Buscar

ConcordAónciaEAcurAíciaDaAutopercepAAúo-Gomes-2022

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA ELLEN DA SILVA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCORDÂNCIA E ACURÁCIA DA AUTOPERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO 
EXAME CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA PERIODONTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2022 
 
 
GABRIELA ELLEN DA SILVA GOMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCORDÂNCIA E ACURÁCIA DA AUTOPERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO EXAME 
CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA PERIODONTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao 
curso de graduação em odontologia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção 
do título de bacharel em odontologia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Bruno César de 
Vasconcelos Gurgel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2022 
 
 
Esta obra está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 
Internacional. Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam seu 
trabalho, mesmo comercialmente, desde que creditem a você pela criação original. 
Link dessa licença: creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode 
 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCORDÂNCIA E ACURÁCIA DA AUTOPERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO EXAME 
CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA PERIODONTAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao 
curso de graduação em odontologia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, como requisito parcial à obtenção 
do título de bacharel em odontologia. 
 
 
 
Aprovada em: ______/______/______ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel 
Orientador 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
Prof. Dr. Francisco Leonardo da Silva Junior 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
Prof. Dr. Kenio Costa de Lima 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Odontologia não foi o primeiro caminho que pensei em seguir, mas, hoje, na 
iminência de dar um dos meus últimos passos na graduação eu tenho a certeza que 
fiz a escolha certa e não me vejo em nenhum outro lugar que não seja nessa linda 
profissão, que transforma não apenas sorrisos, mas sobretudo, a qualidade de vida 
das pessoas. Durante essa intensa jornada da graduação, tive o suporte de muitas 
pessoas especiais, sendo assim, nada mais justo do que tentar expressar toda a 
minha gratidão a elas. 
Começo agradecendo a Deus por sempre guiar os meus passos e abençoar a 
minha vida e da minha família. 
Aos meus pais, Luciana Araújo e Levi Silveira, por serem exemplos de pais 
dedicados, que nunca mediram esforços para proporcionar uma educação de 
qualidade a mim e ao meu irmão, sempre me apoiaram e orientaram da melhor 
maneira possível com palavras sábias e incentivadoras, principalmente em momentos 
que duvidei da minha capacidade. Muito obrigada por tudo que vocês fizeram e fazem 
por mim. Espero um dia conseguir retribuir. Ao meu irmão, Caio Gustavo, e a toda 
minha família, sempre com um gesto de carinho, uma palavra de incentivo, ou um 
simples momento de conversas formam uma grande rede de apoio, onde sei que 
sempre poderei contar. 
A todos os meus amigos da vida e os que a Odontologia me proporcionou, em 
especial aqueles que dividiram comigo cotidianamente a rotina desses intensos 5 
anos (nomeio aqui Andressa, Ana Bia, Anna Clara, Carol, Jocélio, Gustavo, Lorena e 
Romana), compartilhando as angústias, receios, aprendizados, conquistas e 
colecionando, principalmente, momentos de muita alegria. Destaco também um 
agradecimento especial à minha dupla, Jocélio, por toda a parceria e pelo ombro 
amigo, a quem sempre pude recorrer. 
Ao meu orientador, Prof. Bruno Gurgel, por ter me proporcionado a 
oportunidade de estar na iniciação científica e por ter acreditado em mim, quando 
ainda estava no 4° período. Sou muito grata pelas oportunidades, pelos aprendizados 
e a experiência que adquiri durante todo esse tempo, sem dúvidas foram 
fundamentais para o meu crescimento. Agradeço também a Lidya Araújo, aluna de 
doutorado, por todo o suporte, orientação e conselhos proferidos durante essa 
caminhada. 
Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Francisco Leonardo da Silva 
Junior e Prof. Dr. Kenio Costa de Lima, por terem aceitado participar desse momento 
tão importante e pelas contribuições em prol do progresso deste trabalho. 
Por fim, agradeço a todos os professores que tive a oportunidade de aprender 
durante a graduação, foram grandes pilares para a minha formação. Agradeço aos 
pacientes que atendi durante esse tempo e que confiaram em mim para realizar os 
seus tratamentos. Agradeço também a todos os funcionários do Departamento de 
Odontologia, pela prontidão e ajuda durante essa caminhada. Tenho muito orgulho de 
ter estudado nessa instituição, que foi minha segunda casa durante toda essa jornada. 
 
3 
 
 
CONCORDÂNCIA E ACURÁCIA DA AUTOPERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO 
EXAME CLÍNICO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA PERIODONTAL 
 
AGREEMENT AND ACCURACY OF SELF-PERCEPTION IN RELATION TO 
CLINICAL EXAMINATION IN THE DIAGNOSIS OF PERIODONTAL DISEASE 
 
Gabriela Ellen da Silva Gomes 
 
RESUMO 
 
Introdução: A autopercepção corresponde a uma abordagem não clínica pautada na 
percepção pelo indivíduo acerca da sua condição de saúde ou doença. Objetivo: 
Avaliar a concordância entre autopercepção de saúde ou doença periodontal com o 
diagnóstico estabelecido por meio do exame clínico periodontal. Metodologia: Trata-
se de um estudo piloto do tipo observacional transversal com 53 pacientes, que 
responderam a um questionário estruturado sobre sinais, sintomas e fatores de risco 
da doença periodontal. Posteriormente, foram submetidos ao exame clínico e 
radiográfico para estabelecimento do diagnóstico periodontal. As prevalências do 
diagnóstico de autopercepção, do questionário e do exame clínico foram calculadas 
por análise descritiva. Utilizou-se o Coeficiente de concordância Kappa para analisar 
a concordância entre os diagnósticos. Valores de sensibilidade (S), especificidade (E), 
valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) serviram para analisar 
a qualidade desses testes diagnósticos. Para todos os testes, adotou-se nível de 
significância de 5%. Resultados: o nível de concordância entre autopercepção e 
exame clínico (Kappa= 0,029; p= 0,595), bem como entre diagnóstico por questionário 
e exame clínico (Kappa= 0,070; p= 0,413) foram considerados mínimos e sem 
concordância estatisticamente significativa. Somente entre a autopercepção do 
paciente e o diagnóstico por questionário a concordância foi razoável e 
estatisticamente significativa (Kappa= 0,35; p= 0,003). Os valores de (S), (E), (VPP) e 
(VPN) foram 23%, 66%, 84% e 10% para diagnóstico por autopercepção e 51%, 66%, 
92% e 17% para diagnóstico por questionário, respectivamente. Conclusão: O 
diagnóstico por autopercepção não demonstrou concordância satisfatória com o 
exame clínico. 
 
Palavras-chave: autoimagem; doenças periodontais; diagnóstico clínico. 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: Self-perception corresponds to a non-clinical approach based on the 
individual's perception of their health condition or illness. Objective: To evaluate the 
agreement between self-perception of health or periodontal disease and the diagnosis 
established through clinical periodontal examination. Methodology: This is a cross-
sectional observational pilot study with 53 patients who answered a structured 
questionnaire about signs, symptoms and risk factors of periodontal disease. 
Subsequently, they were submitted to clinical and radiographic examination to 
establish the periodontal diagnosis. The prevalence of self-perception diagnosis, 
questionnaire and clinical examination were calculated by descriptive analysis. TheKappa concordance coefficient was used to analyze the concordance between the 
diagnoses. Sensitivity (S), specificity (E), positive predictive value (PPV) and negative 
predictive value (NPV) values were used to analyze the quality of these diagnostic 
4 
 
 
tests. For all tests, a significance level of 5% was adopted. Results: the level of 
agreement between self-perception and clinical examination (Kappa= 0.029; p= 
0.595), as well as between diagnosis by questionnaire and clinical examination 
(Kappa= 0.070; p= 0.413) were considered minimal and without statistically significant 
agreement. Only between the patient's self-perception and the diagnosis by 
questionnaire was the agreement reasonable and statistically significant (Kappa= 0.35; 
p= 0.003). The values of (S), (E), (PPV) and (VPN) were 23%, 66%, 84% and 10% for 
self-perception diagnosis and 51%, 66%, 92% and 17% for questionnaire diagnosis, 
respectively. Conclusion: The diagnosis by self-perception did not show satisfactory 
agreement with the clinical examination. 
 
