Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE PAULISTA GUILHERME OLIVEIRA BARBOZA PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES COMERCIAL Moda Casa (cama, mesa e Banho) de 60m² Araras 2023 GUILHERME OLIVEIRA BARBOZA RA 0619768 Curso sup. Tec. Design de interiores PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES COMERCIAL Moda casa (cama, mesa e Banho) de 60m² Araras 2023 Projeto integrado multidisciplinar do curso superior de tecnologia em design de interiores da universidade paulista – UNIP. Orientadoras: Prof.ª Patrícia Scarabelli e Prof.ª Rosana Conceição. B239p Barboza, Guilherme Oliveira – 1987 CDD: 729 CDU: 725 Projeto Design de interiores comercial, moda casa (cama, mesa e banho) de 60m² / Guilherme Barboza - Araras, 2023. (Aquivo tam.); PDF. 1.Trabalhos acadêmicos. 2. Design de interiores. GUILHERME OLIVEIRA BARBOZA RA 0619768 Curso Sup. Tec. Design de interiores PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES COMERCIAL Moda casa (cama, mesa e Banho) de 60m² Aprovado em: BANCA EXAMINADORA / / Professora: Patrícia Scarabelli UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP Projeto integrado multidisciplinar do curso superior de tecnologia em design de interiores da universidade paulista – UNIP. Orientadoras: Prof.ª Patrícia Scarabelli e Prof.ª Rosana Conceição. RESUMO O presente trabalho tem por objetivo realizar o desenvolvimento de um projeto de interiores comercial num espaço físico de 60m² situada em um shopping center. O projeto leva em consideração os pontos preconizados nas áreas de Cenografia e Vitrinismo, Metodologia do Projeto e História do Design e do Mobiliário, pelos quais foi possível a execução do projeto de acordo com as melhores técnicas e recursos. Para tanto, foram utilizadas pesquisas bibliográficas que forneceram importante conteúdo para a orientação da construção do projeto, bem como a utilização de programas de modelagem de projetos arquitetônicos. Além disso, foi selecionada uma peça de mobiliário assinada por um reconhecido designer para compor o ambiente, conforme exigido. Por fim, toda a construção foi compilada neste artigo com o objetivo de demonstrar o processo criativo e técnico do projeto. Palavras-chave: projeto; design de interiores; comercial. ABSTRACT The present work aims to develop a commercial interior design project in a 60m² physical space located in a shopping center. The project takes into consideration the points recommended in the areas of Scenography and Visual Design, Project Methodology and History of Design and Furniture, through which it was possible to execute the project according to the best techniques and resources. To this end, bibliographic research was used, which provided important content to guide the construction of the project, as well as the use of modeling programs for architectural projects. In addition, a piece of furniture signed by a recognized designer was selected to compose the environment, as required. Finally, the whole construction was compiled in this article with the objective of demonstrating the creative and technical process of the project. Keywords: Project; interior design; commercial. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 1. PRELIMINARES ............................................................................................... 7 1.2. Estudo do local e levantamento ..................................................................... 8 1.3. Pesquisa de Mercado .................................................................................... 9 1.3.1. Definição do público-alvo e objetivo da pesquisa ........................................... 9 1.3.2. Definição da coleta de dados ......................................................................... 9 1.3.3. Definição dos métodos de pesquisa de dados primários ............................... 9 1.3.4. Definição da amostra ..................................................................................... 9 1.3.5. Elaboração dos elementos de pesquisa ........................................................ 9 1.3.6. Aplicação da pesquisa ................................................................................... 9 1.3.7 Tabulação dos dados ...................................................................................... 9 1.3.8 Elaboração do relatório final ......................................................................... 10 1.3.9. Tomada de decisão ..................................................................................... 10 1.3 Legislação e normas ..................................................................................... 10 2. DESIGN OU PROCESSO CRIATIVO ............................................................. 11 2.1 Estilo e cenário ............................................................................................. 11 2.2 Estudo aplicado das cores ............................................................................ 12 2.3 Painel conceitual / moodboard ...................................................................... 14 2.4 Fachada ........................................................................................................ 16 2.4.1 Croqui da Fachada ........................................................................................ 17 2.5. Leiaute ......................................................................................................... 17 2.5 Materiais ....................................................................................................... 18 3. LEIAUTE ......................................................................................................... 20 3. MOBILIÁRIO ASSINADO ............................................................................... 22 3.1. História da Mole, ícone do design nacional ................................................. 23 4. DESCRIÇÃO DA OBRA ................................................................................. 24 4.1. Pisos ............................................................................................................ 24 4.2. Forro ............................................................................................................ 25 4.3. Paredes ....................................................................................................... 25 4.4. Laje do 1º pavimento ................................................................................... 25 4.5. Fachada ....................................................................................................... 