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DescarteInadequado-Martins-2017

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1 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA 
GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: 
 Uma modelagem da percepção ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2017 
 
2 
 
 
JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS 
 
 
 
Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: 
 Uma modelagem da percepção ambiental 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão do curso de Graduação 
em Ecologia do Departamento de Ecologia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial para obtenção do título 
de Bacharel em Ecologia. 
 
Orientadora: Profª. Drª. Priscila F. M. Lopes 
Coorientadora: Me. Monalisa R. O. da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2017 
 
 
 
 
3 
 
JUCICLEIDE DE SOUZA MARTINS 
 
 
 
Entendendo as causas do descarte inadequado de resíduos sólidos comuns: 
 Uma modelagem da percepção ambiental 
 
 
Trabalho de conclusão do curso de Graduação 
em Ecologia do Departamento de Ecologia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial para obtenção do título 
de Bacharel em Ecologia. 
 
Natal/RN, 29 de novembro de 2017. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
______________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Priscila Fabiana Macedo Lopes - Orientadora 
Departamento de Ecologia – UFRN 
 
 
________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Rosangela Gondim D’Oliveira – Examinador 1 
Departamento de Botânica e zoologia – UFRN 
 
 
 
_________________________________________________ 
MSc. Marjorie da Fonseca e Silva Medeiros – Examinador 2 
Diretoria de Meio Ambiente – UFRN 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“...E é o tempo vampiro que suga tudo 
Suga minha alma e me transforma a forma e o 
conteúdo 
E sem escudo eu ofereço a veia e vou 
sorrindo...” 
(Gabriel O pensador) 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço à minha família pelo apoio durante toda a graduação, especialmente ao meu 
irmão Joseph Martins por ser a melhor e mais importante companhia, nas idas a 
campo durante o desenvolvimento de um projeto de pesquisa e na vida. 
Agradeço à minha orientadora Priscila Lopes pela solicitude, presteza, objetividade e 
clareza ao me orientar. 
Agradeço à minha coorientadora Monalisa Rodrigues pelo apoio, boa vontade, atenção 
e paciência ao me orientar. 
Agradeço a todo corpo docente do Departamento de Ecologia pelas valiosas 
contribuições para minha formação profissional. 
 Agradeço à professora Alice Calvente, do Departamento de Botânica e Zoologia, e ao 
professor Gilberto Corso, do Departamento de Biofísica e Farmacologia, pelas 
oportunidades de aprendizado em projetos de pesquisa e extensão, respectivamente. 
Agradeço à UFRN por me conceder uma vaga na Residência Universitária, sem a qual 
não teria sido possível chegar até aqui. 
 Agradeço aos amigos que encontrei na graduação, na empresa júnior (Ecosin 
Soluções Ambientais), no Instituto Metrópole Digital e na residência universitária. 
Cada um desempenhou um papel fundamental nessa jornada, seja ouvindo meus 
desabafos, me apoiando ou me ensinando algo. Não citarei nomes para não correr o 
risco de esquecer algum e gerar desconforto aqueles que tanto quero bem. 
Por fim, agradeço a todas as pessoas que de algum modo foram importantes para 
minha vida acadêmica e pessoal. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
O desenvolvimento econômico contínuo, associado às mudanças no padrão de 
consumo humano, tem aumentado a demanda por bens e serviços em todo o mundo, 
resultando também em um aumento na geração per capita de resíduos sólidos. O Brasil, por 
exemplo, coletou 71,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos somente no ano de 2016, 
enquanto o país ainda enfrenta o problema da destinação e tratamento impróprios desses 
resíduos. Desse modo, o objetivo dessa pesquisa foi identificar quais fatores ambientais e 
socioeconômicos estão associados às ações individuais efetivas para o adequado manejo de 
resíduos sólidos. Foram realizadas 377 entrevistas com alunos de graduação e pós-graduação 
de uma universidade pública (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), localizada no 
nordeste do Brasil. Foi estimado um índice de percepção ambiental dos entrevistados, o qual 
foi analisado através de uma análise de Floresta Aleatória (FA) e um Modelo Aditivo 
Generalizado (MAG), que estimou os fatores mais importantes na construção do índice e as 
variáveis que explicaram seus resultados, respectivamente. Área de formação acadêmica do 
indivíduo (social, ambiental, exatas, etc.), bem como a renda e a idade, foram aspectos 
socioeconômicos diretamente relacionados com o modo pela qual os indivíduos percebem o 
meio ambiente, especialmente no que se refere ao descarte de resíduos sólidos. Indivíduos que 
mantêm contato com a natureza e que se preocupam com a destinação correta dos resíduos 
são aqueles que mais se incomodam com o descarte inadequado de resíduos sólidos. Ao 
desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis à eliminação e tratamento adequado de 
resíduos, é possível elaborar ações educação ambiental mais efetivas e oferecer suporte para 
uma melhor gestão dos resíduos sólidos brasileiros. 
 
PALAVRAS-CHAVE: contato com a natureza; descarte de resíduos; educação ambiental. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
ABSTRACT 
Continuous economic development, associated to changes in human consumption 
standards, has increased the demand for goods and services throughout the world, resulting in 
increased generation of solid waste. Brazil, for instance, collected 71.3 million tonnes of solid 
waste just in 2016, whereas the country still faces the problem of improper destination and 
treatment of its waste. The objective of this research was to identify the environmental and 
socioeconomic factors associated with effective individual actions towards the adequate 
management of solid waste. We surveyed 377 undergraduate and graduate students of a 
Brazilian public university (Federal University of Rio Grande do Norte). An environmental 
perception index was generated for the respondents and then analyzed using Random Forest 
(RF) and a Generalized Additive Model (GAM) approaches, which estimated the most 
important factors in the construction of the index and the variables that explained its results, 
respectively. The academic area of the individual (social, environmental, exact, etc.), as well 
as income and age, were socioeconomic aspects directly related to the way individuals 
perceive the environment, especially regarding the disposal of solid waste. Individuals who 
keep in touch with nature and who worry about the correct waste destination are those who 
feel more bothered with incorrect waste disposal. By unraveling groups that are more or less 
sensitive to proper waste disposal and treatment, it is possible to develop more effective 
environmental education actions and to offer support for a better management of Brazilian 
solid waste. 
 
