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AtelierCentroIntegradoModa-Pordeus-2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 
 
ANA CAROLINA NOBRE PORDEUS 
 
 
 
 
 
 
 
ATELIER: Centro Integrado de Moda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal, 
Junho 2017 
ANA CAROLINA NOBRE PORDEUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATELIER: Centro Integrado de Moda 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado à banca examinadora 
da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, requisito para 
conclusão do curso de Arquitetura e 
Urbanismo 
 
 
 
EUNÁDIA CAVALCANTE 
Orientadora 
 
 
 
Natal, 
Junho 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA CAROLINA NOBRE PORDEUS 
 
 
ATelier: centro integrado de moda 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado à banca examinadora 
da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, requisito para 
conclusão do curso de Arquitetura e 
Urbanismo 
 
 
EUNÁDIA CAVALCANTE 
Orientadora 
 
Aprovação em___ de junho de 2017. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________________________________________________ 
Eunádia Cavalcante 
Professor Orientador – UFRN 
 
_______________________________________________________________ 
Sandra Albino Ribeiro 
Professor – UFRN 
 
_______________________________________________________________ 
Rosanne Azevedo de Albuquerque 
Arquiteto Convidado 
AGRADECIMENTOS 
Nomear todos os quais sou grata por contribuírem nesta jornada de formação 
profissional e pessoal certamente tornaria este tópico demasiadamente longo. 
Entretanto, alguns merecem destaque por estarem lado a lado, seja fisicamente ou 
enviando pensamentos positivos. 
Em primeiro, à Ele. Quem deposito todas as oportunidades e origem da força para 
reequilibrar nos episódios que resultavam em desejos de desistir. À Deus, por constituir 
o símbolo da minha fé e exemplo maior de amor ao próximo, sempre derramando 
bênçãos no meu caminhar. E ainda me proporcionar conviver em uma família 
erroneamente perfeita. 
Por segundo, o “obrigada” é direcionado para ela. Constituída dos mais variados 
membros: um pai incentivador em primeiro grau; uma mãe que reproduz à sua maneira 
a Maria mãe de Jesus, fazendo jus ao nome que carrega; um irmão solucionador de todos 
os problemas, e uma irmãzinha especialista em “kit estudo”. Todos juntos e de maneira 
especial estiveram e estão comigo em todas as conquistas e adversidades. 
Agradeço ainda às duas grandes amigas do “BSF”, Camila e Roberta, presentes da vida, 
apoio durante o trajeto de graduação, consolo em meio as dificuldades, companhias de 
felicidades, e compreensão quando ausente durante o desenvolvimento deste trabalho. 
Às “Arqfriends” (Monalisa, Aline, Ana Luísa, Bruna e Priscilla), companheiras de 
faculdade, que juntas dividimos muitos momentos de trabalhos acadêmicos, dicas de 
arquitetura, convivência e apoio, e ao fim tornaram-se amigas. 
À Giorgi, por todo amor e carinho demonstrados, pelos conselhos durante o processo de 
realização desse TFG, a confiança em mim depositada, e o incentivo para seguir em 
frente. 
Por fim, aos meus mestres, por compartilharem os “saberes”, em especial à Eunadia, que 
concordou orientar esse trabalho, e com bastante paciência e leveza contribuiu durante 
todo o processo de desenvolvimento. 
 
Muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se eu nascesse hoje, colecionaria somente 
amores, fantasias, emoções e alegrias”. 
LINA BO BARDI 
RESUMO 
Capaz de se fazer presente em inúmeras áreas, a moda representa a cultura e conta a 
história de um povo, não é apenas aquilo que cobre o corpo. Além disso, é fonte de 
conhecimento e economia para uma região. Sendo assim, o objetivo desse estudo é o 
desenvolvimento de um espaço que incentive o contato da sociedade com a moda 
através da elaboração de um anteprojeto de um Centro Integrado de Moda para a cidade 
de Natal. Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas e 
estudos de referências. O universo de estudo escolhido foi o bairro de Capim Macio, que 
dispõe de infraestrutura e proximidade com outras instituições de ensino que atraem um 
público diverso característico para essa proposta. O trabalho resultou na proposta de 
uma edificação que circunda um pátio aberto, com bastante integração com o exterior, 
além de um grande espaço multiuso para eventos relacionados à área, e salas de aulas 
teóricas e práticas. 
 
Palavras-chave: Arquitetura escolar. Moda. Educação. 
ABSTRACT 
Capable of being present in countless areas, the fashion represents culture and tells the 
story of a people, not just what covers the body. Moreover, it is a source of knowledge 
and economy to a region. Therefore, the purpose of this study is the development of a 
space that encourages the contact of society with fashion through the design of a draft 
of a Fashion Integrated Center. For the development of the work bibliographical 
researches and reference studies were conducted. The study universe was the 
neighborhood of Capim Macio, that has infrastructure and is close to others educational 
institutions which attracts a diverse public for this proposal. The work resulted in the 
proposal of a building that surrounds an open courtyard with a lot of integration with the 
exterior besides a large multipurpose space for events related to the fashion, and 
theatrical and practical classrooms. 
 
Key words: School architecture. Fashion. Education. 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Quadro de Mondrian........................................................................................ 16 
Figura 2: Vestido criado por Yves Saint Laurent, inspirado no artista Mondrian ............ 17 
Figura 3: Layout Sala de criação - desenhos manuais ..................................................... 22 
Figura 4: Layout – Sala Modelagem ................................................................................ 24 
Figura 5: Layout Sala de Costura ..................................................................................... 25 
Figura 6: Layout do Natal Fashion Week 2006 ................................................................ 27 
Figura 7: Boca de cena desfile Chanel 2017 .................................................................... 27 
Figura 8: Ateliê do curso de Design de Moda – foco para manequins, quadro metálico e 
tomadas suspensas ......................................................................................................... 30 
Figura 9: Abertura – “vitrine” .......................................................................................... 30 
Figura 10: Ateliê do curso de Design de Moda – foco para iluminação artificial e tábuas 
retráteis. .......................................................................................................................... 30 
Figura 11: Planta baixa ateliê curso Design de Moda da UNP......................................... 31 
Figura 12: Detalhe de ripas de madeira escondendo a estrutura do edifício. ................ 32 
Figura 13: Fachadas Fábrica Berluti ................................................................................ 32 
Figura 14: Ágora coberta................................................................................................. 33 
Figura 15: Ágora coberta................................................................................................. 33 
Figura 16: Ambientes com grandes aberturas e contato com o exterior ....................... 34 
Figura 17: Rampas prédio FAUSP .................................................................................... 34 
Figura 18: FAUSP ............................................................................................................. 35 
Figura 19: Biblioteca FAUSP – Contato interior/exterior ................................................35 
Figura 20: Primeiro terreno de estudo............................................................................ 37 
Figura 21: Localização terreno – Mapa Natal/Mapa Capim Macio ................................. 38 
Figura 22: Terreno e entorno de serviços ....................................................................... 38 
Figura 23: Dimensões terreno ......................................................................................... 39 
Figura 24: Curvas de nível do terreno ............................................................................. 39 
Figura 25: Terreno com destaque para massa verde ...................................................... 40 
Figura 26: Vista da Rua Adolfo Ramires (massa verde do terreno) ................................. 40 
Figura 27: Rosa dos ventos aplicada no terreno ............................................................. 41 
Figura 28: Classificação das vias segundo Código de Obras de Natal, 2004. .................. 43 
Figura 29: Dimensionamento das formas de acesso ....................................................... 43 
Figura 30: Opção de acesso “a” ao estacionamento. ...................................................... 44 
Figura 31: Dimensionamento de rampas ........................................................................ 46 
Figura 32: Detalhe de rampa........................................................................................... 47 
Figura 33: Projeção solar e ventos predominantes no lote em estudo .......................... 51 
Figura 34: Zoneamento Final – Pavimento térreo .......................................................... 52 
Figura 35: Zoneamento final – Pav. Superior .................................................................. 53 
Figura 36: Esquema acesso pedestres ............................................................................ 55 
Figura 37: Esquema acesso automóveis ......................................................................... 56 
Figura 38: Implantação final ............................................................................................ 56 
Figura 39: Volumetria – Proposta 01 .............................................................................. 57 
Figura 40: Planta baixa pavimento térreo – Proposta 01 ................................................ 57 
Figura 41: Planta baixa pavimento superior – Proposta 01 ............................................ 58 
Figura 42: Volumetria – Proposta 02 .............................................................................. 58 
Figura 43: Planta baixa pavimento térreo – Proposta 02 ................................................ 59 
Figura 44: Planta baixa pavimento superior – Proposta 02 ............................................ 59 
Figura 45: Planta baixa pavimento térreo - final ............................................................. 60 
Figura 46: Planta baixa pavimento superior - final .......................................................... 61 
Figura 47: Volumetria final .............................................................................................. 62 
Figura 48: Volumetria final .............................................................................................. 62 
Figura 49: Vista para o pátio externo .............................................................................. 62 
Figura 50: Vista estacionamento ..................................................................................... 63 
Figura 51: Ventilação cruzada no Espaço Multiudo ........................................................ 65 
Figura 52: Esquema de ventilação cruzada com telhas de diferentes alturas no pavimento 
superior ........................................................................................................................... 66 
Figura 53: Exemplo de sombreamento utilizado ............................................................ 66 
Figura 54: Esquema contato interior/exterior ................................................................ 67 
Figura 55: Divisórias de dry-wall ..................................................................................... 68 
Figura 56: Detalhe laje impermeabilizada com tratamento térmico .............................. 69 
Figura 57: Telha termoacústica TR 25 marca Santo André ............................................. 69 
Figura 58: Detalhe telha termoacústica .......................................................................... 70 
Figura 59: Telha de fibrocimento ondulada – marca Brasilit. ......................................... 70 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Síntese dos estudos de referência ................................................................... 36 
Tabela 2: Prescrições urbanísticas para o lote em estudo .............................................. 42 
Tabela 3: Programa de necessidades .............................................................................. 48 
Tabela 4: Pré-dimensionamento setor administrativo.................................................... 49 
Tabela 5: Pré-dimensionamento setor educação ........................................................... 49 
Tabela 6: Pré-dimensionamento setor técnico ............................................................... 49 
Tabela 7: Pré-dimensionamento setor funcionários ....................................................... 50 
Tabela 8: Pré-dimensionamento setor apoio .................................................................. 50 
Tabela 9: Prescrições urbanísticas do anteprojeto ......................................................... 65 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13 
1. ARQUITETURA E MODA ......................................................................................... 16 
1.1 Moda como arte e produto .............................................................................. 16 
1.2 Estudo da moda ............................................................................................... 18 
1.3 Arquitetura escolar........................................................................................... 19 
1.4 Espaços de produção e promoção da moda .................................................... 21 
1.4.1 Salas de Criação: ....................................................................................... 22 
1.4.2 Sala de Modelagem:.................................................................................. 23 
1.4.3 Sala de Costura: ........................................................................................ 24 
1.4.4 Espaços para desfiles ................................................................................ 26 
2. REFERENCIAL EMPÍRICO ....................................................................................... 28 
2.1 Estudos diretos ................................................................................................. 28 
2.1.1 Universidade Potiguar ............................................................................... 28 
2.2 Estudos indiretos .............................................................................................. 31 
2.2.1 Fábrica Berluti ........................................................................................... 31 
2.2.1 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (FAUSP) ................. 34 
2.3 Compilação dos estudos de referências ........................................................... 36 
3. CONDICIONANTES PROJETUAIS ........................................................................ 37 
3.1 Condicionantes físico-ambientais ..................................................................... 37 
3.2 Condicionantes legais ....................................................................................... 41 
3.2.1 PlanoDiretor de Natal............................................................................... 41 
3.2.1 Código de Obras de Edificações do Município de Natal............................ 42 
3.2.2 Código de Segurança contra incêndio e pânico do Rio Grande do Norte . 44 
3.2.3 ABNT – NBR 9050 (2015) .......................................................................... 45 
3.3 Condicionantes funcionais ............................................................................... 47 
3.3.1 Público alvo ............................................................................................... 47 
3.3.2 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento ............................... 48 
3.3.3 Zoneamento .............................................................................................. 51 
4. PROCESSO PROJETUAL ........................................................................................ 54 
4.1 Conceito e Partido arquitetônico ..................................................................... 54 
4.2 Implantação ...................................................................................................... 55 
4.3 Evolução da proposta – plantas e volumetria .................................................. 56 
5. ATELIER – O produto ............................................................................................. 64 
5.1 Conforto ........................................................................................................... 65 
5.2 Sistema construtivo .......................................................................................... 67 
5.2.1 Estrutural .................................................................................................. 67 
5.2.2 Vedações ................................................................................................... 68 
5.2.3 Cobertura .................................................................................................. 68 
5.3 Sistema hidráulico ............................................................................................ 70 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 71 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 72 
13 
 
