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ContribuicaoDesignMercadoRoupas-Gomes-2018

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MAPEANDO BRECHÓS:
A contribuição do design para o mercado 
de roupas usadas em Natal.
Lilly Anne Rocha do Gomes
Lilly Anne Rocha do Gomes
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o 
mercado de roupas usadas em Natal.
Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC 2), apre-
sentado como requerimento parcial para obtenção 
do título de Bacharel em Design pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. 
Orientadora: Helena Rugai Bastos
NATAL - RN
2018
Lilly Anne Rocha do Gomes
Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC 2), apre-
sentado como requerimento parcial para obtenção 
do título de Bacharel em Design pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte. 
Aprovada em: __ de ________ de _______.
BANCA EXAMINADORA
____________________________
Prof.ª Dr.ª Helena Rugai Bastos
Orientadora 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
____________________________
Prof.ª Dr.ª Elizabeth Romani
Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
____________________________
Prof.ª Dr.ª Luiza Falcão Soares Cunha 
Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
PRÉ-TEXTUAIS
Lista de figuras 6
Lista de gráficos 8
Lista de tabelas 9
Agradecimentos 10 
Resumo 11
Abstract 12 
Introdução 13 
TEMÁTICA 27 
 
1
OS IMPACTOS DA 
INDÚSTRIA DA MODA 17
1.1 Impactos sociais 19
1.2 Impactos ambientais: 
os tecidos utilizados 21
1.2.1 Algodão 22
1.2.2 Viscose 23
1.2.3 Poliéster 25 
2
Considerações finais 75
Referências 76 
METODOLOGIA E PROCESSO 31
3.1 Metodologia escolhida 32
3.2 Questionário direcionado 33
3.3 Hipóteses de projeto 41
3.4 Plataformas similares 42
3.4.1 Museu da Memória 
Afetiva da Cidade do Natal 43
3.4.2 Mapa Verde Aberto 44
3.4.3 HappyCow 45
3.5 Personas e cenários 46
3.6 Requisitos do site 52
3.7 Esqueleto simplificado 
do site e wireframe 53
3.8 Painel semântico 57
3.9 Processo de naming 57
3.10 Logotipo 58
3.10.1 Paleta de cores 60
3.10.2 Tipografia 60 
RESULTADO 62
4.1 Página inicial 63
4.2 Mapa 66
4.2.1 Filtros 66
4.2.2 Encontrados na busca 67
4.2.3 Bazar selecionado 68
4.3 Por que comprar em 
brechó? 69
4.4 Sobre e rodapé 71
4.5 Entrar e cadastro 71
4.6 Páginas não representadas 
graficamente 73
4.6.1 Sugerir modificação, 
sugerir local e enviar foto 73
4.6.2 Escrever comentários 73
4.6.3 Dúvidas 73
4.6.4 Espaço do usuário 74
3 4
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
6
lista de figuras
Figura 1 - Mar de Aral, Uzbequistão, Ásia Central. 23
Figura 2 - O processo de design que a metodologia aborda. 32
Figura 3 - Respostas em relação ao bairro/região em que 
os entrevistados moram. 36
Figura 4 - Mapa mental construído a partir das hipóteses de projeto. 42
Figura 5 - Página inicial do MMAC. 43
Figura 6 - Página inicial do Mapa Verde Aberto. 44
Figura 7 - Página inicial do HappyCow. 45
Figura 8 - Alexandra, persona 1. 47
Figura 9 - Luís Carlos, persona 2. 48
Figura 10 - Eduarda, persona 3. 49
Figura 11 - Adriano, persona 4. 50
Figura 12 - Mariana, persona 5. 51
Figura 13 - Esqueleto simplificado do site. 54
Figura 14 - Wireframe da página inicial. 55
Figura 15 - Wireframe do mapa com a opção de filtros 
para refinar a busca. 56
Figura 16 - O pop-up que aparece para fazer login. 56
Figura 17 - O pop-up que aparece para fazer cadastro. 56
Figura 18 - Painel semântico. 57
Figura 19 - Mapa mental para a definição do nome. 58
Figura 20 - Logotipo na cartela de cores. 59
Figura 21 - Logotipo, versão horizontal, na cartela de cores. 59
Figura 22 - Paleta de cores. 60
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
7
Figura 23 - Montserrat, fonte escolhida para titulos e subtitulos. 61
Figura 24 - Roboto, fonte utilizada para textos. 61
Figura 25 - Página inicial completa. 64
Figura 26 - Mockups da versão mobile e da versao desktop, respectivamente. 65
Figura 27 - Header e início do site. 66
Figura 28 - Filtro por categoria. 67
Figura 29 - Representação gráfica de bazares encontrados 
a partir da filtragem. 68
Figura 30 - Informações que aparecem ao clicar em um 
local no mapa. 69
Figura 31 - Composição de ícones e textos para incentivar 
e conscientizar o usuário. 70
Figura 32 - Sobre e rodapé. 71
Figura 33 - Pop-up para cadastro. 72
Figura 34 - Popup para login. 72
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
8
lista de GRÁFICOS
Gráfico 1 - Consumo de Água das Fibras (litro por quilograma). 24
Gráfico 2 - Consumo de Energia das Fibras 
(megajoule por quilograma). 25
Gráfico 3 - Gráfico circular referente à faixa etária. 34
Gráfico 4 - Números correspondentes ao gênero dos entrevistados. 34
Gráfico 5 - Imagem correspondente à escolaridade dos entrevistados. 35
Gráfico 6 - Gráfico circular da renda mensal dos entrevistados. 35
Gráfico 7 - Relação dos artigos que os entrevistados 
costumam adquirir. 36
Gráfico 8 - Motivos pelos quais as pessoas compram objetos usados. 37
Gráfico 9 - Números referentes aos meios que as pessoas 
encontram lojas de objetos usados. 38
Gráfico 10 - Formas que os entrevistados costumam fazer compras. 38
Gráfico 11 - Gráfico circular sobre a frequência com que as 
pessoas procuram objetos usados. 39
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
9
lista de tabelas
Tabela 1 - Requisitos do site 52
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
10
AGRADECIMENTOS
À Helena, por tantos ensinamentos e por toda paciência comigo.
Aos meus pais, os quais eu tenho uma enorme admiração. Obrigada por 
serem tão presentes, por me incentivarem e me apoiarem em todas as minhas 
decisões, além de terem aberto mão de muita coisa para poderem propor-
cionar o melhor pra mim. Amo vocês incondicionalmente.
Às minhas colegas de curso e amigas da vida: Alice Rosa, Gabi Flor, Lari 
Trindade, Raiana Pinheiro, Renata Lima e Virna Varela, mulheres maravilhosas 
que me inspiram em diversos aspectos. Obrigada pelos risos compartilhados, 
pelas dificuldades divididas e pelos clubes de estudo. 
À Amanda Bones, Augusto Serquiz, Arthuri e toda galera do Galpão 79/Casa 
Branca. Vocês são os presentes que o ano me trouxe. Obrigada por transformarem 
qualquer dia comum em uma aventura inesperada. 