KEYWORDS: contact with nature; waste disposal; environmental education. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9 
2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 12 
2.1 Surgimento da pesquisa .................................................................................................. 12 
2.2 Universo amostral ........................................................................................................... 12 
2.3 Coleta de dados ...............................................................................................................13 
2.4 Análise de dados ............................................................................................................. 14 
3. RESULTADOS .................................................................................................................... 16 
3.1 Índice de percepção ........................................................................................................ 16 
3.2 Aspectos socioeconômicos relacionados a percepção dos estudantes ............................ 17 
4. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 20 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 24 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25 
7. APÊNDICES ........................................................................................................................ 29 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
O crescimento populacional e a expansão das atividades humanas (VLEK, 2000), bem 
como o desenvolvimento econômico contínuo associado às mudanças no padrão de consumo, 
tem aumentado a demanda por bens e serviços em todo o mundo, resultando também em um 
aumento na geração per capita de resíduos sólidos, especialmente em países em 
desenvolvimento (MINGHUA et al., 2009). Atualmente, a quantidade de resíduos sólidos 
gerados por todas as cidades do mundo é de aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas por ano 
(HOORNWEG and PERINAZ, 2012). Devido à rápida urbanização, especialmente em 
cidades de pequeno e médio porte em países de baixa renda (COHEN, 2004), estima-se que as 
taxas de geração de resíduos serão mais do que duplicadas nos próximos vinte anos nesses 
países, além disso espera-se que produção global aumente para 2,2 bilhões de toneladas de 
resíduos até 2025 (HOORNWEG and PERINAZ, 2012). Esse aumento na produção de 
resíduos sólidos requer também um aumento nos cuidados referentes a coleta, transporte, 
tratamento e disposição final desses resíduos. 
No Brasil, um país com a quinta maior população do mundo (208 milhões de 
habitantes em 2017(IBGE, 2017), a geração de resíduos sólidos urbanos per capita foi 
estimada em 1kg/hab/dia (ABRELPE, 2016). Assim como em outros países de baixa renda, 
onde os gastos com a coleta de resíduos propriamente dita são maiores que qualquer outra 
atividade de gestão de resíduos (HOORNWEG; PERINAZ, 2012), no Brasil a maior parte do 
orçamento destinado à gestão global de resíduos é gasto somente com a coleta destes 
(ABRELPE, 2016). Especificamente, o mercado brasileiro de limpeza urbana movimentou 
R$27,3 bilhões de reais no ano de 2016, quando foram coletadas 71,3 milhões de toneladas de 
resíduos sólidos (ABRELPE, 2016). Apesar de esforços e melhorias consideráveis, o país 
enfrenta, além do aumento na produção de resíduos sólidos, o problema da destinação 
incorreta e a ausência em grande escala de tratamento desses resíduos (FERREIRA and 
ANJOS, 2001). 
No Brasil, México e Turquia, assim como em outros países altamente povoados como 
a China e a Índia, a maior parte dos resíduos sólidos é geralmente destinada a aterros e lixões 
(LINO and ISMAIL, 2012). Essas duas formas de disposição de resíduos sólidos não possuem 
o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e 
degradações (ABRELPE, 2016). No final dos anos 80, o Brasil destinava 88,2% dos resíduos 
gerados para vazadouros a céu aberto e somente 1,1% recebia destinação adequada, com 
10 
 
encaminhamento para aterros sanitários. Em 2016, 58,4% ou 41,7 milhões de toneladas de 
resíduos sólidos urbanos gerados foram enviadas para aterros sanitários, porém, o caminho da 
disposição inadequada continuou sendo trilhado por 3.331 municípios brasileiros, que 
enviaram mais de 29,7 milhões de toneladas de resíduos, correspondentes a 41,6% do total 
coletado no ano, para lixões ou aterros controlados (ABRELPE, 2016). De modo geral, a 
organização e o planejamento da coleta de resíduos sólidos em países em desenvolvimento é 
bastante rudimentar. Isso se reflete na ausência de informações sobre a quantidade de resíduos 
sólidos coletados e reciclados, a composição dos resíduos, a seleção inadequada de locais para 
disposição final, bem como programas de reutilização e reciclagem ineficientes 
(BUENROSTRO and BOCCO, 2003). 
A gestão pública de algumas cidades, bem como os próprios cidadãos, utiliza uma 
série de tecnologias, políticas e comportamentos para minimizar os impactos negativos de 
seus resíduos e encontrar reutilizações adequadas para estes (VERGARA and 
TCHOBANOGLOUS, 2012). Entretanto, apesar do gerenciamento de resíduos sólidos se 
tornar cada vez mais complexo e necessário (LIM, 2011), em muitos locais a questão é 
negligenciada pois implica em um aumento dos custos para a gestão pública. Além disto, 
devido a deficiências institucionais, técnicas, regulamentares, de conhecimento e de 
participação pública diversas outras cidades não conseguem realizar uma gestão efetiva dos 
seus resíduos (NGOC and SCHNITZER, 2009), o que pode resultar em problemas urbanos, 
sanitários e ambientais (SESSA et al., 2010). 
A degradação ambiental causada pela destinação inadequada dos resíduos pode ser 
expressa pela contaminação das águas superficiais e subterrâneas (através do lixiviado), 
contaminação do solo (através do contato direto com resíduos ou lixiviado), poluição do ar 
(por queima de resíduos), liberação descontrolada de metano devido à decomposição 
anaeróbia de resíduos, além de acarretar problemas de saúde pública devido a um aumento na 
disseminação de doenças por diferentes vetores, tais como pássaros, insetos e roedores 
(NGOC and SCHNITZER, 2009). Infelizmente, em países de baixa renda, bem como em 
países em desenvolvimento, problemas ambientais como estes são facilmente visualizados, 
enquanto que por outro lado ações voltadas para conservação ambiental são poucos 
consistentes. 
Embora a gestão pública de resíduos seja muitas vezes falha em diversos países, como 
o Brasil, cabe destacar que o descarte inadequado destes resíduos pode ser também em função 
do próprio indivíduo gerador. Assim, apesar dos pequenos esforços promovidos por alguns 
11 
 
governos para lidar com esta questão (VLEK, 2000), os desafios para um efetivo 
gerenciamento dos resíduos sólidos englobam aspectos além daqueles implementados pela 
gestão pública. Mesmo quando há o oferecimento de algum serviço público mínimo de coleta 
de resíduos, muitos ainda optam pelo descarte inadequado, devido à falta de conhecimento 
sobre a importância da gestão de resíduos, ausência da preocupação com o meio ambiente e a 
saúde pública, falta de local adequado para armazenar os resíduos até que a coleta aconteça e 
insatisfação com os serviços de coleta (YOADA et al., 2014). Logo, o gerenciamento 
adequado dos resíduos sólidos depende de ações integradas entre governos e cidadãos, 
considerando que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e que 
compete tanto ao poder público quanto à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações (Art. 225 da Constituição Federal, 1988). 
Muitos problemas ambientais são, em essência, problemas comportamentais, sociais e 
culturais de ordem familiar, empresarial ou governamental (VLEK, 2000). Além disso, cada 
indivíduo percebe o meio ao seu entorno de modo distinto de outros. Em particular, sabe-se 
que as diferentes percepções do mundo estão relacionadas às diferentes personalidades, à 
idade, às experiências, aos aspectos socioambientais, à educação e à herança biológica 
(MELAZO, 2005). Desse modo, entender como diferentes indivíduos notam e reagem ao 
ambiente que os cercam pode ser uma ferramenta importante para explicar o descarte 
adequadoou não de resíduos, e a inquietação, indignação ou mesmo passividade de alguns 
diante de depósitos inapropriados de resíduos em ruas e espaços públicos e privados. 
Recentemente, estão sendo realizados estudos científicos que buscam compreender 
como usuários percebem áreas protegidas (BEZERRA et al., 2008) e recursos hídricos 
(BROTTO et al., 2017), e como esta percepção pode influenciar a formulação de políticas 
públicas (RODRIGUES et al., 2012). Resta ainda identificar como modos de perceber o 
ambiente podem influenciar o descarte e a própria gestão de resíduos, na medida em que 
indivíduos que se incomodam com descarte inadequado são mais prováveis de demandarem 
serviços públicos adequados. 
Desse modo, o objetivo dessa pesquisa foi identificar quais fatores ambientais e 
socioeconômicos estão associados a ações individuais efetivas para o adequado manejo de 
resíduos sólidos. As hipóteses aqui testadas foram: i) indivíduos que costumam 
frequentemente realizar o descarte adequado dos seus resíduos sólidos, ii) que apresentam 
sensibilidade visual para observar o ambiente, iii) que apresentam comportamento pró-
ambiental, iv) que tiveram ou tem maior contato com a natureza, e v) que tem maior 
12 
 