Keywords: self concept; periodontal diseases; clinical diagnosis. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A doença periodontal é entendida como uma doença inflamatória de caráter 
infeccioso que acomete os tecidos ao redor dos dentes e é causada pela interação 
entre os mecanismos nocivos liberados pelos periodontopatógenos presentes no 
biofilme e uma resposta imune desregulada do hospedeiro frente a estes1,2,3,4. A 
gengivite é a primeira manifestação patológica dessa doença, caracterizada por 
inflamação e sangramento gengival5, além da ausência de perda de inserção clínica, 
podendo ser reversível6. Entretanto, quando não tratado, esse quadro pode se tornar 
crônico e evoluir para a periodontite, condição caracterizada por destruição 
irreversível dos tecidos de inserção dentária, além de perda óssea, contribuindo para 
a formação de bolsas periodontais7,8,9,10. 
Estima-se que até 90% da população mundial padece de doença periodontal11, 
sendo a 11° doença mais prevalente no mundo quando em sua forma mais grave12. 
Pessoas em idade mais avançada, sexo masculino, de cor da pele preta, indivíduos 
de menor renda e menor escolaridade apresentam maior predisposição ao 
desenvolvimento dessa doença13,14,15. Quanto aos fatores sistêmicos, a literatura tem 
mostrado uma associação da doença periodontal com comorbidades 16,17,18 como 
síndrome metabólica, diabetes19, obesidade20, doenças cardiovasculares21, 22 e até 
mesmo resultados adversos da gravidez23. Acrescente-se ainda fatores relacionados 
ao comportamento, como o tabagismo, alcoolismo, fatores nutricionais e padrão de 
higiene24. 
A doença periodontal é considerada silenciosa, de modo que os sinais e 
sintomas são notados pelos indivíduos quando já estão em nível de maior 
comprometimento, como por exemplo mobilidade, mudança na posição dos dentes, 
desconforto e incapacidade funcional25,26,27. Desse modo, a maioria das pessoas 
minimiza a doença e busca por tratamento em situações de gravidade acentuada, 
quando a perda de inserção já aconteceu28,29,30. Assim, o monitoramento da doença 
periodontal na população, por meio do exame clínico, considerado o padrão-ouro no 
diagnóstico31, se mostra mais caro e demorado no tocante ao tempo clínico32,33,34,35,36, 
sem mencionar uma certa recusa pelo paciente em querer se submeter ao exame37,38. 
Nesse sentido, o autorrelato imediato surge como uma opção viável para 
auxiliar na triagem de doença periodontal39, sendo considerada uma alternativa 
acessível para ajudar na identificação dessa doença e orientar as pessoas a buscar 
ajuda profissional9,36,40. Em 2003, o Center for Disease Control and Prevention (CDC), 
juntamente com a American Academy of Periodontology (AAP), sugeriram a utilização 
de medidas não clínicas, isto é, autorreferidas para o monitoramento de periodontite 
5 
 
 
na população41. Sendo assim, questionamentos autorreferidos vêm sendo usados no 
controle e observação de certas condições crônicas e comportamentos de risco nos 
Estados Unidos42,43. 
A autopercepção corresponde a uma abordagem não clínica pautada na 
percepção pelo indivíduo acerca da sua condição de saúde44, sendo eficaz 
principalmente quando diante de casos mais avançados, podendo apresentar 
evidências responsáveis pela identificação da necessidade de tratamento urgente35,45. 
Trata-se de um método de significativa importância para o projeto terapêutico, uma 
vez que o olhar do paciente sobre sua condição de saúde possibilita, por 
consequência, que o profissional possua um entendimento mais completo acerca da 
situação em que indivíduo se encontra46,47. Nesse sentido, diversos estudos foram 
desenvolvidos para investigar a validade de medidas de autorrelato sobre doença 
periodontal17,31,45,48,49,50,51,52, entretanto a literatura ainda se mostra divergente. 
Enquanto alguns estudos mostraram que a autopercepção para periodontite 
apresenta boa validação diagnóstica, consolidando-se como uma opção funcional 
para ajudar nas pesquisas de cunho epidemiológico, quando há pouco recurso 
necessário6,9,34,39,53,, outras pesquisas revelaram que a autopercepção de doença 
periodontal diferiu quando comparada ao diagnóstico do exame clínico profissional54, 
sendo ineficaz na detecção de doença periodontal pelo indivíduo55. 
Desse modo, o desenvolvimento desse estudo objetiva avaliar se a 
autopercepção individual exerce um nível de confiabilidade quando comparado ao 
diagnóstico obtido por meio de exame clínico periodontal na detecção do quadro de 
saúde ou doença do indivíduo pelo cirurgião-dentista e, assim, possibilitar o 
desenvolvimento futuro de um instrumento que permita o próprio paciente identificar 
possíveis sinais e sintomas de uma situação de doença que possa orientá-lo a buscar 
atendimento profissional. 
 
 
2 METODOLOGIA 
 
2.1 Considerações éticas 
 
 Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob parecer de número 5.004.443 (anexo A), 
apresentando-se de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. 
Foram mantidos a confidencialidade dos dados coletados, bem como o anonimato dos 
participantes, que somente após os esclarecimentos necessários procederam com a 
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice A). 
 
2.2 Caracterização do estudo 
 
 Trata-se de um estudo piloto do tipo observacional transversal de concordância 
e acurácia, uma vez que coletou informações subjetivas referentes à autopercepção 
dos pacientes em relação à sua condição periodontal e objetivas referentes ao exame 
clínico, em um único momento do tempo. 
 
2.3 Local e População do estudo 
 
 A pesquisa foi realizada nas clínicas do Departamento de Odontologia (DOD) 
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com pacientes a partir de 
6 
 
 
18 anos de idade, que, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre 
Esclarecido, concordaram em participar da pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética 
em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-UFRN). O 
estudo foi realizado nos anos de 2021 e 2022 com os pacientes atendidos nas 
diversas clínicas existentes no referido Departamento. 
 
2.3.1 Critérios de inclusão: Indivíduos de ambos os sexos com idade acima de 18 
anos, atendidos em qualquer uma das clínicas do Departamento de Odontologia da 
UFRN e que tenham capacidade de responder aos questionamentos referentes à 
autopercepção de saúde bucal. 
 
2.3.2 Critérios de exclusão: Foram excluídos do estudo indivíduos que apresentaram 
alguma condição que os incapacitassem de comparecer ao Departamento de 
Odontologia para as fases de coleta de dados e atendimentos da pesquisa. 
 
2.4 Tamanho da amostra 
 
 O cálculo do tamanho da amostra foi baseado no estudo de Eke e Dye (2009)34, 
que encontrou uma ocorrência de indivíduos que não percebem, no entanto 
apresentam periodontite grave de 22,7% e aqueles que percebem e apresentam 
periodontite de 77,3%.Utilizando a diferença das proporções de 55,4%, um poder do 
estudo de 80% e nível de significância de 95% seriam necessários um total de 381 
participantes. Entretanto, realizou-se essa pesquisa como um estudo piloto com a 
finalidade de observar potenciais falhas e vieses que pudessem estar associados à 
metodologia empregada no desenvolvimento do estudo, além de servir como subsídio 
para calcular o tamanho da amostra final. Nesse caso, foram avaliados 53 pacientes. 
 
2.5 Coleta de dados 
 
2.5.1 Questionário de autopercepção 
 
 Antes de serem submetidos ao exame clínico, os participantes da pesquisa 
foram instruídos a responder um questionário com uma série de perguntas acerca da 
saúde/ doença periodontal, presente no apêndice B. Esse formulário foi desenvolvido 
com base na literatura e a partir de um consenso prévio sobre fatores de risco e 
preditores da periodontite, realizado em 2019, com especialistas em Periodontia, no 
Departamento de Odontologia da UFRN, onde diversos aspectos foram elencados 
para a construção de um mecanismo para avaliar a autopercepção do paciente. 
Esse questionário apresenta perguntas referentes a sinais e sintomas da 
doença periodontal, como por exemplo, mobilidade, sangramento, mau-hálito, inchaço 
e inflamação, dentes mal posicionados, presença de recessão gengival, cálculo 
dentário, perdas dentárias; além de colher informações sobre fatores 
sociodemográficos (idade, gênero, raça, estado civil); fatores socioeconômicos 
(renda; nível de escolaridade; número de pessoas que residem na moradia; profissão; 
instituição de ensino que estuda/ estudou); fatores comportamentais (tabagismo; 
consumo de álcool; uso de drogas); fatores psicológicos (estresse, depressão, 
ansiedade); fatores sistêmicos (diabetes, doença cardiovascular, doença respiratória, 
hipertensão, doença autoimune, doença pulmonar, câncer, Alzheimer, 
hematopatologias, obesidade, uso de medicamentos); histórico familiar de doença 
sistêmica; fatores hormonais (gravidez; métodos contraceptivos, puberdade); hábitos 
7 
 
 
de higiene oral (quantidade de vezes que escova os dentes ao dia; uso do fio dentário, 
uso de enxaguante); história pregressa de doença periodontal. 
 
2.5.2 Exame clínico 
 
 Posteriormente ao preenchimento do questionário de autopercepção, os 
pacientes foram submetidos ao exame clínico periodontal completo conferido por 
professores especialistas em Periodontia35 treinados para esse fim. Para a realização 
do exame clínico, o paciente estava acomodado em cadeira odontológica e o avaliador 
portava de instrumentais referentes a exame clínico periodontal, como sondas 
periodontais Carolina do Norte, OMS (Organização Mundial da Saúde) e Nabers, além 
de materiais para exame radiográfico, como posicionadores para tomada radiográfica 
periapical pelo método convencional na técnica do paralelismo56. 
 