A Pedro Lucas, por me incentivar, me apoiar e por ser essa pessoa tão linda, 
capaz de tornar tudo mais leve. 
Agradeço também a todos aqueles que fizeram parte desse processo: 
muito obrigada!
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
11
RESUMO
 Este trabalho propõe uma plataforma virtual que mapeia os brechós 
na Grande Natal. O objetivo deste trabalho é usar o design para incentivar as 
pessoas a repensarem suas escolhas ao consumirem moda. Na pesquisa, 
foram abordados temas como indústria da moda, consumo consciente e cultura 
de brechó no país, conteúdos que serviram também para justificar a importância 
deste trabalho. O projeto foi resultado de revisões bibliográficas e aplicação de 
ferramentas de design propostas pelo livro Intuição, Ação, Criação: Graphic 
Design Thinking, onde foi possível identificar a necessidade de organizar um 
espaço que reúne informações sobre brechós da cidade, resultando em uma 
plataforma de mapeamento.
 Palavras chave: mapeamento, brechó, sustentabilidade. 
Mapeando brechós: 
a contribuiçãodo design para o mercado de roupas usadas em Natal.
12
Abstract
 This work proposes a virtual platform that aims to map 
the second-hand stores in the Grande Natal. The purpose of this 
paper is to use design to encourage people to rethink their choices while 
consuming fashion. In the research, topics such as fashion industry, conscious 
consumption and culture of the store in the country were discussed, contents 
that also served to justify the importance of this work. The project was a 
result of bibliographical reviews and application of design tools proposed by 
the book Graphic Design Thinking: Beyond Brainstorming, so it was possible to 
identify the need to organize a space that gathers information about the city’s 
thrift stores, resulting in a mapping platform.
 Keywords: mapping, second-hand store, sustainability.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
13
Introdução
 
 A temática que abordo neste trabalho é como o design pode contribuir 
para um consumo de moda mais consciente. A motivação para estudar outras 
formas de consumir sem ser impulsionando a indústria têxtil e de confecção 
tem relação com os dados, aqui recolhidos, acerca do ciclo de produção. 
Estamos consumindo 400% a mais do que fazíamos há uma década, o que 
representa uma produção média de 80 bilhões de peças de roupas novas por 
ano atualmente, enquanto a indústria mundial da moda tem um lucro que 
gira em torno de 3 trilhões de dólares por ano (The True Cost, 2015). 
 Esses números também são relevantes no que concerne a degradação 
ambiental – de acordo com o relatório Pulse of the Fashion Industry Report (2015), 
foram consumidos 79 bilhões de metros cúbicos de água em 2015 e resultou, 
mundialmente, na emissão de 1.715 milhões de toneladas de CO2 no mesmo 
período, o que representa 5% das emissões globais de gás carbônico por ano.
 Além do impacto gerado pela extração de recursos naturais e a alta 
produção de lixo, a indústria têxtil se destaca também como um problema social. 
Um trabalhador de confecção ganha em média 2 dólares por dia em países em 
desenvolvimento, como a Índia e Bangladesh, onde 97% das roupas consumidas 
mundialmente são feitas, pois esses locais possuem leis trabalhistas frágeis 
e incentivos para as multinacionais produzirem (The True Cost, 2015). Neste 
cenário, estima-se que, só no Brasil, 114 mil crianças e adolescentes trabalham 
no setor têxtil, número que representa 3,8% de quase 3 milhões de menores de 
idade trabalhando no país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios [PNAD] (2015).
 Com a redução do custo das peças de roupa na última década, em razão do 
processo de globalização e a expansão da cultura fast fashion, somos incentivados 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
14
a comprar cada vez mais, bem como acumular peças que não usamos mais de 
uma vez e descartá-las com mais facilidade. Esses fatores ajudam a ampliar os 
problemas citados: mais recursos extraídos para produzir novas peças, enquanto 
são gerados impactos ambientais em toda a cadeia de produção.
 Após o levantamento de dados inquietantes no que se refere à indústria 
têxtil, comecei a pensar no que eu, enquanto estudante de design, poderia fazer 
para ajudar a mudar isso. Depois de algumas hipóteses de projetos, comecei a 
considerar algo que já vinha fazendo há algum tempo: mapear os brechós que 
conheço na cidade. 
 A minha paixão por roupas e artigos usados começou na adolescência: 
descobri uma lojinha na esquina de casa que vendia peças usadas a preços que 
podia pagar, já que as roupas custavam entre 2 e 10 reais. Com a cultura vintage 
em alta nos anos 2000, minhas amigas falavam muito sobre o tema, conversas 
sempre acompanhadas de comentários como “Em Natal não tem brechó como 
em cidades grandes.”. No período, esse gosto por descobrir locais escondidos e 
trocar dicas com amigos era apenas pela economia na compra e pelo hobby de 
garimpar coisas diferentes.
 Hoje, mais de dez anos depois, o tema ainda é recorrente nos diferentes 
grupos de amigos e a discussão é frequente em redes sociais, entretanto, o 
interesse atual em comprar roupas usadas vai além da economia: se discute 
muito em como a indústria da moda é prejudicial para o planeta, em especial 
com tantas denúncias de trabalhos análogos à escravidão nesse setor.
 Após mapear todos os brechós que conheço usando uma ferramenta do 
Google Maps com o intuito de mostrar pra quem me pergunta onde comprar 
roupa barata, me dei conta de como tem gente interessada em conhecer esses 
locais mas que não sabem onde encontrá-los. A ideia de projetar um site 
mapeando os estabelecimentos que vendem roupas e acessórios usados veio 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
15
com experiências pessoais mas também após aplicar algumas ferramentas do 
design com o público-alvo no decorrer da pesquisa. Assim, o principal objetivo 
deste trabalho é incentivar as pessoas a repensarem suas escolhas ao consu-
mirem moda e a frequentarem os diversos brechós que temos na cidade.
 Os objetivos específicos deste projeto são:
 • Refletir sobre o acelerado ciclo de consumo do cenário atual;
 • Promover o consumo consciente, se considerarmos que a peça mais 
 sustentável é aquela que já existe;
 • Encorajar as pessoas a descobrirem locais que muitas vezes estão pre 
 sentes no nosso percurso habitual mas que passam despercebidos;
 • Favorecer projetos beneficentes, considerando que quase todos os 
 brechós pesquisados para este projeto são filantrópicos, organizados e 
 mantidos por pessoas em trabalho voluntário.
 Este trabalho está estruturado em quatro partes. Na primeira, foram 
pesquisados dados acerca da indústria têxtil: a proporção que o setor tomou 
nas últimas décadas, o desgaste ambiental ocasionado, problemas sociais, 
extração e produção das fibras mais utilizadas pela indústria e a degradação 
causada pelo tingimento e tratamento das peças. Essas informações foram 
importantes para justificar a importância e urgência do tema.
 Na segunda parte, foi abordada a temática do projeto e uma introdução 
sobre a cultura de brechó no país, os desafios para esse mercado e alguns 
dados que concernem o comércio. Na terceira parte, foi aplicada a metodologia 
escolhida e todo o processo com ferramentas até chegar ao resultado final, que 
será apresentado na quarta parte deste trabalho.