25 4.6. Iluminação ................................................................................................... 25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 26 APÊNDICE A – PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES ............................... 27 6 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta o passo a passo da criação de um projetode design de interiores para um espaço comercial situado em um shopping center. O projeto, por sua vez, tem como intuito de conceber e organizar um espaço físico de modo que, atenda ao propósito final do cliente de exercer suas atividades comerciais de maneira produtiva e criar uma disposição atraente para seu público-alvo. Para elaboração deste trabalho, foram aplicados conceitos temáticos e expográficos e conceitos de mobiliário estudados nas disciplinas. O manual do PIM V que orienta a elaboração deste trabalho, traz um pré levantamento da localização da loja em forma de croqui como: planta de situação e das dimensões locais. No croqui de situação há dados das lojas vizinhas e dados que trazem detalhes sobre o volume de circulação de pessoas no local, tornando possível um planejamento e a escolha temática dentre as 4 citadas na proposta pré levantada no manual. O conteúdo da disciplina cenografia e vitrinismo cooperou para a composição e elaboração do ambiente proposto, trazendo embasamento necessário para que o projeto de design se torne atrativo aos clientes e atingindo o objetivo final, que é, atraí-los para dentro da loja. A disciplina história do design e do mobiliário fundamentou a escolha do mobiliário aplicado ao projeto. conforme proposto pelo manual do PIM V, o cliente deseja que em sua loja seja escolhido um mobiliário assinado por um designer famoso, trazendo junto a essa escolha um significado que se una ao projeto de design. O desenvolvimento deste projeto multidisciplinar foi balizado na disciplina metodologia do projeto, que por sua vez, trouxe conhecimento para escolher e aplicar a metodologia a este trabalho. Para investigação do comportamento de consumo no shopping, usou-se a pesquisa aplicada. Fez-se uso do método de pesquisa descritiva e quantitativa como métodos fundamentais para o levantamento dos dados e observações mercadológicas nesse estudo de caso. O método de pesquisa bibliográfica foi usado como apoio aos conceitos de design de interiores aplicados a este projeto. O processo de desenvolvimento deste projeto seguiu as seguintes etapas: briefing, pesquisa, análise e justificação da escolha temática e o desenvolvimento do projeto de design de interiores. Após essas etapas foi criado um capítulo com as considerações finais, a fim de registrar a experiência pessoal, acadêmica e profissional no desenvolvimento deste projeto. Por fim, foram incluídos o memorial descritivo, anexos referentes ao desenho técnico e as referências bibliográficas que embasaram teoricamente a execução deste trabalho. 7 1. PRELIMINARES 1.1. Briefing O manual do Pim V nos traz um tema que se trata de uma contratação de um designer de interiores que, no caso, se trata do autor deste trabalho, está sendo contratado para desenvolver um projeto de design de interiores comercial de uma loja em um shopping. O cliente deseja que seja desenvolvido um cenário atraente e uma vitrina que chame a atenção dos frequentadores do shopping. Há um pré-levantamento do local fornecido pelo cliente, contendo o ambiente em croqui de situação mostrando o posicionamento da loja em relação as outras na galeria do shopping, contendo informações que remetem a importância da localização, que, por meio do croqui, é possível ver que se trata de uma localização privilegiada, pois está no caminho de circulação que leva as pessoas ao cinema e a praça de alimentação. Além disso, traz informações do ambiente interno da loja, onde será desenvolvido o projeto como: espessura da parede, pé direito, pontos de tomada, piso, estrutura do telhado, altura da parede, comprimento e largura interna do ambiente. Também traz detalhes sobre o cliente e suas exigências como: A ajuda do designer para definir a temática e a utilização de um móvel assinado por um designer famoso que traga conceito e significado amarrado ao projeto de design de interiores. Dentre as temáticas apresentadas, o cliente quer saber qual tema será mais bem inserido no contexto e localização tendo em vista o comércio existente, volume de pessoas e o privilégio da localização, sendo assim, o designer terá que escolher com base em uma análise por meio de um método que justifique a sua escolha dos temas como: joalheria (joias e relógios); Delicatessen (chocolates finos e doces finos); Telefonia (celulares e acessórios); Moda casa (cama, mesa e banho). Após a reunião com o cliente tendo ficado claro o seu perfil e o programa de necessidades, o designer já tem informações suficientes para dar início as próximas etapas do desenvolvimento de todo trabalho. Gurgel (2007) cita os passos: estudar o local; juntar os dados; design ou processo criativo. As informações passadas do ambiente pelo cliente terão de ser confirmadas. “[...]Mesmo com uma planta em mãos, é sempre bom conferir in loco todas as informações referentes ao local, para verificarem alterações já realizadas:[...]” (Gurgel, Miriam., 2007, p. 20). O processo de criação começa realmente após a definição de “O que”, Para quem” e “Onde”. As soluções serão infinitas, portanto, a existência de um briefing nos fornecerá diretrizes, nos manterá nos trilhos e organizará o projeto. (GURGEL, 2007, p. 21). 8 1.2. Estudo do local e levantamento Foi realizado também o levantamento geral do ambiente, incluindo seus pontos de elétrica e hidráulica e dimensões. A área total da loja é de 60m², com dimensão de 6m x 10m, possui pé direito de 6m. Existem também pontos de tomada de 20 A a cada 2,5m na parede há 30cm de altura do chão “novas”. Existe um painel elétrico e outro de rede e dados. Há um pequeno tanque no fundo da loja com um ponto de água, passa pela estruturas metálicas na parte superior um tubo d’ agua de 25mm de pvc por toda extensão do ambiente. A loja possui paredes rebocadas com um reboco novo sem seladora medindo 2cm de espessura, as paredes são de tijolo cerâmico de 15cm de espessura, aparentemente muito resistente para carga de adornos; o contrapiso é de concreto e possui rebaixo em de 1 cm em relação ao piso do corredor do shopping e não possui forro. Não há elétrica na parte superior, existem 4 saídas de eletroduto na parte superior destinados para o circuito de iluminação ou outros. A faixada recebe iluminação natural do corredor do shopping. Junto