Os parâmetros clínicos observados durante o exame foram: 
 
I) Índice de placa visível (IPV) (Ainamo e Bay, 1975)57: com auxílio da seringa tríplice, 
o dente foi seco por meio de leves jatos de ar sobre as faces vestibular e lingual/ 
palatina, na qual observou-se visualmente presença ou ausência de biofilme. Para o 
cálculo da porcentagem desse índice, considerou-se a quantidade de faces com 
biofilme dividido pelo resultado da seguinte soma (multiplicação do número de dentes 
anteriores vezes quatro mais multiplicação do número de dentes posteriores vezes 
cinco). 
 
II) Índice de sangramento gengival (ISG) (Ainamo e Bay, 1975)57: a sonda OMS 
contornou suavemente a margem gengival, dentro da região de sulco (até 0,5mm), 
em toda sua extensão (vestibular, lingual/ palatina, mesial e distal). Considerou-se 
como presença de sangramento, quando este estava presente após 30 segundos 
decorridos do procedimento e ausência de sangramento quando o contrário foi 
observado. Para o cálculo da porcentagem desse índice, divide a quantidade de faces 
com sangramento pelo número de dentes total multiplicado por quatro. 
 
III) Sangramento à sondagem (SS): parâmetro observado com o auxílio da sonda 
Carolina do Norte, que penetra na região de sulco gengival/ bolsa periodontal em seis 
sítios por dente (distovestibular, vestibular, mesiovestibular, distolingual, lingual e 
mesiolingual). Após a sondagem, esperou-se o tempo de 30 segundos para observar 
se houve ou não sangramento no sítio. Para o cálculo da porcentagem desse índice, 
considera a quantidade de faces com sangramento dividido pelo número de dentes 
vezes seis. 
 
IV) Profundidade de sondagem (PS): por meio da sonda Carolina do Norte, foi 
medida a distância da margem gengival até o fundo da bolsa periodontal ou sulco 
gengival em seis sítios do dente (distovestibular, vestibular, mesiovestibular, 
distolingual, lingual e mesiolingual). 
 
V) Nível de inserção clínica (NIC): medida obtida por meio da soma da profundidade 
clínica de sondagem com o valor da distância entre margem gengival (MG) e junção 
cemento-esmalte (JCE), com auxílio da sonda Carolina do Norte. 
 
VI) Recessão gengival (RG): medida da distância entre margem gengival (MG) e a 
8 
 
 
Junção cemento-esmalte (JCE), com auxílio da sonda Carolina do Norte. A recessão 
foi classificada seguindo os preceitos da atual classificação (Caton et al., 2018)58 , 
como tipo 1 (RT1) quando não houver perda de inserção interproximal, como tipo 2 
(RT2) quando a perda de inserção interproximal for menor ou igual à perda de inserção 
vestibular ou como tipo 3 (RT3), quando a perda de inserção interproximal for maior 
que a perda de inserção vestibular. 
 
VII) Cálculo dentário: detectado visualmente (cálculo supragengival) ou ao passar a 
sonda OMS/ Carolina do Norte na região subgengival, quando houver dúvida na 
presença de cálculo subgengival. 
 
VIII) Faixa de mucosa ceratinizada (MC): medida da união mucogengival (UMG) até 
a margem gengival (MG) com auxílio da sonda Carolina do Norte. 
 
IX) Fenótipo periodontal: a sonda Carolina do Norte foi inserida na região de sulco 
gengival e, desse modo, visualizou se o fenótipo era considerado não espesso (sonda 
visível através do epitélio) ou espesso (sonda não visível) (De Rouck et al., 2009)59. 
 
X) Mobilidade: com auxílio do cabo do espelho e do cabo da sonda periodontal, 
observou se o dente apresenta grau de movimentação. E, a partir disso, classificou o 
grau de mobilidade que esse dente apresenta: grau I (0.2-1 mm na direção horizontal), 
grau II (mais de 1 mm na direção horizontal), grau III (direção horizontal e vertical) 
(Caton et al., 2018)58. 
 
XI) Lesão de furca: a sonda Nabers foi inserida na região de furca vestibular/ palatina/ 
lingual, mesial e distal e medida a milimetragem de perda óssea. O exame radiográfico 
também foi realizado para auxiliar no diagnóstico desse tipo de lesão. A classificação 
foi realizada seguindo os preceitos de Hamp, Nyman e Lindhe (1975)60, sendo 
considerada classe I, quando a perda de inserção foi menor que 2 mm, classe II 
quando maior que 2mm, mas sem atravessar a furca ou como classe III, quando houve 
envolvimento de toda a área de furca. 
 
Após a realização do exame clínico, o exame radiográfico periapical 
convencional foi realizado para a confirmação da presença de perda óssea e nortear 
o diagnóstico clínico periodontal. Dessa forma, o paciente foi diagnosticado, de acordo 
com a atual classificação das doenças periodontais e peri-implantares58,61, como 
portador de saúde periodontal, quando o sangramento a sondagem (SS) estiver em 
menos de 10% dos sítios, como gengivite, quando o sangramento a sondagem (SS) 
estiver presente em mais de 10% dos sítios mas sem perda de inserção clínica, ou de 
periodontite, quando o paciente apresentar perda de inserção clínica em dois ou mais 
sítios interproximais não adjacentes e profundidade de sondagem (PS) igual ou 
superior a 4 mm. Caso o diagnóstico tenha sido de periodontite, foi analisado o Estádio 
e Grau correspondentes à situação do paciente. 
 
Estádios: refere-se à severidade e complexidade dadoença. 
 
Estádio I: perda de inserção clínica interproximal entre 1-2 mm no pior sítio ou perda 
óssea no terço coronal inferior a 15%, PS correspondendo até 4 mm, ausência de 
perda de dente devido à periodontite e perda óssea do tipo horizontal. 
Estádio II: perda de inserção clínica interproximal entre 3-4 mm no pior sítio ou perda 
9 
 
 
óssea coronal entre 15% e 33%, PS até 5 mm, ausência de perda de dentes devido à 
periodontite e perda óssea do tipo horizontal. 
Estádio III: perda de inserção clínica interproximal de 5 mm ou mais no pior sítio ou 
perda óssea afetando o terço médio da raiz ou além, PS maior ou igual a 6 mm, perda 
de até 4 dentes devido à periodontite, pode estar associado à perda óssea vertical de 
até 3 mm, lesões de furca grau II ou III e defeito de rebordo moderado. 
Estádio IV: perda de inserção clínica interproximal igual ou superior a 5 mm no pior 
sítio ou perda óssea se estendendo à metade ou terço apical da raiz, perda de 5 
dentes ou mais devido à periodontite, características de complexidade mencionadas 
no estágio III e ainda pode ser observado disfunção mastigatória, trauma de oclusão 
secundário, defeitos de rebordo grave, problemas de ordem mastigatório e menos de 
20 dentes presentes. 
 
Grau: refere-se ao risco de progressão da doença. 
 
Grau A: caso não tenha ocorrido progressão nos últimos 5 anos (evidência direta) ou 
perda óssea/ano de até 0,25 mm (evidência indireta). Nessa categoria, o paciente não 
apresenta fatores de risco (tabagismo ou diabetes). 
Grau B: caso a progressão tenha sido menor que 2 mm em 5 anos (evidência direta) 
ou perda óssea/ ano entre 0,25-1 mm (evidência indireta). Referente ao tabagismo, 
foram considerados nesse grau pacientes fumantes que consomem quantidade 
inferior a 10 cigarros por dia, quanto aos diabéticos a HbA1c deveria ser inferior a 7%. 
Grau C: caso a progressão tenha sido maior ou igual a 2 mm (evidência direta) ou 
perda óssea/ano superior a 1 mm (evidência indireta). Referente ao tabagismo, foram 
considerados nesse grau pacientes fumantes que consomem quantidade superior ou 
igual a 10 cigarros por dia, quanto aos diabéticos a HbA1c deveria ser maior ou igual 
a 7%. 
 
2.6 Diagnóstico por questionário 
 
 Um outro periodontista, que desconhecia os diagnósticos clínicos, analisou as 
respostas dos pacientes referentes às perguntas do questionário sobre sinais e 
sintomas referentes à doença periodontal, concedendo o seu diagnóstico somente 
com base nessas respostas. As perguntas analisadas por ele foram os itens de 1 a 9, 
conforme apresentado no apêndice B. 
 