INTRODUÇÃO 
A moda está inserida em diversos campos da sociedade, como comportamento, 
linguagem, arte, e o mais tradicional: vestuário. Além disso, a palavra pode dispor de 
conceitos variados, dependendo da frase ou contexto em que está inserida, como retrata 
Denise Pollini, em seu livro Breve História da Moda: 
 
É claro que ao nos depararmos com estas frases diversas sabemos que 
“está na moda ser ecológico” e “a moda da cintura alta” são referências 
a aplicações diferentes do termo. (POLLINI, 2007, p. 8) 
 
No contexto deste trabalho, será abordada a moda inserida no universo do vestuário. O 
setor da moda como indumentária engloba várias atividades, uma vez que possui um 
longo caminho a ser percorrido desde a produção até a comercialização do produto. Esse 
percurso envolve o processo criativo, realizado por estilistas, engenheiros têxteis e 
designers de moda, através de inspirações, estudo de referências, criação de um 
conceito, escolha de materiais, e consequente concepção de uma peça ou coleção. Após 
esse passo, segue-se para a produção, onde são executados os projetos desenvolvidos. 
Nesse estágio, ocorrem inúmeros “sub processos”, como corte, costura, e por vezes, 
provas dos moldes em “modelos”; em seguida, inicia-se a parte mais comercial do setor, 
a venda do produto. Ainda é possível incluir em todo esse ciclo a etapa de divulgação e 
marketing, seja física, como as revistas e catálogos, ou virtuais, como os blogs e os 
modernos e-commerces (comércio eletrônico de objetos, através dos quais é possível 
adquirir peças virtualmente, sem a necessidade de se deslocar até o ponto de venda). 
Além da área comercial, a moda como vestuário está presente também na história das 
sociedades, demarcando classes, épocas e culturas. E é ainda capaz de identificar um 
grupo social, através dos padrões de indumentárias utilizadas por ele, como os góticos, 
os hippies, etc. 
A indústria da moda é um setor de destaque na economia, pois, por demandar atividades 
de diversos níveis e áreas, é capaz de empregar também diversos tipos de funcionários. 
Segundo a ABIT1 (Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção), o setor possui 1,5 
milhão de empregados diretos e 8 milhões quando somados os indiretos, constituindo o 
 
1 ABIT. Perfil do setor. Disponível em: http://www.abit.org.br/cont/perfil-do-setor. Acesso em dez de 2016. 
14 
 
segundo maior empregador da indústria de transformação, e o segundo maior gerador 
do primeiro emprego (dados de 2016 referentes a 2015). 
O mundo da moda também movimenta o setor financeiro através das grandes semanas 
de moda, nas quais as marcas expõem coleções piloto que depois serão oferecidas para 
o consumidor nos pontos de venda. Esses acontecimentos exigem uma enorme 
quantidade de trabalhadores, desde os que participam da criação e produção das peças, 
até os organizadores e modelos. Em Natal, já ocorre esse tipo de evento, como o Natal 
Fashion Week, surgido em 2005, que é realizado anualmente, em duas edições. 
Neste cenário, entendendo a importância da moda no contexto da sociedade, objetiva-
se desenvolver um anteprojeto arquitetônico de um centro de moda em Natal, criando 
um espaço que busca suprir a carência desse tipo de atividade na cidade. Pretende-se 
ainda, criar um espaço capaz de promover a moda e formar profissionais da área, 
atuantes em variados segmentos deste universo, através de cursos técnicos 
profissionalizantes e livres, de receber eventos relacionados à moda e outros tipos de 
arte, como desfiles e exposições. Para tanto foi necessário estudar os preceitos da 
arquitetura escolar, necessários para o desenvolvimento do projeto. Por fim, busca-se 
trazer à tona a discussão da moda como arte e como produto, tanto para entender as 
necessidades desse segmento quanto a espacialização arquitetônica. 
A escolha do tema Arquitetura e Moda foi influenciada por interesse pessoal pela moda, 
visto que sempre foi entendida como parte integrante da cultura, e não apenas como 
futilidade, ou algo sem significação. Tal interesse foi intensificado pela experiência na 
disciplina Moda, do curso de Engenharia Têxtil da UFRN. A partir dessa matéria abriram-
se os horizontes acerca do que a moda representa e o que demanda para a sua existência, 
pois possibilitou entender que a história da humanidade está relacionada às vestimentas, 
assim como o fato da moda estar presente em vários segmentos do mercado, 
movimentando vários setores. Esse último aspecto despertou a curiosidade por 
compreender e pensar um espaço capaz de receber essa multifuncionalidade. 
Outro fato que justifica a escolha do tema é a pequena quantidade de cursos de moda 
na cidade de Natal. Atualmente, existe um curso de dois anos na Universidade Potiguar 
(Design de Moda), e o SENAI oferece cursos de pequena duração e assuntos variados, 
porém em épocas esporádicas. Sendo assim, não existe na cidade um local voltado 
15 
 
especificamente para esse tipo de aprendizado, o que justifica um estudo acerca dessa 
carência da cidade. 
Além disso, vislumbrou-se nesse trabalho a chance de estudar e desenvolver um projeto 
de arquitetura escolar, tema projetual não abordado durante a graduação, tornando-se 
assim uma oportunidade de preencher tal lacuna. 
Para alcançar os objetivos propostos para o trabalho, foram determinados alguns 
procedimentos metodológicos. Desta forma, o desenvolvimento deste estudo foi dividido 
em três etapas: a primeira consistiu na fundamentação teórica com a finalidade de obter 
maioresconhecimentos sobre a moda, sua história, comércio, promoção e produção, e 
assim entender os aspectos que essa atividade exige para ocorrer; a segunda, nos estudos 
diretos e indiretos nos quais se buscou conhecer os espaços necessário para o bom 
funcionamento do edifício de acordo com os usos propostos, as relações de fluxos entre 
esses espaços, o layout de cada ambiente, além das premissas de conforto exigidas; e por 
fim, o desenvolvimento do projeto. Para o qual foi adotada a metodologia de Laert Neves, 
em seu livro Adoção do Partido na Arquitetura. 
Para apresentar o resultado deste estudo, estruturou-se o trabalho em cinco tópicos: o 
primeiro desenvolve a contextualização do tema, tratando da moda como vestuário e dos 
espaços exigidos para o funcionamento dessa atividade; o segundo relata estudos diretos 
e indiretos realizados com o objetivo de obter referências previamente determinadas 
para o desenvolvimento do anteprojeto; o terceiro aborda os condicionantes projetuais: 
físico-ambientais, legais e funcionais; o capítulo quatro apresenta todo o processo 
projetual, desde o conceito até o zoneamento. O penúltimo tópico expõe o produto deste 
trabalho, apresentando questões de conforto, estrutura e soluções formais do projeto. 
 
