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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: Uma modelagem da percepção ambiental JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS NATAL - RN 2017 2 JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: Uma modelagem da percepção ambiental Trabalho de conclusão do curso de Graduação em Ecologia do Departamento de Ecologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ecologia. Orientadora: Profª. Drª. Priscila F. M. Lopes Coorientadora: Me. Monalisa R. O. da Silva NATAL - RN 2017 3 JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: Uma modelagem da percepção ambiental Trabalho de conclusão do curso de Graduação em Ecologia do Departamento de Ecologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ecologia. Natal/RN, 29 de novembro de 2017. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Prof.ª Dr.ª Priscila Fabiana Macedo Lopes - Orientadora Departamento de Ecologia – UFRN ________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Rosangela Gondim D’Oliveira – Examinador 1 Departamento de Botânica e zoologia – UFRN _________________________________________________ MSc. Marjorie da Fonseca e Silva Medeiros – Examinador 2 Diretoria de Meio Ambiente – UFRN 4 “...E é o tempo vampiro que suga tudo Suga minha alma e me transforma a forma e o conteúdo E sem escudo eu ofereço a veia e vou sorrindo...” (Gabriel O pensador) 5 AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família pelo apoio durante toda a graduação, especialmente ao meu irmão Joseph Martins por ser a melhor e mais importante companhia, nas idas a campo durante o desenvolvimento de um projeto de pesquisa e na vida. Agradeço à minha orientadora Priscila Lopes pela solicitude, presteza, objetividade e clareza ao me orientar. Agradeço à minha coorientadora Monalisa Rodrigues pelo apoio, boa vontade, atenção e paciência ao me orientar. Agradeço a todo corpo docente do Departamento de Ecologia pelas valiosas contribuições para minha formação profissional. Agradeço à professora Alice Calvente, do Departamento de Botânica e Zoologia, e ao professor Gilberto Corso, do Departamento de Biofísica e Farmacologia, pelas oportunidades de aprendizado em projetos de pesquisa e extensão, respectivamente. Agradeço à UFRN por me conceder uma vaga na Residência Universitária, sem a qual não teria sido possível chegar até aqui. Agradeço aos amigos que encontrei na graduação, na empresa júnior (Ecosin Soluções Ambientais), no Instituto Metrópole Digital e na residência universitária. Cada um desempenhou um papel fundamental nessa jornada, seja ouvindo meus desabafos, me apoiando ou me ensinando algo. Não citarei nomes para não correr o risco de esquecer algum e gerar desconforto aqueles que tanto quero bem. Por fim, agradeço a todas as pessoas que de algum modo foram importantes para minha vida acadêmica e pessoal. 6 RESUMO O desenvolvimento econômico contínuo, associado às mudanças no padrão de consumo humano, tem aumentado a demanda por bens e serviços em todo o mundo, resultando também em um aumento na geração per capita de resíduos sólidos. O Brasil, por exemplo, coletou 71,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos somente no ano de 2016, enquanto o país ainda enfrenta o problema da destinação e tratamento impróprios desses resíduos. Desse modo, o objetivo dessa pesquisa foi identificar quais fatores ambientais e socioeconômicos estão associados às ações individuais efetivas para o adequado manejo de resíduos sólidos. Foram realizadas 377 entrevistas com alunos de graduação e pós-graduação de uma universidade pública (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), localizada no nordeste do Brasil. Foi estimado um índice de percepção ambiental dos entrevistados, o qual foi analisado através de uma análise de Floresta Aleatória (FA) e um Modelo Aditivo Generalizado (MAG), que estimou os fatores mais importantes na construção do índice e as variáveis que explicaram seus resultados, respectivamente. Área de formação acadêmica do indivíduo (social, ambiental, exatas, etc.), bem como a renda e a idade, foram aspectos socioeconômicos diretamente relacionados com o modo pela qual os indivíduos percebem o meio ambiente, especialmente no que se refere ao descarte de resíduos sólidos. Indivíduos que mantêm contato com a natureza e que se preocupam com a destinação correta dos resíduos são aqueles que mais se incomodam com o descarte inadequado de resíduos sólidos. Ao desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis à eliminação e tratamento adequado de resíduos, é possível elaborar ações educação ambiental mais efetivas e oferecer suporte para uma melhor gestão dos resíduos sólidos brasileiros. PALAVRAS-CHAVE: contato com a natureza; descarte de resíduos; educação ambiental. 7 ABSTRACT Continuous economic development, associated to changes in human consumption standards, has increased the demand for goods and services throughout the world, resulting in increased generation of solid waste. Brazil, for instance, collected 71.3 million tonnes of solid waste just in 2016, whereas the country still faces the problem of improper destination and treatment of its waste. The objective of this research was to identify the environmental and socioeconomic factors associated with effective individual actions towards the adequate management of solid waste. We surveyed 377 undergraduate and graduate students of a Brazilian public university (Federal University of Rio Grande do Norte). An environmental perception index was generated for the respondents and then analyzed using Random Forest (RF) and a Generalized Additive Model (GAM) approaches, which estimated the most important factors in the construction of the index and the variables that explained its results, respectively. The academic area of the individual (social, environmental, exact, etc.), as well as income and age, were socioeconomic aspects directly related to the way individuals perceive the environment, especially regarding the disposal of solid waste. Individuals who keep in touch with nature and who worry about the correct waste destination are those who feel more bothered with incorrect waste disposal. By unraveling groups that are more or less sensitive to proper waste disposal and treatment, it is possible to develop more effective environmental education actions and to offer support for a better management of Brazilian solid waste. KEYWORDS: contact with nature; waste disposal; environmental education. 8 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9 2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 12 2.1 Surgimento da pesquisa .................................................................................................. 12 2.2 Universo amostral ........................................................................................................... 