2.7 Análise de dados 
 
 Os dados coletados foram anotados na ficha clínica desenvolvida e 
apresentada no apêndice C. Os dados referentes às informações individuais dos 
pacientes em relação às demais variáveis foram analisadas estatisticamente de forma 
descritiva através do software SPSS® 22.0. As prevalências do diagnóstico de 
autopercepção, do diagnóstico por questionário e do exame clínico foram calculadas 
por meio de análise descritiva. Em seguida, para analisar a concordância entre os 
métodos diagnósticos, foi utilizado o Coeficiente de concordância Kappa. Foram ainda 
medidos os valores de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo 
(VPP) e valor preditivo negativo (VPN) na análise de qualidade dos testes clínicos ou 
diagnósticos. Para todos os testes, um nível de significância estatística de 5% foi 
estabelecido. 
 
10 
 
 
 
3 RESULTADOS 
 
Foram avaliados 53 pacientes, sendo 33 do sexo feminino (62,3%) e 20 do sexo 
masculino (37,7%), com média de idade de 48,16 anos (±12,89). Maior prevalência 
de indivíduos da raça autorreferida branca (24 indivíduos, representando 45,3% da 
amostra), seguidos de pardos (19 indivíduos, representando 35,8%) e negros (10, 
representando 18,9%). A maioria refere uma renda de um salário mínimo (37,7%) ou 
menos (32,1%), cerca de 24,5% (13, em números absolutos) conta com renda que 
varia entre dois e quatro salários mínimos, enquanto que apenas 2 (1,9%) ganham 
entre cinco e nove salários. Quanto à escolaridade, a maior parte apresenta ensino 
médio completo (67,92%, 36 em número absoluto), 6 (11,32%) possuíam fundamental 
incompleto, 6 (11,32%) possuíam ensino superior e apenas 5 (9,43%) possuíam 
ensino superior. 
A tabela 1 demonstra a quantidade de parâmetros clínicos observados no 
exame clínico (periograma) e que se correlacionam diretamente às perguntas do 
questionário de autopercepção sobre sinais e sintomas da doença periodontal, são 
eles: Sangramento à sondagem (SS), relacionado à pergunta “Você nota se sua 
gengiva sangra?”; Recessão Gengival (RG), relacionado à pergunta “Você nota algum 
dente mais comprido que outro, com exposição de raiz?”; Mobilidade (M), relacionado 
à pergunta “Você percebe se seus dentes apresentam mobilidade?”; Cálculo (C), 
relacionado à pergunta “Você percebe a presença de tártaro?”. Apesar de existirem 
diversos outros parâmetros clínicos coletados durante o exame, optou-se por levar em 
consideração apenas esses, já que correspondem exatamente às perguntas do 
questionário e, assim, pode-se comparar as respostas autopercebidas com a 
avaliação clínica. 
Nesse sentido, observa-se que a maioria dos pacientes (37,73%, n=20) relatou 
perceber apenas dois sintomas, enquanto poucos pacientes (5,66%, n=3) relataram 
apresentar os quatro sintomas. Quanto ao exame clínico, a maior parte dos pacientes 
(41,50%, n=22) foram diagnosticados com a presença de três parâmetros clínicos, 
poucos pacientes (7,54%, n=4) apresentavam apenas um parâmetro clínico 
identificado. Destaca-se que todos os pacientes tinham pelo menos um parâmetro 
clínico detectado pelo exame e, apesar disso, nove pacientes (16,98%) disseram não 
perceber nenhum desses sintomas acima mencionados. 
 
Tabela 1 Análise da distribuição dos parâmetros clínicos associados à doença 
apontados pelos próprios pacientes no questionário e pelo diagnóstico clínico. 
Natal/RN 2022. 
QUANTIDADE DE 
PARÂMETROS 
CLÍNICOS 
ASSINALADOS 
 
AUTOPERCEPÇÃO 
DIAGNÓSTICO 
CLÍNICO 
0 9 (16,98%) 0 (0%) 
1 12 (22,64%) 4 (7,54%) 
2 20 (37,73%) 15 (28,30%) 
3 9 (16,98%) 22 (41,50%) 
4 3 (5,66%) 12 (22,64%) 
TOTAL 53 (100%) 53 (100%) 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 
11 
 
 
 
Ao se analisar a tabela 2 é possível identificar o nível de concordância entre os 
diferentes métodos de avaliação (diagnóstico realizado pelo periodontista a partir do 
exame, diagnóstico realizado por um periodontista por meio do questionário e a 
autopercepção do paciente) sobre o diagnóstico de saúde e doença. A proporção de 
indivíduos realmente doentes corresponde a 88,67% (n=47), já o número de 
indivíduos saudáveis corresponde à 11, 32% (n=6). 
Na primeira parte, referente à comparação entre Autopercepção x Diagnóstico 
por exame clínico, observa-se que, de maneira geral, a concordância sobre o estado 
de saúde/ doença varia, sendo maior para saúde do que doença. Entre os 53 
pacientes, 47 tiveram o diagnóstico clínico como doente, entretanto apenas 11 
(23,40%), de fato, concordaram com o diagnóstico clínico emitido pelo profissional. 
Enquanto 6 pacientes foram considerados saudáveis, 4 deles (66,66%) realmente 
perceberam seu estado de saúde (tabela 2). 
Na segunda parte, referente à comparação entre Diagnóstico por questionário 
x Diagnóstico por exame, observa-se que o diagnóstico dado pelo periodontista ao 
analisar as respostas do questionário concordam com o exame clínico em 4 pacientes 
para saúde (66,66%), já para doença concordam em 24 pacientes (51,06%) (tabela 
2). 
Na terceira parte, referente à comparação entre Diagnóstico por questionário x 
Autopercepção, observa-se que houve uma concordância de 25 pacientes como 
saudáveis, enquanto que para doença concordam em 11 pacientes (tabela 02). 
 
Tabela 2. Valores com relação ao nível de concordância para saúde e doença entre 
os diferentes métodos de avaliação. Natal/RN 2022. 
 
 DIAGNÓSTICO POR EXAME 
 
AUTOPERCEPÇÃOSAÚDE DOENÇA TOTAL 
SAÚDE 4 (7,54%) 36 (67,92%) 40 (75,47%) 
DOENÇA 2 (3,77%) 11 (20,75%) 13 (24,52%) 
TOTAL 6 (11,32%) 47 (88,67%) 53 (100%) 
 DIAGNÓSTICO POR EXAME 
DIAGNÓSTICO POR 
QUESTIONÁRIO 
 SAÚDE DOENÇA TOTAL 
SAÚDE 4 (7,54%) 23 (43,39%) 27 (50,94%) 
DOENÇA 2 (3,77%) 24 (45,28%) 26 (49,05%) 
TOTAL 6 (11,32%) 47 (88,67%) 53 (100%) 
 AUTOPERCEPÇÃO 
DIAGNÓSTICO POR 
QUESTIONÁRIO 
 SAÚDE DOENÇA TOTAL 
SAÚDE 25 (47,16%) 2 (3,77%) 27 (50,94%) 
DOENÇA 15 (28,30%) 11 (20,75%) 26 (49,05%) 
TOTAL 40 (75,47%) 13 (24,52%) 53 (100%) 
Fonte: Dados da pesquisa 
 
Referentemente à concordância entre os três métodos de percepção da 
doença, pode-se observar que há uma correspondência entre os diagnósticos, tendo 
em vista que os valores de Coeficiente Kappa foram diferentes de zero, conforme 
mostrado na tabela 03. Entretanto, entre exame clínico e autopercepção (Kappa= 
0,029 e p= 0,595), bem como entre exame clínico e diagnóstico por questionário 
(Kappa= 0,070 e p= 0,413) as concordâncias foram consideradas mínimas e, sem 
associação estatisticamente significativa. Quanto à autopercepção e diagnóstico por 
questionário, observa-se uma concordância considerada razoável (Kappa= 0,35 e p= 
12 
 
 
0,003) e estatisticamente significativa (tabela 03). Os valores de referência para 
interpretação da concordância são mostrados na tabela 04 (Landis e Koch, 1977)62. 
 
Tabela 3. Valores do Coeficiente Kappa e a significância entre os três diagnósticos 
analisados. Natal/RN 2022. 
 
VALOR DO 
COEFICIENTE KAPPA 
P-VALOR 
Exame clínico x Autopercepção 0,029 0,595 
Exame clínico x Diagnóstico por 
questionário 
0,070 0,413 
Autopercepção x Diagnóstico por 
questionário 
0,35 0,003 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Tabela 4. Interpretação do Coeficiente Kappa. 
VALOR DO COEFICIENTE KAPPA NÍVEL DE CONCORDÂNCIA 
<0 Não existe concordância 
0-0,19 Concordância mínima 
0,20-0,39 Concordância Razoável 
0,40-0,59 Concordância Moderada 
0,60-0,79 Concordância Substancial 
0,80-1,00 Concordância Perfeita 
Fonte: Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement 
for categorical data. Biometrics 1977; 33: 159-174. 
 
