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XXXII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E 
TECNOLÓGICA DA UFRN - eCICT 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica (eCICT) é um evento 
aberto à comunidade no qual todos os aproximadamente 1.500 alunos de 
Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN (bolsistas e voluntários) apresentam 
os resultados de suas pesquisas desenvolvidas ao longo de um ano, como 
cumprimento de um plano de trabalho elaborado e orientado por um 
professor/pesquisador do quadro permanente da Instituição. 
 
O eCICT está entre as ações inseridas no âmbito do Programa 
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN, que 
possui entre seus objetivos: a) Contribuir para a formação e engajamento de 
recursos humanos em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e 
inovação; b) Contribuir para a formação científica de recursos humanos que se 
dedicarão a qualquer atividade profissional; e c) Contribuir para a formação de 
recursos humanos que se dedicarão ao fortalecimento da capacidade inovadora 
das empresas no País. Em 2021, a Pró-Reitoria de Pesquisa da UFRN realizou 
a 32ª edição do Congresso em formato totalmente virtual. 
 
A 32ª edição do Congresso teve como tema “A Transversalidade da 
Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta”, estando alinhada aos 17 
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Ao 
submeter os trabalhos ao Congresso, os alunos indicaram os objetivos da 
Agenda 2030 aos quais suas pesquisas estavam relacionadas. Essa iniciativa 
visa estimular a pesquisa científica e tecnológica voltada para a busca por 
soluções para os desafios sociais contemporâneos. 
 
Em uma etapa inicial, denominada de Mostra de Trabalhos e Vídeos de 
Ciência, Tecnologia e Inovação, foram realizadas as apresentações dos 
trabalhos submetidos pelos participantes do evento. As apresentações 
ocorreram de forma assíncrona, por meio de arquivos digitais (trabalho completo 
e vídeo), sendo disponibilizadas não só aos avaliadores do congresso pelos 
Sistemas da UFRN, mas também ao público em geral através do site do evento 
(www.cic.propesq.ufrn.br). Após essa etapa inicial, uma série de vídeos sobre a 
trajetória de sucesso dos pesquisadores destaques da UFRN no ano de 2021 foi 
disponibilizada (on demand) a todos os participantes, complementando as 
atividades remotas do evento. 
 
Os pesquisadores destaques da UFRN no ano de 2021 foram 
selecionados a partir do Prêmio Pesquisador Destaque da UFRN, certame 
instituído em 2019 por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e que é concedido 
anualmente aos pesquisadores da instituição que tenham apresentado 
relevantes contribuições para o desenvolvimento da ciência em cada uma das 
três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da 
Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Além de 
troféu e certificado, todos os premiados receberam auxílio no valor de R$ 
5.000,00 (cinco mil reais) para custear despesas específicas, discriminadas em 
edital. 
 
Ainda no eCICT 2021, os alunos concorreram ao 5ª Prêmio Destaque na 
Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN, que foi instituído pela Pró-Reitoria 
de Pesquisa em 2017 para reforçar as ações dos programas institucionais de 
iniciação científica e tecnológica. O prêmio contemplou duas categorias: 
Trabalho Destaque de Iniciação Científica e Tecnológica e Vídeo Destaque de 
Divulgação Científica. Os premiados foram agraciados com bolsas mensais de 
até R$ 800,00 (oitocentos reais) durante o período de um ano. Os orientadores 
dos alunos premiados adquiriram precedência em relação aos demais para 
efeitos de concorrência no Edital de Bolsas de Pesquisa da UFRN em 2022. 
 
O evento cumpriu três funções valiosas para o desenvolvimento da ciência na 
instituição: inserção dos discentes em um ambiente acadêmico de publicação e 
apresentação dos resultados da pesquisa; divulgação científica por meio dos 
vídeos que utilizam uma linguagem científica, porém acessível a todos; e, por 
fim, a popularização da ciência. 
 
 
PROGRAMAÇÃO 
 
NOVEMBRO/2021 
23 a 25/11 Mostra de Trabalhos e Vídeos de Ciência, Tecnologia e Inovação do eCICT 2021 
JANEIRO/2022 
24 a 28/01 eCICT 2021 Virtual com conteúdos on demand 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CB 
Centro de Biociências 
 
XXXII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN 
 
eCICT 2021 
 
 
 
 7 
 
 
CÓDIGO: HS0289 
AUTOR: KATHARINA PATROCINIA DA SILVA 
ORIENTADOR: FELIPE NALON CASTRO 
 
 
TÍTULO: Efeito do sexo e meio de transporte utilizado na sociossexualidade. 
Resumo 
Introdução: Consumo conspícuo pode ser definido como um comportamento de 
consumo focado na apresentação de uma autoimagem idealizada (Baumeister, 1982) 
em contextos sociais, em detrimento da aquisição de produtos da mesma categoria, 
porém que possuem menor custo. Diversos estudos trazem o consumo conspícuo como 
um fator associado às motivações fundamentais (sistema motivacional que evoluiu com 
nossa espécie) que regem o comportamento reprodutivo dos seres humanos (Sundie et 
al, 2011; Yuan et al 2019; Buss & Foley, 2020; Borau & Bonnefon, 2020; Otterbring et al, 
2020; Kruger, 2021), devido a sinalização de habilidade de aquisição de recursos, que 
possui alto valor no mercado de acasalamento. Objetivos: o atual estudo procurou 
investigar se existem diferenças nos níveis de sociossexualidade dos participantes em 
função de seu sexo, além de investigar se o meio de transporte (público ou privado) 
utilizado por estes também afetaria esses níveis, tendo como covariantes a idade e 
autoestima destes. Métodos: Os 278 participantes foram submetidos a um questionário 
sociodemográfico e ao Inventário de Orientação Sociosexual Revisado (SOI-R). 
Discussão e conclusões: 1) O meio de transporte utilizado e o sexo dos 
participantesafetam a sua sociossexualidade. 2) Há uma diferença entre os homens, 
indicando que a posse de um transporte particular aumenta os níveis de 
sociossexualidade de indivíduos do sexo masculino, contribuindo assim para um maior 
valor de acasalamento. 
 
Palavras-chave: consumo conspícuo, comportamento sexual, 
sociossexualidade, motivação 
TITLE: Effects of sex and means of transportation on sociosexuality. 
Abstract 
Introduction: Conspicuous consumption can be defined as a consumption behavior 
focused on the presentation of an idealized self-image (Baumeister, 1982) in social 
contexts, to the detriment of the purchase of products of the same category, but which 
have a lower cost. Several studies bring conspicuous consumption as a factor associated 
with fundamental motivations (the motivational system that evolved with our species) 
that govern the reproductive behavior of human beings (Sundie et al, 2011; Yuan et al 
2019; Buss & Foley, 2020; Borau & Bonnefon, 2020; Otterbring et al, 2020; Kruger, 
2021), due to the signaling of resource acquisition ability, which has a high value in the 
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mating market. Objectives: the current study sought to investigate whether there are 
differences in the participants' sociosexuality levels depending on their gender, in 
addition to investigating whether the means of transport (public or private) used by 
them would also affect these levels, with age and self-esteem as covariates of these. 
Methods: The 278 participants underwent a sociodemographic questionnaire and the 
Revised Sociosexual Orientation Inventory (SOI-R). Discussion and conclusions: 1) The 
means of transport used and the gender of the participants affect their sociosexuality. 
2) There is a difference between men, indicating that ownership of a private vehicle 
increases the levels of sociosexuality of males, thus contributing to a higher mating 
value. 
 
