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Avaliacaoinvitro-Arantes-2019

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 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
Paula Tamião Arantes 
 
 
 
 
 
 
Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na 
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara 
pulpar de dentes restaurados imediatamente e mediatamente 
após obturação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2019 
 
 
1 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
 
Paula Tamião Arantes 
 
Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na 
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara pulpar de 
dentes restaurados imediatamente e mediatamente após obturação 
 
 
Tese apresentada ao Programa de 
Pós-graduação em Ciências 
Odontológicas, Área de Concentração 
em Clínicas Odontológicas, do 
Departamento de Odontologia, do 
Centro de Ciências da Saúde, da 
Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte, como requisito para 
obtenção do título de Doutora em 
Ciências Odontológicas. 
 
Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto. 
 
Natal/RN 
2019 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN – 
Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de Odontologia 
 
 Arantes, Paula Tamião. 
 Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na 
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara pulpar 
de dentes restaurados imediatamente e mediatamente após obturação 
/ Paula Tamião Arantes. - Natal, 2019. 
 60 f.: il. 
 
 Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto. 
 Tese (Doutorado em Ciências Odontológicas) - Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, 
Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Natal, 2019. 
 
 1. Cimentos dentários - Tese. 2. Materiais restauradores do 
canal radicular - Tese. 3. Adesivos dentinários - Tese. 4. 
Resistência à tração - Tese. I. Dametto, Fábio Roberto. II. 
Título.
 
 
RN/UF/BSO BLACK D17 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Somente seres humanos excepcionais e irrepreensíveis 
suscitam ideias generosas e ações elevadas”. 
 
 (Albert Einsten) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Dedicatória 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu amado filhinho Pablo 
Arantes, meu lindo milagre que me ensinou muito mais do que 
eu poderia imaginar que seria capaz de aprender sobre a vida, 
sobre o amor e sobre Deus. 
Razão de minha vida desde o princípio foi tudo com você, para 
você, e por você! 
 Te Amo para a eternidade, e muito mais do que minhas 
palavras possam expressar na finitude destas breves linhas. 
“I wish that I could take it all away 
And be the one who catches all your tears 
That's why I need you to hear 
I've found a reason for me 
To change who I used to be 
A reason to start over new 
And the reason is you 
I've found a reason to show 
a side of me you didn't know 
a reason for all that I do 
and the reason is you”. 
(Hoobastank – The Reason) 
 
 
 
 
 
5 
 
Dedico este trabalho aos meus avós Afonso Tamião e 
Reghilda Borgui Tamião, “in memorian”. 
Meus queridos avós que me criaram, minhas referências de pai 
e mãe, de aconchego de família, que foram meus alicerces para 
crescer nos valores que vocês me passaram durante minha 
criação. A minha avó, meu pequeno talismã, muito obrigada 
por toda sua doçura, de uma nobreza de alma e coração que 
ainda não conheci ninguém igual. Tenho certeza que vocês 
teriam muito orgulho de mim e vibrariam com minhas 
conquistas! Amo vocês! 
“Sabe, eu pensei que fosse fácil 
Esquecer seu jeito frágil 
De se dar sem receber 
Só você 
Só você que me ilumina 
Meu pequeno talismã 
Como é doce essa rotina 
De te amar toda manhã 
Nos momentos mais difíceis 
Você é o meu divã 
Nosso amor não tem segredos 
Sabe tudo de nós dois 
E joga fora nossos medos 
Vai, saudade diz pra ela 
Diz pra ela aparecer 
Vai, saudade, vê se troca 
A minha solidão por ela 
Pra valer o meu viver” 
(Leandro e Leonardo – Talismã) 
 
 
 
6 
 
Dedido e Agradeço de todo coração a Deus, por 
sempre estar comigo, por todas as graças alcançadas, 
pelo milagre da minha vida, pelo milagre da vida do 
meu filho! Meu coração, minha história, minhas 
conquistas são para Ti e para a honra do Teu Nome! 
Deus me fizeste forte, iliminada e agraciada, pois é 
disso que preciso e sabes de tudo o que passa em meu 
coração. Sem os dons que me destes eu nada seria. 
Me fizeste uma mulher de fibra, de força inimaginável, 
e de Honra! Tu me honraste me permitindo realizar 
esse sonho do Doutorado. Tu me honraste em me 
permitir ser Mãe de um lindo ser humano! Tu me 
honraste por todas as minhas conquistas que fazem de 
mim alguém melhor do que ontem, e me lembras sempre 
de quem sou para que eu evolua sempre no amanhã. 
 
“Eu me rasgo por inteiro 
Faço tudo, mas vem novamente 
Eu mergulho na mirra ardente 
Mas peço que Tua presença aumente 
 
E se eu passar pelo fogo, não temerei 
Na Tua fumaça de glória, eu entrarei 
Longe do Santo dos Santos não sei mais viver 
 
Quem já pisou no Santo dos Santos 
Em outro lugar não sabe viver 
E onde estiver, clamar pela glória 
A glória de Deus 
 
Glória, glória, glória, glória 
Santo, Santo, Santo, Santo 
Kadosh, Kadosh, Kadosh, Kadosh 
Holy, Holy, Holy, Holy 
Glória, glória, glória, glória 
(Fernanda Brum) 
 
 
 
7 
 
Agradecimentos Especiais 
 
Agradeço imensamente ao meu orientador Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto por 
toda paciência, compreensão, por ter insistido junto comigo, pela força na reta final, por 
ter seguido comigo do começo ao fim, por ter confiado essa pesquisa a mim, que tanto me 
fez crescer. Fez-me perceber o quanto é necessário insistir, persistir, tentar exaustivamente, 
de todas as maneiras, até dar certo para que se consiga alcançar um objetivo. 
Obrigada por tudo o que fez por mim o tempo todo. E agradeço também por ter me 
deixado em boas mãos em Araraquara junto ao seu pai Sr Sebastião Dametto, que me 
treinou a fazer os cortes dos espécimes com tanta dedicação, empenho e carinho e me deu a 
honra de sua convivência, em que pude admirar sua bondade, paciência e nobreza! Muito 
obrigada Sr. Sebastião! 
Obrigada por praticamente me carregar até o final, pois você sabe o quão difícil e 
sofrido foi por todos os obstáculos, desafios e todo perdão que tive que aprender a liberar 
para conseguir focar na tese e chegarmos até aqui. 
Se eu fosse agradecer por cada detalhe do que você fez por mim, daria outra tese. 
Só quero que saiba que o levarei no coração, com gratidão, admiração e respeito pelo 
Professor e ser humano que és! Só sou, porque você existe! Tenho a convicção que nada 
disso seria possível sem você! 
A Família Dametto (Ju, Lalá, Loren e Fábio) Muito Obrigada por terem nos 
salvado, por todo o cuidado e carinho para comigo e meu filho, especialmente quando ele 
ainda não havia nascido. Vocês deram início a uma bonita história de início de vida ao 
Pablo, de como a generosidade pode transformar e salvar vidas! 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Agradecimentos Especiais 
 
Agradeço especialmente ao meu filhinho, meu príncipe Pablo Arantes, por ter me 
escolhido para ser sua mamãe, sua “princesinha” como você diz com tanto entusiasmo. 
Filho você é meu melhor pedacinho, tua alegria me contagia, teu carinho me afaga, teu 
amor me faz sentir-me plena. Como tenho sorte por ter você, como sou feliz e grata por tua 
vida! Você é mais do que sonhei, meu melhor presente de Deus! Você é a chance que tenho 
de resignificar o que é família, o que é amor, o que é vida feliz e plena! Amo você meu 
amor maior! Amo infinitamente cada pedacinho seu!
Te agradeço meu filho por ter sido 
tão cooperativo esses anos, por entender quando estive ausente, por toda festa que você 
sempre me fez ao me receber quando eu voltava para casa. Como é bom teu abraço, teu 
beijo carinhoso! Obrigada por tantos sorrisos que me fortaleceram, pois sempre que 
olhava pra você sempre sorridente, eu seguia em frente com mais força. Me perdoe por 
todas as situações que coloquei você sem perceber o quanto nos traria sofrimento. Espero 
que de agora em diante a gente consiga voltar ao nosso mundinho de paz e felicidade, que 
a gente possa ter nosso lar-doce-lar que tanto merecemos e onde o amor sempre reinará! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Agradecimentos 
 
 
Aos meu pais Teresinha Maria Tamião e José Franscisco Barbosa Arantes, eu agradeço 
pela oportunidade de nascer e viver para realizar tudo o que realizei até o momento e 
poder sentir toda a graça de Deus em minha vida. 
 
Obrigada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, casa que escolhi 
para realizar a etapa mais importante da minha vida profissional, meu Doutoramento, 
agradeço em nome do Reitor José Daniel Diniz Melo. 
A Pós-graduação em Ciências Odontológicas em nome da Profa. Dra. Roseana de 
Almeida Freitas e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva em nome do Prof. Dr. Angelo 
Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira por terem ajudado a tornar meu sonho longínquo 
em realidade. 
 
Agradeço com toda minha admiração e respeito a todos os Professores da Pós-graduação 
que com toda paciência e compreensão me aceitaram em suas aulas junto com meu filho, 
especialmente a todos que pegaram meu filho no colo para que eu pudesse fazer provas, 
avaliações, apresentar seminários e fizeram com tanto carinho e empatia, para que eu me 
sentisse acolhida, e com possibilidade de cursar meu doutorado da melhor forma possível. 
Eu precisava desse respiro de vocês para continuar acreditando que a educação pode 
transformar a sociedade, pode salvar vidas! Eu precisava do exemplo de cada um de 
vocês para continuar acreditando no ser humano e na sua transformação. Vocês se 
transformaram na minha fonte de inspiração para buscar ser uma professora que irá 
transformar, pois tive os melhores exemplos de como se fazer não só justiça social 
através da educação, mas uma verdadeira revolução social e humanitária. Em especial 
agradeço: Profa. Dra. Aurigena Antunes de Araujo, Profa. Dra. Erika Oliveira de 
Almeida e ao Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel. 
 
Obrigada a querida Profa. Dra. Ruhtineia Diogenes Alves Uchoa Lins por ter me 
acompanhado no hospital quando estive internada. Obrigada pelo amparo, pelo carinho 
por tudo o que moveu para que eu conseguisse me manter no curso junto ao meu 
orientador. 
 