 Para desenvolver a metodologia, foi escolhido o livro organizado por 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
16
Ellen Lupton “Intuição, ação, criação” (2011) que trabalha com o método de 
design que possui ferramentas apropriadas desde a pesquisa até a geração de 
ideias para o produto final. A revisão bibliográfica foi feita a partir de livros e 
artigos; porém, muitas referências e informações foram extraídas de portais de 
notícias, blogs e relatórios virtuais de associações e empresas privadas, visto 
que o tema ainda foi pouco abordado no meio acadêmico por ser um assunto 
contemporâneo, que tem entrado em evidência no Brasil apenas nos últimos 
tempos em consequência da necessidade de repensar o consumo de moda.
1
OS IMPACTOS DA 
INDÚSTRIA DA MODA 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Os impactos da indústria da moda
18
 Em razão do aceleramento na produção de novas coleções, que antes 
eram ditadas por estações climáticas, hoje elas chegam a ser produzidas em 
períodos muito mais curtos, incentivando as pessoas a consumirem de maneira 
cada vez mais frenética. O The Global Fashion Agenda, fórum sobre sustentabi-
lidade na moda, juntou-se ao The Boston Consulting Group para desenvolver um 
relatório com os reais números acerca da indústria da moda. Resultante desta 
parceria, o documentoPulse of the Fashion Industry Report (2015) mostra que 
foram consumidos 79 bilhões de metros cúbicos de água em 2015 e resultou, 
mundialmente, na emissão de 1.715 milhões de toneladas de CO2 no mesmo 
período, o que representa 5% das emissões globais de gás carbônico por ano. 
Em questão de resíduos sólidos, são produzidos 92 milhões de toneladas de lixo 
por ano no mundo todo, o que significa 4% de 2,12 bilhões do lixo produzido 
anualmente (PULSE OF THE FASHION INDUSTRY REPORT, 2015). 
 O relatório A new Textiles Economy: Redesign Fashion Future (2017) 
estima que o equivalente a um caminhão cheio de tecido é queimado ou vai para 
o aterro sanitário por segundo no mundo, enquanto aqui no Brasil, no bairro 
do Bom Retiro (SP), conhecido como polo nacional de confecção, descartam-se 
inadequadamente 12 toneladas de retalhos diariamente, gerados por mais de 1,2 
mil confecções da região (ABIT, 2012). 
 A mudança na cultura do consumo é refletida no crescimento da indústria 
têxtil no Brasil. Segundo o relatório da Associação Brasileira de Indústria Têxtil 
e de Confecção [ABIT] referente ao ano de 2017, o país possui o quarto maior 
parque produtivo de confecção do mundo. De acordo com este relatório, o setor 
de vestuário do Brasil é o quinto maior mundialmente, responsável por uma 
produção média de 5,9 bilhões de peças no último ano, dados que incluem 
vestuário, meias, acessórios, cama, mesa e banho. As perspectivas para 2018 são 
positivas para os empresários: crescimento de 2,8% na produção de vestuário, 
Os impactos da indústria da moda
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
19
4% na produção têxtil e 3% no varejo no Brasil. 
 As informações presentes no relatório da ABIT (2017) refletem desenvol-
vimento e prosperidade para o setor têxtil, mas os impactos ambientais gerados 
vão de acordo com esse crescimento. A cadeia produtiva de uma peça de roupa 
afeta negativamente o meio ambiente e está presente em todas as etapas de fabri-
cação, desde a extração da matéria-prima até o descarte dos excedentes têxteis, 
feitos muitas vezes de maneira inapropriada. Assim, incentivar o consumo de 
peças usadas dispensa o impacto da extração de novos materiais até o descarte 
inapropriado, pois a roupa volta a circular no mercado depois do uso. 
1.1 Impactos sociais
 A indústria mundial da moda tem um lucro que gira em torno de 3 trilhões 
de dólares anualmente (THE TRUE COST, 2015). A demanda é expressiva: existem 
cerca de 40 milhões de pessoas trabalhando com vestuário, dos quais 85% são 
mulheres (THE TRUE COST, 2015). Em razão da competitividade dos varejistas, 
em busca de preços atrativos e maiores lucros, a etapa de confecção das peças 
sofre com os cortes dos gastos. O descaso com os direitos humanos tornou 2013 o 
ano com mais acidentes de trabalho, enquanto 2012 foi o ano de maior lucro para 
a indústria têxtil (THE TRUE COST, 2015). Contudo, foi apenas recentemente 
que um caso na moda tomou grandes proporções no Brasil: em agosto de 2011 
a Zara, rede varejista controlada pelo grupo espanhol Inditex, foi acusada por 
subcontratar oficinas localizadas na região metropolitana de São Paulo com 
imigrantes que trabalhavam em ambiente insalubre em jornadas diárias que 
duravam 15 horas para ganhar 2 reais por peça costurada (BERTÃO, 2018, 
online). Atualmente, não é raro ver reportagens que descrevem as condições de 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Os impactos da indústria da moda
20
trabalho nesses locais, com jornadas exaustivas, ambiente nocivo e inseguro, 
horas extras não remuneradas e até abuso sexual e verbal. Essas circunstân-
cias definem o trabalho como análogo à escravidão, que é descrita no artigo 
149 do Código Penal: “Reduzir alguém à condição análoga à de escravo, quer 
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o 
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, 
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”. 
 Há aproximadamente 100 mil bolivianos trabalhando nessas condi-
ções aqui no país (NEVES, 2017, online), muitos dos quais chegam ilegalmente 
no Brasil para fugir da miséria da sua terra natal e na esperança de juntar 
dinheiro, mas acabam presos pelos seus patrões em razão dos custos da 
viagem, o que acarreta uma relação de servidão com longas jornadas de serviço 
pesado e ganhando menos do que foi prometido. Infelizmente, a situação 
degradante desses trabalhadores não se limita apenas à produzir para redes 
de fast fashion e moda acessível. Em setembro de 2017, três oficinas foram 
flagradas costurando peças para a Animale, marca brasileira de luxo que vende 
roupas que chegam a custar mais de 600 reais. Os imigrantes recebiam em média 
5 reais por peça costurada e trabalhavam em condições humilhantes de 
jornadas extensas e ambientes insalubres e perigosos, além de habitarem no 
local de trabalho (LOCATELLI, 2017, online).
 De acordo com Eloisa Artuso, coordenadora da área de educação do 
Fashion Revolution “O problema é que a cadeia de fornecimento na moda 
é muito complexa e difícil de ser rastreada do começo ao fim.”, em entre-
vista para o site de moda Elle em matéria publicada em 2018 (TORRE, 2018, 
online). O Fashion Revolution, movimento presente em diversos países, 
surgiu da necessidade de fazer algo para mudar esse cenário da moda, buscando 
mais transparência na sua cadeia produtiva e incentivando consumidores a 
Os impactos da indústria da moda
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
21
entenderem melhor o impacto social e ambiental que a moda vem causando. 