12 2.3 Coleta de dados ...............................................................................................................13 2.4 Análise de dados ............................................................................................................. 14 3. RESULTADOS .................................................................................................................... 16 3.1 Índice de percepção ........................................................................................................ 16 3.2 Aspectos socioeconômicos relacionados a percepção dos estudantes ............................ 17 4. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 20 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 24 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25 7. APÊNDICES ........................................................................................................................ 29 9 1.INTRODUÇÃO O crescimento populacional e a expansão das atividades humanas (VLEK, 2000), bem como o desenvolvimento econômico contínuo associado às mudanças no padrão de consumo, tem aumentado a demanda por bens e serviços em todo o mundo, resultando também em um aumento na geração per capita de resíduos sólidos, especialmente em países em desenvolvimento (MINGHUA et al., 2009). Atualmente, a quantidade de resíduos sólidos gerados por todas as cidades do mundo é de aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas por ano (HOORNWEG and PERINAZ, 2012). Devido à rápida urbanização, especialmente em cidades de pequeno e médio porte em países de baixa renda (COHEN, 2004), estima-se que as taxas de geração de resíduos serão mais do que duplicadas nos próximos vinte anos nesses países, além disso espera-se que produção global aumente para 2,2 bilhões de toneladas de resíduos até 2025 (HOORNWEG and PERINAZ, 2012). Esse aumento na produção de resíduos sólidos requer também um aumento nos cuidados referentes a coleta, transporte, tratamento e disposição final desses resíduos. No Brasil, um país com a quinta maior população do mundo (208 milhões de habitantes em 2017(IBGE, 2017), a geração de resíduos sólidos urbanos per capita foi estimada em 1kg/hab/dia (ABRELPE, 2016). Assim como em outros países de baixa renda, onde os gastos com a coleta de resíduos propriamente dita são maiores que qualquer outra atividade de gestão de resíduos (HOORNWEG; PERINAZ, 2012), no Brasil a maior parte do orçamento destinado à gestão global de resíduos é gasto somente com a coleta destes (ABRELPE, 2016). Especificamente, o mercado brasileiro de limpeza urbana movimentou R$27,3 bilhões de reais no ano de 2016, quando foram coletadas 71,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos (ABRELPE, 2016). Apesar de esforços e melhorias consideráveis, o país enfrenta, além do aumento na produção de resíduos sólidos, o problema da destinação incorreta e a ausência em grande escala de tratamento desses resíduos (FERREIRA and ANJOS, 2001). No Brasil, México e Turquia, assim como em outros países altamente povoados como a China e a Índia, a maior parte dos resíduos sólidos é geralmente destinada a aterros e lixões (LINO and ISMAIL, 2012). Essas duas formas de disposição de resíduos sólidos não possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e degradações (ABRELPE, 2016). No final dos anos 80, o Brasil destinava 88,2% dos resíduos gerados para vazadouros a céu aberto e somente 1,1% recebia destinação adequada, com 10 encaminhamento para aterros sanitários. Em 2016, 58,4% ou 41,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados foram enviadas para aterros sanitários, porém, o caminho da disposição inadequada continuou sendo trilhado por 3.331 municípios brasileiros, que enviaram mais de 29,7 milhões de toneladas de resíduos, correspondentes a 41,6% do total coletado no ano, para lixões ou aterros controlados (ABRELPE, 2016). De modo geral, a organização e o planejamento da coleta de resíduos sólidos em países em desenvolvimento é bastante rudimentar. Isso se reflete na ausência de informações sobre a quantidade de resíduos sólidos coletados e reciclados, a composição dos resíduos, a seleção inadequada de locais para disposição final, bem como programas de reutilização e reciclagem ineficientes (BUENROSTRO and BOCCO, 2003). A gestão pública de algumas cidades, bem como os próprios cidadãos, utiliza uma série de tecnologias, políticas e comportamentos para minimizar os impactos negativos de seus resíduos e encontrar reutilizações adequadas para estes (VERGARA and TCHOBANOGLOUS, 2012). Entretanto, apesar do gerenciamento de resíduos sólidos se tornar cada vez mais complexo e necessário (LIM, 2011), em muitos locais a questão é negligenciada pois implica em um aumento dos custos para a gestão pública. Além disto, devido a deficiências institucionais, técnicas, regulamentares, de conhecimento e de participação pública diversas outras cidades não conseguem realizar uma gestão efetiva dos seus resíduos (NGOC and SCHNITZER, 2009), o que pode resultar em problemas urbanos, sanitários e ambientais (SESSA et al., 2010). A degradação ambiental causada pela destinação inadequada dos resíduos pode ser expressa pela contaminação das águas superficiais e subterrâneas (através do lixiviado), contaminação do solo (através do contato direto com resíduos ou lixiviado), poluição do ar (por queima de resíduos), liberação descontrolada de metano devido à decomposição anaeróbia de resíduos, além de acarretar problemas de saúde pública devido a um aumento na disseminação de doenças por diferentes vetores, tais como pássaros, insetos e roedores (NGOC and SCHNITZER, 2009). Infelizmente, em países de baixa renda, bem como em países em desenvolvimento, problemas ambientais como estes são facilmente visualizados, enquanto que por outro lado ações voltadas para conservação ambiental são poucos consistentes. Embora a gestão pública de resíduos seja muitas vezes falha em diversos países, como o Brasil, cabe destacar que o descarte inadequado destes resíduos pode ser também em função do próprio indivíduo gerador. Assim, apesar dos pequenos esforços promovidos por alguns 11 governos para lidar com esta questão (VLEK, 2000), os desafios para um efetivo gerenciamento dos resíduos sólidos englobam aspectos além daqueles implementados pela gestão pública. Mesmo quando há o oferecimento de algum serviço público mínimo de coleta de resíduos, muitos ainda optam pelo descarte inadequado, devido à falta de conhecimento sobre a importância da gestão de resíduos, ausência da preocupação com o meio ambiente e a saúde pública, falta de local adequado para armazenar os resíduos até que a coleta aconteça e insatisfação com os serviços de coleta (YOADA et al., 2014). Logo, o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos depende de ações integradas entre governos e cidadãos, considerando