a esse levantamento foi elaborada uma pesquisa exploratória como investigação preliminar, sobre a circulação das pessoas durante o levantamento do ambiente, fazendo observação do público frequentador. Observou-se se tratar de pessoas, de meia idade em sua maioria. Observou-se uma circulação intensa de pessoas durante todo o período, consultado os vendedores das lojas vizinhas sobre os dias de maior circulação, e os dias em que há menos circulação de pessoas, e o perfil das pessoas que circulavam nos períodos de maior circulação e de menor circulação. Esses dados foram anotados, para que, posteriormente possa se definir um método de pesquisa que traga maior fidelidade e compreensão deste estudo de caso para obter diretrizes para o processo criativo. A pesquisa exploratória é a fase preliminar. Tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses; ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. (BOTTA, 2020, p. 27) Na maioria dos centros comerciais modernos, o tráfego é medido continuamente, em geral por dispositivos instalados nas entradas ou acima delas. Mas, ainda que assim seja, antes de escolher uma localização, os gestores da loja devem visitar o centro comercial várias vezes para saber onde acontecem diferentes atividades de entretenimento, a fim de ter um quadro completo do númerode pessoas que passam pela localização pretendida. . (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) 9 1.3. Pesquisa de Mercado Após a realização de pesquisa exploratória de forma preliminar, foi possível definir que um método de pesquisa que mescla entre a descritiva e quantitativa, para a escolha da melhor temática de loja conforme a solicitação do cliente no briefing. A pesquisa foi elaborada pelos seguintes passos: Gomes, Isabela Motta. (2013) Definição do público-alvo e objetivo da pesquisa; definição da coleta de dados; definição dos métodos de pesquisa de dados primários; definição da amostra; elaboração dos elementos de pesquisa; aplicação da pesquisa; tabulação dos dados; elaboração do relatório final; tomada de decisão. 1.3.1. Definição do público-alvo e objetivo da pesquisa Clientes em potencial; conhecer os tipos de clientes que visitam o shopping e suas preferências; identificar os perfis de pessoas que visitam o shopping; hábitos de consumo; 1.3.2. Definição da coleta de dados Buscou-se dados sobre as temáticas propostas nos órgãos de apoio ao comercio, como SEBRAE, IPEA, IBGE, SEADE, informações sobre a concorrência, analisou-se características dos consumidores de cada setor. Vantagens e desvantagens, unido a pesquisa exploratória feita no shopping. 1.3.3. Definição dos métodos de pesquisa de dados primários Nesta etapa levantou-se os métodos de pesquisa, para poder coletar os dados e reunir as informações. 1.3.4. Definição da amostra Nesta etapa escolheu-se dentre os métodos de pesquisa levantados na etapa anterior a que trouxesse as amostras mais acertadas dentro das diretrizes pertinentes. 1.3.5. Elaboração dos elementos de pesquisa Elaborou-se os questionários, roteiro de entrevistas e formulário de avaliação. 1.3.6. Aplicação da pesquisa Recrutamento do pessoal que fez a pesquisa, treinamento, definiu-se melhor horário e os dias para melhor aplicar a pesquisa. 1.3.7 Tabulação dos dados Reuniu-se e agruparam-se todos os dados, gerou-se gráficos. 10 1.3.8 Elaboração do relatório final Após analisar e cruzar todos os dados, houve a resposta para cada setor temático, considerando todas as variáveis de mercado externo e interno do shopping, sendo possível analisar com clareza cada vantagem e desvantagem com uma base sólida e palpável de dados e conclusões. 1.3.9. Tomada de decisão Com base em toda pesquisa aplicada e cruzamento de dados de forma assertiva concluiu-se que o melhor tema é o Moda Casa (cama, mesa e banho). 1.3 Legislação e normas Após o estudo do local, levantamento e pesquisa de mercado, foram feitos os seguintes levantamentos: das normas locais do shopping quanto ao código de obras, exigências, providências e considerações. Observou as normas técnicas e checou-se os órgãos competentes. Tendo feito isso, prosseguiu-se para próxima etapa com diretrizes suficientes para ter um projeto que respeite as legislações e normas vigentes. O primeiro passo quando se pensa em projeto é verificar com os órgãos públicos, principalmente com as prefeituras municipais, quais as providências legais que devem ser tomadas. Cada prefeitura seguirá diferentes leis estabelecidas no Código de Obras do município em questão. Verificar as Normas Brasileiras (NBRs) editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT- www.abnt.org.br) é altamente recomendável, pois elas ditam normas válidas para edificações em todo Brasil. (GURGEL, 2005, p.17) Quando o projeto for executado dentro de um shopping center ou galeria, devem ser examinadas e seguidas também as orientações e restrições impostas pela construtora ou pela administradora do empreendimento. As restrições podem estar relacionadas a materiais não permitidos, ou até ao horário e a forma de executar o projeto. (GURGEL, 2005, p.18) 11 2. DESIGN OU PROCESSO CRIATIVO Chamamos de design a arte de combinar formas, linhas texturas, luzes e cores para criar um espaço ou objeto que satisfaça três pontos fundamentais: a função, as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários e a utilização coerente e harmônica dos materiais. (GURGEL, 2005, p.25) Após as etapas anteriores, reuniram-se diretrizes suficientes para poder desenvolver o processo criativo. Para conceber o projeto de design de interiores, observou-se os princípios do design como: equilíbrio; harmonia; unidade; tamanho escala e proporção; contraste; ênfase e centros de interesse; variedade. Unido conceitos de design, aplicou-se os conceitos e normas referentes a ergonomia e acessibilidade e merchandising visual. 