16 
 
1. ARQUITETURA E MODA 
Esse tópico expõe sobre a moda, englobando conceitos, estudos possíveis na área, 
espaços de produção e promoção da moda, focando nas necessidades que esta atividade 
exige quanto à espaços físicos. Além disso, aborda sobre arquitetura escolar, explanando 
sobre a qualidade do ambiente de ensino e as premissas necessárias para seu bom 
desempenho. 
1.1 Moda como arte e produto 
O termo moda pode ser associado a vários conceitos, dependendo do contexto no qual 
está inserido. Analisada sob o olhar do mundo do vestuário, a expressão pode ser 
considerada como “um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o 
simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico” 
(PALOMINO, 2002, p. 4), ou seja, a moda tem seus limites muito além das peças de vestir, 
pois engloba a história da humanidade, a cultura de um povo, e ainda a arte e o comércio. 
É possível perceber a relação da moda com a arte quando a primeira busca na segunda 
fontes de inspiração para se desenvolver, como bem afirma Cláudia de Castro Correia et 
all (2015. P. 3) “é observável a referência a obras de arte em inúmeros objetos de moda, 
principalmente nas coleções de grandes criadores como Yves Saint Laurent, Christian Dior 
e Jean Paul Gaultier”. Um exemplo desse tipo de relação foi a coleção criada por Yves 
Saint Laurent em 1965, inspirada nas obras do artista Mondrian, como pode ser 
observado nas Figura 1 e Figura 2. 
Figura 1: Quadro de Mondrian 
 
Fonte: PACIEVITCH. 
 
17 
 
Figura 2: Vestido criado por Yves Saint Laurent, inspirado no artista Mondrian 
 
Fonte: BOSCOLO, 2016. 
 
Assim como Yves Saint Laurent, muitos outros estilistas obtiveram na arte o estímulo para 
produzir a moda, e ainda o fazem até hoje, seja na alta-costura, onde se concentra o valor 
estético em único objeto, desenvolvendo-se peças quase exclusivas; seja no prêt-à-
porter, o qual se reproduz em grande quantidade uma mesma peça, objetivando atingir 
um amplo número de usuários. 
Vale salientar que o contrário, isto é, a moda na arte, também ocorre. Esse fenômeno se 
dá quando se retrata o vestuário em pinturas, gravuras, ilustrações, fotografia, ou seja, 
se representa a vestimenta de determinada época através do uso de elementos da arte. 
Além da arte, a moda possui grande representatividade no mercado econômico, pois 
envolve vários setores da economia, desde a área criativa até a comercial, passando pela 
colheita e ultrapassando as fronteiras divulgadas pela mídia. Sendo assim, essa atividade 
é capaz de gerar empregos atuantes em inúmeros campos e movimentar o capital de um 
país. Isso torna-se ainda mais evidente no Brasil, pois é o único local do ocidente que 
possui a cadeia têxtil completa (ABIT, 2016), ou seja, desde a produção das fibras, 
galgando pela confecção, até chegar aos desfiles de moda e comercialização. 
A ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) publicou dados otimistas 
de previsão para o setor no ano de 2017, quando comparados aos dois últimos anos de 
recessão: um faturamento de R$135 bilhões, o que representa um aumento de 4.6% em 
relação ao ano de 2016; geração de cerca de 10 mil postos de trabalho, quando houve 
grande perda nos dois últimos anos (cerca de 125 mil empregos). 
18 
 
Ainda sobre o mercado no Brasil, segundo o jornal online A Tribuna, em matéria divulgada 
em 2016, o país encontra-se em 5º lugar no ranking de consumo de moda mundial (de 
acordo com estudo do Euromonitor), além do setor liderar as vendas do e-commerce 
brasileiro, como relatou a E-bit2. 
Sendo assim, a moda é percebida em diversas áreas, formas e momentos; e manifesta-
se de inúmeras maneiras, além de contribuir com a economia e cultura de uma região. 
1.2 Estudo da moda 
Por participar de vários setores, a moda permite também que seu estudo seja possível 
em diversas áreas e níveis de conhecimento. O ensino da moda é possível tanto no nível 
superior quanto no técnico, além da possibilidade dos cursos livres, com durações 
variadas de acordo com o objetivo do estudante e os assuntos abordados. Existe ainda 
uma grande variedade nos conhecimentos ministrados em tais escolas, desde a parte 
teórica, tratando da história do vestuário, por exemplo, até a confecção das peças, 
passando assim por inúmeros segmentos como estilo, desenho, modelagem e costura, 
criação e até mesmo gestão e marketing, permitindo que o profissional atue em diversas 
áreas. 
O SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) é um dos grandes promotores 
do ensino na área de moda em todo o Brasil. A empresa fornece cursos de graduação, 
pós-graduação, cursos técnicos e livres. Os assuntos abordados nos cursos da instituição 
são os mais variados: modelagem, beleza, negócio de moda, design, etc. Em Natal, o 
SENAC oferece curso presencial de costureiro, por exemplo. Com carga horária de 212 
horas, ao final deste curso o aluno será capaz de realizar procedimentos de corte, 
montagem, costura e acabamento de peças do vestuário, podendo atuar como 
autônomo, trabalhar em indústrias de confecção ou até em pequenos ateliês. 
Além dessas, existem ainda as universidades que dispõem de graduação e/ou pós-
graduação na área, como a Universidade Federal do Ceará (UFC), que possui, segundo o 
site do próprio departamento, cinco unidades de estudo na graduação de Design de 
Moda: a primeira consiste na “ unidade história e pesquisa de moda, o aluno estuda 
aspectos históricos da moda e as mudanças das indumentárias ao longo do tempo. Em 
 
2 Instituição que mede a reputação das lojas virtuais por meio de pesquisas com consumidores 
reais, gerando dados estratégicos e táticas para o mercado online. 
19 
 
tecnologia têxtil e de confecção são vistas disciplinas de Modelagem Tridimensional e 
Ergonomia de Produto, por exemplo. 
Outra unidade curricular é a de linguagem visual, constituída por disciplinas como 
Fundamentos do Design e Desenho Técnico de Moda. Na unidade negócio de moda o 
aluno estuda disciplinas relacionadas à criação de negócios próprios, entre elas 
Empreendedorismo. Já a unidade de gestão de projeto agrega as disciplinas de Processos 
Criativos, Produção de Moda e envolve também a produção do trabalho de conclusão de 
curso” (UFC, 2017). Sendo assim, é possível notar que o concluinte do curso superior de 
Design de Moda da UFC poderá trabalhar em variados setores, pois obteve 
conhecimentos de distintas áreas da moda na graduação. 
Por fim, as possibilidades de se obter conhecimentos, tanto teóricos quanto práticos, 
sobre a moda e tudo que a envolve são muitas,e podem ser realizadas em todos os níveis 
de estudo. Assim como é grande o leque de opções para o profissional da área, que 
poderá atuar em diversos segmentos. 
1.3 Arquitetura escolar 
O ensino representa um ponto de grande responsabilidade na formação e socialização 
do ser humano, sendo assim, é constantemente analisado, seja nas escolas infantis, 
ensino médio ou até nas universidades. O bom desempenho do aprendizado no ambiente 
escolar depende tanto de aspectos físicos do edifício quanto dos pedagógicos e dos 
próprios usuários. 
O ambiente físico escolar é, por essência, o local do desenvolvimento 
do processo de ensino e aprendizagem. O edifício escolar deve ser 
analisado como resultado da expressão cultural de uma comunidade, 
por refletir e expressar aspectos que vão além da sua materialidade. 
KOWALTOWSKI, 2011. p. 11) 
O projeto de arquitetura escolar exige que sejam considerados inúmeros aspectos, desde 
as premissas de conforto ambiental, como acústica e conforto térmico, até mesmo o 
mobiliário, cores de teto, piso e parede, pois cada condicionante irá influenciar no 
resultado da formação dos alunos e nas interações sociais. 
20 
 
