Incertezas de produção, como o não funcionamento de uma máquina.
Incertezas de responsabilidade
Incertezasassociadas a efeitos danosos gerados pela produção ou consumo de determinado produto,
por exemplo, emissão de poluentes.
Instrumentos do SCRM – estratégias de mitigação de risco
São as estratégias e os protocolos que os gestores irão desenvolver para lidar com cada risco
específico, visando mitigá-los, ou quando possível, eliminá-los por completo.
Incertezas de P&D (pesquisa e desenvolvimento)
Incertezas devido a não garantia de determinada pesquisa em ser concluída e/ou gerar os resultados
esperados.
Incertezas de comportamento
Comportamento egoísta de gerente e de funcionários.
Incertezas de crédito
Atraso no pagamento do cliente pode atrasar pagamentos a elos anteriores na cadeia.
Em relação aos riscos, enfatizamos os seguintes:
Há vários riscos nas interações entre organizações. Entre eles, destacam-se:
Falta de apropriação – resultado de fronteiras confusas entre companhias compradoras e
fornecedoras;
Efeito chicote – falta de visibilidade da demanda do cliente final gerando aumento excessivo do
estoque conforme a maior distância de um elo deste cliente final;
Inércia – falta generalizada de resposta às mudanças e às novas condições ambientais;
Riscos de suprimento – eventos que afetam a continuidade do fornecimento, resultando em
término na relação comprador/fornecedor.
Riscos nas interações 
Riscos da indústria 
Entre os riscos da indústria, destacam-se:
Incertezas da indústria – referem-se ao nível de incerteza que envolve aquisição da quantidade e
qualidade correta de materiais;
Incertezas do produto – referem-se a mudanças inesperadas na demanda, mudanças nos hábitos
de compra do consumidor, produtos substitutos etc.;
Incertezas da competição – diz respeito à competição entre firmas, possibilidade de novos
entrantes no mercado, novas tecnologias etc.
A seguir apresentaremos as consequências dos riscos.
Consequências dos riscos
As consequências dos riscos são as variáveis de resultado que são focadas pelas cadeias de suprimento.
Esses resultados possuem efeito direto na capacidade das empresas de continuarem com as operações,
enviar produto acabado para o mercado ou continuar oferecendo aos clientes serviços considerados
críticos.
Entre as consequências estão:
Perda de vendas
Aumento de custos
Redução de qualidade de produto
A fim de consolidar os conhecimentos em relação aos principais riscos associados aos processos de
negócios, de acordo com Lambert et al (2001), apresentaremos uma tabela onde é possível associar os
principais riscos citados aos processos de negócios estratégicos e operacionais.
Neste módulo, descrevemos os conceitos gerais de gestão de riscos em cadeias de suprimentos.
Normalmente os processos das empresas os possuem e isso não é diferente para as cadeias de
suprimentos.
Para mitigar tais riscos, é necessário compreendê-los, ou seja, conhecer suas fontes e fatores, suas
consequências, suas probabilidades de ocorrências e magnitudes de perdas, e os instrumentos que podem
ser utilizados na mitigação.
Ameaças à segurança do consumidor
Perda de reputação pela empresa
Atraso em entregas
Perdas �nanceiras
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/00247/pdf/Tabela_Gestao_de_risco_em_cadeias_de_suprimentos.pdf
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A gestão de riscos em cadeias de suprimentos precisa, além de um entendimento processual (conjunto
de atividades que passam por várias áreas em uma empresa), de entendimento de “cadeia” (conjunto
de processos de negócios que passam por diversas empresas). Neste sentido, assinale a alternativa
correta:
Parabéns! A alternativa A está correta.
Mapear a cadeia de suprimentos, conhecer seus parceiros (fornecedores e clientes) e entender os
riscos envolvidos são aspectos essenciais para se gerir as cadeias de suprimentos. Se os riscos não
forem bem compreendidos e mensurados, sua mitigação pode ainda causar mais problemas na cadeia
de suprimentos.
A
Para gerir riscos em cadeias de suprimentos, é necessário conhecer seus fornecedores
e clientes, assim como entender os principais riscos e as suas magnitudes.
B
Os riscos podem ser tratados seguindo a lógica do pioneiro Frederik Taylor, que
preconizava a especialização do trabalho, ou seja, ótimos locais geram o ótimo global.
C
Atualmente, não há gestão de riscos em cadeias de suprimentos sem uma completa
automação e digitalização da cadeia.
D
Automatizar um processo diminui, consideravelmente, os riscos que este processo gera
para a empresa e para a cadeia como um todo.
E
Na gestão de riscos, os conceitos de risco processual e risco sistêmico são
considerados como um entendimento único.
Questão 2
Assinale a alternativa que possui apenas riscos ligados à indústria:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Os riscos relacionados à indústria são divididos em incertezas da indústria, incertezas do produto e
incertezas da competição. As incertezas do produto se referem a mudanças inesperadas na demanda,
mudanças nos hábitos de compra do consumidor, produtos substitutos etc.
A Efeito chicote, que é uma falta de visibilidade do cliente final; roubos de cargas.
B
Incerteza de produto: um novo produto pode ter uma incerteza grande quanto à sua
demanda e, também, quanto à mudança de comportamento dos consumidores.
C
Pandemia, gerando interrupções dos fluxos de fornecimento; falta de um sistema de TI
adequado que suporte as operações.
D
Incertezas de P&D: não saber se um investimento em pesquisa trará algum retorno;
inércia.
E Incertezas e riscos relacionados a gestão de estoques e seus custos relacionados.
2 - Conceitos de resiliência em cadeias de suprimento e
indicadores de medição de risco
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o conceito de resiliência em cadeia de
suprimentos e alguns indicadores que ajudam a medir os riscos.
Indicadores de risco
Considerado essencial para a manutenção dos negócios, os indicadores de risco respondem pela dimensão
mínima do investimento, bem como pela compreensão da performance das operações.
A correta determinação do que deve ser analisado se torna fundamental na administração de cadeias de
suprimentos, nas tomadas de decisão e, em especial, na formulação de medidas mitigadoras.
As métricas que envolvem o risco e o desempenho das cadeias de suprimentos têm como principal escopo
a determinação de parâmetros de funções de decisão. O trade-off entre risco e retorno acaba sendo muito
difícil de ser balanceado na formulação da regra de cálculo desses indicadores.
A performance representa a capacidade da cadeia em responder às exigências e necessidades do mercado,
em todas as suas dimensões. Com isso, vamos analisar alguns indicadores que precisam ser
compreendidos, pois guardam informações relevantes quanto aos riscos em cadeias de suprimentos.
Lead times
O que é exatamente o lead time? No contexto da logística, significa o tempo que a mercadoria leva para
atravessar fornecedores e distribuidores até chegar ao cliente final.
Entre as grandes dificuldades encontradas nos negócios estão:

Diminuição dos prazos de entrega

Variabilidade do lead time

Aumento nas distâncias físicas
Como já citado, um controle menor sobre a integração da cadeia gera diversos problemas. Entre eles, lead
times maiores e com mais incertezas.
Em caso de ociosidade na capacidade dos fornecedores, ainda é possível a redução do lead time caso haja
melhoria na coordenação entre as empresas, pequenos ganhos de tempo ou mesmo uma ação
programada.
A �exibilidade unida à integração proporciona ganhos na competitividade, bem como
uma melhor resposta ao mercado.
Custos
Considerado valor de partida por diversos autores, o custo é um dos determinantes mais visados nos
processos de melhoria contínua. Fabricantes e revendedores sempre têm em seus planos de negócios
previsões de lucros e custos.
Três funções básicas do planejamento podem ser citadas: redução do custo de produzir, do custo da
transaçãoe do custo de manipular, veja:
No entanto, apesar do indicador “custo” estar entre os mais priorizados entre todas as empresas, ao
desenhar uma cadeia de suprimentos, o maior foco deve ser na resiliência, que pode ser definida como a
capacidade de superar rupturas.
Dentro dessa abordagem, é necessário não somente haver um rigoroso controle dos custos fixos na
dinâmica competitiva, mas, também, uma visão coerente no investimento para adequação das cadeias,
inserindo neste contexto a percepção do custo nas dimensões de flexibilidade, no tratamento da informação
e da integração dos processos.
A rigor, de�ne-se para a variável investimento o papel de capturar a resiliência e,
portanto, essa variável é uma mitigadora de risco.
Um conceito importante quando tratamos de custos é o lean manufacturing, que consiste em um sistema
produtivo em que é mantido um baixo nível de estoques com o objetivo de redução dos custos. Nesse
sentido, a introdução do lean manufacturing levou ao encurtamento dos processos e a redução sistemática
dos custos.
Qualidade
A qualidade ou a falta desse atributo é mais um indicador de risco em uma cadeia de suprimentos.
Entretanto, a determinação de baixa qualidade em produtos com objetivo competitivo não deve afetar a
qualidade do processo envolvido.
Esta dissociação é relativamente difícil em atividades em que há a prática do outsourcing. A baixa
visibilidade nas cadeias consiste em um dos principais fatores de perda de qualidade de processos e
produtos.
Nível de serviço
A relevância do conceito nível de serviço no desenho das cadeias de suprimentos é amplamente
reconhecida, seja na relação entre clientes e fornecedores, nas perspectivas em relação aos estoques, ou na
segmentação de mercados e produtos em função de sua rentabilidade ou relevância.
Comentário
A disponibilidade de produto é uma das principais métricas de nível de serviço das organizações.
Entretanto, esse indicador pode aparecer de diferentes formas nas empresas.
Modelos diversos de medição de disponibilidade de produto em diferentes empresas de uma mesma cadeia
podem gerar alguma confusão.
Outras métricas importantes de nível de serviço são:
Indicador que reflete, nas situações em que há falta de estoque, o tamanho médio de falta durante o
ressuprimento.
Vendas perdidas 
Backorders ou pendências 
Esse indicador reflete, para um produto, qual o tamanho esperado das pendências totais, sempre que
ocorrer falta em determinado ressuprimento e o cliente aceitar esperar (ou seja, sempre que a
ocorrência não puder ser classificada como venda perdida).
As incertezas em relação à demanda consistem nos principais empecilhos na definição do indicador nível
de serviço em relação às vendas. Nos casos de demandas muito dispersas com um alto grau de
variabilidade, a principal indicação é o uso de modelos de otimização estocástica.
Estudo de caso: Ericsson
Veja um pouco mais sobre gestão de riscos em cadeias de suprimentos através da apresentação do estudo
de caso da Ericsson.
Supply chain resilience
No contexto das ciências humanas, a resiliência pode ser entendida como a maneira que as pessoas
negociam diante de uma adversidade.
Considerando as cadeias de suprimentos, a resiliência pode ser conceituada como:
A capacidade de superar rupturas e, continuamente, se transformar para atender às
necessidades e às expectativas dos clientes, acionistas e outras partes
interessadas.
A resiliência na cadeia de suprimentos também pode ser definida pela capacidade de uma empresa, ou
organização, de se adaptar e crescer em uma situação de incertezas.