conhecimento sobre meio ambiente poderiam apresentar maior predisposição para perceber a 
problemática do descarte inadequado de resíduos. Era ainda esperado que fatores 
socioeconômicos, como indivíduos jovens (portanto, mais expostos às políticas recentes 
referentes a resíduos sólidos), com maior renda (hipoteticamente um indicador de acesso a 
moradias em locais mais atendidos por serviços públicos de limpeza urbana) e pertencentes a 
área de formação ambiental, estivessem mais propensos a perceber mais facilmente o 
ambiente ao seu entorno. Desse modo, ao desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis 
à eliminação e tratamento adequado de resíduos, é possível elaborar ações de educação 
ambiental mais efetivas e oferecer suporte para uma melhor gestão dos resíduos sólidos no 
campus central da UFRN. Essas medidas podem ainda servir de embasamento para a 
elaboração de uma política pública ambiental que delegue melhorias para o manejo de 
resíduos sólidos no país. 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1 Surgimento da pesquisa 
Essa pesquisa é fruto de um projeto de extensão desenvolvido na Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN) intitulado “DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CAMPUS 
CENTRAL DA UFRN: Percepção e soluções”. O projeto consistiu na realização de um mapeamento 
sazonal de pontos de descarte inadequado de resíduos sólidos no campus universitário, quantificação 
de resíduos descartados inadequadamente em duas paradas de ônibus e quantificação dos resíduos 
gerados por uma cantina da universidade, como um estudo de caso. Além disso, entender quais fatores 
determinam diferentes níveis de percepção ambiental entre os estudantes da UFRN, com relação a 
problemática do descarte de resíduos, consistiu em um dos principais objetivos do projeto. 
 
2.2 Universo amostral 
O estudo foi desenvolvido com estudantes de graduação e pós-graduação do campus 
central da UFRN, localizada no município de Natal (Figura 01). Em 2016, a universidade 
possuía 26.488 discentes matriculados em cursos presenciais de graduação e 10.949 discentes 
na pós-graduação, incluindo alunos de especialização, mestrado, doutorado, residência médica 
e multiprofissional (PROPLAN, 2016). A universidade é caracterizada pela diversidade de 
seu público, que inclui diferenças culturais, socioeconômicas e étnicas. Esta atende ainda 
estudantes de diversos estados brasileiros, bem como estudantes de outras nacionalidades. 
A Diretoria de Meio Ambiente da UFRN dispõe de um Programa de Gestão Integrada 
de Resíduos (PROGIRES) e é responsável pelo gerenciamento de resíduos produzidos na 
13 
 
universidade. Os resíduos comuns gerados pela universidade recebem duas destinações: 
resíduos recicláveis são destinados a cooperativa e associação de catadores do município de 
Natal (coleta seletiva solidária), e os não recicláveis são encaminhados para o aterro sanitário 
(BRASECO), situado na grande Natal. Em 2016, a UFRN destinou 105 toneladas de resíduos 
recicláveis para a coleta seletiva e aproximadamente 978 toneladas de resíduos comuns foram 
destinados ao aterro (PROPLAN, 2016). Ainda assim, é facilmente observado o descarte de 
resíduos de forma inadequada (Apêndice 1), principalmente no entorno de paradas e 
estacionamentos da universidade, tanto como resultado da ação de usuários regulares 
(estudantes e servidores), quanto de demais usuários que transitam pelo campus 
(estabelecimentos comerciais e vendedores ambulantes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01- Mapa do campus central da UFRN. Fonte Superintendência de Infraestrutura da UFRN. 
2.3 Coleta de dados 
A coleta de dados ocorreu entre os meses de julho e setembro de 2016 através de um 
questionário online estruturado com 40 questões de múltipla escolha e duas questões 
discursivas, abrangendo informações socioeconômicas e da percepção ambiental dos 
estudantes (Apêndice 2). O questionário online foi elaborado com o uso do Typeform, 
ferramenta gratuita para criação de formulários online (https://www.typeform.com), e 
encontra-se ainda disponível para checagem 
(https://descarteresiduosufrn.typeform.com/to/bFCChZ). Visando complementar lacunas em 
14 
 
determinados grupos de estudantes (área de formação acadêmica da saúde e humanas) que 
não responderam ao questionário online, o questionário também foi aplicado pessoalmente. 
O estudo foi precedido por uma amostra piloto, disponibilizada online apenas para os 
alunos da graduação (N=95). A amostragem piloto apontou para a necessidade de incluir 
alunos da pós-graduação, incluir questões discursivas, e ajustar perguntas que pareciam gerar 
dúvidas aos entrevistados. Os dados obtidos na amostra piloto foram descartados. Uma vez 
ajustado o questionário, o mesmo foi finalmente respondido por 337 alunos (290 online e 47 
presencial), incluindo indivíduos de diferentes idades e áreas de formação acadêmica. 
As questões socioeconômicas incluíam área de formação, curso, renda familiar, estado 
civil, idade, escolaridade dos pais, entre outros. As questões relacionadas à percepção 
ambiental dos entrevistados foram organizadas em cinco blocos: descarte (manuseio) 
individual de resíduos sólidos (DRS); sensibilidade visual (observação do meio ambiente) 
(SVP); comportamento/atitude pró-ambiental (CPA); contato com a natureza (CNA); e 
formação/conhecimento ambiental (CNA) (Apêndice 3). 
Para permitir a quantificação da percepção ambiental, as perguntas foram elaboradas 
de acordo com a escala de Likert (LIKERT, 1932) de forma a indicar o nível de concordância 
do entrevistado para cada item. Neste estudo, a escala variou de 0 (menor percepção) a 10 
(maior percepção). Por exemplo, era apresentado ao entrevistado perguntas do tipo “Você 
concordaria em substituir o uso de copos descartáveis por um copo plástico (ou outro material 
não descartável) de uso pessoal? ”, em que o entrevistado poderia: a) concordar totalmente 
(10), b) concordar parcialmente (05), c) discordar parcialmente (2,5), e d) discordar 
totalmente (0). Se o indivíduo concordasse totalmente com a afirmação este receberia 
pontuação máxima (10), indicando elevada predisposição para perceber o meio que o cerca. 
Se o indivíduo discordasse totalmente da afirmação este receberia a pontuação mínima (0), 
que indica predisposição contrária à situação citada anteriormente. Em alguns casos, quando o 
indivíduo não soube a resposta a pontuação atribuída também foi zero (0). 
2.4 Análise de dados 
Foi calculado o índice de percepção ambiental individual (Percepçãoind), através da média 
aritmética das variáveis, que é dada pela soma dos valores (Σ) correspondentes à cada 
pontuação atribuída para cada variável ambiental (Xi), e pela divisãodesse somatório pelo 
número de observações totais (n=24), que equivale ao total de variáveis ambientais 
incorporadas nesse estudo (Equação 1). As respostas das questões discursivas também foram 
15 
 