A iniciativa surgiu em 2013 com a queda do Rana Plaza, prédio em que abri-
gava cinco fábricas têxteis na capital de Bangladesh, resultando na morte de 
mais de mil pessoas e deixando mais de 2.500 gravemente feridas. A data do 
desmoronamento, 24 de abril de 2013, tornou-se símbolo na luta pelo direito 
de trabalhadores da indústria da moda.
 A repercussão do movimento tem aumentado com o passar dos anos: 
houve 113 mil posts em mídias sociais usando a hashtag do movimento apenas 
durante abril 2017, alcançando 150 milhões de pessoas no mesmo período 
(FASHION REVOLUTION, 2017), o que demonstra que os consumidores estão 
cada vez mais engajados, interessados em saber de onde as peças de roupas 
vem e quem as produziu. 
1.2 Impactos ambientais: os tecidos utilizados
 
 Os impactos relativos a produção das peças começa antes do trabalho 
de costura. No modelo de mercado atual, para diminuir os custos na produção, 
uma fibra pode ser produzida em um continente, passar por tratamentos 
químicos em outro país, viajar até outra cidade para ser costurada, receber 
aviamentos ou ornamentos em outra fábrica e só então ser embalada e enviada 
para o outro lado do mundo. Não é a regra da produção, mas comumente 
as peças de roupa fazem uma jornada pelo globo até chegar no armário do 
consumidor e possivelmente ser descartada depois de alguns meses.
 As roupas podem ser produzidas em um tecido de fibras naturais, 
sintéticas, artificiais ou mesmo composto por uma mescla. Para este item 
foram pesquisadas as principais fibras utilizadas pela indústria da moda com 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Os impactos da indústria da moda
22
1.2.1 Algodão
 O plantio do algodão, fibra natural mais utilizada na indústria, é 
responsável por uma média de 35 milhões de hectares de terra em todo o 
planeta, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão 
[ABRAPA] (2018). O seu cultivo é um dos que mais demanda uso de substân-
cias tóxicas, consumindo 18% dos pesticidas e 25% dos inseticidas em escala 
mundial (THE TRUE COST, 2015). Em virtude de todo o processo que implica 
a produção de umapeça de algodão, a degradação dos recursos naturais pode 
ocorrer nas variadas etapas: plantio, colheita, beneficiamento do tecido, alve-
jantes, tinturas, acabamentos, entre outros, gerando a contaminação da água 
e do solo, afetando diretamente a vida dos trabalhadores e da população.
 A alta demanda pela fibra na indústria têxtil fez surgir a necessidade de 
sementes geneticamente modificadas. A questão do algodão transgênico é um 
problema social na Índia, um dos maiores exportadores de algodão do mundo, 
onde o monopólio das sementes e todos os custos que envolvem o plantio, 
como irrigação, pesticidas e sementes caras, faz com que 1 fazendeiro a cada 
30 minutos se mate no país, o equivalente a 1 em cada 3 suicídios no mundo 
(THE TRUE COST, 2015). Mundialmente, mais de 90% das fibras de algodão 
vem de transgênicos (THE TRUE COST, 2015), o que significa dizer que quase 
o total de peças dessa fibra que consumimos passam por um processo muito 
nocivo para o meio ambiente. O consumo de água é tão alto que para produzir 
uma camiseta de algodão precisa-se de em média 2.700l de água, segundo o site 
o intuito de justificar a importância do tema trabalhado, visto que os impactos 
da produção extensiva desses fios são um dos fatores que me motivaram neste 
presente trabalho.
Os impactos da indústria da moda
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
23
Figura 1 - Mar de Aral, Uzbequistão, Ásia Central. Imagens via satélite para mostrar 
que o lago entre 2000 e 2013, em razão da irrigação de algodão, quase secou. Hoje 
restam apenas 10% do que já foi o quarto maior lago do mundo. 
Fontes: Modefica / QOBILOV, 2015 (BBC Uzbequistão).
1.2.2 Viscose
 Um outro tecido popular na produção de moda é a viscose, fibra artificial 
originária da polpa de árvores nativas. A demanda de consumo pelo mercado 
acaba sendo muito mais rápida do que o crescimento das árvores, então mesmo 
que vindo de árvores de reflorestamento, são necessárias áreas muito grandes 
para dar conta da produção, o que acarreta em perda da biodiversidade.
 O consumo dessa fibra é responsável por derrubar 70 milhões de árvores 
do Water Footprint (2012). Esses números têm sido um dos responsáveis pela 
desertificação de formações naturais de água, como exemplificado a seguir:
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Os impactos da indústria da moda
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Gráfico 1 - Consumo de Água das Fibras (litro por quilograma).
Fonte: “Moda e Sustentabilidade: Design Para Mudança” / Modefica.
por ano (BBC BRASIL, 2017). De acordo com o Elena Salcedo em seu livro “Moda 
e sustentabilidade: Design para Mudança” (2007, pág. 58), “Cerca de 30% 
da viscose produzida para virar roupa é proveniente de árvores de florestas 
nativas e ameaçadas de extinção.” A polpa da árvores passa por um processo 
químico para ser transformada em fios e isto demanda mais energia do que a 
produção de PET e mais água do que a produção de fios sintéticos como nylon 
e acrílico. Os gráficos que seguem ilustram a questão:
Os impactos da indústria da moda
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
25
 Esse processo produtivo que envolve muita energia, recursos naturais, 
desmatamento e químicos acaba atingindo diretamente aqueles que trabalham 
na produção e a comunidade ao redor, que é afetada com a poluição ambiental, 
escassez de água potável e mudanças climáticas. A viscose é uma fibra biode-
gradável, mas os fatores negativos para a sua produção nos fazem perceber 
que é necessário repensar a demanda por esse tecido.
1.2.3 Poliéster
 O poliéster é uma fibra têxtil sintética feita a partir do petróleo, fonte 
não-renovável e que gera diversos impactos ambientais na sua extração. 
O tecido tem diversas vantagens atraentes para a indústria, como a baixa neces-
sidade de água para produção e o custo mais acessível do que fibras naturais, 
além de não amassar, secar rápido e poder ser misturado com outras fibras, por 
Gráfico 2 - Consumo de Energia das Fibras (megajoule por quilograma).
Fonte: “Moda e Sustentabilidade: Design Para Mudança” / Modefica.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Os impactos da indústria da moda
26
isso é bastante empregado no setor têxtil, sendo responsável por 700 milhões 
de barris de petróleo por ano (BBC BRASIL, 2017). A reciclagem desse tecido é 
possível, mas como ele comumente vem misturado com outras fibras nas peças 
de roupa, isso dificulta o seu processo de reaproveitamento. Quando descar-
tado, ele demora mais de 200 anos para se decompor (BBC BRASIL, 2017).
 A partir dos dados e informações aqui expostos, pode-se concluir que há a 
necessidade de transformar, de alguma maneira, a nossa relação com a indústria 
tradicional da moda em razao dela ser tão poluente em suas diversas etapas.
2
TEMÁTICA
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Temática
28
 Em razão dos problemas abordados na primeira etapa do trabalho, 
constatamos que é fundamental pensar em uma forma de substituir, ou pelo 
menos diminuir, a maneira como consumimos roupa.