A importância do conforto ambiental em relação à produtividade no 
trabalho ou na aprendizagem depende, em primeiro lugar, do projeto 
do edifício e de seus ajustes às atividades do usuário. (KOWALTOWSKI, 
2011. p. 112) 
Para o desenvolvimento do projeto do ambiente escolar deve-se definir o público alvo e 
o tipo de atividade que será exercida: qual o nível de ensino, a idade dos alunos, o 
currículo que será desenvolvido, a quantidade de alunos. Sendo assim, é de suma 
importância que a arquitetura deste espaço esteja de acordo com as premissas 
pedagógicas propostas para a escola, ocasionando uma boa funcionalidade. Com o 
público e o tipo de exercício definidos pode-se pensar no dimensionamento dos 
ambientes, que deve ocorrer em função do trabalho que será realizado, através da 
constituição do layout. Este deve ser elaborado de acordo com o mobiliário necessário 
para a execução do que foi proposto para o espaço. 
Ao fim de seu livro “Arquitetura escolar”, Kowaltowski (2011) enumera e descreve 31 
parâmetros de projeto para escolas com aspectos específicos para o Brasil, elaborados a 
partir das realidades de dificuldades enfrentadas pelos projetistas brasileiros, pois grande 
parte da literatura disponível acerca do tema é estrangeira. Dentre eles destaca-se os 
importantes e pertinentes ao anteprojeto proposto neste estudo: 
 Transparência: a autora do livro relata que a transparência “deve transmitir a 
ideia de que a educação e aprendizagem são visíveis e celebradas na escola”. Pode 
estar presente nos corredores com luz natural e vistas interessantes etc. 
 Vistas interiores/exteriores: criar um horizonte externo para as salas de aula, 
objetivando descansar a visão; 
 Conexão entre espaços externos e internos: essa conexão deve ser bastante 
explorada, através “das vistas, terraços, salas de aula ao ar livre, cantos para 
sentar, ler, discutir, usar laptop etc.” (KOWALTOWSKI, 2011) 
 Espaços flexíveis: permitem aprendizado de várias maneiras através do layout, 
desde que este identifique o uso proposto para o espaço. Isto pode ser realizado 
com a utilização de mobiliário móvel, de alturas ajustáveis; 
 Iluminação natural: de grande importância para o bem-estar fisiológico e 
psicológico do usuário, além de contribuir para a eficiência energética da 
edificação, porém deve ser projetada com cuidado, sobretudo em lugares com 
muita incidência solar, como Natal, 
21 
 
 Ventilação natural: essencial para a renovação do ar e promoção do conforto 
térmico do espaço. Sua ausência é prejudicial, “psicologicamente, provoca apatia 
e desinteresse pelo trabalho...”, como afirma Kowaltowski. 
 Iluminação, cor e aprendizagem: a iluminação e a cor devem estar em 
conformidade com a atividade praticada no ambiente, pois exercem influência no 
aprendizado dos alunos. Vale destacar que é importante o projeto de iluminação 
artificial ser realizado considerando a presença da iluminação natural, e que áreas 
de exposição devem possuir iluminação flexível. 
 O pátio, a implantação e a adequação dos espaços livre: o pátio deve consistir em 
um ambiente agradável, com vegetação que sombreie, além de projeto 
paisagístico e de fácil manutenção, que permita o contato entre ele e as pessoas; 
 Conforto acústico: o projeto de arquitetura escolar deve considerar as aberturas, 
os ruídos externos, a densidade ocupacional e os materiais, pois esses aspectos 
influenciam no conforto acústico das salas de aula, interferindo no aprendizado 
dos alunos. 
 Acessibilidade: necessário para a inclusão social dos usuários e sua vivencia nos 
espaços públicos e privados. O edifício deve ser acessível desde a entrada, até as 
circulações, através de rampas, plataformas e mobiliário; 
 Entrada convidativa: o acesso à escola deve “convidar” os alunos para o interior, 
com elementos que marquem a entrada e revelem os limites da área externa com 
a área restrita aos alunos; 
1.4 Espaços de produção e 
promoção da moda 
A produção e promoção da moda permitem uma grande variedade de atividades, e cada 
uma dessas exige uma qualidade ambiental diferente, de acordo com o uso: seja uma 
fábrica, um atelier, um espaço de criação, de divulgação, etc. Por pretender usos 
variados, o produto proposto neste estudo demanda espaços com arquitetura também 
diversificada, específica para cada trabalho realizado, com o objetivo de atender à 
multifuncionalidade do edifício. Sendo assim, a seguir serão apresentadas as 
características singulares exigidas em cada fase desse processo, da produção à promoção 
da moda. Vale salientar que os atributos relatados no item anterior sobre arquitetura 
22 
 
escolar também devem ser aplicados no projeto, juntamente com as especificidades de 
cada ambiente. 
Obteve-se como fonte de estudo sobre as necessidades para o bom funcionamento das 
salas que exigem atributos especiais a apostila “Padronização de tipos e quantidades 
necessárias de instalações e equipamentos dos laboratórios das habilitações 
profissionais. Técnico em Modelagem de Vestuário” desenvolvida em 2010 pelo CETEC 
Paula Souza, de São Paulo. 
1.4.1 Salas de Criação: 
Quanto à produção, o passo inicial consiste na criação das peças, que se dá através de 
estudos de referências, estudos de materiais, ideias e croquis, podendo utilizar 
computadores para pesquisas. Então, para essa etapa são necessárias salas de 
computadores e salas de desenho. As primeiras serão compartilhadas com a etapa de 
desenvolvimento das peças através do uso de softwares específicos. Para as salas 
desenho, com dimensões de 120m² e 3m no mínimo de pé direito, sugeridas para 20 
alunos, são indicadas mesas escolares medindo 120cm x 60cm e altura de 75cm, assim 
como de cavaletes para desenho. 
Além disso, esse tipo de atividade, que requer bastante atenção, exige uma iluminação 
adequada, com iluminância mantida na superfície de referência, onde se trabalha, de 750 
lux, segundo a NBR 8995-1, que trata acerca da iluminação de ambientes de trabalho, 
além disso, a iluminação não deve causar ofuscamento ou grandes contrastes, que 
podem gerar cansaço visual (observar Figura 3). 
Figura 3: Layout Sala de criação - desenhos manuais 
 
Fonte: CETEC Paula Souza, 2010. 
 
23 
 
 
1.4.2 Sala de Modelagem: 
Após a criação, o passo seguinte é a modelagem das peças. Esse momento pode ocorrer 
de duas maneiras: através da modelagem 2D ou da modelagem 3D. No primeiro, 
denominado de modelagem plana, o costureiro elabora os cortes das peças em moldes 
de papel para depois transferir para o tecido. Existem vários métodos para realizar essa 
modelagem, como o proporcional, o direto ou o misto, variando apenas a metodologia 
de obtenção das medidas do usuário da vestimenta. Na modelagem 3D, conhecidacomo 
moulage, a vestimenta “é feita diretamente no manequim, aprimorando o caimento e o 
acabamento da roupa. Geralmente, são usadas malhas de baixo valor com caimento 
parecido ao do tecido “final”. Após terminado o processo de moulage, fica mais fácil 
entender e planificar a tela em um desenho bidimensional. ” (INSTITUTO RIO MODA, 
2011). 
Para a sala de modelagem, a apostila sugere uma área de 120m² para atender 20 alunos, 
e pé direito mínimo de 3m. Sobre os revestimentos, o piso deve ser em material 
impermeável e antiderrapante, liso, resistente à abrasão, impacto; as paredes claras e as 
instalações das mesas aparentes. Acerca da iluminação: controlada, uso de lâmpadas 
fluorescentes tubulares de 6500K (branca e fria), e a sala deve possuir cortinas. Em 
relação ao mobiliário, é recomendado a instalação de expositores (araras), dois tipos de 
mesa: a escolar (60cm x 120cm com altura de 75cm) e a de corte ( para tecidos leves e 
médios, que suporte 80kg/m² e meça 180cm x 125cm e altura de 90cm); também são 
necessários bustos de manequim estofados (para permitir o uso de alfinetes), tanto 
femininos quanto masculinos, com altura aproximada de 90cm, apoiados em bases de 
ferro de 80cm de altura, que possuem regulador de altura independente; é recomendado 
ainda a instalação de armários para armazenamento dos materiais utilizados durante as 
aulas (Figura 4. A respeito dos equipamentos, é indicado a presença de ferro de passar 
roupa (e tábua), e uma máquina de cortar tecidos: “com corpo em aço; lâmina tipo faca 
vertical; com 5"; capacidade de corte mínima de 90 mm; com afiador automático; na 
velocidade de 3400rpm; potência de 1,5cv; voltagem 110/220 v” (CETEC Paula Souza, 
2010). 
24 
 
Figura 4: Layout – Sala Modelagem 
 
Fonte: CETEC Paula Souza, 2010. 
 
Observando a Figura 4, que demonstra a sugestão de layout feita pelo CETEC Paula Souza, 
observa-se a ainda a presença de um provador de roupas, que deve medir no mínimo 
90cm x 90cm. 
 
1.4.3 Sala de Costura: 
Agora, com os moldes obtidos na modelagem, inicia-se a fase da costura. Nesse estágio 
os elementos moldados serão unidos para compor a peça final do vestuário. Para a 
execução dessa etapa é recomendado, segundo a apostila do CETEC Paula Souza uma 
sala de 120m², pé direito mínimo de 3m dimensionada para 20 alunos. O piso deste 
ambiente deve ser piso em material claro, impermeável, liso, resistente à abrasão, 
impacto; as paredes também devem possuir revestimentos claros (Figura 5). 
Existe uma infinidade de tecidos e cortes que permitem uma gama enorme de 
possibilidades para a confecção, e cada tipo exige uma máquina de costura diferente. 
Sendo assim, foram listadas pelo CETEC Paula Souza os equipamentos básicos necessários 
para o curso de costura: 
 Máquina de costura do tipo reta eletrônica industrial; 
 Máquina de costura do tipo reta ‐ industrial; 
25 
 
 Máquina de costura do tipo galoneira; 
 Máquina de costura do tipo overloque; 
 Máquina de costura do tipo interloque; 
 Máquina de costura do tipo botoneira; 
 Máquina de costura do tipo caseadeira reta; 
 Máquina de costura do tipo traveti; 
 Máquina de costura do tipo pespontadeira; 
 Máquina de cortar tecidos (rainha); com corpo em aço, equipada de mesa estante 
e motor com fricção; 
A sala de costura não exige um mobiliário específico para seu funcionamento, apenas, 
como nas outras salas, mesas (para apoio do maquinário citado acima e para o professor) 
e cadeiras. A Figura 5 a seguir representa uma sugestão de layout para este ambiente: 
mesas e cadeiras dispostas de maneira tradicional, em filas e colunas, com duas 
circulações que se estendem do início ao fim do espaço. 
Figura 5: Layout Sala de Costura 
 
Fonte: Adaptado de CETEC Paula Souza, 2010. 
 