incluídas nesse índice, após uma análise de conteúdo, classificação e pontuação de cada 
resposta. Respostas contendo no mínimo quatro palavras chaves obtinham nota máxima (10). 
O valor máximo do índice poderia chegar até 1. A equação de construção do índice é: 
Percepçãoind = (Equação 1) 
Em que Xi representa a pontuação atribuída para cada resposta sobre a percepção dos 
indivíduos e n representa número total de questões ambientais para investigar a percepção. 
O método estatístico Floresta Aleatória (FA) (do inglês Random Florest) (BREIMAN, 
2001) foi aplicado para acessar quais grupos de variáveis contribuem mais para a construção 
do índice de percepção. FA é uma técnica de classificação e regressão indicada para esse tipo 
de pesquisa pois não exige nenhuma premissa a posteriori dos dados e sua acurácia na 
classificação não é afetada pelas correlações e interações entre as variáveis (JAMES et al., 
2013). A análise consiste num conjunto de árvores de decisão combinadas para solucionar 
problemas de classificação. Durante a análise ocorre a montagem de um conjunto de árvores 
de regressão, selecionando primeiro muitas amostras a partir dos dados, pela metodologia de 
bootstrap. Cada amostra contém aproximadamente 63% das observações originais (STROBL, 
et al., 2009). Cada árvore de decisão é construída e, a cada divisão desses dados, um 
subconjunto aleatório de atributos é utilizado para a escolha dos atributos mais 
informativos. No final, a importância relativa de cada variável preditora é então determinada e 
uma lista é gerada com os atributos mais importantes no desenvolvimento da floresta. Foram 
utilizadas 10.000 árvores e diferentes processos aleatórios para garantir a estabilidade na 
importância das variáveis. Além disso, o erro quadrático médio (MSE) também foi usado para 
medir a importância das variáveis (BREIMAN, 2001). 
Depois foi usado um Modelo Aditivo Generalizado (do inglês Generalized Additive 
Model – GAM) para analisar a influência dos fatores socioeconômicos (variáveis 
independentes citadas anteriormente) no índice de percepção dos estudantes (variável 
dependente). O GAM é uma alternativa para a modelagem de relações não lineares e para o 
uso de dados não-paramétricos (HASTIE and TIBSHIRANI, 1990), sendo uma boa opção 
para representar a relação do índice de percepção e as variáveis socioeconômicas. A seleção 
do modelo foi realizada com base nos desvios explicados e na Validação Cruzada 
Generalizada (VCG) (MARRA and WOOD, 2011). O modelo completo, o qual usou a 
distribuição binomial (quasi) e o link logit, foi montado da seguinte forma: 
16 
 
 
 (Equação 2) 
 
Em que Percepção representa o índice de percepção, que compreende a variável 
resposta do modelo, corresponde ao coeficiente do modelo Bayesiano e s a função 
suavizada, usada quando os dados não são lineares. O modelo incluiu as seguintes variáveis 
preditoras: Idade = ID; Sexo = SX; Religião = RE; Estado civil = EC; Filhos = FI; Cidade 
onde nasceu = CN; Localidade onde passa a maior parte do tempo = REG; Tipo de ambiente 
onde passa a maior parte do dia = AT; Local onde passou maior parte da vida = LV; Ensino 
fundamental = EF; Ensino médio= EM; Escolaridade do pai = PA; Escolaridade da mãe = 
MA; Renda familiar= RF; Formação acadêmica = FA; Área de formação acadêmica = AF; 
Curso = CO; Porcentagem de integralização do curso = PI. 
Após executar o modelo completo, com todas as variáveis socioeconômicas, retiramos 
as variáveis não significativas e rodamos novos modelos. Por fim, o modelo com menor VCG 
foi selecionado. 
As análises foram realizadas no software R utilizando os pacotes randomForest, party 
e mgcv (LIAW and WIENER, 2001; R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2016; STROBL et 
al., 2009; WOOD, 2008). 
3. RESULTADOS 
3.1 Índice de percepção 
O valor médio do Índice de Percepção foi 0,8 (± (1.1 Desvio padrão). A Floresta 
Aleatória identificou os grupos de variáveis ambientais contato com a natureza (CNA) e 
descarte individual de resíduos sólidos (DRS) como os dois mais importantes para a 
construção do índice de percepção (Figura 02a). Em contrapartida, a sensibilidade visual 
(SVP) e o comportamento pró-ambiental (CPA) foram os últimos em ordem de importância. 
A importância condicional das variáveis, a qual indica a importância da variável em relação às 
outras variáveis do modelo, assim como o erro quadrático médio (MSE) apresentaram 
resultados iguais (Figura 02b). 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 – (a) Importância das variáveis utilizadas na construção do índice de percepção. MSE é o erro 
quadrático médio. (b) Importância condicional das variáveis para a Floresta Aleatória. CNA = Contato com a 
natureza; DRS = Descarte de resíduos sólidos; FCA = Formação ambiental; SVP = Sensibilidade visual; CPA = 
Comportamento Pró-ambiental. 
3.2 Aspectos socioeconômicos relacionados a percepção dos estudantes 
 O modelo aditivo generalizado final incluiu área de formação (AF), idade (ID) e 
renda familiar mensal (RF) como as variáveis que mais contribuem para explicar o índice de 
percepção (Tabela 01). 
Os resultados revelam que estudantes da área de formação ambiental e estudantes de 
outras áreas de formação, tais como humanas, exatas, tecnológicas e saúde apresentam 
percepção ambiental diferenciada (p = 0.000). Os estudantes da área ambiental em geral 
apresentaram uma percepção ambiental predominantemente elevada e particularmente 
concentrada, entre 0.7 e 0.9 (Figura 03). 
 
 
(a) 
(b) 
18 
 
 
Tabela 01 - Comparação da Validação Cruzada Generalizada (VCG) e desvios explicados para os 
modelos executados. O melhor modelo está destacado em negrito. Variáveis explanatórias: ID = idade; RF = 
Renda Familiar; AF = Área de Formação; CO = Curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 - Distribuição e tendência geral dos dados de percepção e área de formação dos estudantes 
entrevistados. Índice de Percepção dos estudantes varia entre 0 - 1. T = tecnológicas; H = humanas; E = exatas; 
S = Saúde; A = ambiental. 
Especificamente, estudantes com renda familiar superior a cinco salários mínimos 
apresentaram maior percepção ambiental (p=0.001). Estudantes com renda até dois salários 
mínimos e entre dois e quatro salários não diferem entre si (Figura 04). 
Modelo VCG Desvio explicado 
1+ID+RF+AF 0.040 37% 
1+ID+CO 0.053 49% 
1+ID+RF+CO 0.053 50% 
1+ID+RF+AF+CO 0.055 50% 
Modelo Completo (SX + RE + EC + FI + CN + REG + AT + LV + EF + 
EM + PA + MA + RF + FA + AF + CO + PI) 0.065 59% 
19 
 
Além disso, os resultados apresentam uma relação positiva entre a idade e a percepção 
ambiental, ou seja, quanto maior a idade do indivíduo, maior o índice de percepção ambiental 
(p = 0.02) de cada indivíduo, embora esta relação não seja linear (Figura 05). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 04 - Distribuição e tendência geral dos dados de percepção e renda familiar dos estudantes entrevistados. 
O gráfico apresenta a mediana, primeiro e terceiro quartis e os intervalos de confiança. Índice de Percepção dos 
estudantes varia entre 0 - 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05 - Resposta funcional do efeito suavizado (smoothed) da variável idade no modelo aditivo generalizado 
final. 
20 
 