Obrigada a querida Profa. Dra. Patrícia dos Santos Calderon por tudo o que fez para 
que fosse possível minha permanência no curso, por ter, junto ao meu orientador, tornado 
tudo isso possível. Obrigada pela empatia, pela compreensão, obrigada por ter nos dado 
uma luz no fim do túnel com tanta leveza durante a qualificação quando eu já não 
acreditava ser possível concluir o curso. 
 
Agradeço à banca de Professores que aceitaram o convite para avaliarem nosso trabalho 
e por aceitarem contribuir para sua melhoria. Ao Prof. Dr. Cícero Romão Gadê Neto, 
Profa. Letícia Maria Menezes Nóbrega, professores da UFRN, e Profa. Dra. Luana 
Maria Martins de Aquino e Prof. Dr. Reinaldo Dias da Silva Neto, professores 
externos. 
 
 
10 
 
Minha gratidão pela parceria a minha outra casa que foi a FOAr-Unesp, onde cursei 
meu mestrado e fiz a parte experimental da minha tese de doutorado e parte do estágio 
docência. 
 
Agradeço em nome da diretora, querida Profa. Dra. Elaine Maria Sgavioli e do Vice-
Diretor, querido Prof. Dr. Edson Alves de Campos, por terem me aberto as portas dessa 
casa que honro e guardo com carinho em meu coração. Prof Edinho, obrigada por todas 
as vezes que precisei de suporte, de entendimento, obrigada por pensar comigo as 
possíveis saídas para os obstáculos da pesquisa. 
 
Agradeço ao querido Prof. Dr. Luis Geraldo Vaz pelo incentivo, pela amizade, pela 
força nesse período, por me auxiliar em tudo o que precisei para que desse certo a parte 
experimental da pesquisa. 
 
Agradeço a estimada Profa. Dra. Josimeri Heblin pelo suporte para que eu estivesse em 
seu laboratório realizando os ensaios da tese. 
Agradeço ainda ao Instituto de Química da Unesp de Araraqura, onde fiz parte dos 
experimentos, onde tive a oportunidade de estar com o Prof. Dr. Assis Vicente Benedetti e 
especialmente Prof. Dr. Cecílio Sadao Fugivara em seu laboratório e pude partilhar de 
suas genialidades! 
Agradeço a todos os funcionários das Universidades onde estive trabalhando nesse 
período de Doutorado. 
Aos colegas de Pós-graduação de Saúde Coletiva e de Ciências Odontológicas pela 
paciência e compreensão por partilharem as aulas comigo junto do meu pequeno Pablo. 
Lembrarei com carinho de todos vocês. ! Um brinde a todas as pessoas queridas que 
fizeram minha caminhada mais leve, por cada um que nos salvaram um pouco de tantas 
coisas que vivemos. Em especial agradeço a Lilian, Lanuzia, Samuel, Rodolfo, Adeliana, 
Patricia, Davi, Yonara, João Paulo. 
Aos colegas de Graduação e Pós graduação que convivi na Unesp em Araraquara pela 
amizade, carinho, por tudo o que me auxiliaram nessa jornada. Obrigada a aluna de 
Pós-Doutorado da Odontopediatria Giovana Anovazzi Medeiros por me ensinar a operar 
a Emic, por me receber em sua casa e pela força em continuar e buscar pelos meus 
objetivos. Obrigada ao Ygor, aluno de mestrado da Odontopediatria pelas fotos no 
microscópio óptico! Obrigada aos colegas com quem dividi o estágio docência e aos 
Professores da disciplina de Dentística pelo carinho com que me receberam em aula e 
laboratório, em especial ao Prof Edinho! 
Aos meus amigos de Natal/RN: 
Mariana Rodrigues, minha querida amiga, irmã de coração, que desde o primeiro dia de 
contato na universidade foi de uma meiguice e ternura para comigo e Pablinho que não 
tem como esquecer seu jeito, seu olhar, sua generosidade, preocupação em estarmos bem. 
Meu coração se espelha no seu, e por isso o carinho e a amizade permanece, você me dá a 
certeza de que a gente atrai aquilo que somos. Obrigada por todos esses anos abrindo as 
 
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portas de sua casa de seu coração, nos colocando junto à sua família por quem tenho 
carinho e gratidão e sei que lá estamos Pablo e eu no coração de cada um de vocês. Que o 
pequeno “Gui” seja muito feliz em uma família tão acolhedora e amorosa! 
 
Cristiane Assunção Mafra, muito obrigada pela amizade e todo carinho para comigo e 
com Pablo, junto a sua família que muito estimo! 
 
Rosiléa Camara, minha irmã, mãe, amiga, cuidadora, que Deus colocou em meu caminho. 
Obrigada por me dar energia quando as minha esgotaram. Obrigada por nos dar ternura, 
amor, alegria quando eu já não sabia mais o que era isso. Obrigada por me trazer seus 
conhecimentos de psicologia que me fizeram entender muito do meu contexto familiar 
turbulento e me deixar na paz de espírito, lembrando minhas qualidades, meus potencias, 
meu caráter, minha força de vontade e especialmente caminhando junto comigo na fé. 
Obrigada por todas as orações e pedidos ao Nosso Pai todo Poderoso para que Ele me 
desse força e bênçãos. Ele atendeu seus pedidos! Minha gratidão à você, seus lindos 
filhos, seu esposo, sua mãe, por tudo o que fizeram por mim, e especialmente pelo nosso 
pequeno príncipe, como você sempre diz com tanto amor! 
 
Lúcia e Sueli, muito obrigada por terem cuidado do meu Pablinho com tanto carinho, 
dedicação e paciência no início quando chegamos em Natal. Obrigada por toda força, por 
todas as orações, por terem caminhado conosco na fé
e na luz. 
 
Cristiane e Sr. Rafael Ferrara, muito obrigada pela amizade, por tudo o que fizeram por 
mim e pelo Pablo, graças a vocês eu tive onde ficar com Pablo depois de perder o chão e o 
rumo. Cris, você e sua família nos salvaram de tantas maneiras. Obrigada pelo carinho, 
comigo e com Pablinho, por toda a ajuda, por ter sido como uma irmã, por ter me dado 
direção e me ajudado a seguir em frente. 
 
Sr Batista, muito obrigada por tantas vezes nos levar e trazer, pelas mudanças que fez 
para mim até de madrugada, por se preocupar sempre em eu e meu filho termos o que 
comer muitas vezes. Obrigada pelo Natal que passamos junto à sua família, obrigada 
por ter sido também o pai que Deus colocou em meu caminho e na do meu pequeno. O Sr e 
sua família merecem toda minha gratidão, respeito e carinho. 
 
Obrigada ao meu terapeuta Manoel Pereira do Vale por todo suporte e direcionamento, 
por me ajudar a trazer à luz os acontecimentos e assim pude conhecer muito sobre mim e 
sobre os outros, e dessa forma me proteger. Obrigada por ajudar a voltar a confiar, 
porém com cautela. Você foi e continua sendo essencial! 
 
Thaísa, André, Davi e Danilo, obrigada por sempre terem elevado ainda mais minha fé. 
Vocês foram essenciais para que eu me mantivesse ereta nos caminhos de Deus, me 
fazendo confiar e crer que Ele tem o melhor para nossas vidas. 
 
Cristina, ex-vizinha e amiga que tanto incentivou nossa caminhada, junto com nosso 
querido ex-vizinho e amigo Antônio. Obrigada pelos momentos de descontração, leveza e 
ao Antônio, por orações, ensinamentos. Minha gratidão, amizade, admiração por vocês 
que tanto fizeram por nós! 
 
 
 
12 
 
Ao meu amigo da região de Ribeirão Preto: 
Hector Aparecido Bemi, muito obrigada pela amizade e cumplicidade que viemos 
desenvolvendo nos últimos 5 meses de tantos acontecimentos em nossas vidas, e você com 
seu jeito meigo, sempre me dando força, me colocando pra cima, lembrando o quão 
importante são todas as coisas que conquistei, e o valor de coisas que não tem preço. 
Obrigada por cada bom dia que me levantou quando o cansaço estava me derrubando. 
A minha amiga de São José do Rio Preto: 
Priscila Freitas, amiga de longa data, obrigada pela força de sempre, pelo carinho de 
sempre e por tantas vezes me dar suporte! Obrigada por todos esses anos de amizade que 
mesmo à distância sinto só crescer! Espero ver nossos filhos brincando juntos ainda! 
Ao meu amigo que veio recentemente do Japão: 
Renato Tadaiti Keiti Kishi, muito obrigada pela amizade que para minha surpresa se 
sustentou nesses últimos 4 anos e meio, mesmo você estando do outro lado do mundo, no 
Japão, e recentemente, também para minha surpresa, agora mais perto. Obrigada pelo 
carinho com o Pablo, jamais vou esquecer do dia que cheguei com ele em casa e tinha um 
pacote com presentes seus para ele. Mas agradeço ainda mais por sua nobreza em fazê-
lo sentir-se amado na ausência do pai desde o nascimento dele. Obrigada por todas as 
vezes que fiquei perdida e você me fez pensar antes de tomar decisões. Que nossa amizade 
floresça! 
Aos meus amigos de São José dos Campos: 
Elisangela Silva Moreira Chetelat amiga que sempre me ouviu, aconselhou, os anos 
passam e sempre nós permanecemos na nossa conexão. Minha dupla que da Faculdade 
levei e levo para minha vida! Comadre e irmã que escolhi no nosso trajeto de vida pra 
dividir os momentos. 
Déborah Holleben, e família, em especial à sua mãe D. Teresinha. Muito obrigada minha 
amiga, por tanta generosidade sua, de suas irmãs, de seus pais, que são maravilhosos, e 
foram maravilhosos comigo e com Pablo. Quanto amor!!! Eu sou muito grata em ter tido a 
oportunidade de conviver com vocês e ter a certeza que o mundo pode ser muito bom 
porque existem pessoas incríveis!!! 
Sônia Maria Nascimento, minha querida Soninha que tem um coração que não cabe no 
peito. Gratidão por toda sua obra de fazer o bem, de nos fazer tão bem! Obrigada por 
existir e ser essa mulher incrível! Que acompanhou de perto o nascimento do Pablo e foi só 
carinho e amor o tempo todo! Muito obrigada! 
Elisabete Prado, querida Bete, obrigada por tanto carinho, pela amizade, por toda a 
energia boa que nos passa! Por ser essa mulher verdadeira, com seus princípios e com 
essa alegria que nos contagia! 
 