que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e que compete tanto ao poder público quanto à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (Art. 225 da Constituição Federal, 1988). Muitos problemas ambientais são, em essência, problemas comportamentais, sociais e culturais de ordem familiar, empresarial ou governamental (VLEK, 2000). Além disso, cada indivíduo percebe o meio ao seu entorno de modo distinto de outros. Em particular, sabe-se que as diferentes percepções do mundo estão relacionadas às diferentes personalidades, à idade, às experiências, aos aspectos socioambientais, à educação e à herança biológica (MELAZO, 2005). Desse modo, entender como diferentes indivíduos notam e reagem ao ambiente que os cercam pode ser uma ferramenta importante para explicar o descarte adequadoou não de resíduos, e a inquietação, indignação ou mesmo passividade de alguns diante de depósitos inapropriados de resíduos em ruas e espaços públicos e privados. Recentemente, estão sendo realizados estudos científicos que buscam compreender como usuários percebem áreas protegidas (BEZERRA et al., 2008) e recursos hídricos (BROTTO et al., 2017), e como esta percepção pode influenciar a formulação de políticas públicas (RODRIGUES et al., 2012). Resta ainda identificar como modos de perceber o ambiente podem influenciar o descarte e a própria gestão de resíduos, na medida em que indivíduos que se incomodam com descarte inadequado são mais prováveis de demandarem serviços públicos adequados. Desse modo, o objetivo dessa pesquisa foi identificar quais fatores ambientais e socioeconômicos estão associados a ações individuais efetivas para o adequado manejo de resíduos sólidos. As hipóteses aqui testadas foram: i) indivíduos que costumam frequentemente realizar o descarte adequado dos seus resíduos sólidos, ii) que apresentam sensibilidade visual para observar o ambiente, iii) que apresentam comportamento pró- ambiental, iv) que tiveram ou tem maior contato com a natureza, e v) que tem maior 12 conhecimento sobre meio ambiente poderiam apresentar maior predisposição para perceber a problemática do descarte inadequado de resíduos. Era ainda esperado que fatores socioeconômicos, como indivíduos jovens (portanto, mais expostos às políticas recentes referentes a resíduos sólidos), com maior renda (hipoteticamente um indicador de acesso a moradias em locais mais atendidos por serviços públicos de limpeza urbana) e pertencentes a área de formação ambiental, estivessem mais propensos a perceber mais facilmente o ambiente ao seu entorno. Desse modo, ao desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis à eliminação e tratamento adequado de resíduos, é possível elaborar ações de educação ambiental mais efetivas e oferecer suporte para uma melhor gestão dos resíduos sólidos no campus central da UFRN. Essas medidas podem ainda servir de embasamento para a elaboração de uma política pública ambiental que delegue melhorias para o manejo de resíduos sólidos no país. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Surgimento da pesquisa Essa pesquisa é fruto de um projeto de extensão desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) intitulado “DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CAMPUS CENTRAL DA UFRN: Percepção e soluções”. O projeto consistiu na realização de um mapeamento sazonal de pontos de descarte inadequado de resíduos sólidos no campus universitário, quantificação de resíduos descartados inadequadamente em duas paradas de ônibus e quantificação dos resíduos gerados por uma cantina da universidade, como um estudo de caso. Além disso, entender quais fatores determinam diferentes níveis de percepção ambiental entre os estudantes da UFRN, com relação a problemática do descarte de resíduos, consistiu em um dos principais objetivos do projeto. 2.2 Universo amostral O estudo foi desenvolvido com estudantes de graduação e pós-graduação do campus central da UFRN, localizada no município de Natal (Figura 01). Em 2016, a universidade possuía 26.488 discentes matriculados em cursos presenciais de graduação e 10.949 discentes na pós-graduação, incluindo alunos de especialização, mestrado, doutorado, residência médica e multiprofissional (PROPLAN, 2016). A universidade é caracterizada pela diversidade de seu público, que inclui diferenças culturais, socioeconômicas e étnicas. Esta atende ainda estudantes de diversos estados brasileiros, bem como estudantes de outras nacionalidades. A Diretoria de Meio Ambiente da UFRN dispõe de um Programa de Gestão Integrada de Resíduos (PROGIRES) e é responsável pelo gerenciamento de resíduos produzidos na 13 universidade. Os resíduos comuns gerados pela universidade recebem duas destinações: resíduos recicláveis são destinados a cooperativa e associação de catadores do município de Natal (coleta seletiva solidária), e os não recicláveis são encaminhados para o aterro sanitário (BRASECO), situado na grande Natal. Em 2016, a UFRN destinou 105 toneladas de resíduos recicláveis para a coleta seletiva e aproximadamente 978 toneladas de resíduos comuns foram destinados ao aterro (PROPLAN, 2016). Ainda assim, é facilmente observado o descarte de resíduos de forma inadequada (Apêndice 1), principalmente no entorno de paradas e estacionamentos da universidade, tanto como resultado da ação de usuários regulares (estudantes e servidores), quanto de demais usuários que transitam pelo campus (estabelecimentos comerciais e vendedores ambulantes). Figura 01- Mapa do campus central da UFRN. Fonte Superintendência de Infraestrutura da UFRN. 2.3 Coleta de dados A coleta de dados ocorreu entre os meses de julho e setembro de 2016 através de um questionário online estruturado com 40 questões de múltipla escolha e duas questões discursivas, abrangendo informações socioeconômicas e da percepção ambiental dos estudantes (Apêndice 2). O questionário online foi elaborado com o uso do Typeform, ferramenta gratuita para criação de formulários online (https://www.typeform.com), e encontra-se ainda disponível para checagem (https://descarteresiduosufrn.typeform.com/to/bFCChZ). Visando complementar lacunas em 14 determinados grupos de estudantes (área de formação acadêmica da saúde e humanas) que não responderam ao questionário online, o questionário também foi aplicado pessoalmente. O estudo foi precedido por uma amostra piloto, disponibilizada online apenas para os alunos da graduação (N=95). A amostragem piloto apontou para a necessidade de incluir alunos da pós-graduação, incluir questões discursivas, e ajustar perguntas que pareciam gerar dúvidas aos entrevistados. Os dados obtidos na amostra piloto foram descartados. Uma vez ajustado o questionário, o mesmo foi finalmente respondido por 337 alunos (290 online e 47 presencial), incluindo indivíduos de diferentes idades e áreas de formação acadêmica. As questões socioeconômicas incluíam área de