4. DISCUSSÃO 
Compreender os fatores que norteiam o modo como os indivíduos percebem o 
ambiente ao seu entorno pode servir de instrumento para a melhoria da gestão de resíduos 
sólidos no campus central da UFRN, bem como pode embasar a elaboração de ações para o 
adequado manejo de resíduos sólidos para escalas maiores, como a própria a cidade de Natal, 
o estado ou até mesmo o país. Nesse estudo, a área de formação acadêmica do indivíduo, a 
renda e a idadeforam aspectos socioeconômicos diretamente relacionados ao modo como os 
indivíduos percebem o manejo de resíduos sólidos. Atrelado a esses aspectos, as variáveis 
ambientais contato com a natureza e o descarte individual de resíduos sólidos também se 
configuram como relevantes para a compreensão da percepção do meio ambiente envolvendo 
a questão dos resíduos. 
De modo geral, profissionais da área ambiental, como das ciências naturais e da 
geografia, estabelecem um significativo relacionamento com o ambiente e consequentemente 
atuam como norteadores da integração do ser humano com o meio (MELAZO, 2005). Estes 
profissionais provavelmente devem estabelecer um maior contato com a natureza, iniciando 
desde a sua formação acadêmica e se estendendo ao longo de sua atuação profissional. 
Durante a sua formação acadêmica, esse contato pode ser propiciado por aulas práticas e 
projetos de pesquisas. Acredita-se que a intenção inicial dessas atividades seja agregar 
conhecimento e prática à formação do estudante, porém esse contato acaba promovendo, 
muitas vezes, uma maior sensibilização ambiental desses indivíduos. No entanto, é importante 
considerar também o objeto de estudo dos diferentes cursos, pois isso pode direcionar a 
observação dos indivíduos sobre o meio. O objeto de estudo associado ao contato com a 
natureza pode constituir um fator importante para a percepção ambiental do meio. 
Associado ao contato com a natureza, a própria estrutura curricular dos cursos com 
formação ambiental possibilita uma reflexão constante acerca de problemáticas ambientais, 
como o descarte inadequado de resíduos sólidos e suas consequências para o meio ambiente e 
para a saúde humana. A formação de profissionais reflexivos para desenvolver práticas que 
articulem a educação e o meio ambiente numa perspectiva crítica sobre a atuação ecológica 
pode constituir o elemento chave para que a justiça ambiental e social (JACOBI 2005). Além 
disso, o desenvolvimento da capacidade reflexiva sobre questões ambientais pode também 
possibilitar uma melhor compreensão dos princípios científicos envolvidos em problemas 
ambientais (KRNEL and NAGLIC, 2009). Assim, a formação acadêmica na área ambiental 
pode oferecer possibilidades que promovem uma maior sensibilização com o meio ambiente, 
21 
 
seja por conhecimento ou contato com a natureza. Consequentemente, maior sensibilização 
ambiental pode influenciar a percepção que esses indivíduos têm do meio ambiente, incluindo 
a percepção do descarte inadequado de resíduos sólidos. 
Geralmente o nível de renda de um país está relacionado com o nível de educação que 
o mesmo possui, sendo uma maior renda associada ao alto nível de educação (RATTSØ and 
STOKKE, 2014). Uma vez que, um maior poder aquisitivo pode proporcionar melhores 
oportunidades de ensino, indivíduos com elevado nível de educação podem, em teoria, 
compreender melhor problemas ambientais complexos, e desse modo tornam-se mais 
preocupados com a qualidade ambiental (ZHAO et al., 2014). Desta forma, é esperado que 
estes indivíduos também realizem o manejo adequado dos resíduos sólidos. Por outro lado, a 
maior renda também está associada ao maior consumo a qual implica na geração maior de 
resíduos (CAMPOS 2012). 
A noção de que as pessoas com maior renda estão mais preocupadas com os 
problemas ambientais está enraizada na economia e em algumas outras disciplinas (LO, 
2014). Estudos apontam que indivíduo com maior renda possuem maior disposição a pagar 
pela proteção ambiental, o que pode ser ocasionado devido a uma maior acessibilidade e 
contato com áreas naturais (LO, 2014) e também a um maior excedente financeiro que pode 
ser destinado a tais fins. Uma maior renda pode possibilitar o acesso a diferentes locais e 
atividades que permitem o contato direto com a natureza, tais como parques, zoológicos, 
aquários, ecoturismo, entre outras. Especialmente em ambientes urbanos, para muitos 
indivíduos os parques são considerados como uma possibilidade para o acesso mais fácil à 
natureza (MALLER et al., 2006). Essas áreas protegidas, mais que quaisquer outras, tem 
como objetivo principal pôr em prática a sua política ambiental. Isto pode ser um fator 
importante no que se refere ao efetivo gerenciamento de resíduos sólidos. Logo, a sensação de 
bem-estar proporcionada pelo contato com ambientes naturais por si só associada a uma 
adequada gestão de resíduos em uma unidade de conservação, por exemplo, pode nortear boas 
práticas para o manejo de resíduos sólidos comuns tanto nesses ambientes quanto em outros, 
tal como a própria casa dos visitantes dessa unidade 
De modo geral, podemos dizer que a percepção do meio pode estar relacionada com a 
renda do indivíduo, no entanto, isto não implica dizer que indivíduos de baixa renda não 
tenham uma percepção adequada dos resíduos ou vice-versa. Um estudo desenvolvido na 
Austrália para avaliar a percepção da degradação ambiental costeira de atividades turísticas 
pelos próprios visitantes revelou que a renda está relacionada com a percepção da degradação 
22 
 
provocada por quase todas as atividades avaliadas (PRISKIN, 2003). No entanto, nesse 
estudo indivíduos com menor renda e renda média perceberam os impactos provocados pela 
maioria das atividades turísticas como fortemente prejudiciais, diferente do grupo com maior 
renda. Ou seja, aqui uma menor renda está associada a uma maior sensibilidade para perceber 
problemáticas ambientais no seu entorno. Desta forma, outros aspectos do contexto de vida no 
qual o indivíduo está inserido devem ser considerados em estudos sobre a percepção do meio. 
Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos ter sido efetivamente implantada 
recentemente no Brasil (BRASIL, 2012), a hipótese de que indivíduos mais jovens 
apresentariam maiores índices de percepção ambiental não foi corroborada. Os indivíduos 
mais velhos tenderam a perceber melhor o manejo de resíduos sólidos, bem como 
demonstraram melhores atitudes quando questionados sobre o manuseio de seus resíduos 
sólidos. Estudos abordando a relação entre idade e atitudes ambientais demonstram que 
indivíduos mais velhos, bem como consumidores ecológicos mais antigos, tendem a realizar 
com mais frequência atividades de reciclagem (DIAMANTOPOULOS et al., 2003; ZHAO et 
al., 2014). Logo, espera-se que estes demonstrem maior cuidado ambiental e provavelmente 
uma melhor percepção do meio ambiente. Entretanto, é preciso considerar o contexto no qual 
este individuo está inserido. Particularmente nesse estudo, o universo amostral da pesquisa 
constitui um ambiente acadêmico, onde predominam indivíduos mais jovens. 
A forma pela qual o indivíduo percebe o meio ambiente pode estar relacionada com o 
modo que o sujeito incorpora as suas experiências (TASSARA and RABINOVICH, 2003), 
incluindo as experiências de contato com ambientes naturais que este teve ao longo da vida. 
Os ambientes naturais são um cenário ideal para a integração do meio ambiente, sociedade e 
saúde, promovendo saúde humana e bem-estar (MALLER et al., 2006). No entanto, a cada dia 
mais pessoas passam a viver em ambientes urbanos e a estimativa é de que mais de 60% da 
população passe a residir em ambientes urbanos até 2030 (MILLER, 2005). Essa tendência da 
ocupação humana acaba reduzindo o contato do homem com a natureza e consequentemente 
pode afetar o modo pelo qual os indivíduos percebem o meio ao seu entorno. 
Outra variável ambiental importante para a percepção do meio ambiente, 
especialmente no que se refere ao manejo dos resíduos sólidos, é a forma como os indivíduos 
descartam seus resíduos. Esta pode ser usada como um indicador da sua relação e 
preocupação com o meio ambiente. O descarte inadequado demonstra ausência do 
comportamento pró-ambiental no indivíduo. Condições socioeconômicas precárias podem 
estar atreladas a este comportamento, visto que formas de disposição inadequada de resíduos23 
 