13 
 
Sr Pedro e D. Cidinha do American bar do condomínio de onde vivi e pude receber meu 
filho recém-nascido, obrigada pelo carinho para comigo e com Pablo, o sr nos enche de 
presentes mesmo de longe, sempre lembrando de nós! 
Ao meu amigo de São Paulo Capital: 
Alex, muito obrigada por todos esses anos de amizade, por sua doçura sempre ao falar 
comigo, sua gentileza, sua humildade. Você é muito especial, e torço para que você realize 
seus sonhos e seja muito feliz, pois você é merecedor! 
Ao meu amigo de Araraquara: 
Sr Benedito Alves de Souza, muito obrigada por todo amor e carinho que dedicou a mim e 
também ao meu filho, especialmente na reta final do curso, cedendo sua casa em 
Araraquara para que eu ficasse, me levando pra faculdade, me buscando tarde da noite 
ao final dos experimentos, tendo me tratado com respeito, ouvindo meus desabafos, me 
enviando diariamente palavras de conforto e de fé, tendo me tratado como filha. O sr foi 
muito do que eu esperei a vida toda em ter de um pai. Obrigada pelos cuidados para com 
meu filho nos meus últimos dias de experimento antes da defesa, zelando por meu 
menino, dando a ele amor e carinho e sendo uma referência de pai que ele nunca teve. Meu 
eterno obrigada por ter me dado tanta força, incentivo, sempre me lembrando da pessoa 
que sou, me levantando quando eu já não tinha mais forças pra ficar em pé. Jamais vou 
me esquecer de tudo o que fez por mim. Obrigada aos seus filhos, e toda a sua família, 
pelo carinho com que me receberam! 
Ao meu querido Primo Luiz Carmino Avaracci por todo amor e carinho desde sempre, 
pela torcida constante, Você é o único, e você sabe do que falo. Amo você! 
A todos amigos, Professores, colegas e conhecidos que não só ajudaram a mim e ao meu 
filho, como muitas vezes salvaram nossas vidas! Muitas vezes foram uma família (a 
que pude escolher) e que encontrei durante a vida. Muito obrigada! 
 
Aos meus pacientes e alunos do estágio docência que me permitiram crescer sempre na 
busca não só por conhecimento e aplicação de técnica, mas por me permitirem também 
evoluir como ser humano. 
 
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado! 
Não somos ninguém sozinhos. Precisamos sempre de alguém que acredite no nosso sonho, 
sonhe com a gente e nos ajude a caminhar. 
 
A CAPES pela concessão da bolsa de estudos, que sem ela nada, o Doutorado não teria 
acontecido. Muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Resumo 
Este estudo teve por finalidade avaliar a influência dos cimentos endodônticos 
com um protocolo de irrigação na resistência de união sobre a estrutura 
dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes bovinos restaurados 
imediatamente e após 7 dias do tratamento endodôntico. Foram avaliados os 
cimentos endodônticos: Cimento à base de resina epoxy (AH Plus – Dentsply, 
DeTrey, Konstanz- Alemanha) e Cimento de óxido de zinco e eugenol (Endofill 
– Dentsply Ind.com. LTDA – Brasil). Para a realização das restaurações foi 
utilizado o sistema adesivo Single Bond 2® (3M/ESPE) e a resina composta Z 
350TM (3M/ESPE). 60 faces vestibulares da câmara pulpar de dentes bovinos 
foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos experimentais (G1-AHPlus 
Imediato; G2-AHPlus Mediato; G3-OZE Imediato; G4-OZE Mediato) e 2 
controles (G5- NaOCl + EDTA Imediato e G6-NaOCl + EDTA Mediato). O 
protocolo de irrigação endodôntica deu-se através da imersão dos espécimes 
em solução de hipoclorito de sódio a 2.5% por 30 minutos e em EDTA 17% por 
3 minutos. Os cimentos testados estiveram em contato com a parede dentinária 
pelo tempo de presa inicial, seguido
de limpeza com algodão embebido em 
álcool 70% por 1 minuto. Os grupos experimentais de restauração mediata 
foram mantidos em estufa a 37ºC por 7 dias. Após o corte e a obtenção dos 
palitos de +/-1,0 mm² foi aplicado o teste de microtração na Máquina de 
Ensaios Universal e, em seguida, observados em microscópio óptico para 
classificação da fratura. Os valores da resistência de união foram submetidos 
ao teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney comparando dois a dois 
grupos a um nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que o 
grupo G5 obteve menor valor de resistência de união, com diferença 
estatisticamente significativa (p<0,05) para os demais. O padrão de fratura 
mais observado nos grupos foi a coesiva em camada híbrida. Conclui-se que a 
associação NaOCl + EDTA diminui a resistência de união nas restaurações 
imediatas e que os cimentos endodônticos não alteraram a resistência de união 
nos períodos testados. 
 
Palavras-Chave: Cimentos endodônticos, Materiais restauradores, Sistemas 
Adesivos, Resistência de união. 
 
15 
 
Abstract 
 
This study aimed to evaluate the influence of endodontic sealer with an 
irrigation protocol on the bond strength on the dentinal structure of the pulp chamber 
walls of bovine teeth restored immediately and after 7 days of endodontic treatment. 
Endodontic sealer were evaluated: epoxy resin-based sealer (AH Plus - Dentsply, 
DeTrey, Konstanz- Germany) and zinc oxide and eugenol sealer (Endofill - Dentsply 
Ind.com. LTDA - Brazil). To perform the restorations, the Single Bond 2® adhesive 
system (3M / ESPE) and the composite resin Z 350TM (3M / ESPE) were used. 60 
vestibular faces of the pulp chamber of bovine teeth were randomly assigned to 4 
experimental groups (G1-AHPlus Immediate; G2-AHPlus Mediato; G3-OZE Immediate; 
G4-OZE Mediato) and 2 controls (G5- NaOCl + EDTA Immediate and G6- NaOCl + 
EDTA Mediato). The endodontic irrigation protocol was carried out by immersing the 
specimens in 2.5% sodium hypochlorite solution for 30 minutes and in 17% EDTA for 3 
minutes. The tested sealers were in contact with the dentin wall for the initial setting 
time, followed by cleaning with cotton soaked in 70% alcohol for 1 minute. The 
experimental groups of mediated restoration were kept in an oven at 37ºC for 7 days. 
After cutting and obtaining the +/- 1.0 mm² toothpicks, the microtensile test was applied 
to the Universal Testing Machine and then observed under an optical microscope to 
classify the fracture. The bond strength values were subjected to the non-parametric 
Wilcoxon-Mann-Whitney test comparing two to two groups at a significance level of 
5%. The results showed that the G5 group had a lower bond strength value, with a 
statistically significant difference (p <0.05) for the others. The most observed fracture 
pattern in the groups was cohesive in a hybrid layer. It is concluded that the association 
NaOCl + EDTA decreases the bond strength in immediate restorations and that 
endodontic sealer did not change the bond strength in the tested periods. 
 
Keywords: Endodontic sealers, restorative materials, adhesive systems, bond 
strength. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1INTRODUÇÃO............................................................................................................17 
2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................20 
3 PROPOSIÇÃO...........................................................................................................28 
4 MATERIAIS E MÉTODO............................................................................................29 
4.1 Preparo das amostras.............................................................................................29 
4.2 Obtenção dos espécimes para o ensaio de microtração.......................................36 
4.3 Análise Estatística...................................................................................................39 
5 RESULTADOS...........................................................................................................40 
5.1 Resultados da avaliação dos efeitos dos irrigantes endodônticos e dos cimentos 
obturadores na resistência de união da dentina da câmara pulpar á 
resina.............................................................................................................................40 
5.2 Resultados da classificação dos espécimes quanto ao tipo de 
fratura........................................................................................ ....................................41 
6 DISCUSSÃO..............................................................................................................45 
7 CONCLUSÃO............................................................................................................52 
8 REFERÊNCIAS..........................................................................................................53 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
Após a realização do tratamento endodôntico, a restauração final é um 
fator deliberativo tanto na meia vida do elemento dental quanto no sucesso da 
endodontia, tendo em vista a facilidade de solubilização que possuem os 
cimentos endodônticos quando estão em contato com a saliva, viabilizando a 
recontaminação do canal radicular (SHIPPER et al., 2004). 
Para reduzir o insucesso do tratamento através de infiltração 
bacteriana (BELLI et al, 2001), é elementar que se faça um adequado 
selamento para preservação da qualidade da obturação dos canais 
radiculares (TRONSTAD et al., 2000). Além disso, uma adequada adesão do 
material restaurador (SWARTZ et al., 1983) prevenirá fraturas de estruturas 
dentais remanescentes, restabelecendo a função mastigatória e devolvendo a 
estética ao elemento dental (AUSIELLO et al., 1997). 
Visto que o sucesso do tratamento endodôntico está diretamente 
relacionado à adequada restauração final, as resinas compostas apresentam 
características que reduzem a infiltração marginal (BELLI et al, 2001) devido a 
capacidade de adesão ao elemento dental, melhorando a resistência à fratura 
com o aumento da área de retenção da restauração (AUSIELLO et al., 1997). 
A adesão acontece por consequência da formação da camada híbrida na 
estrutura dentinária, originada por meio da infiltração do monômero na 
camada de colágeno exposta pelo condicionamento ácido (NAKABAYASHI et 
al., 1982). Portanto, o sucesso está relacionado não somente à técnica 
utilizada e a resina composta, mas também à correta escolha e utilização do 
sistema adesivo. 
Os sistemas adesivos são classificados pela forma de interação com o 
substrato dental e número de passos clínicos: um, dois ou três passos 
(SOFAN et al., 2017), em que os primeiros foram os de condicionamento total, 
ou de técnica convencional (BUONOCORE, et al., 1955). A união da resina 
ao substrato dentinário é complexa na maioria das situações clínicas devido à 
sua morfologia, estrutura, composição natural, e à sua umidade, além de 
possíveis alterações na dentina que dificultam a penetração de moléculas 
adesivas. Dessa forma, é crucial que haja o condicionamento ácido da 
dentina com o intuito de formar a camada híbrida para que se consiga a 
18 
 