Interrupções na cadeia de suprimentos podem estar relacionadas com perdas financeiras, imagem negativa
da organização ou, ainda, perda de demanda decorrente da má reputação da corporação.
Entre as estratégias para geração de resiliência e mitigação de riscos identificadas, temos:
Exemplo:
Eliminar produtos específicos, mercados geográficos, fornecedores ou clientes.
Exemplo:
Integração vertical;
Maior estoque e uso de estoque de buffer;
Manter excesso de capacidade em produções, manuseio, transporte e armazenamento.
Exemplo:
Esforços conjuntos para melhorar a visibilidade e a compreensão da cadeia de suprimentos;
Esforços conjuntos para compartilhar informações relacionadas ao risco.
Exemplo:
Adiamento;
Múltiplas fontes;
Prevenção 
Controle 
Cooperação 
Flexibilidade 
Sourcing localizado.
A resiliência também é difícil de ser obtida, pela complexidade de padronização. As cadeias de suprimentos
são muito diferentes, possuem muitas especificidades, devido ao ambiente de alta incerteza em que
operam, dificultando a determinação da estratégia mais adequada para mitigar os efeitos negativos de um
distúrbio.
O conceito de resiliência está relacionado à capacidade de um sistema retornar a um estado pré-
perturbação após uma interrupção. Ou seja, um sistema é considerado resiliente caso consiga voltar ao
estado de equilíbrio ao qual se encontrava (ou até mesmo a um estado melhor), mesmo após a ocorrência
de um transtorno.
Atividade discursiva
Então, como podemos aprimorar a resiliência de um sistema?
Digite sua resposta aqui
Exibir solução
Nesse contexto, há duas maneiras de aprimorar a resiliência de um sistema:
Recuperar os valores desejados dos estados de um sistema que foi atacado, dentro de um período
aceitável e a um custo aceitável;
Reduzir a eficácia das ameaças, alterando o nível de eficácia de uma ameaça.