em grandes proporções ainda são comumente encontradas em áreas pobres no entorno das 
cidades. A pobreza intensifica-se nas periferias e aprofunda a depreciação do capital humano 
e social, que retroalimenta a conduta de degradação do meio ambiente pelo indivíduo pobre 
(LIMA and PADOIN, 2016). Isso acaba corroborando a associação entre a percepção do meio 
ambiente e aspectos socioeconômicos. 
Para amenizar a problemática do descarte inadequado dos resíduos sólidos é 
importante considerar que a contratação de serviços relacionados à gestão dos resíduos pelos 
órgãos públicos não isenta as pessoas físicas ou jurídicas da responsabilidade por danos que 
vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado destes resíduos (BRASIL, 2012). É 
notória a necessidade de um trabalho de sensibilização ambiental para que as pessoas possam 
compreender melhor a importância do meio ambiente, bem como sua preservação e 
conservação. O foco principal dos programas de educação ambiental tem sido mudar 
justamente o comportamento ambiental através do aumento do conhecimento ambiental 
(POOLEY and O’CONNOR, 2000). 
Por fim, considerando que a existência de um problema ambiental tão elementar se 
mostra incompatível com o que se espera de uma universidade, a qual deve ser vista como o 
local da experimentação, criatividade e servir de modelo para modificação de padrões da 
sociedade, entender o que leva universitários a aceitarem este descarte inadequado ou a repeli-
lo se configura como um instrumento fundamental para embasar ações efetivas de gestão de 
resíduos sólidos, tanto no contexto universidade quanto para a sociedade como um todo. A 
percepção do meio ambiente pode constituir uma ferramenta chave para indicar as melhores 
estratégias especialmente para abordagens individuais e de educação ambiental para o 
adequado gerenciamento de resíduos. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A relevância de fatores como contato com a natureza e o descarte individual de 
resíduos sólidos nos conduzem a pensar que o modo pela qual os indivíduos percebem o meio 
ambiente está mais fortemente associada com emoção e ação humana, ou seja sentir e agir, do 
que simplesmente observar o meio ambiente. 
 Os resultados dessa pesquisa revelam alguns grupos sociais, dentre os demais do 
contexto universitário, que mais necessitam da elaboração e implantação de medidas, ações e 
políticas para a melhoria da gestão de resíduos sólidos no campus. No entanto, ampliar a 
amostragem dos dados para outro universo amostral pode tanto corroborar quanto revelar 
novos grupos prioritários para a definição de ações efetivas para o adequado manejo de 
resíduos. Ao desvendar grupos que são mais ou menos sensíveis à eliminação e tratamento 
adequado de resíduos, é possível elaborar ações de educação ambiental mais efetivas e 
oferecer suporte para uma melhor gestão dos resíduos sólidos no campus central da UFRN. 
Essas medidas podem ainda servir de embasamento para a elaboração de uma política pública 
ambiental que delegue melhorias para o manejo de resíduos sólidos no país. 
Desse modo, a percepção do meio ambiente, especialmente do manejo de resíduos 
sólidos, por diferentes grupos de indivíduos pode configurar-se como uma poderosa 
ferramenta para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos. Esta permite que ações com 
potencial modificador do comportamento e da atitude ambiental sejam planejadas e 
implementadas com base nos grupos prioritários identificados nesse estudo. Porém, é 
necessário considerar tanto os aspectos ambientais quanto socioeconômicos que influenciam 
ou norteiam essa percepção. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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29 
 
7. APÊNDICES 
Apêndice 1 – Imagens do descarte inadequado de resíduos sólidos no campus central da 
UFRN realizadas durante a execução do projeto de extensão “Descarte de resíduos sólidos no 
campus central da UFRN: percepções e soluções”. 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Apêndice 2 - Questionário online com contendo questões ambientais e socioeconômicas. 
QUESTÕES SOCIOECONÔMICAS 
1.Idade 
Por favor, usar apenas números. Exemplo: 18. 
2.Sexo biológico 
Por favor, responder com letra maiúscula. Exemplo: MASCULINO. 
3. Religião 
a. Católico 
b. Evangélico 
c. Espírita 
d. Ateu 
e. Agnóstico 
f. Outra 
4. Estado civil: 
a. Solteiro 
b. Casado 
c. Divorciado 
d. Viúvo 
e. Outro 
5. Você tem filhos? 
a. Sim 
b. Não 
6. Cidade onde nasceu: 
a. Capital do RN 
32 
 
b. Interior do RN 
c. Outra capital 
d. Interior de outro estado 
7. Localidade na qual você permanece durante a maior parte do tempo atualmente? 
a. Natal – Zona Sul 
b. Natal Zona Norte 
c. Natal – Zona Leste 
d. Natal – Zona Oeste 
e. Interior do estado 
8. Tipo de ambiente na qual você geralmente passa a maior parte do seu dia: 
a. Ambiente fechado, sem vista para áreas naturais. 
b. Ambiente fechado, com vista para áreas naturais. 
c. Ambiente externo, em contato com áreas naturais. 
9. Localidade onde passou a maior parte do tempo durante a infância (0 – 12) e 
adolescência (12 – 18 anos): 
a. Zona urbana 
b. Zona rural 
c. Zona rural e urbana 
10. Tipo de escola onde cursou a maior parte Ensino fundamental: 
a. Pública 
b. Privada 
c. Pública e privada 
d. Privada – bolsista 
11. Tipo de escola onde cursou a maior parte do Ensino médio: 
a. Pública 
33 
 
b. Privada 
c. Pública e privada 
d. Privada – bolsista 
12. Escolaridade do pai: 
a. Não alfabetizado 
b. Ensino fundamental incompleto 
c. Ensino fundamental completo 
d. Ensino médio incompleto 
e. Ensino médio completo 
f. Ensino superior incompleto 
g. Ensino superior completo 
h. Pós-graduação 
13. Escolaridade da mãe: 
a. Não alfabetizado 
b. Ensino fundamental incompleto 
c. Ensino fundamental completo 
d. Ensino médio incompleto 
e. Ensino médio completo 
f. Ensino superior incompleto 
g. Ensino superior completo 
h. Pós-graduação 
14. Renda mensal familiar: 
a. Até 02 salários mínimos 
b. De 02 a 04 salários mínimos 
34 
 