formação, curso, renda familiar, estado civil, idade, escolaridade dos pais, entre outros. As questões relacionadas à percepção ambiental dos entrevistados foram organizadas em cinco blocos: descarte (manuseio) individual de resíduos sólidos (DRS); sensibilidade visual (observação do meio ambiente) (SVP); comportamento/atitude pró-ambiental (CPA); contato com a natureza (CNA); e formação/conhecimento ambiental (CNA) (Apêndice 3). Para permitir a quantificação da percepção ambiental, as perguntas foram elaboradas de acordo com a escala de Likert (LIKERT, 1932) de forma a indicar o nível de concordância do entrevistado para cada item. Neste estudo, a escala variou de 0 (menor percepção) a 10 (maior percepção). Por exemplo, era apresentado ao entrevistado perguntas do tipo “Você concordaria em substituir o uso de copos descartáveis por um copo plástico (ou outro material não descartável) de uso pessoal? ”, em que o entrevistado poderia: a) concordar totalmente (10), b) concordar parcialmente (05), c) discordar parcialmente (2,5), e d) discordar totalmente (0). Se o indivíduo concordasse totalmente com a afirmação este receberia pontuação máxima (10), indicando elevada predisposição para perceber o meio que o cerca. Se o indivíduo discordasse totalmente da afirmação este receberia a pontuação mínima (0), que indica predisposição contrária à situação citada anteriormente. Em alguns casos, quando o indivíduo não soube a resposta a pontuação atribuída também foi zero (0). 2.4 Análise de dados Foi calculado o índice de percepção ambiental individual (Percepçãoind), através da média aritmética das variáveis, que é dada pela soma dos valores (Σ) correspondentes à cada pontuação atribuída para cada variável ambiental (Xi), e pela divisãodesse somatório pelo número de observações totais (n=24), que equivale ao total de variáveis ambientais incorporadas nesse estudo (Equação 1). As respostas das questões discursivas também foram 15 incluídas nesse índice, após uma análise de conteúdo, classificação e pontuação de cada resposta. Respostas contendo no mínimo quatro palavras chaves obtinham nota máxima (10). O valor máximo do índice poderia chegar até 1. A equação de construção do índice é: Percepçãoind = (Equação 1) Em que Xi representa a pontuação atribuída para cada resposta sobre a percepção dos indivíduos e n representa número total de questões ambientais para investigar a percepção. O método estatístico Floresta Aleatória (FA) (do inglês Random Florest) (BREIMAN, 2001) foi aplicado para acessar quais grupos de variáveis contribuem mais para a construção do índice de percepção. FA é uma técnica de classificação e regressão indicada para esse tipo de pesquisa pois não exige nenhuma premissa a posteriori dos dados e sua acurácia na classificação não é afetada pelas correlações e interações entre as variáveis (JAMES et al., 2013). A análise consiste num conjunto de árvores de decisão combinadas para solucionar problemas de classificação. Durante a análise ocorre a montagem de um conjunto de árvores de regressão, selecionando primeiro muitas amostras a partir dos dados, pela metodologia de bootstrap. Cada amostra contém aproximadamente 63% das observações originais (STROBL, et al., 2009). Cada árvore de decisão é construída e, a cada divisão desses dados, um subconjunto aleatório de atributos é utilizado para a escolha dos atributos mais informativos. No final, a importância relativa de cada variável preditora é então determinada e uma lista é gerada com os atributos mais importantes no desenvolvimento da floresta. Foram utilizadas 10.000 árvores e diferentes processos aleatórios para garantir a estabilidade na importância das variáveis. Além disso, o erro quadrático médio (MSE) também foi usado para medir a importância das variáveis (BREIMAN, 2001). Depois foi usado um Modelo Aditivo Generalizado (do inglês Generalized Additive Model – GAM) para analisar a influência dos fatores socioeconômicos (variáveis independentes citadas anteriormente) no índice de percepção dos estudantes (variável dependente). O GAM é uma alternativa para a modelagem de relações não lineares e para o uso de dados não-paramétricos (HASTIE and TIBSHIRANI, 1990), sendo uma boa opção para representar a relação do índice de percepção e as variáveis socioeconômicas. A seleção do modelo foi realizada com base nos desvios explicados e na Validação Cruzada Generalizada (VCG) (MARRA and WOOD, 2011). O modelo completo, o qual usou a distribuição binomial (quasi) e o link logit, foi montado da seguinte forma: 16 (Equação 2) Em que Percepção representa o índice de percepção, que compreende a variável resposta do modelo, corresponde ao coeficiente do modelo Bayesiano e s a função suavizada, usada quando os dados não são lineares. O modelo incluiu as seguintes variáveis preditoras: Idade = ID; Sexo = SX; Religião = RE; Estado civil = EC; Filhos = FI; Cidade onde nasceu = CN; Localidade onde passa a maior parte do tempo = REG; Tipo de ambiente onde passa a maior parte do dia = AT; Local onde passou maior parte da vida = LV; Ensino fundamental = EF; Ensino médio= EM; Escolaridade do pai = PA; Escolaridade da mãe = MA; Renda familiar= RF; Formação acadêmica = FA; Área de formação acadêmica = AF; Curso = CO; Porcentagem de integralização do curso = PI. Após executar o modelo completo, com todas as variáveis socioeconômicas, retiramos as variáveis não significativas e rodamos novos modelos. Por fim, o modelo com menor VCG foi selecionado. As análises foram realizadas no software R utilizando os pacotes randomForest, party e mgcv (LIAW and WIENER, 2001; R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2016; STROBL et al., 2009; WOOD, 2008). 3. RESULTADOS 3.1 Índice de percepção O valor médio do Índice de Percepção foi 0,8 (± (1.1 Desvio padrão). A Floresta Aleatória identificou os grupos de variáveis ambientais contato com a natureza (CNA) e descarte individual de resíduos sólidos (DRS) como os dois mais importantes para a construção do índice de percepção (Figura 02a). Em contrapartida, a sensibilidade visual (SVP) e o comportamento pró-ambiental (CPA) foram os últimos em ordem de importância. A importância condicional das variáveis, a qual indica a importância da variável em relação às outras variáveis do modelo, assim como o erro quadrático médio (MSE) apresentaram resultados iguais (Figura 02b). 17 Figura 02 – (a) Importância das variáveis utilizadas na construção do índice de percepção. MSE é o erro quadrático médio. (b) Importância condicional das variáveis para a Floresta Aleatória. CNA = Contato com a natureza; DRS = Descarte de resíduos sólidos; FCA = Formação ambiental; SVP = Sensibilidade visual; CPA = Comportamento Pró-ambiental. 