Keywords: conspicuous consumption, sexual behavior, sociosexuality, 
motivation 
IntroduçãoSegundo os estudos de Sundie et al. (2011), pode-se definir consumo conspícuo como 
um comportamento de consumo focado na apresentação de uma autoimagem idealizada 
(Baumeister, 1982) em contextos sociais, em detrimento da aquisição de produtos da 
mesma categoria, porém que possuem menor custo. Tal escolha de consumo pode ocorrer 
por simbolizar estilo, prazer pessoal e autoexpressão (Kother & Keller, 2016), além de 
fornecer sinalizações sobre seu status social a outros indivíduos (Miller, 2009). Veículos 
de passageiros, por exemplo, tem como função básica o transporte. No entanto, além de 
suas funções atreladas a facilidade de deslocamento, este objeto também pode ser 
utilizado para sinalizar determinados atributos em contextos sociais (Sundie et al., 2011), 
sendo relatado até mesmo o sentimento de aumento do status social como motivação para 
a decisão de consumo (Hennighausen et al., 2016). 
A tomada de decisão dos humanos pode ter base em sistemas motivacionais que 
evoluíram ao decorrer da história de nossa espécie, devido a pressões de seleções 
específicas, formando assim as chamadas motivações fundamentais (Schaller et al., 
2017). Estas motivações fundamentais provêm de múltiplos e independentes sistemas, 
que estão relacionados a fisiologia, segurança, estima e afiliação, existindo dentre as 
motivações aquelas que seriam prioritárias em detrimento das outras (Maslow, 1943), 
tendo sido elaborado por Kenrick e colaboradores (2010) um modelo de hierarquia das 
motivações humanas baseadas tanto no trabalho de Maslow (1943), quanto em modelos 
teóricos e empíricos antropológicos, psicológicos e evolucionistas, adicionando também 
objetivos reprodutivos entre os que guiam estas motivações, uma vez que 
comportamentos sociais são essenciais para o sucesso reprodutivo humano (Schaller et 
al., 2017). 
Diversos estudos trazem o consumo conspícuo como um fator associado às motivações 
fundamentais que regem o comportamento reprodutivo dos seres humanos (Sundie et al, 
2011; Yuan et al 2019; Buss & Foley, 2020; Borau & Bonnefon, 2020; Otterbring et al, 
2020; Kruger, 2021), pois a aquisição de produtos culturais de luxo podem ser um 
demonstrativo de riqueza, o que é interessante do ponto de vista de aquisição de prestígios 
sociais, sinalizando características interessantes para o mercado de acasalamento 
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(McAndrew, 2018; Veblen, 1979; Saad, 2007). Essa sinalização, por ser difícil de ser 
reproduzida (dependente de grande poder aquisitivo), é considerada uma sinalização 
confiável, baseando-se na Teoria da Sinalização Custosa. É importante citar que a 
sinalização de características desejáveis é extremamente importante no mercado de 
acasalamento (Bliege Bird & Smith, 2005; Nelissen & Meijers, 2011). 
Em indivíduos do sexo masculino, este comportamento se mostra no contexto de 
estratégia sexual para aquisição de parceiras, sinalizando maior capacidade de prover 
recursos (Buss & Schmitt, 1993), sendo assim considerados mais atraentes pelas mulheres 
(Sundie et. al, 2011). Neste mesmo contexto, nas mulheres esse comportamento parece 
estar associado a autopromoção em contextos competitivos e retenção de parceiros (Buss 
& Foley, 2019), além de preferirem produtos que aumentem sua atratividade (Hudders et 
al, 2014; Bradshaw et al, 2019; Yuan & Zheng, 2019; Mafra et al, 2020; Bervian & 
Floriani, 2021). 
Baseando-se nos fatores aqui descritos, o atual estudo procurou investigar se existem 
diferenças nos níveis de sociossexualidade dos participantes em função de seu sexo, além 
de investigar se o meio de transporte (público ou privado) utilizado por estes também 
afetaria esses níveis, tendo como covariantes a idade e autoestima destes. 
 
Metodologia 
 
• Participantes. 
A amostra total deste estudo consistiu em 278 pessoas, sendo 133 homens (M = 25.11, 
SD = 6.93) e 145 mulheres (M= 25.63, SD = 6.64). Entre os participantes, 44,60% da 
amostra se declarou branca, 39.93% eram pardos (ou mestiços), 9.71% eram negros, 
4,32% eram asiáticos (japoneses, chineses ou coreanos) e 1.44% eram indígenas, de 
acordo com os parâmetros brasileiros de classificação da cor de pele (IBGE). Em relação 
à orientação sexual, 92.45% dos participantes relataram ser heterossexuais, 5.4% 
bissexuais e 1.8% homossexuais. Não foram observadas diferenças entre homens e 
mulheres com relação à idade (t(276)=0,63, p=0,528) e autoestima (MHomens=20,91, 
DPHomens=4,37, MMulheres=20,53, DPMulheres=4,66; t(276)=-0,70, p=0,486). 
• Procedimentos 
Os participantes foram expostos a questionários anônimos e individuais, nos quais os 
participantes responderam questões baseadas no Inventário de Orientação Sociossexual 
revisado (SOI-R). Três itens compunham a impressão de atitude: (1) “Sexo sem amor é 
OK”, (2) “Eu consigo me imaginar estando confortável e curtindo sexo casual com 
diferentes parceiros”, e (3) “Eu não quero ter relações sexuais com uma pessoa até eu ter 
certeza de que nós teremos uma relação de longo prazo, um relacionamento sério”. Ao 
final, os participantes responderam questões sociodemográficas. 
• Análises estatísticas 
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Tendo como objetivo avaliar se existem diferenças relacionadas ao nível de 
sociossexualidade em função do sexo do participante, ou se o tipo de transporte (público 
ou privado) também gera essas diferenças foram aplicados testes General Linear Models 
(GLM) Univariados, tendo como variáveis independentes o meio de transporte dos 
participantes no dia a dia (Público ou Privado) e o sexo dos participantes (Masculino ou 
Feminino) e como covariáveis sua autoestima e idade. Também foi realizado um teste 
Post Hoc de Bonferroni para maior detalhamento. O nível de significância definido foi 
5%. 
 
Resultados e Discussões 
 
Baseado nos testes anteriormente descritos, foi observada uma interação entre o sexo dos 
participantes e o meio de transporte que estes utilizam no dia a dia com a 
sociossexualidade apresentada por estes (Tabela 1 e 2). 
A partir disso, foram realizados dois testes de Post hoc. O primeiro (Post hoc 1) 
demonstrou diferença entre homens e mulheres que se deslocam através de transporte 
pública, além de apresentar também uma diferença entre eles quando se trata daqueles 
que utilizam transporte privado. O segundo teste (Post hoc 2), apresentou uma diferença 
entre homens que se deslocam por transporte público e privado, mostrando que aqueles 
que utilizam o transporte privado apresentam uma maior sociossexualidade, ao passo que, 
entre as mulheres, essa diferença não foi observada. 
 
Conclusão 
 
Baseando-se nas informações aqui apresentadas, é possível concluir que o meio de 
transporte utilizado e o sexo dos participantes afetam a sua sociossexualidade. Este 
efeito revela, principalmente, que há uma diferença entre os homens, indicando que a 
posse de um transporte particular aumenta os níveis de sociossexualidade de indivíduos 
do sexo masculino, contribuindo assim para um maior valor de acasalamento. 
 
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in cognitive sciences, 24(2), 98-100. 
Whyte, S., Brooks, R. C., & Torgler, B. (2019). Sexual economic theory & the human 
mating market. Applied Economics, 51(57), 6100-6112. 
 