c. Superior a 05 salários mínimos 
d. Superior a 10 salários mínimos 
15. Tipo de formação acadêmica em andamento: 
a. Graduação 
b. Pós-graduação 
16. Área de formação do curso em andamento: 
a. Humanas 
b. Exatas 
c. Tecnológicas 
d. Biológica – saúde 
e. Biológica – Ambiental 
17. Curso: 
Por favor, responder com letra maiúscula. Exemplo: PEDAGOGIA. 
18. Porcentagem de integralização do curso: 
a. 0 – 25% 
b. 26 – 50% 
c. 51 - 75 % 
d. Acima de 75% 
e. Outro 
QUESTÕES PARA INVESTIGAR A PERCEPÇÃO AMBIENTAL 
19. Você destina seus resíduos sólidos para coleta seletiva? 
a. Sempre (10 pontos) 
b. Algumas vezes (05 pontos) 
c. Raramente (2,5 pontos) 
35 
 
d. Nunca (0 pontos) 
20. Você realiza a separação entre resíduo seco e resíduo orgânico? 
a. Sempre (10 pontos) 
b. Algumas vezes (05 pontos) 
c. Raramente (2,5 pontos) 
d. Nunca (0 pontos) 
21. Você reaproveita sacolas plásticas? 
a. Sempre (10 pontos) 
b. Algumas vezes (05 pontos) 
c. Raramente (2,5 pontos) 
d. Nunca (0 pontos) 
22. Você já identificou dentro do campus central da UFRN depósitos de lixo a céu 
aberto? 
a. Sim, algumas vezes. (10 pontos) 
b. Nunca identifiquei, mas vou começar a observar melhor. (05 pontos) 
c. Não sei responder, pois caminho pouco pelo campus. (2,5 pontos) 
d. Esse problema não faz parte da realidade da UFRN. (0 pontos) 
23. O que você acha do número de lixeiras que a universidade dispõe? 
a. Insuficiente (10 pontos) 
b. Suficiente (0 pontos) 
c. Não sei (0 pontos) 
24. O bairro onde você mora é arborizado? 
a. Sim, possui muitas árvores. (10 pontos) 
b. Não, há pouco sombreamento. (05 pontos) 
c. Não sei nunca me atentei para isso. (0 pontos) 
36 
 
25. Em Natal, você já identificou algum local com poluição visual? 
a. Sim, muitas vezes. (10 pontos) 
b. Sim, algumas vezes. (5,0 pontos) 
c. Sim, raramente. (2,5 pontos) 
d. Nunca. (0 pontos) 
26. Dentro do Campus Central da UFRN, você já notou a presença de algum animal 
silvestre (não doméstico), tais como: lagartos, borboletas, aves, entre outros? 
a. Sim, muitas vezes. (10 pontos) 
b. Sim, algumas vezes. (5,0 pontos) 
c. Sim, raramente. (2,5 pontos) 
d. Nunca. (0 pontos) 
27. Durante o momento em que você escova os dentes a torneira fica aberta? 
a. Nunca (10 pontos) 
b. Raramente (05 pontos) 
c. Algumas vezes (2,5 pontos)d. Sempre (0 pontos) 
28. Durante o banho, com que frequência você tenta economizar água? 
a. Nunca (0 pontos) 
b. Raramente (2,5 pontos) 
c. Algumas vezes (5,0 pontos) 
d. Sempre (10 pontos) 
29. Com o objetivo de economizar água, você costuma urinar durante o banho? 
a. Sim. (10 pontos) 
b. Não. (0 pontos) 
37 
 
30. Quando vai lavar suas roupas você costuma colocar a quantidade máxima de roupas 
na máquina de lavar? 
a. Sempre (10 pontos) 
b. Algumas vezes (05 pontos) 
c. Nunca (0 pontos) 
d. Eu não costumo lavar minhas roupas (0 pontos). 
31. Você concordaria em substituir o uso de copos descartáveis por um copo plástico (ou 
outro material não descartável) de uso pessoal? 
a. Sim, pois me preocupo com o meio ambiente. (10 pontos) 
b. Sim, mas não por questões ambientais, e sim por ser mais prático ter meu copo sempre 
comigo. (05 pontos) 
c. Não, pois seria incômodo ter que transportar um copo plástico todo momento. (2,5 pontos) 
d. Não, pois teria que gastar tempo e/ou dinheiro com algo que consigo de graça. (0 pontos) 
32. Qual a sua reação ao ver uma pessoa descartando resíduos sólidos inadequadamente 
em via pública? 
a. Orienta a pessoa a não fazer mais isso (10 pontos) 
b. Considera a atitude da pessoa absurda, mas não fala nada (05 pontos) 
c. Nunca notou ninguém jogando lixo em via pública ou acredita que isso raramente ocorre 
(2,5 pontos) 
d. Finge não ter visto (0 pontos) 
e. Não sei (0 pontos) 
33. Você já plantou uma árvore? 
a. Já, mais de uma. (10 pontos) 
b. Já, uma. (05 pontos) 
c. Não, mas pretendo. (2,5 pontos) 
d. Nunca. (0 pontos) 
38 
 
34. Você já visitou um manguezal? 
a. Sim (10 pontos) 
b. Não (0 pontos) 
35. Você já visitou o Parque das Dunas ou outra Unidade de Conservação Brasileira 
(Estação ecológica, reserva biológica, floresta nacional, entre outros.)? 
a. Sim. (10 pontos) 
b. Não. (0 pontos) 
36. Você já participou de alguma trilha ecológica? 
a. Já, gostei muito de ter participado. (10 pontos) 
b. Não participei, mas tenho interesse. (05 pontos) 
c. Já, mas não gostei. (2,5 pontos) 
d. Não pretendo participar. (0 pontos) 
37. Você sabia que o lixo que pode ser reaproveitado é chamado de resíduos sólidos, e o 
que não pode ser reaproveitado é chamado de rejeito e deve ser destinado aos aterros 
sanitários? 
a. Sim, já tinha conhecimento sobre isso. (10 pontos) 
b. Não tinha conhecimento sobre isso. (0 pontos) 
38. Você já pagou alguma disciplina de cunho ambiental? 
a. Sim, considero muito importante. (10 pontos) 
b. Sim, mas não gostei. (05 pontos) 
c. Não, mas gostaria. (2,5 pontos) 
d. Não considero relevante para minha formação. (0 pontos) 
39. Classifique seu interesse com relação aos assuntos que envolvem problemáticas 
ambientais: 
a. Muito interessado. (10 pontos) 
b. Razoavelmente interessado. (5 pontos) 
39 
 
c. Pouco interessado. (2,5 pontos) 
d. Não tenho interesse. (0 pontos) 
40. Em sua opinião, quem são os responsáveis por cuidar do meio ambiente? 
a. Governos federais, estaduais e municipais. (0 pontos) 
b. Governo municipal (2,5 pontos) 
c. Órgãos ambientais e a sociedade (05 pontos) 
d. Todos. (10 pontos) 
41. Você acredita que doenças como a Dengue, Zika Vírus e a Febre Chikungunya estão 
relacionadas a problemas ambientais? 
a. Sim (10 pontos). 
b. Não (0 pontos). 
42. Justifique sua resposta anterior. 
43. Em sua opinião, a cobrança de taxas para entrada em unidades de conservação, tais 
como parques nacionais ou reservas biológicas, é importante? 
a. Sim (10 pontos) 
b. Não (0 pontos) 
44. Justifique sua resposta anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Apêndice 3 - Variáveis coletadas por meio de questionário online, e suas respectivas 
siglas, possíveis respostas e classificação. 
 