O conceito de resiliência aplicado a cadeias de suprimentos é conhecido na literatura como supply chain
resilience (SCRes). Esses sistemas, para serem considerados resilientes, devem sanar as perturbações a fim
de alcançar novamente a competitividade.
Assim, se um gestor enfatiza custos menores e maior eficiência, sem considerar a
resiliência, é provável que torne o sistema da cadeia de suprimentos vulnerável.
Dentro da gestão de riscos, a resiliência é uma característica importante para a cadeia de suprimentos, uma
vez que pode fazer com que a empresa consiga reverter um prejuízo causado por um risco não
identificado, a priori, ao mesmo tempo em que mantém competitividade e consegue se manter menos
vulnerável.
SCRes está preocupado com a habilidade do sistema de retornar ao seu estágio inicial ou a um mais
desejável, após evitar a ocorrência de modos de falhas. Outras estratégias de geração de resiliência em
cadeias de suprimentos incluem:
Postergação
Adiar as etapas produtivas até que se tenha um pedido real efetuado é uma estratégia muito
importante para redução de custos e riscos.
Estoque estratégico
A pressão, em termos de redução de custos, é constante. No entanto, um estoque estratégico,
bem dimensionado, protege a cadeia de rupturas caso imprevistos aconteçam.
Base de fornecimento �exível
Mapear possíveis fornecedores substitutos é fundamental para evitar rupturas.
Balancear o trade-off entre fazer e comprar
As duas lógicas podem até mesmo coexistir dependendo do cliente e do nível de serviço
oferecido a cada cliente.
Transporte �exível
Muitas empresas adotam uma frota híbrida, sendo parte terceirizada para ganhos de escala,
mas mantendo alguma frota própria para atender a pedidos especiais de clientes que
ofereçam maior rentabilidade.
“Rollover” e�ciente dos produtos
Significa um planejamento no qual precisamente todos (idealmente), ou quase todos os
produtos antigos são vendidos antes dos substitutos serem lançados.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Indique a alternativa que apresenta uma proposta viável que poderia ter ajudado a mitigar os riscos que
resultaram em um prejuízo milionário no caso da Ericsson:
Parabéns! A alternativa A está correta.
Se os gestores tivessem encontrado um fornecedor reserva, a produção de microchips poderia ser
continuada.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta apenas estratégias de geração de resiliência em cadeias de
suprimentos:
A
Os gestoresdeveriam ter procurado incansavelmente por um fornecedor reserva, dessa
forma a produção de microchips não ficaria totalmente parada.
B
O treinamento dos funcionários da planta deveria ter sido mais intenso, de forma que
pudessem rapidamente controlar o fogo.
C Os gestores deveriam ter contratado um seguro com valor maior.
D
Os acionistas deveriam ter renunciado parte de seu lucro em função de medidas que
garantissem lucratividade mais consistente e de longo prazo.
E Deveria haver uma capacidade produtiva de backup para casos excepcionais.
A
Fazer com esmero o seu trabalho, seguindo a estratégia da empresa,
independentemente de fornecedores e clientes.
B
Planejar e controlar todas as ações e tempos dentro das cadeias de suprimentos
colaborará para que tudo saia nos conformes.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Manter um estoque estratégico e quando possível utilizar a postergação é uma estratégia de geração
de resiliência em cadeias de suprimentos.
Considerações �nais
Este conteúdo teve como principal objetivo introduzir o assunto gestão de riscos em cadeias de
suprimentos. Primeiramente, tivemos um embasamento conceitual, em seguida, vimos alguns dos
indicadores para ajudar a trabalhar com riscos. Analisamos ainda o caso da Ericsson, o mais emblemático
relatado na literatura. Também falamos sobre a resiliência nas cadeias de suprimentos, que é um conceito
intrinsecamente ligado à gestão de riscos em cadeias de suprimentos.
Tal assunto ainda é relativamente novo e muito pouco tratado em cadeias de suprimentos de forma
sistêmica.
A gestão de riscos deve estar no radar de todos os times de gerenciamento e vir de cima para baixo (from
top to down) nas organizações. Ela deve estar sempre no foco: do planejamento à documentação, da
identificação de riscos à avaliação de perigos, e das estratégias globais de gerenciamento de riscos ao
papel-chave do gerenciamento da cadeia de suprimentos.
C Evitar ter estoque e produzir apenas quando um pedido real for colocado.
D Manter um estoque estratégico e quando possível utilizar a postergação.
E Buscar aumentos de produtividade através da implantação de novas tecnologias.
Podcast
Para encerrar, ouça os conceitos envolvidos em gestão de riscos em cadeias de suprimentos e de
resiliência.

Referências
CHRISTOPHER, M.; PECK, H. Building the resilient supply chain. In: International Journal of Logistics
Management, v. 15, n. 2, 2004.
CHRISTOPHER, M.; JUTTNER, U.; PECK, H. Supply chain risk management: outlining an agenda for future
research. In: International Journal of Logistics, v.6, n. 4, 2003.
CROXTON, K. L. et al. The supply chain management processes. In: International Journal of Logistics
Management, v. 12, n. 2, 2001.
JANSSON, U; NORMAN, A. Ericsson’s proactive supply chain risk management approach after a serious
sub-supplier accident. In: International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, v. 34, n. 5,
2004.
Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Leia o artigo Building the resilient supply chain, dos autores Christopher e Peck, para um aprofundamento
no conceito de resiliência para cadeia de suprimentos.
Veja também o artigo  Gerenciamento de risco da cadeia de suprimentos e hierarquização de riscos em
uma indústria automotiva, de Gabriela Costa Dias, Cecília Toledo Hernández e Ualison Rébula de Oliveira,
para uma visão geral de gestão de risco da cadeia de suprimentos.

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