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Introdução: As afecções bacterianas cutâneas representam cerca de 20% das consultas dermatológicas • São provocadas principalmente por estafilococo e por estreptococo e outros agentes • Infecções comuns a raras • Quadros mais graves e refratários. Microbioma cutâneo • O que é o Microbioma? População de microrganismo que habita a pele e as mucosas de pessoas sadias • Desenvolve-se por sucessão, desde o nascimento até diversas fases da vida adulta, resultando em comunidades de microrganismo estáveis • Tipos de Microbioma cutâneo o Transitórios o Residentes – permanente, constante e bem definida por região anatômica (dobras, nariz e região perianal) • Microbiota da boca e da via aérea superior o Ao nascimento, s mucosas da boca e da faringe quase sempre são estéreis, podendo ser contaminadas durante a passagem pelo canal do parto o Nas primeiras 4-12h de vida, streptococos viridans colonizam e se tornam membros mais importantes da microbiota residente, permanecendo por toda a vida o No inicio da vida aparecem os estafilococos aeróbios e anaeróbios, diplococo gram negativo, difteroides e os lactobacilos. • Na pele predominam o Stafilocococus (mais) o Streptococus (menos) Mecanismos de defesa da pele • Barreira mecânica da camada córnea, com renovação constante da epiderme • Barreira química → ácidos graxos insaturados • pH ácido (5,5) • atividade fagocitária / imunidade celular e humoral Sthaphylococcus aureus • cocos gram positivos • habitam principalmente na região nasal. Impetigo • infecção cutânea bacteriana superficial frequente na infância • colonização a partir da mucosa nasal, axilar, fringea e perianal • principais patógenos: Sthaphylococcus aureus (principal) e menos comumente, Streptococcus pyogenes • Existem sobre duas formas: bolhoso e não bolhoso • Fatores predisponentes: calor, má higiene, trauma cutâneo, atopia e umidade • Complicações: glomerulonefrite (cepas, 1, 4 ,12, 25, 49) e SSSS • Obs: não deixa cicatriz porque é na epiderme a infecção ➔ Forma Não bolhoso (mais comum em torno de 70%) • S. aureus e/ ou S. pyogenes • Acomete mais crianças • Pele lesionada • Faces e extremidades • Erosão com crosta melicérica ➔ Forma bolhoso • S aureus fagotipo II • Comum em neonatos • Pele intacta • Face, tronco, nadegas, períneo ou extremidades • Bolhas flácidas com colarete descamativo Diagnóstico • Clínico – bolhas ou crostas melicéricas • Bacterioscópio + cultura + antibiograma de exsudato da crosta ou liquido no interior da bolha • Exames laboratoriais – são inespecíficos – leucocitose Tratamento • Não complicado → o 1 linha → Quando o paciente está clinicamente bem → Antibiótico tópico – mupirocina pomada ou ácido fusídico creme ou pomada 2-3x / dia, durante 5 a 7 dias o 2 linha → quando o paciente está com o estado geral rebaixado (febre) → penicilina resistente a beta lactamase / macrolídeo/ cefalosporina de 1 a 2 geração • Complicados o ATB sistêmico: ceftriaxone ou feruroxima ou Ampicilina Ectima Conceito – infecção piogenica da derme Clinica – crianças, idosos, pacientes com DM ou higiene precária Caracteristica da lesão – Ulcera superficial coberta por crosta espessa e aderida / margem da úlcera endurecida e violácea → lenta cicatrização / deixa cicatriz Figura 1- ulcera coberta por crosta espessa e aderida / margem da ulcera endurecido e violácea em geral deixa cicatriz Diagnóstico é clinico Tratamento • Penicilina resistente a beta lactamase ou cefalosporina de 1 geração Foliculites Conceito – infecção do folículo piloso • Idade de inicio – crianças, adolescentes e adultos jovens (meninos) • Fatores predisponentes o Estado de portador crônico de S.aureus o Diabetes, obesidade o Raspagem / depilação o Uso de corticoides o Clima quente e úmido e higiene precoce Clínica – pápulas ou pústulas