 
 
26 
 
1.4.4 Espaços para desfiles 
Após todo o processo de desenvolvimento do vestuário, chega o momento da divulgação 
das peças produzidas, para que atinjam o público consumidor. Uma das maneiras de 
promover uma coleção de roupas é através de desfiles. Neles, são projetadas cenografias 
com a função de ambientar quem está assistindo e representar o tema criado pelo 
estilista. Como afirma Matoso (2015): 
É um trabalho construído a várias mãos: designers, arquitetos e 
cenógrafos concebem um ambiente que geralmente é sugerido pelo 
estilista da coleção, que pode ser no interior ou exterior de alguma 
edificação e criam todo um conceito de iluminação, cores, mobiliário e 
até circuitos (hoje as passarelas não são mais uma linha reta, as 
modelos podem andar até em círculos, por exemplo) que deem 
dinâmica e dialoguem com todos os elementos da coleção: 
maquiagem, música, roupas e sapatos. 
Por se tratar de um espaço tão dinâmico, que varia de acordo com o tema proposto pelo 
profissional criador da coleção, o público-alvo, o local do evento, não existem regras para 
o projeto desse tipo de ambiente. Entretanto, é necessário ter conhecimento das 
necessidades para o funcionamento dessa atividade. Leila Guilhermino, no seu Trabalho 
Final de Graduação, intitulado de Muda, afirma que “as premissas para a concepção 
desse espaço estão, principalmente, na necessidade de se explorar o elemento surpresa 
sobre o que acontecerá ali e, não menos, a curiosidade sobre o que se passa nos 
bastidores. ” Além disso, destaca que os elementos constituintes das salas de desfiles são 
a passarela, boca de cena (de onde saem os modelos), a plateia e o ponto de imprensa. 
No estudo de caso realizado por ela, a passarela de uma Semana de Moda de Natal (Natal 
Fashion Week) media aproximadamente 45m x 4m, e para cada marca que expunha a 
coleção o cenário era alterado (as cortinas se fechavam para tais mudanças), no seu fim 
estava o local da imprensa (onde ficavam os fotógrafos, jornalistas e técnicos de som e 
iluminação). 
A plateia do mesmo evento foi organizada de modo arquibancada, comportando 200 
espectadores. A boca de cena possuía iluminação de destaque e cortinas deslizantes 
funcionando como pano de fundo para os desfiles e permitindo a dinamizando do 
cenário. Por trás desta, encontrava-se o backstage, onde cada marca possuía um stand 
(aproximadamente 3m x 3m) com as peças que seriam desfiladas, espaço para trocas de 
roupa, maquiagem e cabeleireiros. 
27 
 
Figura 6: Layout do Natal Fashion Week 2006 
01: Passarela de desfiles 
Fonte: Adaptado de GUILHERMINO apud NATAL FASHION WEEK VERÃO 2007 Projeto Imprensa, 2006. 
 
Entretanto, atualmente os desfiles estão abandonando o modelo tradicional: passarela 
central com plateia no entorno. Marcas de reconhecimento internacional são pioneiras 
quando o assunto é ousar quanto a organização espacial desse evento. Em março de 2017 
a marca francesa Chanel realizou um desfile na semana de moda em Paris que é exemplo 
de ousadia: a “boca de cena” era em um ponto central do ambiente, de onde foi lançado 
um foguete; a passarela iniciava-se em formato circular logo após a boca de cena, e 
depois tomava forma mais reta. A plateia foi posicionada no entorno da passarela, de 
forma que todos os espectadores conseguissem visualizar as modelos de todos pontos. 
 
Figura 7: Boca de cena desfile Chanel 2017 
 
Fonte: GUIMARÃES, 2017. 
 
Desta maneira, o local destinado para os desfiles não necessita ter mobiliário fixo, e sim 
consistir em um grande espaço multiuso, capaz de receber diversos eventos e ser passível 
da instalação de layout de acordo com a necessidade. 
O1 
28 
 
2. REFERENCIAL EMPÍRICO 
Neste tópico serão apresentados estudos diretos e indiretos que contribuíram de forma 
relevante para o desenvolvimento deste anteprojeto. 
2.1 Estudos diretos 
Esses estudos são caracterizados como diretos por serem realizados através de vistas aos 
locais onde se deseja obter conhecimentos que serão utilizados para projetar. Com o 
intuito de compreender melhor os espaços propostos para este trabalho se fez 
necessário a realização deum estudo direto, objetivando entendê-los quanto às 
necessidades de layout, mobiliário, fluxos, conforto e equipamentos. 
2.1.1 Universidade Potiguar 
Objetivando entender melhor os espaços para o anteprojeto proposto, escolheu-se 
realizar um estudo direto nas instalações do curso de Design de Moda da Universidade 
Potiguar em Natal. A visita foi guiada por Virgínia Borges, coordenadora acadêmica. O 
curso, de nível tecnólogo, funciona na unidade da Av. Roberto Freire, durante o turno 
noturno e possui duração de quatro semestres. 
Por se tratar de um curso novo na instituição, as instalações foram adequadas ao prédio 
já existente, portanto não foi possível atingir a excelência em todos os aspectos: ansiava-
se espaços abertos de convivência, como um “loft” (como informou Virgínia), que 
permitissem vários usos, através da alteração do mobiliário. Alguns ambientes 
necessários para as aulas são compartilhados com outros cursos, por exigirem usos 
semelhantes, como o Laboratório com pranchetas (utilizados para desenhos e confecção 
de maquetes) e o de Informática. Entretanto, o espaço visitado, que funciona como um 
ateliê, é exclusivo para o Design de Moda, já que possui especificidades utilizadas apenas 
por esse curso, em razão disso o foco da visita foi conhecer tal ambiente. 
O ateliê foi pensado como um espaço multiuso, possibilitando a realização de aulas com 
necessidades diferentes. Lá é possível ocorrer aula de moulage (modelagem 3D), 
modelagem 2D, costura, desenho, entre outros. O ambiente comporta em média 45 
alunos, porém já aceitou turmas com 50. A quantidade de alunos por turma é organizada 
de acordo com a demanda de inscritos por curso, sendo 50 o número máximo por turma. 
Entretanto, segundo informou Virginia Azevedo, coordenadora do curso e quem 
29 
 
acompanhou durante a visita, o número ideal de alunos seria apenas 30, pois por se tratar 
de aulas práticas, exigem maior atenção dos professores. 
O local, com cerca de 83m², possui aspecto de uma grande vitrine para quem transita em 
seu exterior, uma vez que possui uma grande abertura em vidro, permitindo a 
visualização de todo o interior do espaço. O ambiente consiste em uma grande sala com 
parede, piso e teto na cor branca, com foco de cor apenas no mobiliário. Quanto a 
iluminação, existe apenas a do tipo artificial e direta, com ausência de janelas para o 
exterior, o que impede a presença de iluminação natural. O local não possui ventilação 
natural e é climatizado artificialmente. 
O layout é simples e bastante funcional: duas mesas dispostas linearmente no centro, 
como um grande ateliê, equipadas com dois tipos de assentos (cadeiras de giro e bancos 
metálicos laranja). Possui grandes circulações no sentido longitudinal da sala, os fluxos 
são bastante livres. Além disso, a sala possui 26 manequins femininos estofados com 
altura regulável e tamanho 38 (sendo um para uso do professor, e o restante os alunos 
compartilham em dupla), duas lousas, 3 tábuas de passar roupa retráteis equipadas com 
ferro, um guarda volumes de aço com 24 nichos, 2 expositores de tecidos fixos na parede, 
duas araras móveis, uma parede com espelho, e um quadro magnético para fixação de 
papel através de imãs, compondo um mood board. 
Ainda sobre o mobiliário, contém um grande armário baixo (de cor laranja), onde ficam 
armazenadas as máquinas de costura portáteis. Essa organização se deu em virtude da 
multifuncionalidade do espaço, sendo assim, elas apenas são retiradas do móvel durante 
as aulas de costura. O espaço não dispõe de outros equipamentos, entretanto possui 
instalação para o projetor que será inserido brevemente. Apesar disso, todo o ambiente 
foi equipado com tomadas suspensas em trilhos metálicos sobre as mesas, permitindo o 
uso de computadores ou outros dispositivos necessários durante as aulas. 
30 
 
 
Figura 8: Ateliê do curso de Design de Moda – foco para manequins, quadro metálico e tomadas 
suspensas 
 
Fonte: Acervo da autora. 
Figura 9: Abertura – “vitrine” 
 
Fonte: Acervo da autora. 
 
Figura 10: Ateliê do curso de Design de Moda – foco para iluminação artificial e tábuas retráteis. 
 
Fonte: Acervo da autora. 
 
31 
 
Figura 11: Planta baixa ateliê curso Design de Moda da UNP 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Esse estudo possibilitou entender muitas das necessidades espaciais, de mobiliário e de 
fluxos que serão utilizados neste Trabalho Final de Graduação, além do fato da 
flexibilidade que estes espaços podem conter, pois em apenas um ambiente é possível 
que ocorram diversas aulas, como no curso da Universidade Potiguar. 
 