Anexos 
 
XXXII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN 
 
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Tabela 1 
 
 
Tabela 2 
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CÓDIGO: HS0648 
AUTOR: FRANCISCO ALISSON DE MOURA ALVES 
COAUTOR: ADRIELLY MARCELA DE CASTRO DO NASCIMENTO 
ORIENTADOR: FIVIA DE ARAUJO LOPES 
 
 
TÍTULO: O tempo é relativo? Relação entre a personalidade e a idade ideal de 
um parceiro romântico 
Resumo 
 
A personalidade opera como um conjunto de características emocionais, fisiológicase 
comportamentais. Essas características podem acabar refletindo em como o indivíduo se 
comporta e interage no ambiente. A busca por um parceiro ideal depende de vários fatores 
e as características buscadas podem variar com fatores ambientais, econômicos e idade. 
Estudos sinalizam uma relação entre a personalidade e a escolha de um parceiro. Nesse 
contexto, o objetivo deste estudo é avaliar se a personalidade influencia na idade de um 
parceiro ideal. A amostra foi composta de 72 indivíduos, todos voluntários, sendo: 25 
homens heterossexuais, e 47 mulheres, 24 heterossexuais e 23 não-heterossexuais. Os 
dados foram coletados durante eventos de speed-dating nos quais se aplicou o Inventário 
dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade (Big five) e um questionário 
sociodemográfico contendo perguntas relativas à idade mínima, máxima e ideal em um 
parceiro. Foram realizadas correlações de Spearman entre os traços de personalidade com 
as idades mínimas, ideais e máximas. Os resultados apresentam correlações significativas 
para mulheres heterossexuais, em que Extroversão e Agradabilidade apresentam efeitos 
negativos na idade preferida, enquanto Conscienciosidade apresenta um efeito positivo. 
Ausência de correlações significativas para homens heterossexuais e mulheres não-
heterossexuais pode ter relação com presença de mulheres bissexuais na amostra 
(dificultando um padrão). 
 
 
Palavras-chave: Escolha de parceiro. Speed-dating. Diferenças entre os sexos. 
TITLE: Is time relative? ideal age for a partner 
Abstract 
 
Personality operates as a set of emotional, physiological and behavioral characteristics. 
These characteristics may end up reflecting on how the individual behaves and interacts 
in the environment. The search for an ideal partner depends on several factors and the 
characteristics sought may vary with environmental, economic and age factors. Studies 
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indicate a relationship between personality and the choice of a partner. In this context, the 
aim of this study is to assess whether personality influences the age of an ideal partner. 
The sample consisted of 72 individuals, all volunteers, being: 25 heterosexual men, and 
47 women, 24 heterosexual and 23 non-heterosexual. Data were collected during speed-
dating events where the Big Five Personality Factors Inventory (Big Five) and a 
sociodemographic questionnaire containing questions related to the minimum, maximum 
and ideal age in a partner were applied. Spearman correlations between personality traits 
and minimum, ideal and maximum ages were performed. The results show significant 
correlations for heterosexual women, where Extraversion and Agreeableness have 
negative effects on preferred age, while Conscientiousness has a positive effect. The 
absence of significant correlations for heterosexual men and non-heterosexual women 
may be related to the presence of bisexual women in the sample (hindering a pattern). 
 
 
Keywords: Choice of partner. Speed-dating. Differences between the sexes. 
Introdução 
A evolução pode ser entendida como mudanças na capacidade de alterar a forma e até 
mesmo o comportamento dos organismos, gerando vantagens adaptativas e que são 
passadas ao longo de suas gerações (Ridley, 2004). Para Hattori e Yamamoto (2012), a 
Psicologia Evolucionista enxerga os meios psicológicos e comportamentais como 
produtos das adaptações orientadas pela seleção natural, selecionadas ao lidar com 
questões adaptativas enfrentadas por nossos antepassados. 
Ao atingir a idade reprodutiva um indivíduo pode deixar descendentes férteis que podem 
vir a se reproduzir e promover o fluxo de seus genes ao longo das gerações, de modo que 
o número dos descendentes deixados pode acabar sendo uma forma de medir a aptidão 
de um indivíduo (Alcock, 2011). A reprodução cruzada pode simbolizar um forte 
mecanismo capaz de promover vantagens evolutivas devido à combinação do material 
genético dos indivíduos, podendo desencadear renovação e reparo, que será passado para 
sua prole proporcionando melhores características (Sousa & Hattori, 2018). Indivíduos 
com mais parceiros acabam por se reproduzir mais (Alcook, 2011), podendo refletir sua 
capacidade de atração e de manutenção de um parceiro, em que sujeitos de ambos os 
sexos acabam competindo durante a escolha (Sousa & Hattori, 2018). 
Devido à reprodução ser um fator tão importante, a escolha de um parceiro se torna um 
processo necessário a fim de avaliar características desejadas em uma possível prole (Noë 
& Hammerstein, 1995). Estudos mostram que parece haver padrões universais de 
características mais bem avaliadas e preferidas para cada sexo (Buss & Barnes, 1986), 
como também preferências diferentes (Pawlowski, 2000), podendo sofrer variação por 
mecanismos sociais e culturais (Lopes et al., 2018). 
Para o sexo masculino homens heterossexuais buscam parceiras fisicamente atraentes e 
mais jovens (Russock, 2011; Howie & Pomiankowski, 2018) e as mulheres 
heterossexuais buscam parceiros que indicam a capacidade de auxiliar no cuidado da 
prole (Hattori & Castro, 2017), além de características como bom-humor (Buss et al., 
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2001; Hone et al., 2015), inteligência (Prokosch et al., 2009; Stone et al., 2012) e maior 
status social (Buss et al., 2001; Souza et al., 2016). 
A personalidade pode ser interpretada como um conjunto de aspectos emocionais, 
fisiológicos e comportamentais (Carere & Locurto, 2011), podendo representar a forma 
do indivíduo pensar, sentir e socializar (Silva & Nakano, 2011). Alguns estudos já 
apresentam relação entre os traços de personalidade com o número de parceiros (Nettle, 
2005) e com o processo de escolha de parceiros (Schmitt et al., 2008; Stone et al., 2012; 
Whyte et al., 2019). Algumas preferências podem sofrer influência da idade do indivíduo 
(Marcinkowska et al., 2017), mas será que a personalidade pode desencadear preferências 
no que se refere à idade em um parceiro? 
O Speed-dating, ou Encontro Rápido no português, se apresenta como uma nova 
metodologia para o estudo e entendimento de alguns comportamentos em que é oferecida 
aos participantes a possibilidade de encontro direto com parceiros em potencial (Finkel 
& Eastwick, 2008). Somado a metodologias de coleta de dados, pode permitir o estudo 
de comportamentos associados à dinâmica de escolha de parceiros. 
O objetivo deste trabalho é investigar a existência da relação entre os traços de 
personalidade de indivíduos com as preferências quanto à idade em um(a) parceiro(a). 
 