foliculares com halo eritematoso que regridem a crostas • Classificação ➔ Superficial – osteofoliculite (ou impetigo de Bockhart) → pseudofoliculite da barba e da virilha ➔ Profunda – sicose da barba e hordéolo (chamado popularmente de tesol) ➔ Variantes – Ocorre quando o individuo expressa uma resposta imunológica importante e tem interferência no tecido abaixo da dere o Foliculite dissecante do couro cabeludo (resultado principalmente da genética) o Foliculite decalvante do couro cabeludo (resultado principalmente da genetica o Foliculite queloidiana da nuca (mais presente em negros) Furúnculo/ Antraz Conceito: • Furúnculo → infecção necrotizante do folículo piloso e da glândula sebácea anexa • Furunculose → furúnculos múltiplos ou recorrentes • Antraz → confluência de vários furúnculos múltiplos em um mesmo local • epidemiologia → o Incomum em crianças (exceto, atópicos), com frequencia na adolescência e mais predominante em homens do que mulheres (pico da acne) • Presente em áreas de atrito e sudorese (axila, região glútea) • Geralmente não há distúrbios predisponentes na furunculose Clínica – Nódulo inflamatório → flutuação central → fistulização / drenagem • Curso autolimitado → involução (em 10-14 dias) com cicatriz Antraz • Predomina em idosos • Áreas de pele espessa e inelástica → nuca, dorso e pescoço • Condições predisponentes → DM, desnutrição, ICC, Corticoterapia prolongada Clínica – área eritematosa, endurecida, com múltiplos orifícios de drenagem Cicatrização lenta e acompanhado de febre, toxemia e leucocitose Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS) Conceito – doença epidermolítica mediada pela toxina esfoliativa (A e B) do S. aureus II (fagotipos 55 ou 71) • Acomete mais crianças ( <5anos) e neonatos • Também pode ser chamada de impetigo neonatal de Ritter von Ritterschein • Rara no adulto • Fatores de risco no adulto o DRC, neoplasia, imunodepressão ou etilismo crônico Clinica – criança com rash escarlatiniforme → bolhas flácidas (periorificiais, axilares, inguinais) poupa mucosas → descamação lamelar (por 3 a 5 dias) geralmente acompanhada com febre • Regressão ocorre após 5-7 dias Diagnóstico • Clinico + isolamento do S. aureus + histologia • Diagnostico diferencial → SSSS x NET (síndrome de Lyell) • Prognostico bom com baixa mortalidade na criança • Em adultos a mortalidade é alta podendo chegar a 60% Streptococcus • O mais patogênico é o S. beta hemolítico do grupo A • Secreta a proteína M que inibe a fagocitose ao dificultar a ativação pelo sistema complemento do hospedeiro • 10% da população são portadores sãos da bactéria na orofaringe menos comum em vestíbulo nasal e apenas 0,5- 1% como componente da Microbioma transitória cutânea Erisipela • Infecção da derma com importante comprometimento linfático • Agente: Strptococos Beta Hemolitico do grupo A / S. aureus (mais rara) • Período de incubação de 2 a 5 dias • Inicio abrupto: febre, mal estar, náuseas e calafrios • Local: MMII (BR) ; Face (EUA) • Sem preferencia por faixa etária • Em poucas horas: pequena área eritematosa que se dissemina progressivamente, delimitação entre área de pele sã e acometida (tensa, quente, dolorosa, edema não depressível) • Pústulas, vesículas, bolhas, necrose hemorrágica podem aparecer • As complicações são raras • Diagnostico eminentemente clínico • Fatores de risco o Tinea pedis, insuficiência venosa, DM, trauma, desnutrição, abuso de drogas, imunossuprimidos e insuficiência respiratória nas erisipelas da face Clínica – eritema vivo, intenso e edema doloroso, borda bem definida e podem surgir bolhas em quadros de maior gravidade ou necrose com ulceração posterior Celulite • Infecção da derme profunda e TSC(tecido celular subcutâneo – mais profundo que a erisipela) causada por S. beta hemolítico ( A , B,C,Ge F) e S. aureus • Na infância: predomina