ligação entre a dentina e a resina composta (PASHLEY et al., 1998; 
CHOWDHURY et al., 2019). 
Há de se levar em consideração que qualquer erro durante aplicação 
do sistema adesivo convencional pode causar falhas, acelerando o processo 
degradativo, comprometendo dessa forma a durabilidade e estabilidade da 
união (PASHLEY, 1992; CARRILHO et al., 2007). A falha na adesão pode 
estar relacionada à umidade dentinária, pois para se conseguir condições 
ideias de adesão, a dentina desmineralizada com ácido fosfórico à 37% deve 
estar úmida para que as fibras de colágeno não entrem em colapso 
(CARVALHO et
al., 2019). Da mesma forma, a umidade não deve ser 
excessiva para que haja união da resina ao substrato dentinário (PASHLEY et 
al., 2011). 
Outras falhas na adesão podem ser atribuídas aos agentes químicos 
utilizados no protocolo de irrigação da terapia endodôntica. Sabe-se que 
durante o preparo químico mecânico do canal radicular, o uso de soluções 
irrigadoras como o hipoclorito de sódio em suas diversas concentrações, bem 
como a solução do ácido etilenodiamino-tetra-acético (EDTA 17%), podem 
modificar as características físico-químicas da dentina, e influenciar na união 
entre a resina e a estrutura dentinária (SHELLIS, 1983; DAMETTO, 2006; 
GIROTO, 2015). É certo que a irrigação com NaOCl exerce o papel 
antimicrobiano e de lubrificação dos canais radiculares para facilitar a 
instrumentação mecânica, porém altera várias características físicas da 
dentina por promover a dissolução de tecido orgânico e consequentemente a 
remoção do colágeno e desidratação (VIVACQUA-GOMES et al., 2002). 
Devido a essas alterações, torna-se mais difícil obter um bom selamento na 
região de câmara pulpar comparado a outra região (OZTURK et al., 2004). 
O término do tratamento endodôntico se dá com a obturação dos 
canais radiculares que requer o uso de guta-percha e cimentos endodônticos 
e posterior restauração e proservação da restauração que resultará em 
sucesso ou insucesso da Endodontia. Os cimentos endodônticos contêm 
substâncias químicas em suas formulações, que também podem exercer 
alguma influência na resistência de união entre a estrutura dentinária e a 
restauração em resina, visto que são os últimos agentes químicos em contato 
com a dentina antes do procedimento restaurador. Dentre os cimentos 
19 
 
endodônticos mais utilizados, destacam-se o Endofill – (Dentsply), sendo à 
base de óxido de zinco e eugenol, apresenta baixo custo e boas propriedades 
físico químicas conferindo um bom selamento hermético do canal radicular. 
Um outro cimento é o AH Plus – (Dentsply), por ser um cimento resinoso, à 
base de tungstato de cálcio e ter em sua formulação o bisfenol A e F, sendo 
considerado “padrão-ouro” para pesquisas com materiais endodônticos, 
devido às suas propriedades físico-químicas e biológicas. 
 Desta forma o uso de agentes químicos durante o protocolo da terapia 
endodôntica torna necessário o estabelecimento do momento correto para o 
tratamento restaurador sem alterar as propriedades dos materiais adesivos. É 
certo que, é indicada a realização da restauração adesiva após tratamento 
endodôntico o mais rápido possível, evitando que haja contaminação dos 
canais radiculares (SCHWARTZ & FRANSMAN, 2005), e dessa forma haja a 
finalização do tratamento endodôntico, com a restauração definitiva 
aumentando a probabilidade de êxito do tratamento (SILVA et al., 2005). 
Existem relatos na literatura a respeito dos diversos tipos de cimentos 
endodônticos, vantagens e desvantagens, propriedades químicas, 
antimicrobianas, porém, ainda faltam relatos que esclareçam se estes 
exercem influência na união entre a dentina e a resina e se o tempo em que é 
realizada a restauração após o tratamento endodôntico pode determinar o 
sucesso do tratamento. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo 
avaliar a influência de dois tipos de cimentos endodônticos associados a um 
protocolo de irrigação endodôntica na resistência de união sobre estrutura 
dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes bovinos restaurados 
imediatamente e mediatamente após obturação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Testes de resistência de união com dentes bovinos nas 
pesquisas odontológicas. 
Os dentes bovinos têm sido muito utilizados para estudos em 
pesquisas odontológicas pela grande diversidade de pesquisas odontológicas 
utilizando-os (GIROTO, 2015), embora existam estudos que mostram 
desvantagens na utilização desses dentes desde o início dos estudos com 
sistemas adesivos (REIS et al., 2004). Verificou-se que o esmalte bovino 
parece ser um substituto adequado ao esmalte humano, mas a dentina 
apresenta incidências e profundidades aleatórias do corte, em relação aos 
túbulos dentinários, podendo assim alterar os resultados (MATOS, et al., 
2008). Por outro lado, acabam favorecendo no avanço de tecnologias 
relacionadas à odontologia (REIS et al., 2004). Por mais que os dentes 
humanos, em especial, terceiros molares e pré-molares, sejam os mais 
utilizados nos estudos, o aumento da demanda nos centros de pesquisa, tem 
tornado sua obtenção cada vez mais escassa, especialmente pela ascensão 
dos tratamentos conservadores (RETIEF et al., 1990; WATANABE et al., 
1994; GIROTO, 2015). 
De acordo com Watanabe e colaboradores (1994), a composição dos 
dentes bovinos para realização de adesão são consideradas similares ao 
dentes humanos, e portanto, indicadas para estudos in vitro, além de terem 
sua idade monitorada (TAGAMI, et al., 1989; RETIEF et al., 1990). 
O teste utilizado para verificar a resistência de união é o teste de 
microtração, e foi introduzido por Sano e colaboradores (1994), obtendo-se no 
momento da fratura valores da razão entre a carga (kgf) e a área de secção 
transversal do espécime em mm². Através desse método se consegue 
diversos palitos de um dente, e se mede a resistência de união em pequenas 
áreas de superfície, +/- 1 mm², tamanho este que norteia o teste ser de 
microtração (SCHERRER, et al., 2010; LI et al., 2011; FALCAO, 2013), além 
de avaliar o desempenho, a longo prazo, da união das restaurações adesivas 
aos substratos dentários. 
Diversos estudos têm sido feitos para avaliar a resistência de união. 
Um estudo avaliou a resistência de união entre dentes bovinos e humanos, e 
21 
 
comparou a microanatomia e a resistência à microtração da dentina e do 
esmalte humano com a de dentes suínos e bovinos, em que não foram 
observadas diferenças significativas entre os grupos em relação à 
microtração, mostrando diferença apenas na morfologia do esmalte de dentes 
suínos (REIS et al., 2004), portanto, os dentes bovinos produziram 
importantes conceitos acerca da adesão, embora os dentes humanos sejam 
preferíveis. 
Outro estudo verificou que testes envolvendo a dentina dos dentes 
bovinos, para os testes de adesão e microinfiltração em substituição à dentina 
dos dentes humanos decíduos e permanentes, deve ser vista com cautela, 
pois, quando utilizada em incidências e profundidades aleatórias, pode alterar 
os resultados nos testes in vitro, quando comparados com as pesquisas em 
dentes humanos ou mesmo com outras pesquisas em dentes bovinos 
(MATOS et al., 2008). 
Um estudo que avaliou o efeito do armazenamento de dentes bovinos 
em diferentes períodos na resistência de união de sistema adesivo auto 
condicionante de dois passos, observou que houve falhas na interface 
adesiva. Pode-se, portanto, concluir que os períodos de armazenamento 
avaliados não influenciaram a união do sistema adesivo autocondicionante à 
dentina bovina (CAVALCANTI, et al., 2009). 
Outros estudos (NIKAIDO et al., 1999; ISHIZUKA et al., 2001; e Santos 
et al., 2006) também avaliaram a resistência de união em relação a dentes 
bovinos, dessa vez tratando a dentina bovina com solução de hipoclorito de 
sódio, e destaca a vantagem da utilização dos dentes bovinos pela obtenção 
de maior número de espécimes devido ao seu tamanho em relação aos 
dentes humanos. 
 
 2.2. Adesão à estrutura dentinária e restauração pós-endodontia 
 
Devido à tecnologia dos sistemas adesivos odontológicos que vêm se 
desenvolvendo, especialmente na última década, a adesão tem sido um tema 
bastante investigado. 
Não obstante que a técnica de condicionamento ácido proposta por 
Buonocore (1955) tenha se mostrado muito efetiva na adesão ao esmalte 
22 
 
dental, a adesão em dentina ainda é um desafio, especialmente em áreas de 
ausência de esmalte como as margens
cavitárias. Devido ao sucesso dessa 
investigação, um ano depois repetiu-se a técnica em dentina (BRUDEVOLD 
et al., 1956). Porém sem muito sucesso devido à falta de informações sobre a 
dentina como substrato para a adesão, à hidrofobicidade das resinas 
existentes e devido à aplicação do adesivo ser diretamente sobre a smear 
layer. Assim, os resultados foram aquém do esperado para os valores de 
resistência de união (BRUDEVOLD et al., 1956; NAKABAYASHI & PASHLEY, 
1998). 
Dessa forma, nota-se o quão complexa é a adesão à estrutura 
dentinária, pois para se ter bons resultados de força de união, contenção da 
microinfiltração marginal através da interface adesiva, e sua durabilidade, é 
necessário ter domínio de conhecimento sobre seu substrato e reações 
químicas com as quais interage (DAMETTO, 2006). E após se conceituar a 
camada híbrida (NAKABAYASHI et al., 1982), que se obteve maiores 
conhecimentos sobre a adesão à estrutura dentinária, por meio do fenômeno 
da ligação (SHARAFEDDIN et al., 2019), observando em microscópio 
eletrônico de transmissão, a infiltração da resina na dentina condicionada por 
ácido, formando assim, um novo biocomposto de matriz resinosa reforçada 
pelas fibrilas colágenas denominada camada híbrida comprovada mais tarde 
através de microscopia eletrônica de varredura. 
Porém, é necessário que se tenha conhecimento sobre a estrutura 
dentinária a qual ocorre essa camada híbrida: sua estrutura física, química e 
biológica é composta por 20% de uma matriz orgânica composta por fibrilas 
colágenas do tipo I, 10% de água e 70% de substâncias inorgânicas como os 
cristais de hidroxiapatita. (GOLDBERG et al., 2011). 
A dentina ainda possui dentro de uma estrutura morfológica, túbulos 
que se comunicam com o tecido pulpar, os quais passam por processos 
odontoblásticos que preenchem os túbulos com fluidos vindos da polpa por 
meio do mecanismo de pressão pulpar, estimada em 10 mm_Hg 
(MARSHALL, 1993) e, segundo Krejci e colaboradores (1993) a pressão 
hidrostática normal do dente, é de cerca de 25 mm_Hg formando um fluxo 
lento e contínuo graças ao formato cônico-alongado dispostos radialmente, 
divergente do sentido polpa até o esmalte, mantendo assim a umidade da 
23 
 