Metodologia 
 
Nossa amostra contou com um total de 72 voluntários, e os procedimentos gerais deste 
estudo foram realizados no Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte. Todos os participantes deste estudo foram recrutados por meio de ferramentas 
de divulgação como cartazes e redes sociais. A amostra foi composta de 25 participantes 
heterossexuais, e 47 do sexo feminino, das quais 23 se declararam não-heterossexuais e 
24 heterossexuais. Todos eram maiores de 18 anos. 
Durante seções de speed-dating foi pedido aos participantes o preenchimento de um 
Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE), contendo informações e 
esclarecimentos acerca dos objetivos da pesquisa, como também seus benefícios. Duas 
vias foram entregues, uma ficando com o participante e uma com os pesquisadores. 
Os participantes responderam a um inventário contendo questões acerca da idade, sexo, 
orientação sexual do(a) participante, estado civil, grau de escolaridade e questões 
relativas a um(a) parceiro(a) ideal, como cor, altura e idade mínima, ideal e máxima. 
Também foi aplicada uma versão validada e traduzida por Andrade (2008) do Inventário 
dos Cinco Grandes Fatores de Personalidade (Big Five) para o português, separando a 
personalidade em cinco principais traços: Abertura, Conscienciosidade,Extroversão, 
Neuroticismo e Agradabilidade. Tal questionário continha 44 afirmações no formato de 
escala likert de 5 pontos, sendo 1- discordo totalmente a 5- concordo totalmente. 
A análise dos dados foi realizada por meio do software livre Past. Os dados foram 
organizados em três grupos com base no sexo e orientação sexual dos indivíduos, 
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reunindo seus traços de personalidade e as idades mínimas, máximas e ideais para um 
parceiro: (1) Homens Heterossexuais, (2) Mulheres Heterossexuais e (3) Mulheres Não-
Heterossexuais. Foram realizados testes de Shapiro-Wilk visando observar a normalidade 
e a distribuição dos dados coletados. Em seguida, foram realizadas correlações de 
Spearman para os dados não-paramétricos, correlacionando os traços de personalidade 
com a idade mínima, máxima e ideal de um parceiro. Para todos os testes foi levado em 
consideração um p < 0,05. 
 
Resultados e Discussões 
 
As correlações feitas representam três grupos: (1) Homens Heterossexuais, (2) Mulheres 
Heterossexuais e (3) Mulheres Não-Heterossexuais, permitindo visualizar melhor 
possíveis padrões, como também comparar características de acordo com sexo e 
orientação sexual dos grupos. Nossos resultados mostram correlações significativas 
apenas em um dos três grupos estudados. As Figuras 1, 2 e 3 apresentam as correlações 
encontradas (Anexos). Em fundo cinza correlações significativas (p < 0,05), os círculos 
em vermelho representam correlações negativas e os em azul correlações positivas. Na 
Figura 4 podemos observar os valores de significância (p) encontrados nas Figuras 1, 2 e 
3. 
As diferenças entre os grupos heterossexuais do sexo masculino e feminino podem 
representar mecanismos das estratégias sexuais (Buss e Schmitt, 1993), em que as 
diferenças encontradas envolvendo os traços de personalidade com as preferências de 
idade podem representar estratégias adaptativas para cada sexo. Pode apontar uma 
semelhança com as características masculinas que podem ter sido adaptativas para o sexo 
feminino, o que também poderia ajudar a explicar as diferenças encontradas entre as 
mulheres e heterossexuais e mulheres não-heterossexuais já que elas buscam diferentes 
tipos de parceiros (Valentova e Veloso, 2018). 
 
Homens Heterossexuais 
Não foram observadas correlações significativas entre os traços de personalidade e as 
idades desejadas em um parceiro (resultados na Fig. 1). Essa ausência de correlações entre 
a personalidade e idade pode apontar a idade como sendo um fator importante na escolha 
masculina e, dessa forma, não tendo uma diferença entre os traços de personalidade, pois 
se torna importante para todos, já que homens buscam mulheres com uma melhor 
atratividade física e mais jovens, por serem indicativos de valores reprodutivos e 
fertilidade (Howie & Pomiankowski, 2018; Pawlowski, 2000; Russock, 2011). 
 
Mulheres Heterossexuais 
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Foram observadas correlações significativas e as idades do parceiro ideal (resultados na 
Fig. 2). Primeiramente, a Extroversão se correlacionou negativamente com a idade média. 
As pontuações em Extroversão se relacionando de forma negativa com a idade média 
podem indicar que mulheres mais extrovertidas por serem mais ativas e sociáveis (Nettle, 
2006) podem vir a preferir homens com uma idade média menor, de forma que homens 
mais jovens podem estar mais propensos a participar de situações extrovertidas junto a 
elas, pois alguns indivíduos tendem a buscar parceiros que combinem em algum ponto 
(Figueredo et al., 2006). 
Por sua vez, foi observada uma correlação negativa entre Agradabilidade e idade mínima. 
Isso pode indicar que mulheres heterossexuais que pontuam mais em Agradabilidade 
podem estar mais dispostas a se relacionar com homens mais jovens. 
Ainda, encontramos correlação positiva entre o traço de Conscienciosidade e idade 
mínima, de modo que uma maior pontuação em Conscienciosidade em mulheres 
heterossexuais pode indicar uma preferência por homens mais velhos. Podemos destacar 
preferências voltadas às capacidades de manutenção e/ou obtenção de recursos (Li et al., 
2013), de modo que homens com uma maior idade mínima estão mais propensos à 
obtenção de recursos. 
 
Mulheres Não-Heterossexuais 
Diferente dos resultados encontrados para as mulheres heterossexuais, para o grupo das 
mulheres não-heterossexuais não foram encontradas correlações significativas 
envolvendo traços de sua personalidade com o perfil de idade apontado para um possível 
parceiro ideal (resultados na fig. 3). Isso pode estar mostrando que as preferências desse 
grupo são mais parecidas com as preferências de homens heterossexuais do que de 
mulheres. A partir dos estudos de Valentova (2016a; 2016b) hipotetiza-se que indivíduos 
não-heterossexuais apresentam preferências tanto ligadas ao sexo, como à sua orientação 
sexual, estando assim, esses indivíduos com preferências entre as de homens e mulheres 
heterossexuais. 
 
Conclusão 
 
Podemos concluir este trabalho ressaltando 4 principais pontos: 
(1) Nossos resultados apresentaram correlações significativas para o grupo das mulheres 
heterossexuais, de forma que as pontuações em extroversão, agradabilidade e 
conscienciosidade aparentam impactar no perfil de idade de um parceiro. 
(2) Para os outros dois grupos, homens heterossexuais e mulheres não-heterossexuais, 
não foram encontradas correlações significativas, uma vez que as diferenças encontradas 
entre os sexos podem estar relacionadas com as estratégias adaptativas para cada um. 
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(3) Mais estudos ainda são necessários para verificar melhor os achados presentes neste 
trabalho e, para melhores projeções, seria interessante ampliar o número de indivíduos na 
amostra e isolar melhor os grupos, de modo que seja possível um melhor agrupamento 
permitindo avaliar de forma mais específica as características com base no sexo e na 
orientação sexual dos indivíduos. 
(4) Os dados foram coletados por meio de instrumentos questionários durante seções de 
speed-dating, o que permite visualizar novas abordagens para uma metodologia já 
utilizada no exterior, mas pouco conhecida no Brasil, auxiliando a consolidá-la em solo 
nacional. 
 
Referências 
 
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Alegre: Artmed. 
Andrade, J. M. (2008). Evidências de Validade do Inventário dos Cinco Grandes Fatores 
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Ridley, M. (2004). Evolution. 3rd ed. 
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 21 
 
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Ridley, M. (2004). Evolution. 3rd ed. 
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Whyte, S., Brooksb, R. C., Chana, H. F., & Torglera, B. (2019). Do certain personality 
traits provide a mating market competitive advantage? Sex, offspring & the big 5. 
Personality and Individual Differences, 139, 158-169. 
 
Anexos 
 
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Figura 1: Relação entre os valores para os traços de personalidade do grupo de Homens 
Heterossexuais com a idade mínima, ideal e máxima de uma parceira. Em azul, tendência 
a correlações positivas. Em vermelho, tendência a correlações negativas. 
 