2.1 Estilo e cenário Na abordagem consideramos que as “roupas da casa”, como linguagens simbólicas de vínculos familiares, contribuem para o fortalecimento da identidade de um indivíduo; o conhecimento da história pessoal permite o autoconhecimento, a consciência do seu lugar no mundo, promove confiança e segurança nas relações (FOSCHIERA, 2009). Dados esses vínculos, os panos, como “peças de lembranças” da história familiar não somente propagam a individualidade da memória de cada família, mas também da memória social mais ampla. (HALBWACHS, 1925). O conceito para a composição da loja leva em conta o tipo de público que a frequenta, bem como o produto que estão indo buscar. Os produtos de cama, mesa e banho fazem parte da história de todas as pessoas e remetem ao lar e ao conforto. Consumidores destes itens procuram além de uma peça para decoração algo que seja útil, duradouro, que tenha beleza, sofisticação e qualidade. Além disso, há uma forte relação com a história familiar de cada pessoa e suas raízes, portando a loja deve comunicar a ideia do lar moderno, inserida no contexto atual, atendendo a expectativas do público-alvo e do cliente. Para tanto foram escolhidos materiais que compõem o ambiente do lar moderno, trazendo uma conexão com os enxovais e sua simbologia. Com base nesse tema gerou-se uma expografia somando simbolicamente o conteúdo à ideia e a forma gerando a percepção temática que remete ao lar. 12 Expografia é o conjunto de técnicas para o desenvolvimento de uma exposição. A expografia é um espaço construído, físico e simbolicamente, constituído por três elementos básicos: o conteúdo, a ideia e a forma e que somados geram a percepção, a experiência estética. Uma expografia é antes de tudo a construção de um espaço (exposição) que pode ser comparada com a tarefa de se escrever um texto; é a soma dos esforços e propostas que procuram estabelecer uma composição rítmica a um discurso preexistente, entendendo os seus processos de concepção e de montagem enquanto um eixo comunicacional dividido entre a fundamentação das ideias, a produção imagética e a sua extroversão. BAUER, Jonei. O que é expografia? Blog museologia disponível em: https://www.triscele.com.br/triscele/expografia/o-que-e-expografia. Acesso em: 27de março 2023. Antes de compor o cenário, foi feito um estudo aprofundado das cores e seus efeitos sobre as formas do ambiente e sobre nossas emoções, após isso, foi desenvolvido um painel conceitual ou moodboard para reunir cores, texturas e objetos compuseram o ambiente. Para trazer o conceito “casa e lar” ao ambiente comercial, foram selecionadas cores, texturas e padronagens aplicadas a residência moderna, porém o que se alterou em relação à casa foi a funcionalidade a que se destina, portanto foram fundidos dois conceitos, lar + comércio ou lar comercial. O conceito comercial tornará atraente o conceito lar se apropriando deste tema. O conceito comercial traz consigo todo conceito de merchandising visual para exposição dos produtos de forma estratégica dentro do design de loja. 2.2 Estudo aplicado das cores As cores foram escolhidas com base nos estímulos que se desejam alcançar neste ambiente comercial. Diferentede um projeto de interiores para um lar de fato, onde almejamos alcançar um cenário que se pareça com uma casa de fato, que traga sensações de estar morando em uma casa. Neste projeto não buscou a sensação ou atmosfera de estar morando em uma casa, mas buscou um cenário que remeta a um lar somente, não haverá estruturas fidedignas a que uma casa tenha de fato, para compor o cenário aplicou-se o mobiliário, tecidos e enxovais. A atmosfera buscada neste projeto tem o intuito de ligar os conceitos para criar uma atmosfera comercial condizente com o tema para que tudo faça sentido. Foi feita uma ampla pesquisa bibliográfica para criar a atmosfera desejada com os estímulos esperados, recorreu- se a literatura no que diz respeito às propriedades e efeitos das cores sobre nossas emoções tanto em bibliografias de projetos focados no design de interiores residenciais quanto nos aplicados a projetos de design de interiores comercial, com o intuito de fundir os conceitos e unir as expectativas. 13 Para descobrir como as cores afetam o comportamento do consumidor, temos de responder a duas perguntas: qual é a cor? O que afeta? É claro que não podemos fazer uma afirmação geral sobre como as cores afetam o comportamento de compra, mas temos de considerar qual queremos usar. Do mesmo modo, temos de pensar qual é o comportamento que queremos conseguir. Semelhante ao modelo Mehrabian-Russell, podemos alcançar dois efeitos emocionais diferentes com o uso da cor, que podem ser classificados segundo duas dimensões: prazer e estimulação. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) Para conceber a atmosfera usou-se como referência a Tabela 1, somada a pesquisa de mercado, que concluiu que a maioria do público que compra produtos de cama, mesa e banho são do público feminino, porém, as compras feitas pelo público masculino têm aumentado ano a ano, pensando nisso de antemão buscou-se conceber um ambiente favorável aos dois públicos, tendo os dois como público-alvo. Como já discorrido anteriormente os clientes desse setor buscam entre os produtos itens de qualidade e elegância que sejam duradouros que tragam para o lar: conforto, alegria, relaxamento, paz, sofisticação, estabilidade e segurança. Tabela 1 – Associação comuns às cores Cor Associação Branca Pureza, limpeza, refinamento, frieza; principalmente associações positivas Preta Muitas vezes, emoções negativas, como luto ou infelicidade, mas também elegância, alta qualidade, poder, maestria Amarela Alegria, frescor, vitalidade, um ambiente caloroso e confortável Verde Natureza, esperança, calma, relaxamento, frescor, saúde, liberdade Azul Calma, graciosidade, segurança, harmonia, amizade, esperança, prestatividade, conforto, autoridade Vermelha Estimulação, excitação – positiva (amor, paixão) ou negativa (cólera), vitalidade, atividade, novidade, mas também agressividade e força Laranja Poder, disponibilidade, informalidade Marrom Estabilidade, segurança, vida diária, madeira, árvores, terra Dourado Elegância, exclusividade, poder, riqueza Prata Feminilidade, frieza, inacessibilidade, cerimônia, simplicidade, distância FONTE: EBSTER, Claus. 2013 14 Após identificar as emoções, expectativas, prazeres e estímulos esperados, reuniu-se as diretrizes suficientes para escolher as cores que tragam essas sensações com base em suas propriedades, podendo após isso serem usadas como ferramenta de projeto de forma consciente com base em pesquisas. Além das pesquisas com base no desenvolvimento do design comercial foram cruzadas informações com base em design de interiores residenciais. Gurgel (2007) cita sobre as propriedades e efeito das cores: Azul está ligada a lealdade, respeito e responsabilidade. Azul em tons pasteis acalmam e aumentam visualmente os ambientes; Vermelho, estimulante, ligado a agressividade, poder, diminui visualmente os ambientes; Laranja, intelectualidade, aconchego, movimento e ação, antidepressivo; Amarelo, alegria, riqueza, estimula criatividade e intelecto previne depressão, pois levanta o espirito, reflete muito bem a luz; Verde, baixa a pressão arterial, confortante, antiestresse, equilíbrio, harmonia, honestidade, confiabilidade, caridade compaixão e esperança; Preto, sóbrio, masculino, impessoal e sofisticado, absorve a luz diminui visualmente tamanho de objetos. Branco, inocência, fé, pureza, claridade, alegria e higiene, destaca melhor as cores ou objetos sobrepostos a ele; Cinza, sabedoria e idade, funcionam bem quando utilizados em composição ao lado de cores quentes. Cruzadas as informações com bases nas bibliografias pesquisadas sobre as cores,então, adotou-se um esquema de cores com bases nas diretrizes citadas que mais represente o lar moderno contemporâneo, para isso usou-se a ferramenta Adobe color, após isso, criou-se um painel conceitual. 