dentina. Os túbulos dentinários podem variar em número e diâmetro, 
dependendo da proximidade em relação à polpa, a idade do paciente e região 
do dente. 
Após a evolução dos adesivos de técnica convencional (FUSAYAMA, 
1980) deu-se o conceito de condicionamento total da cavidade, ou seja, 
condicionamento simultâneo do esmalte e dentina. Dentistas americanos e 
europeus eram resistentes à técnica utilizando-se ácido fosfórico a 40%, 
devido a possíveis reações no tecido pulpar. 
E foi o estudo de Pashley e colaboradores (1992) que demonstrou que 
o condicionamento ácido realizado em dentina com espessura acima de 0,5 
mm não alterava o tecido pulpar, quando livres de bactérias, pois tais 
alterações ocorriam devido à infiltração por bactérias e não ao 
condicionamento ácido. Diferentemente dos Cirurgiões-Dentistas europeus e 
americanos, os japoneses tinham como conduta clínica, preparos 
minimamente invasivos, os quais era mais difícil de haver reações pulpares. 
Dessa forma, as porosidades criadas com a remoção do fosfato de 
cálcio das superfícies dentais, os monômeros dos adesivos ficam retidos 
micromecanicamente após formarem cadeias poliméricas devido à 
polimerização. (VAN MEERBEEK et al., 2003). Esse processo de substituição 
de minerais por monômeros resinosos é conhecido como o mecanismo básico 
de adesão (DE MUNCK et al, 2005). 
Já Pashley e colaboradores (2011) perceberam que diferente da 
dentina normal, a dentina cariada fica mais impermeável a solutos e 
solventes, protegendo assim, o tecido pulpar dos reagentes. 
Com o intuito de prevenir o insucesso do tratamento endodôntico 
(BELLI et al., 2001), a restauração do elemento tratado, tem como propósito 
devolver a forma, função, estética, fonética, mas especialmente, evitar a 
contaminação do canal radicular por fluídos, matéria orgânica e pela 
microbiota oral (PASCON et al., 2009). 
Estudos realizados por Swartz e colaboradores (1983) revelaram um 
índice de falha do tratamento endodôntico duplicado em dentes restaurados 
inadequadamente. Para promover o selamento dos canais, evitando a 
recontaminação pela saliva, vários materiais e técnicas têm sido utilizados 
24 
 
(BELLI et al., 2001), porém ainda acontece a recontaminação (MAMOOTIL & 
MESSER, 2007; SILVA et al., 2005). 
Ainda que se observe a evolução dos sistemas adesivos, as diversas 
estruturas de dentina da câmara pulpar como o conteúdo da pré-dentina, a 
dentina secundária fisiológica, a dentina terciária e a alta densidade de 
túbulos dentinários com maior diâmetro, fazem com que a adesão à essa 
superfície seja ainda uma objeção (COHN et al., 2006; SCHERRER et al., 
2010). 
Outro estudo de análise de resistência de união e ao 
microcisalhamento (AKAGAWA et al., 2002) comparou os sistemas adesivos 
Single BondTM ou o ClearfilTM Liner, mostrando que o Single BondTM obteve 
resistência de microcisalhamento na dentina superficial de 23 MPa, para a 
dentina profunda de 15 Mpa e para a dentina da câmara pulpar de 13 MPa. 
O primeiro estudo que avaliou o efeito do tratamento endodôntico na 
adesão foi realizado por Nikaido e colaboradores (1999). Na metodologia, 
utilizou-se dentes bovinos que foram irrigados durante 60 segundos com 
NaOCl a 5% e/ou peróxido de hidrogênio a 3%, e no dia seguinte submetidos 
a tratamento adesivo com ClearfilTM Liner Bond II, Single BondTM ou 
Superbond C&BTM, em que esses dois últimos apresentaram resistência de 
união menor do que o grupo controle. O resultado desse estudo elucidou a 
ideia de que os produtos das soluções irrigadoras se dispersam pela dentina, 
aumentando sua permeabilidade após condicionamento ácido, facilitando a 
saída de fluídos dentinários. Observam ainda que resíduos das soluções 
irrigadoras podem interferir na polimerização do monômero na dentina 
desmineralizada, diminuindo a resistência de união, especialmente quando 
utilizados adesivos utilizando-se da técnica convencional. 
Belli e colaboradores (2001) avaliaram a resistência de união entre 
dentina e resina, em regiões distintas da câmara pulpar de terceiros molares 
humanos, utilizando 2 sistemas adesivos após tratamento com NaOCl a 5%, 
por 5 minutos. Observaram que houve diferenças estatisticamente 
significativas quanto à localização, material, interação material/localização, e 
o C&B MetabondTM apresentou menor resistência de união no teto e na base 
da câmara pulpar, e não nos cornos ou paredes. 
25 
 
Para mensurar a infiltração, Ozturk e colaboradores (2004) 
compararam a capacidade de selamento de cinco adesivos em câmara pulpar 
tratada com solução de NaOCl por 1 minuto utilizando método de filtração de 
fluído. Em MEV foi observado que houve remoção das fibrilas devido ao 
contato com o NaOCl, e que por conta disso nenhum dos adesivos foi 
eficiente no selamento das paredes da câmara pulpar, mas ainda assim, 
recomendam restaurações adesivas para dentes tratados endodonticamente, 
necessitando mais estudos acerca do assunto. 
Ainda em 2004, tendo o intuito de observar a interferência de 
medicações intra-canais na adesão à dentina do canal radicular (ERDEMIR et 
al., 2004), foi realizado tratamento dos condutos radiculares com NaOCl a 5% 
ou Peróxido de hidrogênio a 3% ou sua combinação, ou digluconato de 
clorexidina a 0,2% ou solução de hidróxido de cálcio ou formocresol, em que 
cada solução permaneceu na superfície por 60 segundos e em seguida 
cimentados com C&B MetabondTM. Os resultados mostraram que apenas o 
NaOCl, peróxido de hidrogênio ou a combinação deles, diminuiu 
significativamente a resistência de união da dentina do canal radicular. Os 
condutos tratados com clorexidina mostraram os maiores valores de 
resistência
de união. 
Esses estudos mostraram que o selamento coronário tem grande 
relevância após o término do tratamento endodôntico. Em seguida, Santos e 
colaboradores (2006), utilizaram dentes bovinos para avaliar os efeitos de 
irrigantes endodônticos, inclusive o gel de clorexidina, com aplicação de 30 
minutos, na resistência de união entre o adesivo auto condicionante ClearfilTM 
SE Bond e a dentina da câmara pulpar. Observou-se que o NaOCl a 5,25% 
ou NaOCl associado ao EDTA tiveram interferência, diminuindo a resistência 
de união. Já a clorexidina mostrou-se similar ao grupo controle, o que gerou 
uma discussão, concluindo que permanecem elementos oxidativos do NaOCl 
na matriz dentinária (MORRIS et al., 2001). Esses subprodutos podem formar 
radicais livres derivados de proteínas, e os radicais podem competir com a 
propagação de radicais vinílicos gerados durante a fotoativação do adesivo. E 
isso pode promover fotopolimerização incompleta por conta da terminação 
prematura da cadeia de radicais (LAI et al., 2001), além de reduzir a 
quantidade de minerais cálcio e fósforo e alterar as propriedades mecânicas 
26 
 
da dentina como o módulo de elasticidade, resistência à flexão e a 
microdureza (PASCON et al., 2009). 
 Fawzi e colaboradores (2010), fizeram análises de seis tipos de 
irrigação na resistência ao microcisalhamento de diferentes sistemas adesivo 
à câmara pulpar, em que o NaOCl a 5,25% permaneceu sobre a dentina 
durante 10 minutos, obtendo-se resultados superiores em relação a adesão 
com o sistema adesivo auto-condicionante ClearfilTM SE Bond quando 
comparados com o adesivo de técnica úmida AdperTM Single Bond 2. 
 