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Figura 2: Relação entre os valores nos traços de personalidade do grupo de Mulheres 
Heterossexuais com a idade mínima, ideal e máxima de um parceiro. Em cinza, 
correlações significativas. Em azul, correlações positivas. Em vermelho, correlações 
negativas. 
 
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Figura 3: Relação entre os valores para os traços de personalidade do grupo de Mulheres 
Não-Heterossexuais com a idade mínima, ideal e máxima de um(a) parceiro(a). Em azul, 
tendência a correlações positivas. Em vermelho, tendência a correlações negativas. 
 
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Figura 4: Quadros contendo o valor de significância (p) das correlações encontradas nas 
figuras 1, 2 e 3. Correlação significativa com base nos valores de p < 0,05. 
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CÓDIGO: HS1099 
AUTOR: IZIS LIMA RIBEIRO 
ORIENTADOR: CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO 
 
 
TÍTULO: Relação entre a intensidade de luz na sala de aula pela manhã, padrões 
temporais de sono, sonolência diurna e componentes da atenção em 
adolescentes. 
Resumo 
A alta sonolência diurna nos adolescentes é uma problemática que aflige pais, gestores e 
professores, visto que níveis adequados de atenção são essenciais para a aprendizagem. 
Além disso, a privação de sono está associada a efeitos negativos na regulação das 
emoções, da memória e da concentração, fatores imprescindíveis para um bom 
desempenho cognitivo. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo investigar a 
relação entre a intensidade de luz na sala de aula pela manhã, os padrões temporais de 
sono, sonolência diurna e os componentes da atenção em adolescentes do turno matutino 
em Natal/RN que estavam cursando o 1º ou o 2º ano do ensino médio em uma escola 
privada. Como instrumentos foram utilizados questionários e o Diário do Sono para 
analisar os aspectos relacionados ao sono (níveis de sonolência e padrões temporais de 
sono) e a TEC (Tarefa de Execução Contínua) para avaliar os componentes da atenção 
estudados. Diferentemente do esperado, não foram observadas correlações significativas 
entre os níveis de intensidade luminosa registrados em sala de aula e os componentes da 
atenção. Entretanto, houveram diferenças entre os anos, de modo que os alunos do 2º ano 
apresentaram horários de dormir mais tardios, menor tempo na cama e maiores níveis de 
sonolência quando comparados aos do 1º ano, o que pode estar associado a diferença da 
demanda de atividades acadêmicas escolares entre os anos, bem como aos hábitos 
noturnos de exposição a luz exibidos pelos participantes. 
 
Palavras-chave: Intensidade da luz, sonolência diurna, atenção, adolescentes. 
TITLE: Relationship between morning light intensity in the classroom, temporal 
sleep patterns, daytime sleepiness and attention componentsin adolescents. 
Abstract 
 
High daytime sleepiness in adolescents is a problem that afflicts 
parents, managers and teachers, since adequate levels of attention are 
essential for learning. Furthermore, sleep deprivation is associated with 
negative effects on the regulation of emotions, memory and 
concentration, essential factors for good cognitive performance. Thus, 
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this study aimed to investigate the relationship between light intensity 
in the classroom in the morning, temporal sleep patterns, daytime 
sleepiness and adolescents attention components in the morning 
period in Natal / RN who were attending the 1st or 2nd year of high 
school at a private school. As instruments, questionnaires and the 
Sleep Diary were used to analyze aspects related to sleep (sleepiness 
levels and temporal patterns of sleep) and the TEC (Continuous 
Execution Task) to assess the components of attention studied. Unlike 
expected, no correlations were observed between the levels of light 
intensity recorded in the classroom and the components of attention. 
However, there are differences between the years, so that 2nd year 
students, regardless of sleeping later, have less time in bed and higher 
levels of sleepiness when compared to 1st year, which may be 
associated with the difference in demand for school activities between 
years, as well as to nocturnal habits of exposure to light transforms by 
the participants. 
 
 
Keywords: light intensity, daytime sleepiness, attention, adolescents. 
Introdução 
A alta sonolência diurna nos adolescentes é uma problemática que aflige pais, gestores e 
professores, visto que níveis adequados de atenção são essenciais para a aprendizagem. 
Pesquisadores haviam destacado desde a década de 90 (Carskadon, Vieira & Acebo, 
1993) que a adolescência é caracterizada por modificações marcantes no ciclo sono e 
vigília decorrentes das oscilações hormonais e comportamentais inerentes à puberdade, 
as quais favorecem horários mais tardios de dormir e despertar, constituindo o que os 
pesquisadores chamam de “atraso de fase”. Entretanto, o cenário encontrado no turno 
matutino das escolas brasileiras apresenta um crescente número de episódios de 
sonolência excessiva, se opondo ao que seria uma situação propícia ao desenvolvimento 
cognitivo. 
Dentre as modificações comportamentais, há um aumento da autonomia nas decisões dos 
horários de sono, que são atualmente fortemente influenciadas pelas interações digitais. 
Dessa forma, ao assumirem um perfil de atividades mais noturno, associado à exposição 
intensa de luz azul, tendem a “empurrar” os horários de sono, exacerbando o atraso dos 
ritmos característico dessa fase (Menna-Barreto & Louzada, 2007). Nesse contexto, há a 
criação de uma “armadilha temporal”, na qual os adolescentes são estimulados por fatores 
sociais e hormonais a dormirem mais tarde, porém são forçados a acordar mais cedo para 
cumprir os horários escolares (Menna-Barreto & Wey, 2007). Como resultado, há o 
desenvolvimento de uma privação crônica do sono, caracterizada pelo padrão "sanfona" 
do sono e vigília, constituído de sono insuficiente na semana e sono prolongado no final 
de semana, como mecanismo de compensação (Valdez, Ramirez, & García, 1996). 
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Há evidências de que a sonolência diurna, consequência mais direta da privação de sono, 
está atrelada a mudança nos níveis de atenção e desempenho, bem como a episódios de 
lapsos mentais que comprometem a realização de atividades mais complexas e que exijam 
níveis mais elevados de criatividade (Menna-Barreto & Louzada, 2007). Além disso, a 
privação crônica de sono está associada a alterações negativas na regulação das emoções, 
da memória e da concentração, essenciais ao processo de aprendizagem (Dahl & Lewin, 
2002). Portanto, o conflito entre horários matutinos de ensino e a tendência à 
vespertinidade intrínseca à adolescência, acaba por amplificar tais problemáticas, 
fomentando a manutenção de um ambiente desfavorável à aquisição, construção e 
consolidação de novos conhecimentos. 
A exposição à luz nas primeiras horas do dia sinaliza o sistema de temporização interno 
o adiantamento dos ritmos. Em contrapartida, a exposição a luz ao anoitecer apresenta 
um efeito reverso, agindo de modo a retardá-los (Wright et al, 2013; Appleman et al, 
2013). Dessa forma, à medida que aumentamos ou diminuímos à exposição à luz pela 
manhã tendemos a adiantar ou atrasar, respectivamente, os ritmos (Menna-Barreto & 
Louzada, 2007). Além disso, a exposição à luz, principalmente na faixa do azul (devido 
à maior sensibilidade a essa faixa de cor pelas células ganglionares da retina), possui 
efeito estimulante à manutenção da vigília e dos processos cognitivos (Vanderwalle et al., 
2007). Dessa forma, o período, a duração e a intensidade de exposição à luz na sala de 
aula pela manhã podem influenciar os padrões de sono e consequentemente os níveis de 
atenção e desempenho cognitivo dos adolescentes. 
Nesse sentido, o estudo da relação entre a intensidade de luz na sala de aula pela manhã, 
os padrões temporais de sono, associados à sonolência diurna e aos componentes da 
atenção em adolescentes, se mostra imprescindível para a construção de um maior 
entendimento acerca do funcionamento e dos mecanismos de regulação do ciclo sono e 
vigília apresentado pelos alunos nessa fase da vida. Além disso, a maior compreensão 
destes processos pode contribuir para a formulação de soluções e intervenções nos 
ambientes escolares e nos hábitos dos alunos. 
 