3.2 Aspectos socioeconômicos relacionados a percepção dos estudantes O modelo aditivo generalizado final incluiu área de formação (AF), idade (ID) e renda familiar mensal (RF) como as variáveis que mais contribuem para explicar o índice de percepção (Tabela 01). Os resultados revelam que estudantes da área de formação ambiental e estudantes de outras áreas de formação, tais como humanas, exatas, tecnológicas e saúde apresentam percepção ambiental diferenciada (p = 0.000). Os estudantes da área ambiental em geral apresentaram uma percepção ambiental predominantemente elevada e particularmente concentrada, entre 0.7 e 0.9 (Figura 03). (a) (b) 18 Tabela 01 - Comparação da Validação Cruzada Generalizada (VCG) e desvios explicados para os modelos executados. O melhor modelo está destacado em negrito. Variáveis explanatórias: ID = idade; RF = Renda Familiar; AF = Área de Formação; CO = Curso. Figura 03 - Distribuição e tendência geral dos dados de percepção e área de formação dos estudantes entrevistados. Índice de Percepção dos estudantes varia entre 0 - 1. T = tecnológicas; H = humanas; E = exatas; S = Saúde; A = ambiental. Especificamente, estudantes com renda familiar superior a cinco salários mínimos apresentaram maior percepção ambiental (p=0.001). Estudantes com renda até dois salários mínimos e entre dois e quatro salários não diferem entre si (Figura 04). Modelo VCG Desvio explicado 1+ID+RF+AF 0.040 37% 1+ID+CO 0.053 49% 1+ID+RF+CO 0.053 50% 1+ID+RF+AF+CO 0.055 50% Modelo Completo (SX + RE + EC + FI + CN + REG + AT + LV + EF + EM + PA + MA + RF + FA + AF + CO + PI) 0.065 59% 19 Além disso, os resultados apresentam uma relação positiva entre a idade e a percepção ambiental, ou seja, quanto maior a idade do indivíduo, maior o índice de percepção ambiental (p = 0.02) de cada indivíduo, embora esta relação não seja linear (Figura 05). Figura 04 - Distribuição e tendência geral dos dados de percepção e renda familiar dos estudantes entrevistados. O gráfico apresenta a mediana, primeiro e terceiro quartis e os intervalos de confiança. Índice de Percepção dos estudantes varia entre 0 - 1. Figura 05 - Resposta funcional do efeito suavizado (smoothed) da variável idade no modelo aditivo generalizado final. 20 4. DISCUSSÃO Compreender os fatores que norteiam o modo como os indivíduos percebem o ambiente ao seu entorno pode servir de instrumento para a melhoria da gestão de resíduos sólidos no campus central da UFRN, bem como pode embasar a elaboração de ações para o adequado manejo de resíduos sólidos para escalas maiores, como a própria a cidade de Natal, o estado ou até mesmo o país. Nesse estudo, a área de formação acadêmica do indivíduo, a renda e a idadeforam aspectos socioeconômicos diretamente relacionados ao modo como os indivíduos percebem o manejo de resíduos sólidos. Atrelado a esses aspectos, as variáveis ambientais contato com a natureza e o descarte individual de resíduos sólidos também se configuram como relevantes para a compreensão da percepção do meio ambiente envolvendo a questão dos resíduos. De modo geral, profissionais da área ambiental, como das ciências naturais e da geografia, estabelecem um significativo relacionamento com o ambiente e consequentemente atuam como norteadores da integração do ser humano com o meio (MELAZO, 2005). Estes profissionais provavelmente devem estabelecer um maior contato com a natureza, iniciando desde a sua formação acadêmica e se estendendo ao longo de sua atuação profissional. Durante a sua formação acadêmica, esse contato pode ser propiciado por aulas práticas e projetos de pesquisas. Acredita-se que a intenção inicial dessas atividades seja agregar conhecimento e prática à formação do estudante, porém esse contato acaba promovendo, muitas vezes, uma maior sensibilização ambiental desses indivíduos. No entanto, é importante considerar também o objeto de estudo dos diferentes cursos, pois isso pode direcionar a observação dos indivíduos sobre o meio. O objeto de estudo associado ao contato com a natureza pode constituir um fator importante para a percepção ambiental do meio. Associado ao contato com a natureza, a própria estrutura curricular dos cursos com formação ambiental possibilita uma reflexão constante acerca de problemáticas ambientais, como o descarte inadequado de resíduos sólidos e suas consequências para o meio ambiente e para a saúde humana. A formação de profissionais reflexivos para desenvolver práticas que articulem a educação e o meio ambiente numa perspectiva crítica sobre a atuação ecológica pode constituir o elemento chave para que a justiça ambiental e social (JACOBI 2005). Além disso, o desenvolvimento da capacidade reflexiva sobre questões ambientais pode também possibilitar uma melhor compreensão dos princípios científicos envolvidos em problemas ambientais (KRNEL and NAGLIC, 2009). Assim, a formação acadêmica na área ambiental pode oferecer possibilidades que promovem uma maior sensibilização com o meio ambiente, 21 seja por conhecimento ou contato com a natureza. Consequentemente, maior sensibilização ambiental pode influenciar a percepção que esses indivíduos têm do meio ambiente, incluindo a percepção do descarte inadequado de resíduos sólidos. Geralmente o nível de renda de um país está relacionado com o nível de educação que o mesmo possui, sendo uma maior renda associada ao alto nível de educação (RATTSØ and STOKKE, 2014). Uma vez que, um maior poder aquisitivo pode proporcionar melhores oportunidades de ensino, indivíduos com elevado nível de educação podem, em teoria, compreender melhor problemas ambientais complexos, e desse modo tornam-se mais preocupados com a qualidade ambiental (ZHAO et al., 2014). Desta forma, é esperado que estes indivíduos também realizem o manejo adequado dos resíduos sólidos. Por outro lado, a maior renda também está associada ao maior consumo a qual implica na geração maior de resíduos (CAMPOS 2012). A noção de que as pessoas com maior renda estão mais preocupadas com os problemas ambientais está enraizada na economia e em algumas outras disciplinas (LO, 2014). Estudos apontam que indivíduo com maior renda possuem maior disposição a pagar pela proteção ambiental, o que pode ser ocasionado devido a uma maior acessibilidade e contato com áreas naturais (LO, 2014) e também a um maior excedente financeiro que pode ser destinado a tais fins. Uma maior renda pode possibilitar o acesso a diferentes locais e atividades que permitem o contato direto com a natureza, tais como parques, zoológicos, aquários, ecoturismo, entre outras. Especialmente em ambientes urbanos, para muitos indivíduos os parques são considerados como uma possibilidade para o acesso mais fácil à natureza (MALLER et al., 2006). Essas áreas protegidas, mais que quaisquer outras, tem como objetivo principal pôr em prática a sua política ambiental. Isto pode ser um fator importante no que se refere ao efetivo gerenciamento de resíduos sólidos. Logo, a sensação de bem-estar proporcionada pelo contato com ambientes naturais por si só associada a uma adequada gestão de resíduos em uma unidade de conservação, por