Os valores de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo 
(VPP) e valor preditivo negativo (VPN) são utilizados na análise de qualidade de testes 
clínicos ou diagnósticos. Nesse estudo, avaliamos os valores de (S), (E), (VPP) e 
(VPN) quanto ao diagnóstico por meio da autopercepção do indivíduo e do 
questionário (avaliado pelo profissional) comparado ao diagnóstico padrão-ouro 
(periograma), conforme observado na tabela 05. Em relação à sensibilidade (S), que 
representa a capacidade do teste diagnóstico identificar corretamente indivíduos 
doentes entre aqueles que realmente são doentes, observou-se que para a 
autopercepção esse valor foi menor (23%), quando comparado ao diagnóstico pelo 
questionário (51%). Em relação à especificidade (E), que representa a capacidade do 
teste diagnóstico identificar corretamente indivíduos saudáveis entre aqueles que 
realmente são saudáveis, tanto para a autopercepção quanto para o diagnóstico por 
meio do questionário houve o mesmo valor (66%). O valor preditivo diz respeito à 
capacidade com que um determinado teste diagnóstico pode predizer a ocorrência da 
doença, podendo ser um valor preditivo positivo (VPP), que mede a proporção de 
doentes entre aqueles ditos doentes pelo teste diagnóstico (autopercepção ou 
questionário), ou valor preditivo negativo (VPN), que mede a proporção de saúde entre 
aqueles diagnosticados como saudáveis pelo teste diagnóstico (autopercepção ou 
questionário). Dessa forma, tanto o (VPP), quanto o (VPN) foi maior para o diagnóstico 
por questionário (92% e 17%, respectivamente) do que o de autopercepção (84% e 
10%, respectivamente). 
 
 
13 
 
 
Tabela 5. Valores de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo 
positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) do questionário e autopercepção com 
os resultados obtidos por meio do exame clínico da doença periodontal. Natal/RN 
2022. 
 
 AUTOPERCEPÇÃO QUESTIONÁRIO 
EXAME S E VPP VPN S E VPP VPN 
23% 66% 84% 10% 51% 66% 92% 17% 
S (sensibilidade); E (especificidade); VPP (valor preditivo positivo); VPN (valor preditivo negativo). 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
4 DISCUSSÃO 
 
Com o intuito de avaliar se a autopercepção do indivíduo exerce o mesmo nível 
de confiabilidade na detecção de doença periodontal do que aquele obtido pelo exame 
clínico, os resultados desse estudo concentraram-se em comparar o diagnóstico 
obtido por meio da percepção do indivíduo sobre sinais e sintomas de doença com 
aquele concedido pelo exame clínico, observando-se um baixo nível de concordância 
entre eles. Além disso, outro viés de diagnóstico utilizado para comparação 
corresponde aquele realizado pelo periodontista com base nas respostas do 
questionário, para que pudesse ser observado se, de fato, um questionário de 
autopercepção pode ser utilizado como um instrumento de predição da doença 
periodontal. Este, por sua vez, demonstrou uma concordância considerada razoável 
com o diagnóstico por autopercepção. 
Ao comparar a percepção dos pacientes sobre sangramento à sondagem (SS), 
recessão gengival (RG), mobilidade (M) e cálculo (C) com o que foi observado no 
exame clínico, observa-se, de forma geral, que a maioria relatou menos sintomas do 
que realmente possui, conforme diagnosticado clinicamente. Apenas 5,66% dos 
pacientes disseram apresentar os quatro sintomas, enquanto 22,64% foram 
clinicamente diagnosticados com os quatro parâmetros, 16,98% dos pacientes 
disseram não apresentar nenhum dos sintomas, enquanto que o exame detectou pelo 
menos um sintoma em cada paciente. 
Uma das explicações para essa divergência, se deve ao fato de que entre os 
47 pacientes diagnosticados como doentes, alguns receberam o diagnóstico de 
gengivite, considerada uma fase ainda inicial da doença periodontal, na qual os 
sintomas não impactam tão fortemente a qualidade de vida dos pacientes como 
acontece na periodontite64,65. Tal fato se associa com alguns estudos que mencionam 
a doença periodontal como uma doença silenciosa em que os sintomas mais graves 
(por exemplo dor, incapacidade funcional, perda dentária) demoram a aparecer, diante 
disso os pacientes costumam subestimar a presença da doença e dificilmente notam 
a sintomatologia inicial27,28,29,66. 
Outros estudos podem corroborar o resultado observado neste, Airila-Månsson 
e colaboradores (2007)32, assim como Buhlin e colaboradores (2002)67, 
desenvolveram uma pesquisa para avaliar problemas bucais relatados pelos 
pacientes em comparação ao exame clínico, como resultado observaram que o 
sangramento gengival foi subnotificado pelo paciente, assim como pode ter sido um 
parâmetro pouco reconhecido pelo paciente nesse estudo. Outros achados também 
atestam esses resultados, o sangramento gengival e acúmulo de cálculo 
demonstraram baixa sensibilidade pelo paciente37,54,68, em comparação com a 
14 
 
 
mobilidade e recessão gengival, que são comuns em um estágio mais grave da 
doença69. 
Em relação ao nível de concordância entre os métodos de percepção da 
doença, observa-se que para exame clínico e autopercepção (Kappa= 0,029 e p= 
0,595) houve um nível de concordância mínimo e sem associação estatisticamente 
significativa. Outros estudos35,54,70 desenvolvidos com metodologia similar ao presente 
estudo, na qual os indivíduos participantes foram submetidos ao exame clínico e 
aplicação de questionário sobre autopercepção de sinais e sintomas de doença 
periodontal, obtiveram resultados semelhantes a este. De maneira geral, concluíram 
que a concordância entre impressões subjetivas do paciente e o diagnóstico clínico 
não é alta, os dados mostram uma disparidade entre a autoavaliação de doença 
periodontal e o exame clínico. 
Referente a esse resultado, uma constatação feita por Genco e colaboradores 
(2007)50 em seu estudo pode ser umadas razões que expliquem essa baixa 
concordância. De acordo com esse autor, a concordância entre autopercepção a partir 
de perguntas em questionários comparada a diagnósticos consolidados mudam a 
depender da doença. Aquelas doenças que geram dor e interferem no cotidiano são 
reportadas mais facilmente pelas pessoas e as levam à procura por tratamento 
odontológico. No campo da Odontologia, por exemplo, o autorrelato parece ser válido 
para observação de perda de dentes e presença de prótese4,71. Quando se refere à 
percepção da doença periodontal, a sua validade demonstra certa variabilidade, na 
qual melhores resultados estão associados à autopercepção por profissionais de 
saúde72. 
Como contraponto a esse resultado, existem estudos que demonstram uma 
boa validade de medidas de autorrelato para doença periodontal, uma revisão 
sistemática realizada por Blicher e colaboradores (2005)39 examinou 16 estudos sobre 
essa temática e concluiu que a autopercepção possui potencial para detectar doença 
periodontal, mais especificamente a periodontite. Dessa forma, algumas limitações 
presentes nesse estudo podem ter interferido no nível de concordância entre o exame 
clínico e a percepção do indivíduo. Uma delas é o fato de alguns pacientes 
participantes estarem em tratamento, no Departamento de Odontologia, durante as 
fases de coleta da pesquisa, sendo assim, quando indagados se apresentavam 
alguma sintomatologia eles respondiam que no momento não possuíam, mas que já 
tinham percebido em um momento anterior ao tratamento. Outra limitação que pode 
ser mencionada é referente ao fato de que alguns estudos aplicaram questionários já 
validados, como por exemplo o da Associação Americana de Periodontia (AAP)73 ou 
da Organização Mundial da Sáude (OMS)74, diminuindo as possíveis interferências 
que perguntas subjetivas pudessem ocasionar e influenciar na percepção do paciente. 
No presente estudo, ao comparar a relação entre os diagnósticos pelo 
questionário e exame clínico percebe-se que a concordância foi mínima (Kappa= 
0,070 e p= 0,413) e sem associação estatisticamente significativa. Esse resultado 
pode ser explicado pelo fato de que o periodontista, que analisou o questionário 
respondido pelo paciente, baseou seu diagnóstico nas respostas do próprio paciente. 
Logo, se o paciente não conseguiu identificar com precisão o seu diagnóstico, as suas 
respostas refletiram essa percepção e como o profissional avaliador, cego para o 
exame clínico, baseou seu diagnóstico apenas nas respostas, consequentemente, foi 
induzido ao erro. Essa pode também ter sido uma razão para que tenha havido uma 
concordância razoável (Kappa= 0,35 e p= 0,003) e estatisticamente significativa entre 
autopercepção e diagnóstico por questionário. 
 