 Após traçar algumas hipóteses de projeto que poderia desenvolver, 
conclui que não usaria o design para repensar etapas na cadeia de produção 
e nem em produzir uma nova coleção de moda, pois não acredito que vamos 
resolver um problema ambiental e social produzindo novas peças, visto que 
tudo que demanda a extração de novos recursos impacta o meio ambiente 
em menor ou maior grau. A moda tem um papel importante na forma como 
nos expressamos e nos apresentamos para o mundo, assim, o propósito deste 
projeto não é deixar de consumir, em razão de vivermos em um modelo econô-
mico que incentiva a compra. 
 Levando em consideração que a roupa mais sustentável que podemos 
usar é aquela que já existe, decidi dar continuidade a este projeto abordando o 
consumo de peças de segunda mão. 
 Os artigos de segunda mão podem ser encontrados em comércios dife-
rentes. Os mais conhecidos, os brechós, são lojas onde se vendem no geral 
roupas, acessórios e decoração. Também existem feiras ao ar livre e bazares 
que acontecem esporadicamente, organizadas tanto em espaço público como 
em espaço privado, e servem para encontro de pessoas que desejam vender ou 
trocar artigos que não desejam mais.
 Tem-se popularmente que a origem do nome “brechó” vem de um 
comerciante do Rio de Janeiro chamado Belchior, que tinha uma loja de artigos 
de segunda mão no século 19 (A Voz da Serra, 2015, online). O nome “loja de 
belchior” foi citado em um conto de Machado de Assis, publicado em 1889:
Temática
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
29
Escapei saltando para dentro de urna loja de belchior. (...) A loja era 
escura, atualhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, 
enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela 
meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era 
interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, 
fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pêlo, caixilhos, 
binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de 
chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dous 
cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um retrato litogra-
fado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o 
carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou 
de memória, enchia a loja nas imediações da porta, encostado, pendu-
rado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, 
havia outras cousas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os 
objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, 
perdidos na escuridão. (ASSIS, Machado. Ideias de Canário. Rio de 
Janeiro, 1889.)A descrição de uma “loja de belchior” retrata um ambiente escuro, 
bagunçado e com uma grande variedade de objetos antigos e até danificados. 
Essa imagem de loja de artigos usados não é muito diferente da concepção que 
muitas pessoas têm hoje, pois durante muito tempo foi um comércio asso-
ciado à coisas antiquadas e sem valor. Por conta desse conceito estabelecido, 
brechós costumavam ser procurados por pessoas de baixa renda, em razão 
do preço muito mais em conta que o mercado tradicional, e por aqueles que 
buscavam coisas específicas de épocas passadas. 
 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Temática
30
 Pesquisas atuais demonstram que essa desconfiança com artigos de 
segunda mão tem mudado no país: entre 2008 e 2012 esse mercado cresceu 
210% no Brasil (CORRÊA, 2014, online). Segundo o SEBRAE (online), no ano de 
2015 foram registrados 13,2 mil microempresas de produtos usados. É um cres-
cimento considerável, visto que em 2013 tinha-se o total de 10,8 mil negócios 
do gênero no país. Essa melhoria se deve, entre outros fatores, aos preços mais 
acessíveis: a mesma pesquisa aponta que a economia chega a ser de 80% em 
relação ao mercado tradicional. Apesar desse tipo de comércio ser mais acessível 
economicamente, ele movimentou, entre 2010 e 2015, 5 milhões de reais por 
ano, dado que diz respeito apenas ao mercado de roupas usadas. (RAIMUNDI, 
2015, online). Com base nesses dados, podemos inferir que existe um crescente 
interesse pelo consumo de roupas usadas, contexto ideal para investir em um 
projeto que aborde o tema.
3
METODOLOGIA
E PROCESSO
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
32
3.1 Metodologia escolhida
 Após a definição do tema, foram consultados artigos de áreas dife-
rentes, em razão da diversidade de dados que foram necessários para justi-
ficar o projeto. Além disso, muitas referências e informações foram extraídas 
de portais de notícias, blogs e relatórios online de empresas privadas e asso-
ciações, visto que o tema foi pouco abordado no meio acadêmico por ser um 
assunto contemporâneo, que tem entrado em evidência no Brasil apenas nos 
últimos tempos.
 Para dar continuidade ao trabalho de conclusão, foi escolhido o livro 
organizado por Ellen Lupton Intuição, ação, criação: graphic design thinking 
(2011), que trabalha com o método de design que possui ferramentas apro-
priadas desde a pesquisa até a geração de ideias para o produto final.
Figura 2: O processo de design que a metodologia aborda.
Fonte: adaptado da autora.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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As ferramentas utilizadas nesse projeto, bem como o resultado obtido, serão 
citadas ao longo dessa etapa.
3.2 Questionário direcionado 
 Foi aplicado um questionário direcionado àqueles que consomem 
artigos de segunda mão e moram na Grande Natal com o objetivo de desco-
brir qual o perfil socioeconômico de quem procura esse tipo de comércio, o 
que essas pessoas consomem, quais motivos as fazem consumir nessas lojas, 
como procuram, por quais meios compram, a frequência de consumo e se 
consideram fácil achar lojas de objetos usados na cidade.
 Apesar deste trabalho ter foco na vestimenta, a pesquisa foi voltada 
para todos aqueles que consomem outros objetos, como livros e móveis, com 
o propósito de entender se existem as mesmas dificuldades que as levantadas 
no setor de roupas, levando a uma melhor compreensão do assunto. O ques-
tionário foi criado a partir do Google Docs, ferramenta do Google que permite 
criar formulários online e organiza as respostas obtidas em gráficos. O link foi 
divulgado a partir de redes sociais como Instagram e Twitter, além de grupos 
do Whatsapp, para chegar a diferentes grupos que se interessam pelo tema.
 É importante traçar o perfil do consumidor, então a primeira seção do 
questionário continha perguntas em relação à faixa etária, bairro/região em 
que moram, renda mensal, nível de escolaridade e gênero. Foram entrevis-
tadas 86 pessoas, o que representa 0,22% de alunos matriculados e corpo 
docente da UFRN, segundo pesquisa de 2017. Todas as respostas foram de 
forma anônima.
 Entre os 86 entrevistados, 94,2% estão entre 18 e 35 anos (Gráfico 3), 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
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Gráfico 3 - Gráfico circular referente à faixa etária.
Gráfico 4 - Números correspondentes ao gênero dos entrevistados.
56 pessoas se identificam com o gênero feminino, 25 pessoas com o gênero 
masculino e 5 pessoas com nenhum dos dois gêneros (Gráfico 4). A maioria 
dos entrevistados cursa ou cursou o ensino superior (Gráfico 5), possuem 
renda de até 3 salários mínimos (Gráfico 6) e muitos moram na Zona Sul da 
cidade (Figura 3).
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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Gráfico 5 - Imagem correspondente à escolaridade dos entrevistados.
Gráfico 6 - Gráfico circular da renda mensal dos entrevistados.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
36
Figura 3 - Respostas em relação ao bairro/região em que os entrevistados moram.