exemplo, pode nortear boas práticas para o manejo de resíduos sólidos comuns tanto nesses ambientes quanto em outros, tal como a própria casa dos visitantes dessa unidade De modo geral, podemos dizer que a percepção do meio pode estar relacionada com a renda do indivíduo, no entanto, isto não implica dizer que indivíduos de baixa renda não tenham uma percepção adequada dos resíduos ou vice-versa. Um estudo desenvolvido na Austrália para avaliar a percepção da degradação ambiental costeira de atividades turísticas pelos próprios visitantes revelou que a renda está relacionada com a percepção da degradação 22 provocada por quase todas as atividades avaliadas (PRISKIN, 2003). No entanto, nesse estudo indivíduos com menor renda e renda média perceberam os impactos provocados pela maioria das atividades turísticas como fortemente prejudiciais, diferente do grupo com maior renda. Ou seja, aqui uma menor renda está associada a uma maior sensibilidade para perceber problemáticas ambientais no seu entorno. Desta forma, outros aspectos do contexto de vida no qual o indivíduo está inserido devem ser considerados em estudos sobre a percepção do meio. Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos ter sido efetivamente implantada recentemente no Brasil (BRASIL, 2012), a hipótese de que indivíduos mais jovens apresentariam maiores índices de percepção ambiental não foi corroborada. Os indivíduos mais velhos tenderam a perceber melhor o manejo de resíduos sólidos, bem como demonstraram melhores atitudes quando questionados sobre o manuseio de seus resíduos sólidos. Estudos abordando a relação entre idade e atitudes ambientais demonstram que indivíduos mais velhos, bem como consumidores ecológicos mais antigos, tendem a realizar com mais frequência atividades de reciclagem (DIAMANTOPOULOS et al., 2003; ZHAO et al., 2014). Logo, espera-se que estes demonstrem maior cuidado ambiental e provavelmente uma melhor percepção do meio ambiente. Entretanto, é preciso considerar o contexto no qual este individuo está inserido. Particularmente nesse estudo, o universo amostral da pesquisa constitui um ambiente acadêmico, onde predominam indivíduos mais jovens. A forma pela qual o indivíduo percebe o meio ambiente pode estar relacionada com o modo que o sujeito incorpora as suas experiências (TASSARA and RABINOVICH, 2003), incluindo as experiências de contato com ambientes naturais que este teve ao longo da vida. Os ambientes naturais são um cenário ideal para a integração do meio ambiente, sociedade e saúde, promovendo saúde humana e bem-estar (MALLER et al., 2006). No entanto, a cada dia mais pessoas passam a viver em ambientes urbanos e a estimativa é de que mais de 60% da população passe a residir em ambientes urbanos até 2030 (MILLER, 2005). Essa tendência da ocupação humana acaba reduzindo o contato do homem com a natureza e consequentemente pode afetar o modo pelo qual os indivíduos percebem o meio ao seu entorno. Outra variável ambiental importante para a percepção do meio ambiente, especialmente no que se refere ao manejo dos resíduos sólidos, é a forma como os indivíduos descartam seus resíduos. Esta pode ser usada como um indicador da sua relação e preocupação com o meio ambiente. O descarte inadequado demonstra ausência do comportamento pró-ambiental no indivíduo. Condições socioeconômicas precárias podem estar atreladas a este comportamento, visto que formas de disposição inadequada de resíduos23 em grandes proporções ainda são comumente encontradas em áreas pobres no entorno das cidades. A pobreza intensifica-se nas periferias e aprofunda a depreciação do capital humano e social, que retroalimenta a conduta de degradação do meio ambiente pelo indivíduo pobre (LIMA and PADOIN, 2016). Isso acaba corroborando a associação entre a percepção do meio ambiente e aspectos socioeconômicos. Para amenizar a problemática do descarte inadequado dos resíduos sólidos é importante considerar que a contratação de serviços relacionados à gestão dos resíduos pelos órgãos públicos não isenta as pessoas físicas ou jurídicas da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado destes resíduos (BRASIL, 2012). É notória a necessidade de um trabalho de sensibilização ambiental para que as pessoas possam compreender melhor a importância do meio ambiente, bem como sua preservação e conservação. O foco principal dos programas de educação ambiental tem sido mudar justamente o comportamento ambiental através do aumento do conhecimento ambiental (POOLEY and O’CONNOR, 2000). Por fim, considerando que a existência de um problema ambiental tão elementar se mostra incompatível com o que se espera de uma universidade, a qual deve ser vista como o local da experimentação, criatividade e servir de modelo para modificação de padrões da sociedade, entender o que leva universitários a aceitarem este descarte inadequado ou a repeli- lo se configura como um instrumento fundamental para embasar ações efetivas de gestão de resíduos sólidos, tanto no contexto universidade quanto para a sociedade como um todo. A percepção do meio ambiente pode constituir uma ferramenta chave para indicar as melhores estratégias especialmente para abordagens individuais e de educação ambiental para o adequado gerenciamento de resíduos. 24 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relevância de fatores como contato com a natureza e o descarte individual de resíduos sólidos nos conduzem a pensar que o modo pela qual os indivíduos percebem o meio ambiente está mais fortemente associada com emoção e ação humana, ou seja sentir e agir, do que simplesmente observar o meio ambiente. Os resultados dessa pesquisa revelam alguns grupos sociais, dentre os demais do contexto universitário, que mais necessitam da elaboração e implantação de medidas, ações e políticas para a melhoria da gestão de resíduos sólidos no campus. No entanto, ampliar a amostragem dos dados para outro universo amostral pode tanto corroborar quanto revelar novos grupos prioritários para a definição de ações efetivas para o adequado manejo de resíduos. Ao desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis à eliminação e tratamento adequado de resíduos, é possível elaborar ações de educação ambiental mais efetivas e oferecer suporte para uma melhor gestão dos resíduos sólidos no campus central da UFRN. Essas medidas podem ainda servir de embasamento para a elaboração de uma política pública ambiental que delegue melhorias para o manejo de resíduos sólidos no país. Desse modo, a percepção do meio ambiente, especialmente do manejo de resíduos sólidos, por diferentes grupos de indivíduos pode configurar-se como uma poderosa ferramenta para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos. Esta permite que ações com potencial modificador do comportamento e da atitude ambiental sejam planejadas e implementadas com base nos grupos prioritários identificados nesse estudo. Porém, é necessário considerar tanto os aspectos ambientais quanto socioeconômicos que influenciam ou norteiam essa percepção. 