2.3 Cimentos endodônticos 
Levando em consideração que o último produto utilizado no tratamento 
endodôntico antes do selamento coronário através da restauração é o 
cimento endodôntico, há uma preocupação no sentido de que os cimentos 
podem exercer algum tipo de influência na resistência de união, interferindo 
na adesão da resina ao dente. 
Porém, o sucesso do tratamento endodôntico está atrelado à 
viabilidade dos micro-organismos nos canais radiculares, anteriormente à 
obturação radicular (SJÖGREN, et al., 1997), em que pode haver manutenção 
e progressão da infecção periapical, e, portanto, um lapso no tratamento 
endodôntico (ORDINOLA-ZAPATA, et al., 2009). Dessa forma, os cimentos 
endodônticos são essenciais nesse controle microbiológico e selamento 
periapical, pois escoa entre as ramificações, melhorando a adaptação da 
obturação nas irregularidades da interface dentina-material obturador (DE 
DEUS et al., 2002), impossibilitando seu crescimento e proliferação devido ao 
pequeno espaço e falta de nutrição (MAMOOTIL & MESSER, 2007). 
Nesse sentido, investigações a respeito desse assunto estão sendo 
realizadas no sentido de contribuir com a informação de qual tipo de cimento 
endodôntico e qual sistema adesivo seria melhor de se utilizar, levando em 
consideração o melhor selamento para que se reduza a infiltração, e o 
tratamento endodôntico tenha sucesso e longevidade. Existem atualmente 
uma diversidade de cimentos endodônticos que conseguem desempenhar 
esse papel, sendo classificados de acordo com a composição química: 
cimentos à base de ionômero de vidro, óxido de zinco e eugenol, resinos, 
hidróxido de cálcio, silicone e biocerâmicos. Os cimentos mais utilizados em 
27 
 
Endodontia são os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol 
especialmente por apresentar ação antimicrobiana, ainda que apresente 
citotoxidade em contrapartida (AL-KHATIB et al., 1990). 
O cimento resinoso AH Plus (AH Plus, Dentsply Maillefer, Ballaigues, 
Suiça) é considerado “padrão ouro” para pesquisas com materiais 
endodônticos devido às propriedades bio-físico-químicas (KUGA et al.,2013). 
Devido à apresentação pasta-pasta, possui lenta polimerização (VITTI et al., 
2013), lenta conversão dos monômeros das aminas da resina epóxi com 
bisphenol A e F, em polímeros (RESENDE, et al., 2009). 
Uma propriedade importante do cimento endodôntico é o escoamento 
ser moderado, para que aumente a interface entre o material e a dentina, 
melhore o selamento e retenção micromecânica (MAMOOTIL & MESSER, 
2007). Um alto escoamento é indesejável, pois pode propiciar extravasamento 
para os tecidos periapicais, e um baixo escoamento reduz a penetração do 
cimento em canais acessórios (VITTI et al., 2013). 
Existem trabalhos que relatam vantagens e desvantagens de diversos 
cimentos endodônticos, e uma das principais vantagens é o efeito 
antibacteriano, além do sepultamento das bactérias viáveis que restaram no 
conduto radicular devido a uma boa taxa de penetração, reduzindo assim sua 
nutrição e a possibilidade de colonização (MAMOOTIL & MESSER, 2007; 
ORDINOLA-ZAPATA et al., 2009; BALDISSERA, 2015). Ainda que a 
penetração do cimento esteja também relacionada à remoção do smear layer 
(DE DEUS et al., 2002), o tamanho das partículas dos cimentos (KOUVAS et 
al., 1998), os diferentes tipos de dentes bem como a idade dos pacientes 
também podem interferir na taxa de penetração dos cimentos endodônticos 
(BALDISSERA, 2015). 
Porém ainda faltam relatos a respeito da influência físico-química que 
os componentes dos cimentos endodônticos podem exercer sobre os 
adesivos dentinários e sobre a resistência de união entre essa dentina 
coronária tratada e os materiais restauradores, pois a maioria dos relatos na 
literatura observam essas questões quando relacionadas à cimentação de 
pinos de fibra de vidro no conduto radicular. 
 
 
28 
 
3. PROPOSIÇÃO 
 
 3.1 Objetivo Geral 
O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a influência de dois 
cimentos endodônticos associados a um protocolo de irrigação na resistência 
de união sobre estrutura dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes 
restaurados imediatamente e 7 dias após a obturação radicular. 
 
3.2 Objetivo Específico 
 Avaliar a resistência de união (MPa) da restauração em resina 
composta ao substrato dentinário. 
 Examinar se os irrigantes endodônticos alteram a resistência de união 
da restauração em resina composta ao substrato dentinário. 
 Verificar se os cimentos endodônticos alteram a resistência de união 
da restauração em resina composta ao substrato dentinário. 
 Comparar os diferentes cimentos endodônticos e o tempo quanto à 
resistência de união da restauração em resina composta ao substrato 
dentinário e classificar o padrão de fraturas obtidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
4. Material e Método 
 
4.1. Preparo das amostras 
a. Delineamento Experimental 
Tratou-se de estudo experimental in vitro realizado em laboratório, em 
que foi dividido em 2 tempos de análise, ou seja, de acordo com o momento 
do tratamento restaurador após obturação dos canais radiculares: imediato ou 
mediato, após 7 dias. Para o ensaio foram utilizados 60 incisivos bovinos 
recém-extraídos, mantidos em solução 0,1% de timol até o momento do uso. 
 
b. Delineamento Amostral 
Para avaliar a variável dependente quantitativa “resistência de união”, 
foram levados em consideração os fatores: cimentos endodônticos e tempo. 
As amostras foram divididas aleatoriamente em 4 grupos experimentais e 2 
grupos controles, de acordo com o tempo para realização do tratamento 
restaurador, sendo imediato ou mediato, ou seja, após 7 dias da obturação, 
de acordo com a aplicação do protocolo irrigador e o tipo de cimento 
endodôntico: Resinoso (AH Plus, Dentsply Industria e Comércio Ltda) ou 
Cimento à base de Óxido de Zinco e Eugenol (Endofill, Dentsply Industria e 
Comércio Ltda ). O delineamento do estudo foi realizado de acordo com a 
literatura (ARIAS, 2007) em que foi determinado o número de dentes e palitos 
pelo método da máxima curvatura modificado, além de avaliar a influência da 
localização dos palitos na dentina para o ensaio de microtração utilizando 
dentes bovinos, obtendo-se
12 palitos por dente. Os resultados demonstraram 
que a utilização de 6 dentes por grupo apresentou um poder do teste 
estatístico de 88%. Entretanto, este número pode variar em função do 
Coeficiente de Variação e da diferença entre as médias dos grupos. O 
número mínimo considerado ideal para a realização dos testes foi de 6 dentes 
com 7 palitos por dente, utilizando os palitos centrais da área de união. Dessa 
forma, com uma previsão de perdas, verificou-se que para este estudo o 
número de amostras (n=10 dentes), aproveitando-se os palitos apenas a parte 
central de cada dente, é um número confiável para a obtenção dos resultados 
esperados, em que foi distribuído conforme mostra o quadro 1. 
 
30 
 
Quadro 1. Distribuição das amostras por grupo de acordo com o tempo 
de tratamento, irrigantes e cimentos endodônticos. 
Grupo Tratamento Irrigantes e/ou Cimentos Sistemas 
adesivos 
n 
dentes 
G1 Imediato NaOCl + EDTA + AH Plus Convencional 10 
G2 Mediato NaOCl + EDTA + AH Plus Convencional 10 
G3 Imediato NaOCl + EDTA + Endofill Convencional 10 
G4 Mediato NaOCl + EDTA + Endofill Convencional 10 
G5 Imediato NaOCl + EDTA Convencional 10 
G6 Mediato NaOCl + EDTA Convencional 10 
 
 
As variáveis do estudo estão distribuídas no quadro 2. 
Quadro 2. Distribuição das variáveis do estudo. 
Variáveis Dependentes Variáveis independentes 
Valores de resistência de união (Mpa) Tempo para realização do tratamento 
restaurador (Imediato ou após 7 dias) 
Tipo de fratura Tipos de cimento 
 - Soluções irrigadoras 
 
c. Preparo dos dentes 
Os dentes foram armazenados em solução timol 0,01% até o 
momento do uso, limpos com curetas periodontais para remoção de tecido 
periodontal ou ósseo, que poderiam estar aderidos à superfície radicular e 
armazenados para hidratação em solução salina. 
Posteriormente, os dentes foram seccionados horizontalmente 
com peça reta e disco de corte diamantado de dupla face, separando a coroa 
da raiz 2 mm abaixo do limite amelo-cementário,. Em seguida a parte incisal 
foi seccionada perto da área de início da câmara pulpar, de acordo com a 
Figura 1. 
31 
 
 
 
Figura 1. a)Dente curetado; b) Profilaxia com escova de robson e pasta 
profilática com pedra pomes; c) separação da coroa e raíz; d) corte da incisal. 
 
Os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal, separando 
a face vestibular da face palatina. As bordas laterais em torno da câmara 
pulpar foram seccionadas para que apenas a área de interesse, ou seja, a 
área da câmara pulpar ficasse exposta. Após os cortes os espécimes foram 
lavados em água corrente para remoção dos resíduos. O tecido pulpar 
remanescente da coroa foi cuidadosamente removido com cureta de dentina 
de acordo com a Figura 2. 
 
A B 
C D 
32 
 
 
 
Figura 2. a) Corte mésio-distal; b) coroa separada em faces vestibular e 
palatina; c) bordas da câmara pulpar seccionadas; d) câmara pulpar curetada. 
 
d. Simulação do tratamento endodôntico 
Todos os blocos de dentes foram imersos em solução de hipoclorito de 
sódio 2,5% durante um período de 30 minutos para simular a irrigação 
durante o tratamento endodôntico, sendo que houve troca da solução a cada 
5 minutos e realização de irrigação final com 5 ml de soro fisiológico 0,9% 
utilizando seringa descartável (YESILSOY, et al., 1995). Posteriormente as 
câmaras pulpares foram submersas com solução de EDTA 17% por 3 
minutos, e nova irrigação com 5 ml de solução fisiológica com seringa, 
simulando o toalet final. As câmaras pulpares foram secas com algodão 
estéreis antecedendo o momento da simulação da obturação endodôntica 
conforme mostra a Figura 3. 
A B 
C D 
33 
 
 
Figura 3. a) Imersão em solução de hipoclorito de sódio; b) espécime 
após irrigação com solução de soro fisiológico 0,9%; c) Solução de EDTA 
17% na câmara pulpar. 
 
Os grupos controles receberam simulação do tratamento endodôntico 
até o passo anterior à simulação da obturação, ou seja, apenas tiveram 
contato com os irrigantes endodônticos. 
Os cimentos endodônticos utilizados (Cimento de Óxido de Zinco e 
Eugenol – Endofill e cimento resinoso – AH Plus) foram manipulados 
seguindo as orientações do fabricante, sendo inseridos na câmara pulpar com 
o auxílio de uma espátula para resina, preenchendo-se a câmara pulpar. O 
cimento à base de Óxido de Zinco e Eugenol foi manipulado na proporção 
pó/liquido até se conseguir a consistência adequada, inserido e mantido na 
câmara pulpar por 15 minutos (tempo de presa inicial do cimento), segundo 
informação do fabricante. Da mesma forma, o cimento AH Plus foi colocado 
na mesma proporção de suas pastas em placa de vidro, espatulado, inserido 
e mantido câmara pulpar por 20 minutos. Foi removido o excesso com 
algodão seco e a limpeza final foi feita com algodão embebido em álcool 70%, 
B A 
C 
34 
 
esfregando-se a parede da câmara pulpar durante 1 minuto, e em seguida a 
mesma foi seca com algodão estéril (Figura 3). 
 