Metodologia 
 
1.1. Participantes 
A amostragem utilizada foi do tipo transversal e compreendeu um total de 48 adolescentes 
entre 14 e 17 anos, sendo 30 meninas e 18 meninos, todos matriculados no turno da manhã 
no 1º ou 2º ano do ensino médio de uma escola privada localizada na cidade de Natal, 
RN. 
1.2. Critérios de inclusão e exclusão 
Foram incluídos na amostra os adolescentes, de ambos os sexos, que estavam 
matriculados no 1º ou 2º anos do turno matutino em escolas particulares da cidade de 
Natal, e que, voluntariamente, entregaram os termos de consentimento livre e esclarecido 
e de assentimento devidamente assinados. Em contrapartida, foram excluídos os 
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participantes que não preencheram os questionários por completo ou que relataram uma 
ou mais das seguintes condições: 
i. uso regular de psicofármacos; 
ii. distúrbios de sono e de saúde; 
iii. diagnóstico de distúrbios neurológicos atuais ou no passado, deficiências sensoriais 
e/ou motoras sérias, e déficits cognitivos; 
iv. diagnóstico de uma das seguintes doenças psiquiátricas: Depressão Maior, Transtorno 
do Humor Bipolar, Transtorno Psicótico, Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade (TDAH). 
1.3. Procedimentos 
1.3.1. Comitê de Ética em Pesquisa 
O presente projeto encontra-se aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (parecer n. 1.489.057). 
1.3.2. Conversa com a equipe pedagógica 
Antes do recrutamento houve uma conversa com a equipe pedagógica, a direção e o corpo 
docente das escolas para apresentar o projeto, bem como discutir o cronograma de 
execução das atividades propostas. 
1.3.3. Recrutamento e entrega dos termos 
Foram realizadas visitas às salas de aulas que tiverem como finalidade convidar os alunos 
a participarem da pesquisa e explicar os objetivos e procedimentos relacionados ao 
projeto. Nessas visitas, também ocorreu a entrega dos termos de Consentimento Livre e 
Esclarecido e de Assentimento para os adolescentes que demonstraram interesse em 
participar da pesquisa. Neles estavam descritos os objetivos, procedimentos e possíveis 
riscos da pesquisa a ser realizada. Os termos foram assinados pelos pais/responsáveisou 
pelos próprios alunos, caso fossem maiores de 18 anos. 
1.4. Coleta de dados 
A coleta foi realizada em 2016 durante os semestres letivos, com exceção de feriados e 
períodos de avaliações escolares. Os questionários iniciais (“A saúde e o Sono” e a Escala 
de Sonolência Pediátrica) foram preenchidos na sala de aula, em horários previamente 
combinados com a equipe pedagógica, e os demais foram entregues aos participantes para 
serem respondidos em casa. Os padrões temporais de sono e a sonolência diurna foram 
avaliados por meio dos questionários: “A saúde e o Sono” (Mathias et al., 2006); a Escala 
de Sonolência Pediátrica (Felden, et al., 2003) e o Diário de sono (Andrade, 1997; 
Louzada, 2000) com a Escala de Sonolência de Maldonado (Belísio, 2014), o qual foi 
respondido por um período de 10 dias. 
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A atenção foi avaliada através da Tarefa de Execução Contínua desenvolvida por Valdez 
et al. (1995), por meio dos componentes: alerta tônico e fásico, atenção seletiva e atenção 
sustentada. Para realização da tarefa o aluno foi previamente deslocado para uma sala 
reservada, onde permaneceu em repouso sentado por 5 min, a fim de evitar possíveis 
interferências nos resultados. Além disso, a tarefa foi executada individualmente com 
cada participante em um horário entre 7h30 e 9h30. A tarefa teve duração de cerca de 11 
min e um momento prévio de treinamento, sendo realizada uma única vez com cada 
participante. 
A intensidade luminosa foi medida em cada sala dos alunos participantes através do 
luxímetro. As medições ocorreram nos dias em que a Tarefa de Execução Contínua foi 
realizada, no período das 7h30 às 9h30 em intervalos de uma hora. 
1.5. Análise dos dados 
As relações entre a intensidade média de luz na sala de aula, os padrões temporais de 
sono, os níveis de sonolência diurna e as variáveis dos testes de atenção foram analisadas 
por meio de testes de correlação de Spearman. Tendo em vista que os resultados 
encontrados através das análises dos componentes de atenção não foram os esperados, 
sentiu-se a necessidade de realizar um estudo comparativo do perfil das variáveis 
coletadas entre os anos, em busca de detectar algum parâmetro ou desconformidade que 
pudesse explicar os resultados observados. Nesse sentido, as médias de intensidade 
luminosa, dos níveis de sonolência diurna e das variáveis dos testes de atenção foram 
comparadas entre os anos através de teste t student independente. Enquanto as médias dos 
padrões temporais de sono e dos níveis de sonolência ao acordar foram analisadas por 
meio de análises de variância de medidas repetidas tendo o ano de ensino como fator e o 
momento da semana (semana/fim de semana) como medida repetida. Em todos os testes 
foi adotado um nível de significância de 5%. 
 