25 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRELPE. 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Exemplo: 18. 2.Sexo biológico Por favor, responder com letra maiúscula. Exemplo: MASCULINO. 3. Religião a. Católico b. Evangélico c. Espírita d. Ateu e. Agnóstico f. Outra 4. Estado civil: a. Solteiro b. Casado c. Divorciado d. Viúvo e. Outro 5. Você tem filhos? a. Sim b. Não 6. Cidade onde nasceu: a. Capital do RN 32 b. Interior do RN c. Outra capital d. Interior de outro estado 7. Localidade na qual você permanece durante a maior parte do tempo atualmente? a. Natal – Zona Sul b. Natal Zona Norte c. Natal – Zona Leste d. Natal – Zona Oeste e. Interior do estado 8. Tipo de ambiente na qual você geralmente passa a maior parte do seu dia: a. Ambiente fechado, sem vista para áreas naturais. b. Ambiente fechado, com vista para áreas naturais. c. Ambiente externo, em contato com áreas naturais. 9. Localidade onde passou a maior parte do tempo durante a infância (0 – 12) e adolescência (12 – 18 anos): a. Zona urbana b. Zona rural c. Zona rural e urbana 10. Tipo de escola onde cursou a maior parte Ensino fundamental: a. Pública b. Privada c. Pública e privada d. Privada – bolsista 11. Tipo de escola onde cursou a maior parte do Ensino médio: a. Pública 33 b. Privada c. Pública e privada d. Privada – bolsista 12. Escolaridade do pai: a. Não alfabetizado b. Ensino fundamental incompleto c. Ensino fundamental completo d. Ensino médio incompleto e. Ensino médio completo f. Ensino superior incompleto g. Ensino superior completo h. Pós-graduação 13. Escolaridade da mãe: a. Não alfabetizado b. Ensino fundamental incompleto c. Ensino fundamental completo d. Ensino médio incompleto e. Ensino médio completo f. Ensino superior incompleto g. Ensino superior completo h. Pós-graduação 14. Renda mensal familiar: a. Até 02 salários mínimos b. De 02 a 04 salários mínimos 34 c. Superior a 05 salários mínimos d. Superior a 10 salários mínimos 15. Tipo de formação acadêmica em andamento: a. Graduação b. Pós-graduação 16. Área de formação do curso em andamento: a. Humanas b. Exatas c. Tecnológicas d. Biológica – saúde e. Biológica – Ambiental 17. Curso: Por favor, responder com letra maiúscula. Exemplo: PEDAGOGIA. 18. Porcentagem de integralização do curso: a. 0 – 25% b. 26 – 50% c. 51 - 75 % d. Acima de 75% e. Outro QUESTÕES PARA INVESTIGAR A PERCEPÇÃO AMBIENTAL 19. Você destina seus resíduos sólidos para coleta seletiva? a. Sempre (10 pontos) b. Algumas vezes (05 pontos) c. Raramente (2,5 pontos) 35 d. Nunca (0 pontos) 20. Você realiza a separação entre resíduo seco e resíduo orgânico? a. Sempre (10 pontos) b. Algumas vezes (05 pontos) c. Raramente (2,5 pontos) d. Nunca (0 pontos) 21. Você reaproveita sacolas plásticas? a. Sempre (10 pontos) b. Algumas vezes (05 pontos) c. Raramente (2,5 pontos) d. Nunca (0 pontos) 22. Você já identificou dentro do campus central da UFRN depósitos de lixo a céu aberto? a. Sim, algumas vezes. (10 pontos) b. Nunca identifiquei, mas vou começar a observar melhor. (05 pontos) c. Não sei responder, pois caminho pouco pelo campus. (2,5 pontos) d. Esse problema não faz parte da realidade da UFRN. (0 pontos) 23. O que você acha do número de lixeiras que a universidade dispõe? a. Insuficiente (10 pontos) b. Suficiente (0 pontos) c. Não sei (0 pontos) 24. O bairro onde você mora é arborizado? a. Sim, possui muitas árvores. (10 pontos) b. Não, há pouco sombreamento. (05 pontos) c. Não sei nunca me atentei para isso. (0 pontos) 36 25. Em Natal, você já identificou algum local com poluição visual? a. Sim, muitas vezes. (10 pontos) b. Sim, algumas vezes. (5,0 pontos) c. Sim, raramente. (2,5 pontos) d. Nunca. (0 pontos) 26. Dentro do Campus Central da UFRN, você já notou a presença de algum animal silvestre (não doméstico), tais como: lagartos, borboletas, aves, entre outros? a. Sim, muitas vezes. (10 pontos) b. Sim, algumas vezes. (5,0 pontos) c. Sim, raramente. (2,5 pontos) d. Nunca. (0 pontos) 27. Durante o momento em que você escova os dentes a torneira fica aberta? a. Nunca (10 pontos) b. Raramente (05 pontos) c. Algumas vezes (2,5 pontos)d. Sempre (0 pontos) 28. Durante o banho, com que frequência você tenta economizar água? a. Nunca (0 pontos) b. Raramente (2,5 pontos) c. Algumas vezes (5,0 pontos) d. Sempre (10 pontos) 29. Com o objetivo de economizar água, você costuma urinar durante o banho? a. Sim. (10 pontos) b. Não. (0 pontos) 37 30. Quando vai lavar suas roupas você costuma colocar a quantidade máxima de roupas na máquina de lavar? a. Sempre (10 pontos) b. Algumas vezes (05 pontos) c. Nunca (0 pontos) d. Eu não costumo lavar minhas roupas (0 pontos). 31. Você concordaria em substituir o uso de copos descartáveis por um copo plástico (ou outro material não descartável) de uso pessoal? a. Sim, pois me preocupo com o meio ambiente. (10 pontos) b. Sim, mas não por questões ambientais, e sim por ser mais prático ter meu copo sempre comigo. (05 pontos) c. Não, pois seria incômodo ter que transportar um copo plástico todo momento. (2,5 pontos) d. Não, pois teria que gastar tempo e/ou dinheiro com algo que consigo de graça. (0 pontos) 32. Qual a sua reação ao ver uma pessoa descartando resíduos sólidos inadequadamente em via pública? a. Orienta a pessoa a não fazer mais isso (10 pontos) b. Considera a atitude da pessoa absurda, mas não fala nada (05 pontos) c. Nunca notou ninguém jogando lixo em via pública ou acredita que isso raramente ocorre (2,5 pontos) d. Finge não ter visto (0 pontos) e. Não sei (0 pontos) 33. Você já plantou uma árvore? a. Já, mais de uma. (10 pontos) b. Já, uma. (05 pontos) c. Não, mas pretendo. (2,5 pontos) d. Nunca. (0 pontos) 38 34. Você já visitou um manguezal? a. Sim (10 pontos) b. Não (0 pontos) 35. Você já visitou o Parque das Dunas ou outra Unidade de Conservação Brasileira (Estação ecológica, reserva biológica, floresta nacional, entre outros.)? a. Sim. (10 pontos) b. Não. (0 pontos) 36. Você já participou de alguma trilha ecológica? a. Já, gostei muito de ter participado. (10 pontos) b. Não participei, mas tenho interesse. (05 pontos) c. Já, mas não gostei. (2,5 pontos) d. Não pretendo participar. (0 pontos) 37. Você sabia que o lixo que pode ser reaproveitado é chamado de resíduos sólidos, e o que não pode ser reaproveitado é chamado de rejeito e deve ser destinado aos aterros sanitários? a. Sim, já tinha conhecimento sobre isso. (10 pontos) b. Não tinha conhecimento sobre isso. (0 pontos) 38. Você já pagou alguma disciplina de cunho ambiental? a. Sim, considero muito importante. (10 pontos) b. Sim, mas não gostei. (05 pontos) c. Não, mas gostaria. (2,5 pontos) d. Não considero relevante para minha formação. (0 pontos) 39. Classifique seu interesse com relação aos assuntos que envolvem problemáticas ambientais: a. Muito interessado. (10 pontos) b. Razoavelmente interessado. (5 pontos) 39 c. Pouco interessado. (2,5 pontos) d. Não tenho interesse. (0 pontos) 40. Em sua opinião, quem são os responsáveis por cuidar do meio ambiente? a. Governos federais, estaduais e municipais. (0 pontos) b. Governo municipal (2,5 pontos) c. Órgãos ambientais e a sociedade (05 pontos) d. Todos. (10 pontos) 41. Você acredita que doenças como a Dengue, Zika Vírus e a Febre Chikungunya estão relacionadas a problemas ambientais? a. Sim (10 pontos). b. Não (0 pontos). 