o S. aureus e menos comumente H. influenzae • Pacientes com ulceras diabéticas e de decúbito: bactérias aeróbicas gram + e – e anaeróbicas • Bactérias tem acesso a derme por via externa • Fatores predisponentes o Linfedema, alcoolismo, DM, uso de drogas IV e doença vascular periférica • Clínica – o febre, calafrios e mal estar o eritema, calor, tumefação e dor o lesão possui bordas mal definidas , não palpáveis o crianças – mais cmum em face e pescoço e adultos nas extremidades • complicações são raras – GNDA e endocardite bacteriana aguda Fasceíte necrotizante • infecção rara, grave, polimicrobiana e de caráter necrotizante • anaeróbicos: peptostreptococcus, bacterioides, associados a strepto não pertencente ao grupo A e outras bactérias, como enterobacter e proteus • antecedentes de trauma de partes oles como trauma cirúrgico, úlcera de decúbito, abcesso peri-retal ou perfuração intestinal Clínica • febre elevada, toxemia • área eritematosa, edematosa e dolorosa → celulite → necrose • local: extremidades, face, parede abdominal, períneo e áreas de feridas cirúrgicas • Grangrena de Fournier – variante da FN que acomete bolsa escrotal e pênis ( em pacientes com DM e entre 50-60 anos) Diagnóstico – clinico + confirmação do gram + cultura Tratamento – desbridamento cirúrgico + ATB amplo espectro / antibiograma Atenção para diferenciar • Erisipela → derme + envolvimento linfático • Celulite → derme profunda e tecido subcutâneo • Fasceíte → acomete as fáscias por extensão compromete a pele Escarlatina • Causada pelas toxinas eritrogênica dos tipos A, B, C e do estreptococos grupo A que desencadeia uma reação de hipersensibilidade aguda • Maioria dos casos entre 1 -10 anos ( 80% da população acima de 10 anos já possui anticorpos contra essa toxina) • Em climas mais frios: comum no final do outono, inverno e primavera • Precedido por inicio súbito de dor de garganta, febre, cefaleia, mal estar, calafrios, anorexia, náuseas e febre alta Clínica – Rahs pequenas pápulas sobre base eritematosa que desaparece sob pressão • Linha de Pastia (petéquias lineares) em axilas, áreas antecubitais e inguinal • Flushing malar e palidez perioral (sinal de Filatov) • Hiperemia + edema em orofaringe com desenvolvimento do exsudato em 3-4 dias ➔ Rash cutâneo o Aparece no 2 dia o Rash crânio – causal do tipo eritema puntiforme o Generaliza em poucas horas até 4 dias de duração o Palmas e plantas poupados (as vezes) o Descamação (principalmente palma e plantas) • Diangostico – clinico o Leucocitose com desvio a esquerda o Cultura do nariz e garganta crescera S. grupo A o ASO, anti-hiluronidase, anti-DNAse B e anti-fibrolisina • Diagnostico diferencial com hipersensibilidade a drogas, sarampo, rubéola, síndrome do choque toxico, SSSS, doença de Kawasaki e eritema mediado por outras toxinas • Tratamento – penicilina por 10-14 dias Outras doenças bacterianas Eritrasma • Bastonete gram + corynebacterium minutissimum • Manchas pardas, levemente rosadas de limites nítidos, com descamação furfurácea • Localizadas em regiões inguinocrurais, axilares, submamárias e interdigitais • Diagnostico – fluorescência vermelho coral (lâmpada de wood) → porfirinas • Diagnostico diferencial → dermatomicoses tineas Queratólise plantar sulcada • Infecção superficial de pele (camada córnea) • Kytococcus sedentarius, Corynebacterium,, actinomyces,keratolitica, streptomyces e dermatophylus congolensis • Pequenas lesões erosivas, crateriformes, arredondadas que coalescem formando áreas erosivas em tamanhos variados. PRURIDO + • Fatores predisponentes o Umidade dos pés • Diagnostico → o Clínico, confirmado pelo exame direto e cultura • DD: tinea pedis • Tratamento – loções antihidroticas ou antibacterianas de eritromicina, tetraciclina e clindamicinas em álcool
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