Variável Sigla Possíveis respostas 
Tipo de 
variável 
 
Socioeconômico 
Idade ID Números inteiros. Exemplo: 18. Quantitativa 
(Discreta) 
 Sexo SX Feminino ou Masculino Categórica 
(Nominal) 
 
 Religião RE Católico, evangélico, espírita, ateu, 
agnóstico 
 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Estado civil EC Solteiro, casado, divorciado, viúvo Categórica 
(Nominal) 
 
 Filhos FI Sim ou não Categórica 
(Nominal) 
 
 Naturalidade CN Capital do RN, interior do RN, outra 
capital, interior de outro estado 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Localidade na qual permanece durante a 
maior parte do tempo atualmente 
REG Natal (Zona sul, norte, oeste, leste), interior 
do estado. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Tipo de ambiente na qual passa a maior 
parte do tempo 
AT Ambiente fechado (com/sem vista para 
áreas naturais), ambiente externo (em 
contado com áreas naturais), em ambos os 
ambientes. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Localidade onde passou a maior parte do 
tempo durante a infância (0 - 12 anos) e 
adolescência (12 – 18 anos) 
LV Zona urbana, zona rural, ou ambas. Categórica 
(Nominal) 
 
 Tipo de escola que cursou a maior parte 
do ensino fundamental 
EF Pública, privada, bolsista. Categórica 
(Nominal) 
 
 Tipo de escola que cursou a maior parte 
do ensino médio 
EM Pública, privada, bolsista. Categórica 
(Nominal) 
 
 Escolaridade do Pai PA Não alfabetizado, ensino fundamental 
(incompleto/completo), ensino médio 
(incompleto/completo), ensino superior 
(incompleto/completo), pós-graduação. 
Categórica 
(Ordinal) 
 Escolaridade da Mãe MA Não alfabetizado, ensino fundamental 
(incompleto/completo), ensino médio 
(incompleto/completo), ensino superior 
(incompleto/completo), pós-graduação. 
Categórica 
(Ordinal) 
 Renda mensal da família RF Até 02 SM, de 02 a 04 SM, superior a 05 
SM, ou superior a 10 SM*. 
Categórica 
(Ordinal) 
 Tipo de formação acadêmica em 
andamento 
FA Graduação ou pós-graduação Categórica 
(Ordinal) 
 
 Área da formação acadêmica do curso em 
andamento 
AF Humanas, exatas, tecnológicas, biológicas 
(saúde/ambiental) 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Curso CO Exemplo: Pedagogia Categórica 
(Nominal) 
 
 Porcentagem de Integralização do curso PI Entre 0-25%, entre 26-50%, entre 51-75%, 
acima de 75%. 
Categórica 
(Ordinal) 
 
 
 Descarte de 
resíduos sólidos 
Destinação de resíduos sólidos para 
coleta seletiva 
DRCS Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica 
(Nominal) 
 
41 
 
 (DRS) Separação entre resíduo seco e resíduo 
orgânico 
SRSO Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica 
(Nominal) 
 
 Reaproveitamento de sacolas plásticas RSAC Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica 
(Nominal) 
 
 Percepção de depósitos inadequados de 
resíduos na UFRN 
IDLA Algumas vezes; nunca identificou; não sabe 
responder; o problema não faz parte da 
realidade da UFRN. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 
 
Sensibilidade 
visual: 
observando o 
ambiente 
 (SVP) 
Opinião sobre o número de lixeiras que a 
universidade dispõe 
NLIX Insuficiente, suficiente, não sabe. Categórica 
(Nominal) 
 
 Arborização do bairro em que mora BMAR Possui muitas árvores; há pouco 
sombreamento; não sabe. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Percepção de poluição visual em Natal INPV Muitas vezes; algumas vezes; raramente; 
nunca. 
 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Percepção da presença de animais 
silvestres no campus 
ASIL Muitas vezes; algumas vezes; raramente; 
nunca. 
 
 
Categórica 
(Nominal) 
 
 
 
Comportamento 
pró-ambiental 
(CPA) 
Economia de água durante escovação dos 
dentes 
EDTA Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica 
(Nominal) 
 
 Frequência para economizar água durante 
o banho 
BFEA Sempre, algumas vezes, raramente, nunca Categórica 
(Nominal) 
 
 Hábitos para economizar água durante o 
banho 
EAUB Sim ou não Categórica 
(Nominal) 
 
 Economia de água ao lavar roupa LRQM Sempre, algumas vezes, nunca, não lava 
roupa. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Substituição de copos descartáveis SCDO Sim, pois se preocupa com o meio 
ambiente; sim, mas não por questões 
ambientais;não, pois seria incomodo ter 
que transportar um copo todo momento; 
não, pois teria que gastar dinheiro e/ou 
tempo com algo que consegue de graça. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Reação ao ver atitude inadequada de 
descarte de resíduos 
DRIV Orienta a pessoa a não fazer mais isso; 
considera a atitude absurda, mas não fala 
nada; finge não ter visto; nunca notou 
ninguém jogando lixo em via pública ou 
acredita que isso raramente ocorre; não 
sabe. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 
 
 
Contato com a 
natureza 
 (CNA) 
 
Plantio de árvores 
 
PLAN 
 
Já, mais de uma; já, uma; não, mas 
pretende; nunca. 
 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Visita a um manguezal MANG Sim ou não Categórica 
(Nominal) 
 
 Visita ao Parque das Dunas PARQ Sim ou não Categórica 
(Nominal) 
 
 Participação em trilha ecológica TRIL Já, gostou muito de ter participado; já, mas 
não gostou; não participou, mas tem 
interesse; não pretende participar. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 
42 
 
 
Formação/conhec
imento ambiental 
(FCA) 
Conhecimento sobre termo resíduos 
sólidos 
RESI Sim ou não Categórica 
(Nominal) 
 
 Participação em disciplina de educação 
ambiental 
DISC Sim, considera muito importante; sim, mas 
não gostou; não, mas gostaria; não 
considera relevante para a própria formação 
profissional. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Interesse em relação a temática ambiental INTE Muito interessado; razoavelmente 
interessado; pouco interessado; não tenho 
interesse. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Responsáveis por cuidar do meio 
ambiente 
RESP Governos federais, estaduais e municipais; 
governo municipal; órgãos ambientais e a 
sociedade; todos. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Relação entre doenças como Dengue e 
problemas ambientais 
ZIKA Sim ou não. (Justifique a resposta: 
Descarte1 inadequado de resíduos sólidos 
pode servir de abrigo para vetores2 de 
doenças, como: dengue3, zika4 e 
chikungunya5). 
Categórica 
(Nominal) 
 
 Importância da cobrança de taxa para 
entrada em unidades de conservação 
TXUC Sim ou não. (Justifique a resposta: A taxa é 
importante para a conservação6 das 
espécies, manutenção7 do parque, para o 
bem-estar8 humano, proteção9 do parque. 
Categórica 
(Nominal) 
 
 
*SM=Salários mínimos. Palavras chaves: 1 – 9.

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