2.2 Estudos indiretos 
2.2.1 Fábrica Berluti 
O edifício da Fábrica Berluti está localizado em Ferrara, na Itália, e teve projeto 
desenvolvido pelos arquitetos Barthélémy Griño em 2015. Com área de 8700m², o prédio 
funciona como fábrica e escola de fabricação de calçados de luxo. A concepção do projeto 
foi baseada em duas intenções: fazer desaparecer o aspecto industrial que o espaço 
revela e criar um envoltório capaz de diminuir o peso formal da edificação. Para o 
primeiro aspecto, a estrutura da edificação é toda oculta, escondendo o aspecto fabril 
comum em espaço de mesmo uso. Para dinamizar a fachada, foram instalados, desde o 
solo, suportes de cedro vermelho natural que se repetem ritmicamente e funcionam 
como protetores solar. 
32 
 
Figura 12: Detalhe de ripas de madeira escondendo a estrutura do edifício. 
 
Fonte: Arnaud Schelstraete, 2016. 
 
Figura 13: Fachadas Fábrica Berluti 
 
Fonte: Arnaud Schelstraete, 2016. 
 
O ponto de destaque do projeto é o pátio coberto, que pode ser acessado assim que se 
entra na edificação. Essa ágora “conecta e distribui todos os espaços e congrega todos os 
ofícios, habilidades e conhecimentos técnicos entre si: desde corte, até costura, desde o 
polido ao protótipo, aproveitando a inteligência das mãos e a transmissão dos gestos no 
coração da fabricação. ” (BRANT, 2016) A cobertura é em material translúcido com 
grelhas de madeira que criam um efeito de sombra bastante interessante. Dele é possível 
observar o interior de diversos ambientes, como a sala de aula de fabricação, a sala de 
fototipagem e a sala de produção, criando uma relação intensa exterior-interior. 
33 
 
Figura 14: Ágora coberta 
 
Fonte: Arnaud Schelstraete, 2016. 
 
Figura 15: Ágora coberta 
 
Fonte: Arnaud Schelstraete, 2016. 
 
Vale destacar que mesmo os ambientes que não possuem contato direto com a ágora 
são dotados de grande interação com o exterior, pois contém grandes aberturas, do piso 
ao teto, funcionando como uma grande vitrine (Figura 16). 
O estudo da Fábrica Berluti possibilitou encontrar soluções formais e funcionais para o 
projeto do Centro Integrado de Moda, principalmente no que se refere ao uso de pátios. 
34 
 
Figura 16: Ambientes com grandes aberturas e contato com o exterior 
 
Fonte: Arnaud Schelstraete, 2016. 
 
2.2.1 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São 
Paulo (FAUSP) 
O prédio do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, projetado 
por João Batista Vilanova Artigas em 1961 e construída entre 1966 e 1969, possui 
predominância de linhas simples, uso do concreto e do vidro, além da grande integração 
dos espaços, através do uso de rampas, que interligam os seis pavimentos. 
A proposta central do projeto reside na ideia de continuidade espacial, 
que o grande vazio central explicita. Os seis pavimentos, ligados por 
suaves e amplas rampas de inclinações variáveis, dão a sensação de um 
só plano. (FRACALOSSI, 2011) 
Figura 17: Rampas prédio FAUSP 
 
Fonte: OWAR Arquitectos, via Archdaily, 2011. 
 
35 
 
O edifício consiste em um grande bloco de concreto sustentado por pilares em formato 
de trapézio duplo, consistindo em apoios leves quando comparados com o volume total 
da faculdade. Outro fator importante da edificação são os grandes espaços abertos, quepermitem e incentivam a convivência entre usuários. Além disso, é notável no projeto a 
presença do contato do interior com o exterior, através das grandes aberturas e vãos. 
Diante do exposto, analisando o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da 
Universidade São Paulo foi possível notar soluções para trabalhar com níveis diferentes 
em um mesmo projeto, além do contato com o exterior, mesmo com um volume tão 
“pesado” esteticamente. 
Figura 18: FAUSP 
 
Fonte: Fernando Stankuns, via Archdaily, 2011. 
 
Figura 19: Biblioteca FAUSP – Contato interior/exterior 
 
Fonte: OWAR Arquitectos, via Archdaily, 2011. 
 
36 
 
2.3 Compilação dos estudos de 
referências 
Os estudos de referências realizados contribuíram para o processo de desenvolvimento 
do projeto, pois possibilitaram conhecer aspectos funcionais e formais para o uso 
proposto. As contribuições foram sintetizadas na tabela abaixo: 
 
Tabela 1: Síntese dos estudos de referência 
Síntese dos estudos de referência 
ESTUDO CONTRIBUIÇÃO 
Ateliê Curso Design 
de Moda 
Conhecimento de fluxos, mobiliário, atividades realizadas, 
conceito “vitrine”, programa de necessidades, dimensões, 
quantidade de usuários, cursos; 
Fábrica Berluti Conceito de “vitrine”, contato exterior, pátio centra, 
ambientes com grandes aberturas; 
FAU- USP 
Solução de planta: níveis diferente, uso de rampas para 
ligação dos pavimentos, contato interior/exterior 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
37 
 
3. CONDICIONANTES PROJETUAIS 
Este capítulo contém os condicionantes projetuais que serviram de diretrizes para a 
realização deste anteprojeto, divididos em três tipos: físicos-ambientais, legais e 
funcionais. O primeiro relata sobre as condições gerais do local de implantação, quanto 
a questões de conforto, medidas e entorno. O segundo, apresenta a legislação incidente 
no universo de estudo, e o último descreve os aspectos ligados a funcionalidade, 
zoneamento e programa de necessidades. 
3.1 Condicionantes físico-ambientais 
O aspecto norteador para escolha da área de intervenção foi a intenção de atrair públicos 
de diversas áreas da cidade devido ao uso proposto, sendo assim é necessário que seja 
de fácil acesso, exigindo a presença de transporte público nas imediações. Além disso, 
por se tratar de um espaço educacional, é importante a proximidade com outros serviços 
que sirvam de apoio aos estudantes, como restaurantes. Sendo assim, o primeiro terreno 
escolhido para estudo, com cerca de 2000m², localiza-se no Bairro de Lagoa Nova, 
próximo à praça da árvore de Mirassol, no cruzamento das avenidas Governador José 
Varela e Miguel Alcides de Araújo, próximo aos shoppings Via Direta e Natal Shopping, 
além de supermercados como o Carrefour e Hiper Bompreço. Entretanto, após realização 
do programa de necessidades básico para a proposta, que será explanado 
posteriormente, observou-se que a área seria insuficiente para a instalação do 
anteprojeto. Sendo assim, foi necessário estudar outra área de intervenção. 
Figura 20: Primeiro terreno de estudo 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
38 
 
 
Objetivando manter os princípios de escolha estabelecidos anteriormente, o segundo 
terreno selecionado localiza-se no bairro de Capim Macio, na mesma Avenida 
Governador José Varela na qual se situa o primeiro. Possui ainda limites com mais duas 
vias: Rua Professor Leví Higino Jales e Rua Adolfo Ramires. Localiza-se ainda muito 
próximo da Avenida Engenheiro Roberto Freire, uma das principais da cidade, que possui 
mobilidade facilitada, dada a presença de paradas de ônibus próximas ao terreno e que 
servirão aos usuários deste estudo. 
 
Figura 21: Localização terreno – Mapa Natal/Mapa Capim Macio 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Figura 22: Terreno e entorno de serviços 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
39 
 
O terreno escolhido possui formato de trapézio com testadas de dimensões variadas, 
totalizando 11.335,35m² de área. Possui lotes adjacentes apenas em uma das fachadas, 
e estes possuem fachada frontal para a Avenida Engenheiro Roberto Freire (como mostra 
a Figura 23. A topografia varia da cota de altura 41 metros em relação ao nível do mar 
até a 43 metros, sendo que quase a totalidade do terreno está inserida entre as cotas 
41m e 42m. Entretanto, em virtude das grandes dimensões, o desnível do lote torna-se 
pequeno, sendo mais severo apenas na testada adjacente aos outros lotes (como pode 
ser observado na Figura 24). 
 
Figura 23: Dimensões terreno 
 
Fonte: Semurb, 2005. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Figura 24: Curvas de nível do terreno 
 