2.3 Painel conceitual / moodboard Foi montado um painel com esquemas de cores e texturas combinado a alguns mobiliários e produtos que serão utilizados no projeto, as cores não seguiram um esquema do círculo cromático, mas usou-se das propriedades e características de cada uma delas para alcançar o objetivo final que compõe o tema “lar” e para além do tema também alcançar os estímulos e prazeres na composição do conceito comercial discorridos anteriormente. Na realidade não precisamos de uma cartela ou referencias para escolher cores. Todas as manhãs nos vestimos e criamos, assim, diferentes esquemas de cores. Porque então devemos seguir algumas regras? Porque, como já citado, as cores atuam não só na mente, mas também no espaço, podendo alterar visualmente suas dimensões. Conhecer cada cor, suas propriedades e características é o único modo de utilizá-las como “ferramenta” de projeto. (GURGEL, 2007, p.56) 15 Imagem 1 – Painel conceitual ou moodboard FONTE: Guilherme Barboza, 2023. Para elaborar painel acima, buscou-se um esquema de cores na ferramenta Adobe color que melhor representasse um lar moderno contemporâneo, a imagem foi editada no software Corel Draw. Durante a elaboração do painel conceitual foi possível analisar a quantidade de cada cor que será aplicada ao projeto, buscando harmonia entre todos os materiais e cores envolvidas. Lembre-se que o sucesso de um esquema não está apenas nas cores escolhidas. São da mesma forma importantes a quantidade de cada cor, as texturas das superfícies aonde foram aplicadas, a iluminação natural e artificial existente e a função do ambiente. Quando todos esses fatores estão harmonicamente combinados é que podemos dizer que o esquema de cores foi bem escolhido (GURGEL, 2007, p.57) Após a elaboração do painel conceitual e aplicado as cores, texturas, materiais, produtos e mobiliários que serão aplicadas no projeto. As diretrizes formadas com base nas pesquisas citadas e soluções encontradas, tornou possível prosseguir para as próximas etapas ainda dentro do processo criativo. Nas próximas etapas foram colocadas as ideias no papel em forma de croqui, desenho feito a mão para buscar ideias criativas com base em todo estudo feito até aqui. Com o desenho à mão, foi possível organizar ideias, ajudou a esclarecer o projeto e estruturá-lo, para que ele possa se desenvolver de forma mais plena. O desenho feito à mão foi o ponto de partida para a materialização deste projeto. 16 2.4 Fachada A maioria dos consumidores decide se entra ou não em uma loja depois de alguns segundos de observação. Portanto, a meta principal do design externo é, em primeiro lugar, atrair a atenção do consumidor e então transmitir uma imagem que o estimule a entrar na loja. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) Para o desenvolvimento da fachada levou-se em considerações as afirmações de Ebster (2013) que diz: para criar uma fachada atraenteo exterior deve ser coerente com o tema do interior da loja. O tema já discorrido e definido anteriormente na secção 2.1 “Estilo e cenário”, nos deu a base para projetar uma fachada atraente dentro das diretrizes do tema, cores e dos objetos envolvidos ambos discorridos anteriormente. Levando em consideração todo estudo até aqui, foi desenvolvida uma fachada com base no arquétipo da casa moderna contemporânea, constituindo um enredo expográfico com base na pesquisa do merchandising visual, ou seja, produzindo uma experiência atrativa, subjetiva e sensorial no primeiro contato visual dos clientes. A ideia baseou-se em colocar uma fachada realística de uma casa moderna contemporânea somada a ela a vitrine, foi levado em consideração conforme discorrido na secção 1.2 “Estudo do local e levantamento”, a iluminação natural que é recebida pelo corredor do shopping, sendo possível o uso de plantas naturais no projeto. Para a composição do enredo com o propósito de seduzir, atrair e envolver o cliente no tema, foi esboçada uma fachada recuada, com grama sintética, e plantas naturais com aromas e uma vitrine em L que pudesse tirar o cliente da circulação do corredor do shopping e ser envolvido gradativamente no enredo seguindo as etapas: primeiro contato visual > curiosidade > experiência sensorial do piso e aroma das plantas > sedução, promessa, identificação afetiva de forma subjetiva por meio da vitrine > zona de transição afastada do corredor do shopping, cliente consegue ver toda a loja na zona de transição externa para interna > transição externa para interna, mudança de piso, música e aroma. Use estímulos afetivos ou emocionais como "persuasores ocultos Por exemplo, água em vitrines de lojas pode atrair olhares. De modo semelhante, sinais da natureza, como plantas ou animais, atrairão consumidores inconscientemente. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) Fachada recuada. Para atrair consumidores em uma rua de comércio, pode- se usar uma fachada recuada. Os consumidores poderão examinar as vitrines mais detalhadamente sem se preocupar com o fluxo de tráfego de pedestres na rua. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) 17 Constatamos que eles caminhavam consideravelmente mais devagar sobre o piso macio do que sobre o duro e tendiam a parar com mais frequência quando passavam de um tipo de piso para o outro.38 Essa constatação nos levou a aconselhar os varejistas a variar a forração dos pisos em uma loja ou centro comercial (veja a Figura 3.6). Para aumentar o tempo que os consumidores passam em certas áreas, deve-se usar um piso macio (por exemplo, nas várias zonas de apresentação de mercadorias fora do laço). (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) 2.4.1 Croqui da Fachada Seguindo o enredo citado anteriormente na secção 2.4, foram desenvolvidos os croquis feito a mão conforme mostra a imagem 2, dando início a ilustração do pretendido para que as ideias fossem sendo passadas para o papel e facilitando as etapas posteriores de modelagem e escolhas de materiais. Imagem 2 - Croqui da fachada FONTE: Guilherme Barboza, 2023. 