Resultados e Discussões 
 
2. Resultados: 
2.1. Intensidade luminosa em sala e padrões temporais de sono 
Os grupos apresentaram correlação positiva moderada (Spearman, p<0,01 - Tabela 1) 
entre a intensidade luminosa e os horários de dormir na semana e nos finais de semana e 
para os horários de acordar na semana. Dessa forma, quanto maior a intensidade luminosa 
a que os alunos se expõem, mais tarde eles dormem durante a semana e fim de semana e 
mais tarde acordam no final de semana. Além disso, foram observadas correlações 
positivas moderadas (Spearman, p<0,05 - Tabela 1) entre a intensidade luminosa e os 
níveis de sonolência ao acordar durante a semana, nos finais de semana e entre os escores 
de sonolência diurna geral. Desse modo, quanto maior a intensidade luminosa que os 
alunos se expõem, mais sonolentos eles se sentem ao acordar durante a semana e fim de 
semana e tendem a ficar mais sonolentos durante o dia. 
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2.2. Intensidade luminosa em sala e atenção 
Os grupos não apresentaram correlação significativa entre a intensidade de luz dentro das 
salas de aula estudadas e os componentes da atenção analisados: alerta tônico e fásico, 
atenção sustentada e seletiva (Spearman, p>0,05 - Tabela 2) 
2.3. Intensidade luminosa 
Foram observadas diferenças entre as médias das intensidades luminosas apresentadas 
em cada ano. O grupo do segundo ano do ensino médio apresentou valores maiores de 
intensidade quando comparado ao grupo do primeiro ano (t (46) = - 9,504; p <0,05). Os 
dados gerais para cada ano e suas respectivas iluminações das salas se encontram 
descritos na tabela 3. 
2.4. Padrões temporais de sono 
2.4.1. Horários de dormir 
Os grupos diferem entre si em relação aos horários de dormir na semana e no final de 
semana (Anova, F (1,84) 13,076; p <0,05; η² = 0,135; poder observado = 0,947). Foi 
observado que os alunos do segundo ano, em média, dormem mais tarde que os alunos 
do primeiro ano, esse padrão se mantém tanto nos dias de aulas como nos finais de 
semana. Em geral, não foram observadas diferenças significativas entre os horários de 
dormir na semana e no final de semana (Anova, F (1,84) = 0,207; p >0,05; η² = 0,002; 
poder observado = 0,074) (tabela 4). 
2.4.2. Horários de acordar 
Os grupos não diferiram entre si quanto aos horários de acordar na semana e no final de 
semana (Anova, F (1,84) 1,674; p >0,05; η² = 0,020; poder observado = 0,249). 
Entretanto, foram notadas diferenças entre os horários de acordar nos dias letivos e nos 
finais de semana (Anova, F (1,84) = 190,438; p <0,05; η² = 0,694; poder observado = 
1,000), nos quais ambos os grupos tendem a acordar, em média, 2h31min mais tarde 
(tabela 4). 
2.4.3. Tempo na cama 
Os grupos apresentaram diferenças em relação ao tempo na cama na semana e no final de 
semana (Anova, F (1,84) 4,803; p <0,05; η² = 0,054; poder observado = 0,582), em que 
os alunos do segundo ano, em média, exibiram menor tempo na cama quando comparados 
aos alunos do primeiro ano (tabela 4). Mais uma vez, foram observadas diferenças entre 
os dias da semana e os finais de semana (Anova, F (1,84) 41, 558; p <0,05; η² = 0,330; 
poder observado = 1,000), nos quais ambos os grupos dormem, em média, 1h44min a 
mais (tabela 4). 
2.5. Níveis de sonolência diurna 
2.5.1. Sonolência diurna geral (Escala Pediátrica de Sonolência Diurna) 
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Os grupos apresentaram diferenças em relação à distribuição dos escores da sonolência 
diurna geral (t (46) = -2,678; p <0,05). De modo geral, os alunos do segundo ano, 
possuem, em média, uma maior sonolência diurna quando comparados aos alunos do 
primeiro ano. 
2.5.2. Sonolência ao acordar (Escala de Sonolência de Maldonado) 
Os grupos não diferiram entre si em relação aos níveis de sonolência ao acordar (Anova, 
F (1,84) 2,609; p >0,05; η² = 0,030; poder observado = 0,358). Entretanto, foram 
observadas diferenças entre os finais de semana e os dias letivos (Anova, F (1,84) 4,947; 
p <0,05; η² = 0,056; poder observado = 0,594), nos quais, ambos os grupos apresentaram 
maiores níveis de sonolência ao acordar (tabela 4). 
2.6. Componentes da atenção 
Não foram observadas diferenças significativas (t independente, p>0,05) entre os grupos 
em relação às médias associadas aos componentes de atenção analisados. Na tabela 5 
estão detalhados as médias gerais e os desvios padrões encontrados para atenção 
sustentada e seletiva e para os alertas tônico e fásico. 
3. Discussão 
O presente estudo analisou a relação entre a exposição à luz na sala de aula pela manhã e 
os padrões temporais de sono, associados à sonolência diurna e aos componentes da 
atenção em adolescentes discentes de uma escola privada da cidade de Natal, RN. Ao 
contrário do que se esperava inicialmente, tendo em mente que a exposição à luz possui 
efeito estimulante à manutenção da vigília e dos processos cognitivos (Vandewalle et al, 
2007), não foram observadas correlações significativas entre a exposição àluz na sala de 
aula e os componentes da atenção estudados (alerta tônico e fásico, atenção sustentada e 
seletiva). A ausência de correlações significativas, neste caso, pode estar atrelada a níveis 
de sonolência excessivos, resultantes de noites de sono de curta duração e de baixa 
qualidade, associados aos hábitos noturnos dos participantes. 
Além disso, os resultados demonstraram a existência de correlações positivas moderadas 
entre os níveis de intensidade luminosa e os horários de dormir e acordar nos finais de 
semana, os horários de acordar na semana e os níveis de sonolência analisados. Portanto, 
quanto maior a intensidade luminosa ao qual os alunos se expõem, mais tarde dormem 
durante a semana e fim de semana, mais tarde acordam no final de semana e exibem graus 
mais elevados de sonolência ao acordar e durante o dia. Diante deste resultado, destoante 
do esperado, e em busca de possíveis explicações, foram feitas comparações entre os 
anos, o que mostrou diferenças nas médias de intensidade luminosa, nos horários de 
dormir, no tempo na cama e nos níveis de sonolência diurna apresentados pelos grupos. 
É pertinente destacar que as turmas do segundo ano foram as que exibiram maiores níveis 
de intensidade luminosa em sala de aula, além de apresentarem horários mais tardios de 
dormir, menor tempo na cama e escores mais elevados de sonolência diurna, quando 
comparados às turmas do primeiro ano. 
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Apesar da associação positiva entre os níveis de intensidade luminosa na sala de aula e o 
atraso nos horários de dormir e acordar nos alunos parecer contraintuitivo, uma vez que 
a exposição à luz nas primeiras horas do dia atua no adiantamento dos ritmos (Wright et 
al, 2013), é interessante refletir acerca do tipo de ambiente ao qual esses adolescentes 
estavam inseridos e as pressões aos quais estavam submetidos durante o período da coleta. 
Em relação ao tempo na cama exibido pelos adolescentes, foi observado que os alunos de 
ambos os anos dormem em média 1h44min a mais nos finais de semana, ou seja, eles 
sofrem uma privação de sono na semana que tende a ser compensada nos dias livres. 
Além disso, os alunos do segundo ano dormem em média 30min a menos que os do 
primeiro ano, padrão que se mantém tanto nos dias letivos como nos fins de semana. 
Os alunos dos segundos anos, teoricamente mais velhos e hierarquicamente mais 
“cobrados” pelo sistema de ensino, foram os que apresentaram horários mais tardios de 
dormir durante a semana e nos fins de semana, maior sonolência durante o dia, em 
comparação aos alunos dos primeiros anos. A diferença nos resultados observados entre 
os anos pode estar associada ao fato dos alunos do segundo ano estudarem nas salas mais 
iluminadas, bem como à maturidade e ao grau de demanda acadêmica a eles direcionado. 
Posto que, de acordo com Zhou et al (2011), o sono insatisfatório apresentado na 
adolescência tende a se agravar com a idade e está associado ao uso frequente de 
equipamentos eletrônicos à noite, aos horários de início das aulas do turno matutino e ao 
tempo diferido nas atividades acadêmicas fora do espaço escolar. 
Além disso, o atraso nos ritmos observado nos adolescentes pode ser reflexo dos hábitos 
e dos padrões de exposição à luz noturna exibidos pelos alunos que compuseram a 
amostra em estudo. Uma vez que esses, na época da coleta, habitavam em áreas 
urbanizadas e, portanto, estavam expostos ao paradoxo luminoso provocado pelas luzes 
da cidade. Em consonância ao proposto, Ohayon e Melisse (2016), relatam que a noite 
iluminada inerente às áreas urbanas, ao alterar os padrões diários de exposição à luz, tende 
a promover um efeito retardatário sobre os ritmos internos. De modo que, pessoas que 
habitam em cidades urbanizadas estão mais propensas a desenvolverem distúrbios 
relacionados ao sono, como atraso nos horários de dormir e acordar, sono de curta duração 
e baixa qualidade, além de se tornarem mais suscetíveis a episódios de sonolência diurna. 
Entretanto, estudos adicionais que analisem efetivamente a carga horária das atividades 
escolares submetidas a esses adolescentes, bem como o efeito real e os graus de 
intensidade luminosa presentes nas salas de aula e no entorno das moradias ocupadas 
pelos participantes, são necessárias para confirmar estas proposições. 
Por fim, é relevante destacar que este estudo apresenta limitações devido ao pequeno 
tamanho da amostra analisada e a ausência da coleta de informações acerca da demanda 
acadêmica direcionada aos estudantes, bem como sobre os hábitos noturnos de uso de 
aparelhos eletrônicos exibidos por esses. Desse modo, para um maior entendimento dos 
resultados aqui observados, torna-se necessário a realização de novas pesquisas 
complementares que abarquem as restrições citadas. 
 