 
Figura 3. a) Manipulação do cimento Endofill; b) Manipulação do 
cimento AH Plus; c) Limpeza com algodão embebido em álcool 70%. 
 
Os grupos Experimentais da restauração Mediata foram mantidos em 
recipiente fechado, forrados com gaze embebida em soro fisiológico 0,9% 
para hidratação na face vestibular, ou seja, apenas a parte coberta por 
esmalte dental, até o momento da restauração. 
 
e. Aplicação do Sistema Adesivo convencional 
Após serem submetidos à simulação do tratamento endodôntico, os 
dentes foram submetidos ao condicionamento da dentina com ácido fosfórico 
a 37% (Dentsply Sirona) por 15 segundos, lavados com água por 10 
segundos, seguida por secagem com papel absorvente estéril, algodão 
estéril, e um breve jato de ar, mantendo ainda a superfície levemente úmida, 
pois se percebeu a dentina bovina mais úmida em relação à dentina humana, 
e, dessa forma, percebeu-se falha no protocolo adesivo. Posteriormente, foi 
aplicado o sistema adesivo Single Bond, de acordo com instruções do 
fabricante, com auxílio de um microbrush durante 15 segundos, seguido de 
nova aplicação durante mais 15 segundos do adesivo. Em seguida foi 
aplicado um jato de ar durante 5 segundos e fotopolimerizado por 10 
segundos com luz de LED de expectro azul, utilizando o aparelho Radii cal 
(SDI – Dental Limited Bayswater, Victoria 3153 Austrália) de intensidade 
1200mW/cm2, possuindo um modo ramp em que durante os primeiros 5 
segundos a potência da luz aumenta gradualmente, minimizando o stress da 
C 
B A 
35 
 
união entre a restauração e a dentina, reduzindo os espaços marginais na 
restauração (Figura 4). 
 
 
Figura 4. a) condicionamento ácido; b) lavagem com água; c) secagem 
com papel filtro; d) adesivo Single Bond 2 para aplicar com microbrush; e) 
aplicação do adesivo na câmara pulpar; f) fotopolimerização com aparelho 
LED radii cal. 
 
f. Tratamento Restaurador 
Em seguida da aplicação dos adesivos, de acordo com as técnicas 
específicas, os dentes foram restaurados com resina composta Z350 cor 
A3,5D, com auxílio de uma espátula nº 44 para compósitos Thompson 
(Thompson GTX no 9), em pequenas porções de aproximadamente 1,0mm 
cada, inseridas horizontalmente em 3 camadas, uma sobre a outra, sendo 
estas, fotopolimerizadas individualmente por 20s, entre cada porção, e 
fotopolimerizada ao final por 40s com luz de LED azul do aparelho Radii cal. 
Todos os dentes foram armazenados em placa de petri com os 
espécimes sobre gaze umedecida em solução de soro fisiológico, 
devidamente identificados à temperatura de 37ºC em estufa biológica 
(SolidedStel – 150 L) por 7 dias até o momento do corte (Figura 5). 
A B C 
D E F 
36 
 
 
Figura 5. a) Fotopolimerização da resina composta; b) dente restaurado 
com 3 incrementos de 1 mm cada. 
 
4.2. Obtenção dos espécimes para o ensaio de microtração 
 
a. Secção dos dentes 
Após os dentes serem restaurados, 10 dentes de cada
grupo 
foram fixados com cera utilidade em uma placa de alumínio para se manterem 
estáveis durante sua secção, no sentido mésio-distal e posicionadas no 
equipamento de corte ISOMET 1000 Ò e disco de diamante série 15LC em 
velocidade de 100 e peso 150g e constante irrigação. Cortes seriados foram 
realizados no sentido mésio-distal da câmara pulpar, e posteriormente cada 
fatia foi fixada na mesma placa de alumínio com auxílio de cera utilidade para 
cortes em que se obtivesse ao final, fatias com espessura de 1,0mm ± 0,1mm. 
As fatias das extremidades foram descartadas, sendo 
consideradas somente as fatias centrais da parede da câmara pulpar (Figura 
6). 
 
A 
B 
37 
 
 
 Figura 6. a) Dente incluso na cera; b) corte no sentido mésio-distal; c) 
Palito formado, posicionado no dispositivo metálico de ensaio de microtração. 
 
b. Ensaio Mecânico de Microtração 
 
Os palitos obtidos de cada dente tiveram suas secções 
transversais medidas e anotadas utilizando-se um paquímetro universal de 
leitura eletrônica (DIGIMATIC CALIPTER, Mitutoyo – absolute – no série 
BB071467), com precisão de 0,01mm. Posteriormente, os espécimes foram 
apreendidos com uma pinça e fixados pelas suas extremidades ao dispositivo 
de microtração com um adesivo instantâneo, cianocrilato gel (Superbonder 
Gel Henkel Loctite Adesivos LTDA – Itapevi – São Paulo – Brasil) e com 
auxílio de um microbrush, associado a um acelerador – o monômero de 
resina acrílica autopolimerizável (Jet líquido - Clássico), para auxiliar na 
colagem, posicionando a área de adesão perpendicular ao longo eixo de 
tração (Figura 7). 
A velocidade dos testes de microtração (SANO et al., 1994) foi de 
1,0mm/min, realizada com uma Máquina de Ensaios Universal MTS (Material 
Test System 810 – MTS Systems Corporation – Minneapolis – Minnesota – 
EUA) com adaptação de uma célula de Carga de 250KN (Load Transducer 
modelo 66118 D – 01) e um software para leitura dos dados (TestWorks – 
sistema TestStar 2 – MTS Systems Corporation – Minneapolis – Minnesota – 
EUA). No momento da ocorrência da fratura o movimento foi imediatamente 
cessado, os dados coletados para posterior cálculo e análise. Os valores 
A B 
C 
38 
 
finais da resistência dentinária foram calculados dividindo-se os valores de 
carga de ruptura em Newton(N), pelas secções da área delimitada pelo 
preparo em forma de palito, expressos em Mpa. 
 
Figura 7. A) Paquímetro digital medindo a área do palito; b) Palito 
colado no dispositivo com auxílio do acelerador; c) Palito posicionado para 
início de ensaio de microtração em equipamento de ensaios universais – 
EMIC. 
 
c. Classificação dos espécimes quanto ao tipo de fratura 
 
Após a realização do ensaio de microtração, as superfícies de 
dentina e resina correspondentes ao local da área de adesão foram avaliadas 
em Microscópio Óptico e classificadas quanto às falhas, sendo consideradas 
4 tipos de fraturas, conforme dispostas na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Classificação dos tipos de fratura 
Fratura Tipo 
01 Coesiva em camada híbrida (CH) 
02 Coesiva em resina composta (CR) 
A 
B C 
39 
 
03 Coesiva em dentina (CD) 
04 Mista - dois ou mais substratos (M) 
 
A fratura coesiva em camada híbrida ocorre apenas na área de 
adesão. A fratura coesiva em resina composta, acontece somente na área 
compreendida pela resina composta. A fratura coesiva em dentina ocorre 
unicamente na área da dentina e a fratura mista é quando ocorre em dois ou 
mais subtratos concomitantemente. 
 
4.3 Análise Estatística 
 
Os valores obtidos foram submetidos ao teste de Normalidade Shapiro 
Wilk que atestou uma distribuição não normal para os valores de resistência 
de união. Desta forma, optou-se em realizar o teste não paramétrico 
Wilcoxon-Mann-Whitney que compara dois a dois grupos. Todos os cálculos 
estatísticos foram realizados com o programa SPSS versão 15.0 (Statistical 
Package for the Social Science, SPSS Inc., Chicago, Illinois, USA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
5. RESULTADOS 
 
 
 
 s valores o tidos em ewton foram convertidos em Pa e organizados em 
planilhas s médias o tidas em Pa para cada grupo estão representadas 
no 
 
 
 – édias dos valores máximos da resistência de união 
Podemos observar no gráfico que os grupos G1, G2, G3, G4 e G6 
tiveram comportamento semelhantes, seguido de menor valor do grupo G5. 
Para atestar a fidedignidade da semelhança das médias dos valores de 
resistência de união, estes foram comparados pelo teste de Wilcoxon-Mann-
Whitney com nível de significância de 5%. As médias e os respectivos 
desvios-padrões estão dispostos na tabela 2. 
 
 
15,23 15,05 
14,14 14,25 
8,28 
14,70 
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
G1- AHPlus
Imediato
G2 -AHPlus
Mediato
G3 - OZE
imediato
G4- OZE
Mediato
G5- NaOCl
+EDTA
Imediato
G6- NaOCl
+EDTA
Mediato
M
p
a 
41 
 
Tabela 2 – Média e desvio padrão dos grupos. 
GRUPOS MÉDIA 
DESVIO 
PADRÃO 
G1- AHPlus Imediato 15,23a* ± 8,31 
G2 -AHPlus Mediato 15,05a ±6,52 
G3 - OZE imediato 14,14a ±9,57 
G4- OZE Mediato 14,25a ±8,37 
G5- NaOCl +EDTA Imediato 08,28b ±3,45 
G6- NaOCl +EDTA Mediato 14,70a ±7,74 
*Letras minúsculas desiguais significa diferença estatisticamente significante 
entre os grupos p <0,05. 
 O teste estatístico demonstrou que houve diferença estatisticamente 
significante (p<0,05) do grupo G5 em relação aos demais grupos, e da 
mesma forma ambos tiveram diferença entre si (p < 0,0001). Desta forma, 
podemos afirmar que o cimento endodôntico AH Plus não interfere na 
resistência de união independentemente da restauração ser realizada 
imediatamente à obturação ou 7 dias após. Já o cimento Endofill somente 
obteve melhores resultados 7 dias após a obturação. Um outro resultado 
importante foi o menor valor observado no grupo 5, visto que apenas os 
irrigantes utilizados no protocolo do tratamento endodôntico promoveram a 
diminuição da resistência de união, se realizado tratamento restaurador 
imediato. 
5.2 Resultados da classificação dos espécimes quanto ao tipo de 
fratura 
Os gráficos a seguir mostram que o padrão de fratura que predominou 
em todos os grupos foi a fratura Coesiva em Camada híbrida, seguida de 
fratura mista, de acordo com imagens obtidas em microscópio ótico. Outros 
estudos também utilizam microscópios ópticos em seus estudos para avaliar o 
padrão de fratura. O estudo realizado por (PUPO et al., 2010) utilizou 
esteriomicroscópio com aumento de 40 vezes para avaliar o tipo fratura. Nota-
se que a olho nú é possível observar o local da fratura e que a utilização de 
microscópio óptico auxilia para se obter imagens e, portanto, resultados mais 
precisos. 
42 
 
 
Gráfico 2. Resultados do padrão de fratura do grupo AH Plus Imediato 
 
Gráfico 3. Resultados do padrão de fratura do Grupo AH Plus Mediato 
 
 
Gráfico 4. Resultados do padrão de fratura do grupo OZE imediato. 
0
5
10
15
20
1=coesiva em
camada híbrida
2 = coesiva em
dentina
3= coesiva em
resina composta
4= mista
OZE Imediato 
43 
 
 
Gráfico 5. Resultados do padrão de fratura do grupo OZE mediato. 
 