2.5. Leiaute O leiaute da loja é de extrema importância, existem extensas pesquisas que comprovam a eficácia de um leiaute bem desenvolvido. As pesquisas de merchandising visual apontam para a importância e trazem considerações valiosas das quais foram aplicadas a este projeto. Existem padrões comportamentais que foram observados nessas pesquisas, com vários métodos que tornaram possíveis aferir esses comportamentos, como por exemplo a circulação. Ebster (2013), cita em sua pesquisa bibliográfica que os consumidores adotam um padrão de percurso anti- horário após a entrada em uma loja, no entanto, baseou-se em uma pesquisa de circulação apenas. Após isso, corroborou com base em uma pesquisa no design de 18 loja e definiu que, isso não é uma predisposição das pessoas e conclui que a loja é quem conduz o cliente e deve conduzi-lo, por isso, acrescenta também que o melhor lado para a entrada de uma loja é pela esquerda e que isso faz com que eles processem melhor as informações, com base nessas informações foi escolhida a entrada da loja sendo a do lado esquerdo assim como foi feito no croqui na seção 2.4.1. Os consumidores provavelmente não têm uma predisposição inata ou aprendida de andar para a direita. Ao contrário, é a loja que os faz andar nessa direção, porque na maioria delas a entrada está do lado direito da fachada. A menos que caminhem diretamente para a área dos caixas depois de entrar na loja (o que é pouco provável), os consumidores são mais ou menos forçados a se dirigirem em primeiro lugar até o fundo da loja, à direita, e, então, por fim, virar à esquerda. Na verdade, pesquisas recentes sugerem que os consumidores poderiam melhor processar as informações se a entrada fosse à esquerda da loja, em vez de à direita. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) Existem diversos leiautes na literatura como: loja com balcão onde os produtos ficam atrás do balcão forçando assim um contato direto com o atendente; leiaute de trajeto obrigatório que o cliente é obrigado a fazer um certo percurso podendo ter atalhos ou não; Leiaute em grade é comumente feito na maioria dos supermercados no Brasil; Leiaute livre procura dar ao consumidor mais liberdade, No layout livre, o posicionamento de corredores, expositores e prateleiras segue um padrão livre, em vez de uma grade. Esse layout tem diversas vantagens:10 • Realça o ambiente da loja e a experiência de compra do consumidor; a loja parece menos árida e mais interessante; • Os consumidores se sentem incentivados e provavelmente examinarão a mercadoria mais à vontade; Os consumidores se sentem menos pressionados, e, assim, é mais provável que façam compras não planejadas. (EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E-book.) o leiaute livre foi o escolhido para esse projeto por obviedade, em se tratando de uma loja de shopping aonde a liberdade para a compra sempre será o tema geral. Somado ao leiaute livre foi usada a técnica chamada laço, são caminhos criados por meio de métodos entre eles: linhas no piso de diferentes cores; Corredores largos; Iluminação adicional no teto; Diferenças de materiais no piso e pontos focais. 2.5 Materiais Os materiais assim como as cores foram escolhidos conforme as suas propriedades. Os materiais assim como as cores passam sensações, impressões e permitem as pessoas fazerem associações. Na imagem 1, da seção 2.3 “Painel 19 Conceitual ou moodboard” foram escolhidos materiais conforme dispostos nesta seção, buscando passar ao cliente a sensação esperada de forma planejada conforme cada etapa a partir do primeiro contato visual até a sua saída da loja. Esse planejamento só foi possível com base em estudo das sensações que cada material passa com base na literatura. Abaixo uma a tabela 2, traz as sensações que e associações que cada material provoca. Após verificar todos os materiais suas características, sensações e associações reunimos assim as diretrizes suficientes para conceber todo o projeto. Após isso, desenvolveu-se croquis de ambientação para começar dar forma às ideias com base em todo estudo até aqui, neles foram Tabela 2 - Materiais usados no design de lojas e as associações que fazem seus consumidores Material Associações dos consumidores Tijolo Durável, aconchegante e natural Vidro Frágil, moderno e fabricado. Madeira Natural e artesanal Ferro e aço Tempos antigos Aço inoxidável Agressivo e profissional Metais Frio, estéril e preciso Polímeros Brilhantes, alegres e divertidos CerâmicaRígida, fria, durável e higiênica Metal usinado Durável, robusto e tecnologicamente superior Plástico Lúdico e de baixa qualidade FONTE: EBSTER, Claus. 2013 colocados todas as observações referentes a estudo de circulação, materiais escolhidos, iluminação, ou seja, por meio dos croquis começou-se a tomar forma. Para o estudo foram desenvolvidas pranchas na escala 1:50 procurou observar as normas referentes ergonomia e acessibilidade e a organizar o leiaute da loja considerando as técnicas de merchandising visual, procurando a melhor disposição do leiaute para conduzir o cliente de forma planejada para uma experiência completa de sensações e associações. Também se desenvolveu um prévio planejamento da iluminação com base no leiaute definido podendo assim finalizar o conceito da loja e prosseguir para a modelagem em BIM. 20 3. LEIAUTE No primeiro croqui abaixo na imagem 3, o leiaute foi organizado de forma a caber todo o mobiliário e usando deles para criar possíveis rotas que conduzem os clientes a pontos específicos previamente planejados, evitando barreiras psicológicas, e evitando também uma condução muito forçada para evitar estressar o cliente. Com esse croqui procurou comunicar uma visão global do enredo proposto desde o primeiro contato visual, onde o cliente observa uma casa realística no meio de um shopping, e observa a grama, plantas e a marca da loja, observa a entrada e se aproxima. Ao se aproximar fará sua primeira transição do corredor do shopping para a grama sintética, nesse momento ele entra em contato com um piso macio que segundo a literatura já mencionada o fará andar mais devagar para observar a vitrine, as plantas trarão afetividade, o verde na grama e nas plantas trará a ele um certo relaxamento e um leve estímulo. A vitrine foi pensada a trazer uma memória afetiva entre a maioria das pessoas, para isso, foi colocada uma cama com dois manequins encenando duas crianças brincando em cima da cama. A vitrine terá 2 pavimentos, no pavimento superior terá o móvel escolhido para compor a vitrine também com um manequim vestido com roupão de banho em um momento de relaxamento sob a luz de um abajur. Ao observar um pouco mais o cliente poderá ver toda loja por meio da vitrine, nesse momento ele estará afastado do movimento do corredor do shopping, andando devagar observando a encenação e os produtos dentro da loja, ao decidir entrar vai se deparar com um piso em granito branco Siena, Esse piso mais duro na entrada faz um contraste entre o verde externo e o marrom interno convidando o cliente a entrar de forma intuitiva, por se tratar de uma entrada muito semelhante as casas modernas, e o piso duro conforme a literatura o fará andar mais rápido, contribuindo para conduzi-lo para dentro da loja. Ao entrar fará uma transição do granito, para um piso vinílico madeira na cor marrom, que trará uma sensação de naturalidade, estabilidade, segurança. 