15 
 
 
Para determinar a qualidade e precisão dos métodos diagnósticos nesse 
estudo, valores de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP) 
e valor preditivo negativo (VPN) foram analisados. Referente à acurácia do 
diagnóstico por meio da autopercepção, comparada ao diagnóstico padrão-ouro, 
observa-se valor de sensibilidade (S) correspondente a 23% e de especificidade (E) 
igual a 66%. Tratam-se de porcentagens baixas, considerando que os níveis de (S) e 
(E) são considerados aceitáveis quando superiores a 75% e considerados bons 
somente acima de 80%75. 
Uma das razões que podem explicar a baixa sensibilidade da autopercepção 
nesse estudo é o fato de que a maioria das perguntas foram de um único domínio, isto 
é, sobre percepção dos sinais e sintomas de doença pelo próprio indivíduo. 
Chatzopoulos e colaboradores (2016)76 concluíram que a sensibilidade e até mesmo 
a especificidade do modelo de autopercepção aumentou quando envolveu perguntas 
referentes a dois domínios, como itens de risco para periodontite (por exemplo, “você 
percebe se a gengiva sangra?”) associados a itens de diagnóstico mencionados pelo 
dentista (por exemplo, “algum dentista disse que você tinha perda óssea ao redor do 
dente?”). Sendo assim, como o presente estudo contou com apenas duas perguntas 
de domínio “diagnóstico pelo dentista” (“já teve o diagnóstico de doença periodontal?” 
e “já teve o diagnóstico de perda óssea?”) possa ser que tenha sofrido influência para 
uma baixa sensibilidade. 
Em seu estudo, Vered e colaboradores (2003)63 obtiveram valor de 
sensibilidade baixa (28%), já a especificidade também foi maior que a sensibilidade, 
assim como no presente estudo, entretanto considerada mais alta (83%). Referente 
aos valores preditivos, o VPP foi mais baixo (5%) que o VPN (54%). Já no presente 
estudo, o (VPP) correspondeu a 84% e o (VPN) a 10%. Os valores preditivos estão 
associados à capacidade do teste diagnóstico predizer a ocorrência da doença 
baseado no resultado do padrão-ouro (nesse caso, o exame clínico), quando positivo 
mede a probabilidade de aqueles ditos doentes pelo teste serem realmente doentes, 
já quando negativo mede a capacidade de o paciente ser saudável quando o teste o 
apontar como saudável63,77,78. Tratam-se de valores que não são fixos, pois dependem 
da prevalência da doença na população do estudo e, por isso, seu valor pode variar, 
sendo difícil estipular uma comparação assertiva entre diferentes estudos79,80. 
Ao comparar os valores de sensibilidade (S) e especificidade (E) do diagnóstico 
dado a partir da interpretação das respostas do questionário com os da 
autopercepção, observa-se que o diagnóstico por questionário obteve o mesmo valor 
de especificidade que a autopercepção (66%). Já quanto à capacidade de reconhecer 
indivíduos verdadeiramente doentes, o diagnóstico por questionário obteve maior 
valor de sensibilidade, correspondente a 51%. Isso pode ser explicado pelo fato de o 
periodontista ter o conhecimento para discernir entre características de sinais e 
sintomas que são conclusivos para determinar o diagnóstico de doença, 
diferentemente do paciente. 
Os valores preditivos do diagnóstico por questionário foram maiores (VPP = 
92% e VPP = 17%) que os valores de diagnóstico por autopercepção (VPP = 84% e 
VPN = 10%). Esses valores acabam sendo mais utilizados que sensibilidade (S) e 
especificidade (E), pois predizem a probabilidade ou não de doença a partir do 
resultado do teste diagnóstico. Considerando a mesma população e mesma 
prevalência de doença nesse estudo, é possível estabelecer uma comparação entre 
esses valores preditivos. Logo, conclui-se que o diagnóstico por questionário mostrou 
melhores valores para predizer o resultado que o diagnóstico por autopercepção. 
 
16 
 
 
Em razão das limitações desse estudo, novas pesquisas podem ser realizadas 
para corrigir essas falhas e observar o resultado da concordância entre autopercepção 
e o padrão-ouro. Até mesmo porque medidas de autorrelato são ferramentas 
promissoras de triagem de doença periodontal na população, principalmente quando 
diante de limitação de recursos, além de funcionar como um mecanismo que estimula 
a conscientização das pessoas sobre a sua condição bucal e orientam na busca por 
ajuda profissional. 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Diante dos resultados apresentados, conclui-se que o diagnóstico por 
autopercepção não demonstrou um nível de concordância satisfatório com o exame 
clínico. Entretanto, considerando as limitações desse estudo, novas pesquisas ainda 
são necessárias para que tais falhas sejam reparadas, pois a utilização da 
autopercepção não deve ser descartada. Trata-se de uma ferramenta que pode 
funcionar como um meio de triagem de doença periodontal na população, quando 
recursos são escassos, além de funcionar como um mecanismo estimulador da 
educação em saúde bucal. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. PIHLSTROM, B. L., MICHALOWICZ, B. S. & JOHNSON, N. W. Periodontal dis-
eases. Lancet 366, 1809–1820 (2005). 
2. ROBERTS, F. A. & DARVEAU, R. P. Microbial protection and virulence in peri-
odontal tissue as a function of polymicrobial communities: symbiosis and 
dysbiosis. Periodontol 2000 69, 18–27, (2015).3. OLIVEIRA, L. C. Existem alterações nos perfis microbiológicos subgengivais de 
pacientes tabagistas com periodontite após o tratamento periodontal não cirúr-
gico?: uma revisão sistemática. Rio de Janeiro, 2019. Dissertação (Mestrado 
Profissional-Clínica Odontológica) –Programa de Pós Graduação, Faculdade 
de Odontologia, UFRJ, Rio de Janeiro. 
4. GENCO, R. J.; SANZ, M. Clinical and public health implications of periodontal 
and systemic diseases: An overview. Periodontology 2000, v. 83, n. 1, p. 7-13, 
2020. 
5. ROSALIEN, R, et al. Validity of self-perceived and clinically diagnosed gingival 
status among 12–15-year-old children in Indonesia. Asian/pacific Island Nursing 
Journal, v. 4, n. 2, p. 72, 2019. 
6. DENG, K, et al. Diagnostic accuracy of self‐reported measures of periodontal 
disease: A clinical validation study using the 2017 case definitions. Journal of 
Clinical Periodontology, v. 48, n. 8, p. 1037-1050, 2021. 
17 
 
 
7. MORALES, A.; BRAVO, J.; BAEZA, M.; WERLINGER, F.; GAMONAL, J. Las 
enfermedades periodontales como enfermedades crónicas no transmisibles: 
Cambios en los paradigmas. Revista clínica de periodoncia, implantología y 
rehabilitación oral, v. 9, n. 2, p. 203-207, 2016. 
8. SANZ, M; BEIGHTON, D; CURTIS, M. A, et al. Role of microbial biofilms in the 
maintenance of oral health and in the development of dental caries and perio-
dontal diseases. Consensus report of group 1 of the Joint EFP/ORCA workshop 
on the boundaries between caries and periodontal disease. J Clin Periodontol. 
2017;44(Suppl 18):S5-S11. 
9. CHATZOPOULOS, G.S; CISNEROS, A; SANCHEZ, M; LUNOS, S; WOLFF, 
LF. Validity of self-reported periodontal measures, demographic characteristics, 
and systemic medical conditions. Journal Of Periodontology, [S.L.], v. 89, n. 8, 
p. 924-932, ago. 2018. 
10. PAPAPANOU, P.N; SANZ, M; BUDUNELLI, N, et al. Periodontitis: Consensus 
report of workgroup 2 of the 2017 World Workshop on the Classification of Per-
iodontal and Peri-Implant Diseases and Conditions. J Clin Periodontol. 
2018;45(Suppl 20):S162-S170. 
11. DUQUE, A. Prevalencia de periodontitis crónica en Iberoamérica. Revista clí-
nica de periodoncia, implantología y rehabilitación oral, v. 9, n. 2, p. 208-215, 
2016. 
12. GBD 2017 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators, “Global, 
regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 
328 diseases and injuries for 195 countries, 1990–2016: a systematic analysis 
for the Global Burden of Disease Study 2016,” Lancet, vol. 390, no. 10100, pp. 
1211–1259, 2017. 
13. BORRELL, L. N.; BECK, J. D.; HEISS, G. Socioeconomic Disadvantage and 
Periodontal Disease: the dental atherosclerosis risk in communities study. 
American Journal Of Public Health, [S.L.], v. 96, n. 2, p. 332-339, fev. 2006. 
14. EKE, P.I; DYE, B.A; WEI, L; THORNTON-EVANS, G.O; GENCO, R.J. Preva-
lence of periodontitis in adults in the United States: 2009 and 2010. J Dent Res 
2012;91:914–20 
15. LAI, H.; SU, C. W.; YEN, A. M. F.; CHIU, S. Y. H.; FANN, C. Y.; WU, W. Y. Y.; 
CHUANG, S. L.; LIU, H. C.; CHEN, H. H.; CHEN, L. S. A prediction model for 
periodontal disease: Modelling and validation from a National Survey of 4061 
Taiwanese adults. Journal of clinical periodontology, v. 42, n. 5, p. 413-421, 
2015. 
18 
 