Fonte: Semurb, 2005. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
40 
 
No lote, é possível notar a presença de uma grande massa verde na porção sul, próxima 
à rua Adolfo Ramires. Pretende-se, neste trabalho manter a vegetação existente como 
solução de conforto térmico, servindo de sombreamento para o projeto (Figura 25 e 
Figura 26). 
Figura 25: Terreno com destaque para massa verde 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Figura 26: Vista da Rua Adolfo Ramires (massa verde do terreno) 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Sobre a análise bioclimática, o universo de estudo está inserido na Zona Bioclimática 08, 
segundo a NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações. Para essa zona, a norma 
recomenda grandes aberturas sombreadas direcionadas para os ventos predominantes 
e o uso de ventilação cruzada como condicionamento térmico passivo. Quanto a 
insolação, as duas menores testadas do lote possuem maior incidência solar, pois estão 
voltadas para Leste e Oeste. Acerca dos ventos, em Natal, os predominantes são da 
41 
 
direção sudeste e leste. Sendo assim, ao sobrepor a Rosa dos ventos da cidade no terreno 
observa-se a predominância destes no sentido da massa de vegetação existente, como 
demonstra a Figura 27. 
Figura 27: Rosa dos ventos aplicada no terreno 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
3.2 Condicionantes legais 
Aqui, serão explanadas as legislações e normas pertinentes ao projeto que incidem na 
área de estudo. Essas premissas são condicionantes para o desenvolvimento deste 
anteprojeto, restringindo ou direcionando o processo projetual. Os documentos 
utilizados foram: Plano Diretor de Natal (2007), Código de Obras da cidade (2004), Código 
de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande do Norte e NBR 9050 
(2015). 
3.2.1 Plano Diretor de Natal 
O Plano Diretor de Natal, regulamentado pela Lei Complementar Nº082 de 21 de junho 
de 2007, tem como objetivo garantir o “desenvolvimento das funções sociais, e 
ambientais da cidade e da propriedade”. Segundo o Macrozoneamento do referido 
documento, o lote em estudo está inserido em uma Zona de Adensamento Básico, com 
coeficiente de aproveitamento básico de 1,2. Além disso, localiza-se na Área de Controle 
do Gabarito do Entorno do Parque das Dunas, onde, mesmo sendo permitido o 
adensamento, existe um controle quanto ao gabarito máximo admitido, objetivando 
42 
 
preservar o valor cênico-paisagístico da região. Segundo o Quadro II do Anexo I do Plano, 
o maior gabarito consentido para o terreno é 6m. 
Quanto às prescrições urbanísticas para a área, as taxas de ocupação e 
impermeabilização máximas são de 80%. Os recuos mínimos são: frontal de 3 metros; 
lateral de 1,5 metro e posterior não obrigatório. Entretanto, como o lote possui limite 
com as vias em três testadas, possui três recuos frontais e um posterior. Considerando a 
área total do terreno de 11335.35m², tem – se os seguintes valores na tabela abaixo: 
 
Tabela 2: Prescrições urbanísticas para o lote em estudo 
 Prescrições urbanísticas 
Coeficiente de Aproveitamento 1,2 
Recuos 
Frontal: 3,00 metros 
Posterior: não obrigatório 
Taxa de ocupação Máxima: 80% (9.068.28m²) 
Taxa de impermeabilização 
Máxima: 80% (9.068,28m²)Gabarito Máximo: 6m 
Fonte: Elaborada pela autora, 2017. 
 
3.2.1 Código de Obras de Edificações do Município de 
Natal 
Este documento está regulamentado sob a Lei Complementar nº 055 de 27 de janeiro de 
2004, e propõe diretrizes visando o conforto do usuário quanto a edificação e sua relação 
com o meio urbano. Para este estudo, foram aplicados os direcionamentos do Título III, 
que tratam sobre Normas específicas das Edificações. Segundo o Código é obrigatório em 
todos os projetos a presença de estacionamento, com acesso pela via de menor 
hierarquia e dimensões mínimas de vaga de 2,40m por 4,50m. Todas as vias limítrofes do 
lote são locais (Figura 28), sendo assim o acesso pode ocorrer por qualquer uma das vias. 
43 
 
Figura 28: Classificação das vias segundo Código de Obras de Natal, 2004. 
 
Fonte: Google, 2017. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
De acordo com a Tabela do Anexo III do documento, para esta edificação, do tipo 11 
(Escola do 2º grau, curso preparatório e ensino técnico) com acesso por vias locais, 
contabiliza-se 1 vaga a cada 70m² de área construída, além de exigir embarque, 
desembarque e casa de lixo. Para o cálculo das vagas, tem- se que: 
 1 vaga a cada 70 m² 
 Área construída: 3.548,23m² 
 Total de vagas: 51 
Segundo o anexo II do mesmo documento, que explana sobre o Dimensionamento das 
formas de acesso, para vias Locais, com necessidade de menos de 60 vagas, a opção de 
acesso mínima que deve ser prevista é a do tipo “a”, como demonstrado na Figura 30. 
 
Figura 29: Dimensionamento das formas de acesso 
 
Fonte: Código de Obras, 2004. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
44 
 
Figura 30: Opção de acesso “a” ao estacionamento. 
 
Fonte: Código de Obras, 2004. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
O Código ainda determina que todos os ambientes da edificação tenham aberturas 
direcionadas para a rua, pátio ou recuo. Além disso, elas devem ter no mínimo 1/6 da 
área do ambiente (para longa permanência) ou 1/8 em lugares de curta permanência. 
Desta maneira, todos os espaços propostos neste trabalho atendem à esta determinação. 
3.2.2 Código de Segurança contra incêndio e pânico 
do Rio Grande do Norte 
Essa legislação determina os critérios mínimos necessários para manter a segurança das 
edificações quanto a incêndio no Estado do Rio Grande do Norte. Segundo o documento, 
o anteprojeto aqui proposto classifica-se como “Reunião Pública”, de Risco II e “A” 
(quanto à ocupação). Para edifícios desta classe, o código faz as seguintes orientações 
pertinentes a este caso de estudo: 
 Os ambientes devem dispor de renovação de ar através da ventilação natural; 
 Deverá dispor de sistema de iluminação de emergência; 
 As portas de saída de emergência deverão ter abertura no sentido de saída e 
destravamento por barra antipânico; 
 Utilização de guarda-corpo nas sacadas, rampas e escadas, em material 
resistente, evitando-se quedas acidentais; 
Além disto, as edificações desta classificação devem atender às exigências de dispositivos 
de proteção contra incêndio quanto a altura e área construída. No caso, para edificações 
45 
 
com altura menor que seis metros, com área construída superior a 750 m², orienta-se, 
no que tange em relação a este estudo: 
 Prevenção fixa (hidrantes); 
 Prevenção móvel (extintores de incêndio); 
 Sinalização; 
 Instalação de hidrante público; 
Para abastecer a rede de hidrantes é necessário determinar uma reserva técnica de 
incêndio que será adicionada ao reservatório superior de água, e seja capaz de suprir os 
pontos de hidrantes durante 30 minutos (para áreas construídas de até 20 mil m², 
segundo o documento). O cálculo da capacidade é realizado de acordo com a fórmula: 
R = Q. T. H, onde: 
 R= reserva mínima 
 Q= vazão 
 T= tempo 
 H= quantidade de hidrantes 
O Código determina para risco II e “A”, a vazão de 180L/min e o uso de dois hidrantes 
simultaneamente. Desta maneira, o cálculo será: 
R = Q. T. H 
R = 180. 30. 2 
R = 10.800L 
3.2.3 ABNT – NBR 9050 (2015) 
A NBR 9050, de 2015, denominada “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos”, determina critérios que prevêem o emprego de acessibilidade 
em projetos, edificações novas, reformas, tanto no meio urbano quanto no rural, 
objetivando a inclusão e o acesso de todas as pessoas às edificações e equipamentos. 
Neste tópico serão apresentados critérios de maior relevância para o estudo proposto no 
limite determinado de anteprojeto. 
 Vagas: 
A norma estabelece que sejam reservadas vagas para idosos e para pessoas deficientes. 
No primeiro caso, devem estar posicionadas próximas aos acessos, buscando o menor 
percurso, e orientar observar a Resolução 303/08 do CONTRAN sobre a quantificação das 
46 
 
vagas para esse público (realizada a partir do Estatuto do Idoso): mínimo 5% do total. 
Desta forma, para o estacionamento do ATelier, serão necessárias no mínimo 3 vagas 
para idosos, já que o total calculado no item 3.2.1 é de 51 vagas. 
Para as vagas de pessoas com deficiência, a NBR prevê a instalação de uma faixa de 1,20m 
de circulação ao lado do espaço para o carro, que pode ser compartilhada por duas vagas. 
Além disso, ordena a observação da Resolução 304/08 do Contran acerca da 
quantificação das vagas: 2% do total de vagas, o que significa 2 vagas. 
 Rampas: 
São consideradas rampas, segundo a norma 9050/2015, todos os percursos com 
inclinação superior a 5%. Uma rampa pode ser inclinada até no máximo 8,33%, 
dependendo do desnível que vence, assim como pode variar a quantidade de segmentos 
permitidos para cada uma, como pode ser observada na Figura 31 . As rampas curvas 
(presentes no anteprojeto do estudo), o raio mínimo é de 3m, medido no perímetro 
interno da curva. Para o cálculo da inclinação, utiliza-se a fórmula: 
i = h x 100/c, onde: 
 i= inclinação 
 h= o desnível a ser vencido 
 c= comprimento horizontal da rampa. 
 
Figura 31: Dimensionamento de rampas 
 
Fonte: NBR 9050/2015. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Ainda sobre rampa, sua largura mínima recomendável é de 1,50m, porém a medida 
mínima aceitável é 1,20m. Além disso, a norma prevê a obrigatoriedade da presença de 
corrimãos em duas alturas de cada lado (0,92m e 0,70m), guarda corpo mínimo de 1.05m 
(quando não há presença de paredes laterais), assim como a instalação de guias de 
balizamento com altura mínima de 0,05m (Figura 32). 
47 
 
Figura 32: Detalhe de rampa 
 
Fonte: NBR 9050/2015. 
Nota: Adaptado pela autora 
 
Acerca dos patamares, devem possuir dimensão longitudinal mínima de 1,20m, e 
previstos no início, fim e quando houver mudança de direção na rampa (obedecendo a 
largura desta). 
 Acessos/circulações: 
A NBR determina que todas as edificações possuam entradas acessíveis, bem como as 
rotas que fazem a ligação das calçadas e estacionamentos ao edifício. Para os acessos, as 
portas devem possuir vão livre mínimo de 0,80m e altura de 2,10m. Sobre os percursos 
acessíveis, a largura mínima recomendável de faixa livre é 1,50m, sendo aceito 1,20m. 
Vale salientar que a trajetória máxima percorrida do estacionamento ao acesso principal 
do equipamento não deve ser superior a 50m. 
3.3 Condicionantes funcionais 
3.3.1 Público alvo 
Para iniciar o desenvolvimento do programa de necessidades e pré-dimensionamento, 
faz-se necessário a definição do público alvo. Neste caso, seria qualquer pessoa 
interessada pelos cursos oferecidos, além de empresas, marcas ou profissionais que se 
interessem em utilizar o espaço para eventos relacionados à moda, como desfiles, 
exposições fotográficas e outros. 
Sobre a quantidade de usuários, foi instituído realizar os estudos e dimensionamentos 
para 268 alunos por turno (a decisão projetual sobre a capacidade máxima para um turno 
girou em torno de 250 alunos, em virtude dos estudos direto e de referências, entretanto, 
dificilmente todas as salas estarão ocupadas com a quantidade máxima),além de 10 
48 
 
funcionários (3 de limpeza, 1 secretário, 1 coordenador, 1 diretor, 1 para os recursos 
humanos, 1 para financeiro, 2 recepção – térreo e superior), e 8 professores. 
 