21 Imagem 3 – Croqui de materiais e circulação Imagem 4 – Croqui de circulação do1ºpavimento FONTE: Guilherme Barboza, 2023. FONTE: Guilherme Barboza, 2023. Imagem 5 – Estudo iluminação do piso FONTE: Guilherme Barboza, 2023. Imagem 5 – Estudo iluminação do 1º pavimento FONTE: Guilherme Barboza, 2023. 22 3. MOBILIÁRIO ASSINADO O mobiliário assinado por um designer renomado, foi escolhido com base no lar moderno contemporâneo brasileiro que une conforto, estilo e materiais que refletem as características da nossa nacionalidade, para tanto, a Poltrona Mole do designer Sergio rodrigues foi a escolhida. o Designer Sergio rodrigues é conhecido mundialmente pelos seus móveis de cara e alma brasileira. Rodrigues deixou como marca as formas robustas e descontraídas, além da valorização de elementos nacionais. Madeira maciça, couro e palhinha foram os principais materiais utilizados nas suas criações. A Poltrona Mole é um convite a um momento de relaxamento com todo o conforto que se possa imaginar. Suas almofadas em couro, esparramadas por cima da robusta estrutura de madeira, foram a solução do designer Sergio Rodrigues para atender ao pedido de um amigo, que queria que ela fosse assim mesmo: esparramada. O resultado foi um móvel de design único, premiado internacionalmente e conhecido mundo afora como Sheriff Chair. Imagem 6 – Poltrona Mole FONTE: https://lojaouvidor.com.br/sergio-rodrigues-artista-brasileiro-amantes-de-design/ 23 3.1. História da Mole, ícone do design nacional Em 1962, quando decidiu fazer na Oca a exposição “O Móvel como Objeto de Arte”, Sergio produziu uma poltrona que vinha projetando havia um ano e que ganhou o nome de Mole. A peça, segundo ele, não foi bem recebida na época. Com o humor de sempre, ele descreveu a reação geral: “Se os desenhos que eu fazia eram considerados ‘futuristas’, aquilo, então, não teria qualificação. Um pastelão de couro sobre aqueles paus era demais. Os curiosos de vitrine diziam: pra cama de cachorro está muito caro.” Outros chamavam de ovo estrelado. A Mole amargou uma desanimadora falta de interesse e ficou esquecida durante um ano na vitrine da Oca. “Meus sócios, em vez de me bater, quiseram guardar a poltrona no fundo da loja, mas decidi enfrentar porque acreditava muito na poltrona. E ela começou a ser aceita por pessoal de certo nível cultural.” Até despertar a atenção de várias personalidades, entre elas o então governador Carlos Lacerda, que praticamente exigiu que Sergio mandasse a poltrona para um concurso na Itália. Sergio obedeceu, sem muita convicção. Ainda tentou argumentar com o governador. “Para mim, era uma brincadeira. Disse para ele: ‘Olha, isso aí eu não vou mandar, é um concurso internacional, o pessoal na Europa está fazendo trabalhos de altíssimo nível, não vale a pena, eu só tenho essa peça de madeira.’ Mas ele insistiu muito, e mandamos os desenhos. “Uma semana depois os organizadores do concurso avisaram que a Mole não poderia concorrer porque já era conhecida. “Para mim, isso já era um diploma, não sabia que a poltrona já era conhecida na Europa.” Sergio, então, fez uma pequena alteração na poltrona, inscreveu no concurso e ela foi aceita. A Mole acabou conquistando o primeiro lugar no IV Concurso Internacional do Móvel, em Cantú, Itália, em 1961. A imprensa europeia destacou em várias publicações o clima de casualidade produzido pelas almofadas soltas jogadas sobre a estrutura na Sheriff Chair, como ficou conhecida no exterior. A premiação colocou o Brasil em posição de destaque no cenário mundial de design. O nome Sheriff foi dado pelo fabricante licenciado na Itália, que passou a produzir a poltrona. Sergio acredita que uma das razões pelas quais a poltrona foi premiada veio do fato de ela ser considerada um dos primeiros móveis pós-modernos. “Havia uma acentuação da brasilidade. Era uma peça que revelava facilmente o local onde tinha sido feita. Só podia ter surgido em um lugar onde houvesse muita madeira e muito couro. E havia uma informalidade no desenho”, contou Sergio ao jornal Folha de S.Paulo, em fevereiro de 2006. REGINA, Zappa. A Mole, ícone do design nacional. Instituto Sergio Rodrigues. Disponível em: http://www.institutosergiorodrigues.com.br/Biografia/18/A-Mole-icone-do- design-nacional Acesso em 06/04/2023. Imagem 7 – Poltrona mole FONTE: https://lojaouvidor.com.br/sergio-rodrigues-artista-brasileiro-amantes-de-design/ 24 4. DESCRIÇÃO DA OBRA A obra por se tratar de elementos estruturais se faria necessário o acompanhamento de profissionais que possuem atribuições para tais atividades, visto que, o designer de interiores não possui atribuições para projetar elementos estruturais. O autor deste trabalho é técnico em edificações, portanto, a obra não necessitou que outro profissional fizesse os projetos complementaresreferentes às estruturas aplicadas, ficando a cargo do autor deste projeto também os projetos de elementos estruturais, para tanto, neste trabalho manteve-se o foco no design e na representação em não no projeto executivo. Foi necessário a realização de um projeto elétrico, sendo necessário então a contratação de um técnico em eletrotécnica devido a complexidade da iluminação. Art 3. Os Técnicos Industriais com habilitação em edificações têm as seguintes atribuições técnicas: I - Projetar, executar, dirigir, fiscalizar e ampliar as construções até dois pavimentos, bem como atuar na regularização de obra ou construção junto aos órgãos Municipais, Estaduais e Federais, inclusive Corpo de Bombeiros Militar ou Civil; II - Realizar desdobro de lotes, para fins de regularização fiscal e construção civil; III- Elaborar cálculos e executar quaisquer tipos de fundação e estrutura para construções até o limite de 80 m2 de área construída com até dois pavimentos;” RESOLUÇÃO N ° 058, DE 22 DE MARÇO DE 2019, BRASIL. 