 Na segunda seção, intitulada “Hábitos de consumo”, foram feitas 7 
perguntas específicas para entender a relação do consumidor com o mercado 
de objetos usados. Os artigos mais consumidos pelos entrevistados são roupas 
e acessórios, com 74 de 86 respostas, como mostra o Gráfico 7, confirmando 
que existe uma grande procura por esse setor.
Gráfico 7 - Relação dos artigos que os entrevistados costumam adquirir.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
37
 Como artefatos usados costumam ser mais baratos do que os encon-
trados em lojas tradicionais, 88,4% dos entrevistados afirmaram que a 
economia é um dos motivos que os fazem procurar essas lojas. Outro fator 
que atrai os compradores é a questão da sustentabilidade, assinalado por 59 
pessoas (Gráfico 8), questão discutida também na caixa de comentários, onde 
muitos julgaram o tema ser de grande importância devido a poluição causada 
pela indústria da moda.
 Para encontrar essas lojas, os entrevistados contam com a indicação de 
amigos e conhecidos (75,6%) e por redes sociais (69,8%), mas 44,2% afirmam 
conhecer estabelecimentos por acaso caminhando na rua, como mostrado no 
Gráfico 9.
Gráfico 8 - Motivos pelos quais as pessoas compram objetos usados.
Mapeando brechós: 
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Metodologia e processo
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Gráfico 9 - Números referentes aos meios que as pessoas encontram lojas de 
objetos usados.
Gráfico 10 - Formas que os entrevistados costumam fazer compras. 
 A maioria dos entrevistados prefere fazer compras em lojas físicas (66,3%) 
e em feiras e eventos sazonais (62,8%). Ainda assim, as compras via redes 
sociais, como Instagram e grupos do Facebook atraem 46,5% das pessoas que 
responderam o questionário (Gráfico 10). 
Metodologia e processo
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a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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Gráfico 11 - Gráfico circular sobre a frequência com que as pessoas procuram 
objetos usados.
 A frequência com que as pessoas recorrem a essas lojas (Gráfico 11) 
ficou dividida entre aqueles que as procuram apenas quando precisam de 
algo (47,7% dos entrevistados) e aqueles que fazem por diversão, seja quando 
sentem vontade de garimpar e encontram algo que gostam, quando se deparam 
com uma loja ou quando acontece algum evento do gênero (52,3% dos entre-
vistados).
 Na penúltima pergunta, foi questionado se consideram fácil achar esse 
tipo de comércio na Grande Natal, concedendo um espaço para comentáriose sugestões sobre o assunto. A maioria das pessoas respondeu apenas com 
um “Não”, que os locais são “escondidos” e não são encontrados pelas redes 
sociais, enquanto outras escreveram que já foi mais difícil. 
 Para finalizar, os entrevistados escreveram sobre o que eles acham da 
temática abordada na pesquisa, onde foram deixados comentários como esse 
três a seguir: 
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
40
“Além de estimular pequenos comerciantes oferece coisas que normal-
mente não encontramos por aí e ainda contribui na questão sustentável 
com a redução (mesmo que ainda seja mínima) da produção em larga 
escala que tem como consequência trabalho escravo, em más condi-
ções e produzem mais lixo direta (processos de produção) e indireta-
mente (quando optamos em comprar algo novo ao invés de recorrer 
aos bazares/brechós).”
“Acho incrível! A precisa deixar de lado o estigma que roupa usada é 
ruim. Reaproveitar, vender e trocar são atitudes muito simples e boas. 
Protegemos o meio ambiente e ainda economizamos.”
“Acho genial, acabamos consumindo peças bem legais por um preço 
barato e ainda ajudamos o meio ambiente. O consumo sustentável hoje 
acaba sendo algo caríssimo, ele tem um foco na classe média alta, por 
mais que pessoas com renda inferior queiram ter um consumo mais 
consciente, isso acaba sendo algo que não condiz com a renda desse 
grupo. Acredito que os bazares sejam uma forma de permitir que mais 
pessoas pratiquem o consumo sustentável.”
 Analisando as respostas recebidas, pode-se constatar que o público-alvo 
do projeto possui acesso à informação e têm consciência ecológica, apresenta 
bastante interesse em consumir artigos usados, porém sem muita informação 
de onde encontrar esses produtos. 
 Foi considerado, na conclusão da primeira parte do Trabalho de Conclusão, 
fazer um manifesto para redes sociais incentivando as pessoas a consumirem 
roupas de segunda mão, entretanto, após o questionário direcionado, ficou 
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
41
evidente que o desejo de consumir e a consciência ecológica já existem, o que 
falta, em especial na cidade, são mais informações sobre a localização destas 
lojas, visto que a maioria é pequena e localizada em ruas pouco movimentadas. 
3.3 HIPÓTESES DE PROJETO 
 Para dar continuidade ao trabalho, foi usada a técnica do mapa mental, 
ferramenta proposta pela Ellen Lupton em seu livro Intuição, ação, criação: 
graphic design thinking (2011), adequada para essa fase de ideação do projeto.
Também conhecido como ‘pensamento radiante’, é uma forma de 
pesquisa mental que permite aos designers explorar rapidamente 
o escopo de um dado problema, tópico ou assunto. Partindo de 
um termo ou ideia central, o designer rapidamente mapeia as 
imagens e propostas associadas. (LUPTON, 2013. p. 22)
 Para iniciar o mapa mental, foi centralizado o problema encontrado: 
as pessoas não sabem onde encontrar brechós em Natal. A partir disso, foram 
selecionadas algumas hipóteses de projeto baseadas em diferentes áreas em 
que o design pode atuar. Nas ramificações de cada hipótese, foram apontadas 
as vantagens e desvantagens de cada proposta.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
42
 
 A proposta escolhida para esse trabalho é a de mapear os brechós da 
Grande Natal e disponibilizar com todas as informações a respeito, como dias 
e horários de funcionamento. O mapa estará disponível em um site, estimu-
lando as pessoas a conhecerem e frequentarem esses estabelecimentos.
3.4 Plataformas similares
 Os sites com mapeamento existem para listar categorias específicas ou 
mapear locais que, geralmente, não são conhecidos em nosso cotidiano, com o 
intuito de facilitar a busca de quem os procura. Foram listados alguns exemplos 
de plataformas e comunidades virtuais que se assemelham à ideia deste projeto:
Figura 4 - mapa mental construído a partir das hipóteses de projeto.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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3.4.1 Museu da Memória Afetiva da Cidade do Natal
 O site do Museu da Memória Afetiva da Cidade do Natal [MMAC], além de 
propor encontros presenciais com atividades e processos criativos, é uma plata-
forma virtual desenvolvida para mapear os pontos da cidade onde as pessoas 
têm lembranças afetivas, onde o usuário pode compartilhar sua experiência e 
ler outras histórias. O site é integrado com o Google Maps e conta com a cola-
boração de visitantes. Projetos como esse estimulam as pessoas a explorarem a 
cidade com outra perspectiva e redescobrirem caminhos habituais.
Figura 5 - Página inicial do MMAC.