3.3.2 Programa de Necessidades e Pré-
dimensionamento 
O programa de necessidades foi definido a partir do estudo direto realizado na sala de 
Ateliê do curso de Design de Moda da Universidade Potiguar, explicado no item 2.1.1. 
Através dele foi possível notar que é possível uma mesma sala comportar várias etapas 
do processo de produção da moda, desde que possua um layout bem funcional. 
Entretanto, ao contrário do curso da UNP, que foi organizado dentro das instalações já 
existentes do prédio, o edifício proposto neste trabalho final de graduação consiste em 
um equipamento destinado ao tema, e por isso deseja-se que possua salas específicas 
para cada etapa, representando uma cadeia de produção. 
 
Tabela 3: Programa de necessidades 
PROGRAMA DE NECESSIDADES 
Recursos humanos Atelier Espaço Multiuso 
Sala reunião Salas de aulas comuns Almoxarifado 
Coordenação Biblioteca Depósito 
Secretaria Lab. Informática Casa de lixo 
Diretoria Sala Professores Sala de Controle 
Financeiro Xerox Vestiários/banheiros 
Lab. costura Cantina Copa 
Lab. modelagem Loja Convivência (func) 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Após a definição do programa de necessidades, do público alvo, e do estudo direto, foi 
possível produzir o pré-dimensionamento. Com ele, é possível ter noção da área 
necessária do projeto e assim organizar os ambientes em setores. Para definir as áreas 
de cada ambiente, considerou-se as diretrizes elaboradas pelo CETEC Paula Souza, e o 
mobiliário. A seguir se encontram as tabelas com o pré-dimensionamento organizado por 
setor. 
49 
 
Tabela 4: Pré-dimensionamento setor administrativo 
SETOR ADMINISTRATIVO 
AMBIENTE ÁREA (UNID) Quant ÁREA TOTAL 
Recursos humanos 15 1 15 
Coordenação (pedagógica e de 
estágio) 
13 1 13 
Secretaria 13 1 13 
Diretoria 13 1 13 
Financeiro 13 1 13 
Sala reunião 20 1 20 
TOTAL 87 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Tabela 5: Pré-dimensionamento setor educação 
SETOR EDUCAÇÃO 
AMBIENTE ÁREA (m²) Quant ÁREA TOTAL (m²) 
Lab Costura 100 2 200 
Lab Modelagem 100 2 200 
Salas de aula comuns 80 4 240 
Lab Informática 80 2 160 
Ateliê 100 2 200 
Biblioteca 60 1 60 
Sala Prof 35 1 35 
Banheiro Masc 16 1 16 
Banheiro Fem 16 1 16 
Banheiro Adap 4 2 8 
TOTAL 1115 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Tabela 6: Pré-dimensionamento setor técnico 
SETOR TÉCNICO 
AMBIENTE ÁREA(m²) Quant ÁREA TOTAL (m²) 
Almoxarifado 5 1 5 
50 
 
Depósito 20 1 1 
Casa Lixo 9 1 9 
Sala controle 12 1 12 
TOTAL 27 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Tabela 7: Pré-dimensionamento setor funcionários 
SETOR FUNCIONÁRIOS 
AMBIENTE ÁREA (UNID) Quant ÁREA TOTAL 
Vestiário Fem 16 1 16 
Vestiário Masc 16 1 16 
Vestiário Adap 7 2 14 
Copa 16 1 16 
Convivência/Descanso 12 1 12 
TOTAL 74 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Tabela 8: Pré-dimensionamento setor apoio 
SETOR APOIO 
AMBIENTE ÁREA (m²) Quant ÁREA TOTAL(m²) 
Xerox 10 1 10 
Loja Aviamentos + 
papelaria 
15 1 15 
Cantina 20 1 20 
Banheiro Fem 16 1 16 
Banheiro Masc 16 1 16 
BWC Adap 4 2 8 
Espaço Multiuso + 
Convivência 
1000 (capac receber desfile para 400 
espectadores) 
1 1500 
TOTAL 1085 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
A área total estimada no pré-dimensionamento (2276m²) não prevê circulações verticais 
e horizontais, representadas pelas rampas e corredores, respectivamente, nem as áreas 
51 
 
das paredes, além de espaços acrescidos por decisões projetuais, como é o caso da laje 
de conivência. Por essas razões, a área final do projeto (3548,23 m²) foi superior ao 
previsto. 
3.3.3 Zoneamento 
O Zoneamento do projeto teve como ponto de partida a intenção de manter a massa 
verde existente no terreno, o melhor aproveitamento dos ventos, e a criação de um pátio 
descoberto para utilizar o conceito de “vitrine” (onde se cria um contato visual do interior 
com o exterior). Considerando a orientação solar, onde o sol nasce em Leste e se põe em 
oeste, e os ventos predominantes em Natal que são de Leste e Sudeste, principalmente, 
a disposição das salas de aula e laboratórios, lugares de maior permanência e uso 
principal do edifício, foi feita de modo a privilegiá-los quanto ao conforto térmico. Na 
 
Figura 33 é possível como o sol e os ventos se comportam dentro do terreno escolhido 
para implantação. 
 
Figura 33: Projeção solar e ventos predominantes no lote em estudo 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
O desejo principal era a criação de um pátio central descoberto, a partir disso, na 
proposta de zoneamento a melhor localização dos laboratórios quanto ao conforto e 
intenções projetuais, foi na porção mais sudeste e nordeste, no térreo, implantados em 
formato de “L”, objetivando aproveitar a vista para o pátio proposto e vegetação 
existente, enquanto que as salas de aulas convencionais ficaram no pavimento superior 
com orientação também sudeste. Próximo ao setor de educação foi locado o setor de 
apoio, pois ele contém os ambientes que contribuem para o melhor funcionamento do 
52 
 
primeiro. Entretanto, apenas a cantina foi zoneada na parte externa e mais distante do 
resto do setor, pois servirá de ponto de atração dos usuários para o pátio externo. 
Os setores de funcionários e técnicos também foram pensados no térreo: para acesso 
direto e facilidade de fluxos. O setor administrativo foi locado no primeiro pavimento 
para criar certa privacidade, pois os usuários em geral não necessitam de um contato 
diário com estes ambientes. 
Acerca do estacionamento, sua localização foi definida em virtude de sua área, pois 
demanda um grande de espaço para ser acomodado com a quantidade de vagas previstas 
de acordo como Código de Obras de Natal. Sendo assim o único local que caberia sem 
interferência no volume da edificação seria onde foi pensado. 
Com base nos estudos do tópico 3, o zoneamento foi evoluindo juntamente com a 
disposição dos ambientes previstos no programa de necessidades, a legislação incidente 
e as questões físico-ambientais e configurou-se como as figuras 34 e 35. 
 
Figura 34: Zoneamento Final – Pavimento térreo 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
 
53 
 
Figura 35: Zoneamento final – Pav. Superior 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
 
54 
 
4. PROCESSO PROJETUAL 
O processo projetual baseou-se na metodologia do livro Adoção do Partido na 
Arquitetura, onde Laert Neves relata três fases para o desenvolvimento de um projeto, o 
chamado planejamento arquitetônico: o primeiro consiste na coleta e análise das 
informações básicas através de fontes variadas que ajudarão a desenvolver o partido 
arquitetônico; o segundo, denominado de pelo autor de “ato criador”, é a fase de 
“transpor para o papel, para as plantas, na linguagem própria do desenho, a solução 
arquitetônica correspondente à formulação conceitual do projeto” (NEVES, 1989. p. 12), 
é nela que se produz o partido arquitetônico. Enquanto que a última etapa, a da solução 
formal, representa o desenvolvimento do projeto executivo, com toda a precisão que não 
surgiu no partido. 
Assim, após a etapa de coleta de dados, neste tópico será explanada a etapa “ato criador” 
para proposta do ATelier. 
4.1 Conceito e Partido 
arquitetônico 
O primeiro passo para iniciar o desenvolvimento do projeto é a definição do conceito. 
Neste estudo, ele está intimamente relacionado à atividade praticada no edifício: os 
moldes. Desenvolvidos durante o processo de produção do vestuário, essas peças 
confeccionadas em papel são a base para a confecção da maioria das vestimentas, a partir 
delas o trabalhador transporta o formato para o tecido final e assim, encaixando-as umas 
às outras, compõem a roupa e pode reproduzi-la quantas vezes desejar. Os moldes 
possuem muitas curvas, predominância de formas orgânicas

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