Gráfico 6. Resultados do padrão de fratura do grupo controle Imediato 
 
Gráfico 7. Resultado do padrão de fratura do grupo controle imediato. 
 
A B 
44 
 
 
Figura 8. Resultados dos padrões de fraturas: a) Fratura coesiva em Resina 
Composta; b) Fratura Coesiva em Dentina; c) Fratura Coesiva em Camada 
Híbrida; d) Fratura Mista (camada híbrida e dentina). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D C 
45 
 
6. DISCUSSÃO 
 
Vários são os fatores que podem influenciar na adesão entre a 
restauração e a estrutura dentinária. Esse estudo teve por objetivo avaliar 
qual o melhor
cimento e melhor momento de se restaurar um dente tratado 
endodonticamente. 
O que ocorre corriqueiramente no ambiente clínico é que o 
endodontista ao terminar o tratamento com a obturação dos canais 
radiculares faz uma restauração provisória e encaminha o paciente para outro 
dentista, clínico geral ou especialista em Dentística para que este faça a 
restauração definitiva em resina composta. Caso o Endodontista opte em 
realizar a restauração imediatamente após o término do tratamento 
endodôntico, ele não tem subsídios científicos que lhe apresente qual melhor 
cimento endodôntico usar na obturação, nem o sistema adesivo que possa 
proporcionar maior resistência de união, e, portanto, maior selamento e 
longevidade da restauração. Desta forma, surge a dúvida do momento ideal 
da restauração sem que o cimento endodôntico de escolha possa interferir na 
resistência de união desses dentes tratados endodonticamente. 
Um estudo realizado sobre qual o melhor momento de se restaurar um 
dente tratado endodonticamente (VILELA, 2005) se baseia nos fatores: 
selamento coronário, risco à fratura, orienta a realizar a restauração em 
cimento de ionômero de vidro ou resina composta, com técnica incremental, e 
sistema adesivo, mas sem avaliar o efeito tempo e tipo de cimento, e sobre as 
possíveis interferências na resistência de união. Com isso, estudos in vitro 
são realizados buscando evidências cientificas para nortear a decisão durante 
o procedimento clínico. 
Para isso os estudos utilizam tanto dentes naturais como dentes 
bovinos. Os dentes bovinos têm sido a escolha principalmente devido à 
dificuldade da aquisição de dentes naturais em condições ideais. 
Muito se discute sobre a diferença em realizar testes de resistência de 
união com dentes bovinos que poderia resultar em alguma interferência de 
adesão. Porém, estudos continuam utilizando os dentes bovinos por terem a 
estrutura semelhante ao dente humano com resultados semelhantes quando 
comparados a dentes humanos no que se refere à união de resinas à dentina 
46 
 
(ARIAS, 2007; CAVALCANTI et al., 2009; FALCÃO, 2013; GIROTO, 2015). 
Desta forma, devido a literatura comprovar tal semelhança e aliada à 
facilidade de obtenção dos dentes bovinos justifica-se a utilização destes no 
presente estudo. 
Outro ponto primordial na presente pesquisa foi a escolha do sistema 
adesivo convencional. Estudo realizado por Pupo e colaboradores (2010) 
verificou que o tempo em contato com água pode ser um fator que diminui a 
resistência de união, e que o adesivo pode ser degradado. No entanto, 
apenas o adesivo Single Bond, tanto em dentina superficial como profunda, 
não apresentou diferença estatisticamente significante imediatamente e após 
seis meses. Esse resultado mostra que o adesivo Single Bond é resistente à 
degradação. 
Inúmeras pesquisas o utilizam como parâmetro para comparação na 
pesquisa odontológica, por sua técnica convencional, por meio do 
condicionamento ácido da dentina permitir maior escoamento do adesivo (DE 
MUNCK et al., 2005) e formar uma camada híbrida mais profunda, e que 
provavelmente essa hibridização pode ser o fator chave de alta resistência de 
união. 
Em um trabalho realizado por Neves e colaboradores (2017), estudou-
se alguns tipos de tratamento de superfície com o intuito de aumentar a 
durabilidade de união, pois sugeriu-se que com o tempo o adesivo poderia 
sofrer degradação. Mesmo que não houvesse conhecimento sobre o 
mecanismo de deterioração da interface adesiva, sabe-se que as 
metaloproteinases da matriz dentinária (MMPs) são enzimas proteolíticas 
capazes de degradar a matriz orgânica da dentina desmineralizada, atuando 
nas fibrilas de colágeno expostas na base da camada híbrida decorrentes da 
discrepância entre a profundidade de desmineralização ácida da dentina e a 
infiltração monomérica durante os procedimentos adesivos (Spencer et al., 
2002). O resultado do estudo mostrou que para o Single Bond 2, não houve 
alterações na resistência de união à microtração para todos os tipos de 
tratamento do substrato dentinário condicionado. Este sistema adesivo 
apresenta como solventes álcool e água e, portanto, não houve diferenças 
estatísticas significantes com estes tratamentos para este sistema adesivo, 
pois a quantidade de álcool presente como solvente já é suficiente para 
47 
 
permitir uma boa penetração dos monômeros hidrófobos, o que colabora com 
o presente estudo no sentido de justificar sua escolha. 
Outro fator que pode influenciar na resistência de união em dentina 
seriam agentes químicos irrigantes utilizados no tratamento endodôntico. O 
trabalho realizado por Dametto (2006) testou diversos agentes irrigantes 
químicos auxiliares e atestou que quando empregada a solução de 
Etilenodiamino-tetra-acético EDTA 17%, ocorre diminuição na resistência de 
união entre a dentina e a resina. Todos os grupos do presente estudo foram 
empregadas a solução de EDTA 17% durante 3 minutos, que é o tempo que 
se recomenda que a solução fique em contato com a câmara pulpar após a 
realização da instrumentação mecânica e irrigação com outra solução. Nesse 
caso, pode-se dizer que o EDTA 17% diminuiu a resistência de união entre a 
dentina e a resina em todos os grupos testados. 
Sabe-se que o hipoclorito de sódio (NaOCl), que é o irrigante mais 
utilizado durante o preparo químico-mecânico devido a sua capacidade de 
dissolução tecidual e sua atividade antimicrobiana (MOHAMMADI, 2008; 
ZEHNDER, 2006) , porém, acaba causando um efeito deletério na resistência 
de união de sistemas adesivos à dentina, devido à liberação de oxigênio 
remanescente, que prejudica a polimerização dos materiais resinosos 
(MARQUES, 2016). Além disso, o uso do NaOCl, durante a irrigação do 
sistema de canais radiculares, leva a danos na estrutura colágena da dentina 
e reduz a microdureza dentinária (MOHAMMADI, 2008; ZEHNDER, 2006; 
MARQUES, 2016; MOREIRA et al., 2009). 
Desta forma, podemos afirmar que a associação NaOCl 2,5% + EDTA 
17% foram os responsáveis pela diminuição da resistência de união no Grupo 
5, restaurado imediatamente após o uso dos irrigantes. Isto talvez seja 
atribuído principalmente ao somatório da ação do NaOCl + EDTA associado 
ao posterior condicionamento ácido para restauração, promovendo assim 
uma área mais profunda de desmineralização que dificultou a formação de 
uma camada híbrida de qualidade, ou seja, com áreas não alcançadas pela 
penetração do monômero do sistema adesivo. O que dá suporte a essa 
possibilidade é que após 7 dias do uso dos irrigantes já se mostrava normal a 
resistência de união. Isso pode estar relacionado ao fato da reação química ir 
diminuindo a quantidade de oxigênio liberado pelo hipoclorito no decorrer dos 
48 
 
dias, deixando de ser prejudicial à polimerização dos monômeros resinosos. 
Também devido à provável remineralização das áreas que tiveram ação do 
EDTA, proporcionando assim, mesmo com o condicionamento ácido, a 
formação de uma camada híbrida ideal para o restabelecimento da resistência 
de união no grupo controle em que foi realizada a restauração após 7 dias. 
Dessa forma, o presente estudo corrobora com os estudos de Dametto (2006) 
e atesta ainda que em dentes submetidos apenas ao uso do EDTA, nos casos 
de pacientes com a endodontia não finalizada, restaurações devem ser 
consideradas provisórias e ser totalmente trocadas ao término do tratamento 
endodôntico. 
A escolha do cimento endodôntico também tem sido frequentemente 
estudada, não somente quanto às propriedades biológicas e físico-químicas 
referentes, mas também na capacidade de não interferir na resistência de 
união dos materiais restauradores. 
O cimento de Óxido de Zinco e Eugenol – (Endofill) é um cimento 
utilizado em endodontia, tem vantagens por ter baixo custo, porém, o eugenol 
mostra-se citotóxico de acordo com Moura e colaboradores (2013), que 
relatam em seu

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