 
16. NAZIR, M.A. “Prevalence of periodontal disease, its association with systemic 
diseases and prevention,” International Journal of Health Sciences, vol. 11, no. 
2, pp. 72–80, 2017. 
17. SLADE, G.D. Interim analysis of validity of periodontitis screening questions in 
the Australian population. Journal of periodontology, v. 78, p. 1463-1470, 2007. 
18. MONTERO, E.; HERRERA, D.; SANZ, M.; DHIR, S.; VANDYKE, T.; SIMA, C. 
Development and validation of a predictive model for periodontitis using 
NHANES 2011–2012 data. Journal of clinical periodontology, v. 46, n. 4, p. 420-
429, 2019. 
19. GRAZIANI, F; GENNAI, S; SOLINI, A; PETRINI, M. A systematic review and 
meta-analysis of epidemiologic observational evidence on the effect of perio-
dontitis on diabetes An update of the EFP-AAP review. Journal Of Clinical Pe-
riodontology, [S.L.], v. 45, n. 2, p. 167-187, 26 dez. 2017. 
20. SUVAN, J; D’AIUTO, F; MOLES, D.R; PETRIE, A; DONOS, N. Association be-
tween overweight/obesity and periodontitis in adults. A systematic review. 556 
Obes Rev 2011;12:e381–404. 
21. CRONIN, A. Periodontal disease is a risk marker for coronary heart disease? 
Evidence-Based Dentistry, [S.L.], v. 10, n. 1, p. 22-22, mar. 2009. 
22. LOCKHART, P. B; BOLGER, A. F; PAPAPANOU, P. N, et al., “Periodontal di-
sease and atherosclerotic vascular disease: does the evidence support Comen-
tado [GE6]: Trocar de posição an independent association?” Circulation, vol. 
125, no. 20, pp. 2520– 2544, 2012. 
23. IDE, M; PAPAPANOU, P.N. “Epidemiology of association between maternal 
periodontal disease and adverse pregnancy outcomes— systematic review,” 
Journal of Periodontology, vol. 84, no. 4-s, pp. S181–S194, 2013. 
24. LORENZO, S. M.; ALVAREZ, R.; ANDRADE, E.; PICCARDO, V.; FRANCIA, 
A.; MASSA, F.; CORREA, M. B.; PERES, M. A. Periodontal conditions and as-
sociated factors among adults and the elderly: findings from the first National 
Oral Health Survey in Uruguay. Cadernos de saude publica, v. 31, p. 2425-
2436, 2015. 
25. SILVA, S. R. C; FERNANDES, R. A. C. Autopercepção das condições de saúde 
bucal por idosos. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 4, p. 349- 355, 2001. 
26. MATOS, D. L; COSTA, M. F. L. Auto-avaliação da saúde bucal entre adultos e 
idosos residentes na Região Sudeste: resultados do Projeto SBBrasil, 2003. 
Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p. 1699-1707, 2006. 
27. TSEVEENJAV, B; SUOMINEN, A.L.; VARSIO, S; KNUUTTILA, M; VEHKA-
LAHTI, M.V. Do self-assessed oral health and treatment need associate with 
19 
 
 
clinical findings? Results from the Finnish Nationwide Health 2000 Survey. Acta 
Odontologica Scandinavica, [S.L.], v. 72, n. 8, p. 926-935, 12 jun. 2014. 
28. JOSHIPURA, K.J.; PITIPHAT, W.; DOUGLASS, C.W. Validation of self-re-
ported periodontal measures among health professionals. J. Public Health Dent. 
2002, 62, 115–121. 
29. PITIPHAT, W; GARCIA, R.I; DOUGLASS, C.W; JOSHIPURA, K.J. Validation of 
self-reported oral health measures. J. Public Health Dent. 2002, 62, 122–128. 
30. JIN, L; GROUP, E. “Initiator paper. Interprofessional education and multidisci-
plinary teamwork for prevention and effective management of periodontal dis-
ease,” Journal of the International Academy of Periodontology, vol. 17, no. 1 
Suppl, pp. 74–79, 2015. 
31. TAYLOR, G. W; BORGNAKKE, W. S. Self‐reported periodontal disease: Vali-
dation in an epidemiological survey. Journal of periodontology, v. 78, p. 1407-
1420, 2007. 
32. AIRILA-MÅNSSON, S; BJURSHAMMAR, N; YAKOB, M; SÖDER, B. Self-re-
ported oral problems, compared with clinical assessment in an epidemiological 
study. International Journal Of Dental Hygiene, [S.L.], v. 5, n. 2, p. 82-86, maio 
2007. 
33. SUSIN, C, et al. Periodontal attachment loss in an urban population of Brazilian 
adults: effect of demographic, behavioral, and environmental risk indicators. 
Journal of Periodontology, v. 75, n. 7, p. 1033-104, 2004. 
34. EKE, P. I.; DYE, B. Assessment of self‐report measures for predicting popula-
tion prevalence of periodontitis. Journal of periodontology, v. 80, n. 9, p. 1371-
1379, 2009. 
35. LAZZARI, G. B; MOURA, C. C; JARDIM, L. M; MORAES, C. M. B; ANTONI-
AZZI, R. P. Autopercepção e gravidade das doenças periodontais. Discipli-
narum Scientia Saúde, v. 18, n. 3, p. 501-509, 2017. 
36. CARRA, M.C; GUEGUEN, A; THOMAS, F; PANNIER, B; CALIGIURI, G; STEG, 
P.G, et al. Self-report assessment of severe periodontitis: Periodontal screening 
score development. Journal Of Clinical Periodontology, [S.L.], v. 45, n. 7, p. 818-
831, 16 maio 2018. 
37. GILBERT A. D, NUTTALL N.M. Self-reporting ofperiodontal health status. Br 
Dent J. 1999;186:241-244. 22. 
38. LEVIN, L; BECHOR, R; SANDLER, V; SAMORODNITZKY-NAVEH, G. Associ-
ation of self-perceived periodontal status with oral hygiene, probing depth and 
alveolar bone level among young adults. N Y State Dent J. 2011;77(1):29-32. 
20 
 
 
39. BLICHER, B; JOSHIPURA, K; EKE, P. Validation of self-reported periodontal 
disease: a systematic review. Journal Of Dental Research, [S.L.], v. 84, n. 10, 
p. 881-890, out. 2005. 
40. ABBOOD, H M.; HINZ, J; CHERUKARA, G; MACFARLANE, T V. Validity of 
Self-Reported Periodontal Disease: a systematic review and meta-analysis. 
Journal Of Periodontology, [S.L.], v. 87, n. 12, p. 1474-1483, dez. 2016. 
41. EKE, P. I.; GENCO, R. J. CDC Periodontal Disease Surveillance Project: back-
ground, objectives, and progress report. J Periodontol; v. 78, n. 7, p. 1366-1371, 
2007. 
42. VARTIAINEN, E; SEPPÄLÄ, T; LILLSUNDE, P; PUSKA, P. Validation of self 
reported smoking by serum cotinine measurement in a communitybased study. 
Journal of Epidemiology & Community Health, v. 56, n. 3, p. 167-170, 2002. 
43. REINIGER, A. P. P; LONDERO, A. B; FERREIRA, T.G.M; ROCHA, J.M; 
MOREIRA, C. H. C; KANTORSKI, K. Z. Validity of self‐reported measures for 
periodontitis surveillance in a rural sample. Journal of periodontology, v. 91, n. 
5, p. 617-627, 2020. 
44. SANTANA, T. D; COSTA, F. O; ZENÓBIO, E. G; SOARES, R. V. Impacto da 
doença periodontal na qualidade de vida de indivíduos diabéticos dentados. 
Cadernos de Saúde Pública, v. 23, n. 3, p. 637-644, 2007. 
45. CYRINO, R.M; COTA, L.O.M; LAGES, E.J.P; LAGES, E.M.B; COSTA, F.O. 
Evaluation of self‐reported measures for prediction of periodontitis in a sample 
of Brazilians. Journal of periodontology, v. 82, n. 12, p. 1693- 1704, 2011. 
46. MEHRSTEDT, M; JOHN, M.T; TÖNNIES, S; MICHEELIS, W. Oral health‐ re-
lated quality of life in patients with dental anxiety. Community dentistry and oral 
epidemiology, v. 35, n. 5, p. 357-363, 2007. 
47. BATISTA, A. L. H. M. Avaliação do impacto do tratamento periodontal não ci-
rúrgico na halitose e na qualidade de vida. 56 f. Dissertação (Mestrado) - Curso 
de Odontologia, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, 2013. 
48. GILBERT, G.H.; LITAKER, M. S. Validity of self‐reported periodontal status in 
the Florida dental care study. Journal of periodontology, v. 78, p. 1429-1438, 
2007. 
49. DIETRICH, T; STOSCH, U; DIETRICH, D; KAISER, W; BERNIMOULIN, J.P; 
JOSHIPURA, K. et al. Prediction of periodontal disease from multiple self‐re-
ported items in a German practice‐based sample. Journal of periodontology, v. 
78, p. 1421-1428, 2007. 
50. GENCO, R.J; FALKNER, K.L; GROSSI, S; DUNFORD, R; TREVISAN, M. Va-
lidity of self‐reported measures for surveillance of periodontal disease in two 
21 
 