4.1. Pisos Os pisos como já discorrido nas seções 2.5 e no capítulo 3, foram escolhidos estrategicamente buscando as sensações, associações e estímulos que se pretendia buscar na experiência do cliente com a loja, no entanto, a escolha foi baseada na sustentabilidade. O piso de grama sintética da marca Tilos possui boa durabilidade, é fácil de instalar, de fácil limpeza e tem materiais de reciclagem na sua composição e ao fim da sua vida útil pode ser reciclada novamente. O Granito branco Siena foi escolhido pelo fato de ser duro e branco gerando contraste entre o piso externo verde e o interno que é marrom, como já citado na seção 2.4 as pessoas tendem a se movimentar mais rápido sobre pisos duros geram uma certa inquietude (EBSTER, 2013). No piso térreo, optou pelo piso vinílico Biancogres – Click Nouva Maranelo de alta circulação, buscando a sensação da conforme cita (EBSTER, 2013) a madeira https://www.leroymerlin.com.br/grama-sintetica-36mm-tilos-rolo-1x5m_89863270 25 traz naturalidade, estabilidade e segurança, sensações que um lar traz. No mezanino optou-se pelo aço na tinta acrílica para pisos na cor preta, da Suvinil. 4.2. Forro O forro é de gesso optou-se pelo uso de Sanca. 4.3. Paredes A parede a esquerda da loja foi revestida com Tijolinho mesclado de barro rústico 6,50 x 22,5 cm. A parede do fundo foi revestida com Tijolo externo francês 7x23cm da marca Lepri. A parede lateral direita foi pintada com a cor palha da linha Classic da Suvinil. 4.4. Laje do 1º pavimento Laje construída com estrutura de aço revestida em aço na face superior e lateral, na face inferior optou-se por gesso. 4.5. Fachada A fachada optou-se pela estrutura em steel frame, para vitrine optou pelo vidro laminado por se tratar de um vidro de segurança, a porta de entrada é personalizada sob medida, para a fachada e vitrine foram adotadas as ciências de Gestalt, como estratégia para proporcionar uma experiência que agrade ao olho humano. O acabamento foi finalizado com o efeito cimento queimado túnel de pedra da Suvinil. 4.6. Iluminação Para iluminação foram escolhidos pendentes, spots direcionáveis externos, spots de embutir, lâmpadas tubulares, e perfis leds. Os spots direcionáveis externo escolhidos foram os Cannon Par 30 redondo da marca Taschibra na cor preto. Para os de embutir no gesso foram escolhidos os de 3w na temperatura 3000k da marca LLUMBronzearte, na cor preto. As lâmpadas tubulares para o uso na Sanca foram as do tipo T5 de 18w da Marca Taschibra na temperatura 4000k. Os perfis para fita led de embutir 24x14, foram usados na fachada e no móvel cabideiro expositor. Os pendentes escolhidos são da marca Volare na cor preto + cobre. A iluminação geral ficou entre temperaturas quentes e neutras visando a sensação aconchegante. https://www.leroymerlin.com.br/tijolinho-mesclado-de-barro-revestimento-rustico-caixa-com-1,11m2_1568632632#caracteristicas-tecnicas 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas matérias de Cenografia e Vitrinismo, Metodologia do Projeto, História do Design e Mobiliário e pesquisa adicionais foi possível criar um projeto de design de interiores comercial. Foi um grande desafio pessoal e profissional, devido à necessidade de reunir conhecimentos com base em pesquisas bibliográficas sobre como transformar um espaço de 60m² em uma loja que melhor se adequa-se no projeto proposto, a escolha do tema só foi possível com base em metodologias de pesquisas claras com dados bem apurados e cruzamentos de dados, para a melhor decisão. O tema escolhido Moda Casa - cama, mesa e banho foi desenvolvido de forma que trouxe-se aconchego e que representa-se elegância, para o público que a frequenta. Seguindo o conhecimento obtido nas matérias citadas foi possível desenvolver um espaço solucionando problemas presentes no escopo do projeto, tornando a loja um ambiente atrativo para seu público-alvo. Após inúmeras pesquisas e métodos aplicados, foi possível entender e formar diretrizes para a realização do projeto, se atentando para as sensações e expectativas do público-alvo. O desenvolvimento da vitrine e a fachada foram pensados de forma única desde o início com a justificação do tema escolhido. A vitrine uniu conceitos tornando-os um só trazendo coerência entre a fachada e o interior da loja. O objetivo principal foi causar o interesse visual e afetivo com base nas ciências de Gestalt. Pensando nisso, foi possível incluir alguns pontos importantes, dentre eles uma boa iluminação com destaque para os produtos expostos e um leiaute adequado que tornasse o contato com a vitrine e o restante da loja prazeroso e interessante. A importância do conhecimento do merchandising visual com base em pesquisas é fundamental e indispensável como ferramenta de projeto para o desenvolvimento do design de loja. Além disso, é importante que o profissional seja interessado em conhecer os materiais disponíveis no mercado aumentando seu repertório e suas possibilidade para integrar de maneira harmoniosa cada um deles, a fim de suprir as necessidades de cada projeto de forma coerente, visando atender os objetivos específicos de cada projeto. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EBSTER, Claus. Design de loja e merchandising visual. São Paulo. Editora Saraiva, 2013. E- book.) GURGEL, Miriam. Projetando Espaços: Design de Interiores. pág. 20,21,56,57. 6 ed. Editora Senac São Paulo. 2007. GURGEL, Miriam. Projetando Espaços – Guia de Arquitetura de Interiores para áreas Comerciais. pag. 17,18, 25 Editora Senac São Paulo 2005 FOSCHIERA, Rogério. Autenticidade e antropologia filosófica em Charles Taylor. Saberes. Natal, v.1, n.2, maio de 2009. Disponível em: 1950 <http://www.cchla.ufrn.br/saberes/Edicao2/Artigos/Rogerio%20Foschiera,%20p.%20 152-165.pdf> . Acesso em: 23 de fev. de 2015. HALBWACHS, Maurice. Les cadres sociaux de la mémoire. Paris. Édition Albin Michel, 1925. BAUER, Jonei. O que é expografia? Blog museologia disponível em: https://www.triscele.com.br/triscele/expografia/o-que-e-expografia. Acesso em: 27de março 2023. REGINA, Zappa. A Mole, ícone do design nacional. Instituto Sergio Rodrigues. Disponível em: http://www.institutosergiorodrigues.com.br/Biografia/18/A-Mole-icone- do-design-nacional Acesso em 06/04/2023. RESOLUÇÃO N ° 058, DE 22 DE MARÇO DE 2019, BRASIL. . Gomes, Isabela Motta Como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE MINAS, 2013. 1ª edição 2005 e 2ª edição 2007. Botta, Elisa Nogueira Novaes. Metodologia do Projeto. 2. ed. São Paulo: Editora Sol, 2020. APÊNDICE A – PROJETO DE DESIGN DE INTERIORES
Compartilhar