Conclusão 
 
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Diferentemente do esperado, os níveis de intensidade de luz na sala de aula não 
apresentaram correlações significativas em relação aos componentes da atenção e foram 
associados a horários mais tardios de sono nos estudantes. Neste contexto, constatou-se 
que os alunos do segundo ano, que coincidentemente ocupavam as salas mais iluminadas 
apresentaram horários mais tardios de dormir, menor tempo na cama e níveis mais 
elevados de sonolência diurna, o que pode estar associado a diferença da demanda de 
atividades acadêmicas escolares entre os anos, bem como aos hábitos noturnos oriundos 
dos adolescentes mais velhos. Entretanto, estudos adicionais que analisem fatores capazes 
de modular a ação da luz pela manhã (tais como hábitos noturnos de uso de aparelhos 
eletrônicos e padrão de exposição à luz artificial, por exemplo), bem como o efeito das 
demandas de atividades extraclasses sobre o sono, são necessários para um entendimento 
mais profundo dos resultados observados. 
 
Referências 
 
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Anexos 
 
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Correlações entre as intensidades luminosas registradas em sala de aula e parâmetros 
temporais de sono. 
 
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Correlações entre as intensidades luminosas registradas em sala de aula e os componentes 
da atenção analisados. 
 
 
Variação dos valores observados (valor mínimo e máximo), média e variância da 
intensidade luminosa (lux) medida nas salas de aula de cada ano (t independente, p <0,05). 
 
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 39 
 
 
Médias e desvios padrões para os horários de dormir e acordar, duração do sono e para a 
sonolência ao acordar entre as semanas e finais de semanas. 
 
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Médias e desvios padrões para os tempos de reação, porcentagem de omissões e respostas 
corretas para atenção seletiva e para os alertas tônico e fásico, e a estabilidade geral média 
para a atenção sustentada. 
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CÓDIGO: HS1254 
AUTOR: MATHEUS BASTOS COSTA CHAVES 
ORIENTADOR: ARRILTON ARAUJO DE SOUZA 
 
 
TÍTULO: Conflitos entre operárias de Dinoponera quadriceps (Hymenoptera, 
Formicidae) em ambiente natural são influenciados pela disponibilidade de 
alimento? 
Resumo 
 
A disputa por alimento é um dos principais fatores incitadores de conflitos entre formigas. 
Neste estudo buscamos averiguar a influência imposta pela disponibilidade de alimento 
nas interações agonísticas entre operárias de Dinoponera quadriceps de dez colônias. As 
observações foram realizadas na Floresta Nacional (FLONA) de Nísia Floresta-RN, entre 
Julho de 2019 e Fevereiro de 2020. Neste período avaliamos a disponibilidade de 
alimento por meio de armadilhas pitfall e do alimento obtido pelas operárias durante o 
forrageio. Durante o acompanhamento do forrageio marcamos pontos com bandeiras nos 
trajetos e também em ocorrências de comportamentos. Com isso obtivemos o mínimo 
polígono convexo de cada colônia, assim podendo averiguar a porcentagem de alimento 
coletado e de conflitos ocorridos dentro e fora das zonas de sobreposição das áreas de 
forrageio. As forrageadoras coletaram majoritariamente alimento de origem animal, em 
sua maioria insetos mortos, mas também frutos e sementes, principalmente das famílias 
Myrtaceae e Annonaceae. Foram registrados conflitos em variados graus de 
agressividade, sendo a maioria combates ritualizados de baixa letalidade. Os resultados 
indicam que a disponibilidade de alimento não gera influência nos conflitos entre as 
operárias das colônias estudadas. O índice de captura de alimento e conflitos foi 
ligeiramente maior dentro das zonas de sobreposição. Futuros estudos podem elucidar as 
demais variáveis que afetam a competição na espécie. 
 
 
Palavras-chave: Agonismo. Zona de sobreposição. Forrageio. Formiga. 
Competição. 
TITLE: Conflicts between workers of Dinoponera quadriceps (Hymenoptera, 
Formicidae) in the wild are influenced by food availability? 
Abstract 
The dispute for food is one of the main factors that lead to conflicts amongst ants. In 
this study we aim to ascertain the influence made by the food availability on agonistic 
interactions between workers of ten colonies of Dinoponera quadriceps. The 
XXXII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN 
 
eCICT 2021 
 
 
 
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observations occurred in the Floresta Nacional (FLONA) de Nísia Floresta-RN, from July 
2019 to February 2020. We estimated the food availability with the use of pitfall traps 
and food obtained by the workers during foraging. During the tracking of the foraging 
we marked points with flags in the trails regularly and also in occurrences of conflicts 
and food collection. With that we could obtain the minimum convex polygon of each 
colony and therefore ascertain the percentage of food collected and conflicts occurred 
in and outside of the overlap zones of each foraging area. The workers collected 
primarily animal based material, mainly dead insects, but also fruits and seeds from the 
Myrtaceae and Annonaceae families. Conflicts were recorded on varying degrees of 
aggressiveness, mainly in the form of low risk ritualistic combat. The results indicate that 
the food availability does not present any influence in the conflicts amongst workers of 
the studied colonies and that the conflicts and food collection happen with slightly 
higher frequency inside the overlap zones. Future studies may clarify other variables 
that might affect competition in the species. 
 
Keywords: Keywords: Agonistic behavior. Overlap zone. Foraging. Ant. 
Competition 
Introdução 
A disputa por recursos limitantes como alimento comumente implica na realização de 
comportamentos custosos aos indivíduos envolvidos (Huntingford & Turner, 1987). 
Contudo, muitas espécies de formiga evitam gasto de energia elevado gerado pela 
competição direta por meio de outras estratégias menos custosas. Entre elas estão, a 
segregação espacial e temporal, combate ritualizado e estratégias diferentes de 
forrageamento (Hölldobler & Lumsden, 1980). 
Apesar da tendência de segregação espacial, as áreas de forrageio de competidores podem 
se sobrepor. Geralmente, essas áreas de sobreposição representam um custo elevado no 
forrageio pois a competição entre as colônias é ainda mais acentuada. A competição 
muitas vezes leva a conflitos que podem culminar em injúrias e morte. Isso se dá pelo 
eventual encontro de competidores diretos e pela potencial superexploração dos recursos 
encontrados naquela região (Adams, 1998). 
A disponibilidade de alimento é portanto um dos principais fatores bióticos que 
influenciam a competição. Estudos prévios indicaram que com a redução da 
disponibilidade de presas no ambiente ocorre o aumento no número de conflitos, inclusive 
podendo levar à morte de operárias em recorrência desses (Driessen, Van Raalte, & De 
Bruyn, 1984; Mabelis, 1979, 1984). A escassez de recursos pode também promover o 
aumento da área total utilizada pelos grupos durante o forrageio (Adams, 2001). É válido 
observar que as espécies presentes no grupo Formicidae variam, e muito, em suas 
estratégias de forrageio e ecologia, diferindo bastante na forma como configuram e 
mantém seus territórios. 
As colônias de formigas “poneromorfas” geralmente são habitadas por poucos 
indivíduos, com pouca ou nenhuma variação morfológica entre operárias e entre operárias 
e rainha.

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