 
western New York population‐based studies. Journal of periodontology, v. 78, 
p. 1439-1454, 2007. 
51. MILLER, K; EKE, P.I.; GLUSBERG, A.S. Cognitive evaluation of self‐ report 
questions for surveillance of periodontitis. Journal of periodontology, v. 78, p. 
1455-1462, 2007. 
52. CYRINO, R. M. Medidas de auto-retato para periodontite: avaliação de acurá-
cia, validação discriminante e associação com o senso de coerência. 2014. 
53. JOSHIPURA, K. J; HUNG, H.C; RIMM, E. B.; WILLETT, W. C.; ASCHERIO, A. 
Periodontal Disease, Tooth Loss, and Incidence of Ischemic Stroke. Stroke, 
[S.L.], v. 34, n. 1, p. 47-52, jan. 2003. 
54. NAGARAJAN, S, et al. Self-assessed and clinically diagnosed periodontal 
health status among patients visiting the outpatient department of a dental 
school in Bangalore, India. Indian Journal of Dental Research, v. 19, n. 3, p. 
243, 2008. 
55. ROMANO, F, et al. Self-perception of periodontal health and associated factors: 
A cross-sectional population-based study. International Journal of Environmen-
tal Research and Public Health, v. 17, n. 8, p. 2758, 2020. 
56. BLIZNIUK, A.; UENO, M; ZAITSU, T; KAWAGUCHI, Y. Association between 
self-reported and clinical oral health status in Belarusian adults. Journal of In-
vestigative and Clinical Dentistry, v. 8, n. 2, 2016. 
57. AINAMO, J; BAY, I. Problems and proposals for recording gingivitis and plaque. 
Int Dent J 1975; 25 (4): 229-35 
58. CATON, J. G.; ARMITAGE, G.; BERGLUNDH, T.; CHAPPLE, I.L.C; SOREN, 
J.; KENNETH, S. K.; MEALEY, B. L.; PAPAPANOU, P. N.; Comentado [GE1]: 
Fiquei com receio de ter muita referência, mas se eu suprimisse ia comprome-
ter a evidência. SANZ, M.; TONETTI, M. S. A new classification scheme for 
periodontal and peri‐implant diseases and conditions–Introduction and key 
changes from the 1999 classification. J Clin Periodontol, 2018. 
59. ROUCK, T; EGHBALI, R; COLLYS, K; BRUYN, H; COSYN, J. The gingival bi-
otype revisited: transparency of the periodontal probe through the gingival mar-
gin as a method to discriminate thin from thick gingiva. Journal Of Clinical Peri-
odontology, [S.L.], v. 36, n. 5, p. 428-433, maio 2009. 
60. HAMP S; NYMAN S; LINDHE J. Periodontal treatment of multirroted teeth. Re-
sult after 5 years. J Clin Periodontol. 1975;2(3):126-35. 
22 
 
 
61. HOLZHAUSEN, M; FRANÇA, B.N; GASPARONI, L.M; REBEIS, E.S; SA-
RAIVA, L; VILLAR, C.C; PANNUTI, C.M; ROMITO, G.A. Sistema de classifica-
ção das doenças e condições periodontais [Internet]. São Paulo: Faculdade de 
Odontologia da USP; 2019. 
62. LANDIS, J. R; KOCH, G. G. The Measurement of Observer Agreement for Cat-
egorical Data. Biometrics, [S.L.], v. 33, n. 1, p. 159, mar. 1977. 
63. VERED, Y; SGAN-COHEN, H. D. Self–perceived and clinically diagnosed den-
tal and periodontal health status among young adults and their implications for 
epidemiological surveys. BMC Oral Health, v. 3, n. 1, p. 1-6, 2003. 
64. BUSET, S. L; WALTER, C; FRIEDMANN, A; WEIGER, R; BORGNAKKE, W. S; 
ZITZMANN, N.U. Are periodontal diseases really silent? A systematic review of 
their effect on quality of life. J Clin Periodontol v. 43, n. 4, p. 333-344, 29 mar. 
2016. 
65. SHIZUMA, Y, et al. Relationship between self‐assessment and clinical evalua-
tion of dental plaque and gingival condition in Japanese adolescents. Internati-
onal Journal of Dental Hygiene, v. 16, n. 1, p. 144- 150, 2018. 
66. MICU, I. C, et al. Self-reported and clinical periodontal conditions in a group of 
Eastern European postpartum women. Plos one, v. 15, n. 8, p. e0237510, 2020. 
67. BUHLIN, K; GUSTAFSSON, A; ANDERSSON, K; HÅKANSSON, J; KLINGE, 
B. Validity and limitations of self-reported periodontal health. Community Dent 
Oral Epidemiol 2002; 30: 431–437. 
68. SHIKHA, V; REKHA, R; RADHA, G; PALLAVI, S. Assessment of self-perceived 
and normative dental needs among teaching faculty of Visveswarapura Group 
of Institutions: a cross-sectional study. J Indian Assoc Public Health Dent. 
2014;12:124-128. 
69. NORTHRIDGE, M.E; CHAKRABORTY, B; KUNZEL, C; METCALF, S; MAR-
SHALL, S; LAMSTER, I.B. What contributes to self-rated oral health among 
community-dwelling older adults? Findings from the ElderSmile program. J Pu-
blic Health Dent. 2012; 72:235-245 
70. GUFRAN, K et al. Validation of self-reported periodontal disease status among 
subjects seeking dental treatment in a dental school. Journal of Pharmacy & 
Bioallied Sciences, v. 12, n. Suppl 1, p. S550, 2020. 
71. GILBERT G.H; DUNCAN R.P; KULLEY A.M. Validity of selfreported tooth 
counts during a telephone interview. J Public Health Dent 1997;57:176- 180. 
72. GILBERT G.H; ROSE J.S; SHELTON B.J. A prospective study of the validity of 
self-reported use of specific types of dental services. Public Health Rep 
2003;118:18-26. 
23 
 
 
73. HEATON, B et al. A Clinical Validation of Self‐Reported Periodontitis Among 
Participants in the Black Women’s Health Study. Journal of periodontology, v. 
88, n. 6, p. 582-592, 2017. 
74. OGUNSUJI, O. O, et al. Self assessment of oral health and risk factors affecting 
oral hygiene status in adolescents attendingdental clinic in University College 
Hospital, Ibadan. Annals of Ibadan Postgraduate Medicine, v. 19, n. 1, p. 70-77, 
2021. 
75. HE, H; GUNZLER, D; MA, Y; XIA, Y. Assessment of Diagnostic Tests and In-
struments. Modern Clinical Trial Analysis, [S.L.], p. 55-79, 2012. 
76. CHATZOPOULOS, G. S. et al. A two‐domain self‐report measure of periodontal 
disease has good accuracy for periodontitis screening in dental school outpa-
tients. Journal of periodontology, v. 87, n. 10, p. 1165-1173, 2016. 
77. KAWAMURA, T. Interpretação de um teste sob a visão epidemiológica: eficiên-
cia de um teste. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 79, p. 437- 441, 2002. 
78. PATINO, C. M; FERREIRA, J. C. Entendendo os testes diagnósticos: parte 2. 
Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 43, p. 408-408, 2017. 
79. ALTMAN, D. G; BLAND, J M. Statistics Notes: diagnostic tests 2. Bmj, [S.L.], v. 
309, n. 6947, p. 102-102, 9 jul. 1994. BMJ. 
80. DEEKS, J.J. Using evaluations of diagnostic tests: understanding their limita-
tions and making the most of available evidence. Annals Of Oncology, [S.L.], v. 
10, n. 7, p. 761-768, jul. 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
APÊNDICES 
 
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
 
 
25 
 
 
 
26 
 
 
 
27 
 
 
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 
 
 
28 
 
 
 
29 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
APÊNDICE C – FICHA CLÍNICA 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
ANEXOS 
 
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM 
PESQUISA 
 
. 
34 
 
 
 
35 
 
 
 
36 
 
 
 
37 
 
 
 
38 
 
 
 
39 
 
 
 
40 
 
 
 
41

Continue navegando