42. Justifique sua resposta anterior. 43. Em sua opinião, a cobrança de taxas para entrada em unidades de conservação, tais como parques nacionais ou reservas biológicas, é importante? a. Sim (10 pontos) b. Não (0 pontos) 44. Justifique sua resposta anterior. 40 Apêndice 3 - Variáveis coletadas por meio de questionário online, e suas respectivas siglas, possíveis respostas e classificação. Variável Sigla Possíveis respostas Tipo de variável Socioeconômico Idade ID Números inteiros. Exemplo: 18. Quantitativa (Discreta) Sexo SX Feminino ou Masculino Categórica (Nominal) Religião RE Católico, evangélico, espírita, ateu, agnóstico Categórica (Nominal) Estado civil EC Solteiro, casado, divorciado, viúvo Categórica (Nominal) Filhos FI Sim ou não Categórica (Nominal) Naturalidade CN Capital do RN, interior do RN, outra capital, interior de outro estado Categórica (Nominal) Localidade na qual permanece durante a maior parte do tempo atualmente REG Natal (Zona sul, norte, oeste, leste), interior do estado. Categórica (Nominal) Tipo de ambiente na qual passa a maior parte do tempo AT Ambiente fechado (com/sem vista para áreas naturais), ambiente externo (em contado com áreas naturais), em ambos os ambientes. Categórica (Nominal) Localidade onde passou a maior parte do tempo durante a infância (0 - 12 anos) e adolescência (12 – 18 anos) LV Zona urbana, zona rural, ou ambas. Categórica (Nominal) Tipo de escola que cursou a maior parte do ensino fundamental EF Pública, privada, bolsista. Categórica (Nominal) Tipo de escola que cursou a maior parte do ensino médio EM Pública, privada, bolsista. Categórica (Nominal) Escolaridade do Pai PA Não alfabetizado, ensino fundamental (incompleto/completo), ensino médio (incompleto/completo), ensino superior (incompleto/completo), pós-graduação. Categórica (Ordinal) Escolaridade da Mãe MA Não alfabetizado, ensino fundamental (incompleto/completo), ensino médio (incompleto/completo), ensino superior (incompleto/completo), pós-graduação. Categórica (Ordinal) Renda mensal da família RF Até 02 SM, de 02 a 04 SM, superior a 05 SM, ou superior a 10 SM*. Categórica (Ordinal) Tipo de formação acadêmica em andamento FA Graduação ou pós-graduação Categórica (Ordinal) Área da formação acadêmica do curso em andamento AF Humanas, exatas, tecnológicas, biológicas (saúde/ambiental) Categórica (Nominal) Curso CO Exemplo: Pedagogia Categórica (Nominal) Porcentagem de Integralização do curso PI Entre 0-25%, entre 26-50%, entre 51-75%, acima de 75%. Categórica (Ordinal) Descarte de resíduos sólidos Destinação de resíduos sólidos para coleta seletiva DRCS Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica (Nominal) 41 (DRS) Separação entre resíduo seco e resíduo orgânico SRSO Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica (Nominal) Reaproveitamento de sacolas plásticas RSAC Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica (Nominal) Percepção de depósitos inadequados de resíduos na UFRN IDLA Algumas vezes; nunca identificou; não sabe responder; o problema não faz parte da realidade da UFRN. Categórica (Nominal) Sensibilidade visual: observando o ambiente (SVP) Opinião sobre o número de lixeiras que a universidade dispõe NLIX Insuficiente, suficiente, não sabe. Categórica (Nominal) Arborização do bairro em que mora BMAR Possui muitas árvores; há pouco sombreamento; não sabe. Categórica (Nominal) Percepção de poluição visual em Natal INPV Muitas vezes; algumas vezes; raramente; nunca. Categórica (Nominal) Percepção da presença de animais silvestres no campus ASIL Muitas vezes; algumas vezes; raramente; nunca. Categórica (Nominal) Comportamento pró-ambiental (CPA) Economia de água durante escovação dos dentes EDTA Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica (Nominal) Frequência para economizar água durante o banho BFEA Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica (Nominal) Hábitos para economizar água durante o banho EAUB Sim ou não Categórica (Nominal) Economia de água ao lavar roupa LRQM Sempre, algumas vezes, nunca, não lava roupa. Categórica (Nominal) Substituição de copos descartáveis SCDO Sim, pois se preocupa com o meio ambiente; sim, mas não por questões ambientais;não, pois seria incomodo ter que transportar um copo todo momento; não, pois teria que gastar dinheiro e/ou tempo com algo que consegue de graça. Categórica (Nominal) Reação ao ver atitude inadequada de descarte de resíduos DRIV Orienta a pessoa a não fazer mais isso; considera a atitude absurda, mas não fala nada; finge não ter visto; nunca notou ninguém jogando lixo em via pública ou acredita que isso raramente ocorre; não sabe. Categórica (Nominal) Contato com a natureza (CNA) Plantio de árvores PLAN Já, mais de uma; já, uma; não, mas pretende; nunca. Categórica (Nominal) Visita a um manguezal MANG Sim ou não Categórica (Nominal) Visita ao Parque das Dunas PARQ Sim ou não Categórica (Nominal) Participação em trilha ecológica TRIL Já, gostou muito de ter participado; já, mas não gostou; não participou, mas tem interesse; não pretende participar. Categórica (Nominal) 42 Formação/conhec imento ambiental (FCA) Conhecimento sobre termo resíduos sólidos RESI Sim ou não Categórica (Nominal) Participação em disciplina de educação ambiental DISC Sim, considera muito importante; sim, mas não gostou; não, mas gostaria; não considera relevante para a própria formação profissional. Categórica (Nominal) Interesse em relação a temática ambiental INTE Muito interessado; razoavelmente interessado; pouco interessado; não tenho interesse. Categórica (Nominal) Responsáveis por cuidar do meio ambiente RESP Governos federais, estaduais e municipais; governo municipal; órgãos ambientais e a sociedade; todos. Categórica (Nominal) Relação entre doenças como Dengue e problemas ambientais ZIKA Sim ou não. (Justifique a resposta: Descarte1 inadequado de resíduos sólidos pode servir de abrigo para vetores2 de doenças, como: dengue3, zika4 e chikungunya5). Categórica (Nominal) Importância da cobrança de taxa para entrada em unidades de conservação TXUC Sim ou não. (Justifique a resposta: A taxa é importante para a conservação6 das espécies, manutenção7 do parque, para o bem-estar8 humano, proteção9 do parque. Categórica (Nominal) *SM=Salários mínimos. Palavras chaves: 1 – 9.
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