Fonte: Museu da Memória Afetiva da Cidade do Natal. Disponivel em: 
<http://mmacnatal.com/>. Acesso em 20 nov. 2018.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
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3.4.2 Mapa Verde Aberto
 O Mapa Verde Aberto, tradução do Open Green Map, é uma ferramenta 
interativa de mapeamento que tem como objetivo mapear recursos ecológicos, 
culturais e cívicos presentes em cada comunidade. O projeto conta com a cola-
boração dos usuários e já possui 41.568 locais verdes mapeados em diversas 
partes do mundo.
Figura 6 - Página inicial do Mapa Verde Aberto.
Fonte: Open Green Map. Disponivel em: <https://www.opengreenmap.org/pt-br/inicio>. 
Acesso em 20 de nov. 2018.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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3.4.3 HappyCow
 O HappyCow foi fundado em 1999 com o intuito de ajudar veganos 
e vegetarianos a encontrarem opções de comidas saudáveis em qualquer 
lugar do mundo. Atualmente, a comunidade online apresenta mais do que 
um mapeamento de restaurantes, mas também possui blog, receitas e outros 
tópicos relacionados ao veganismo. O site funciona de forma colaborativa, 
onde é possível sugerir locais e adicionar resenhas. 
Figura 7 - Página inicial do HappyCow.
Fonte: HappyCow. Disponivel em: <https://www.happycow.net/>. Acesso em 20 de nov. 2018.
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
Metodologia e processo
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3.5 Personas e cenários 
 Com o intuito de compreender melhor para quem o designer está proje-
tando, foi feita a construção de uma persona que poderia utilizar do sistema. 
De acordo com Preece (2013):
As personas são descrições ricas de usuários típicos do produto 
em desenvolvimento, nas quais os designers podem se concen-
trar e para quem podem projetar o produto. Eles não descrevem 
pessoas reais, mas são realistas, em vez de idealizadas. 
Qualquer persona habitualmente representa uma síntese de 
vários usuários reais que estão envolvidos na coleta de dados. 
(PREECE, 2013, p. 360 apud DAS VIRGENS, 2016, p. 72)
 Essas quatro personas foram imaginadas com base no questionário 
aplicado anteriormente. Foram idealizados também cenários em que elas 
estão inseridas, permitindo pensar em um sistema que atenda as necessidades 
desse público-alvo.
Metodologia e processo
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a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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Figura 8 - Alexandra, persona 1.
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Metodologia e processo
48
Figura 9 - Luis Carlos, persona 2.
Metodologia e processo
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Figura 10 - Eduarda, persona 3.
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Metodologia e processo
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Figura 11 - Adriano, persona 4.
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51Figura 12 - Mariana, persona 5.
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Metodologia e processo
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3.6 Requisitos do site
 A partir desses cenários, foram listados os requisitos que o sistema 
precisa ter para atender os usuários, bem como os itens desejáveis mas que 
não serão abordados agora. 
Tabela 1 - Requisitos do site.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
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53
 Foi importante considerar a simplicidade do projeto em razão do prin-
cipal objetivo deste site ser indicar onde estão os brechós na Grande Natal e esti-
mular a visita a esses locais. Uma das vantagens do site é que ele é colaborativo, 
tornando-o de baixa manutenção. Inspirado no Google Maps, os usuários 
cadastrados podem indicar locais que conhecem, sugerir modificações e 
enviar fotos. Essas atividades vão ser moderadas para garantir a organização 
da plataforma.
 Ademais, futuramente, o serviço pode ser expandido para outras 
cidades, à medida que os usuários adicionam os locais que conhecem. Outra 
ideia, também como sugestão desejável para o futuro, é a possibilidade de 
adicionar outros setores de artigos de segunda mão, como livros e móveis. 
Contudo, este projeto focou apenas no comércio de roupas e acessórios usados.
3.7 Esqueleto simplificado do site e wireframes
 O esqueleto simplificado foi desenhado pensando na experiência do 
usuário, com as possibilidades de ações que uma pessoa pode tomar ao acessar 
o site, o que ajuda o designer a visualizar o sistema final. A partir dele, foram 
desenhados os wireframes com o formato final do site, porém sem a paleta 
de cores e imagens. Essas etapas ajudam a organizar todas as necessidades da 
plataforma, facilitando o protótipo do produto final. 
Mapeando brechós: 
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Metodologia e processo
54
Figura 13 - Esqueleto simplificado do site.
 A plataforma foi pensada para ser o mais clara e objetiva possível, por 
isso quase todas as informações estão disponíveis na primeira página, onde o 
usuário pode descobri-la a partir do header, que possui links que direcionam 
para a altura da página desejada, ou descendo a barra de rolagem.
 O mapa, integrado ao Google Maps, possui uma caixa onde é possível 
filtrar os locais que o usuário está procurando. Há um filtro de distância a 
partir local onde a pessoa se encontra, pesquisa a partir da faixa de preço e 
caixas de múltipla escolha para selecionar que produtos o usuário procura: 
feminino, masculino, infantil, acessórios e/ou cacarecos.
 Para entrar e fazer cadastro, foi preferível trabalhar com janela pop-up 
no lugar de direcionar o usuário para uma nova página, o que agiliza o processo 
de entrar ou se cadastrar no sistema. 
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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Figura 14 - Wireframe da página inicial.
Mapeando brechós: 
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Metodologia e processo
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Figura 15 - Wireframe do mapa com a opção de filtros para refinar a busca.
Figura 16 - O pop-up para fazer login. Figura 17 - Pop-up para fazer cadastro.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
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3.8 Painel semântico
 O painel semântico foi desenvolvido para auxiliar na criação da iden-
tidade visual do site, em razão de servir como guia visual de cores e estilo. 
Foram escolhidas imagens coloridas, com cores contrastantes e de aparência 
jovial e leve.
Figura 18 - Painel semântico.
3.9 Processo de naming
 Para explorar as possibilidades de nome que o site poderia ter, foi feito 
um mapa mental com palavras que remetem tanto ao brechó quanto ao conceito 
do mapa. O nome escolhido para o site foi “Dê Ré”, que propõe a ideia de voltar 
atrás. Foram selecionadas algumas palavras que ligam ao “repropósito”, como 
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Metodologia e processo
58
ressignificar, repensar e revisitar para usar como slogan. Assim, brinca-se com 
a sílaba “re”: dar ré, nesse caso, é dar um re-significado à moda, re-pensar o 
consumo, re-visitar uma rua.
Figura 19 - Mapa mental para a definição do nome.
3.10 Logotipo
 O logotipo foi desenhado priorizando a simplicidade e a legibilidade, em 
razão dele precisar ser aplicado em superficies de medidas diversas. 
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
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Figura 20 - Logotipo na cartela de cores.
Figura 21 - Logotipo, versão horizontal, na cartela de cores.
Mapeando brechós: 
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Metodologia e processo
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 3.10.1 Paleta de cores
 As cores foram escolhidas de acordo com a sensação que o produto quer 
passar: jovial, leve e enérgico. O contraste que tem entre as cores também é 
importante para não atrapalhar a legibilidade do site. 
Figura 22 - Mapa mental para a definição do nome.
3.10.2 Tipografia
 Foram escolhidas duas fontes para a composição visual do projeto, 
selecionadas pela facilidade de leitura em dispositivos virtuais.
Metodologia e processo
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
61
Figura 23 - Montserrat, fonte escolhida para titulos e subtitulos.
Figura 24 - Roboto, fonte utilizada para textos.
4
RESULTADO
Resultado
Mapeando brechós: 
a contribuição do design para o mercado de roupas usadas em Natal.
63
4.1 Página inicial
 A página inicial é composta por:
 • Header, com link para todas as áreas do site; 
 • Imagem de uma planta com texto, que compõe a identidade visual do 
 site, indicando do que se trata o espaço;
 • Mapa;
 • Motivos pelos quais é positivo comprar em brechó, com o intuito de 
 incentivar o usuário a consumir de forma consciente;
 • Pequenos textos que explicam um pouco sobre a ideia do site;
 • Rodapé, com mapa do site, link para redes sociais e contato. 
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Resultado
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Figura 25 - Página inicial completa. 
Resultado
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Figura 26 - Mockups da versão mobile e da versao desktop, respectivamente. 
Mapeando brechós: 
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Resultado
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Figura 27 - Header e início do site. 
4.2 Mapa
4.2.1 Filtros
 O mapa possui uma caixa com filtros de busca onde é possível filtrar 
os locais a partir do que o usuário está procurando, como pela distância do 
local onde a pessoa se encontra, pela faixa de preço e, também, caixas de 
múltipla escolha para selecionar que produtos o usuário procura: feminino, 
masculino, infantil, acessórios e/ou cacarecos. Optou-se por usar ícones no 
lugar de cores no mapa para não haver confusão visual, facilitando a busca a 
partir de imagens.
 O mapa possui também uma caixa de busca no canto direito, onde é 
possível digitar o nome de um local ou endereço.
Resultado
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Figura 28 - Filtro por categoria. 
4.2.2 Encontrados na busca
 Protótipo do resultado de uma busca a partir dos filtros, com marcação 
de cada bazar que possui o tema procurado no mapa.
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Resultado
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Figura 29 - Representação gráfica de bazares encontrados a partir da filtragem.
4.2.3 Bazar selecionado
 O usuário, ao clicar em algum estabelecimento no mapa, poderá visua-
lizar as informações a repeito do local: 
 • Que tipos de produtos há;
 • Formas de pagamento;
 • Se é um bazar beneficente e aceita doações;
 • Dias de abertura e horáriosde funcionamento;
 • Endereço e contato do local.
 Todos os tópicos são caracterizados por um ícone específico. Além 
disso, é possível visualizar e/ou as fotos do local, ler e/ou enviar comentário e 
sugerir modificações.
 
Resultado
Mapeando brechós: 
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Figura 30 - Informações que aparecem ao clicar em um local no mapa.
4.3 Por que comprar em brechó? 
 Foram selecionados alguns pontos positivos em comprar artigos usados 
com o objetivo de incentivar e conscientizar os usuários. Os motivos foram 
dispostos em pequenos textos e com uso de imagens referentes para facilitar 
a leitura.
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Resultado
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Figura 31 - Composição visual para incentivar e conscientizar o usuário. 
Resultado
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4.4 Sobre e rodapé
 Na base da página, foi selecionado um pequeno espaço para falar um 
pouco sobre a proposta do site, como funciona e como surgiu. O rodapé serve 
para organizar o mapa de navegação do site, links para redes sociais e e-mail 
para contato. 
4.5 Entrar e cadastro
 Foi escolhido usar uma pop-up para entrar no sistema e se cadastrar, 
evitando que carregue uma nova página, assim, agilizando o processo. 
Figura 32 - Sobre e rodapé. 
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Resultado
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Figura 33 - Pop-up para cadastro.
Figura 34 - Pop-up para login. 
Resultado
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4.6 PÁginas não representadas graficamente
4.6.1 Sugerir modificação, sugerir local e enviar foto
 Essas três ações estão disponíveis na janela do mapa e permitem que o 
usuário colabore com a plataforma das seguintes maneiras:
 • Sugerir modificação: pode indicar alguma mudança nas informações;
 • Sugerir um local que ainda não foi marcado no mapa;
 • Enviar fotos dos estabelecimentos.
 Todas essas atividades só podem ser realizadas por usuários cadastrados 
e dependem de moderação para se tornarem visíveis.
4.6.2 Escrever comentários
 A seção de comentários é muito importante pois a partir dessa ferra-
menta o usuário deixa resenhas sobre o local visitado. Essa ferramenta só pode 
ser utilizada por pessoas cadastradas, mas qualquer visitante pode visualizar 
os comentários deixados. 
4.6.3 Dúvidas
 
 A página de dúvidas é uma das únicas que não está na página inicial. 
Ela serve para reunir possíveis dúvidas que os usuários possam ter, além de 
explicar detalhadamente como funciona o serviço.
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Resultado
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4.6.4 Espaço do usuário
 Assim como a página de dúvidas, o espaço do usuário não esta presente 
na pagina inicial, sendo visível apenas para usuários logados. Na página, os 
usuários podem ver que locais sugeriram, que edições fizeram, as fotos que 
mandaram e os comentários que já deixaram no site.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A ideia de pesquisar sobre consumo de artigos usados e a indústria da 
moda para o Trabalho de Conclusão surgiu ao identificar que esse assunto está 
em evidência. Após estudos mais aprofundados sobre o tema, percebeu-se 
como essa questão é urgente e como o design pode contribuir de diversas 
maneiras para um estilo de vida mais consciente.
 Este trabalho partiu de uma hipótese de solução para um problema 
encontrado, entretanto, ao longo do processo, surgiram alterações à medida 
que novas ferramentas foram aplicadas, resultando em uma proposta de 
plataforma digital. 
 Após a conclusão do trabalho, ficaram evidentes algumas alterações na 
plataforma, como dar mais destaque para o mapa, em razão desta ser a prin-
cipal função do site, e também explorar funcionalidades ligadas às redes sociais, 
como redirecionar o uso de imagens e informações. Ademais, considerando o 
público-alvo do projeto, é essencial dar mais atenção ao formato mobile.
 Outra observação a ser feita é sobre a importância de fazer testes de 
protótipos com usuários, com o objetivo de analisar se o site é intuitivo para o 
público-alvo, além de poder observar se a plataforma de fato funcionaria para 
o problema levantado.
 Por fim, espera-se que a proposta apresentada possa ser aperfeiçoada a 
partir das sugestões recebidas e até mesmo efetivada no futuro. 
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referências
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brasileiro fecha 2017 com crescimento. Disponível em:<http://www.abit.org.
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Arquivo/Servico/114256.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2018.
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Disponível em: <https://exame.abril.com.br/revista-exame/chega-de-
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CORRÊA, Marcello, 2014. Mercado de brechós cresce 210% nos últimos 5 
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anos-ja-reune-mais-de-11-mil-empresas-no-pais-14159834>. Acesso em: 
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Ellen MacCarthur Foundation. A new Textiles Economy: Redesign Fashion 
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